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UNIVERSIDADE

ESTADUAL DO
MARANHÃO
PRISCILA DE SOUSA BARBOSA

Dificuldades de Aprendizagem

São Luís

2015
Governador do Estado do Maranhão Edição
FLÁVIO DINO DE CASTRO E COSTA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO - UEMANET
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http://www.uemanet.uema.br

Proibida a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem a prévia


autorização desta instituição.

Barbosa, Priscila de Sousa.

Dificuldades de aprendizagem / Priscila de Sousa Barbosa. – São Luis:


UemaNet, 2015.

120 p.

1. Aprendizagem. 2. Psicologia da aprendizagem. 3. Transtornos da


aprendizagem. I.Título

CDU: 37.015.3
ÍCONES

Orientação para estudo

Ao longo deste fascículo serão encontrados alguns ícones utilizados


para facilitar a comunicação com você.

Saiba o que cada um significa.

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UNIDADE 1

Palavra da professora-autora ............................................................................................................................. 9


Apresentação ............................................................................................................................................................ 11
UNIDADE 1 - CONCEITUALIZANDO APRENDIZAGEM E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM ....... 13
1 Introdução ......................................................................................................................................................... 13
2 A Concepção de Aprendizagem .............................................................................................................. 14
2.1 Teorias da Psicologia da Aprendizagem ............................................................................................. 15
2.2 ................................................. 18
2.3 ................................................................. 21
Resumo ......................................................................................................................................................................... 26
Referências .................................................................................................................................................................. 27
PALAVRA DA PROFESSORA-AUTORA

Caros alunos e alunas,

Como se sabe, a tentativa de definição das dificuldades de aprendizagem


ocorre há décadas, quiçá séculos. Teóricos e estudiosos têm tentado
caracterizá-la, contextualizá-la e conceituá-la, buscando saber sobre sua
origem e qual a melhor forma de superá-la.

É com grande prazer que estudaremos as Dificuldades de Aprendizagem


a partir da reflexão sobre como se dá a aprendizagem dos educandos,
buscando discutir quanto à concepção de Dificuldade de Aprendizagem
de acordo com a perspectiva de Transtorno do Neurodesenvolvimento,
descrevendo os Transtornos Específicos da Aprendizagem, o Transtorno
do Desenvolvimento da Coordenação, o Transtorno da Articulação da
Fala, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, as formas de
intervenção, as medidas de apoio escolar e familiar.

Discutiremos, ainda, sobre a quem podemos atribuir à culpa do Fracasso


escolar destes alunos.

Bom estudo!
Caro estudante,

A nomenclatura Dificuldades de Aprendizagem enfrenta uma luta


constante para o uso devido de sua raiz terminológica que vise atender e
demonstrar os quadros aparentes que trazem prejuízos para aqueles que
a apresentam.
Sem dúvida, falar de Dificuldade de Aprendizagem é um grande desafio
considerando os avanços nas áreas da pesquisa das neurociências e da
educação. Este avanço não se dá apenas por conta do quantitativo de
pesquisas científicas na área, mas sim pelos desafios que todos os dias
alunos e alunas enfrentam em suas atividades acadêmicas ou dos desafios
que homens e mulheres passam nas situações corriqueiras da vida
profissional.
Acredita-se que as Dificuldades de Aprendizagem têm tido cada vez mais
espaço nas rodas científicas, não apenas por ter acometido mais pessoas
ao longo das últimas duas décadas, mas em virtude da possibilidade de
diagnóstico cada vez mais cedo que visam à superação do déficit e não
mais a centralização na dificuldade.
Na Unidade 1 - estudaremos a conceitualização da aprendizagem e
da dificuldade de aprendizagem, sua importância para identificar as
dificuldades da aprendizagem, a questão terminológica e as principais
causas.
Na Unidade 2 - descreveremos a categorização dos transtornos específicos
da aprendizagem, conhecendo seus principais tipos, características e
critérios diagnóstico, especificidades e gravidade. Estudaremos ainda, o
Transtorno Específico da Aprendizagem com prejuízos na leitura ou Dislexia,
abordaremos a conceitualização do Transtorno Específico da Aprendizagem
com prejuízos na expressão escrita ou Disortografia. Estudaremos sobre o
Transtorno Específico na Aprendizagem com prejuízos na Matemática ou
Discalculia e os problemas que os alunos enfrentam.
Na Unidade 3 - analisaremos o Transtorno do Desenvolvimento da
Coordenação ou Disgrafia, destacando seu conceito a importância do
estudo dos transtornos motores para a educação e conheceremos o
Transtorno Específico da Articulação da Fala ou Dislalia e a importância
do estudo dos transtorno de comunicação. Descreveremos o Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade/TDAH como um Transtorno do
Neurodesenvolvimento que provoca desatenção, desorganização e/ou
hiperatividade-impulsividade.
Na Unidade 4 - discutiremos a respeito do Fracasso Escolar, buscando
reconhecer os culpados por este, refletindo e comparando as melhores
formas de combatê-lo.
CONCEITUALIZANdO
APRENdIZAGEM E dIFICULdAdE
dE APRENdIZAGEM

