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Apostila de
ELETRICIDADE
Módulo I
2ª Edição
Princípios básicos
Circuitos em CC
Análise de circuitos
FICHA CATALOGRÁFICA
2. ed. Silva, Jaques Jonas Santos, 1971
Índice
Capítulo 1 NATUREZA DA ELETRICIDADE, 7
Eletricidade – Módulo I 7
Colégio Agulhas Negras
8 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
A matéria é formada por átomos, que por sua vez são formados por um núcleo contendo
prótons e nêutrons, e uma eletrosfera, onde elétrons orbitam em camadas ao redor do núcleo.
Segundo Bohr, o átomo teria a seguinte estrutura1:
Prótons
Núcleo
Nêutrons
Elétrons
Os prótons possuem carga elétrica positiva, os elétrons possuem carga elétrica negativa, e os
nêutrons não possuem carga elétrica (são neutros).
+ Prótons
_ Elétrons
1
Com os avanços da física, sabe-se hoje que a estrutura atômica é muito mais complexa do que o modelo proposto
por Bohr, porém o modelo de Bohr, pela sua simplicidade, é mais adequado aos nossos objetivos.
Eletricidade – Módulo I 9
Colégio Agulhas Negras
Condutores Isolantes
Cobre Vidro
Ouro Cerâmica
Prata Madeira
Alumínio Plástico
Água salgada Borracha
1.2 Corrente elétrica: a corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas elétricas através de
um condutor. As cargas podem ser positivas (íons carregados positivamente) ou negativas (íons
carregados negativamente ou elétrons). Apenas elétrons podem se movimentar através de
condutores sólidos (cobre, prata, ferro, etc.).
O sentido do movimento de elétrons através de um condutor é chamado de sentido real da
corrente. O sentido contrário ao movimento dos elétrons é chamado de sentido convencional da
corrente (pois foi estabelecido através de uma convenção), e é este sentido que iremos utilizar
daqui em diante.
Sentido real
_ _ _ _
_ _ _ _
Sentido convencional
Q
i= (equação 1.1)
∆t
Onde:
i = intensidade da corrente elétrica, em Ampères (A);
Q = quantidade de carga que passa pela seção transversal do condutor, em Coulombs (C);
∆t = intervalo de tempo, em segundos (s).
Exemplo:
a) Uma carga de 30C passa pela seção transversal de um fio de cobre a cada 3s. Determine a
intensidade da corrente i que atravessa o condutor.
Solução:
Q = 30C
∆t = 3s
Q 30
i= =
∆t 3
i = 10A
10 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
b) Determine o tempo em segundos que uma carga de 100C leva para atravessar a seção
transversal de um fio de alumínio por onde percorre uma corrente com intensidade de 2A.
Solução:
Q = 100C
i = 2A
Q
i=
∆t
Q 100
∆t = =
i 2
i = 50s
c) Qual a quantidade de carga que passa em 1min pela seção transversal de um fio de ouro
percorrido por uma corrente de 10A?
Solução:
∆t = 1min = 60s
i = 10A
Q
i=
∆t
Q = ∆t × i = 60 × 10
i = 600C
d) Um fio de prata é percorrido por uma corrente elétrica que varia no tempo conforme o gráfico
mostrado abaixo:
i(A)
2 4 12 15 17 t(s)
Determine a quantidade de carga que atravessa o a seção transversal do fio entre os instantes
t = 0s e t = 17s.
Solução:
A área sob o gráfico nos fornece a quantidade de carga. Assim, dividimos a figura em figuras
mais simples, calculamos a área de cada figura e a soma de todas as áreas menores nos dará a
carga total.
Eletricidade – Módulo I 11
Colégio Agulhas Negras
i(A)
3
A1
2 A3
A2 A4
1
A5
2 4 12 15 17 t(s)
Q = A1 + A2 + A3 + A4 + A5 = 1 + 4 + 16 + 3 + 17
Q = 41C
12 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
1.3.1 Uma carga de 120C passa pela seção transversal de um fio de cobre a cada 2min.
Determine a intensidade da corrente i que atravessa o condutor.
1.3.2 Determine o intervalo de tempo ∆t em minutos que uma carga de 600C leva para atravessar
a seção transversal de um fio de alumínio por onde percorre uma corrente c/ intensidade de 5A.
1.3.3 Qual a quantidade de carga Q que passa em 10min pela seção transversal de um fio de ouro
percorrido por uma corrente de 1A?
1.3.4 Qual a intensidade da corrente i que atravessa um condutor de aço em cuja seção
transversal passa uma carga de 180C a cada 3s?
1.3.5 Um fio de cobre é percorrido por uma corrente elétrica que varia no tempo conforme o
gráfico mostrado abaixo:
i(A)
15
10
1 2 7 9 10 t(s)
Eletricidade – Módulo I 13
Colégio Agulhas Negras
Imaginemos duas caixa d’água em níveis diferentes conectadas por uma tubulação com
um registro, como na figura abaixo:
T B
O que acontecerá quando o registro for aberto? A água escoará da caixa d’água A para a caixa
d’água B, porque a caixa d’água A está num nível mais alto, ou em outras palavras, tem uma
energia potencial maior.
Da mesma forma que caixas d’água podem armazenar água, diversos materiais podem
armazenar cargas elétricas. Relembrando o capítulo anterior, vamos supor um átomo que
contenha 3 prótons e 3 nêutrons em seu núcleo, e 3 elétrons orbitando ao redor do núcleo. A
carga elétrica total deste átomo será 0 (zero), ou então dizemos que o átomo encontra-se em
estado neutro, pois as três cargas positivas (prótons) anulam as três cargas negativas (elétrons):
e 3 prótons carga: +3
3P 3 nêutrons carga: 0
3N 3 elétrons carga: –3
e
Carga total: 0
e
e
3 prótons carga: +3
3P 3 nêutrons carga: 0
3N 4 elétrons carga: –4
e
Carga total: –1
e
14 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Exemplo: Um corpo A possui um potencial elétrico de 10V, enquanto que um corpo B possui
um potencial elétrico de –6V.Qual a diferença de potencial (ddp) entre A e B e entre B e A?
Observe que VAB e VBA tem o mesmo módulo, diferindo apenas pelo sinal.
Quando dois corpos em potenciais elétricos diferentes são ligados por um condutor, flui
entre eles uma corrente elétrica (lembre da analogia com as caixas d’água), razão pela qual a ddp
é também chamada de força eletromotriz (ou fem), porque faz com que cargas elétricas se
movimentem. É importante observar que a corrente sempre flui do potencial maior para o
potencial menor (sentido convencional da corrente).
A fem pode ser obtida por um gerador de fem, que é um dispositivo que transforma uma
força qualquer em fem.
Exemplos:
Dispositivo
de controle
i
+
Receptor
G
_
Eletricidade – Módulo I 15
Colégio Agulhas Negras
Interruptor
o o
G Lâmpada
Enquanto o interruptor estiver aberto, corrente nenhuma fluirá pelo circuito, e a lâmpada
permanecerá apagada. Ao fechar o interruptor, a corrente fluirá pela lâmpada e ela se acenderá,
realizando sua função que é iluminar.
2.2 Característica elétrica do receptor: a característica elétrica do receptor é a forma com que
o receptor responde às variações de tensão em seus terminais. No circuito abaixo, por exemplo,
A é um amperímetro (aparelho que mede a intensidade da corrente), e V é um voltímetro
(aparelho que mede a diferença de potencial, ou tensão). Se fizermos variar a tensão do gerador,
iremos anotar para cada valor lido no voltímetro um determinado valor da intensidade da
corrente lida no amperímetro:
A Tensão Corrente
0V 0A
+ i 10V 1A
Gerador Receptor V 20V 2A
- 30V 3A
40V 4A
Se traçarmos um gráfico da tensão em relação à corrente para o circuito acima, teremos como
resultado uma reta, ou uma função linear, motivo pelo qual dizemos que o receptor tem
característica elétrica linear.
v(V)
40
30
20
10
θ
1 2 3 4 i(A)
Observe que a reta faz um ângulo θ com o eixo V. A tangente deste ângulo é a resistividade
característica do receptor, ou resistência elétrica. A resistência elétrica é medida em Ohms (Ω).
