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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
1ª Câmara de Direito Público

Registro: 2018.0000290973

1029153-43.2016.8.26.0053 e código 5141A7C.


8474D05.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação / Reexame Necessário nº

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0033323-07.2018.8.26.0053


1029153-43.2016.8.26.0053, da Comarca de São Paulo, em que é apelante ESTADO DE
SÃO PAULO e Recorrente JUIZO EX OFFÍCIO, são apelados MARIA ELENA DURAN
FERREIRA e CELIA ANTONIA DE ANDRADE BELEZIN.

. .
às 14:48
às 13:30
ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 1ª Câmara de Direito Público do

em 23/04/2018
Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram parcial provimento ao

em 18/10/2018
apelo e ao reexame necessário. V.U., de conformidade com o voto do relator, que integra
este acórdão.

autos
autos
O julgamento teve a participação dos Desembargadores VICENTE DE ABREU

nos nos
AMADEI (Presidente), DANILO PANIZZA E LUÍS FRANCISCO AGUILAR CORTEZ.

liberado
liberado
AMADEI,
São Paulo, 23 de abril de 2018.

OLIVEIRA,
ABREU
Vicente de Abreu Amadei

DEDE
Relator

VICENTE ANA
Assinatura Eletrônica
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
1ª Câmara de Direito Público

1029153-43.2016.8.26.0053 e código 5141A7C.


8474D05.
VOTO Nº 16.710

APELAÇÃO Nº 1029153-43.2016.8.26.0053 e REEXAME


NECESSÁRIO.

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APELANTE: Fazenda do Estado de São Paulo.

APELADAS: Maria Elena Duran Ferreira e Celia Antônia de Andrade


Belezin.

. .
às 14:48
às 13:30
APELAÇÃO e REEXAME NECESSÁRIO Servidora pública
inativa - Blocos aquisitivos de licença-prêmio não gozadas em

em 23/04/2018
tempo oportuno e reconhecidas - Indeferimento do pedido de

em 18/10/2018
transformação da licença-prêmio em pecúnia sob a alegação de
falta de amparo legal e de solicitação de gozo por parte da
servidora pública quando em atividade, inexistindo obstáculos ao
seu gozo pela Administração Fazenda Pública que deu causa ao

autos
não gozo da licença-prêmio da autora - Reconhecimento do direito

autos
pelo Poder Judiciário - Impossibilidade de gozo do direito -

nos nos
Indenização devida De rigor a fixação como base de cálculo da

liberado
indenização a última remuneração auferida pela servidora antes de

liberado
sua aposentadoria, devidamente atualizada, desde então, e
acrescida de juros de mora, a partir da citação, com observância ao

AMADEI,
disposto na Lei nº 11.960/09 Sentença reformada em parte -

OLIVEIRA,
RECURSO VOLUNTÁRIO E REEXAME NECESSÁRIO
PARCIALMENTE PROVIDOS.

DEDEABREU
Licença-prêmio não usufruída, em razão de aposentadoria, deve
ser indenizada.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE VICENTE ANA
Trata-se de reexame necessário e apelação (fls. 112/119)

interposta pela Fazenda do Estado de São Paulo , em ação de rito


comum, para o recebimento em pecúnia de licença-prêmio não usufruída,
ajuizada por Maria Elena Duran Ferreira e Celia Antônia de Andrade
Belezin, contra a r. sentença (fls. 107/110), que julgou procedente o pedido
em relação à coautora Maria Elena Duran Ferreira, reconhecendo a
natureza alimentar do crédito, para o fim de condenar a ré ao pagamento
de valor correspondente aos períodos de licença prêmio, discriminados na
inicial, calculado de acordo com os proventos vigentes à época do

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pagamento, acrescidos de juros legais de mora, a partir da citação, sem

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incidência do IR e contribuições ao IPESP e IAMSPE, em virtude do caráter
indenizatório do crédito, observado o disposto na Lei nº 11960/2009,
condenando a ré ao pagamento de despesas processuais e honorários
advocatícios, fixados no percentual mínimo sobre o valor da condenação.

