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Aula 02

PC-CE (Inspetor da Polícia) Passo


Estratégico de Direito Administrativo -
2021 (Pós-Edital)

Autor:
Tulio Lages
Aula 02

29 de Maio de 2021

miranda de melo
. Túlio Lages
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Tulio
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SIMULADO
Introdução ........................................................................................................................................................... 1

Questões Inéditas ................................................................................................................................................ 1

Gabarito/Questões Comentadas ....................................................................................................................... 5

Referências Bibliográficas ................................................................................................................................ 14

INTRODUÇÃO
Olá!
Este simulado contempla questões inéditas sobre os seguintes assuntos:
a) Organização Administrativa
Pronto para testar seu conhecimento?!

QUESTÕES INÉDITAS
1. As competências da Administração Pública podem ser atribuídas para órgãos públicos ou para
entidades administrativas. Trata-se, respectivamente, dos institutos da desconcentração e da
descentralização. A respeito dos órgãos e das entidades,
(A) as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações são espécies de
órgãos públicos.
(B) os órgãos integram a Administração Pública direta e indireta, não possuindo personalidade jurídica
própria. As entidades, por outro lado, possuem personalidade jurídica própria.
(C) os órgãos integram a Administração Pública direta e a Administração Pública indireta, possuindo
personalidade jurídica própria.
(D) os órgãos integram a estrutura da Administração Pública direta e as entidades fazem parte da
Administração Pública indireta.
(E) os órgãos superiores são aqueles que se situam na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos
independentes, auxiliando-os diretamente.

2. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) possuem em comum


(A) o fato de que integram a Administração Pública direta.
(B) a necessidade de autorização por lei específica para a sua criação.

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(C) a forma de composição do capital.


(D) a forma jurídica.
(E) o fato de que devem ser criadas por lei específica.

3. Determinado Estado brasileiro pretende instituir uma fundação pública. Nessa hipótese, a
Constituição Federal vigente exige que a autorização da instituição da fundação e a definição das
áreas de sua atuação devem ser estabelecidas, respectivamente, mediante
(A) lei específica e regulamento.
(B) lei complementar e lei complementar.
(C) lei complementar e lei específica.
(D) lei específica e lei complementar.
(E) lei complementar e regulamento.

4. Em relação à posição que os órgãos públicos ocupam na estrutura do Estado, eles podem ser
classificados em
(A) independentes, autônomos, superiores e subalternos.
(B) autônomos, superiores, colegiados e simples.
(C) independentes, singulares, colegiados e superiores.
(D) superiores, colegiados, autônomos e simples.
(E) superiores, inferiores, autônomos e dependentes.

5. Sobre os processos de descentralização e desconcentração, assinale a opção incorreta.


a) A centralização é o desempenho direto, por parte do Estado, das tarefas a ele incumbidas.
b) Na descentralização política, há criação de uma entidade política para o exercício de competências
próprias.
c) Na descentralização por colaboração, também chamada de descentralização “por serviços”, ocorre
quando uma entidade política cria uma nova pessoa jurídica para colaborar com o Poder Público, que passa
a deter a titularidade e a execução de determinado serviço público.
d) Ambos possuem fisionomia ampliativa.
e) Os processos de centralização e de concentração importam na agregação de atribuições no Estado.

6. Considere as seguintes afirmações a respeito da descentralização por serviços:

I. É criada uma pessoa jurídica e a ela é atribuída a titularidade e a execução de determinado serviço
público.

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II. A criação dessa instituição pode dar-se somente por meio de lei complementar.

III. Compreende as autarquias, as sociedades de economia mista, as empresas públicas e as


fundações públicas.

Está correto o que se afirma apenas nos itens


(A) I e III.
(B) I e II.
(C) II e III.
(D) I.
(E) II.