Para o circuito acima, por exemplo:
16 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
v(V)
40
tg θ = 40 = 10
4
θ
4 i(A)
Símbolos:
ou
Se a curva i x V não for uma reta, o receptor é chamado de não-linear. Receptores não-lineares,
apesar de terem importância na eletrônica, não obedecem a algumas das leis que estudaremos, e
por isso não nos interessam no momento.
Exemplos:
V V V
(v) (v) (v)
i i i
Eletricidade – Módulo I 17
Colégio Agulhas Negras
2.3.1 Um corpo A possui um potencial elétrico de -20V, enquanto que um corpo B possui um
potencial elétrico de 8V.Qual a diferença de potencial (ddp) entre A e B e entre B e A?
2.3.2 Um corpo C possui um potencial elétrico de 100V, enquanto que um corpo D possui um
potencial elétrico de 80V.Qual a ddp entre C e D e entre D e C?
2.3.3 Um corpo E possui um potencial elétrico de 35V, enquanto que um corpo F possui um
potencial elétrico de 35V.Qual a ddp entre E e F e entre F e E?
v(V)
80
60
40
20
θ
4 8 12 16 i(A)
2.3.5 O gráfico abaixo mostra a curva característica de um receptor com resistência elétrica igual
a 25Ω. Para o ponto V = 100V, determine a corrente ix correspondente.
v(V)
100
θ
ix i(A)
18 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
As Leis de Ohm foram propostas pelo cientista alemão George Ohm, e relacionam as
variações de tensão e corrente em receptores lineares, além da resistividade de condutores em
função de suas características geométricas.
3.1 Primeira Lei de Ohm: Como já visto anteriormente que os receptores lineares respondem
linearmente às variações de tensão aplicada aos seus terminais, ou seja, a corrente que percorre
este tipo de receptor é proporcional à tensão aplicada. Do gráfico abaixo, vemos que a curva
característica para os receptores lineares é uma reta. Então a constante de proporcionalidade é a
tangete do ângulo que a reta faz com o eixo horizontal, o que foi definido como resistência
elétrica (R).
v(V)
40
θ
4 i(A)
onde V é a tensão em Volts (V), R é a resistência elétrica em Ohms (Ω) e i é a corrente elétrica
em Ampères (A). Esta equação é a primeira Lei de Ohm, e por este motivo os receptores que
obedecem à esta lei (os receptores lineares) também são chamados de receptores ôhmicos.
Exemplo:
a) Uma resistência de 20Ω é percorrida por uma corrente de 3A. Calcule a tensão aplicada à esta
resistência.
Solução:
R = 20Ω
i = 3A
V=?
Eletricidade – Módulo I 19
Colégio Agulhas Negras
V = R × i = 20 × 3
V = 60V
b) Uma tensão de 24V é aplicada a uma resistência de 40Ω. Calcule a corrente que percorre esta
resistência.
Solução:
V= 24V
R = 40Ω
i = ?
V = R×i
V 24
i= =
R 40
i = 0,6A
c) Uma resistência R submetida à uma tensão de 36V é percorrida por uma corrente de 1,2A.
Calcule o valor da resistência R.
Solução:
V= 36V
i = 1,2A
R=?
V = R×i
V 36
R= =
i 1,2
i = 30Ω
V
R I
Cada vez que desejarmos conhecer o valor de alguma grandeza, bastará cobrí-la no triângulo
para conhecer a relação entre as duas grandezas restantes. Por exemplo, se desejarmos conhecer
o valor da resistência R, cobrimos com o dedo a letra R no triângulo (veja a figura abaixo).
20 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
V
R=
i
V V = R×i
i=
R
Exemplo:
d) Para o circuito abaixo, calcule o valor da corrente i.
50V i 20Ω
Solução:
R = 20Ω
V= 50V
i = 3A
V 50
i= =
R 20
i = 2,5A
3.1 Segunda Lei de Ohm: A segunda Lei de Ohm relaciona a resistividade dos materiais com
suas características geométricas de forma a definir a resistência elétrica de um corpo.
A resistividade é uma característica inerente a cada material, é representada pela letra
grega ρ (rô) e é expressa em ohm x metro (Ω.m). Abaixo, temos uma tabela com os valores da
resistividade de alguns materiais:
Eletricidade – Módulo I 21
Colégio Agulhas Negras
Ou, matematicamente:
L
R=ρ (equação 3.2)
A
Onde:
R = resistência elétrica, em Ohms (Ω);
ρ = resistividade do material, em Ohms.m (Ω.m)
L = comprimento do condutor, em metros (m)
A = área da secção transversal, em metros quadrados (m2)
D A
2
D
A =π × r =π ×
2
2
πD 2
A=
4
Exemplo:
a) Calcule a resistência de um condutor de cobre com área da secção transversal de 5.10-7 m2 e
comprimento de 100 m.
Solução:
Resistividade do cobre: ρ = 1,7.10-8 Ω.m (ver tabela)
2
L 100 − 8 1.10
R=ρ = 1,7.10 −8. −7
= 1,7. 10 . −7
= 1,7.10 −8.0,2.10 9
A 5.10 5.10
R = 0,34.10 1
R = 3,4Ω
22 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Solução:
Primeiramente, calculamos a área da secção transversal deste fio:
D = 0,2mm = 0,2.10-3 m
πD 2 3,14.(0,2.10 −3 )
2
A= =
4 4
−8
A = 3,14.10 m 2
L 30
R=ρ = 10,8.10 −8. −8
= 10,8.10 −8.9,55.10 8
A 3,14.10
R = 103Ω
V 1,5
i= =
R 103
i = 0,015A ou
i = 15mA
Eletricidade – Módulo I 23
Colégio Agulhas Negras
3.3.1 Um resistor 20Ω é percorrido por uma corrente de 3A. Calcule a tensão à qual o resistor
está submetido.
3.3.2 Um resistor submetido à uma tensão de 100V é percorrido por uma corrente de 0,5A.
Calcule a resistência deste resistor.
3.3.3 Um resistor de 50Ω é submetido à uma tensão de 30V. Calcule o valor da intensidade da
corrente que o percorre.
3.3.4 Um condutor de cobre tem seção circular com diâmetro de 5mm e comprimento de 2m.
Calcule o valor da resistência deste condutor, em Ohms.
3.3.5 Um condutor de ferro tem seção transversal quadrada de lado igual a 1mm e
comprimento igual a 100m. Os terminais do condutor estão ligados à uma fonte de tensão com
V = 12V. Calcule o valor da corrente elétrica que percorre o condutor.
24 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Até aqui lidamos apenas com circuitos onde apenas um resistor estava presente. Mas
existem situações em que mais resistores estão presentes em um circuito. Estas situações são
bastante freqüentes, e nestes casos, dizemos que os resistores estão associados. São três as
formas nas quais os resistores podem estar associados:
associação em série;
associação em paralelo;
associação mista.
A partir de agora, veremos como proceder em circuitos nos quais dois ou mais resistores
estão associados.