Objetivos

• Definir a concepção de dificuldades de aprendizagem;


• Explicar a terminologia das dificuldades de aprendiza-
gem;
• Listar as principais causas das dificuldades de aprendi-
zagem.

1 Introdução

A nomenclatura Dificuldades de Aprendizagem enfrenta uma


problemática constante acerca do uso devido do termo, visando atender
e demonstrar os quadros aparentes que trazem prejuízos para aqueles
que a apresentam.

Explicar Dificuldade de Aprendizagem é um grande desafio


considerando os avanços nas áreas da pesquisa das neurociências e da 
educação. Este avanço não se dá apenas por conta do quantitativo de
pesquisas científicas na área, mas também, pelos desafios que todos os
dias alunos e alunas enfrentam em suas atividades acadêmicas ou dos
desafios que homens e mulheres passam em situações corriqueiras da
vida profissional.

Observamos que as Dificuldades de Aprendizagem têm obtido cada


vez mais espaço nas rodas científicas não apenas por ter acometido
mais pessoas ao longo das últimas duas décadas, mas em virtude da
possibilidade de diagnóstico cada vez mais precoce, visando à superação
do déficit e não mais a centralização na dificuldade.
2 A Concepção de Aprendizagem

Afinal, o que é aprender? Como se dá a aprendizagem? Quais capacidades


a pessoa deve adquirir para aprender? Como se dá o processamento
das informações durante a aprendizagem? Por que algumas pessoas
têm dificuldades em aprender algo que aparenta ser tão simples para
outras?

Questões como essas tem sido ponto de discussão há muitos anos nas
áreas das ciências e da educação. A necessidade de compreensão sobre
a conceitualização e os modelos de aprendizagem vem determinando
ações no meio escolar, nas pesquisas científicas e nas vidas das pessoas,
principalmente quando apresentam dificuldades em suas habilidades
básicas da vida acadêmica e social.

A busca pela definição, causas e tipos de Dificuldade de Aprendizagem


fizeram com que nascessem novas concepções e mecanismos para o
diagnóstico e a intervenção, visando possibilitar a superação do déficit,
mas para isso é relevante que primeiramente se tente compreender o
que é e como se dá a aprendizagem (Figura1).




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 
Para saber mais sobre 
as Dificuldades de
Aprendizagem acesse
Figura 1 - Nuvem com conceitos sobre aprendizagem
o site da Associação Fonte: http://www.grupoa.com.br/uploads/imagensTitulo/20120713042743_wordle.gif
Brasileira de Problemas
de Aprendizagem
(http://www.
abrapabr.org.br/) e
Associação Nacional de Para compreender o conceito dificuldade de Aprendizagem é
Dificuldades de Ensino
e Aprendizagem (http:// necessário, inicialmente, discutir sobre o que significa aprendizagem de
www.andea.org/wp/).
acordo com a Psicologia da Educação.

14 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


A definição de aprendizagem e o tempo em que se leva para aprender
tem sido objeto de discussão desde os primeiros estudos da psicologia,
que tem como área responsável por este estudo a Psicologia da
Aprendizagem.

A Psicologia da Aprendizagem ao longo de sua evolução histórica tem


buscado a conceitualização do termo aprendizagem, segundo o olhar
de estudiosos da área, ressaltando os principais aspectos das teorias
que tentam entender como se dá esse processo.

Desde a Antiguidade, pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles,


Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e Juan Luis Vines tem tentado
compreender como ocorre à aprendizagem. Orientados pelos princípios
da maiêutica de Sócrates ou pelo método indutivo de Aristóteles, estes
pensadores buscavam compreender como este ato se dava a partir dos
fatos, porém por vezes não distinguindo o ato de aprender a ação de
captar ideias e fixá-las (CAMPOS, 2013).