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Julgou, outrossim, improcedente o pedido, em relação à coatora Celia
Antônia de Andrade Belezin, condenando-a ao pagamento de custas de
honorários advocatícios, fixados no percentual mínimo sobre o valor da

. .
às 14:48
pretensão material, cuja exigibilidade ficará suspensa até que perca o

às 13:30
estado de hipossuficiência financeira.

em 23/04/2018
em 18/10/2018
A apelante pretende o provimento do recurso para a reforma da
r. sentença, arguindo, em resumo: (a) a ausência de suporte legal, ante as

autos
LCE s nº s 857/99 e 1.048/08 vigentes à época do efetivo exercício da

autos
nos nos
autora, e que, respectivamente, dispõem sobre o impedimento de

liberado
conversão dos blocos vencidos de licença-prêmio em pecúnia; (b) a

liberado
inexistência de base legal para a concessão do pedido; (c) a sua estrita

AMADEI,
OLIVEIRA,
vinculação ao princípio da legalidade. Subsidiariamente, requer que a
indenização seja calculada com base nos vencimentos auferidos pela

ABREU
recorrida no mês anterior à aposentação, com aplicação da correção

ANADEDE
monetária a partir de tal momento.

Processado o recurso, foi contrariado (fls. 122/130) e os autos Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE VICENTE

subiram a este E. Tribunal de Justiça.

É o relatório, em acréscimo ao da r. sentença.

Satisfeitos os pressupostos de admissibilidade da apelação,


observando, ainda, a imposição do reexame necessário, pois o julgado foi
desfavorável à Fazenda Pública e é expresso em sentença ilíquida.

A autora Maria Elena Duran Ferreira, conforme confirma os


documentos juntados aos autos, era integrante do quadro do Magistério e
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tem o direito de converter os dias de licença-prêmio em pecúnia, nos

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termos do Decreto Estadual nº. 52.031/07 e do artigo 4º da Lei
Complementar 1.048/08, que reza:
“Os integrantes do Quadro do Magistério e do Quadro de Apoio Escolar
abrangidos pela Lei Complementar nº 1015, de 15 de outubro de 2007 e os

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integrantes das carreiras da Polícia Civil, da Superintendência Técnico-
Científica e da Polícia Militar do Estado de São Paulo abrangidos pela Lei
Complementar nº 989, de 17 de janeiro de 2006, seguirão fazendo jus à
conversão em pecúnia nos termos dos referidos diplomas legais.”

Comprovado então, o fato aquisitivo do direito à licença-prêmio,

. .
às 14:48
caberia à Administração Pública dar condições para o seu exercício,

às 13:30
quando a servidora ainda estava em atividade. Agora, resta somente a

em 23/04/2018
em 18/10/2018
indenização, sob pena de enriquecimento sem causa da Administração.

Neste sentido, é o entendimento do E. STF:

autos
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL.

autos
SERVIDOR PÚBLICO: LICENÇA PRÊMIO: SUA NÃO FRUIÇÃO: PAGAMENTO EM

nos nos
PECÚNIA. SÚMULA 283. STF. I. - O acórdão invocou, para decidir a causa, o

liberado
art. 77, XVII, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, disposição que o
Supremo Tribunal declarou inconstitucional. O acórdão do Tribunal a quo,

liberado
entretanto, assenta-se, também, em outro fundamento suficiente: não usufruída

AMADEI,
a licença prêmio, deve o Estado compensá-la, a fim de que não haja

OLIVEIRA,
enriquecimento sem causa. Incidência da Súmula 283. STF. II. - Agravo
provido, RE não conhecido.” (RE 241415 AgR, Relator p/ Acórdão: Min. Carlos

ABREU
Velloso , Primeira Turma, julgado em 29/10/2002).
Os julgados desta C. 1ª Câmara de Direito Público são no

DEDE
mesmo sentido:

