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Modelos de comportamento

informacional e comportamento de
busca de informação de Tom Wilson
Grupo: Gustavo Miranda Ferreira; Tatiana Pereira Queiroz e Walisson da
Costa Resende
Sobre o pesquisador

TOM DANIEL WILSON


 Qualifications
 1961 Fellow of the Library Association (now Chartered Institute of Information and Library
Professionals)
 1970 B.Sc.(Econ) University of London
 1975 Ph.D. University of Sheffield
 Honours and Awards
 1993 Honorary Fellow of the Institute of Information Scientists (now Chartered Institute of
Information and Library Professionals)
 2000 2000 ALISE Award for Professional Contribution to Library and Information Education
 2005 Honorary Doctorate (Filosofie Hedersdoktor), University of Gothenburg, Sweden.
 2009 Outstanding Contributions to Information Behavior Award, Special Interest Group of
the American Society for Information Science and Technology
 2009 Fellow of the SIG USE Academy of Fellows
 2010 Honorary Doctorate, University of Murcia, Spain
 Present positions
 Professor Emeritus, University of Sheffield.
 Visiting Professor, University of Leeds Business School.
 Senior Professor, University of Borås, Sweden
 1998-2014Professor Catedratico Convidado, Faculty of Engineering, University of Porto, Portugal
Introdução

 Pesquisa em comportamento informacional ocupou


cientistas da informação, antes mesmo do termo "ciência da
informação" ser cunhado. Podemos remontar suas origens à
Conferência de Informação Científica da Royal Society, de
1948
Histórico

 Após a Conferência da Royal Society, milhares de artigos e


relatórios de pesquisa foram produzidos sobre as
necessidades do usuário, necessidade de informações e
comportamento de busca de informações

 Nesse período, as pesquisas foram mais quantitativas e não


levaram em consideração o trabalho de outras áreas afins
que poderiam ter fornecido um modelo mais sólido de
comportamento humano
Histórico

 No inicio dos anos 1970, a adoção de métodos qualitativos


propiciou a descoberta de teorias e modelos nas Ciências
Sociais que puderam ser aplicadas ao estudo de
Comportamento Informacional
Conceitos
Quatro definições relacionadas ao comportamento informacional (Wilson,
2000):

 a) comportamento informacional: totalidade do comportamento humano


em relação às fontes e canais de informação, incluindo informação ativa
(que decorre da comunicação face a face) e passiva (decorrente da
ausência de interatividade entre emissor e receptor);

 b) comportamento de busca (seeking) de informações: procura


intencional de informações como consequência de uma necessidade para
satisfazer algum objetivo;

 c) comportamento de pesquisa (searching) de informações: vai além do


mero processo de busca, pesquisa com elevação do nível de refinamento,
com maior envolvimento intelectual, adoção de estratégias de pesquisa e
julgamento de relevância dos resultados obtidos;

 d) comportamento de uso da informação: atos físicos e mentais


relacionados ao envolvimento entre as informações encontradas e a base
de conhecimento existente da pessoa.
Comportamento de busca de informação e
busca em sistemas de informações
Comportamento de busca de informação e
busca em sistemas de informações

 As áreas de investigação no campo de comportamento informacional são


vistos como campos aninhados:

 Comportamento informacional pode ser definido como o campo mais


geral da investigação

 Comportamento de busca de informações pode ser visto como um sub-


conjunto do campo comportamento informacional (preocupado com a
variedade de métodos que as pessoas empregam para descobrir e obter
acesso aos recursos de informação)

 Comportamento de busca em sistemas de informação é definido como um


sub-conjunto do comportamento de busca de informações (preocupado
com as interações entre o usuário da informação (com ou sem um
intermediário) e o computador baseado no sistemas de informação
O primeiro modelo geral

 Um modelo pode ser descrito como uma estrutura para


pensar sobre um problema e pode evoluir para uma
declaração sobre as relações entre proposições teóricas.
Podem aparecer sob a forma de diagramas, tentando
descrever uma atividade de busca de informações, as causas
e as consequências dessa atividade, ou as relações entre os
estágios de comportamento de procura por informações
Modelo de Comportamento
Informacional de Wilson (1981)