R1
V i R2
R3
Como cada um dos resistores R1, R2 e R3 são percorridos pela mesma corrente i, as tensões sobre
casda resistor serão dadas, conforme a primeira lei de Ohm, pelas seguintes expressões:
Observa-se ainda no circuito acima que a soma das tensões em cada resistor será igual à tensão
da fonte, e desta forma podemos escrever a seguinte expressão:
Eletricidade – Módulo I 25
Colégio Agulhas Negras
V = V R1 + V R 2 + V R 3
V = (i × R1 ) + (i × R2 ) + (i × R3 )
V = i (R1 + R2 + R3 ) (equação 4.4)
V Requ
V
i=
Requ
V i (R1 + R2 + R3 )
=
i i
V
= R1 + R2 + R3 , então :
i
Requ = R1 + R2 + R3 (equação 4.6)
10Ω
48V i 5Ω
9Ω
26 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Requ = R1 + R2 + R3
Requ = 10 + 5 + 9
Requ = 24Ω
V 48
i= =
Requ 24
i = 2A
4.1.1 Divisores de tensão: O circuito abaixo, composto por 2 resistores (ou mais) em série
ligados à uma fonte de tensão é também chamado de divisor de tensão, pois nele a tensão V da
fonte é dividida proporcionalmente entre os resistores:
R1
V i
R2
Requ = R1 + R2
V V
i= = (equação 4.7)
Requ R1 + R2
Conforme a primeira Lei de Ohm, a tensão sobre cada resistor será dada por:
VR1 = i × R1
V R 2 = i × R2
V
R1
V R1 = R1 V R1 =V (equação 4.8)
R1 + R 2 R1 + R 2
V R2
=
=V
R1 + R 2 R1 + R 2
Eletricidade – Módulo I 27
Colégio Agulhas Negras
As expresões acima permitem calcular a tensão sobre cada resistor sem que se tenha a
necessidade de conhecer a intensidade da corrente i que percorre cada resistor. As expressões
podem ser estendidas para quantos resistores existirem no circuito. Por exemplo, numa
associação de 10 resistores em série, se quisermos calcular a tensão sobre o resistor R6, basta
dividirmos o valor do resistor R6 pela soma dos valores de todos os 10 resistores, e multiplicar o
resultado pelo valor da tensão da fonte. De forma geral, numa associação em série de n
resistores, a tensão em um resistor k será dada por:
Rk
V Rk =V (equação 4.10)
R1 + R 2 + ... + R n
10Ω
5Ω
i
15V
7Ω
8Ω
Solução: O circuito acima é um divisor de tensão, de forma que a tensão sobre o resistor de 7Ω
pode ser calculada por:
R3
=V
V R3
R1 + R 2 + R 3 + R 4
7
= 15
V R3
10 + 5 + 7 + 8
7 7
= 15 =
V R3
30 2
V R3 = 3,5 V
V i1 R1 R2 i3 R3
i2
28 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Sendo que cada um dos resistores R1, R2 e R3 estão submetidos à mesma tensão V, as
intensidades das correntes i1, i2 e i3 serão dadas, conforme a primeira lei de Ohm, pelas seguintes
expressões:
V
i1 = (equação 4.11)
R1
V
i2 = (equação 4.12)
R2
V
i3 = (equação 4.13)
R2
Observa-se ainda no circuito acima que a intensidade da corrente i será a soma das intensidades
das correntes i1, i2 e i3, e desta forma podemos escrever a seguinte expressão:
i = i1 + i 2 + i3 (equação 4.14)
V Requ
Para este circuito, a corrente i é dada, conforme a primeira Lei de Ohm, por:
V
i= (equação 4.15)
Requ
V V V V
= + + (equação 4.16)
Requ R1 R2 R3
1 1
1 1
=V + +
V (equação 4.17)
Requ R1 R2 R3
Então:
1 1 1 1
= + + (equação 4.18)
Requ R1 R2 R3
Eletricidade – Módulo I 29
Colégio Agulhas Negras
V
i=
Requ
100
i=
10
i = 10A
30 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Observe que todos os resistores da associação tem o mesmo valor, ou seja 90Ω. Observe ainda
que a associação é composta por 3 resistores, de forma que a resistência equivalente será dada
por:
R 90
Requ = = = 30Ω
n 3
R1 × R2
Requ = (equação 4.19)
R1 + R2
Como a associação é composta por apenas 2 resistores, pode-se usar a equação 4.19:
R1 × R2 60 × 15
Requ = =
R1 + R2 60 + 15
900
Requ =
75
Requ = 12Ω
4.2.2 Divisores de corrente: O circuito abaixo, composto por 2 resistores em paralelo ligados à
uma fonte de tensão é também chamado de divisor de corrente, pois nele observa-se que a
corrente i é dividida em duas correntes i1 e i2.
V i1 R1 i2 R2
A resistência equivalente para o circuito acima será dada por (ver dica prática no 2):
Eletricidade – Módulo I 31
Colégio Agulhas Negras
R1 × R2
Requ =
R1 + R2
V V
i= =
Requ R1 × R2
R1 + R 2
R × R2
"
V =i 1
#$%
(equação 4.20)
#
R1 + R2
!
Como já visto, a tensão sobre cada resistor na associação é igual à tensão V da fonte. Conforme a
primeira Lei de Ohm, a tensão sobre cada resistor é dada por:
V = i1 × R1 (equação 4.21)
V = i 2 × R2 (equação 4.22)
Igualando-se as equações 4.20 e 4.21, pode-se achar uma expressão para i1:
R × R2 R1 × R 2
( (
i1 × R 1 = i 1 i1 = i × R1
) & ) &
R1 + R 2 R1 + R 2
' '
)*+
R2 &
i1 = i (equação 4.23)
) &
R1 + R 2
'
Igualando-se as equações 4.20 e 4.22, pode-se achar uma expressão para i2:
R × R2 R1 × R 2
/ /
012 - 012 -
i2 × R2 = i 1 i2 = i × R 2
0 - 0 -
R1 + R 2 R1 + R 2
. .
R1012 -
i2 = i (equação 4.24)
0 -
R1 + R 2
.
Observação: Estas expressões só são válidas para um divisor de corrente composto por 2
resistores.
5A
V 60Ω
i1 i2 15Ω
Solução: O circuito acima é um divisor de corrente, de forma que as correntes i1 e i2 podem ser
calculadas através das equações 4.23 e 4.24:
32 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
6 6 6
R2 15 15 1
i1 = i =5 =5 =5
9
7 4
7 4
R1 + R2 60 + 15
5 5 5
75 5
5
i1 = 1A
6 6 6
R1 60 60 4
i2 = i =5 =5 =5
9
7 4
7 4
R1 + R2 60 + 15
5 5 5
75 5
i 2 = 4A
Note que para calcular as correntes i1 e i2 não é necessário conhecer o valor da tensão da fonte.
4.3 Associação mista de resistores: Em alguns casos, podemos ter em um mesmo circuito,
resistores associados em paralelo e em série. Nestes casos, dizemos que a associação é mista.
Observe o circuito abaixo:
R1
i1
V i2 R2 R3
i3
R1
i1
V iRequ1 Requ1
Sendo que Requ1 e R1 estão associados em série, pode-se dizer que as correntes i1 e iRequ1 terão a
mesma intensidade:
i1 = i Re qu1
Requ 2 = R1 + Requ1
Assim sendo, a corrente i1 será dada, de acordo com a primeira Lei de Ohm, por:
Eletricidade – Módulo I 33
Colégio Agulhas Negras
V
i1 =
Requ 2
Calculado i1, pode-se determinar as intensidades das correntes i2 e i3 através das fórmulas do
divisor de corrente:
<
R3
=>? :
i2 = i
= :
R 2 + R3
;
<
=>?
