Você está na página 1de 85

Colégio Agulhas Negras

Eletrônica – Eletrotécnica – Mecatrônica

Apostila de
ELETRICIDADE
Módulo I
2ª Edição

Princípios básicos
Circuitos em CC
Análise de circuitos
FICHA CATALOGRÁFICA
2. ed. Silva, Jaques Jonas Santos, 1971

Apostila de Eletricidade – Módulo I / Jaques Jonas Santos


Silva. 2. ed. – Rio de Janeiro: 2007.
85p.

1. Eletricidade 2. Corrente contínua e alternada 3. Análise de


Circuitos I. Título
Apostila de
ELETRICIDADE
Módulo I

Autor: Eng. Jaques Jonas Santos Silva


Engenheiro Mecânico – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ – Resende/RJ
Técnico em Eletrônica – Escola Técnica Prof. Everardo Passos – ETEP – São José dos Campos/SP
Professor do curso de Eletricidade – Colégio Agulhas Negras – CAN – Resende/RJ

2a Edição – Janeiro de 2007

Colégio Agulhas Negras


Colégio Agulhas Negras

Índice
Capítulo 1 NATUREZA DA ELETRICIDADE, 7

1.1 Condutores e isolantes, 7


1.2 Corrente elétrica, 8
1.3 Exercícios propostos, 11

Capítulo 2 POTENCIAL ELÉTRICO, 12

2.1 Circuitos elétricos, 13


2.2 Característica elétrica do receptor, 14
2.3 Exercícios propostos, 16

Capítulo 3 LEIS DE OHM, 17

3.1 Primeira Lei de Ohm, 17


3.2 Segunda Lei de Ohm, 19
3.3 Exercícios propostos, 22

Capítulo 4 ASSOCIAÇÕES DE RESISTORES, 23

4.1 Associação de resistores em série, 23


4.1.1 Divisores de tensão, 25
4.2 Associação de resistores em série, 26
4.2.1 Dicas práticas, 28
4.2.2 Divisores de corrente, 28
4.3 Associação mista de resistores, 31
4.4 Exercícios propostos, 34

Capítulo 5 POTÊNCIA EM CIRCUITOS ELÉTRICOS, 36

5.1 Efeito Joule, 37


5.2 Trabalho e potência elétrica, 37
5.2.1 Outras formas para a equação da potência elétrica, 38
5.3 Exercícios propostos, 42

Capítulo 6 FONTES REAIS, 43

6.1 Fontes ideais, 43


6.2 Fontes reais, 43
6.3 Rendimento de uma fonte real, 45
6.4 Máxima transferência de potência, 46
6.5 Exercícios propostos, 48

Eletricidade – Módulo I 7
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 7 LEIS DE KIRCHOFF, 49

7.1 Primeira Lei de Kirchoff (Lei dos nós), 49


7.2 Segunda Lei de Kirchoff (Lei das malhas), 53
7.2.1 O método passo-a-passo, 53
7.3 Exercícios propostos, 59

Capítulo 8 MÉTODO DO PONTO DE REFERÊNCIA, 61

8.1 Ponto de referência (terra), 61


8.2 O método passo-a-passo, 61
8.3 Exercícios propostos, 67

Capítulo 9 PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DE EFEITOS, 69

9.1 Princípio da superposição de efeitos, 69


9.2 O método passo-a-passo, 69
9.3 Exercícios propostos, 74

Capítulo 10 TEOREMA DE THEVENIN, 76

10.1 Teorema de Thevenin, 76


10.2 O método passo-a-passo, 76
10.3 Exercícios propostos, 79

Apêndice A TABELA DE CÓDIGO DE CORES PARA RESISTORES, 81

Apêndice B TABELAS DE CONVERSÃO DE UNIDADES, 82

8 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 1 NATUREZA DA ELETRICIDADE

A matéria é formada por átomos, que por sua vez são formados por um núcleo contendo
prótons e nêutrons, e uma eletrosfera, onde elétrons orbitam em camadas ao redor do núcleo.
Segundo Bohr, o átomo teria a seguinte estrutura1:

Prótons
Núcleo
Nêutrons

Elétrons

Os prótons possuem carga elétrica positiva, os elétrons possuem carga elétrica negativa, e os
nêutrons não possuem carga elétrica (são neutros).

+ Prótons
_ Elétrons

1.1 Condutores e isolantes: a última camada eletrônica de um átomo é chamada de camada de


valência. Quanto mais elétrons existirem na camada de valência, mais fortemente presos ao
núcleo eles estarão. Ao contrário, uma camada de valência com poucos elétrons faz com que
estes estejam fracamente presos ao núcleo. Como neste caso os elétrons são fracamente presos ao
núcleo, eles podem escapar de um átomo para outro sem maiores dificuldades, ou seja, os
elétrons (com suas cargas negativas) são conduzidos de um átomo para outro. Um material
formado por átomos deste tipo é chamado de condutor elétrico (conduz cargas elétricas).
Se os elétrons estão firmemente presos ao núcleo (muitos elétrons na camada de valência) eles
não podem se deslocar de um átomo para outro, e o material formado por estes átomos é
chamado de isolante (não conduz cargas elétricas). Veja na tabela abaixo alguns exemplos de
condutores e isolantes:

1
Com os avanços da física, sabe-se hoje que a estrutura atômica é muito mais complexa do que o modelo proposto
por Bohr, porém o modelo de Bohr, pela sua simplicidade, é mais adequado aos nossos objetivos.

Eletricidade – Módulo I 9
Colégio Agulhas Negras

Condutores Isolantes
Cobre Vidro
Ouro Cerâmica
Prata Madeira
Alumínio Plástico
Água salgada Borracha

1.2 Corrente elétrica: a corrente elétrica é o movimento ordenado de cargas elétricas através de
um condutor. As cargas podem ser positivas (íons carregados positivamente) ou negativas (íons
carregados negativamente ou elétrons). Apenas elétrons podem se movimentar através de
condutores sólidos (cobre, prata, ferro, etc.).
O sentido do movimento de elétrons através de um condutor é chamado de sentido real da
corrente. O sentido contrário ao movimento dos elétrons é chamado de sentido convencional da
corrente (pois foi estabelecido através de uma convenção), e é este sentido que iremos utilizar
daqui em diante.
Sentido real

_ _ _ _
_ _ _ _

Sentido convencional

Assim como o tempo é medido em segundos ou a massa é medida em quilogramas, as cargas


elétricas são medidas em Coulombs (C). Uma determinada quantidade de carga (medida em
Coulombs) passando através de uma seção transversal de um condutor em um intervalo de tempo
∆t (medido em segundos) nos fornece a intensidade da corrente elétrica, cuja unidade é o
Ampère (A), e é calculada através da seguinte relação:

Q
i= (equação 1.1)
∆t

Onde:
i = intensidade da corrente elétrica, em Ampères (A);
Q = quantidade de carga que passa pela seção transversal do condutor, em Coulombs (C);
∆t = intervalo de tempo, em segundos (s).

Exemplo:
a) Uma carga de 30C passa pela seção transversal de um fio de cobre a cada 3s. Determine a
intensidade da corrente i que atravessa o condutor.
Solução:
Q = 30C
∆t = 3s
Q 30
i= =
∆t 3
i = 10A

10 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

b) Determine o tempo em segundos que uma carga de 100C leva para atravessar a seção
transversal de um fio de alumínio por onde percorre uma corrente com intensidade de 2A.
Solução:
Q = 100C
i = 2A
Q
i=
∆t
Q 100
∆t = =
i 2
i = 50s

c) Qual a quantidade de carga que passa em 1min pela seção transversal de um fio de ouro
percorrido por uma corrente de 10A?
Solução:
∆t = 1min = 60s
i = 10A
Q
i=
∆t
Q = ∆t × i = 60 × 10
i = 600C

d) Um fio de prata é percorrido por uma corrente elétrica que varia no tempo conforme o gráfico
mostrado abaixo:

i(A)

2 4 12 15 17 t(s)

Determine a quantidade de carga que atravessa o a seção transversal do fio entre os instantes
t = 0s e t = 17s.

Solução:
A área sob o gráfico nos fornece a quantidade de carga. Assim, dividimos a figura em figuras
mais simples, calculamos a área de cada figura e a soma de todas as áreas menores nos dará a
carga total.

Eletricidade – Módulo I 11
Colégio Agulhas Negras

i(A)

3
A1
2 A3
A2 A4
1
A5

2 4 12 15 17 t(s)

Área 1: A1 = b×h = 2×1 = 1


2 2
Área 2: A2 = b×h = 4×1 = 4
Área 3: A3 = b×h = 8×2 = 16
Área 4: A4 = b×h = 3×2 = 3
2 2
Área 5: A5 = b×h = 17×1 = 17

Q = A1 + A2 + A3 + A4 + A5 = 1 + 4 + 16 + 3 + 17
Q = 41C

12 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

1.3 Exercícios propostos:

1.3.1 Uma carga de 120C passa pela seção transversal de um fio de cobre a cada 2min.
Determine a intensidade da corrente i que atravessa o condutor.

1.3.2 Determine o intervalo de tempo ∆t em minutos que uma carga de 600C leva para atravessar
a seção transversal de um fio de alumínio por onde percorre uma corrente c/ intensidade de 5A.

1.3.3 Qual a quantidade de carga Q que passa em 10min pela seção transversal de um fio de ouro
percorrido por uma corrente de 1A?

1.3.4 Qual a intensidade da corrente i que atravessa um condutor de aço em cuja seção
transversal passa uma carga de 180C a cada 3s?

1.3.5 Um fio de cobre é percorrido por uma corrente elétrica que varia no tempo conforme o
gráfico mostrado abaixo:

i(A)

15

10

1 2 7 9 10 t(s)

Determine a quantidade de carga Q que atravessa o a seção transversal do fio entre os


instantes t = 0s e t = 10s.

Eletricidade – Módulo I 13
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 2 POTENCIAL ELÉTRICO

Imaginemos duas caixa d’água em níveis diferentes conectadas por uma tubulação com
um registro, como na figura abaixo:

T B

O que acontecerá quando o registro for aberto? A água escoará da caixa d’água A para a caixa
d’água B, porque a caixa d’água A está num nível mais alto, ou em outras palavras, tem uma
energia potencial maior.
Da mesma forma que caixas d’água podem armazenar água, diversos materiais podem
armazenar cargas elétricas. Relembrando o capítulo anterior, vamos supor um átomo que
contenha 3 prótons e 3 nêutrons em seu núcleo, e 3 elétrons orbitando ao redor do núcleo. A
carga elétrica total deste átomo será 0 (zero), ou então dizemos que o átomo encontra-se em
estado neutro, pois as três cargas positivas (prótons) anulam as três cargas negativas (elétrons):

e 3 prótons carga: +3
3P 3 nêutrons carga: 0
3N 3 elétrons carga: –3
e
Carga total: 0
e

Se no entanto um quarto elétron for adicionado a este átomo, teremos:

e
3 prótons carga: +3
3P 3 nêutrons carga: 0
3N 4 elétrons carga: –4
e
Carga total: –1
e

14 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Ou seja, o átomo estará carregado negativamente devido ao excesso de elétrons em relação ao


número de prótons.
Um corpo que possui excesso de elétrons em relação ao número de prótons estará
negativamente carregado. Um corpo que possui falta de elétrons em relação ao número de
prótons estará positivamente carregado.
Um corpo eletricamente carregado possui um determinado potencial elétrico, o qual é
medido em Volts (V). Define-se 1 Volt como sendo o potencial necessário para que, realizando-
se o trabalho de 1 Joule se desloque uma carga de 1 Coulomb. Se dois corpos possuem
potenciais elétricos diferentes, dizemos que entre eles existe uma diferença de potencial ou ddp.