Fonte: Wilson, 1999


Explicação

 O usuário da informação apresenta uma necessidade, que


pode (ou não) derivar de seu nível satisfação (ou insatisfação)
com informações anteriormente adquiridas. Esta
necessidade percebida então leva o usuário a uma gama de
atividades, momento em que externaliza seu
comportamento informacional por meio da pesquisa em
sistemas de informações e fontes diversas. Os resultados
destas pesquisas podem levar ao sucesso (informação é
"utilizada") ou a falha (informação não foi encontrada ou foi
insatisfatória)
Explicação

 Nota-se o reconhecimento de que há a troca de informações


entre indivíduos, representado no modelo como
“transferência da informação”, “troca de informação” e
“outras pessoas” denotando outros aspectos do
comportamento informacional e a existência da mediação da
informação no processo.
Limitação do modelo

 A limitação deste tipo de modelo, no entanto, é que ele faz


pouco mais que fornecer um mapa da área e chamar a
atenção para as lacunas na investigação: não fornece
nenhuma sugestão de fatores causadores no
comportamento informacional e não sugere hipóteses a
serem testadas.
O Segundo modelo de Wilson 1981

 O modelo de Comportamento de Busca de Informação:

 baseado em duas proposições principais: primeiro, que


necessidade de informação não é uma necessidade primária,
mas uma necessidade secundária que surge de necessidades
de um tipo mais básico; e segundo, que no esforço para
descobrir informações para satisfazer uma necessidade, o
requerente é susceptível de se deparar com barreiras de
diferentes tipos. Baseando-se em definições em Psicologia,
Wilson propõe que a base das necessidades pode ser definida
como fisiológica, cognitiva ou afetiva
Modelo de Comportamento de busca
de informação(1981)

Fonte: Wilson, 1999


Explicação

 Ele passa a observar que o contexto de qualquer uma destas


necessidades pode ser a própria pessoa, ou as demandas do
trabalho ou da vida da pessoa, ou os ambientes (político,
econômico,tecnológico, etc.). Wilson então sugere que as
barreiras que impedem a busca de informações surgirá no
mesmo conjunto de contextos.
Limitações

 A fraqueza do modelo é que todas as hipóteses são apenas


implícitas e não são explicitadas. Não há qualquer indicação
dos processos pelos quais o contexto tem o seu efeito sobre a
pessoa, nem dos fatores que resultam na percepção de
barreiras, nem se as várias barreiras assumidas têm efeitos
similar ou diferentes sobre a motivação das pessoas para
buscar informações
Modelo revisado de Comportamento
Informacional de Wilson 1996

 Grande revisão do modelo de 1981, baseando-se em pesquisa


a partir de uma variedade de outros além da Ciência da
Informação, incluindo os campos de Tomada de Decisões,
Psicologia, Inovação, Comunicação em Saúde e Pesquisa do
Consumidor. A estrutura básica do modelo 1981 persiste, em
que a pessoa em contexto continua a ser o foco de
necessidades de informação, e as barreiras agora são
representados por “variáveis intervenientes ​“ e "
comportamento de busca de informação "
Information Behaviour Model (1996)

Fonte: Wilson, 1999


Explicação
 Processamento de informações e uso é mostrado para ser uma parte
necessária do ciclo de feedback, se as necessidades de informação são
satisfeitas

 Três ideias teóricas relevantes são apresentadas:

 1) teoria do stress / coping que oferece possibilidades para explicar por que
algumas necessidades não invocam o comportamento de busca de
informação;

 2) Teoria do risco / recompensa, o que pode ajudar a explicar quais as


fontes de informação podem ser mais usadas do que os outras por um
determinado indivíduo; e

 3) Teoria da aprendizagem social, que incorpora o conceito de “auto-


eficácia", a “ convicção de que se pode executar com sucesso o
comportamento necessário para produzir a resultados [desejados] “
Explicação

 Assim, continua a ser o modelo de uma macro-


comportamento, mas a sua expansão e a inclusão de outros
modelos teóricos do comportamento o torna em uma fonte
mais enriquecida de hipóteses e mais pesquisas do que o
modelo anterior de Wilson.