R2 :
i3 = i
= :
R 2 + R3
;
Exemplo:
a) Calcular as correntes i1, i2 e i3 para o circuito abaixo:
8Ω
i1
100V 15Ω
i2 i3 60Ω
Solução: O circuito acima apresenta uma associação mista. Associando-se os resistores de 15Ω e
60Ω, obtemos:
15 × 60 900
Requ1 = =
15 + 60 75
Requ1 = 12Ω
Requ 2 = R1 + Requ1
Requ 2 = 8 + 12
Requ 2 = 20Ω
V
i1 =
Requ 2
100
i1 =
20
i1 = 5 A
34 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
B B B
R3 60 60 4
i2 = i1 =5 =5 =5
EC @
C @
R2 + R3 15 + 60
A A A
75 5
A
i2 = 4 A
B
B B B
R2 15 15 1
i3 = i1 =5 =5 =5
EC @
C @
R2 + R3 15 + 60
A A A
75 5
A
i3 = 1 A
25Ω
15Ω
30 × 15 450
Requ1 = =
30 + 15 45
Requ1 = 10Ω
25Ω
100V 10Ω
15Ω
Os resistores de 25Ω, 10Ω e 15Ω, formam um divisor de tensão, de forma que a tensão sobre o
resistor de 15Ω pode ser calculado como se segue abaixo:
H H H
15 15 3
= 100 = 100 = 100
IJK F IJK F IJK F
VR 4
25 + 10 + 15
G G G
50 10
VR 4 = 30V
Eletricidade – Módulo I 35
Colégio Agulhas Negras
.
A 15Ω
V 30Ω 15Ω
.B 25Ω
16Ω
48V 12Ω
8Ω
12A
V 15Ω 60Ω
45Ω
8Ω
36V 3Ω 6Ω
2Ω
36 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
8Ω
20Ω
Eletricidade – Módulo I 37
Colégio Agulhas Negras
Para que se entenda o que é potência, precisamos primeiro definir o que é trabalho. Em
termos gerais, trabalho é a quantidade de energia necessária para que se realize alguma ação. Por
exemplo, para se deslocar um peso de um ponto A para um ponto B, é necessário que se aplique
uma força ao peso ao longo de uma distância d, que é a distância entre os pontos A e B (veja a
figura abaixo):
A B
d
A quantidade de energia necessária para deslocar o peso é proporcional à distância d que o peso
é deslocado, ou seja, quanto maior a distância, maior a quantidade de energia necessária, ou em
outras palavras, maior é o trabalho necessário para se deslocar o peso. O trabalho é medido em
Joules (J), e é representado pela letra grega τ ( táu).
Agora imagine que para se deslocar o peso da figura acima por uma distância d um
indivíduo X leve 3 segundos, enquanto um indivíduo Y leve 1 segundo para realizar a mesma
tarefa. A quantidade de trabalho realizado por ambos é a mesma, já que temos o mesmo peso
deslocado à mesma distância. O que difere então um indivíduo do outro, de forma que Y faça o
mesmo trabalho num tempo menor que X? A resposta é a potência. Pode-se dizer que o
indivíduo Y exerce uma potência maior que o indivíduo X, pois é capaz de realizar uma certa
quantidade de trabalho em um tempo menor. Em termos matemáticos, dizemos que a potência é
a taxa de realização de trabalho por intervalo de tempo, ou seja:
τ
P= (equação 5.1)
∆t
Sendo o trabalho medido em Joules e o tempo em segundos, a unidade de potência será J/s
(Joules por segundo), ou resumidamente, Watts (W).
38 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
5.1 Efeito Joule: Como já sabemos, a matéria é composta por átomos, e a corrente elétrica é o
movimento ordenado de elétrons. Imagine os elétrons de uma corrente elétrica se deslocando
através de um condutor. Sendo o condutor (matéria) composto por átomos, temos que o
deslocamento de elétrons através deste condutor fará com que estes elétrons se colidam com os
átomos que compõem o condutor. A cada colisão o elétron transfere parte de sua energia
cinética (relacionada ao movimento) para o átomo, que então passa a vibrar com mais
intensidade. Como se sabe, o calor é a medida da agitação dos átomos em uma certa quantidade
de matéria, de forma que quanto maior for a intensidade com que os átomos de um corpo vibrem,
maior será a quantidade de calor neste corpo. Se a passagem de uma corrente elétrica por um
condutor faz com que os átomos deste condutor vibrem com mais intensidade, então é natural
que o condutor apresente uma quantidade maior de calor, ou seja o condutor “esquenta”. Este é o
chamado efeito Joule.
O efeito Joule encontra diversas aplicações práticas, como por exemplo, a resistência de
um chuveiro elétrico, que quando percorrida por uma corrente se aquece, e transfere o calor para
a água que passa por ela, aquecendo a água.
O aquecimento de um condutor devido ao efeito Joule pode ser entendido como uma
dissipação de energia (lembre-se que o calor é uma forma de energia). Esta energia está
relacionada com o trabalho e potência elétrica.
5.2 Trabalho e potência elétrica: Para se definir o trabalho elétrico, vamos relembrar a
definição de diferença de potencial elétrico:
1 volt é o potencial necessário para que, realizando um trabalho de 1 Joule se desloque uma
carga de 1 Coulomb.
Matematicamente:
τ
V=
Q
τ = V × Q (equação 5.2)
τ V ×Q
= (equação 5.3)
∆t ∆t
Sabemos que:
τ
P=
∆t
Eletricidade – Módulo I 39
Colégio Agulhas Negras
E também que:
Q
i=
∆t
P = V × i (equação 5.4)
Exemplo: Um resistor submetido à uma tensão de 12V é percorrido por uma corrente de 0,2A.
Calcule a potência dissipada por este resistor.
Solução:
V = 12V
i = 0,2A
P = V × i = 12 × 0,2
P = 2,4W
5.2.1 Outras formas para a equação da potência elétrica: Tomando-se a lei de Ohm, podemos
escrever outras formas para a equação da potência, substituindo V e i pelos seus equivalentes
segundo a lei de Ohm:
V = R×i
P =V × i
P = (R × i ) × i
P = R × i2 (equação 5.5)
V
i=
R
P =V × i
N
V
P =V ×
OPQ L
R
V2
P= (equação 5.6)
R
Exemplo:
a) Um resistor de 100Ω é percorrido por uma corrente de 2A. Calcule a potência dissipada por
este resistor.
40 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
b) Um resistor de 500Ω é submetido à uma tensão de 50V. Calcule a potência dissipada por este
resistor.
10Ω
R1
10Ω
R4
R2 × R3 30 × 15 450
Requ = = =
R2 + R3 30 + 15 45
Requ = 10Ω
10Ω
R4
Eletricidade – Módulo I 41
Colégio Agulhas Negras
Os 3 resistores de 10Ω estão associados em série, de forma que a corrente neles pode ser
calculada da seguinte forma:
V 180 180
i= = =
R 10 + 10 + 10 30
i = 6A
PR1 = R1 × i 2 = 10 × 6 2 = 10 × 36
PR1 = 360W
PR 4 = R4 × i 2 = 10 × 6 2 = 10 × 36
PR 4 = 360 W
Falta achar as correntes nos resistores R2 e R3, as quais podem ser calculadas através das
fórmulas do divisor de corrente:
T
T T T
R3 15 15 1
=i =6 =6 =6
WU R
iR2
U R
R 2 + R3 30 + 15
S S S
45 3
S
i R 2 = 2A
T T T
WU
R2 30 2 R
2
=i =6 =6 =6
UVW R UVW R UVW R
i R3
U R
R 2 + R3 30 + 15
S S S
3 3
S
i R 3 = 4A
PR 2 = R2 × i R 2 = 30 × 2 2 = 30 × 4
2
PR 2 = 120W
PR 3 = R3 × i R 3 = 15 × 4 2 = 15 × 16
2
PR 3 = 240 W
42 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
P = V × i = 180 × 6
P = 1080W
Que é exatamente o resultado que obtivemos anteriormente. Desta forma podemos propor que:
A potência total fornecida por uma fonte a um circuito é igual à soma das potências dissipadas
em cada resistor.
..
Disjuntor
Solução:
De acordo com o teorema discutido no exemplo anterior, a potência total deste circuito será a
soma das potências de cada equipamento, de forma que:
P =V × i
P 8400
i= =
V 220
i = 38,18A
Como comercialmente não existem disjuntores deste valor, pode-se usar um disjuntor de 40A.
