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Aula 08

PC-CE (Inspetor e Escrivão de Polícia)


Bizu Estratégico 2021 (Pós-Edital)

Autor:
Arthur Fontes da Silva Jr, Diogo
Times Alves, Leonardo Mathias,
Willian Henrique Daronch, Marcela
Neves Suonski
Aula 08

25 de Junho de 2021
Arthur Fontes da Silva Jr, Diogo Times Alves, Leonardo Mathias, Willian Henrique Daronch, Marcela Neves Suonski
Aula 08

BIZU ESTRATÉGICO – LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE


PC-CE
Fala, pessoal. Tudo certo?

Neste material, trazemos uma seleção de bizus da disciplina de LEGISLAÇÃO PENAL


EXTRAVAGANTE para o concurso da POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ.

O objetivo é proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade aos alunos através
de tópicos do conteúdo programático que possuem as maiores chances de
incidência em prova.

Todos os bizus destinam-se a alunos que já estejam na fase bem final de revisão (que
já estudaram bastante o conteúdo teórico da disciplina e, nos últimos dias, precisam
revisar por algum material bem curto).

Willian Daronch Leonardo Mathias


@willian_daronch @profleomathias

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ANÁLISE ESTATÍSTICA
Galera, vejamos uma análise estatística para sabermos quais são os assuntos mais
exigidos nos concursos policiais, no âmbito da disciplina de Legislação Penal
Extravagante:

Legislação Penal Especial (Foram encontradas 415 questões)


Assunto Quantidade de questões % de cobrança
Decreto-Lei nº 3.688/1941 (Lei das
8 1,17%
Contravenções Penais)
Lei 13.869/2019 (antiga Lei nº
4.898/1965) - Lei de Abuso de 11 1,60%
Autoridade
Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução
21 3,06%
Penal)
Lei nº 7.716/89 (Crimes de Preconceito
14 2,04%
Racial)
Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e
137 19,97%
do Adolescente)
Lei nº 8.072/1990 (Crimes Hediondos) 22 3,21%
Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados
36 5,25%
Especiais)
Lei nº 9.296/1996 (Lei de Interceptação
14 2,04%
Telefônica)
Lei nº 9.455/1997 (Tortura) 27 3,94%
Lei nº 9.503/1997 (Código de Trânsito
34 4,96%
Brasileiro) – Crimes
Lei nº 9.605/1998 (Crimes Ambientais) 53 7,73%

Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) 4 0,58%


Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do
67 9,77%
Desarmamento)
Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) 71 10,35%

Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) 61 8,89%


Lei nº 12.830/2013 (Investigação
criminal conduzida pelo Delegado de 9 1,31%
Polícia)

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Lei nº 12.850/2013 (Lei de Combate às


26 3,79%
Organizações Criminosas)
Lei nº4.737/1965 e alterações
6 0,87%
(Código Eleitoral)
Lei nº8.137/1990 e alterações (Crimes
contra a Ordem Tributária,
4 0,58%
Econômica e outras relações de
consumo)
Lei nº8.078/1990 e alterações (Crimes
1 0,15%
contra as Relações de Consumo)
Lei nº 8.429/1992 e alterações
30 4,37%
(Improbidade Administrativo)
Lei nº12.037/2009 (Identificação
11 1,60%
Criminal do Civilmente Identificado)
Lei nº12.288/2010 (Estatuto
10 1,46%
da Igualdade Racial)
Lei nº9.613/1998 (Lavagem de Capitais) 6 0,87%
Lei nº9.807/1999 (Programa de
2 0,29%
Proteção à Testemunha)
Lei nº10.671/2003 (Estatuto de Defesa
0 0,00%
do Torcedor)
Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa
0 0,00%
com Deficiência)
Lei nº 13.260/2016 (Lei contra o
1 0,15%
Terrorismo)
Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) 0 0,00%
*Análise feita com base em concursos realizados entre 2015 a 2021.

Com essa análise podemos verificar quais são os temas mais cobrados nos concursos
policiais e, com isso, focar nos principais pontos para revisar e detonar na prova!!

Obs1: Em virtude do ínfimo número de questões da banca IDECAN, realizamos uma


análise estatística mais ampla, de forma a abranger as provas da área policial como
um todo, com exceção do cargo de Delegado de Polícia.
Obs2: Algumas das leis acima estão previstas nas disciplinas de Direito Penal e Direito
Processual Penal;
Obs3: Apesar da baixa incidência da Lei 13.869/2019, faremos a abordagem da
mesma, tendo em vista que é uma lei recente, que certamente será objeto de
cobrança;

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Obs4: As Leis nº 7.960/89 (Prisão Temporária) e 8.072/90 (Crimes Hediondos) não serão
abordadas em virtude de sua pequena extensão e cobrança tão simplesmente da
letra da lei.
Obs5: Os tópicos que estão com a cor VERDE não serão abordados, ante a baixa
incidência.