 Base teóricas que o antecederam: Brenda Dervin; Carol


Kuhlthau; David Ellis
Finalizando

 Os vários modelos de comportamento da informação,


comportamento de busca de informação e busca de
informações em sistemas de informação representam
diferentes aspectos do problema global: são complementares,
em vez de competir!
Finalizando

 As questões-chave para a investigação são as seguintes:

 1) Até que ponto são os diferentes modelos completos ou


representações razoavelmente completas da realidade que eles
buscam modelar?

 2) De que forma são os modelos complementares; isto é, como é


que o conhecimento de um nível de ajuda na análise de outro?

 3) E especificamente no caso de comportamento de busca por


informação em sistemas de informação; como é que o
conhecimento dos modos de comportamento de busca de
informações ajudam na nossa compreensão do processo de busca?
Sugestão

 Pesquisa para responder a última questão requer melhor foco em


projetos que têm uma visão de busca de informação em sistemas de
informação como um processo complexo e embutido na perspectiva
mais ampla do comportamento de busca de informação, e do
comportamento informacional em geral, em vez do micro-nível de
análise que é típico do paradigma dominante de informações de
pesquisa de recuperação.
Trabalhos que utilizaram o modelo de
Wilson

 Comportamento informacional versus comunicação:


aplicação de modelos em contextos multidisciplinares
Cecília Morena Maria da Silva

Bibliotecária na Procuradoria-Geral do Distrito Federal. Bacharel em


Biblioteconomia (2006) e Especialista em Gestão Pública (2008) pela
Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestranda em Ciência da
Informação na Universidade de Brasília (UnB).
Comportamento informacional versus comunicação:
aplicação de modelos em contextos multidisciplinares

Jonathan Rosa Moreira

Adjunto de desenvolvimento de sistemas da Divisão de Simulação de


Combate do Comando de Operações Terrestres do Exército Brasileiro.
Bacharel em Sistemas de Informação pela Faculdade Cenecista de Brasília
- Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (2008), MBA em
Governança em Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário do
Maranhão (2009), Especialista em Educação e Tecnologias para Educação
a Distância pela Universidade Cidade de São Paulo (2011) e em Gestão
de Processos Acadêmicos pela Faculdade Projeção (2013), Mestre em
Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação pela Universidade
Católica de Brasília (2011), Doutorando em Ciência da Informação na
Universidade de Brasília.
Comportamento informacional versus comunicação:
aplicação de modelos em contextos multidisciplinares

Juliana Rocha de Faria Silva

Professora de ensino básico, técnico e tecnológico do Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB). Graduação em Educação
Artística Habilitação - Licenciatura em Música pela Universidade Federal
de Uberlândia (2001). Mestre em Educação Musical pela Universidade de
Brasília (2010). Doutoranda em Ciência da Informação na Universidade de
Brasília (UnB).
Comportamento informacional versus comunicação:
aplicação de modelos em contextos multidisciplinares

Biblios: Journal of Librarianship and Information Science


 BIBLIOS é uma revista eletrônica especializada em Biblioteconomia e
Ciência da Informação que publica artigos de investigação e de análises.

 Esta é uma publicação arbitrada, editada trimestralmente com o apoio


voluntário de profissionais da informação em nível internacional. Todos os
seus conteúdos são de livre acesso.

 Recebido : 25/09/2014

 Publicado: Edição 57, de 30/12/2014


Introdução

 Este artigo trata do comportamento informacional


como subsídio para o desenho de modelos de
comunicação nas áreas de Ciência da Informação,
Biblioteconomia e Música.

 A proposição de modelos de comunicação está


fundamentada nos modelos de Tubbs e Moss (2003),
Garvey e Griffith (1972), adaptado por Hurd (1996), e
Wilson (1999).
Introdução

 Neste artigo foram levantadas as seguintes questões:


Quais são as competências informacionais requeridas dos bibliotecários
que atuam como mediadores nos processos de comunicação científica e
comportamento informacional do usuário, no contexto educacional?

Quais as necessidades dos pesquisadores da área de música e como


produzem, buscam, utilizam e acessam o conhecimento científico de sua
área?

Como os contextos envolvidos nos processos de colaboração científica


influenciam na produção científica da área de Ciência da Informação no
Brasil?
Introdução

 O artigo faz uma revisão de literatura a respeito do comportamento


informacional e de sua inserção na comunicação científica considerando a
influência do contexto e/ou situação dos objetos envolvidos nas questões
motivadoras.