Já as contribuições modernas, como de Locke, Herbart e Lloyd


Morgan, prezavam por uma aprendizagem baseada nos princípios da
ciência moderna, mas não deixaram de lado o método indutivo de
Aristóteles para definir seus métodos científicos em que a observação,
experimentação, a medida e a classificação deveriam ser consideradas
ao se analisar a conceitualização da aprendizagem.

As contribuições consideradas como atuais e que trazem nomes


A perspectiva da
como os criadores da psicologia moderna: Herbart, Binet, Dewey, aprendizagem sustenta
ThorndikeClaparède, Piaget e Vygotsky, os reflexologistas Pavlov e que o desenvolvimento
resulta da
Bechtev, os behavioristas Watson, Skinner e Lashley, os gestaltistas aprendizagem, uma
mudança duradoura
Koffka, Köhler e Wertheimer e, ainda, a influência da psicanálise de Freud,
no comportamento
Adler, Jung, Fromm e da fenomenologia de Husserl, Scheler, Merleau baseada na experiência
ou adaptação ao
Ponty e os existencialistas Heidegger, Jaspers e Sartre (CAMPOS, 2013). ambiente. Os teóricos
da aprendizagem
procuram descobrir
leis objetivas que
governam as mudanças
2.1 Teorias da Psicologia da Aprendizagem no comportamento
observável e veem o
desenvolvimento como
algo contínuo (PAPALIA;
FELDMAN, 2013, p. 62).
Estas contribuições levaram a organização de teorias para melhor
explicar como se processa a aprendizagem. Dentre elas, destacam-se:
Comportamentalismo, Cognitivismo, Humanismo e Teoria Sócio-Histórica
(CAMPOS, 2013).

Comceitualizando Aprendizagem e Dificuldade de Aprendizagem | UNIDADE 1 15


O Comportamentalismo tem como foco principal levar o aprendiz a
obter respostas corretas de acordo com os estímulos do ambiente
externo, pois aprender é a mudança no comportamento, destacam-se
nesta abordagem as teorias: do relexo, associacionista, Behaviorismo
de Watson e o Behaviorismo de Skinner.

No Cognitivismo busca-se como ocorrem os processos mentais


durante a aprendizagem, já que se aprende a partir da construção do
conhecimento. O princípio do Cognitivismo está no ato de conhecer,
isto é na cognição. Esta abordagem dá ênfase aos processos mentais
como a percepção, a memória, a compreensão e o processamento de
informação etc. Seus maiores expoentes são: Bruner, Piaget e Ausubel.

O Humanismo fundamenta-se que aprender leva à autorrealização e da


autonomia, sendo que o ensino deve estar centrado no aluno, seu alvo
é o crescimento pessoal do aluno. Seus representantes são Carl Rogers
e Kelly.

A Teoria Sócio-Histórica tem seu marco na relação do sujeito e a inluência


com seu meio, destaca-se nesta perspectiva como as questões culturais,
sociais e históricas agem diretamente na aprendizagem do sujeito e
de que forma ele internaliza os valores, ideias, atitudes e práticas do
O termo “Aprendizagem” meio em que está inserido e, como a mediação é uma ação importante
vem de aprender, deriva para aprendizagem deste aluno. O bielo-russo Lev Vygotsky é o maior
do latim, é a união do
preixo ad que signiica representante, juntamente com Luria e Leontiev.
junto ou aproximação
e do termo prehendere,
que quer dizer levar, Cada um desses enfoques busca em sua essência compreender como
capturar etc., seu sentido
metafórico, seria “levar ocorre o processo de aprendizagem e porque podem acontecer “falhas”
para junto da memória”. ou “diiculdades” durante a aprendizagem de conceitos, da compreensão
O termo “Diiculdade”
vem do latim difficultas de signos e da linguagem por exemplo. A partir desta busca por “falhas”
e tem sentido de
sofrimento, pobreza, nasce o conceito e o campo de estudo das Diiculdades de Aprendizagem
pois é oriunda do termo que busca compreender como o sujeito aprende e por que às vezes ele
difficilis, pobre, sofrido,
a união do preixo dis parece não aprender.
que quer dizer fora e
do termo facilis, que
é aquilo que pode A terminologia diiculdade de aprendizagem vem do termo em inglês
ser conseguido sem
diiculdade e advindo learningdisabilitye tem sua origem nos Estados Unidos da América e
do termo facere. A partir Canadá. Segundo as pesquisas de Sisto (2001), em abril de 1963 em
do conhecimento da
origem destes dois Chicago, um grupo de pais de crianças que apresentavam diiculdades
termos, é essencial
conhecer a concepção na aprendizagem da leitura começou a buscar ajuda de proissionais da
psicológica destes. área da saúde para ajudá-los na compreensão dos problemas que os
Fonte: www. ilhos apresentavam e na organização de serviços para amparar aquelas
origemdapalavra.com.br
e outras crianças com déicits em áreas diferentes das consideradas

16 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


pelo público da educação especial, pessoas com deficiência intelectual,
motora, visual, auditiva e múltipla.

