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fls. 132
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
1ª Câmara de Direito Público
Registro: 2018.0000290973
. .
às 14:48
às 13:30
ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 1ª Câmara de Direito Público do
em 23/04/2018
Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram parcial provimento ao
em 18/10/2018
apelo e ao reexame necessário. V.U., de conformidade com o voto do relator, que integra
este acórdão.
autos
autos
O julgamento teve a participação dos Desembargadores VICENTE DE ABREU
nos nos
AMADEI (Presidente), DANILO PANIZZA E LUÍS FRANCISCO AGUILAR CORTEZ.
liberado
liberado
AMADEI,
São Paulo, 23 de abril de 2018.
OLIVEIRA,
ABREU
Vicente de Abreu Amadei
DEDE
Relator
VICENTE ANA
Assinatura Eletrônica
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE
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PODER JUDICIÁRIO
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1ª Câmara de Direito Público
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APELAÇÃO e REEXAME NECESSÁRIO Servidora pública
inativa - Blocos aquisitivos de licença-prêmio não gozadas em
em 23/04/2018
tempo oportuno e reconhecidas - Indeferimento do pedido de
em 18/10/2018
transformação da licença-prêmio em pecúnia sob a alegação de
falta de amparo legal e de solicitação de gozo por parte da
servidora pública quando em atividade, inexistindo obstáculos ao
seu gozo pela Administração Fazenda Pública que deu causa ao
autos
não gozo da licença-prêmio da autora - Reconhecimento do direito
autos
pelo Poder Judiciário - Impossibilidade de gozo do direito -
nos nos
Indenização devida De rigor a fixação como base de cálculo da
liberado
indenização a última remuneração auferida pela servidora antes de
liberado
sua aposentadoria, devidamente atualizada, desde então, e
acrescida de juros de mora, a partir da citação, com observância ao
AMADEI,
disposto na Lei nº 11.960/09 Sentença reformada em parte -
OLIVEIRA,
RECURSO VOLUNTÁRIO E REEXAME NECESSÁRIO
PARCIALMENTE PROVIDOS.
DEDEABREU
Licença-prêmio não usufruída, em razão de aposentadoria, deve
ser indenizada.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE VICENTE ANA
Trata-se de reexame necessário e apelação (fls. 112/119)
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pretensão material, cuja exigibilidade ficará suspensa até que perca o
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estado de hipossuficiência financeira.
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A apelante pretende o provimento do recurso para a reforma da
r. sentença, arguindo, em resumo: (a) a ausência de suporte legal, ante as
autos
LCE s nº s 857/99 e 1.048/08 vigentes à época do efetivo exercício da
autos
nos nos
autora, e que, respectivamente, dispõem sobre o impedimento de
liberado
conversão dos blocos vencidos de licença-prêmio em pecúnia; (b) a
liberado
inexistência de base legal para a concessão do pedido; (c) a sua estrita
AMADEI,
OLIVEIRA,
vinculação ao princípio da legalidade. Subsidiariamente, requer que a
indenização seja calculada com base nos vencimentos auferidos pela
ABREU
recorrida no mês anterior à aposentação, com aplicação da correção
ANADEDE
monetária a partir de tal momento.
Processado o recurso, foi contrariado (fls. 122/130) e os autos Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE VICENTE
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caberia à Administração Pública dar condições para o seu exercício,
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quando a servidora ainda estava em atividade. Agora, resta somente a
em 23/04/2018
em 18/10/2018
indenização, sob pena de enriquecimento sem causa da Administração.
autos
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL.
autos
SERVIDOR PÚBLICO: LICENÇA PRÊMIO: SUA NÃO FRUIÇÃO: PAGAMENTO EM
nos nos
PECÚNIA. SÚMULA 283. STF. I. - O acórdão invocou, para decidir a causa, o
liberado
art. 77, XVII, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, disposição que o
Supremo Tribunal declarou inconstitucional. O acórdão do Tribunal a quo,
liberado
entretanto, assenta-se, também, em outro fundamento suficiente: não usufruída
AMADEI,
a licença prêmio, deve o Estado compensá-la, a fim de que não haja
OLIVEIRA,
enriquecimento sem causa. Incidência da Súmula 283. STF. II. - Agravo
provido, RE não conhecido.” (RE 241415 AgR, Relator p/ Acórdão: Min. Carlos
ABREU
Velloso , Primeira Turma, julgado em 29/10/2002).
Os julgados desta C. 1ª Câmara de Direito Público são no
DEDE
mesmo sentido:
VICENTE ANA
“Servidor Público - Policial Militar exonerado Licença-prêmio não gozada -
Pretensão de recebimento de indenização - Admissibilidade - o fato de não Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE
haver requerido o gozo, quando em atividade, não invalida a pretensão -
obrigação do Estado de compelir o servidor a gozar o benefício quando em
atividade - ação improcedente - Recurso provido.” (Ap.