Exemplo: Um corpo A possui um potencial elétrico de 10V, enquanto que um corpo B possui
um potencial elétrico de –6V.Qual a diferença de potencial (ddp) entre A e B e entre B e A?

VAB = VA – VB = 10 – (–6) = 16V


VBA = VB – VA = –10 –6 = –16V

Observe que VAB e VBA tem o mesmo módulo, diferindo apenas pelo sinal.

Quando dois corpos em potenciais elétricos diferentes são ligados por um condutor, flui
entre eles uma corrente elétrica (lembre da analogia com as caixas d’água), razão pela qual a ddp
é também chamada de força eletromotriz (ou fem), porque faz com que cargas elétricas se
movimentem. É importante observar que a corrente sempre flui do potencial maior para o
potencial menor (sentido convencional da corrente).
A fem pode ser obtida por um gerador de fem, que é um dispositivo que transforma uma
força qualquer em fem.

Exemplos:

Gerador Transforma energia... ...em energia


Dínamo Mecânica Elétrica (fem)
Pilha Química Elétrica (fem)
Bateria solar Luminosa Elétrica (fem)

2.1 Circuitos elétricos: a forma geral de um circuito elétrico é a mostrada abaixo:

Dispositivo
de controle

i
+
Receptor
G
_

Na figura acima vemos um gerador ligado a um dispositivo de controle e um receptor. Pelo


circuito flui uma corrente i no sentido do pólo de maior potencial do gerador (+) para o pólo de
menor potencial (–). O dispositivo de controle controla a corrente no circuito. Esta corrente passa
pelo receptor, que é um dispositivo que realiza alguma função desejada utilizando-se da energia
elétrica. O receptor também pode ser chamado de carga do circuito. O dispositivo de controle
poderia ser, por exemplo, um interruptor, e o receptor (ou carga) uma lâmpada. Teríamos então:

Eletricidade – Módulo I 15
Colégio Agulhas Negras
Interruptor

o o

G Lâmpada

Enquanto o interruptor estiver aberto, corrente nenhuma fluirá pelo circuito, e a lâmpada
permanecerá apagada. Ao fechar o interruptor, a corrente fluirá pela lâmpada e ela se acenderá,
realizando sua função que é iluminar.

2.2 Característica elétrica do receptor: a característica elétrica do receptor é a forma com que
o receptor responde às variações de tensão em seus terminais. No circuito abaixo, por exemplo,
A é um amperímetro (aparelho que mede a intensidade da corrente), e V é um voltímetro
(aparelho que mede a diferença de potencial, ou tensão). Se fizermos variar a tensão do gerador,
iremos anotar para cada valor lido no voltímetro um determinado valor da intensidade da
corrente lida no amperímetro:

A Tensão Corrente
0V 0A
+ i 10V 1A
Gerador Receptor V 20V 2A
- 30V 3A
40V 4A

Se traçarmos um gráfico da tensão em relação à corrente para o circuito acima, teremos como
resultado uma reta, ou uma função linear, motivo pelo qual dizemos que o receptor tem
característica elétrica linear.

v(V)

40

30
20
10
θ
1 2 3 4 i(A)

Observe que a reta faz um ângulo θ com o eixo V. A tangente deste ângulo é a resistividade
característica do receptor, ou resistência elétrica. A resistência elétrica é medida em Ohms (Ω).
Para o circuito acima, por exemplo:

16 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

v(V)
40
tg θ = 40 = 10
4

Resistência elétrica do receptor = 10Ω

θ
4 i(A)

Os receptores com característica elétricas lineares também são chamados de receptores ou


dispositivos ôhmicos, ou simplesmente resistores.

Símbolos:

ou

Se a curva i x V não for uma reta, o receptor é chamado de não-linear. Receptores não-lineares,
apesar de terem importância na eletrônica, não obedecem a algumas das leis que estudaremos, e
por isso não nos interessam no momento.

Exemplos:

Curvas características de receptores não lineares

V V V
(v) (v) (v)

i i i

Eletricidade – Módulo I 17
Colégio Agulhas Negras

2.3 Exercícios propostos:

2.3.1 Um corpo A possui um potencial elétrico de -20V, enquanto que um corpo B possui um
potencial elétrico de 8V.Qual a diferença de potencial (ddp) entre A e B e entre B e A?

2.3.2 Um corpo C possui um potencial elétrico de 100V, enquanto que um corpo D possui um
potencial elétrico de 80V.Qual a ddp entre C e D e entre D e C?

2.3.3 Um corpo E possui um potencial elétrico de 35V, enquanto que um corpo F possui um
potencial elétrico de 35V.Qual a ddp entre E e F e entre F e E?

2.3.4 Um receptor possui a curva característica mostrada abaixo:

v(V)

80
60
40

20
θ
4 8 12 16 i(A)

Com base nos dados fornecidos, calcule a resistência deste receptor.

2.3.5 O gráfico abaixo mostra a curva característica de um receptor com resistência elétrica igual
a 25Ω. Para o ponto V = 100V, determine a corrente ix correspondente.

v(V)

100

θ
ix i(A)

18 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 3 LEIS DE OHM

As Leis de Ohm foram propostas pelo cientista alemão George Ohm, e relacionam as
variações de tensão e corrente em receptores lineares, além da resistividade de condutores em
função de suas características geométricas.

3.1 Primeira Lei de Ohm: Como já visto anteriormente que os receptores lineares respondem
linearmente às variações de tensão aplicada aos seus terminais, ou seja, a corrente que percorre
este tipo de receptor é proporcional à tensão aplicada. Do gráfico abaixo, vemos que a curva
característica para os receptores lineares é uma reta. Então a constante de proporcionalidade é a
tangete do ângulo que a reta faz com o eixo horizontal, o que foi definido como resistência
elétrica (R).

v(V)

40

θ
4 i(A)

Desta forma, a equação que rege esta curva será:

V = R×i (equação 3.1)

onde V é a tensão em Volts (V), R é a resistência elétrica em Ohms (Ω) e i é a corrente elétrica
em Ampères (A). Esta equação é a primeira Lei de Ohm, e por este motivo os receptores que
obedecem à esta lei (os receptores lineares) também são chamados de receptores ôhmicos.

Exemplo:
a) Uma resistência de 20Ω é percorrida por uma corrente de 3A. Calcule a tensão aplicada à esta
resistência.

Solução:
R = 20Ω
i = 3A
V=?

Conforme a equação 3.1:

Eletricidade – Módulo I 19
Colégio Agulhas Negras

V = R × i = 20 × 3
V = 60V

b) Uma tensão de 24V é aplicada a uma resistência de 40Ω. Calcule a corrente que percorre esta
resistência.

Solução:
V= 24V
R = 40Ω
i = ?
V = R×i
V 24
i= =
R 40
i = 0,6A

c) Uma resistência R submetida à uma tensão de 36V é percorrida por uma corrente de 1,2A.
Calcule o valor da resistência R.

Solução:
V= 36V
i = 1,2A
R=?
V = R×i
V 36
R= =
i 1,2
i = 30Ω

Uma forma bastante simples de se memorizar as formas da primeira Lei de Ohm é


construir um triângulo dividido em três partes. Na parte superior do triângulo escrevemos a letra
V (tensão) e nas duas partes inferiores escrevemos as letras R (resistência) e i (corrente), como na
figura abaixo:

V
R I
Cada vez que desejarmos conhecer o valor de alguma grandeza, bastará cobrí-la no triângulo
para conhecer a relação entre as duas grandezas restantes. Por exemplo, se desejarmos conhecer
o valor da resistência R, cobrimos com o dedo a letra R no triângulo (veja a figura abaixo).

20 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Sobram V sobre i, de forma que a resistência R é dada pela fórmula:

V
R=
i

Da mesma forma, se quisermos conhecer os valores das outras grandezas:

V V = R×i
i=
R

Exemplo:
d) Para o circuito abaixo, calcule o valor da corrente i.

50V i 20Ω

Solução:
R = 20Ω
V= 50V
i = 3A
V 50
i= =
R 20
i = 2,5A

3.1 Segunda Lei de Ohm: A segunda Lei de Ohm relaciona a resistividade dos materiais com
suas características geométricas de forma a definir a resistência elétrica de um corpo.
A resistividade é uma característica inerente a cada material, é representada pela letra
grega ρ (rô) e é expressa em ohm x metro (Ω.m). Abaixo, temos uma tabela com os valores da
resistividade de alguns materiais:

Material ρ (Ω.m) a 20oC


Prata 1,6.10-8
Cobre 1,7.10-8
Ouro 2,3.10-8
Alumínio 2,8.10-8
Tungstênio 4,9.10-8
Platina 10,8.10-8
Ferro 11,0.10-8

Eletricidade – Módulo I 21
Colégio Agulhas Negras

A segunda Lei de Ohm diz que:

A resistência elétrica de um condutor é diretamente proporcional ao seu comprimento e


inversamente proporcional à sua àrea de secção transversal.

Ou, matematicamente:
L
R=ρ (equação 3.2)
A

Onde:
R = resistência elétrica, em Ohms (Ω);
ρ = resistividade do material, em Ohms.m (Ω.m)
L = comprimento do condutor, em metros (m)
A = área da secção transversal, em metros quadrados (m2)

No condutor mostrado abaixo, A é a área da secção transversal, D é o diâmetro do condutor e L é


o seu comprimento. A área da secção transversal será dada por:

D A

2
D
A =π × r =π ×
2


2
πD 2
A=
4

Exemplo:
a) Calcule a resistência de um condutor de cobre com área da secção transversal de 5.10-7 m2 e
comprimento de 100 m.

Solução:
Resistividade do cobre: ρ = 1,7.10-8 Ω.m (ver tabela)

Conforme a equação 3.2:

2
L 100 − 8 1.10
R=ρ = 1,7.10 −8. −7
= 1,7. 10 . −7
= 1,7.10 −8.0,2.10 9
A 5.10 5.10
R = 0,34.10 1

R = 3,4Ω

22 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

b) Um fio de platina com diâmetro de 0,2mm e comprimento de 30 m é submetido à uma tensão


de 1,5V. Calcule a intensidade da corrente que percorre este fio.

Solução:
Primeiramente, calculamos a área da secção transversal deste fio:
D = 0,2mm = 0,2.10-3 m

πD 2 3,14.(0,2.10 −3 )
2

A= =
4 4
−8
A = 3,14.10 m 2

Com a área da secção transversal definida, calculamos a resistência elétrica do fio:

Resistividade da platina: ρ = 10,8.10-8 Ω.m (ver tabela)

L 30
R=ρ = 10,8.10 −8. −8
= 10,8.10 −8.9,55.10 8
A 3,14.10
R = 103Ω

Finalmente, calculamos a intensidade da corrente aplicando a primeira Lei de Ohm:

V 1,5
i= =
R 103
i = 0,015A ou
i = 15mA

Eletricidade – Módulo I 23
Colégio Agulhas Negras

3.3 Exercícios propostos:

3.3.1 Um resistor 20Ω é percorrido por uma corrente de 3A. Calcule a tensão à qual o resistor
está submetido.

3.3.2 Um resistor submetido à uma tensão de 100V é percorrido por uma corrente de 0,5A.
Calcule a resistência deste resistor.

3.3.3 Um resistor de 50Ω é submetido à uma tensão de 30V. Calcule o valor da intensidade da
corrente que o percorre.

3.3.4 Um condutor de cobre tem seção circular com diâmetro de 5mm e comprimento de 2m.
Calcule o valor da resistência deste condutor, em Ohms.