2
Apesar de tratar-se de um circuito em corrente alternada (os quais serão estudados no Módulo 2), utilizamos aqui
uma abordagem em corrente contínua, sem prejuízo da exatidão dos resultados.
Eletricidade – Módulo I 43
Colégio Agulhas Negras
5.3.1 Uma carga de 100C é submetida à uma tensão de 12V. Calcule o trabalho em Joules
realizado sobre esta carga (sugestão: use a equação 5.2).
5.3.2 Um chuveiro elétrico realiza dissipa 9MJ (9.000.000 de Joules) de energia em forma de
calor a cada hora. Calcule a potência deste chuveiro, em Watts (sugestão: use a equação 5.1)
.
5.3.3 Um resistor de 100Ω é submetido à uma tensão de 20V. Calcule a potência elétrica
dissipada por este resistor. Qual a quantidade de energia em Joules que este mesmo resistor
dissipa em 5 minutos?
24V R2 6Ω R3 3Ω
2Ω
R4
5.3.5 O circuito abaixo representa uma instalação elétrica residencial. Deseja-se calcular o valor
da amperagem para um disjuntor apropriado para a proteção do circuito. Calcule o valor para
este disjuntor.
..
Disjuntor
44 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Em todos os circuitos que estudamos até agora, consideramos as fontes de tensão como
sendo fontes ideais. Fontes ideais, como o próprio nome diz, são fontes idealizadas, isto é, só
existem teoricamente. Na prática, todas as fontes de tensão tem associada à sua tensão nominal
uma resistência interna, o que leva a algumas implicações como veremos a seguir.
6.1 Fontes ideais: São fontes idealizadas, cuja resistência interna é nula (r = 0Ω). Quando a
resistência ligada a uma fonte (ou a resistência equivalente de um circuito) é muito maior que
sua resistência interna, podemos considerar a resistência interna desta fonte como sendo nula,
tornando-se assim uma fonte ideal. É o que ocorre em todos os circuitos que analisamos até
agora. Porém quando a resistência ligada a uma fonte (ou a resistência equivalente de um
circuito) é das mesmas proporções da resistência interna desta fonte, a resistência interna da
fonte deve ser considerada, e a fonte então é tratada como uma fonte real.
6.2 Fontes reais: São fontes onde resistência interna é maior que zero (r > 0Ω). Veja o circuito
abaixo. Os elementos dentro da linha tracejada sãoos elementos internos à fonte. Sendo que a
fonte fornece uma corrente i a qual atravessa também a resistência interna, temos sobre esta
resistência interna uma tensão εi = r x i a qual será diminuída da tensão nominal ε da fonte,
fazendo com que haja uma redução da tensão fornecida à carga εu.
εi r i
i R εu
ε = tensão nominal;
εi = tensão sobre a resistência interna;
εu = tensão útil;
r = resistência interna;
R = resistência da carga;
i = corrente fornecida pela fonte.
Eletricidade – Módulo I 45
Colégio Agulhas Negras
ε = εi +εu
εu = ε −εi
mas;
εi = r ×i
ε
i=
r+R
então :
ε
Z
εu = ε − r
[\] X
r+R
Y
r
ε u = ε 1−
[\] X
(equação 6.1)
r+R
Y
Ou seja, a tensão útil que uma fonte real fornece à carga é uma relação da tensão nominal e das
resistências interna e da carga ligada à fonte.
Exemplo:
a) Uma fonte com tensão nominal de 12V é ligada a uma carga de 32Ω. Sendo a resistência
interna da fonte igual a 4Ω, calcule a tensão útil fornecida à carga.
Solução:
Dados:
ε = 12V
R = 32Ω
r = 4Ω
` ` ` ` `
r 4 4 1 8 96
ε u = ε 1− = 12 1 − = 12 1 − = 12 1 − = 12 =
abc ^ abc ^ abc ^ abc ^ abc ^
r+R 4 + 32
_ _ _ _ _
36 9 9 9
ε u = 10,67V
Este resultado significa que, da tensão nominal de 12V, apenas 10,67V estarão disponíveis para a
carga de 32Ω. O restante da tensão estará sobre a resistência interna da fonte. A corrente que
circula pelo circuito pode ser calculada dividindo-se a tensão útil εu pela resistência R da carga:
46 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
εu 10,67
i= =
R 32
i = 0,33A
b) Uma fonte com tensão nominal de 1,5V é ligada a uma carga de 8Ω. Sendo a tensão útil da
fonte igual a 1,2V, calcule sua resistência interna.
Solução:
Dados:
ε = 1,5V
R = 8Ω
εu = 1,2Ω
r
ε u = ε 1−
ghi d
r+R
e
r
1,2 = 1,5 1 −
ghi d
r +8
e
1,2 r
= 1−
1,5 r +8
1,2 r
−1 = −
1,5 r +8
r
− 0,2 = −
r +8
− 0,2(r + 8) = − r
− 0,2r − 1,6 = −r
r − 0,2r = 1,6
0,8r = 1,6
1,6
r=
0,8
r = 2Ω
6.3 Rendimento de uma fonte real: O rendimento de uma fonte real é dado pelo quociente da
tensão útil εu pela tensão nominal ε. Assim, temos que:
εu
η= (equação 6.2)
ε
ou
εu
η% = × 100% (equação 6.3)
ε
Eletricidade – Módulo I 47
Colégio Agulhas Negras
6.4 Máxima transferência de potência: Devido à presença de uma resistência interna, sempre
haverá nas fontes reais uma parcela de potência dissipada internamente. De fato, se existe uma
corrente i circulando pelo circuito e uma resistência interna r haverá uma potência Pi dissipada
internamente sobre a resistência interna. Esta potência será equivalente a r x i2. Desta forma,
quanto menor a corrente que circula pelo circuito, menor será a potência dissipada internamente.
Porém, menor será também a potência útil, a qual pode ser definida pela relação Pu = i x R2. Para
aumentar a potência útil, deve-se aumentar a corrente i o que o fazemos diminunido a resistência
R da carga. Mas então teremos uma diminição da potência útil, pois Pu = i x R2. Qual então será
o ponto onde temos a máxima potência útil forneciad à carga (máxima transferência de
potência). Vamos analisar o circuito a seguir:
r i
Pi = i x r2 i R
Pu = i x R2
ε
P=εxi
Sabemos que a potência total fornacida pela fonte (P) é a soma das potência dissispadas em cada
resistor. Então:
P = Pi + Pu
Pu = P − Pi
(
Pu = (ε × i ) − r × i 2 )
Pu = − ri 2 + εi (equação 6.4)
Pu
Pu máxima
48 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Pu = −ri 2 + εi
− ri 2 + εi = 0
i(− ri + ε ) = 0
i′ = 0
ε
i ′′ =
r
Então:
Pu
Pu máxima
0 ε/r i
Como a parábola é simétrica, o ponto onde a potência útil é máxima está situado no ponto médio
entre as raízes da equação. Desta forma:
ε ε
−0
i Pmáx = r = r
2 2
ε
i Pmáx = (equação 6.5)
2r
Como a resistência interna da fonte não pode ser variada, para obtermos 2r no denominador da
equação 6.5 devemos fazer R = r. Então concluímos que a máxima transferência de potência se
dá quando a resistência da carga se iguala à resistência interna da fonte.
Eletricidade – Módulo I 49
Colégio Agulhas Negras
6.5.1 Calcule o valor da tensão útil para uma fonte de 6V com resistência interna r = 0,1Ω e
resistência de carga R = 50Ω. Qual é o rendimento desta fonte?
6.5.2 Uma fonte de 12V possui resistência interna r = 2Ω. Deseja-se a máxima transferência de
potência. Nestas condições, calcule o valor da carga R e a potência dissipada pela carga.