7. As autarquias, entidades públicas integrantes da Administração Pública indireta, devem ser criadas
==14b95d==

por
(A) lei específica e possuem personalidade jurídica de direito público.
(B) lei complementar e possuem personalidade jurídica de direito público.
(C) decreto do Presidente da República e possuem personalidade jurídica de direito privado.
(D) decreto do Presidente da República e possuem personalidade jurídica de direito público.
(E) lei específica e podem possuir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, conforme
definido em lei complementar que definirá, também, sua área de atuação.

8. Imagine que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil S.A., empresa pública e sociedade de
economia mista, respectivamente, decidam criar outra entidade pública, voltada à prestação de
serviços de tecnologia da informação necessários ao aprimoramento das suas atividades, tendo
sido deliberado, ainda, que a nova entidade terá participação de capital público e privado em sua
composição acionária. Nesse contexto, é certo que a nova entidade pública se trata de
(A) parceria público-privada, em que as entidades criadoras serão usuárias dos serviços por ela prestados.
(B) uma sociedade subsidiária, cuja criação depende de prévia autorização legislativa.
(C) hipótese impossível, pois apenas as entidades públicas integrantes da Administração Pública direta
podem criar entidades públicas.
(D) uma sociedade subsidiária, cuja criação depende de prévia autorização por decreto-legislativo.
(E) agência executiva, pois trata-se de entidade com finalidade específica de exercer atividades que
aprimorem o desempenho de empresa estatal.

9. No que concerne à organização da Administração Pública, é correto afirmar que


(A) na descentralização por outorga, ocorre a transferência apenas da execução do serviço, permanecendo
a titularidade com a Administração Pública.

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(B) na descentralização por delegação, são criadas instituições com personalidade jurídica própria e com
competências específicas, a exemplo das empresas públicas.
(C) os consórcios públicos são dotados de personalidade jurídica própria e integram a Administração Pública.
(D) no fenômeno denominado desconcentração, há uma distribuição interna de competências entre os
órgãos da Administração Pública.
(E) a exemplo da descentralização por outorga e da descentralização por delegação, na descentralização
territorial ocorre a transferência de competências específicas.

10. Sobre as autarquias, assinale a opção incorreta.


a) Seus bens possuem a natureza de bens públicos.
b) De acordo com o STF, a Ordem dos Advogados do Brasil é um serviço independente, não integrante da
Administração Pública.
c) Atualmente, em razão da suspensão cautelar da eficácia do art. 39, caput, da Constituição Federal, o
pessoal das autarquias se submete ao regime celetista.
d) A captura da agência reguladora pelo governo instituidor pode comprometer sua independência.
e) Uma agência reguladora que celebre contrato de gestão com o Poder Público pode vir a ser qualificada
como agência executiva.

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GABARITO

1. B 2. B 3. D 4. A 5. C

6. A 7. A 8. B 9. D 10. C

QUESTÕES COMENTADAS

1. As competências da Administração Pública podem ser atribuídas para órgãos públicos ou para
entidades administrativas. Trata-se, respectivamente, dos institutos da desconcentração e da
descentralização. A respeito dos órgãos e das entidades,
(A) as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações são espécies de
órgãos públicos.
(B) os órgãos integram a Administração Pública direta e indireta, não possuindo personalidade jurídica
própria. As entidades, por outro lado, possuem personalidade jurídica própria.
(C) os órgãos integram a Administração Pública direta e a Administração Pública indireta, possuindo
personalidade jurídica própria.
(D) os órgãos integram a estrutura da Administração Pública direta e as entidades fazem parte da
Administração Pública indireta.
(E) os órgãos superiores são aqueles que se situam na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos
independentes, auxiliando-os diretamente.

Comentários

GABARITO: B

Os órgãos são unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Pública direta e indireta, e
não possuem personalidade jurídica própria, ao contrário das entidades, que são pessoas jurídicas distintas
daquelas que as criou.

A assertiva “a” está errada – as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as
fundações fazem parte da Administração Pública indireta, e são entidades, não órgãos, pois possuem
personalidade jurídica própria.