A desordem na aprendizagem daquelas crianças chamou atenção do


psicólogo samuel Kirk (Figura 2) que já tinha vivência com alunos
com déficits intelectuais, na escrita e leitura. O psicólogo nomeou às
desordens que as crianças apresentavam, utilizando o termo learning
disability, pois acreditava que tais confusões perpassavam por questões
ambientais, familiares ou educativas e que aquelas crianças necessitavam
de um atendimento diferenciado.

Figura 2 - Samuel Kirk um dos primeiros a utilizar o termo learning disability


Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images

Com o apoio das famílias, fundou-se a Associação de Crianças com


Dificuldades de Aprendizagem. A associação buscou arrecadar ajuda
financeira e apoio da sociedade e do governo, objetivando proporcionar
atendimento às crianças. Tal fato marcou a década de 60 nos Estados
Unidos, levando a uma revisão de conceitos sobre os testes de quociente
de inteligência.

Com o aprofundamento dos estudos e pesquisas médicas na área


percebeu-se a necessidade de formação de profissionais que atuassem
diretamente neste campo. Contudo, é necessário lembrar que o ano de
1963 não é o ano da descoberta das dificuldades de aprendizagem e
sim, um marco para a unificação do termo.

Ressaltamos que os mecanismos de aprendizagem, já eram objeto


de estudo da Psicopedagogia na Europa desde o começo da segunda
metade do século XX.

Comceitualizando Aprendizagem e Dificuldade de Aprendizagem | UNIDADE 1 17


A psicopedagogia é um campo que está distante de uma mera união da
Psicologia com a Pedagogia ou uma ramificação da Psicologia da Educação
como se pressupõem a primeira leitura.
Para saber mais sobre BOSSA (2007) explica que os Centros Psicopedagógicos surgiram na
a área de atuação do
Psicopedagogo acesse França na década de 40, quando em seus primeiros esforços, médicos e
o site: http://www.
abpp.com.br/artigos da
educadores tentavam rever as práticas educacionais aplicadas aos alunos
Associação Brasileira de com dificuldade de aprendizagem. Para a ampliação do leque de discussões
Psicopedagogia.
e formação de um corpo teórico coerente, a Psicopedagogia vai buscar
suas raízes em outras áreas como a linguística, a psicanálise, a sociologia, a
filosofia, a neurologia que integram juntas um sistema multidisciplinar na
buscar por entender o processo de aprendizagem (PORTO, 2007).
Quanto à nomenclatura “Psicopedagogia” recebida por este campo de
estudo, há uma explicação dada pelos profissionais que atuavam nesta
área, eles afirmavam que este nome dava-se a uma questão simples no
atendimento desses alunos, para os pais era mais atraente levar os filhos
a um atendimento “Psicopedagógico” do que a um atendimento “Médico-
pedagógico” (BOSSA, 2007).
Com o caminhar das pesquisas e os grandes esforços dos estudiosos de
diversas áreas, a Psicopedagogia cresceu e tornou-se um campo que
influencia atualmente o modo de ensinar e, consequentemente a forma
de aprender de alunos com dificuldades de aprendizagem, sejam elas de
causa orgânica ou não.
É importante lembrar que apenas o profissional formado em
Psicopedagogia é que estar habilitado para atuar nos espaços institucionais
e/ou clínicos para realizar a avaliação diagnóstica das dificuldades de
aprendizagem e a intervenção com uso de métodos, técnicas e instrumentos
psicopedagógicos de acordo com transtornos funcionais específicos, isto é,
os déficits e situações de aprendizagem de cada sujeito cognoscente, na
busca por superar os fracassos escolares daqueles alunos.