6.5.3 Calcule o valor da corrente fornecida por uma fonte de 20V que opera na máxima
transferência de potência, sabendo que o valor da resistência da carga R é igual a 4Ω. Nestas
condições, calcule também o rendimento da fonte.
6.5.4 Uma pilha de 1,5V fornece uma tensão útil de 1,48V quando ligada à uma carga de 27Ω.
Calcule o valor da resistência interna e o rendimento desta pilha.
6.5.5 A bateria de um automóvel possui tensão nominal de 12V e fornece uma corrente de 40A
na partida do motor de arranque. Considerando o rendimento da bateria η=99%, calcule o valor
da resistência interna desta bateria.
50 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
À medida em que cresce a complexidade dos circuitos, mais trabalhosa será a análise
utilizando-se dos conceitos estudados até aqui. Circuitos onde existam várias fontes de tensão ou
associações complexas de resistores são analisados mais facilmente utilizando-se os teoremas de
análise de circuitos que serão estudados a partir daqui. Todos os teoremas são baseados na lei de
Ohm, e na verdade representam “atalhos” para a aplicação da primeira Lei de Ohm na análise
dos circuitos. Assim, podemos listar os seguintes teoremas que serão vistos daqui em diante3:
j
j
1a Lei de Kirchoff (lei dos nós);
j 2a Lei de Kirchoff (lei das malhas);
j Método do ponto de referência;
j
Princípio da superposição de efeitos;
Teorema de Thevenin.
Os primeiros teoremas a serem estudados serão as Leis de Kirchoff. São duas leis, a
primeira relacionando as correntes presentes em um circuito, e a segunda relacionando as tensões
em um circuito. As Leis de Kirchoff tem fundamental importância na eletrônica no que se refere
à análise de circuitos eletrônicos, não só aqueles onde apenas elementos passivos estão presentes
(como serão os casos estudados aqui), mas como em qualquer circuito onde queiramos saber as
relações entre as correntes e tensões ali presentes.
7.1 Primeira Lei de Kirchoff (Lei dos nós): Para que se entenda a primeira Lei de Kirchoff, é
necessário primeiro que se defina o que é um nó. Em um circuito qualquer, um nó é a união de 3
ou mais condutores. Conforme a primeira Lei de Kirchoff, as correntes que circulam por um
circuito quando encontram um nó se comportam da seguinte forma:
A soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes que saem do nó.
Exemplo:
a) No esquema abaixo temos as correntes i1 e i3 chegando ao nó, enquanto que as correntes i2 e i4
saem do nó:
i1
. i3
i1 + i3
Correntes
que entram
= i2 + i4
Correntes
que saem
i2 i4
3
Existem ainda outros teoremas, como o Teorema de Norton ou as Correntes Fictícias de Maxwell, os quais não
serão abordados neste curso.
Eletricidade – Módulo I 51
Colégio Agulhas Negras
b) No esquema abaixo, calcular a intensidade da corrente i4, sabendo-se que i1=3A, i2=5A e
i3=2A.
Solução:
i1
. i3 i1 + i2 + i3 =
Correntes
que entram
i4
Corrente que
sai
i2 i4
i 4 = i1 + i 2 + i3 = 3 + 5 + 2
i 4 = 10A
R1
. Nó
i1 i2
V R2 2A R3 3,5A
R4
Solução: Observa-se que as correntes i1 e i2 saem do nó, enquanto que a corrente i entra no nó.
Desta forma, temos, conforme a primeira Lei de Kirchoff:
i = i1 + i 2 = 2 + 3,5
i = 5,5A
R1
i1 i2
V R2 2A R3 3,5A
R4
i
.
Nó
52 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Solução: Temos uma situação idêntica à anterior, porém agora i1 e i2 entram no nó, enquanto que
a corrente i sai do nó. Desta forma, temos, de acordo com a primeira Lei de Kirchoff:
i1 + i 2 = i
2 + 3,5 = i
i = 5,5A
15 v 30 v
.
Nó
Ω
30Ω Ω
20Ω
i1 i3
V1 i2 V2
i3 = i1 + i2
Entretanto não conhecemos os valores das correntes i1 e i3, mas conhecemos os valores das
tensões e das resistências, de forma que podemos calcular as correntes i1 e i3 aplicando a
primeira Lei de Ohm:
VR1 15
i1 = =
R1 30
i1 = 0,5 A
V R 2 30
i3 = =
R2 20
i3 = 1,5A
Com os valores das correntes i1 e i3 determinados, calculamos facilmente o valor da corrente i2:
i3 = i1 + i 2
i 2 = i3 − i1 = 1,5 + 0,5
i 2 = 1A
Eletricidade – Módulo I 53
Colégio Agulhas Negras
Nó
VR1 VR3
45 Ω
40Ω
i1
.
25 Ω
10Ω
i3
15
V1 i2 V2
i2 + i3 = i1
Entretanto não conhecemos os valores das correntes i1 e i3, nem valores das tensões VR1 e VR3.
Porém no circuito são mostrados os potenciais de alguns pontos, de forma que podemos calcular
as diferenças de potencial VR1 e VR3 como se segue:
V R1 = 45 − 25 = 20V
V R 3 = 25 − 15 = 10V
V R1 20
i1 = =
R1 40
i1 = 0,5 A
V 10
i3 = R 3 =
R3 10
i3 = 1A
Com os valores das correntes i1 e i3 determinados, calculamos facilmente o valor da corrente i2:
i 2 + i3 = i1
i 2 = i1 − i 3 = 0,5 − 1
i 2 = −0,5A
Este resultado mostra que, na verdade, a corrente i2 tem sentido contrário ao indicado no circuito.
54 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
7.2 Segunda Lei de Kirchoff: Assim como a primeira Lei de Kirchoff relaciona as correntes
presentes em um circuito, a segunda Lei de Kirchoff relaciona as tensões presentes em uma
circuito, de forma que o seu enunciado é o seguinte:
Torna-se então necessário definirmos o que é uma malha. Em um circuito qualquer, uma
malha é qualquer trecho fechado deste circuito. Observe os exemplos abaixo:
Ω
40Ω Ω
10Ω
20V 45V
Ω
40Ω Ω
10Ω
Malha Malha
1 3
20V 45V
Ω Malha
10Ω Ω
40Ω
2
Ω
40Ω Ω
10Ω
6.2.1 O método passo a passo: O método para a resolução de circuitos utilizando a Segunda Lei
de Kirchoff consiste basicamente em identificar as tensões presentes em todas as malhas de um
circuito, e a partir daí extrair equações que vão fornecer os valores de todas as correntes do
circuito e, consequentemente, todas as tensões.
Exemplo:
a) Calcular as tensões e as correntes em cada resistor do circuito a seguir:
Eletricidade – Módulo I 55
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
10Ω
20V 45V
O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes que circulam pelo circuito. Ainda
que não conheçamos o sentido correto da corrente, tal fato não influenciará no resultado, já que,
se encontrarmos um valor negativo para a corrente, quer dizer que a corrente na verdade está no
sentido contrário ao sentido representado. Como circuito acima é um circuito em série, temos
apenas uma corrente percorrendo o circuito, a qual chamaremos de i. Representando-a no
circuito, temos:
Ω
40Ω Ω
10Ω
i i
20V 45V
V1 V2
Ω
40Ω Ω
10Ω
i i
20V 45V
O terceiro passo é estabelecer as difereças de potencial sobre as fontes. Como as pontas das setas
representam o potencial maior, elas devem apontar sempre para o pólo positivo da fonte. As
diferenças de potencial são conhecidas e são representadas pelos próprios valores das fontes:
V1 V2
Ω
40Ω Ω
10Ω
i i
20V 20 45 45V
56 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Você pode percorrer o circuito em sentido horário ou anti-horário, desde que a convenção
adotada seja aplicada em todo o circuito.