Legislação Penal Extravagante – PC-CE


Assunto Bizus Caderno de Questões
Lei 13.869/2019 (antiga Lei nº 4.898/1965)
- Lei de Abuso de Autoridade 1 http://questo.es/22zmss

Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) 2 http://questo.es/vjmt4u

Lei nº 9.296/1996 (Lei de Interceptação


Telefônica) 3 http://questo.es/ge8ba5

Lei nº 12.850/2013 (Lei de Combate às


Organizações Criminosas) 4e5 http://questo.es/a0kecg

Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do


Desarmamento) 6 http://questo.es/onwmle

Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) 7 http://questo.es/uiea3j

Lei nº 9.503/1997 (Código de Trânsito


Brasileiro) 8 a 16 http://questo.es/qj9zqp

Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do


Adolescente) 17 e 18 http://questo.es/jfq2uc

Lei nº 9.605/1998 (Crimes Ambientais) 19 http://questo.es/na2559

Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados


Especiais) 20 http://questo.es/sg1d1f

Obs: Os cadernos de questões foram montados com questões de bancas diversas,


com questões cobradas na área policial, bem como com Questões Inéditas
elaboradas pela equipe de professores do Sistema de Questões do Estratégia.

Vamos para a nossa missão, futuros(as) Policiais Civis da PC-CE!

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Apresentação

Olá, pessoal. Meu nome é Willian Henrique Daronch e tenho a honra de trazer para
vocês o Bizu Estratégico de Legislação Penal Extravagante, para o concurso da Polícia
Civil do Ceará.

Conclui minha graduação em Direito em


dezembro de 2019, curso que iniciei com o
objetivo de ser Delegado de Polícia Federal.
Ainda durante a faculdade comecei a
estudar para os concursos da área policial, o
que me trouxe alguns excelentes resultados:

 PC-RS (2018): fui classificado para o TAF,


mas fora das vagas;
 PC-PR (2018): aprovado na prova objetiva
e discursiva em 38º lugar;
 DEAP/SC (2019): aprovado na prova
objetiva em 24º lugar.
 XXIX Exame da Ordem: aprovado ainda durante a faculdade.

Mas a saga dos concursos públicos não parou por aí. Ainda sou um concurseiro como
vocês!! Meu foco agora é no cargo de Delegado de Polícia.

Espero que aproveitem o material que preparamos para vocês, o qual foi feito com
foco nos pontos que são mais cobrados em questões.

Bons estudos e sucesso na prova!!

Willian Daronch

@willian_daronch

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O Edital do concurso da Polícia Civil do Ceará (2021), na disciplina de Legislação


Penal Extravagante, contempla os seguintes tópicos:

LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE: 1. Lei 10.826/2003 (Estatuto do


Desarmamento). 2. Lei 7.716/1989 (Crimes resultantes de preconceitos de raça ou
cor). 3. Lei 12.037/09 (Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente
identificado). 4. Lei 12.830/13 (Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo
delegado de polícia. 5. Lei 9.099/1995 e alterações (Juizados Especiais Cíveis e
Criminais). 6. Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha – Violência doméstica e familiar
contra a mulher). 7. Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 8. Lei
10.741/2003 (Estatuto do Idoso). 9. Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro). 10.
Lei 1.521/51 (Crimes contra a economia popular). 11. Lei 8.137/90 (Crimes contra a
ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo). 12. Lei 4.737/1965
(Código Eleitoral). 13. Lei 8.078/1990 (Crimes contra as Relações de Consumo). 14.
Decreto-Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais). 15.
Lei 9.605/1998 (Crimes contra o Meio Ambiente). 16. Lei 9.613/1998 (“Lavagem” de
Capitais ou ocultação de bens, direitos e valores) 17. Lei 9.807/1999
(Programa de Proteção à Testemunha). 18. Lei 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade
Racial). 19. Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 20.
Lei 10.671/2003 (Estatuto de Defesa do Torcedor). 21. Lei nº 13.964/2019 (Pacote
Anticrime). 22. Lei nº 13.260/2016 (Lei contra o Terrorismo).