2.2 a questão terminológica das dificuldades de


Aprendizagem

As Dificuldades de Aprendizagem são caracterizadas pela desordem


ou disfunção no processo de aprender. Porém, com o aprofundamento
teórico sobre suas possíveis causas e na busca por sua melhor definição,

18 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


muitas outras terminologias surgiram para tentar explicar o que de fato são
estes déicits no aprendizado. Assim, surgiram algumas denominações
utilizadas para tratar a situações destes alunos. Denominações como:
transtornos de aprendizagem; transtornos especíicos de aprendizagem;
transtornos especíicos do desenvolvimento das habilidades escolares;
transtornos funcionais especíicos; problemas de aprendizagem; e
distúrbios de aprendizagem.

As dúvidas sobre o uso terminológico é comum, pois de acordo com


as professoras Makishima e Zamproni (2012) ao discutir sobre esta
questão elencam três formas principais de nomear as diiculdades de
aprendizagem ou como por elas indicados os transtornos funcionais
especíicos: concepção do DSM-iV(1994); concepção do CiD-10 (2008); e
concepção do Ministério da Educação.

Uma das formas seria a categorização da American Psychiatric


Associationem seu Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)
em sua quarta versão, conhecido comumente como DSM-iV (1994),
denominava as diiculdades de aprendizagem como Transtornos de
Aprendizagem, indicando que se referiria a “uma perturbação no
processo de aprendizagem, não permitindo ao aluno aproveitar as suas
possibilidades para perceber, compreender, reter na memória e utilizar
posteriormente as informações obtidas” (Ver Anexos). Porém, o DSM-iV
(1994) sofreu recentemente reformulação, trazendo no Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM-5 (2014) a categoria de
Transtorno Especíico da Aprendizagem.

importante ressaltar que a atual descrição do Transtorno Especíico


da Aprendizagem como um Transtorno do Neurodesenvolvimento
segundo o DSM-5 (2014) vem dar destaque aos transtornos que se
originam no início do desenvolvimento infantil e se destacam quando a
criança entra na escola.

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento são caracterizados por


déicits no desenvolvimento que geram prejuízos no funcionamento
pessoal, social, acadêmico ou proissional (DSM-5, 2014), os quais podem
se apresentar de forma associada entre eles ou com outros transtornos
ou deiciências.

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento são divididos por categorias


como: Deiciência intelectual (transtorno do desenvolvimento

Comceitualizando Aprendizagem e Diiculdade de Aprendizagem | UNiDADE 1 19


intelectual) que se caracteriza por déicit nas habilidades básicas e
no funcionamento adaptativo; Transtorno da Comunicação, sendo
estes o transtorno da linguagem, o transtorno da fala, o transtorno da
comunicação social (pragmática) e o transtorno da luência com início
da infância (gagueira); Transtorno do Espectro Autista que é uma nova
categoria do DSM-5 descritos por déicits persistentes na comunicação
na interação social e apresenta padrões repetitivos e restritos de
comportamento, interesses e atividades, são eles o transtorno autista
(autismo), o transtorno de Asperger, o transtorno desintegrativo da
infância, o transtorno de Rett e o transtorno global do desenvolvimento
sem outra especiicação do DSM-iV (1994); o Transtorno de Déicit
de Atenção e Hiperatividade apontado pelos níveis de prejuízo de
desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade; os
Transtornos Motores do Neurodesenvolvimento que se apresenta
no transtorno do desenvolvimento da coordenação, transtorno de
movimento estereotipado, transtorno de Tourette, transtorno de tique
motor ou vocal persistente (crônico), transtorno de tique transitório,
outro transtorno de tique especiicado e transtorno de tique não
especiicado; o Transtorno Especíico da Aprendizagem que são déicits
na capacidade individual para perceber ou processar informações com
eiciência e precisão, este combina os diagnósticos do DSM-iV (1994) de
transtorno da leitura, transtorno da Matemática, transtorno da expressão
Lista de livros
sobre diiculdades escrita e transtorno da aprendizagem sem outra especiicação e para
de aprendizagem enriquecimento do diagnóstico indica os déicits de aprendizagem
disponibilizada pelo
Portal do Professor – especíicos de leitura, expressão escrita e Matemática.
MEC no site: http://
www.brasil.gov.br/
educacao/2014/07/ A International Statistical Classiication of Diseases and Related Health
portal-do-professor-
disponibiliza-lista- Problem, em português, Classiicação Estatística internacional de
de-livros-sobre- Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde – CiD (ver Anexos),
diiculdades-de-
aprendizagem que atualmente está em sua décima versão (CiD-10, 2008), categoriza
as Diiculdades de Aprendizagem como Transtornos Especíicos
relacionados ao desenvolvimento da fala, da linguagem e das
habilidades escolares entre o código F81.