V1 V2
Ω
40Ω Ω
10Ω
i i
20V 20 45 45V
20 + V1 + V2 − 45 = 0 (equação 7.1)
V1 = R × i = 40i
V2 = R × i = 10i
20 + 40i + 10i − 45 = 0
50i − 25 = 0
50i = 25
25
i=
50
i = 0,5A
Eletricidade – Módulo I 57
Colégio Agulhas Negras
V1 = 40i = 40.0,5
V1 = 20V
V2 = 10i = 10.0,5
V2 = 5V
Ω
12Ω Ω
30Ω
96 V Ω
60Ω 120 V
O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes em cada resistor. Como temos mais
de uma malha, será útil escrevemos a primeira Lei de Kirchoff (Lei dos nós) para este circuito:
Ω
12Ω Ω
30Ω
i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 120 V
i1 + i3 = i2 (equação 7.2)
V1 V3
Ω
12Ω Ω
30Ω
i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V
O próximo passo é estabelecer as difereças de potencial sobre as fontes, lembrando que as setas
indicativas da tensão devem apontar sempre para o pólo positivo da fonte.
58 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
V1 V3
Ω
12Ω Ω
30Ω
i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 120 V
96
A B
96 − V1 − V2 = 0 (equação 7.3)
V1 = R1 × i1 = 12i1
V2 = R2 × i2 = 60i2
V3 = R3 × i3 = 30i3
Eletricidade – Módulo I 59
Colégio Agulhas Negras
96 − 12i1 − 60(i1 + i3 ) = 0
− 12i1 − 60i1 − 60i3 = −96
− 72i1 − 60i3 = −96 (equação 7.7)
As equações 7.7 e 7.8 formam um sistema que relaciona as correntes i1 e i3. A solução deste
sistema nos dará o valor das correntes i1 e i3, e a soma destas correntes nos fornecerá o valor de
i2 :
m n
− 72i1 − 60i3 = −96
+ 60i1 + 90i3 = 120
l
72 72
+ 90i3 = 120
rst o
60 96 − 60 36
− 96 + 60i3 i1 = =
p
72
i1 = 72 72
− 72 80 − 50i3 + 90i3 = 120
i1 = 0,5A
96 − 60i3 40i3 = 120 − 80
i1 =
72 40
i3 = i2 = i1 + i3 = 0,5 + 1
40
i2 = 1,5A
i3 = 1A
60 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
15Ω
25Ω
16Ω
48V 12Ω
8Ω
12A
V 15Ω 60Ω
2A 45Ω 6A
8Ω
36V 3Ω 6Ω
2Ω
Eletricidade – Módulo I 61
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
20Ω
60 V Ω
80Ω 120 V
62 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
ou
e no ponto onde houver este símbolo, quer dizer que o potencial deste ponto é o potencial de
terra, ou seja, 0 volts.
8.2 O método passo-a-passo: Suponha que se queira resolver o circuito mostrado na figura
abaixo, de forma a calcular o valor da corrente que percorre os resistores. Note que não temos
indicação do sentido da corrente, nem qualquer informação sobre os potenciais nos pontos do
circuito. Como proceder então?
Ω
40Ω Ω
10Ω
20V 45V
O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes que circulam pelo circuito. Ainda
que não conheçamos o sentido correto da corrente, tal fato não influenciará no resultado, já que,
se encontrarmos um valor negativo para a corrente, quer dizer que a corrente na verdade está no
sentido contrário ao sentido representado. Como circuito acima é um circuito em série, temos
apenas uma corrente percorrendo o circuito, a qual chamaremos de i. Representando-a no
circuito, temos:
Eletricidade – Módulo I 63
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
10Ω
i i
20V 45V
VR1 VR2
Ω
40Ω Ω
10Ω
i i
20V 45V
O terceiro passo é estabelecer um ponto de referência, ou um terra para o circuito, o que faremos
na parte inferior do circuito. Uma dica prática para que se escolha o ponto de terra é escolher um
ponto que faça contato direto com o maior número possível de fontes:
VR1 VR2
Ω
40Ω Ω
10Ω
i i
20V 45V
.
Vamos agora determinar o potencial em cada ponto do circuito, a partir do ponto de referência.
Sabemos que o potencial de terra é 0 volts, então temos para cada ponto:
u
O pólo negativo da fonte de 20v está em contato direto com o terra do circuito, então seu
u
potencial também será de 0 volt. O pólo positivo, por sua vez, terá o potencial de 20 volts.
O pólo negativo da fonte de 45v está em contato direto com o terra do circuito, então seu
u
potencial também será de 0 volt. O pólo positivo, por sua vez, terá o potencial de 45 volts.
Não é possível conhecer (ainda) o potencial do ponto situado entre os resistores, de forma
que chamaremos o potencial deste ponto de X.
64 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
VR1 VR2
20 Ω
40Ω
i
. X Ω
10Ω
i
45
20V 45V
0 . 0
0
Podemos agora construir uma equação para resolver este circuito. A corrente i pode ser
determinada pela primeira Lei de Ohm:
V R1 VR 2
i= ou i=
Ri R2
Então:
V R1 V R 2
= (equação 8.1)
Ri R2
As diferenças de potencial VR1 e VR2 podem ser calculadas observando-se os potenciais em cada
ponto do circuito, de forma que temos (lembre-se que a diferença de potencial é igual ao
potencial maior menos o potencial menor):
V R1 = X − 20
V R 2 = 45 − X
X − 20 45 − X
=
40 10
10( X − 20) = 40(45 − X )
10 X − 200 = 1800 − 40 X
10 X + 40 X = 1800 + 200
50 X = 2000
2000
X =
50
X = 40V
A corrente i finalmente pode ser calculada usando qualquer uma das seguintes equações:
Eletricidade – Módulo I 65
Colégio Agulhas Negras
V R1 VR 2
i= ou i=
Ri R2
Então:
V R1 X − 20 40 − 20 20
i= = = =
Ri 40 40 40
i = 0,5A
Ω
12Ω Ω
30Ω
96 V Ω
60Ω 120 V
Solução: Observe que nenhuma corrente está representada, então o primeiro passo é estabelecer
um sentido para as correntes em cada resistor:
Ω
12Ω Ω
30Ω
i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 120 V
V1 V3
Ω
12Ω Ω
30Ω
i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V
66 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
V1 V3
Ω
12Ω Ω
30Ω
i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V
.
Com o ponto de referência determinado, iremos agora escrever o potencial em cada ponto do
circuito, a partir do ponto de referência:
V1 V3
96 Ω
12Ω X Ω
30Ω 120
i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V
0 .0 0
Observe que o potencial entre os três resistores é desconhecido, por isso o chamamos de X. Com
todo o circuito esquematizado podemos começar a análise, escrevendo a primeira Lei de
Kirchoff para o circuito:
i 2 = i1 + i3
Podemos reescrever a equação acima aplicando a primeira Lei de Ohm para as correntes:
V2 V1 V3
= +
60 12 30
Não temos as tensões V1, V2, e V3, mas conhecemos os potenciais nos pontos, de forma que
podemos calculá-las. Lembre-se que a diferença de potencial é sempre o potencial maior menos
o potencial menor, e o potencial maior é indicado pela ponta das setas curvas, que representam
as tensões no circuito.
( X − 0) = (96 − X ) + (120 − X )
60 12 30
Eletricidade – Módulo I 67
Colégio Agulhas Negras
X (96 − X ) (120 − X )
= +
60 12 30
X = 5(96 − X ) + 2(120 − X )
60
X = 5(96 − X ) + 2(120 − X )
X = 480 − 5 X + 240 − 2 X
X + 5 X + 2 X = 480 + 240
8 X = 720
720
X=
8
X = 90V
X 90
iR2 = =
R2 60
i R 2 = 1,5A
68 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
20Ω
60 V Ω
80Ω 120 V
16Ω
48V 12Ω
8Ω
Ω
30Ω Ω
30Ω
60 V Ω
15Ω 90 V
12Ω
12V 3Ω 5Ω
Eletricidade – Módulo I 69
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
20Ω
60 V Ω
80Ω 120 V
70 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Um circuito onde estão presentes mais de uma fonte de tensão pode ser analisado como
se fosse uma série de circuitos, cada qual com uma única fonte. A análise de circuitos com uma
só fonte de tensão é simples e baseia-se quase que unicamente na primeira Lei de Ohm4. Os
efeitos de cada fonte em um dado elemento do circuito podem ser observados separadamente,
sendo que, ao final da análise eles se superpõem.