Abuso de Autoridade – Lei 13.869/2019

1. Ab-rogação da Lei 4.898/65

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 Os crimes previstos na Lei nº 13.869/2019 são próprios, ou seja, só podem


ser praticados por “agentes públicos”, nos termos do art. 2º.
 Embora sejam crimes próprios, os delitos ali previstos admitem a coautoria
e a participação. Isso porque a qualidade de “agente público”, por ser elementar do
tipo, comunica-se aos demais agentes, nos termos do art. 30 do Código Penal, desde
que eles tenham conhecimento dessa condição pessoal do autor.
 Todos os delitos previstos na Lei são dolosos e exigem um elemento
subjetivo especial (especial fim de agir, “dolo específico”) – art. 1º, § 1º.
 A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas
não configura abuso de autoridade.
 Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada
e admitem ação penal privada subsidiária da pública.
 Competência: primeiro se verifica se há foro por prerrogativa previsto na
CF. Sendo a competência do juízo de 1ª instância, se analisa se a competência é da
Justiça Estadual ou Federal. Observe que com a vigência da Lei nº 13.491/2017, a
Justiça Militar também tem competência para julgamento do delito.
 São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o
dano causado pelo crime; II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou
função pública, pelo período de 1 a 5 anos; III - a perda do cargo, do mandato ou da
função pública. Os efeitos previstos em II e III são condicionados à ocorrência de

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reincidência em crime de abuso de autoridade e NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo


ser declarados motivadamente na sentença.

 Leia os crimes (art. 9º a 38).

Tráfico de Drogas – Lei 11.343/2006

2. Dos crimes e das penas

 Art. 28. ADQUIRIR, GUARDAR, TIVER EM DEPÓSITO, TRANSPORTAR OU TROUXER


CONSIGO, PARA CONSUMO PESSOAL.
BIZU: o STF considerou que houve despenalização do crime de porte para uso, mas não
houve descriminalização (HC 275.126/SP)! Mesmo sendo crime, o STJ entende que
a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 NÃO configura
reincidência (STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP; STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP).
Penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à
comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo. As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
pelo prazo máximo de 5 meses (em caso de reincidência, prazo máximo de 10
meses). Prescrevem em 2 anos (NÃO FOI alterado o prazo prescricional pela
mudança no CP)!

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 Art. 33: IMPORTAR, EXPORTAR, REMETER, PREPARAR, PRODUZIR, FABRICAR, ADQUIRIR,


VENDER, EXPOR À VENDA, OFERECER, TER EM DEPÓSITO, TRANSPORTAR, TRAZER
CONSIGO, GUARDAR, PRESCREVER, MINISTRAR, ENTREGAR A CONSUMO OU
FORNECER DROGAS, AINDA QUE GRATUITAMENTE. Pena: 5 a 15 anos pagamento de
500 a 1.500 dias-multa.

 Art. 33, § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga. Detenção,
de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 a 300 dias-multa.

 Art. 33, § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de


seu relacionamento, para juntos a consumirem. Detenção, de 6 meses a 1 ano, e
pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
TRÁFICO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (competência do JECRIM)!

 Art. 33, § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão
ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas
de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se
dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. TRÁFICO
PRIVILEGIADO! Não se considera equiparado a hediondo!
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que
o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao
réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a
combinação de leis. É vedada a combinação de dispositivos de leis diversas,
criando uma terceira norma (lex tertia).

 Art. 35. Associarem-se DUAS OU MAIS PESSOAS para o fim de praticar,


REITERADAMENTE OU NÃO, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 desta Lei. STF e STJ exigem estabilidade e permanência na associação criminosa.

 Art. 36. FINANCIAR OU CUSTEAR a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts.
33, caput e § 1º, e 34 desta Lei. Pena - reclusão, de 8 a 20 anos (a pena mais alta da
lei!) e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa. Para o STJ, para configurar este delito
o agente não deve ter praticado as condutas do art. 33. Havendo praticado,
responderá apenas pelo art. 33 c/c 40, VII, da Lei 11.343/06.

 Art. 38. Prescrever ou ministrar, CULPOSAMENTE, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar. Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e pagamento de 50
a 200 dias-multa.

 Causas de aumento - Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
aumentadas de UM SEXTO A DOIS TERÇOS, se:
 transnacionalidade do delito;

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 prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão


de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
 cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis,
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de
trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões
de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de
drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;
Transporte público: o STF e o STJ entendem que apenas se ficar
demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu interior
incidirá a causa de aumento.
 crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego
de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou
coletiva;
 o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo
40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de
fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a
demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico
interestadual.
 envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem
tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de
entendimento e determinação;
 o agente financiar ou custear a prática do crime.