3.3.5 Um condutor de ferro tem seção transversal quadrada de lado igual a 1mm e
comprimento igual a 100m. Os terminais do condutor estão ligados à uma fonte de tensão com
V = 12V. Calcule o valor da corrente elétrica que percorre o condutor.

24 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 4 ASSOCIAÇÕES DE RESISTORES

Até aqui lidamos apenas com circuitos onde apenas um resistor estava presente. Mas
existem situações em que mais resistores estão presentes em um circuito. Estas situações são
bastante freqüentes, e nestes casos, dizemos que os resistores estão associados. São três as
formas nas quais os resistores podem estar associados:


associação em série;


associação em paralelo;
associação mista.

A partir de agora, veremos como proceder em circuitos nos quais dois ou mais resistores
estão associados.

4.1 Associação de resistores em série: Na associação em série, todos os resistores são


percorridos pela mesma corrente, como mostrado no esquema abaixo:

R1

V i R2

R3

Como cada um dos resistores R1, R2 e R3 são percorridos pela mesma corrente i, as tensões sobre
casda resistor serão dadas, conforme a primeira lei de Ohm, pelas seguintes expressões:

VR1 = i × R1 (equação 4.1)


V R 2 = i × R2 (equação 4.2)
VR 3 = i × R3 (equação 4.3)

Observa-se ainda no circuito acima que a soma das tensões em cada resistor será igual à tensão
da fonte, e desta forma podemos escrever a seguinte expressão:

Eletricidade – Módulo I 25
Colégio Agulhas Negras

V = V R1 + V R 2 + V R 3
V = (i × R1 ) + (i × R2 ) + (i × R3 )
V = i (R1 + R2 + R3 ) (equação 4.4)

Deseja-se chegar ao seguinte circuito equivalente, onde os resistores R1, R2 e R3 foram


substituídos por um resistor equivalente Requ:

V Requ

Para este circuito, a corrente i é dada, segundo a Lei de Ohm, por:

V
i=
Requ

Ou, escrevendo de outra forma:


V
Requ = (equação 4.5)
i

Dividindo ambos os lados da equação 4.4 por i, temos:

V i (R1 + R2 + R3 )
=
i i
V
= R1 + R2 + R3 , então :
i
Requ = R1 + R2 + R3 (equação 4.6)

A equação 4.6 representa a equação para a resistência equivalente de resistores associados em


série. A dedução da equação foi feita para 3 resistores, mas a fórmula vale para quantos
resistores estiverem presentes na associação.

Exemplo: Calcular a resistência equivalente para a seguinte associação de resistores e calcular a


intensidade da corrente i para o circuito abaixo:

10Ω

48V i 5Ω

9Ω

26 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Solução: A resistência equivalente será dada por:

Requ = R1 + R2 + R3
Requ = 10 + 5 + 9
Requ = 24Ω

Calculada a resistência equivalente, a corrente i será dada por:

V 48
i= =
Requ 24
i = 2A

4.1.1 Divisores de tensão: O circuito abaixo, composto por 2 resistores (ou mais) em série
ligados à uma fonte de tensão é também chamado de divisor de tensão, pois nele a tensão V da
fonte é dividida proporcionalmente entre os resistores:

R1

V i

R2

A resistência equivalente para o circuito acima será dada por:

Requ = R1 + R2

A corrente i será dada então por:

V V
i= = (equação 4.7)
Requ R1 + R2

Conforme a primeira Lei de Ohm, a tensão sobre cada resistor será dada por:

VR1 = i × R1
V R 2 = i × R2

Substituindo-se i nas equações acima pela equação 4.7, temos então:


V 

R1 

V R1 = R1 V R1 =V (equação 4.8)




R1 + R 2 R1 + R 2
 

V R2
=



=V



VR2 R2 VR 2 (equação 4.9)






R1 + R 2 R1 + R 2
 

Eletricidade – Módulo I 27
Colégio Agulhas Negras

As expresões acima permitem calcular a tensão sobre cada resistor sem que se tenha a
necessidade de conhecer a intensidade da corrente i que percorre cada resistor. As expressões
podem ser estendidas para quantos resistores existirem no circuito. Por exemplo, numa
associação de 10 resistores em série, se quisermos calcular a tensão sobre o resistor R6, basta
dividirmos o valor do resistor R6 pela soma dos valores de todos os 10 resistores, e multiplicar o
resultado pelo valor da tensão da fonte. De forma geral, numa associação em série de n
resistores, a tensão em um resistor k será dada por:



Rk 

V Rk =V (equação 4.10)
 

R1 + R 2 + ... + R n


Exemplo: Calcular a tensão sobre o resistor de 7Ω no circuito abaixo:

10Ω

5Ω
i
15V
7Ω

8Ω

Solução: O circuito acima é um divisor de tensão, de forma que a tensão sobre o resistor de 7Ω
pode ser calculada por:


R3
=V
 

V R3
 

R1 + R 2 + R 3 + R 4


7
= 15
 

V R3
10 + 5 + 7 + 8


7 7
= 15 =
 

V R3 

30 2
V R3 = 3,5 V

4.2 Associação de resistores em paralelo: Na associação em paralelo, todos os resistores estão


submetidos à mesma tensão, como mostrado no esquema abaixo:

V i1 R1 R2 i3 R3
i2

28 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Sendo que cada um dos resistores R1, R2 e R3 estão submetidos à mesma tensão V, as
intensidades das correntes i1, i2 e i3 serão dadas, conforme a primeira lei de Ohm, pelas seguintes
expressões:

V
i1 = (equação 4.11)
R1
V
i2 = (equação 4.12)
R2
V
i3 = (equação 4.13)
R2

Observa-se ainda no circuito acima que a intensidade da corrente i será a soma das intensidades
das correntes i1, i2 e i3, e desta forma podemos escrever a seguinte expressão:

i = i1 + i 2 + i3 (equação 4.14)

Deseja-se chegar ao seguinte circuito equivalente, onde os resistores R1, R2 e R3 foram


substituídos por um resistor equivalente Requ:

V Requ

Para este circuito, a corrente i é dada, conforme a primeira Lei de Ohm, por:

V
i= (equação 4.15)
Requ

Substituindo as equações 4.11, 4.12, 4.13 e 4.15 na equação 4.14, temos:

V V V V
= + + (equação 4.16)
Requ R1 R2 R3

Isolando V em ambos os lados da equação:







1 1

1 1
=V + +
 

V (equação 4.17)
 

 

Requ R1 R2 R3


Então:

1 1 1 1
= + + (equação 4.18)
Requ R1 R2 R3

Eletricidade – Módulo I 29
Colégio Agulhas Negras

A equação 8 representa a equação para a resistência equivalente de resistores associados em


paralelo. A dedução da equação foi feita para 3 resistores, mas a fórmula vale para quantos
resistores estiverem presentes na associação.

Exemplo: Calcular a resistência equivalente para a seguinte associação de resistores e calcular a


intensidade da corrente i para o circuito abaixo:

100V 20Ω 30Ω 60Ω

Solução: A resistência equivalente será dada por:


1 1 1 1
= + +
Requ 20 30 60
1 3 + 2 +1
=
Requ 60
1 6
=
Requ 60
1 1
=
Requ 10
Requ = 10Ω

Calculada a resistência equivalente, a corrente i será dada por:

V
i=
Requ
100
i=
10
i = 10A

4.2.1 Dicas práticas:

1) Quando a associação for composta de n resistores com o mesmo valor, a resistência


equivalente será o valor de um dos resistores dividido por n.

Exemplo: Calcular a resistência equivalente para o circuito abaixo:

180V 90Ω 90Ω 90Ω

30 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Observe que todos os resistores da associação tem o mesmo valor, ou seja 90Ω. Observe ainda
que a associação é composta por 3 resistores, de forma que a resistência equivalente será dada
por:

R 90
Requ = = = 30Ω
n 3

2) Quando a associação for composta de apenas 2 resistores de qualquer valor, a resistência


equivalente será dada pela seguinte expressão:

R1 × R2
Requ = (equação 4.19)
R1 + R2

Exemplo: Calcular a resistência equivalente para o circuito abaixo:

24V 60Ω 15Ω

Como a associação é composta por apenas 2 resistores, pode-se usar a equação 4.19:

R1 × R2 60 × 15
Requ = =
R1 + R2 60 + 15
900
Requ =
75
Requ = 12Ω

4.2.2 Divisores de corrente: O circuito abaixo, composto por 2 resistores em paralelo ligados à
uma fonte de tensão é também chamado de divisor de corrente, pois nele observa-se que a
corrente i é dividida em duas correntes i1 e i2.

V i1 R1 i2 R2

A resistência equivalente para o circuito acima será dada por (ver dica prática no 2):

Eletricidade – Módulo I 31
Colégio Agulhas Negras

R1 × R2
Requ =
R1 + R2

A corrente i será dada então por:

V V
i= =
Requ R1 × R2
R1 + R 2
R × R2
"

V =i 1
#$%

(equação 4.20)
#

R1 + R2
!

Como já visto, a tensão sobre cada resistor na associação é igual à tensão V da fonte. Conforme a
primeira Lei de Ohm, a tensão sobre cada resistor é dada por:

V = i1 × R1 (equação 4.21)
V = i 2 × R2 (equação 4.22)

Igualando-se as equações 4.20 e 4.21, pode-se achar uma expressão para i1:

R × R2 R1 × R 2
( (

)*+ & )*+ &

i1 × R 1 = i 1 i1 = i × R1
) & ) &

R1 + R 2 R1 + R 2
' '

)*+

R2 &

i1 = i (equação 4.23)
) &

R1 + R 2
'

Igualando-se as equações 4.20 e 4.22, pode-se achar uma expressão para i2:

R × R2 R1 × R 2
/ /

012 - 012 -

i2 × R2 = i 1 i2 = i × R 2
0 - 0 -

R1 + R 2 R1 + R 2
. .

R1012 -

i2 = i (equação 4.24)
0 -

R1 + R 2
.

Observação: Estas expressões só são válidas para um divisor de corrente composto por 2
resistores.

Exemplo: Calcular as correntes i1 e i2 para o circuito abaixo:

5A

V 60Ω
i1 i2 15Ω

Solução: O circuito acima é um divisor de corrente, de forma que as correntes i1 e i2 podem ser
calculadas através das equações 4.23 e 4.24:

32 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

6 6 6

R2 15 15 1
i1 = i =5 =5 =5
9
7 4

789 4 789 4 789 4

7 4

R1 + R2 60 + 15
5 5 5

75 5
5

i1 = 1A

6 6 6

R1 60 60 4
i2 = i =5 =5 =5
9
7 4

789 4 789 4 789 4

7 4

R1 + R2 60 + 15
5 5 5

75 5
i 2 = 4A

Note que para calcular as correntes i1 e i2 não é necessário conhecer o valor da tensão da fonte.

4.3 Associação mista de resistores: Em alguns casos, podemos ter em um mesmo circuito,
resistores associados em paralelo e em série. Nestes casos, dizemos que a associação é mista.
Observe o circuito abaixo:
R1

i1
V i2 R2 R3
i3

Neste circuito observamos que os resistores R2 e R3 estão associados em paralelo. O resistor


Requ1, que é o resistor equivalente dos resistores R2 e R3 associados, estará por sua vez em série
com o resistor R1 (veja a figura abaixo).

R1

i1
V iRequ1 Requ1

Sendo que Requ1 e R1 estão associados em série, pode-se dizer que as correntes i1 e iRequ1 terão a
mesma intensidade:

i1 = i Re qu1

Requ2 será a resistência equivalente da associação de Requ1 e R1, de forma que:

Requ 2 = R1 + Requ1

Assim sendo, a corrente i1 será dada, de acordo com a primeira Lei de Ohm, por:

Eletricidade – Módulo I 33
Colégio Agulhas Negras

V
i1 =
Requ 2

Calculado i1, pode-se determinar as intensidades das correntes i2 e i3 através das fórmulas do
divisor de corrente:

<

R3
=>? :

i2 = i
= :

R 2 + R3
;

<

=>?