0384258-21.2010.8.26.0000, rel. Des. Franklin Nogueira, j. 09/11/2010);
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Abundantes, ainda, são os precedentes desta Corte, bastando
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algumas referências:
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“SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL Licença prêmio Prescrição - Não ocorrência -
em 18/10/2018
A prescrição é quinquenal e tem início na data em que o interessado passa
para a inatividade Preliminar afastada. LICENÇA PRÊMIO NÃO USUFRUÍDA.
Servidor público estadual - Impossibilidade do gozo, em razão da passagem
para a inatividade. Pretensão ao pagamento em pecúnia. Possibilidade. Direito
autos
à indenização que deve ser reconhecido. Não acolhimento do pedido implicaria
autos
enriquecimento sem causa da Fazenda Pública e afronta ao direito adquirido.
nos nos
Recurso não provido.” (Ap. 0104006-49.2007.8.26.0346, rel. Des. Reinaldo
liberado
Miluzzi , j. 15/08/2011);
liberado
“SERVIDOR PÚBLICO. Policial Militar Reformado Licença-prêmio não gozada -
AMADEI,
Conversão em pecúnia - Trabalhando quando podia estar afastado, o servidor
deve receber a compensação, sob pena de enriquecimento sem causa por parte
OLIVEIRA,
da Fazenda do Estado - Indenização devida. Retenção do imposto de renda
sobre o a indenização. Inadmissibilidade - Inteligência da Súmula 136 do
ABREU
Superior Tribunal de Justiça. Recurso desprovido.” (Ap.
0004170-87.2010.8.26.0576, rel. Desª. Cristina Cotrofe , j. 10/08/2011);
ANADEDE
“Servidor Público Estadual. Recebimento da licença-prêmio em pecúnia -
VICENTE
Possibilidade de pagamento do benefício para os servidores inativos em razão
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE
da impossibilidade de gozo. Ausência de pagamento de indenização que
implica em locupletamento ilícito da Administração. Honorários Advocatícios
bem fixados, que não comportam redução. Juros Moratórios. Alteração para 6%
ao ano. Incidência do artigo 1.º da Lei 9.494/ 97 com a redação dada pela
Medida Provisória n.º 2.180-35/ 2001 por ser regra especial que afasta a regra
geral do art. 406 do Código Civil - Recurso provido em parte.” (Ap.
0379247-45.2009.8.26.0000, rel. Des. Oscild de Lima Júnior, j.
18/07/2011);
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- A licença-prêmio é um benefício de assiduidade, desdobrável a cada período
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constituído, e que se agrega ao patrimônio funcional. Se o funcionário não pode
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mais usufruir em descanso a licença-prêmio a que tem direito, deve usufruí-la
de outra forma, qual a mediante indenização correspondente.
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- Desnecessidade de comprovação procedimental (indeferimento) ou temporal
em 18/10/2018
para o exercício do direito.
- Inexigibilidade de prova, por parte do funcionário, da necessidade de serviço.
A despeito da opção do servidor, a Administração, que desfruta do poder de
império, poderia determinar o gozo in natura. Não o fazendo, remanesce
autos
implícita a necessidade de permanência no trabalho, inferindo-se, pois, a
autos
presunção em prol do funcionário.
nos nos
- A aposentadoria não tem o condão de exonerar o Estado, relativamente às
vantagens ex facto temporis, que se transformam em obrigação pecuniária da
liberado
Administração e em crédito do servidor pelo só exercício do cargo durante o
liberado
tempo estabelecido por lei.
AMADEI,
- Não há falar em perempção, por força de Decretos, de direito não exercido em
atividade, ou em orientação de Despacho Normativo do Governador.
OLIVEIRA,
- Não afetam a espécie as Leis Complementares Estaduais ns. 644/ 89 e
857/ 99, posto que dispõem sobre o instituto da conversão da licença-prêmio
ABREU
em pecúnia, e não a respeito de indenização. (...)” (MS nº 107.762-0/7-00, rel.
Des. Mohamed Amaro , j. 23/06/2004).
ANADEDE
Não há intromissão indevida do Poder Judiciário, alguma, em
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em pecúnia. Logo, a indenização deverá ser calculada com base na última
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remuneração percebida pela demandante antes de sua aposentação,
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procedida da devida atualização monetária, desde então, e acrescida de
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juros de mora, a partir da citação, observado o disposto na Lei nº
11.960/09.
autos
autos
Outrossim, em relação ao prequestionamento, basta que as
nos nos
liberado
questões tenham sido enfrentadas e solucionadas no v. acórdão, como
liberado
ocorreu, pois “desnecessária a citação numérica dos dispositivos legais ”
AMADEI,
(STJ, EDCL. no RMS nº 18.205/SP, rel. Min. Felix Fischer, j. 18/04/2006), mas,
OLIVEIRA,
mesmo assim, para que não se diga haver cerceamento do direito de
ABREU
recorrer, dou por prequestionados todos os dispositivos legais referidos na
DEDE
fase recursal.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE VICENTE ANA
Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso
voluntário e ao reexame necessário, apenas para determinar a utilização
como base de cálculo da indenização a última remuneração auferida pela
apelada antes de sua aposentadoria, mantida no mais, a r. sentença.