A assertiva “c” está errada – os órgãos não possuem personalidade jurídica própria.

A assertiva “d” está errada – tanto os órgãos quanto as entidades integram a estrutura da Administração
Pública direta e indireta. Por exemplo, a Ministério da Saúde e a União são, respectivamente, órgão e
entidade da Administração Pública direta.

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A assertiva “e” está errada – os órgãos que se situam logo abaixo dos órgãos independentes são os órgãos
autônomos. Os órgãos superiores são aqueles que possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas
sempre estão sujeitos ao controle hierárquico de uma instância mais alta. Não têm nenhuma autonomia,
seja administrativa seja financeira. Exemplo: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes.

2. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) possuem em comum


(A) o fato de que integram a Administração Pública direta.
(B) a necessidade de autorização por lei específica para a sua criação.
(C) a forma de composição do capital.
(D) a forma jurídica.
(E) o fato de que devem ser criadas por lei específica.

Comentários

GABARITO: B

Relembremos o que consta no art. 37, inciso XIX, da CF/1988:

Art. 37 (...)

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;

Assim, tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista dependem de autorização
legislativa para serem criadas.

A assertiva “a” está errada – as empresas públicas e as sociedades de economia mista integram a
Administração Pública indireta.

A assertiva “c” está errada – o capital das sociedades de economia mista é formado por recursos de origem
pública e de origem privada. Já o capital das empresas públicas é formado apenas por recursos públicos.

A assertiva “d” está errada – as sociedades de economia mista podem estabelecer-se apenas sob a forma
de sociedades anônimas, enquanto as empresas públicas podem revestir-se de qualquer das formas
admitidas em direito (Ltda., S.A, etc.).

A assertiva “e” está errada – lei específica deve autorizar, não criar, as empresas estatais.

3. Determinado Estado brasileiro pretende instituir uma fundação pública. Nessa hipótese, a
Constituição Federal vigente exige que a autorização da instituição da fundação e a definição das
áreas de sua atuação devem ser estabelecidas, respectivamente, mediante
(A) lei específica e regulamento.
(B) lei complementar e lei complementar.

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(C) lei complementar e lei específica.


(D) lei específica e lei complementar.
(E) lei complementar e regulamento.

Comentários

GABARITO: D

Relembremos o que dispõe o art. 37, inciso XIX, da CF/1988:

Art. 37 (...)

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;

Portanto, lei específica autoriza a criação de fundação pública e lei complementar define as áreas de atuação
desse tipo de entidade.

4. Em relação à posição que os órgãos públicos ocupam na estrutura do Estado, eles podem ser
classificados em
(A) independentes, autônomos, superiores e subalternos.
(B) autônomos, superiores, colegiados e simples.
(C) independentes, singulares, colegiados e superiores.
(D) superiores, colegiados, autônomos e simples.
(E) superiores, inferiores, autônomos e dependentes.

Comentários

GABARITO: A

A doutrina classifica os órgãos públicos, quanto à posição estatal, em independentes, autônomos, superiores
e subalternos. A definição de cada um deles pode ser assim resumida:

Órgãos independentes: são aqueles previstos diretamente na Constituição Federal, representando os três
Poderes, nas esferas federal, estadual e municipal, não sendo subordinados hierarquicamente a agentes
políticos. Exemplo: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais
tribunais, bem como seus simétricos nas demais esferas da Federação. Incluem-se ainda o Ministério Público
da União e o do Estado e os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios.

Órgãos autônomos: são aqueles que se situam na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos
independentes, auxiliando-os diretamente. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica,
mas não independência. Caracterizam-se como órgãos diretivos. Ex: os Ministérios, as Secretarias de Estado
etc.

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Órgãos superiores: possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas sempre estão sujeitos ao
controle hierárquico de uma instância mais alta. Não têm nenhuma autonomia, seja administrativa seja
financeira. Exemplo: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes.