 A hipótese é que o comportamento informacional do usuário em


diferentes contextos e situações influenciam na definição de um modelo
de comunicação científica.

 Ao final, conclui-se que um mesmo conceito, ou um conjunto de conceitos


pode ser utilizado sob diferentes perspectivas, alcançando-se, deste modo,
diferentes resultados.
Introdução

 A necessidade de informação existe em decorrência de anseios de


grupos/indivíduos em contextos e sobre temas específicos, para atender a
situações determinadas. O comportamento informacional relaciona-se a
essa necessidade a partir dos meios pelos quais o indivíduo busca e utiliza a
informação.

 A necessidade de informação dos elementos que constituem um trabalho


de colaboração científica pode variar em função do contexto a qual está
inserida e, consequentemente, alterar o comportamento informacional.
Assim, percebe-se uma oportunidade para melhor entender quais são as
forças que agem no contexto da colaboração científica que podem
determinar as necessidades e comportamento por busca de informações
detalhadas na última seção.
Introdução

 O artigo propõe a elaboração de modelos que exemplifiquem, dentre


outras coisas, o processo de comunicação científica que contemple a
variável contexto como um agente que pode influenciar no nível das
atividades de pesquisa em colaboração científica de uma determinada área
de conhecimento, em função das necessidades e barreiras que podem
determinar o seu comportamento informacional
Construindo o conceito…
Construindo o conceito…
Construindo o conceito…
Processo de comunicação científica

 O processo de comunicação científica tem sua origem


na concepção do fenômeno de pesquisa, e sua
disseminação acontece desde o instante em que o
pesquisador inicia os trabalhos até que os resultados
sejam divulgados e incorporados à comunidade
científica da área.

 Foi proposto então um modelo de comunicação


científica por Gavey e Griffith (1972), com adaptações
de Hurd (1996) que releva também as formas
eletrônicas para a disseminação do conhecimento
científico.
Modelo de Gavey/Griffith/Hurd

Processo de comunicação científica (Fonte: Gavey e Griffith, 1972, adaptado por Hurd, 1996).
Processo de comunicação científica: um novo modelo

 A colaboração científica pressupõe um trabalho conjunto de


pesquisadores para alcançarem o objetivo comum de produzir novo
conhecimento científico (KATZ; MARTIN, 1997, p.13), viabilizado
pelo compartilhamento de ideais centrais, clima de confiança,
divisão de trabalho, interação entre as diferentes relações do
investimento conjunto (OLIVEIRA; GRÁCIO, 2008, p.38).

 A cooperação direta entre dois ou mais pesquisadores pode ser


considerada como o principal elemento da colaboração, que tem
outros níveis: (i) entre grupos de pesquisa; (ii) entre departamentos
de uma instituição; (iii) entre instituições; (iv) entre setores; e (v)
entre regiões geográfica e países (KATZ; MARTIN, 1997, p.10).
Processo de comunicação científica: um novo modelo

 A pesquisa científica realizada em colaboração tem sido incentivada por


governos, agências de fomento, instituições de pesquisa e universidades, e
prestigiada por editores, avaliadores e grupos científicos (VILAN FILHO et
alii, 2008, p.4), e oferece uma fonte de apoio para melhorar o resultado e
maximizar o potencial da produção científica (BALANCIERI et alii, 2005,
p.2).
Comunicação científica: indutores e barreiras

 O desenvolvimento colaborativo entre pesquisadores individuais


pode resultar, por exemplo, em amplos centros de excelência, ou
em grupos de pesquisa interdisciplinares. Enquanto existem fatores
que aparentemente contribuem para a atividade colaborativa,
enquanto um processo intrinsecamente social (níveis de
financiamento, aumento de visibilidade e reconhecimento
científico, aumento da especialização e profissionalismo em
ciência, necessidade de aquisição de experiência, entre outros), há
poucas razões específicas estabelecidas para explicar o porquê esse
fenômeno ocorre (KATZ; MARTIN, 1997, p.7).
Comunicação científica: indutores e barreiras