No Brasil, se aceita a concepção da Política Nacional de Educação


Especial na Perspectiva da Educação inclusiva (BRASiL, 2008) que trata
da oferta, acesso e permanência de alunos com deiciência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e
garantia da inclusão escolar e orientação dos sistemas de ensino, oferta
do Atendimento Educacional Especializado, formação dos proissionais
da educação para a inclusão, proporciona a participação da família e

20 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


da comunidade, dá garantia de acessibilidade e implementação das
políticas públicas (ver Anexos).

Além destas concepções apontadas por Makishima e Zamproni (2012)


acredita-se ser importante destacar outra concepção norte-americana de
diiculdades de aprendizagem, conceitualizada pela posição respeitada
do National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD) de 2006 (ver Para saber mais sobre o
Anexos), em português Comitê Misto Nacional de Aprendizagem, que trabalho desenvolvido
pelo Comitê
considera a Learning Disabilities (dificuldade de Aprendizagem) Misto Nacional de
Aprendizagem acesse
como atrasos atípicos no desenvolvimento na cognição, comunicação, ao site - Learning
leitura, motricidade e habilidades sensoriais e ainda nas relações sociais Disabilities on line
disponível em: http://
e emocionais que podem chegar a afetar o desempenho educacional. www.ldonline.org/

2.3 Principais causas das dificuldades de


Aprendizagem

As dificuldades de aprendizagem de ordem neurológicas podem ter


origem a partir de uma lesão cerebral, falhas no desenvolvimento Apesar da discussão
terminológica, utilizar-
cerebral ou por desequilíbrio químico. As causas também podem estar se-á como opção
terminológica, o termo
ligadas a fatores hereditários e influências ambientais, sejam elas de Dificuldade para
cunho familiar ou escolar. indicar os atrasos na
aprendizagem e no
uso de habilidades
O DSM-5 (2014) indica a origem neurobiológica e o categoriza como um acadêmicas, como
orientação para
transtorno do neurodesenvolvimento o qual é à base das anormalidades categorização optou-se
pela concepção mais
no nível cognitivo e se associa as manifestações comportamentais. Caso atual, no caso do DSM-
o aluno tenha histórico de familiares (Figura 3) com dificuldades de 5 (2014). Acredita-se
ainda que para além da
leitura (dislexia) e de alfabetização devemos estar atentos a possíveis discussão terminológica
faz-se muito mais
problemas de alfabetização ou transtorno específico da aprendizagem importante buscar saber
as causas principais
das dificuldades de
aprendizagem.

Figura 3 - Familiares, a hereditariedade é causa da maioria dos transtornos específicos


Fonte: http://www.a12.com/files/media/originals/f1.png

Comceitualizando Aprendizagem e Dificuldade de Aprendizagem | UNIDADE 1 21


Como enfatiza o DSM-5 (2014, p.68) “[...] a origem biológica inclui
uma interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que
influenciam a capacidade do cérebro para perceber ou processar
informações verbais ou não verbais com eficiência e exatidão” (ver
Anexos).

Algumas dificuldades de aprendizagem são diretamente ligadas a lesões


cerebrais, surgidas a partir de traumas cranianos, hemorragias cerebrais
e tumores, febres altas e doenças como, encefalite e meningite. Existem,
ainda, fatores relacionados à desnutrição, exposição a sustâncias
para saber mais
sobre as causas tóxicas e, a tratamento com radiação e quimioterapia, falta de oxigênio
das dificuldades e complicações antes ou durante o parto, doenças ou exposições a
de Aprendizagem
acesse: Instituto drogas durante a gravidez, sufocação, afogamento, inalação de fumaça,
ABCd - http://www.
institutoabcd.org.br/ envenenamento por monóxido de carbono (SMITH; STRICK, 2012).
portal/
Quanto às falhas no desenvolvimento cerebral que podem ocorrer
durante a gravidez ou na primeira e segunda infância tem sido objeto
de estudo de neurocientistas há muitos anos.

A ênfase na causa neurológica (Figura 4) ocorre não apenas pelo


início das pesquisas sobre o comportamento cerebral da criança com
desordem no aprendizado ter sido de origem científica, mas também
pelo êxito na união dos estudos dos neurocientistas e educadores, apesar
de haver dúvidas e questões sobre o modo em que a aprendizagem é
processada no cérebro das pessoas que sofreram ou sofrem alterações
no ato de aprender. Muitas pesquisas realizadas pela neurociência têm
proporcionado, à vida de muitas pessoas, novos modos de aprender.