 Destruição de plantação: serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia


na forma do art. 50-A (art. 32).

 Destruição das drogas:

Destruição da droga
Com prisão em flagrante Sem prisão em flagrante
O Delegado faz a destruição O Delegado faz a destruição de
somente após o juiz determinar. ofício, ou seja, sem determinação do
juiz.
A destruição é feita no prazo máximo A destruição é feita no prazo máximo
de 15 dias contado da de 30 dias contado da data da
determinação do juiz. apreensão.

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 Interrogatório como último ato da audiência: aplica-se o art. 400 do CPP (STF/STJ).

Interceptação Telefônica – Lei 9.296/1996

3. Requisitos e vedações

 A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza,


para prova em investigação criminal e em instrução processual penal dependerá de
ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. A lei também se
aplica à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e
telemática.

INTERCEPTAÇÃO ESCUTA TELEFÔNICA GRAVAÇÃO TELEFÔNICA


TELEFÔNICA

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3ª capta o diálogo sem o 3º capta o diálogo com Um dos interlocutores


conhecimento dos o conhecimento de um capta o diálogo com
interlocutores. dos interlocutores. outrem sem o
conhecimento deste.

 Requisitos: a) haver indícios razoáveis da autoria ou participação em


infração penal; b) a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis (caráter
subsidiário e excepcional); c) o fato investigado constituir infração penal punida com
pena de reclusão.
 A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada:
a) pelo juiz, de ofício; b) a requerimento da autoridade policial, na investigação
criminal; c) a requerimento do representante do Ministério Público, na investigação
criminal e na instrução processual penal.
 Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado
VERBALMENTE, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
O juiz decide no prazo máximo de 24 horas.
 Prazo: quinze dias, renovável por igual tempo (sucessivas vezes).
 A autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação. O
STF e o STJ já entenderam que é possível o acompanhamento por outros órgãos (por
ex., Polícia Militar).
 O Plenário do STF consolidou o entendimento de que não é imprescindível
que a transcrição de interceptações telefônicas seja feita integralmente, salvo nos
casos em que esta for determinada pelo relator do processo.
 O STJ decidiu que as degravações não precisam ser realizadas por peritos
oficiais.
 A prova obtida por força de interceptação telefônica judicialmente
autorizada poderá, a título de prova emprestada, subsidiar denúncia em outro feito
que investigue crime apenado com detenção.
 Vale lembrar! Serendipidade (ou encontro fortuito) de primeiro grau:
quando há conexão ou continência entre novos fatos encontrados (prova tem valor
jurídico e deve ser ponderada pelo juiz como prova válida). Serendipidade de
segundo grau: quando não houver conexão ou continência (prova vale apenas
como notitia criminis).
 Para os procedimentos de interceptação, a autoridade policial poderá
requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.
 Atenção para as alterações incluídas pela Lei 13.964/2019!

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Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo
juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação
ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes;
e
II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em
infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou
em infrações penais conexas.
§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma
de instalação do dispositivo de captação ambiental.
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias,
renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada.
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na
legislação específica para a interceptação telefônica e telemática.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de
informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da
Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina
a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei.
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou
acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial,
quando esta for exigida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores.
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir
determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental
ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial.

Organização Criminosa – Lei 12.850/2013

4. Crimes

 A lei traz o conceito de organização criminosa: a associação de 4 ou mais


pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de

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qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas


sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional.
 Esta Lei se aplica também:
 I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter
ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
 II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a
prática dos atos de terrorismo legalmente definidos.
 Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta
pessoa, organização criminosa (art. 2º). Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais
praticadas.
 As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
criminosa houver emprego de arma de fogo.
 A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou
coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de
execução.
 A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
 I - se há participação de criança ou adolescente;
 II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização
criminosa dessa condição para a prática de infração penal;
 III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em
parte, ao exterior;
 IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras
organizações criminosas independentes;
 V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização.
 Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à investigação ou instrução processual.
 A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário
público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para
o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao
cumprimento da pena.
 Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata
esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao

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Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua
conclusão.
 As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas
à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de
segurança máxima.
 O condenado expressamente em sentença por integrar organização
criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá
progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou
outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a
manutenção do vínculo associativo.