R2 :

i3 = i
= :

R 2 + R3
;

Exemplo:
a) Calcular as correntes i1, i2 e i3 para o circuito abaixo:

8Ω

i1
100V 15Ω
i2 i3 60Ω

Solução: O circuito acima apresenta uma associação mista. Associando-se os resistores de 15Ω e
60Ω, obtemos:

15 × 60 900
Requ1 = =
15 + 60 75
Requ1 = 12Ω

Associando-se Requ1 com R1, obtemos:

Requ 2 = R1 + Requ1
Requ 2 = 8 + 12
Requ 2 = 20Ω

A corrente i1 será dada por:

V
i1 =
Requ 2
100
i1 =
20
i1 = 5 A

34 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

As correntes i1 e i2 podem ser calculadas através das fórmulas do divisor de corrente:

B B B

R3 60 60 4
i2 = i1 =5 =5 =5
EC @

CDE @ CDE @ CDE @

C @

R2 + R3 15 + 60
A A A

75 5
A

i2 = 4 A
B

B B B

R2 15 15 1
i3 = i1 =5 =5 =5
EC @

CDE @ CDE @ CDE @

C @

R2 + R3 15 + 60
A A A

75 5
A

i3 = 1 A

b) Para o circuito abaixo, calcular a tensão sobre o resistor R4.

25Ω

100V 30Ω 15Ω

15Ω

Solução: Os resistores R2 e R3 estão associados em paralelo. O resistor Requ1, que é o resistor


equivalente dos resistores R2 e R3 associados, estará por sua vez em série com os resistores R1 e
R4 (veja a figura abaixo).

30 × 15 450
Requ1 = =
30 + 15 45
Requ1 = 10Ω

25Ω

100V 10Ω

15Ω

Os resistores de 25Ω, 10Ω e 15Ω, formam um divisor de tensão, de forma que a tensão sobre o
resistor de 15Ω pode ser calculado como se segue abaixo:
H H H

15 15 3
= 100 = 100 = 100
IJK F IJK F IJK F

VR 4
25 + 10 + 15
G G G

50 10
VR 4 = 30V
Eletricidade – Módulo I 35
Colégio Agulhas Negras

4.4 Exercícios propostos:

4.4.1 No circuito abaixo, calcule o valor da resistência equivalente entre os pontos A e B.

.
A 15Ω

V 30Ω 15Ω

.B 25Ω

4.4.2 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 12Ω.

16Ω

48V 12Ω

8Ω

4.4.3 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 15Ω.

12A
V 15Ω 60Ω
45Ω

4.4.4 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 3Ω.

8Ω

36V 3Ω 6Ω

2Ω

36 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

4.4.5 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 8Ω.

8Ω

24V 30Ω 60Ω

20Ω

Eletricidade – Módulo I 37
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 5 POTÊNCIA EM CIRCUITOS ELÉTRICOS

Para que se entenda o que é potência, precisamos primeiro definir o que é trabalho. Em
termos gerais, trabalho é a quantidade de energia necessária para que se realize alguma ação. Por
exemplo, para se deslocar um peso de um ponto A para um ponto B, é necessário que se aplique
uma força ao peso ao longo de uma distância d, que é a distância entre os pontos A e B (veja a
figura abaixo):

A B
d

A quantidade de energia necessária para deslocar o peso é proporcional à distância d que o peso
é deslocado, ou seja, quanto maior a distância, maior a quantidade de energia necessária, ou em
outras palavras, maior é o trabalho necessário para se deslocar o peso. O trabalho é medido em
Joules (J), e é representado pela letra grega τ ( táu).
Agora imagine que para se deslocar o peso da figura acima por uma distância d um
indivíduo X leve 3 segundos, enquanto um indivíduo Y leve 1 segundo para realizar a mesma
tarefa. A quantidade de trabalho realizado por ambos é a mesma, já que temos o mesmo peso
deslocado à mesma distância. O que difere então um indivíduo do outro, de forma que Y faça o
mesmo trabalho num tempo menor que X? A resposta é a potência. Pode-se dizer que o
indivíduo Y exerce uma potência maior que o indivíduo X, pois é capaz de realizar uma certa
quantidade de trabalho em um tempo menor. Em termos matemáticos, dizemos que a potência é
a taxa de realização de trabalho por intervalo de tempo, ou seja:

τ
P= (equação 5.1)
∆t

Sendo o trabalho medido em Joules e o tempo em segundos, a unidade de potência será J/s
(Joules por segundo), ou resumidamente, Watts (W).

38 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

5.1 Efeito Joule: Como já sabemos, a matéria é composta por átomos, e a corrente elétrica é o
movimento ordenado de elétrons. Imagine os elétrons de uma corrente elétrica se deslocando
através de um condutor. Sendo o condutor (matéria) composto por átomos, temos que o
deslocamento de elétrons através deste condutor fará com que estes elétrons se colidam com os
átomos que compõem o condutor. A cada colisão o elétron transfere parte de sua energia
cinética (relacionada ao movimento) para o átomo, que então passa a vibrar com mais
intensidade. Como se sabe, o calor é a medida da agitação dos átomos em uma certa quantidade
de matéria, de forma que quanto maior for a intensidade com que os átomos de um corpo vibrem,
maior será a quantidade de calor neste corpo. Se a passagem de uma corrente elétrica por um
condutor faz com que os átomos deste condutor vibrem com mais intensidade, então é natural
que o condutor apresente uma quantidade maior de calor, ou seja o condutor “esquenta”. Este é o
chamado efeito Joule.

Efeito Joule: aquecimento de um condutor devido à passagem de uma corrente elétrica.

O efeito Joule encontra diversas aplicações práticas, como por exemplo, a resistência de
um chuveiro elétrico, que quando percorrida por uma corrente se aquece, e transfere o calor para
a água que passa por ela, aquecendo a água.
O aquecimento de um condutor devido ao efeito Joule pode ser entendido como uma
dissipação de energia (lembre-se que o calor é uma forma de energia). Esta energia está
relacionada com o trabalho e potência elétrica.

5.2 Trabalho e potência elétrica: Para se definir o trabalho elétrico, vamos relembrar a
definição de diferença de potencial elétrico:

1 volt é o potencial necessário para que, realizando um trabalho de 1 Joule se desloque uma
carga de 1 Coulomb.

Matematicamente:
τ
V=
Q
τ = V × Q (equação 5.2)

Se dividirmos ambos os lados da equação 2 por ∆t, teremos:

τ V ×Q
= (equação 5.3)
∆t ∆t

Sabemos que:
τ
P=
∆t

Eletricidade – Módulo I 39
Colégio Agulhas Negras

E também que:

Q
i=
∆t

Substituindo P e i na equação 3, temos, finalmente:

P = V × i (equação 5.4)

Que é a equação que define a potência elétrica.

Exemplo: Um resistor submetido à uma tensão de 12V é percorrido por uma corrente de 0,2A.
Calcule a potência dissipada por este resistor.

Solução:

V = 12V
i = 0,2A
P = V × i = 12 × 0,2
P = 2,4W

5.2.1 Outras formas para a equação da potência elétrica: Tomando-se a lei de Ohm, podemos
escrever outras formas para a equação da potência, substituindo V e i pelos seus equivalentes
segundo a lei de Ohm:

V = R×i
P =V × i
P = (R × i ) × i
P = R × i2 (equação 5.5)

V
i=
R
P =V × i
N

V
P =V ×
OPQ L

R
V2
P= (equação 5.6)
R

Exemplo:
a) Um resistor de 100Ω é percorrido por uma corrente de 2A. Calcule a potência dissipada por
este resistor.

40 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Solução: Usando a equação 5.5:


R = 100Ω
i = 2A
P = R × i 2 = 100 × 2 2 = 100 × 4
P = 400 W

b) Um resistor de 500Ω é submetido à uma tensão de 50V. Calcule a potência dissipada por este
resistor.

Solução: Usando a equação 5.6:


V = 50V
R = 500Ω
V 2 50 2 2500
P= = =
R 500 500
P = 5W

c) Calcular a potência em cada resistor do circuito abaixo. Somar todas as potências.

10Ω
R1

180V R2 30Ω R3 15Ω

10Ω
R4

Solução: Conhecendo a corrente em cada resistor, podemos calcular a potência através da


fórmula P = R × i2. Associando-se os resistores de R2 e R3:

R2 × R3 30 × 15 450
Requ = = =
R2 + R3 30 + 15 45
Requ = 10Ω

O circuito ficará então com a seguinte forma:


10Ω
R1

180V Requ 10Ω

10Ω
R4

Eletricidade – Módulo I 41
Colégio Agulhas Negras

Os 3 resistores de 10Ω estão associados em série, de forma que a corrente neles pode ser
calculada da seguinte forma:

V 180 180
i= = =
R 10 + 10 + 10 30
i = 6A

A potência nos resistores R1 e R4 já pode ser então calculada:

PR1 = R1 × i 2 = 10 × 6 2 = 10 × 36
PR1 = 360W

PR 4 = R4 × i 2 = 10 × 6 2 = 10 × 36
PR 4 = 360 W

Falta achar as correntes nos resistores R2 e R3, as quais podem ser calculadas através das
fórmulas do divisor de corrente:
T

T T T

R3 15 15 1
=i =6 =6 =6
WU R

UVW R UVW R UVW R

iR2
U R

R 2 + R3 30 + 15
S S S

45 3
S

i R 2 = 2A

T T T

WU

R2 30 2 R

2
=i =6 =6 =6
UVW R UVW R UVW R

i R3
U R

R 2 + R3 30 + 15
S S S

3 3
S

i R 3 = 4A

A potência nos resistores R2 e R3 pode então ser calculada:

PR 2 = R2 × i R 2 = 30 × 2 2 = 30 × 4
2

PR 2 = 120W

PR 3 = R3 × i R 3 = 15 × 4 2 = 15 × 16
2

PR 3 = 240 W

A potência total será então:

Ptotal = PR1 + PR 2 + PR 3 + PR 4 = 360 + 120 + 240 + 360


Ptotal = 1080W

42 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Considerando-se a equação para a potência elétrica P = V × i, se multiplicarmos a tensão da


fonte pela corrente por ela fornecida, obteremos:

P = V × i = 180 × 6
P = 1080W

Que é exatamente o resultado que obtivemos anteriormente. Desta forma podemos propor que:

A potência total fornecida por uma fonte a um circuito é igual à soma das potências dissipadas
em cada resistor.

d) O circuito abaixo representa parte de uma instalação elétrica residencial, correspondente à


área de serviço. Deseja-se calcular o valor da amperagem para um disjuntor apropriado para a
proteção do circuito. Calcule o valor para este disjuntor.

..
Disjuntor

Tomadas Secadora Lavadora


220V
1000W 5000W 2400W

Solução:
De acordo com o teorema discutido no exemplo anterior, a potência total deste circuito será a
soma das potências de cada equipamento, de forma que:

Ptotal = 1000 + 5000 + 2400


Ptotal = 8400W

A corrente do circuito pode ser então calculada por2:

P =V × i
P 8400
i= =
V 220
i = 38,18A

Como comercialmente não existem disjuntores deste valor, pode-se usar um disjuntor de 40A.

2
Apesar de tratar-se de um circuito em corrente alternada (os quais serão estudados no Módulo 2), utilizamos aqui
uma abordagem em corrente contínua, sem prejuízo da exatidão dos resultados.