Figura 4 - O cérebro da pessoa com dificuldades de aprendizagem por ter


diferentes áreas afetadas
Fonte: http://www.nerdweek.com.br/wp-content/uploads/2011/10/cerebro2.png

22 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


Porém, entre os estudos dos neurocientistas e educadores, ainda há
muitas dúvidas e questões sobre o modo em que a aprendizagem
é processada no cérebro das pessoas com alterações nas funções
cognitivas, isto é que são consideradas com dificuldade de
aprendizagem.

A cognição é a capacidade para armazenar, transformar e aplicar o


A cognição é ato ou
conhecimento, sendo um amplo leque de processos mentais. Através processo de conhecer,
que inclui estados
da natureza da cognição que o sujeito compreende os processos e mentais e processos
como pensar, a atenção,
produtos mentais superiores. Ela é um processo formado por um o raciocínio, a memória,
o juízo, a imaginação,
sistema complexo de componentes (LIRA, 2012). o pensamento, o
discurso, a percepção
visual e audível,
A palavra cognição do latim cognitione, significa ação de adquirir, a aprendizagem,
a consciência, as
absorver conhecimento, é apresentada por Platão e Aristóteles emoções.

quando definem as diferenças entre psicologia e filosofia e estudam as


questões relativas ao intelecto. Para Platão o intelecto estava na alma
e para Aristóteles, o intelecto surgia da relação entre a alma e o corpo
(GOMES, 2006).

O intelecto ligado à capacidade humana de conhecer, de acumular o


conhecimento e processar as informações apresenta a cognição como
o processo mental em si, caracterizado por suas funções, denominadas
funções cognitivas, são elas: memória, atenção, percepção, juízo,
imaginação, pensamento e linguagem, representação de conhecimento,
raciocínio, criatividade e resolução de problemas (Figura 5).

Figura 5 - A cognição
Fonte: http://i.ytimg.com/vi/kIOEHrm0iYc/maxresdefault.jpg

Comceitualizando Aprendizagem e Dificuldade de Aprendizagem | UNIDADE 1 23


É este processo mental que possibilita o intelecto entender as situações
desde as mais simples até aquelas que requerem atividades cerebrais
elaboradas, e cabe a Psicologia Cognitiva o estudo da cognição e de
suas funções cognitivas.

Os fatores das dificuldades de aprendizagem por desequilíbrio químico


estão ligados às irregularidades nos cérebros, mais precisamente nos
neurotransmissores (Figura 6), quando há uma falha nessas conexões
há a prescrição de medicações para que o desequilíbrio químico seja
reorganizado.

Figura 6 - Falhas nas conexões dos neurotransmissores causam prejuízos na área


da compreensão
Fonte: http://i.ytimg.com/vi/kIOEHrm0iYc/maxresdefault.jpg

A cada novo estímulo que chega ao cérebro, novas conexões são


formadas neste complexo sistema de informações que são armazenadas
uma a uma. Durante a aprendizagem os sujeitos passam por uma
transformação e se tornam um novo sujeito. Visto que a aprendizagem
é um processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos,
comportamento ou valores do sujeito são adquiridos ou modificados
de acordo com as experiências vividas por ele, sejam resultadas do seu
estudo, formação, do raciocínio ou da observação de uma situação.

Segundo o cientista japonês Hideaki Koizumi, o aprendizado é “um


processo pela qual o cérebro reage aos estímulos ao fazer conexões
neurais, que agem como um circuito para o processamento e
armazenamento das informações” (BARROS, 2012, p. 10).

24 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


Na visão neurobiológica, durante a aprendizagem quando a área cortical
é ativada, direcionada por um estímulo, outras áreas poderão sofrer
alterações, visto que o cérebro possui inúmeras vias de associações,
organizadas e que atuam em duas direções, mais que podem sair ou não
da sustância cinzenta, chegando até a substância branca, quando for o
caso de feixes longos que se direcionam de um lobo a outro, dentro do
mesmo hemisfério, criando assim conexões intra-hemisféricas. Existem
ainda os feixes comissurais, que direcionam atividade de um hemisfério
para outro, sendo o corpo caloso o principal desses condutores.