Órgãos subalternos: são todos aqueles que exercem atribuições de mera execução, com reduzido poder
decisório, estando sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Exemplo: seções de
expediente, de pessoal, de material etc.

5. Sobre os processos de descentralização e desconcentração, assinale a opção incorreta.


a) A centralização é o desempenho direto, por parte do Estado, das tarefas a ele incumbidas.
b) Na descentralização política, há criação de uma entidade política para o exercício
de competências próprias.
c) Na descentralização por colaboração, também chamada de descentralização “por
serviços”, ocorre quando uma entidade política cria uma nova pessoa jurídica para
colaborar com o Poder Público, que passa a deter a titularidade e a execução de
determinado serviço público.
d) Ambos possuem fisionomia ampliativa.
e) Os processos de centralização e de concentração importam na agregação de
atribuições no Estado.

Comentários

GABARITO: C

A opção “a” está correta: centralização é o desempenho direto, por parte do Estado, das tarefas a ele
incumbidas, por intermédio de órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura.

A opção “b” está correta: descentralização política, há criação de uma entidade política para o exercício de
competências próprias. Ex: Estados e Municípios, que são entidades políticas dotadas de competência
legislativa própria conferida pela CF. Por outro lado, na descentralização administrativa, o poder central
transfere parcela de suas atribuições a outra entidade – a chamada “entidade descentralizada”.

A opção “c” está incorreta: a descentralização por colaboração não se confunde com a por serviços. A
primeira, também chamada de descentralização “por delegação”, ocorre quando, por meio de contrato ou
ato unilateral - não é necessária a edição de lei formal – o Estado transfere apenas a execução de
determinado serviço público a uma pessoa jurídica de direito privado, previamente existente, conservando
o Poder Público a titularidade do serviço. Por outro lado, a última, também chamada de descentralização
“funcional” ou, ainda, “técnica”, ocorre quando uma entidade política (União, Estados, DF e Municípios),
mediante lei (em sentido formal), cria uma nova pessoa jurídica (de direito público ou privado) e a ela atribui
a titularidade e a execução de determinado serviço público, o que lhe confere independência em relação à
pessoa que a criou.

A opção “d” está correta: tanto o processo de descentralização como o de desconcentração possui
fisionomia ampliativa, pois importam na repartição de atribuições.

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A opção “e” está correta: A centralização ocorre quando o Estado retoma a execução direta do serviço,
depois de ter transferido sua execução a outra pessoa. Por sua vez, na concentração, dois ou mais órgãos
internos são agrupados em apenas um, que passa a ter natureza de órgão concentrador. Os processos de
centralização e de concentração possuem em comum a fisionomia restritiva, pois importam na agregação de
atribuições no Estado.

6. Considere as seguintes afirmações a respeito da descentralização por serviços:

I. É criada uma pessoa jurídica e a ela é atribuída a titularidade e a execução de determinado serviço
público.

II. A criação dessa instituição pode dar-se somente por meio de lei complementar.

III. Compreende as autarquias, as sociedades de economia mista, as empresas públicas e as


fundações públicas.

Está correto o que se afirma apenas nos itens


(A) I e III.
(B) I e II.
(C) II e III.
(D) I.
(E) II.

Comentários

GABARITO: A

Item I – certo. Na descentralização por serviços, é criada uma entidade que integrará a Administração Pública
indireta e exercerá determinado serviço público, sendo que a titularidade desse serviço também será
transferida à nova entidade.

Item II – errado. As entidades criadas em decorrência da descentralização por serviços devem ser instituídas
por lei específica, não por lei complementar, conforme art. 37, inciso XIX, da CF/1988:

Art. 37 (...)

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;

Item III – certo. As entidades apresentadas nesse item são aquelas que fazem parte da Administração Pública
indireta, criadas a partir da descentralização por serviços.

7. As autarquias, entidades públicas integrantes da Administração Pública indireta, devem ser criadas
por
(A) lei específica e possuem personalidade jurídica de direito público.

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(B) lei complementar e possuem personalidade jurídica de direito público.