Eletricidade – Módulo I 43
Colégio Agulhas Negras

5.3 Exercícios propostos:

5.3.1 Uma carga de 100C é submetida à uma tensão de 12V. Calcule o trabalho em Joules
realizado sobre esta carga (sugestão: use a equação 5.2).

5.3.2 Um chuveiro elétrico realiza dissipa 9MJ (9.000.000 de Joules) de energia em forma de
calor a cada hora. Calcule a potência deste chuveiro, em Watts (sugestão: use a equação 5.1)
.

5.3.3 Um resistor de 100Ω é submetido à uma tensão de 20V. Calcule a potência elétrica
dissipada por este resistor. Qual a quantidade de energia em Joules que este mesmo resistor
dissipa em 5 minutos?

5.3.4 No circuito abaixo, calcule a potência dissipada pelo resistor de 3Ω.


4Ω
R1

24V R2 6Ω R3 3Ω

2Ω
R4

5.3.5 O circuito abaixo representa uma instalação elétrica residencial. Deseja-se calcular o valor
da amperagem para um disjuntor apropriado para a proteção do circuito. Calcule o valor para
este disjuntor.

..
Disjuntor

Tomadas Iluminação Chuveiro


110V 8000W 2000W 4000W

44 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 6 FONTES REAIS

Em todos os circuitos que estudamos até agora, consideramos as fontes de tensão como
sendo fontes ideais. Fontes ideais, como o próprio nome diz, são fontes idealizadas, isto é, só
existem teoricamente. Na prática, todas as fontes de tensão tem associada à sua tensão nominal
uma resistência interna, o que leva a algumas implicações como veremos a seguir.

6.1 Fontes ideais: São fontes idealizadas, cuja resistência interna é nula (r = 0Ω). Quando a
resistência ligada a uma fonte (ou a resistência equivalente de um circuito) é muito maior que
sua resistência interna, podemos considerar a resistência interna desta fonte como sendo nula,
tornando-se assim uma fonte ideal. É o que ocorre em todos os circuitos que analisamos até
agora. Porém quando a resistência ligada a uma fonte (ou a resistência equivalente de um
circuito) é das mesmas proporções da resistência interna desta fonte, a resistência interna da
fonte deve ser considerada, e a fonte então é tratada como uma fonte real.

6.2 Fontes reais: São fontes onde resistência interna é maior que zero (r > 0Ω). Veja o circuito
abaixo. Os elementos dentro da linha tracejada sãoos elementos internos à fonte. Sendo que a
fonte fornece uma corrente i a qual atravessa também a resistência interna, temos sobre esta
resistência interna uma tensão εi = r x i a qual será diminuída da tensão nominal ε da fonte,
fazendo com que haja uma redução da tensão fornecida à carga εu.

εi r i
i R εu

ε = tensão nominal;
εi = tensão sobre a resistência interna;
εu = tensão útil;
r = resistência interna;
R = resistência da carga;
i = corrente fornecida pela fonte.

Eletricidade – Módulo I 45
Colégio Agulhas Negras

Analisando o circuito anterior, temos que:

ε = εi +εu
εu = ε −εi

mas;

εi = r ×i
ε
i=
r+R

então :

ε
Z

εu = ε − r
[\] X

r+R
Y

r
ε u = ε 1−
[\] X

(equação 6.1)
r+R
Y

Ou seja, a tensão útil que uma fonte real fornece à carga é uma relação da tensão nominal e das
resistências interna e da carga ligada à fonte.

Exemplo:
a) Uma fonte com tensão nominal de 12V é ligada a uma carga de 32Ω. Sendo a resistência
interna da fonte igual a 4Ω, calcule a tensão útil fornecida à carga.

Solução:
Dados:
ε = 12V
R = 32Ω
r = 4Ω

Utilizando a equação 6.1:

` ` ` ` `

r 4 4 1 8 96
ε u = ε 1− = 12 1 − = 12 1 − = 12 1 − = 12 =
abc ^ abc ^ abc ^ abc ^ abc ^

r+R 4 + 32
_ _ _ _ _

36 9 9 9
ε u = 10,67V

Este resultado significa que, da tensão nominal de 12V, apenas 10,67V estarão disponíveis para a
carga de 32Ω. O restante da tensão estará sobre a resistência interna da fonte. A corrente que
circula pelo circuito pode ser calculada dividindo-se a tensão útil εu pela resistência R da carga:

46 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

εu 10,67
i= =
R 32
i = 0,33A

b) Uma fonte com tensão nominal de 1,5V é ligada a uma carga de 8Ω. Sendo a tensão útil da
fonte igual a 1,2V, calcule sua resistência interna.

Solução:
Dados:
ε = 1,5V
R = 8Ω
εu = 1,2Ω

r
ε u = ε 1−
ghi d

r+R
e

r
1,2 = 1,5 1 −
ghi d

r +8
e

1,2 r
= 1−
1,5 r +8
1,2 r
−1 = −
1,5 r +8
r
− 0,2 = −
r +8
− 0,2(r + 8) = − r
− 0,2r − 1,6 = −r
r − 0,2r = 1,6
0,8r = 1,6
1,6
r=
0,8
r = 2Ω

6.3 Rendimento de uma fonte real: O rendimento de uma fonte real é dado pelo quociente da
tensão útil εu pela tensão nominal ε. Assim, temos que:

εu
η= (equação 6.2)
ε

ou

εu
η% = × 100% (equação 6.3)
ε

Eletricidade – Módulo I 47
Colégio Agulhas Negras

6.4 Máxima transferência de potência: Devido à presença de uma resistência interna, sempre
haverá nas fontes reais uma parcela de potência dissipada internamente. De fato, se existe uma
corrente i circulando pelo circuito e uma resistência interna r haverá uma potência Pi dissipada
internamente sobre a resistência interna. Esta potência será equivalente a r x i2. Desta forma,
quanto menor a corrente que circula pelo circuito, menor será a potência dissipada internamente.
Porém, menor será também a potência útil, a qual pode ser definida pela relação Pu = i x R2. Para
aumentar a potência útil, deve-se aumentar a corrente i o que o fazemos diminunido a resistência
R da carga. Mas então teremos uma diminição da potência útil, pois Pu = i x R2. Qual então será
o ponto onde temos a máxima potência útil forneciad à carga (máxima transferência de
potência). Vamos analisar o circuito a seguir:

r i
Pi = i x r2 i R
Pu = i x R2
ε
P=εxi

Sabemos que a potência total fornacida pela fonte (P) é a soma das potência dissispadas em cada
resistor. Então:

P = Pi + Pu
Pu = P − Pi
(
Pu = (ε × i ) − r × i 2 )
Pu = − ri 2 + εi (equação 6.4)

A equação 6.4 é uma equação de 2o grau, sendo i a variável e r e ε os coeficientes. Como o


coeficiente da variável de 2o grau é negativo, o gráfico será uma parábola com a concavidade
voltada para baixo, como ilustra a figura a seguir:

Pu
Pu máxima

As raízes da equação 6.4 serão:

48 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Pu = −ri 2 + εi
− ri 2 + εi = 0
i(− ri + ε ) = 0
i′ = 0
ε
i ′′ =
r
Então:

Pu
Pu máxima

0 ε/r i

Como a parábola é simétrica, o ponto onde a potência útil é máxima está situado no ponto médio
entre as raízes da equação. Desta forma:

ε ε
−0
i Pmáx = r = r
2 2
ε
i Pmáx = (equação 6.5)
2r

Como a resistência interna da fonte não pode ser variada, para obtermos 2r no denominador da
equação 6.5 devemos fazer R = r. Então concluímos que a máxima transferência de potência se
dá quando a resistência da carga se iguala à resistência interna da fonte.

Eletricidade – Módulo I 49
Colégio Agulhas Negras

6.5 Exercícios propostos:

6.5.1 Calcule o valor da tensão útil para uma fonte de 6V com resistência interna r = 0,1Ω e
resistência de carga R = 50Ω. Qual é o rendimento desta fonte?

6.5.2 Uma fonte de 12V possui resistência interna r = 2Ω. Deseja-se a máxima transferência de
potência. Nestas condições, calcule o valor da carga R e a potência dissipada pela carga.

6.5.3 Calcule o valor da corrente fornecida por uma fonte de 20V que opera na máxima
transferência de potência, sabendo que o valor da resistência da carga R é igual a 4Ω. Nestas
condições, calcule também o rendimento da fonte.

6.5.4 Uma pilha de 1,5V fornece uma tensão útil de 1,48V quando ligada à uma carga de 27Ω.
Calcule o valor da resistência interna e o rendimento desta pilha.

6.5.5 A bateria de um automóvel possui tensão nominal de 12V e fornece uma corrente de 40A
na partida do motor de arranque. Considerando o rendimento da bateria η=99%, calcule o valor
da resistência interna desta bateria.

50 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 7 LEIS DE KIRCHOFF

À medida em que cresce a complexidade dos circuitos, mais trabalhosa será a análise
utilizando-se dos conceitos estudados até aqui. Circuitos onde existam várias fontes de tensão ou
associações complexas de resistores são analisados mais facilmente utilizando-se os teoremas de
análise de circuitos que serão estudados a partir daqui. Todos os teoremas são baseados na lei de
Ohm, e na verdade representam “atalhos” para a aplicação da primeira Lei de Ohm na análise
dos circuitos. Assim, podemos listar os seguintes teoremas que serão vistos daqui em diante3:
j

j
1a Lei de Kirchoff (lei dos nós);
j 2a Lei de Kirchoff (lei das malhas);
j Método do ponto de referência;
j
Princípio da superposição de efeitos;
Teorema de Thevenin.

Os primeiros teoremas a serem estudados serão as Leis de Kirchoff. São duas leis, a
primeira relacionando as correntes presentes em um circuito, e a segunda relacionando as tensões
em um circuito. As Leis de Kirchoff tem fundamental importância na eletrônica no que se refere
à análise de circuitos eletrônicos, não só aqueles onde apenas elementos passivos estão presentes
(como serão os casos estudados aqui), mas como em qualquer circuito onde queiramos saber as
relações entre as correntes e tensões ali presentes.

7.1 Primeira Lei de Kirchoff (Lei dos nós): Para que se entenda a primeira Lei de Kirchoff, é
necessário primeiro que se defina o que é um nó. Em um circuito qualquer, um nó é a união de 3
ou mais condutores. Conforme a primeira Lei de Kirchoff, as correntes que circulam por um
circuito quando encontram um nó se comportam da seguinte forma:

A soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes que saem do nó.

Exemplo:
a) No esquema abaixo temos as correntes i1 e i3 chegando ao nó, enquanto que as correntes i2 e i4
saem do nó:

i1
. i3
i1 + i3
Correntes
que entram
= i2 + i4
Correntes
que saem
i2 i4

3
Existem ainda outros teoremas, como o Teorema de Norton ou as Correntes Fictícias de Maxwell, os quais não
serão abordados neste curso.

Eletricidade – Módulo I 51
Colégio Agulhas Negras

b) No esquema abaixo, calcular a intensidade da corrente i4, sabendo-se que i1=3A, i2=5A e
i3=2A.

Solução:

i1
. i3 i1 + i2 + i3 =
Correntes
que entram
i4
Corrente que
sai
i2 i4

i 4 = i1 + i 2 + i3 = 3 + 5 + 2
i 4 = 10A

c) No circuito abaixo, calcular a corrente i, aplicando a primeira Lei de Kirchoff:

R1
. Nó

i1 i2
V R2 2A R3 3,5A

R4

Solução: Observa-se que as correntes i1 e i2 saem do nó, enquanto que a corrente i entra no nó.
Desta forma, temos, conforme a primeira Lei de Kirchoff:

i = i1 + i 2 = 2 + 3,5
i = 5,5A

d) No circuito abaixo, calcular a corrente i, aplicando a primeira Lei de Kirchoff:

R1
i1 i2
V R2 2A R3 3,5A

R4
i
.