As funções nervosas superiores desempenhadas pelo córtex cerebral


apresentam associações recíprocas entre as diversas áreas corticais,
tornando assim seguras a chegada de impulsos sensitivos, sua decodificação
e associação, até a atividade motora de resposta (RELVAS, 2010).

Este processo de aquisição de novas informações que ficam arquivados


na memória, chamado de aprendizagem, em que o cérebro reage aos
estímulos do ambiente ativando as sinapses, é caracterizado por ser um
processo no qual se adquire novos conhecimentos.

Porém, quando há falta nas intensidades das sinapses ou há alterações


de circuitos que processam informações com capacidade de
armazenamento molecular tem-se uma disfunção da rede neuronal,
que leva o sujeito aprendiz a apresentar dificuldades específicas no
funcionamento cognitivo e no comportamento adaptativo.

Se este sujeito apresenta estas alterações desde a infância, isso significa


que ele passa por um processo de disfunção cerebral (neurônio),
que pode ocorrer de forma localizada, ou difusa e ainda causada por
conexões anormais. Essas alterações são observadas exteriormente
a partir das dificuldades que o sujeito irá apresentar em situações
que requerem o seu raciocínio lógico, na resolução de problemas, em
atividades ligadas à memória, atenção, identificação do “eu”, atividades
sensoriais, perceptivas, uso das funções executivas, do pensamento, da
linguagem, da interpretação etc. O TDAH é um exemplo
de transtorno do
neurodesenvolvimento
Os fatores hereditários das dificuldades de aprendizagem (Figura 7) que pode se apresentar
por conta de fatores
têm sido confirmados por pesquisadores desde a década de 1980. Estas hereditários, por isso, a
pesquisas afirmam que fatores hereditários têm função determinante avaliação diagnóstica
e anamnese serem
em crianças com dificuldades de aprendizagem, principalmente no caso tão importantes
no processo de
de crianças com transtorno de déficit de Atenção e Hiperatividade/ identificação e
intervenção.
TdAH (SMITH, STRICK, 2012).

Comceitualizando Aprendizagem e Dificuldade de Aprendizagem | UNIDADE 1 25


Figura 7 - O TDAH
Fonte: http://www.contrapauta.com.br/wp-content/uploads/2014/04/imagem-tdah.jpg

Discutir sobre as influências ambientais é pertinente, apesar das


dificuldades de aprendizagem possuírem causas fisiológicas, como
comenta Smith e Strick (2012) o ambiente em que a criança vive afeta
diretamente a forma e o nível em que se apresentam seus déficits
na aprendizagem, por isso podemos indicar dentro das influências
ambientais causas educacionais e causas familiares ou do ambiente
doméstico.
As causas educacionais das dificuldades de aprendizagem devem ser
estudadas pelo educador, visto que ele trabalha dia a dia com o aprendizado
de seus alunos e necessita perceber se algo está comprometendo a
aprendizagem dos mesmos. Se positivo, a raiz poderá estar relacionada às
práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula que tem levado este
grupo de alunos ao fracasso escolar.

resumo

Nesta aula, estudamos que para se compreender a definição, causas e


tipos de Dificuldade de Aprendizagem, é necessário analisar como ocorre
a aprendizagem, refletir sobre as principais concepções da Psicologia
da Aprendizagem, as quais interferem diretamente os modelos de

26 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


aprendizagem hoje concebidos pela escola e pela sociedade. Observamos
que as Dificuldades de Aprendizagem são Transtornos Específicos da
Aprendizagem com origem em déficits no neurodesenvolvimento,
caracterizados como disfunções no processo de aprender que podem ser a
causa de prejuízos por toda a vida social e acadêmica do sujeito. Estudamos
também, que as causas das Dificuldades de Aprendizagem são motivo de
grande discussão teórica no meio acadêmico, por isso é necessário seguir
os paradigmas das entidades reconhecidas internacionalmente para que
se busque organizar diagnósticos e intervenções, pois estudar sobre as
causas das dificuldades de aprendizagem é tentar revelar os segredos
em que se dá o funcionamento da cognição e sua importância para o
desenvolvimento infantil.

atividades de aprendizagem

1. Discorra sobre qual a importância de compreender o conceito


de aprendizagem antes de se tratar sobre as dificuldades de
aprendizagem.

2. De acordo com suas leituras, quais os prejuízos causados pelos


Transtornos Específicos de Aprendizagem?

3. Quais as principais causas das Dificuldades de Aprendizagem?

referências

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28 ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO


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