VICENTE ANA
“Servidor Público - Policial Militar exonerado Licença-prêmio não gozada -
Pretensão de recebimento de indenização - Admissibilidade - o fato de não Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE
haver requerido o gozo, quando em atividade, não invalida a pretensão -
obrigação do Estado de compelir o servidor a gozar o benefício quando em
atividade - ação improcedente - Recurso provido.” (Ap.
0384258-21.2010.8.26.0000, rel. Des. Franklin Nogueira, j. 09/11/2010);

“SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL POLICIAL MILITAR REFORMADO -


PRETENSÃO AO RECEBIMENTO, EM PECÚNIA, DE LICENÇA-PRÊMIO NÃO
USUFRUÍDA AO TEMPO DO REGULAR EXERCÍCIO DA ATIVIDADE -
ADMISSIBILIDADE - IMPOSSIBILIDADE ATUAL DE GOZO DO MENCIONADO
BENEFÍCIO - DEVER DE INDENIZAR, SOB PENA DE LOCUPLETAMENTO
ILÍCITO E SEM CAUSA DA ADMINISTRAÇÃO. RECURSO AO QUAL SE DÁ
PROVIMENTO. SENTENÇA REFORMADA” (Ap. 0603478-27.2008.8.26.0053,
rel. Desª. Regina Capistrano , j. 14/09/2010) e;

“SERVIDOR ESTADUAL POLICIAL MILITAR LICENÇA PRÊMIO NÃO


USUFRUÍDA DURANTE O PERÍODO DE PERMANÊNCIA NO QUADRO DA

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DIREITO AO PAGAMENTO. O


funcionário que não obteve autorização de usufruir licença-prêmio em

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atividade, aufere direito ao pagamento correspondente quando afastado de
suas atividades, sob pena de enriquecimento sem causa da administração
(art.884 do Código Civil) Decisão mantida. Recurso desprovido.” (Ap. nº
990.10.545368-6. rel. Des. Danilo Panizza, j. 18/01/2011);

“SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS Policiais militares inativos Licenças-

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prêmio não gozadas Reconhecimento do direito Impossibilidade de gozo
Indenização devida Ação procedente Recurso não provido.” (Ap.
0001162-56.2009.8.26.0053, rel. Des. Luís Francisco Cortez , j.
22/03/2011).

. .
Abundantes, ainda, são os precedentes desta Corte, bastando

às 14:48
às 13:30
algumas referências:

em 23/04/2018
“SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL Licença prêmio Prescrição - Não ocorrência -

em 18/10/2018
A prescrição é quinquenal e tem início na data em que o interessado passa
para a inatividade Preliminar afastada. LICENÇA PRÊMIO NÃO USUFRUÍDA.
Servidor público estadual - Impossibilidade do gozo, em razão da passagem
para a inatividade. Pretensão ao pagamento em pecúnia. Possibilidade. Direito

autos
à indenização que deve ser reconhecido. Não acolhimento do pedido implicaria

autos
enriquecimento sem causa da Fazenda Pública e afronta ao direito adquirido.

nos nos
Recurso não provido.” (Ap. 0104006-49.2007.8.26.0346, rel. Des. Reinaldo

liberado
Miluzzi , j. 15/08/2011);

liberado
“SERVIDOR PÚBLICO. Policial Militar Reformado Licença-prêmio não gozada -

AMADEI,
Conversão em pecúnia - Trabalhando quando podia estar afastado, o servidor
deve receber a compensação, sob pena de enriquecimento sem causa por parte

OLIVEIRA,
da Fazenda do Estado - Indenização devida. Retenção do imposto de renda
sobre o a indenização. Inadmissibilidade - Inteligência da Súmula 136 do

ABREU
Superior Tribunal de Justiça. Recurso desprovido.” (Ap.
0004170-87.2010.8.26.0576, rel. Desª. Cristina Cotrofe , j. 10/08/2011);