52 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Solução: Temos uma situação idêntica à anterior, porém agora i1 e i2 entram no nó, enquanto que
a corrente i sai do nó. Desta forma, temos, de acordo com a primeira Lei de Kirchoff:

i1 + i 2 = i
2 + 3,5 = i
i = 5,5A

e) No circuito abaixo, calcular a corrente i2:

15 v 30 v

.


30Ω Ω
20Ω

i1 i3
V1 i2 V2

Solução: Aplicando a primeira Lei de Kirchoff, temos:

i3 = i1 + i2

Entretanto não conhecemos os valores das correntes i1 e i3, mas conhecemos os valores das
tensões e das resistências, de forma que podemos calcular as correntes i1 e i3 aplicando a
primeira Lei de Ohm:

VR1 15
i1 = =
R1 30
i1 = 0,5 A
V R 2 30
i3 = =
R2 20
i3 = 1,5A

Com os valores das correntes i1 e i3 determinados, calculamos facilmente o valor da corrente i2:

i3 = i1 + i 2
i 2 = i3 − i1 = 1,5 + 0,5
i 2 = 1A

f) No circuito a seguir, calcular a corrente i2:

Eletricidade – Módulo I 53
Colégio Agulhas Negras


VR1 VR3

45 Ω
40Ω

i1
.
25 Ω
10Ω

i3
15

V1 i2 V2

Solução: Aplicando a primeira Lei de Kirchoff, temos:

i2 + i3 = i1

Entretanto não conhecemos os valores das correntes i1 e i3, nem valores das tensões VR1 e VR3.
Porém no circuito são mostrados os potenciais de alguns pontos, de forma que podemos calcular
as diferenças de potencial VR1 e VR3 como se segue:

V R1 = 45 − 25 = 20V
V R 3 = 25 − 15 = 10V

As correntes i1 e i3 podem agora ser calculadas aplicando-se a primeira Lei de Ohm:

V R1 20
i1 = =
R1 40
i1 = 0,5 A
V 10
i3 = R 3 =
R3 10
i3 = 1A

Com os valores das correntes i1 e i3 determinados, calculamos facilmente o valor da corrente i2:

i 2 + i3 = i1
i 2 = i1 − i 3 = 0,5 − 1
i 2 = −0,5A

Este resultado mostra que, na verdade, a corrente i2 tem sentido contrário ao indicado no circuito.

Observando os exemplos anteriores, podemos concluir que a primeira Lei de Kirchoff é


suficiente para que possamos resolver um circuito, desde que conheçamos as tensões sobre
alguns componentes ou os potenciais em alguns pontos do circuito. A dúvida agora é: como
fazer para resolver circuitos onde não conhecemos as tensões ou os potenciais em nenhum dos
componentes? A resposta será dada ao estudarmos a segunda Lei de Kirchoff.

54 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

7.2 Segunda Lei de Kirchoff: Assim como a primeira Lei de Kirchoff relaciona as correntes
presentes em um circuito, a segunda Lei de Kirchoff relaciona as tensões presentes em uma
circuito, de forma que o seu enunciado é o seguinte:

“A soma algébrica das tensões em uma malha é igual a 0 (zero).”

Torna-se então necessário definirmos o que é uma malha. Em um circuito qualquer, uma
malha é qualquer trecho fechado deste circuito. Observe os exemplos abaixo:

Circuito com uma malha:


k


40Ω Ω
10Ω

20V 45V

Circuito com duas malhas:


12Ω 30Ω

96 V Malha 60Ω Malha


120 V
1 2

Circuito com três malhas:


40Ω Ω
10Ω

Malha Malha
1 3
20V 45V
Ω Malha
10Ω Ω
40Ω
2

40Ω Ω
10Ω

6.2.1 O método passo a passo: O método para a resolução de circuitos utilizando a Segunda Lei
de Kirchoff consiste basicamente em identificar as tensões presentes em todas as malhas de um
circuito, e a partir daí extrair equações que vão fornecer os valores de todas as correntes do
circuito e, consequentemente, todas as tensões.

Exemplo:
a) Calcular as tensões e as correntes em cada resistor do circuito a seguir:

Eletricidade – Módulo I 55
Colégio Agulhas Negras


40Ω Ω
10Ω

20V 45V

O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes que circulam pelo circuito. Ainda
que não conheçamos o sentido correto da corrente, tal fato não influenciará no resultado, já que,
se encontrarmos um valor negativo para a corrente, quer dizer que a corrente na verdade está no
sentido contrário ao sentido representado. Como circuito acima é um circuito em série, temos
apenas uma corrente percorrendo o circuito, a qual chamaremos de i. Representando-a no
circuito, temos:

40Ω Ω
10Ω

i i
20V 45V

O próximo passo é estabelecer as difereças de potencial sobre os resistores, o que faremos


através de setas curvadas que representam uma diferença de potencial. As pontas das setas
representam o potencial maior, e suas partes posteriores representam o potencial menor. Note
que cada resistor será submetido à uma diferença de potencial, as quais chamaremos de V1 e V2.
Note ainda que as diferenças de potencial sempre terão sentido contrário às correntes:

V1 V2

40Ω Ω
10Ω

i i
20V 45V

O terceiro passo é estabelecer as difereças de potencial sobre as fontes. Como as pontas das setas
representam o potencial maior, elas devem apontar sempre para o pólo positivo da fonte. As
diferenças de potencial são conhecidas e são representadas pelos próprios valores das fontes:
V1 V2

40Ω Ω
10Ω

i i
20V 20 45 45V

56 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Partindo de um ponto qualquer do circuito, vamos percorrê-lo observando e somando as


diferenças de potencial encontradas pelo caminho. Para isto vamos adotar as seguintes regras:
Os potenciais crescentes (representados pelas setas no sentido em que você percorre o
k

circuito) terão sinal positivo.


k

Os potenciais decrescentes (representados pelas setas no sentido contrário ao qual você


percorre o circuito) terão sinal negativo.
k

Você pode percorrer o circuito em sentido horário ou anti-horário, desde que a convenção
adotada seja aplicada em todo o circuito.

V1 V2

40Ω Ω
10Ω

i i
20V 20 45 45V

Partindo do ponto A, vamos percorrer a malha no sentido horário. A primeira diferença de


potencial encontrada é a da fonte de 20V.Observe que a seta está no mesmo sentido em que
percorremos, então esta ddp é de +20V. A segunda diferença de potencial encontrada é a do
resistor de 40Ω. Observe que a seta está no mesmo sentido em que percorremos a malha, então
esta ddp é positiva. Como não conhecemos o valor, escrevemos +V1. A terceira diferença de
potencial encontrada é a do resistor de 10Ω. Observe que a seta está no mesmo sentido em que
percorremos a malha, então esta ddp é positiva. Como não conhecemos o valor, escrevemos +V2.
Finalmente, última diferença de potencial encontrada é a da fonte de 45V.Observe que a seta está
no sentido contrário ao qual percorremos a malha (como um carro na contra-mão), então esta
ddp é de –45V. Aplicando a segunda Lei de Kirchoff, vamos soma algebricamente as tensões
observadas e igualá-las a zero. Então:

20 + V1 + V2 − 45 = 0 (equação 7.1)

Aplicando a primeira Lei de Ohm para V1 e V2, temos:

V1 = R × i = 40i
V2 = R × i = 10i

Substituindo V1 e V2 na equação 7.1, temos:

20 + 40i + 10i − 45 = 0
50i − 25 = 0
50i = 25
25
i=
50
i = 0,5A

Eletricidade – Módulo I 57
Colégio Agulhas Negras

V1 e V2 serão dados então por:

V1 = 40i = 40.0,5
V1 = 20V

V2 = 10i = 10.0,5
V2 = 5V

b) No circuito abaixo, calcular as correntes nos resistores:


12Ω Ω
30Ω

96 V Ω
60Ω 120 V

O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes em cada resistor. Como temos mais
de uma malha, será útil escrevemos a primeira Lei de Kirchoff (Lei dos nós) para este circuito:


12Ω Ω
30Ω

i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 120 V

i1 + i3 = i2 (equação 7.2)

O segundo passo é estabelecer um sentido para as diferenças de potencial em cada resistor,


lembrando que o sentido da ddp é sempre o contrário do sentido da corrente:

V1 V3


12Ω Ω
30Ω

i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V

O próximo passo é estabelecer as difereças de potencial sobre as fontes, lembrando que as setas
indicativas da tensão devem apontar sempre para o pólo positivo da fonte.

58 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

V1 V3


12Ω Ω
30Ω

i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 120 V
96

A B

Partindo do ponto A, vamos percorrer a primeira malha no sentido horário. A primeira


diferença de potencial encontrada é a da fonte de 96V. Observe que a seta está no mesmo sentido
em que percorremos a malha, então esta ddp é de +96V. A segunda diferença de potencial
encontrada é a do resistor de 12Ω. Observe que a seta está no sentido contrário ao qual
percorremos o circuito, então esta ddp é negativa. Como não conhecemos o valor desta ddp,
escrevemos –V1. A última diferença de potencial encontrada é a do resistor de 60Ω. Observe que
a seta está no sentido contrário ao qual percorremos o circuito, então esta ddp é negativa. Como
não conhecemos o valor, escrevemos –V2. Aplicando a segunda Lei de Kirchoff, temos então:

96 − V1 − V2 = 0 (equação 7.3)

Partindo do ponto B, vamos percorrer a segunda malha também no sentido horário


(lembre-se das regras básicas). A primeira diferença de potencial encontrada é a do resistor de
60Ω. Observe que a seta está no mesmo sentido em que percorremos a malha, então esta ddp é
positiva. Como não conhecemos o valor, escrevemos +V2. A segunda diferença de potencial
encontrada é a do resistor de 30Ω. Observe que a seta está no mesmo sentido em que
percorremos, então esta ddp é positiva. Como não conhecemos o valor, escrevemos +V3. A
última diferença de potencial encontrada é a é a da fonte de 96V. Observe que a seta está no
sentido contrário ao qual percorremos, então esta ddp é de –120V. Aplicando a segunda Lei de
Kirchoff, temos então:

V2 + V3 − 120 = 0 (equação 7.4)

Aplicando a primeira Lei de Ohm para V1 e V2 e V3, temos:

V1 = R1 × i1 = 12i1
V2 = R2 × i2 = 60i2
V3 = R3 × i3 = 30i3

Substituindo V1 e V2 na equação 7.3, temos:

96 − 12i1 − 60i 2 = 0 (equação 7.5)

Eletricidade – Módulo I 59
Colégio Agulhas Negras

Substituindo V2 e V3 na equação 7.4, temos:

60i 2 + 30i3 − 120 = 0 (equação 7.6)

Substituindo i2 (equação 6.2) nas equações 7.5 e 7.6, temos:

96 − 12i1 − 60(i1 + i3 ) = 0
− 12i1 − 60i1 − 60i3 = −96
− 72i1 − 60i3 = −96 (equação 7.7)

60(i1 + i3 ) + 30i3 − 120 = 0


60i1 + 60i3 + 30i3 = 120
60i1 + 90i3 = 120 (equação 7.8)

As equações 7.7 e 7.8 formam um sistema que relaciona as correntes i1 e i3. A solução deste
sistema nos dará o valor das correntes i1 e i3, e a soma destas correntes nos fornecerá o valor de
i2 :

m n
− 72i1 − 60i3 = −96
+ 60i1 + 90i3 = 120
l

− 72i1 − 60i3 = −96 60i1 + 90i3 = 120 96 − 60i3 96 − 60(1)


i1 = =
− 72i1 = −96 + 60i3 96 − 60i3
q

72 72
+ 90i3 = 120
rst o

60 96 − 60 36
− 96 + 60i3 i1 = =
p

72
i1 = 72 72
− 72 80 − 50i3 + 90i3 = 120
i1 = 0,5A
96 − 60i3 40i3 = 120 − 80
i1 =
72 40
i3 = i2 = i1 + i3 = 0,5 + 1
40
i2 = 1,5A
i3 = 1A

60 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

7.3 Exercícios propostos:

7.3.1 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 30Ω

15Ω

30V 30Ω 15Ω

25Ω

7.3.2 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 12Ω.