(C) decreto do Presidente da República e possuem personalidade jurídica de direito privado.
(D) decreto do Presidente da República e possuem personalidade jurídica de direito público.
(E) lei específica e podem possuir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, conforme
definido em lei complementar que definirá, também, sua área de atuação.

Comentários

GABARITO: A

Vejamos o que dispõe o art. 37, inciso XIX, da CF/1988:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;

Diante do exposto, concluímos que as autarquias devem ser criadas por lei específica e possuem
personalidade jurídica de direito público.

8. Imagine que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil S.A., empresa pública e sociedade de
economia mista, respectivamente, decidam criar outra entidade pública, voltada à prestação de
serviços de tecnologia da informação necessários ao aprimoramento das suas atividades, tendo
sido deliberado, ainda, que a nova entidade terá participação de capital público e privado em sua
composição acionária. Nesse contexto, é certo que a nova entidade pública se trata de
(A) parceria público-privada, em que as entidades criadoras serão usuárias dos serviços por ela prestados.
(B) uma sociedade subsidiária, cuja criação depende de prévia autorização legislativa.
(C) hipótese impossível, pois apenas as entidades públicas integrantes da Administração Pública direta
podem criar entidades públicas.
(D) uma sociedade subsidiária, cuja criação depende de prévia autorização por decreto-legislativo.
(E) agência executiva, pois trata-se de entidade com finalidade específica de exercer atividades que
aprimorem o desempenho de empresa estatal.

Comentários

GABARITO: B

Vejamos o que preconizam os incisos XIX e XX do art. 37 da CF/1988:

Art. 37. (…)

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação;

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XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades


mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada;

Assim, as entidades da Administração Pública indireta (com efeito, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista) podem criar entidades subsidiárias para o desempenho de atividades do seu interesse,
sendo que essa criação depende de autorização legislativa.

A assertiva “a” está errada – não há de se falar em parceria público-privada, pois apenas entidades da
Administração Pública estão envolvidas.

A assertiva “b” está correta – o caso narrado seria uma sociedade subsidiária, que dependeria de prévia
autorização por lei para que fosse criada, conforme CF, art. 37, XX.

A assertiva “c” está errada – de acordo com os dispositivos constitucionais trazidos, as entidades da
Administração Pública indireta podem criar entidades públicas subsidiárias.

A assertiva “d” está errada – a criação de sociedade subsidiária depende de autorização legislativa (por lei),
não de autorização por decreto-legislativo.

A assertiva “e” está errada – “Agência Executiva” é uma qualificação (ou seja, não há criação de nova
entidade) conferida pelo Poder Público a autarquias ou fundações públicas que firmem o contrato de gestão
previsto no art. 37, § 8º da CF e possuam um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento
institucional em andamento consoante inciso I do art. 51 da Lei 9.649/1998.

9. No que concerne à organização da Administração Pública, é correto afirmar que


(A) na descentralização por outorga, ocorre a transferência apenas da execução do serviço, permanecendo
a titularidade com a Administração Pública.
(B) na descentralização por delegação, são criadas instituições com personalidade jurídica própria e com
competências específicas, a exemplo das empresas públicas.
(C) os consórcios públicos são dotados de personalidade jurídica própria e integram a Administração Pública.
(D) no fenômeno denominado desconcentração, há uma distribuição interna de competências entre os
órgãos da Administração Pública.
(E) a exemplo da descentralização por outorga e da descentralização por delegação, na descentralização
territorial ocorre a transferência de competências específicas.

Comentários

GABARITO: D

A assertiva “a” está errada – na descentralização por outorga, tanto a execução quanto a titularidade do
serviço prestado são transferidas à pessoa jurídica.

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A assertiva “b” está errada – a definição apresentada diz respeito à descentralização por outorga, em que
são criadas entidades públicas integrantes da Administração Pública indireta (autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista ou fundações).