5. Da investigação e dos meios de obtenção da prova

 Colaboração Premiada: o acordo de colaboração premiada é negócio


jurídico processual e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse
públicos. A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente
indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado. Caso não haja
indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidos na negociação
e impedirá o indeferimento posterior sem justa causa.
 Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem
a presença de advogado constituído ou defensor público.
 O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial,
reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por
restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a
investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um
ou mais dos seguintes resultados:
 I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização
criminosa e das infrações penais por eles praticadas;
 II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da
organização criminosa;
 III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da
organização criminosa;
 IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das
infrações penais praticadas pela organização criminosa;
 V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física
preservada.
 Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério
Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial,

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com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz


pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não
tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
 O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração
premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas as prerrogativas do Ministério
Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão
judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que preveem essa possibilidade,
são constitucionais e não ofendem a titularidade da ação penal pública conferida
ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 20/6/2018 (Info 907). Dizer o Direito.
 O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual
período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o
respectivo prazo prescricional.
 O MP poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de
colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento
e o colaborador não for o líder da organização criminosa e for o primeiro a prestar
efetiva colaboração.
 Ação Controlada: consiste em retardar a intervenção policial ou
administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a
medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações. Exige prévia comunicação ao juiz competente que, se for
o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
 Infiltração de Agentes: a infiltração de agentes de polícia em tarefas de
investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério
Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no
curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites. Será admitida a infiltração se
houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º da Lei e se a prova não puder
ser produzida por outros meios disponíveis (subsidiariedade).
 Será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
 A Lei 13.964/19 passou a admitir a ação de agentes de polícia infiltrados
virtuais na internet, com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles
conexos, praticados por organizações criminosas, desde que demonstrada sua
necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos

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das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que


permitam a identificação dessas pessoas (art. 10-A).
 O agente que não guardar, em sua atuação, a devida
proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos
praticados. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente
infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
 Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações: art. 15.
 A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não
poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis
em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela
complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.

Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/2003

6. Crimes

 O objeto jurídico imediato é a segurança coletiva (incolumidade


pública). Os bens jurídicos mediatos são: a incolumidade pessoal, a segurança
individual, patrimônio, liberdade e outros direitos fundamentais.
 Tratam-se de norma penal em branco HETEROGÊNEA, em sentido estrito
ou própria, pois sua complementação está prevista em decreto (Decreto Federal
9.847/2019).
 São crimes de perigo abstrato (pacífico no STF e STJ). Ou seja, a
ofensividade da conduta é presumida na lei, bastando à acusação provar a
realização da conduta.
 Posse irregular de arma de fogo de uso permitido (art. 12). Possuir ou
manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou

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dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o
responsável legal do estabelecimento ou empresa. Pena – detenção, de 1 a 3 anos,
e multa. NÃO constitui crime caso o registro esteja apenas vencido (STJ)!
 Omissão de cautela (art. 13). Deixar de observar as cautelas necessárias
para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência
mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
propriedade. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Nas mesmas penas
incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte
de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório
ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.
 Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14). Portar, deter,
adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
e multa. CONFIGURA o crime mesmo se a arma estiver desmuniciada (STJ)!

 Disparo de arma de fogo (art. 15). Disparar arma de fogo ou acionar


munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
 Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16). Possuir,
deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição de uso RESTRITO, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6
(seis) anos, e multa.
 Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de
arma de fogo ou artefato;

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II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la


equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar
ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido
ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de
qualquer forma, munição ou explosivo.
 Se as condutas descritas no caput e no § 1º do artigo 16 envolverem arma
1
de fogo de uso PROIBIDO, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
STJ: para que haja a condenação pelos crimes de posse ou porte NÃO é
necessário que a arma de fogo tenha sido apreendida e periciada (crimes de
mera conduta ou perigo abstrato). No entanto, se periciada e constatado que
estava inapta a realizar disparos, configura fato atípico.

 Comércio ilegal de arma de fogo (art. 17). Adquirir, alugar, receber,


transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar. Pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa. Mesmo se for comércio
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
 Tráfico internacional de arma de fogo (art. 18). Importar, exportar,
favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de
fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente. Pena -
reclusão, de 8 a 16 anos, e multa. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização
da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
 Devemos lembrar que, a partir da Lei n. 13.964/2019, os seguintes crimes
passaram ser considerados hediondos:
- Crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido;
- Crime de comércio ilegal de armas de fogo;
- Crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição.
 Por essa razão os estes crimes passaram a ser considerados inafiançáveis!

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 Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da METADE se


a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
 Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da
METADE se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts.
6º, 7º e 8º desta Lei ou o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.
 ADIN 3.112-1, o STF declarou inconstitucional a vedação da liberdade
provisória em abstrato.

Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – Lei 11.343/2006

7. Violência de gênero

 Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação


ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual
ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive
as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços
naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
 Violência de gênero é a violência preconceito, tendo como motivação
a opressão à mulher. Afasta a aplicação da Lei 9.099/95, independentemente da
pena.
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação
penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria
da Penha.

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Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao c\rime de lesão corporal


resultante de violência doméstica contra a mulher é pública
incondicionada.
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico
impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos.
Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas.
Súmula 600-STJ: Para configuração da violência doméstica e familiar
prevista no artigo 5º da lei 11.340/2006, lei Maria da Penha, não se exige
a coabitação entre autor e vítima.
b
 A vítima somente pode ser mulher, mas o autor pode ser homem ou
mulher. Quanto ao transexual, há grande divergência e ainda não há
posicionamento dos Tribunais Superiores. Só é aplicável aos crimes dolosos!

 ATENÇÃO especial ao capítulo III: atendimento pela autoridade policial


(art. 10 a 12-C).

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 Medidas protetivas de urgência: art. 18 a 24.

 Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência


previstas nesta Lei (incluído pela Lei nº 13.641/2018). Pena – detenção, de 3 (três)
meses a 2 (dois) anos (art. 24-A).
 A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz
que deferiu as medidas.
 Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá
conceder fiança.
 O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

Crimes do CTB

8. Conceitos iniciais

i. O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) – CTB - estabelece que aos


crimes cometidos na direção de veículos automotores, nele previstos, aplicam-
se subsidiariamente as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
Penal, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
ii. Aquele que pratica homicídio culposo ou lesão corporal culposa na direção
de veículo automotor responde pelo CTB, ainda que esses crimes tenham
ocorrido em vias particulares, uma vez que o CTB, em seus artigos 302 e 303,
nada menciona.

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9. Crimes culposos

10. Infração de trânsito X Crime de trânsito


5

11. Suspensões previstas no CTB

i. Existem dois tipos de suspensão: a suspensão administrativa e a suspensão


penal.
ii. A suspensão é aplicável tanto ao inabilitado quanto ao detentor da
habilitação.
iii. A suspensão administrativa do direito de dirigir será aplicada da seguinte forma:

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iv. Tratando-se da suspensão penal, vejamos:

12. Multas previstas no CTB

13. Crime de Dano vs Crime de Perigo no CTB

i. Crime de dano: é aquele que não se consuma apenas com o perigo, pois é
necessário que ocorra uma efetiva destruição a um bem jurídico penalmente
protegido. Na legislação de trânsito, mais especificamente no capítulo dos
crimes de trânsito, encontramos como crimes de dano apenas os culposos,
previstos nos artigos 302 e 303. São eles os crimes de homicídio culposo e lesão
corporal culposa.
ii. Crime de perigo: é aquele que se consuma com o simples perigo criado para
o bem jurídico. Divide-se em crime de perigo em concreto ou em abstrato. O
crime de perigo concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, deve
ser demonstrada a situação de risco corrida pelo bem juridicamente protegido.
Nos crimes de perigo em abstrato, a situação de perigo não precisa ser

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provada, pois a lei contenta-se com a simples prática da ação que pressupõe
perigosa.

14. Circunstâncias aumentativas e agravantes de pena

i. Vejamos quais são as CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES:

ii. Vejamos quais são as CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENA:

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15. Crimes em espécie

i. Pessoal, é de extrema importância a leitura dos dispositivos de lei do CTB. Recomendo


que você leia ativamente seu código, fazendo grifos e anotações, o maior número de
vezes possível para que consiga memorizar os detalhes do texto legal.

16. Crimes em espécie

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Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990)

17. Ato infracional

 A fase policial da apuração de ato infracional deve ser dividida em duas


situações. Fase policial se houver FLAGRANTE de ato infracional (arts. 172 a 176, ECA):
 1ª etapa – O adolescente é apresentado à autoridade policial (artigo
172). Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e
em se tratando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a
atribuição da repartição especializada, que, após as providências necessárias e,
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
 2ª etapa – Autoridade policial formaliza o flagrante (artigo 173). Em caso
de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça à
pessoa, a autoridade policial deverá:
 I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
 II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
 III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da
materialidade e autoria da infração.
 Nas hipóteses de flagrante sem violência ou grave ameaça à pessoa, a
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada
(BOC).
 3ª etapa – Destinação do adolescente (artigo 174). Formalizada a
situação de flagrante, o delegado tem duas opções: a opção regra é liberar o
adolescente para os pais ou responsáveis, sob compromisso de apresentar o infrator
ao MP (artigo 174, 1ª parte). A opção exceção é não liberar o adolescente, ou seja,
manter o adolescente apreendido se ocorrer a hipótese do artigo 174, 2ª parte.
 Se o delegado não liberou o adolescente, o delegado o apresenta
imediatamente ao MP (artigo 175, caput). Se não for possível apresentação imediata
ao MP, o delegado encaminha o adolescente à entidade de atendimento. E a
entidade de atendimento em 24 horas apresenta o adolescente ao MP. Se não for
possível apresentar ao MP e não houver entidade de atendimento na cidade, o
delegado mantém por até 24 horas o adolescente apreendido (artigo 175, § 2º). O
adolescente fica apreendido em repartição policial especializada para menores ou,
se não houver, fica em repartição especial comum separado dos maiores.
 Fase policial se NÃO houver flagrante de ato infracional (artigo 177):
 Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de
adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará
ao representante do Ministério Público relatório das investigações e demais
documentos (Art. 177).