16Ω

48V 12Ω

8Ω

7.3.3 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 15Ω.

12A
V 15Ω 60Ω
2A 45Ω 6A

7.3.4 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 3Ω.

8Ω

36V 3Ω 6Ω

2Ω

Eletricidade – Módulo I 61
Colégio Agulhas Negras

7.3.5 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 20Ω.


40Ω Ω
20Ω

60 V Ω
80Ω 120 V

62 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 8 MÉTODO DO PONTO DE REFERÊNCIA

O método do ponto de referência, como o próprio nome sugere, utiliza-se de um ponto de


referência, a partir do qual os potenciais de todos (ou quase todos) os outros pontos do circuito
podem ser determinados. Conhecem-se os potenciais em cada ponto do circuito, conhecemos
também as diferenças de potencial em cada elemento, e portanto, temos uma solução completa
do circuito.

8.1 Ponto de referência (terra): O ponto de referência é um ponto qualquer do circuito,


escolhido arbitrariamente, ao qual será atribuído o potencial 0V (zero volts). Este ponto é
chamado de terra do circuito, e o seu potencial é o potencial de terra.

Potencial de terra = 0 volts

O terra do circuito é representado pelos símbolos:

ou

e no ponto onde houver este símbolo, quer dizer que o potencial deste ponto é o potencial de
terra, ou seja, 0 volts.

8.2 O método passo-a-passo: Suponha que se queira resolver o circuito mostrado na figura
abaixo, de forma a calcular o valor da corrente que percorre os resistores. Note que não temos
indicação do sentido da corrente, nem qualquer informação sobre os potenciais nos pontos do
circuito. Como proceder então?


40Ω Ω
10Ω

20V 45V

O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes que circulam pelo circuito. Ainda
que não conheçamos o sentido correto da corrente, tal fato não influenciará no resultado, já que,
se encontrarmos um valor negativo para a corrente, quer dizer que a corrente na verdade está no
sentido contrário ao sentido representado. Como circuito acima é um circuito em série, temos
apenas uma corrente percorrendo o circuito, a qual chamaremos de i. Representando-a no
circuito, temos:

Eletricidade – Módulo I 63
Colégio Agulhas Negras


40Ω Ω
10Ω

i i
20V 45V

O próximo passo é estabelecer as difereças de potencial sobre os resistores, o que faremos


através de setas curvadas que representam uma diferença de potencial. As pontas das setas
representam o potencial maior, e suas partes posteriores representam o potencial menor. Note
que cada resistor será submetido à uma diferença de potencial, as quais chamaremos de VR1 e
VR2. Note ainda que as diferenças de potencial sempre terão sentido contrário às correntes:

VR1 VR2

40Ω Ω
10Ω

i i
20V 45V

O terceiro passo é estabelecer um ponto de referência, ou um terra para o circuito, o que faremos
na parte inferior do circuito. Uma dica prática para que se escolha o ponto de terra é escolher um
ponto que faça contato direto com o maior número possível de fontes:
VR1 VR2

40Ω Ω
10Ω

i i
20V 45V

.
Vamos agora determinar o potencial em cada ponto do circuito, a partir do ponto de referência.
Sabemos que o potencial de terra é 0 volts, então temos para cada ponto:
u

O pólo negativo da fonte de 20v está em contato direto com o terra do circuito, então seu
u
potencial também será de 0 volt. O pólo positivo, por sua vez, terá o potencial de 20 volts.
O pólo negativo da fonte de 45v está em contato direto com o terra do circuito, então seu
u
potencial também será de 0 volt. O pólo positivo, por sua vez, terá o potencial de 45 volts.
Não é possível conhecer (ainda) o potencial do ponto situado entre os resistores, de forma
que chamaremos o potencial deste ponto de X.

64 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

VR1 VR2

20 Ω
40Ω

i
. X Ω
10Ω

i
45

20V 45V

0 . 0
0

Podemos agora construir uma equação para resolver este circuito. A corrente i pode ser
determinada pela primeira Lei de Ohm:

V R1 VR 2
i= ou i=
Ri R2
Então:

V R1 V R 2
= (equação 8.1)
Ri R2

As diferenças de potencial VR1 e VR2 podem ser calculadas observando-se os potenciais em cada
ponto do circuito, de forma que temos (lembre-se que a diferença de potencial é igual ao
potencial maior menos o potencial menor):

V R1 = X − 20
V R 2 = 45 − X

Substituindo VR1 e VR2 e os valores dos resistores R1 e R2 na equação 8.1, temos:

X − 20 45 − X
=
40 10
10( X − 20) = 40(45 − X )
10 X − 200 = 1800 − 40 X
10 X + 40 X = 1800 + 200
50 X = 2000
2000
X =
50
X = 40V

A corrente i finalmente pode ser calculada usando qualquer uma das seguintes equações:

Eletricidade – Módulo I 65
Colégio Agulhas Negras

V R1 VR 2
i= ou i=
Ri R2

Então:

V R1 X − 20 40 − 20 20
i= = = =
Ri 40 40 40
i = 0,5A

Exemplo: No circuito abaixo, calcular a corrente no resistor de 60Ω:


12Ω Ω
30Ω

96 V Ω
60Ω 120 V

Solução: Observe que nenhuma corrente está representada, então o primeiro passo é estabelecer
um sentido para as correntes em cada resistor:


12Ω Ω
30Ω

i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 120 V

O segundo passo é estabelecer um sentido para as diferenças de potencial em cada resistor,


lembrando que o sentido da ddp é sempre o contrário do sentido da corrente:

V1 V3


12Ω Ω
30Ω

i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V

66 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

O próximo passo é estabelecer um ponto de referência (terra), ao qual atribuiremos o potencial 0


volts. Lembre-se que o ponto de terra deve fazer contato com o maior número de fontes possível:

V1 V3


12Ω Ω
30Ω

i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V

.
Com o ponto de referência determinado, iremos agora escrever o potencial em cada ponto do
circuito, a partir do ponto de referência:

V1 V3

96 Ω
12Ω X Ω
30Ω 120

i1 i3
96 V Ω
60Ω i2 V2 120 V

0 .0 0

Observe que o potencial entre os três resistores é desconhecido, por isso o chamamos de X. Com
todo o circuito esquematizado podemos começar a análise, escrevendo a primeira Lei de
Kirchoff para o circuito:

i 2 = i1 + i3

Podemos reescrever a equação acima aplicando a primeira Lei de Ohm para as correntes:

V2 V1 V3
= +
60 12 30

Não temos as tensões V1, V2, e V3, mas conhecemos os potenciais nos pontos, de forma que
podemos calculá-las. Lembre-se que a diferença de potencial é sempre o potencial maior menos
o potencial menor, e o potencial maior é indicado pela ponta das setas curvas, que representam
as tensões no circuito.

( X − 0) = (96 − X ) + (120 − X )
60 12 30

Eletricidade – Módulo I 67
Colégio Agulhas Negras

Resolvendo a equação anterior:

X (96 − X ) (120 − X )
= +
60 12 30
X = 5(96 − X ) + 2(120 − X )
60
X = 5(96 − X ) + 2(120 − X )
X = 480 − 5 X + 240 − 2 X
X + 5 X + 2 X = 480 + 240
8 X = 720
720
X=
8
X = 90V

Com o potencial X determinado, podemos calcular facilmente a corrente no resistor de 60Ω:

X 90
iR2 = =
R2 60
i R 2 = 1,5A

68 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

8.3 Exercícios propostos:

8.3.1 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 30Ω


40Ω Ω
20Ω

60 V Ω
80Ω 120 V

8.3.2 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 12Ω.

16Ω

48V 12Ω

8Ω

8.3.3 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 15Ω.


30Ω Ω
30Ω

60 V Ω
15Ω 90 V

8.3.4 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 3Ω.

12Ω

12V 3Ω 5Ω

Eletricidade – Módulo I 69
Colégio Agulhas Negras

8.3.5 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 20Ω.


40Ω Ω
20Ω

60 V Ω
80Ω 120 V

70 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 9 PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DE


EFEITOS

Um circuito onde estão presentes mais de uma fonte de tensão pode ser analisado como
se fosse uma série de circuitos, cada qual com uma única fonte. A análise de circuitos com uma
só fonte de tensão é simples e baseia-se quase que unicamente na primeira Lei de Ohm4. Os
efeitos de cada fonte em um dado elemento do circuito podem ser observados separadamente,
sendo que, ao final da análise eles se superpõem.

9.1 Princípio da superposição de efeitos: O princípio da superposição de efeitos baseia-se no


fato de que o efeito de cada fonte sobre um componente qualquer de um circuito onde estão
presentes mais de uma fonte de tensão pode ser observado individualmente. O efeito final é a
soma de cada efeito observado individualmente. Para a análise do circuito observando-se uma
única fonte de cada vez, devemos anular as outras fontes, o que significa na prática, colocar
todas as demais fontes em curto circuito. Convenções devem ser adotadas para que o sentido da
corrente provocada por cada fonte possa ser avaliado. Assim podemos convencionar, por
exemplo, que em um componente se a corrente que vai para a esquerda ela é negativa, e se vai
para a direita ela é positiva, e assim por diante. Se na soma algébrica de todos os efeitos o
resultado for negativo (por exemplo), sabemos então que no circuito onde estão presentes todas
as fontes, a corrente no componente vai para a esquerda.

9.2 O método passo-a-passo: Suponha que se queira resolver o circuito mostrado na figura
abaixo, de forma a calcular o valor da corrente que percorre os resistores. Note que não temos
indicação do sentido da corrente.


30Ω Ω
10Ω

40V 80V

O primeiro passo é estabelecer um sentido para as correntes que circulam pelo circuito. Ainda
que não conheçamos o sentido correto da corrente, tal fato não influenciará no resultado, já que,
se encontrarmos um valor negativo para a corrente, quer dizer que a corrente na verdade está no
sentido contrário ao sentido representado. Como circuito acima é um circuito em série, temos
4
Em contrapartida, existe a desvantagem de que deve-se resolver tantos circuitos quantos forem o número de fontes
presentes no circuito original.

Eletricidade – Módulo I 71
Colégio Agulhas Negras

apenas uma corrente percorrendo o circuito, a qual chamaremos de i. Representando-a no


circuito, temos:


30Ω Ω
10Ω

i i
40V 80V

O próximo passo será analisar o circuito separadamente para cada fonte. Para tanto, anula-se a
outra fonte colocando-a em curto-circuito. Neste circuito, as correntes serão chamadas de iI, para
que não confundamos com a corrente i do circuito original. Adotaremos o sentido para a direita
como sendo positivo. Para a fonte de 40V, temos então:


30Ω Ω
10Ω

iI iI
40V

Para o circuito acima, a corrente iI será:

V 40 40
ii = = =
Requ 30 + 10 40
i i = 1A

Observe que a corrente vai para a direita, então, pela convenção ela é positiva.