A assertiva “c” está errada – os consórcios públicos realmente são dotados de personalidade jurídica própria,
mas podem ser pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado. Nesse último caso, a entidade não
integra a Administração Pública – somente os consórcios públicos com personalidade jurídica de direito
público integram a administração indireta, consoante art. 6, § 1º da Lei 11.107/2005:

§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração


indireta de todos os entes da Federação consorciados.

A assertiva “d” está correta – a desconcentração é uma técnica administrativa de distribuição interna de
atribuições, na qual a entidade (seja ela política ou administrativa) se desmembra em órgãos para melhorar
sua organização estrutural com vistas a aprimorar o desempenho.

A assertiva “e” está errada – na descentralização territorial, aquela em que a União cria territórios federais,
ocorre a transferência de competências genéricas, para exercer a totalidade ou a maior parte dos encargos
públicos de interesse da coletividade – funções que normalmente são exercidas pelos Municípios, como
distribuição de água, luz, gás, poder de polícia, proteção à saúde, educação. Nas outras espécies de
descentralização, ocorre a transferência de competências específicas.

10. Sobre as autarquias, assinale a opção incorreta.


a) Seus bens possuem a natureza de bens públicos.
b) De acordo com o STF, a Ordem dos Advogados do Brasil é um serviço independente, não integrante da
Administração Pública.
c) Atualmente, em razão da suspensão cautelar da eficácia do art. 39, caput, da Constituição Federal, o
pessoal das autarquias se submete ao regime celetista.
d) A captura da agência reguladora pelo governo instituidor pode comprometer sua independência.
e) Uma agência reguladora que celebre contrato de gestão com o Poder Público pode vir a ser qualificada
como agência executiva.

Comentários

Questão de dificuldade mediana.

A opção “a” está correta e, por serem públicos, os bens das autarquias gozam das proteções conferidas aos
bens públicos em geral: impenhorabilidade, imprescritibilidade, restrições à alienação etc.

A opção “b” está correta: O STF (ADI 3.026/DF) entende que a OAB é um serviço independente não integrante
da Administração Pública. Uma entidade ímpar, sui generis, que possui algumas características típicas de
uma autarquia (personalidade jurídica de Direito público, desempenho de atividade típica de Estado –
fiscalização do exercício da advocacia, exercendo poder de polícia e poder disciplinar) mas que não se
confunde com um conselho fiscalizador de profissão regulamentada.

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A opção “c” está incorreta: O pessoal das autarquias se submete ao regime jurídico único aplicável aos
servidores da administração indireta, em razão da suspensão cautelar da eficácia do art. 39, caput, da CF,
com redação dada pela EC 19/98, por parte do STF (ADI 2135/DF), que resultou no retorno da vigência da
redação original do dispositivo.

A opção “d” está correta: Um dos objetivos da autonomia conferida às agências reguladoras é diminuir o
risco de captura da agência pelo governo instituidor ou pelos entes regulados, o que poderia comprometer
a independência da agência.

Alguns instrumentos para evitar o risco de captura:

a) estabelecimento de quarentena dos ex-dirigentes das agências reguladora;

b) proibição da ocupação de cargo nos órgãos diretivos da agência reguladora por parte de dirigente de
empresa do setor regulado;

c) mandato fixo dos dirigentes da agência, só havendo sua perda no caso de renúncia, condenação judicial
transitada em julgado, processo administrativo disciplinar ou em outros casos previstos na lei de criação da
agência.

A opção “e” está correta: Nessa situação, a autonomia gerencial, orçamentária e financeira será ampliada,
sendo estabelecidas as metas de desempenho e aplicáveis as disposições previstas no art. 37, § 8º da CF.

Forte abraço!

Túlio Lages

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2013.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constituição e o Supremo. 5. ed. Brasília: STF, Secretaria de
Documentação, 2016.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de direito administrativo. 5. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

PC-CE (Inspetor da Polícia) Passo Estratégico de Direito Administrativo - 2021 (Pós-Edital)


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