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18. Crimes

 Os crimes dos art. 228 e 229 são os únicos que trazem hipóteses de crimes
culposos.
 Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento (Art. 232). Pena - detenção de seis meses
a dois anos.
 Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda
em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto (art.
237). Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
 Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante
paga ou recompensa (art. 238). Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. Incide
nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
==14b95d==

 Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança


ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o
fito de obter lucro (art. 239). Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. Se há
emprego de violência, grave ameaça ou fraude, reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos,
além da pena correspondente à violência.
O artigo 239 do ECA revogou tacitamente o artigo 245, § 2º, do CP (Nucci).
 Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
art. 240). Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
 Importante!!! Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou
adolescente em poses nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais,
ainda que cobertos por peças de roupas, e incontroversa finalidade sexual e
libidinosa, adequam-se, respectivamente, aos tipos do art. 240 e 241-B do ECA. STJ. 6ª
Turma. REsp 1.543.267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/12/2015
(Info 577).
 Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente (art. 241). Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
 Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia,
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente (art. 214-A). Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
anos, e multa.
 Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou
outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente (art. 241-B). Pena – reclusão, de 1 (um) a 4

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(quatro) anos, e multa. A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de


pequena quantidade o material.
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em
disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou
adolescente [artigos 241, 241-A e 241-B da Lei 8.069/1990] quando praticados
por meio da rede mundial de computadores. STF. Plenário. RE 628624/MG
(repercussão geral) (Info 805).
 Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo
explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual (art. 241-C). Pena
– reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
 Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso (art. 241-D). Pena
– reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
 Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo
explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais (art.
241-E – norma penal explicativa).
 Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer
forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo (art. 242). Pena -
reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. Esse crime permanece vigente no caso das armas
brancas. Quanto ao restante, foi revogado pelo artigo 16, parágrafo único, V, do
Estatuto do Desarmamento.
 Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente,
de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa
causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica (art. 243). Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
não constitui crime mais grave. Se essa substância que causa dependência for droga,
constante da Portaria 344/98 SVS/MS, haverá crime previsto na Lei 11.343/06.
 Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer
forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles
que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico
em caso de utilização indevida (art. 244). Pena - detenção de seis meses a dois anos,
e multa.
 O art. 218-B do Código Penal, instituído pela Lei 12.015/2009, revogou
tacitamente o crime anteriormente definido no art. 244-A da Lei 8.069/1990.
 Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com
ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la (art. 244-B). Pena - reclusão,

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de 1 (um) a 4 (quatro) anos. As penas previstas são aumentadas de um terço no caso


de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei nº 8.072/1990.
 Súmula 500-STJ: A configuração do crime do art. 244-B do ECA
independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito
formal
 Observe o tema recentemente adicionado ao ECA: a Infiltração de
Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
Criança e de Adolescente (arts. 190-A a 190-E). Leia os dispositivos!!!
 Observe também a alteração trazida pela Lei 13.869/19: quem mantém,
na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em
ambiente inadequado, está sujeito a pena de 1 a 4 anos de detenção e multa (art.
21, parágrafo único).