Analisando o circuito agora para a fonte de 80V. Chamaremos agora a corrente de iII, novamente
para não confundirmos com a corrente i do circuito original.


30Ω Ω
10Ω

iII iII
80V

Observe que agora a corrente vai para a esquerda, de forma que, seguindo-se a convenção ela
terá um valor negativo:

72 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

V 80 80
i iI = − =− =−
Requ 30 + 10 40
i iI = −2A

Finalmente, aplicando-se o princípio da superposição de efeitos, vamos somar algebricamente os


efeitos de cada fonte para obtermos o efeito final, ou seja, a corrente i:

i = i i + i iI = 1 − 2
i = −1A

Note que o valor negativo no resultado final significa que, no circuito original (com as duas fonte
presentes) a corrente flui para a esquerda, pois pela convenção adotada a corrente que flui para a
esquerda é negativa.

Exemplo: No circuito abaixo, calcular a corrente no resistor de 60Ω:


30Ω Ω
30Ω

15V Ω
60Ω 60 V

Solução: Observe que nenhuma corrente está representada, então o primeiro passo é estabelecer
um sentido para a corrente no resistor de 60Ω:


30Ω Ω
30Ω

15V Ω
60Ω i 60 V

Convencionaremos que a corrente que desce será positiva. Analisando o circuito para a fonte de
25V, temos então:


30Ω Ω
30Ω

iIT
15 V Ω
60Ω iI

Eletricidade – Módulo I 73
Colégio Agulhas Negras

O circuito acima apresenta uma associação mista. Associando-se os resistores de 30Ω (da direita)
e 60Ω, obtemos:

30 × 60 1800
Requ1 = =
30 + 60 90
Requ1 = 20Ω

Associando-se Requ1 com o resistor de 30Ω (da esquerda), obtemos:

Requ 2 = R1 + Requ1
Requ 2 = 30 + 20
Requ 2 = 50Ω

A corrente iIT será dada por:

V
iT′ =
Requ 2
15
iT′ =
50
iT′ = 0,3A

A corrente iI pode ser calculada através da fórmula do divisor de corrente:

x x

30 30
i ′ = iT′ = 0,3
yz{ v yz{ v

60 + 30
w w

90
i ′ = 0,1A

O sinal será positivo, pois a corrente desce pelo resistor de 60Ω.

Analisando o circuito para a fonte de 60V:


30Ω Ω
30Ω

iIIT


60Ω iII 60 V

O circuito acima também apresenta uma associação mista. Associando-se os resistores de


30Ω (da esquerda) e 60Ω, obtemos:

74 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

30 × 60 1800
Requ1 = =
30 + 60 90
Requ1 = 20Ω

Associando-se Requ1 com o resistor de 30Ω (da direita), obtemos:

Requ 2 = R1 + Requ1
Requ 2 = 30 + 20
Requ 2 = 50Ω

A corrente iIIT será dada por:

V
iT′′ =
Requ 2
60
iT′′ =
50
iT′′ = 1,2A

A corrente iII pode ser calculada através da fórmula do divisor de corrente:

~ ~

30 30
i′′ = iT′′ = 1,2
€ | € |

60 + 30
} }

90
i′′ = 0,4A

O sinal também será positivo, pois a corrente desce pelo resistor de 60Ω.

Finalmente, aplicando-se o princípio da superposição de efeitos, vamos somar algebricamente os


efeitos de cada fonte para obtermos o efeito final, ou seja, a corrente i:

i = i′ + i′′ = 0,1 + 0,4


i = 0,5A

Note que o valor positivo no resultado final significa que, no circuito original (com as duas fonte
presentes) a corrente desce pelo resistor, pois pela convenção adotada a corrente que desce é
positiva.

Eletricidade – Módulo I 75
Colégio Agulhas Negras

9.3 Exercícios propostos:

9.3.1 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 30Ω


40Ω Ω
20Ω

60 V Ω
80Ω 120 V

9.3.2 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 12Ω.


30Ω 12Ω

24 V Ω
60Ω 40 V

9.3.3 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 15Ω.


30Ω Ω
30Ω

60 V Ω
15Ω 90 V

9.3.4 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 3Ω.

12Ω

12V 3Ω 5Ω

76 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

9.3.5 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 20Ω.


40Ω Ω
20Ω

60 V Ω
80Ω 120 V

Eletricidade – Módulo I 77
Colégio Agulhas Negras

Capítulo 10 TEOREMA DE THEVENIN

Um componente qualquer em um circuito “enxerga” este circuito como se fosse apenas


uma fonte de tensão em série com um resistor. Esta é a base do Teorema de Thevenin, que
simplifica sobremaneira a análise de circuitos e é muito utilizado para a simplificação de
circuitos complexos para a análise.

10.1 Teorema de Thevenin: Segundo o Teorema de Thevenin:

“Um circuito é, sob o ponto de vista de um elemento qualquer deste circuito, equivalente a uma
fonte de tensão em série com um resistor.”

A fonte de tensão em questão é a tensão de Thevenin, e o resistor é o resistor de Thevenin. Desta


forma, temos o seguinte circuito equivalente:

Rth

Vth i RC = elemento qualquer do circuito

10.2 O método passo-a-passo: Suponha que se queira calcular a corrente que atravessa o
resistor de 10Ω no circuito mostrado na figura abaixo. Supondo que a corrente flui para a direita,
este será o sentido positivo.

30Ω Ω
10Ω

i
40V 80V


40Ω

O primeiro passo é retirar o resitor de 10Ω do circuito:

78 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras


30Ω A B
o o

40V 80V


40Ω

Note que restaram os pontos A e B, os quais nos servirão como referência. De acordo com a
convenção adotada, a corrente flui do ponto A para o ponto B. O próximo passo será calcular a
ressitência de Thevenin. Para calcular a resistência de Thevenin, anulamos as duas fontes, ou
seja, colocamo-as em curto-circuito. A resistência de Thevenin será a resistência equivalente
entre os pontos A e B com as fontes anuladas. Temos então:


30Ω A B
o o


40Ω

Os resistores de 30Ω e 40Ω estão em série, de forma que a resistência equivalente será:

Requ = Rth = 30 + 40
Rth = 70Ω

Calculamos agora a tensão de Thevenin. A tensão de Thevenin será a diferença de potencial


entre os postos A e B:

30Ω A B
o o

40V 80V


40Ω

Como o circuito está aberto, corrente alguma circula pelos resistores, de forma que eles podem
ser eliminados do circuito:

A B
o o

40V 80V

Eletricidade – Módulo I 79
Colégio Agulhas Negras

Aplicando-se um ponto de referência5 podemos determinar os potenciais nos pontos A e B:

40 A B 80
o o

40V 80V

0 .
0
0

A tensão de Thevenin será então:

Vth = V A − V B = 40 − 80
Vth = −40V

Temos então o seguinte circuito equivalente:


Rth = 70Ω
.
A
o

Vth = -40V i Ω (retirado do circuito)


10Ω

.
o
B

A corrente i será dada por:

Vth − 40 − 40
i= = =
Requ 70 + 10 80
i = −0,5A

O sinal negativo significa que,ao contrário da convenção adotada, a corrente flui do ponto B para
o ponto A, ou seja, da direita para a esquerda.

5
Geralmente para a determinação da tensão de Thevenin utiliza-se um método auxiliar, assim como foi utilizado o
método do ponto de referência para a determinação da tensão de Thevenin neste circuito.

80 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

10.3 Exercícios propostos:

10.3.1 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 30Ω


40Ω Ω
20Ω

60 V Ω
80Ω 120 V

10.3.2 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 12Ω.

16Ω

48V 12Ω

8Ω

10.3.3 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 15Ω.


30Ω Ω
30Ω

60 V Ω
15Ω 90 V

10.3.4 No circuito abaixo, calcule o valor da corrente no resistor de 3Ω.

12Ω

12V 3Ω 5Ω

Eletricidade – Módulo I 81
Colégio Agulhas Negras

10.3.5 No circuito abaixo, calcule o valor da tensão no resistor de 20Ω.


40Ω Ω
20Ω

60 V Ω
80Ω 120 V

82 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

Apêndice A TABELA DE CÓDIGO DE CORES PARA


RESISTORES

Cor 1ª Faixa 2ª Faixa 3ª Faixa 4ª Faixa*


(1o algarismo) (2o algarismo) (multiplicador) (tolerância)
Preto - 0 x1 1%
Marrom 1 1 x 10 2%
Vermelho 2 2 x 100 -
Laranja 3 3 x 1.000 -
Amarelo 4 4 x 10.000 -
Verde 5 5 x 100.000 -
Azul 6 6 x 1.000.000 -
Violeta 7 7 - -
Cinza 8 8 - -
Branco 9 9 - -
Ouro - - x 0,1 5%
Prata - - x 0,01 10%

* A não existência da 4ª faixa significa uma tolerância de 20%.

Exemplo:

1ª Faixa 2ª Faixa 3ª Faixa 4ª Faixa


Marrom Preto Vermelho Ouro
(1) (0) (x 100) (5%)

Resistência = 10 x 100 = 1000Ω =1ΚΩ


Tolerância = 5%

Eletricidade – Módulo I 83
Colégio Agulhas Negras

Apêndice B TABELAS DE CONVERSÃO DE UNIDADES

TABELA DE PREFIXOS

Prefixo Nome Fator multiplicador


T Tera x 1012
G Giga x 109
M Mega x 106
K Kilo x 103
Sem prefixo x1
m mili x 10-3
µ micro x 10-6
n nano x 10-9
p pico x 10-12

TABELA PARA CONVERSÃO DE UNIDADES

Unidades primárias
T G M K – m µ n p
T 1 10-3 10-6 10-9 10-12 10 -15
10-18 10-21 10-24
G 103 1 10-3 10-6 10-9 10-12 10-15 10-18 10-21
Unidades secundárias

M 106 103 1 10-3 10-6 10-9 10-12 10-15 10-18


K 109 106 103 1 10-3 10-6 10-9 10-12 10-15
– 1012 109 106 103 1 10-3 10-6 10-9 10-12
m 1015 1012 109 106 10-3 1 10-3 10-6 10-9
µ 1018 1015 1012 109 10-6 103 1 10-3 10-6
n 1021 1018 1015 1012 10-9 10 6
103 1 10-3
p 1024 1021 1018 1015 10-12 109 106 103 1

Exemplos:

a) Transformar 25KΩ para µΩ .


Na primeira linha, (unidades primárias) selecionar a coluna “K”. Em seguida, cruzar com a linha da
primeira coluna (unidades secundárias) correspondente à letra “µ”. O valor observado é o fator
multiplicador (109). O resultado será então:

84 Eletricidade – Módulo I
Colégio Agulhas Negras

25KΩ = 25x109µΩ ou 25.000.000.000µΩ

b) Transformar 100mV para MV.


Na primeira linha, selecionar a coluna “m”. Em seguida, cruzar com a linha da primeira coluna
correspondente à letra “M”. O valor observado é o fator multiplicador (10-9). O resultado será então:

100mV = 100x10-9MV ou 0,0000001MV

c) Transformar 250µA para A.


Na primeira linha, selecionar a coluna “µ”. Em seguida, cruzar com a linha da primeira coluna
correspondente à “–” (sem prefixo). O valor observado é o fator multiplicador (10-6). O resultado será
então:

250µA = 250x10-6A ou 0,000250A

d) Transformar 500Ω para KΩ .


Na primeira linha, selecionar a coluna “–” (sem prefixo). Em seguida, cruzar com a linha da primeira
coluna correspondente à “K”. O valor observado é o fator multiplicador (10-3). O resultado será então:

500Ω = 500x10-3KΩ ou 0,500KΩ

Eletricidade – Módulo I 85

Você também pode gostar