9.2 O método passo-a-passo: Suponha que se queira resolver o circuito mostrado na figura
abaixo, de forma a calcular o valor da corrente que percorre os resistores. Note que não temos
indicação do sentido da corrente.
Ω
30Ω Ω
10Ω
40V 80V
O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes que circulam pelo circuito. Ainda
que não conheçamos o sentido correto da corrente, tal fato não influenciará no resultado, já que,
se encontrarmos um valor negativo para a corrente, quer dizer que a corrente na verdade está no
sentido contrário ao sentido representado. Como circuito acima é um circuito em série, temos
4
Em contrapartida, existe a desvantagem de que deve-se resolver tantos circuitos quantos forem o número de fontes
presentes no circuito original.
Eletricidade – Módulo I 71
Colégio Agulhas Negras
Ω
30Ω Ω
10Ω
i i
40V 80V
O próximo passo será analisar o circuito separadamente para cada fonte. Para tanto, anula-se a
outra fonte colocando-a em curto-circuito. Neste circuito, as correntes serão chamadas de iI, para
que não confundamos com a corrente i do circuito original. Adotaremos o sentido para a direita
como sendo positivo. Para a fonte de 40V, temos então:
Ω
30Ω Ω
10Ω
iI iI
40V
V 40 40
ii = = =
Requ 30 + 10 40
i i = 1A
Observe que a corrente vai para a direita, então, pela convenção ela é positiva.
Analisando o circuito agora para a fonte de 80V. Chamaremos agora a corrente de iII, novamente
para não confundirmos com a corrente i do circuito original.
Ω
30Ω Ω
10Ω
iII iII
80V
Observe que agora a corrente vai para a esquerda, de forma que, seguindo-se a convenção ela
terá um valor negativo:
72 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
V 80 80
i iI = − =− =−
Requ 30 + 10 40
i iI = −2A
i = i i + i iI = 1 − 2
i = −1A
Note que o valor negativo no resultado final significa que, no circuito original (com as duas fonte
presentes) a corrente flui para a esquerda, pois pela convenção adotada a corrente que flui para a
esquerda é negativa.
Ω
30Ω Ω
30Ω
15V Ω
60Ω 60 V
Solução: Observe que nenhuma corrente está representada, então o primeiro passo é estabelecer
um sentido para a corrente no resistor de 60Ω:
Ω
30Ω Ω
30Ω
15V Ω
60Ω i 60 V
Convencionaremos que a corrente que desce será positiva. Analisando o circuito para a fonte de
25V, temos então:
Ω
30Ω Ω
30Ω
iIT
15 V Ω
60Ω iI
Eletricidade – Módulo I 73
Colégio Agulhas Negras
O circuito acima apresenta uma associação mista. Associando-se os resistores de 30Ω (da direita)
e 60Ω, obtemos:
30 × 60 1800
Requ1 = =
30 + 60 90
Requ1 = 20Ω
Requ 2 = R1 + Requ1
Requ 2 = 30 + 20
Requ 2 = 50Ω
V
iT′ =
Requ 2
15
iT′ =
50
iT′ = 0,3A
x x
30 30
i ′ = iT′ = 0,3
yz{ v yz{ v
60 + 30
w w
90
i ′ = 0,1A
Ω
30Ω Ω
30Ω
iIIT
Ω
60Ω iII 60 V
74 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
30 × 60 1800
Requ1 = =
30 + 60 90
Requ1 = 20Ω
Requ 2 = R1 + Requ1
Requ 2 = 30 + 20
Requ 2 = 50Ω
V
iT′′ =
Requ 2
60
iT′′ =
50
iT′′ = 1,2A
~ ~
30 30
i′′ = iT′′ = 1,2
| |
60 + 30
} }
90
i′′ = 0,4A
O sinal também será positivo, pois a corrente desce pelo resistor de 60Ω.
Note que o valor positivo no resultado final significa que, no circuito original (com as duas fonte
presentes) a corrente desce pelo resistor, pois pela convenção adotada a corrente que desce é
positiva.
Eletricidade – Módulo I 75
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
20Ω
60 V Ω
80Ω 120 V
Ω
30Ω 12Ω
24 V Ω
60Ω 40 V
Ω
30Ω Ω
30Ω
60 V Ω
15Ω 90 V
12Ω
12V 3Ω 5Ω
76 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
20Ω
60 V Ω
80Ω 120 V
Eletricidade – Módulo I 77
Colégio Agulhas Negras
“Um circuito é, sob o ponto de vista de um elemento qualquer deste circuito, equivalente a uma
fonte de tensão em série com um resistor.”
Rth
10.2 O método passo-a-passo: Suponha que se queira calcular a corrente que atravessa o
resistor de 10Ω no circuito mostrado na figura abaixo. Supondo que a corrente flui para a direita,
este será o sentido positivo.
Ω
30Ω Ω
10Ω
i
40V 80V
Ω
40Ω
78 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Ω
30Ω A B
o o
40V 80V
Ω
40Ω
Note que restaram os pontos A e B, os quais nos servirão como referência. De acordo com a
convenção adotada, a corrente flui do ponto A para o ponto B. O próximo passo será calcular a
ressitência de Thevenin. Para calcular a resistência de Thevenin, anulamos as duas fontes, ou
seja, colocamo-as em curto-circuito. A resistência de Thevenin será a resistência equivalente
entre os pontos A e B com as fontes anuladas. Temos então:
Ω
30Ω A B
o o
Ω
40Ω
Os resistores de 30Ω e 40Ω estão em série, de forma que a resistência equivalente será:
Requ = Rth = 30 + 40
Rth = 70Ω
40V 80V
Ω
40Ω
Como o circuito está aberto, corrente alguma circula pelos resistores, de forma que eles podem
ser eliminados do circuito:
A B
o o
40V 80V
Eletricidade – Módulo I 79
Colégio Agulhas Negras
40 A B 80
o o
40V 80V
0 .
0
0
Vth = V A − V B = 40 − 80
Vth = −40V
Ω
Rth = 70Ω
.
A
o
.
o
B
Vth − 40 − 40
i= = =
Requ 70 + 10 80
i = −0,5A
O sinal negativo significa que,ao contrário da convenção adotada, a corrente flui do ponto B para
o ponto A, ou seja, da direita para a esquerda.
5
Geralmente para a determinação da tensão de Thevenin utiliza-se um método auxiliar, assim como foi utilizado o
método do ponto de referência para a determinação da tensão de Thevenin neste circuito.
80 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
20Ω
60 V Ω
80Ω 120 V
16Ω
48V 12Ω
8Ω
Ω
30Ω Ω
30Ω
60 V Ω
15Ω 90 V
12Ω
12V 3Ω 5Ω
Eletricidade – Módulo I 81
Colégio Agulhas Negras
Ω
40Ω Ω
20Ω
60 V Ω
80Ω 120 V
82 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Exemplo:
Eletricidade – Módulo I 83
Colégio Agulhas Negras
TABELA DE PREFIXOS
Unidades primárias
T G M K – m µ n p
T 1 10-3 10-6 10-9 10-12 10 -15
10-18 10-21 10-24
G 103 1 10-3 10-6 10-9 10-12 10-15 10-18 10-21
Unidades secundárias
Exemplos:
84 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras
Eletricidade – Módulo I 85