Crimes contra o Meio Ambiente (Lei 9.605/1998)

19. Crimes

 É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos


ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física
que agia em seu nome. A jurisprudência não adota mais a chamada teoria da “dupla
imputação” (STJ/STF).
 Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do
meio ambiente (art. 4º).
 Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada.
 Penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade;
interdição temporária de direitos; suspensão parcial ou total de atividades; prestação
pecuniária; recolhimento domiciliar.
 Atenuantes de pena: I - baixo grau de instrução ou escolaridade do
agente; II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; III -
comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; IV -
colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
 Agravantes de pena: I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II
- ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária, b) coagindo
outrem para a execução material da infração, c) afetando ou expondo a perigo, de
maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente, d) concorrendo para danos à
propriedade alheia, e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas,
por ato do Poder Público, a regime especial de uso, f) atingindo áreas urbanas ou

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quaisquer assentamentos humanos, g) em período de defeso à fauna, h) em domingos


ou feriados, i) à noite, j) em épocas de seca ou inundações, l) no interior do espaço
territorial especialmente protegido, m) com o emprego de métodos cruéis para abate
ou captura de animais, n) mediante fraude ou abuso de confiança, o) mediante
abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental, p) no interesse de
pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada
por incentivos fiscais, q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais
das autoridades competentes, r) facilitada por funcionário público no exercício de
suas funções.
 A suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos
 O art. 54, 1ª parte, possui natureza formal, não exigindo perícia (STJ).
 O art. 56, caput, é de perigo abstrato e dispensa prova pericial (STJ).

Lei dos Juizados Especiais (Lei 9.099/95)

20. JECRIM

 Competência para julgamento das infrações penais de menor potencial


ofensivo (IMPO): contravenções penais e crimes cuja pena máxima não seja superior
a dois anos. São levadas em consideração as causas de aumento ou diminuição,
qualificadoras
 Jurisdição consensual: busca o consenso na solução.
 Princípios: oralidade, informalidade, simplicidade, economia processual e
celeridade.
 A competência é determinada pelo lugar em que foi PRATICADA A
INFRAÇÃO PENAL. Foi adotada a teoria da ATIVIDADE ( art. 63).
 Fase Preliminar: tomando ciência da ocorrência de uma IMPO, a
autoridade policial lavrará o termo circunstanciado. Não se imporá a prisão em
flagrante, se o autor do fato se comprometer a comparecer ao juizado. Caso o autor
não se comprometa, é lavrado o auto de prisão em flagrante, mas a autoridade
policial poderá estabelecer fiança.
 Composição Civil de Danos (art. 72 a 75): realizada na audiência
preliminar. Presente o MP, autor do fato, vítima, Juiz (ou conciliador) e advogados.
Obtida a composição civil dos danos causados, o Juiz a homologará por sentença,
que será IRRECORRÍVEL.
 Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal
pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia

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ao direito de queixa ou representação. Quanto à ação penal pública


incondicionada, a celebração do acordo não acarretará a extinção da punibilidade,
servindo somente para antecipação do valor da indenização.
 Transação Penal (art. 76): quando não é realizada a composição civil dos
danos. Exige representação ou queixa do ofendido, se necessário. Não pode ser caso
de arquivamento. É proposta pelo MP. O acusado não pode ter sido condenado
definitivamente por outro crime, a pena privativa de liberdade, não pode ter sido
beneficiado pela transação penal anteriormente, no prazo de 5 anos, e os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias, devem demonstrar ser necessária e suficiente a adoção da
medida. Em face dessa decisão caberá Apelação, no prazo de 10 dias.
 Lembre-se: a homologação da transação penal prevista no artigo 76 da
Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-
se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da
persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito
policial (súmula vinculante 35, STF).
 Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri,
decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os
institutos da transação penal e da composição dos danos civis.
 Suspensão Condicional do Processo (art. 89): é cabível nos crimes cuja
pena mínima cominada seja igual ou inferior a 01 ano, abrangidas ou não pela Lei
9.099/95. É oferecida pelo MP, desde que o acusado: não esteja sendo processado,
não tenha sido condenado por outro crime e que estejam presentes outros requisitos
legais. Período de prova dura de 02 a 04 anos.
 Sob as seguintes condições: reparação do dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo; proibição de frequentar determinados lugares; proibição de ausentar-se da
comarca, sem autorização do juiz; comparecimento mensal em juízo. Juiz pode
especificar outras condições.
 A suspensão SERÁ revogada: se, no curso, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime; se não efetuar, sem justo motivo, a reparação do dano.
 A suspensão PODERÁ ser revogada: se, no curso, o beneficiário vier a ser
processado por outra contravenção; se descumprir qualquer condição imposta.
 Expirado o prazo sem revogação, a pena será extinta.
 Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do
processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo,
remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do
Código de Processo Penal (súmula 696, STF).

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 Não se admite a suspensão condicional do processo por crime


continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento
mínimo de um sexto for superior a um ano (súmula 723 do STF).

Vamos ficando por aqui.


Esperamos que tenha gostado do nosso Bizu!
Bons estudos!

Willian Daronch Leonardo Mathias


@willian_daronch @profleomathias

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