 Katz e Martin (1997) identificam alguns fatores que podem ser


responsáveis pelo avanço da colaboração científica: (i)
financiamento; (ii) capital científico (visibilidade e
reconhecimento); (iii) incremento da especialização na ciência; (iv)
avanço das disciplinas científicas que requerem mais
conhecimentos; (v) custo;

 O modelo de Wilson, que ressalta a questão da influência dos


papeis desempenhados pelo indivíduo no seu comportamento
informacional, inclui as barreiras do ambiente pessoal, interpessoal
e o contexto social no processo de busca da informação.
Comunicação científica: indutores e barreiras

Modelo de comportamento informacional (adaptado de Fauat, 2007)


Comunicação científica: indutores e barreiras

 Seguindo o modelo de comportamento informacional de Wilson (1999), e


considerando os elementos previstos no processo de comunicação
modelado por Gavey e Griffith (1972), adaptado por Hurd (1996), percebe-
se que o comportamento informacional da comunidade científica de uma
determinada área pode variar em função do contexto a qual está inserida.
Além disso, a necessidade de informação, que é externada pelos próprios
membros da comunidade científica, pode interferir no comportamento
informacional.

 A ideia deste item é propor a adaptação de um modelo de processo de


comunicação científica que considere que a variável “contexto” pode
influenciar efetivamente no nível atividades de pesquisa de uma
determinada comunidade científica, em função das necessidades
(fisiológicas, afetivas, cognitivas, tecnológicas, informação) e das barreiras
(pessoais, interpessoais, tecnológicas, financeiras) que podem determinar
o seu comportamento informacional (Figura 8).
Um novo modelo!

Proposta de adaptação do modelo de processo de comunicação científica


Conclusões

 Sob a perspectiva da comunicação científica, alinhando os conceitos


envolvidos nos modelos de Wilson e de Gavey e Griffith, percebe-se que o
comportamento informacional pode constituir o comportamento dos
membros da comunidade científica no que tange às fontes e canais de
informação. Os procedimentos de recuperação da informação podem ser
resultados da própria necessidade de informação para que os resultados da
pesquisa sejam alcançados.

 As atividades de busca, tratamento e uso da informação podem envolver


inferências particulares dos pesquisadores, características físicas e
mentais, além do ambiente e do contexto. Esse cenário pode ser
determinante para a manutenção da produção científica de uma
determinada área de conhecimento.
Trabalhos que utilizaram o modelo de
Wilson

 Comportamento informacional e compartilhamento


da informação no Instagram
Layara Feifer Calixto

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da


Universidade Estadual de Londrina – UEL. Bolsista da CAPES.
Comportamento informacional e compartilhamento da
informação no Instagram

Zineide Pereira dos Santos

Bibliotecária do Instituto Federal do Paraná – IFPR. Aluna no Programa de


Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual de
Londrina – UEL.

Linete Bartalo

Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da


Universidade Estadual de Londrina – UEL. Doutora em Educação pela
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Marília. Universidade Estadual de
Londrina – UEL
Comportamento informacional e compartilhamento da
informação no Instagram

Revista ACB: Biblioteconomia em Santa .

 Revista ACB, do movimento associativo de bibliotecários, publica textos


originais e inéditos na área de Biblioteconomia.

 Publicado no v. 21, n. 1, p. 46-60, dez./mar., 2016.


Introdução

 apresenta o processo que ocorre desde a identificação


de uma necessidade informacional até a utilização da
informação, que contribui para o desenvolvimento
intelectual e suporte informacional destinado a formar
um repertório particular, de acordo com os estudos de
Wilson

 O comportamento informacional e a comunicação entre


os usuários de informação do Instagram, ambiente
propício à disseminação de informações, foram
escolhidos como objeto deste estudo devido o grande
número de informações que circula nesse ambiente
diariamente
Introdução

 a finalidade da pesquisa foi investigar o


comportamento informacional de mulheres,
especialmente donas de casa, que utilizam com
frequência o Instagram como canal e fonte de
informação

 objetivos específicos: a) Conhecer as necessidades


informacionais das mulheres, especialmente donas de
casa, que utilizam Instagram; b) Analisar o processo de
busca de informações por essas usuárias do Instagram;
c) Verificar o uso da informação.
Introdução

 técnica de análise de conteúdo ,Bardin (2009, p. 45),


“procura conhecer aquilo que está por trás das palavras
sobre as quais se debruça. É uma busca de outras
realidades através das mensagens”.

 coleta de dados utilizando a netnografia: técnica


adaptada da etnografia, que analisa o comportamento
de indivíduos em comunidades virtuais,

 recorte temporal: julho de 2015.


Introdução

 resultados da investigação: a) as participantes são as


principais fontes e geram suas próprias informações
motivadas por suas atividades laborais. b) as práticas
informacionais demonstraram uma propensão maior
para o sentido afetivo ou emocional abordado por Choo
(2011), cujo fluxo e compartilhamento informacional
têm a finalidade de satisfazer necessidades
informacionais e facilitar a tomada de decisão.
Comportamento Informacional

 Desde a década de 1940 são desenvolvidos estudos que


objetivam entender como as pessoas se comportam
quando identificam necessidades informacionais e
como buscam e usam a informação.
Comportamento Informacional

 O modelo de Wilson (2000) centra-se no indivíduo e


trabalha com elementos que dão entendimento de
como se processa o comportamento humano

 Wilson (2000) inclui a comunicação pessoal, presencial e


a recepção passiva da informação

 segundo Wilson, a necessidade é uma experiência


pessoal, que ocorre na mente do individuo. Não pode
ser percebida por outra pessoa
Comportamento Informacional

 fluxos de informação: produzidos naturalmente pelas


pessoas a partir de uma informação recebida de forma
intencional ou não, que ganha sentido após avaliação,
gerando uma nova informação.

 comportamento de busca por Wilson (2000, p. 50): “a


busca intencional de informação para satisfazer uma
necessidade informacional ou cumprir uma meta”
Compartilhamento de informação no Instagram

 propagação das informações nas comunidades virtuais é


influenciada pela qualidade das relações sociais entre os
indivíduos

 multiplicidade de interesses dos atores e os valores


construídos na rede social influenciam o
compartilhamento de uma informação

 informações são captadas sem que se tenha consciência


imediata, podem ser guardadas e afetar o
comportamento posterior
Compartilhamento de informação no Instagram

 No meio virtual, o indivíduo precisa percorrer caminhos


informacionais para chegar à informação desejada,
como se estivesse em um labirinto (BARRETO, 2000)

 Instagram: a ideia dos desenvolvedores era criar um


aplicativo para que as pessoas pudessem compartilhar
experiências e histórias, fora do ambiente de trabalho e
de casa, longe do computador
Práticas informacionais no Instagram

 donas de casas fossem reconhecidas como capazes de


desempenhar papéis sociais e profissionais,
alavancando mudanças sociais significativas para a
sociedade.

 a mulher não só modifica o espaço público como abre a


possibilidade de construir novos papéis sociais
femininos
Metodologia

 limitou-se a a dois perfis de mulheres, donas de casa,


com mais de 20 mil seguidores, que tratam de assuntos
relacionados à organização e higiene da casa e
apresentam produtos que elas utilizam
Metodologia

 estudo foi composto por 45 comentários gerados a


partir de 11 postagens no Instagrama respeito de
produtos utilizados para a limpeza do chão

 Após a reorganização das mensagens: pré-análise,


descrição analítica, interpretação e inferência.

 Categorias de acordo com os modelos de


comportamento informacional idealizados por Wilson
(2000) e por Choo (2011)

 1) necessidade de informação; 2) busca de informação;


3) uso da informação; 4) compartilhamento da
informação; e 5) tomada de decisão.
Resultados: necessidade de informação

 a interpretação pode ser orientada pelo fato de que a


fonte de informação não atende todas as necessidades
informacionais dessas mulheres

 o canal utilizado é interativo e direciona a outras fontes

 possível perceber que as participantes são mães jovens


e com filhos pequenos, em sua maioria abaixo dos cinco
anos de idade
Resultados: necessidade de informação

 estão presentes os três tipos de necessidades


identificados por Wilson (1981, p. 663): necessidades
cognitivas, tais como a necessidade de planejar,
aprender uma habilidade

 necessidades afetivas, que podem ser entendidas como


necessidades psicológicas e emocionais;

 e necessidades fisiológicas, como a necessidade de


alimento, água, abrigo etc

 identifica-se claramente a cognitiva, com menor


incidência e as necessidades afetivas e fisiológicas com
maior intensidade
Resultados: busca da informação

 As práticas informacionais são observadas nas redes


sociais virtuais quando os indivíduos as utilizam como
canal para buscar as informações que precisam

 A busca por informação é um constante processo de


construção do conhecimento

 As reações emocionais, segundo Pereira (2010. p. 182)


“acabam por influenciar o processo de busca,
canalizando a atenção para determinados tipos de
informação, destacando opiniões, gostos ou aversões”.
Assim, é necessário considerar-se estes componentes
na análise do comportamento informacional.
Resultados: uso da informação

 o uso da informação pelas donas de casa ganha valor


imensurável a partir do momento que utilizam um
produto que facilite suas atividades diárias, que não
tenham que empregar força além do necessário

 Valentim (2010, p. 17), a mesma informação pode ser


usada e aplicada para outras finalidades e agregam-se
valores que inicialmente a informação não possuía, ou
seja, o valor da informação é mutável
Resultados: compartilhamento da informação

 Lin (2007): o compartilhamento do conhecimento pode


ser definido como uma cultura de interação social em
que ocorre a troca de conhecimentos, experiências e
habilidade

 Os participantes sentem prazer em compartilhar suas


ideias e ajudar outros indivíduos e em contrapartida
colecionam conhecimento a partir das trocas de ideias e
experiências vivenciadas
Resultados: tomada de decisão

 A informação é o elemento básico para a tomada de


decisão, seja ela de fácil ou difícil solução

 O processo decisório tem início quando as pessoas se


deparam com problemas que apresentam mais de uma
possível solução
Resultados: tomada de decisão

 situação pode parecer simples, no entanto, para a


pessoa que está lidando com uma situação-problema
como a escolha e aquisição de um determinado
produto, com uma determinada ação esperada, essa
decisão torna-se difícil e complexa

  Nesse ambiente, a tomada de decisão não é definitiva,


pois depende de avaliações e testes para aprovação ou
rejeição.
Considerações finais

   o comportamento informacional praticado na rede,


destaca-se que as participantes outorgam importância
às informações obtidas sobre o fazer doméstico, e em
sua maioria parecem estar satisfeitas com sua qualidade

 próprias usuárias do Instagram são as principais fontes


de informação sobre o assunto

 Foi possível constatar que o canal utilizado é eficiente


para comunicação, apesar de a informação veiculada
não possuir cunho científico oferece um de nível de
satisfação adequado aos participantes
Referências

 CHOO, ChunWei. Como ficamos sabendo – um modelo de uso da


informação. In: ________. A organização do conhecimento: como as
organizações usam a informação para criar significado, construir
conhecimento e tomar decisões. 3.ed. São Paulo: SENAC, 2011.

 LIN, Hsiu-Fen. Effects of extrinsic and intrinsic motivation on employer


knowledge sharing intentions. Journal of Information Science. v.33, n.2, p.
134-149, p. 2007. Disponível em:
<http://jis.sagepub.com/content/33/2/135.full.pdf+html>. Acesso em: 02
set. 2015.

 SILVA, Cecília Morena Maria; MOREIRA, Jonathan Rosa; SILVA, Juliana


Rocha de Faria. Comportamento informacional versus comunicação:
aplicação de modelos em contextos multidisciplinares. Disponível em
http://biblios.pitt.edu/ojs/index.php/biblios/issue/view/58
Referências

 VALENTIM, Marta Lígia Pomin (Org). Ambientes e fluxos de informação.


São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010

 WILSON, T. D. Models in information behaviour research, Journal of


Documentation, v.55, n. 3, p. 249-270. Disponível em
http://dx.doi.org/10.1108/EUM0000000007145

 WILSON, T. D. Information behaviour: an interdisciplinary perspective.


Information Processing and Management, v. 33, n. 4, 1997, p. 551-572.
Disponível em: http://informationr.net/tdw/publ/infbehav/cont.html

 WILSON, T. D. Human Information Behavior. Informing Science . v. 3, n.


2, 2000, p. 49-54.

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