ANADEDE
“Servidor Público Estadual. Recebimento da licença-prêmio em pecúnia -

VICENTE
Possibilidade de pagamento do benefício para os servidores inativos em razão
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE
da impossibilidade de gozo. Ausência de pagamento de indenização que
implica em locupletamento ilícito da Administração. Honorários Advocatícios
bem fixados, que não comportam redução. Juros Moratórios. Alteração para 6%
ao ano. Incidência do artigo 1.º da Lei 9.494/ 97 com a redação dada pela
Medida Provisória n.º 2.180-35/ 2001 por ser regra especial que afasta a regra
geral do art. 406 do Código Civil - Recurso provido em parte.” (Ap.
0379247-45.2009.8.26.0000, rel. Des. Oscild de Lima Júnior, j.
18/07/2011);

“SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - Licenças-prêmio não gozadas - Indenização


- Possibilidade - Inviabilidade de enriquecimento ilícito da Administração -
Recurso desprovido.” (Ap. n° 0032877-19.2009.8.26.0053. rel. Des. Angelo
Malanga, j. 02/08/2011).

Desnecessária qualquer alegação de inconstitucionalidade das


LCE s nº s 857/99 e 1048/08, pois são normas legais aplicáveis aos

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servidores na ativa, não no presente caso, que trata de indenização de

1029153-43.2016.8.26.0053 e código 5141A7C.


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licença-prêmio não usufruída, pretendida por inativa.

Neste sentido já decidiu o Órgão Especial deste E. Tribunal de


Justiça, sobre o descabimento de teses que invocam as LCE s nº s. 644/89

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e 857/99, para proibição da conversão da licença-prêmio em indenização:
“(...) MANDADO DE SEGURANÇA - SERVIDORES INATIVOS - INDENIZAÇÃO
POR LICENÇA-PRÊMIO NÃO USUFRUÍDA - PEREMPÇÃO AFASTADA - DIREITO
RECONHECIDO.

. .
- A licença-prêmio é um benefício de assiduidade, desdobrável a cada período

às 14:48
constituído, e que se agrega ao patrimônio funcional. Se o funcionário não pode

às 13:30
mais usufruir em descanso a licença-prêmio a que tem direito, deve usufruí-la
de outra forma, qual a mediante indenização correspondente.

em 23/04/2018
- Desnecessidade de comprovação procedimental (indeferimento) ou temporal

em 18/10/2018
para o exercício do direito.
- Inexigibilidade de prova, por parte do funcionário, da necessidade de serviço.
A despeito da opção do servidor, a Administração, que desfruta do poder de
império, poderia determinar o gozo in natura. Não o fazendo, remanesce

autos
implícita a necessidade de permanência no trabalho, inferindo-se, pois, a

autos
presunção em prol do funcionário.

nos nos
- A aposentadoria não tem o condão de exonerar o Estado, relativamente às
vantagens ex facto temporis, que se transformam em obrigação pecuniária da

liberado
Administração e em crédito do servidor pelo só exercício do cargo durante o

liberado
tempo estabelecido por lei.

AMADEI,
- Não há falar em perempção, por força de Decretos, de direito não exercido em
atividade, ou em orientação de Despacho Normativo do Governador.

OLIVEIRA,
- Não afetam a espécie as Leis Complementares Estaduais ns. 644/ 89 e
857/ 99, posto que dispõem sobre o instituto da conversão da licença-prêmio

ABREU
em pecúnia, e não a respeito de indenização. (...)” (MS nº 107.762-0/7-00, rel.
Des. Mohamed Amaro , j. 23/06/2004).

ANADEDE
Não há intromissão indevida do Poder Judiciário, alguma, em

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE VICENTE


área discricionária do Poder Executivo nem quebra da tripartição de
funções estatais, pois o exercício da jurisdição se opera em face de direito
subjetivo violado, e, deste modo, apenas se faz cumprir a lei e a ordem
constitucional, em fundamentada decisão judicial, ante a lesão ou ameaça
a direito (art. 5º, XXXV, da CF), e, isto não se traduz em ofensa possível ao
enunciado da Súmula Vinculante nº 37 do STF.

Com efeito, o pagamento em pecúnia de licença-prêmio devida e


não gozada em tempo oportuno, sem condições mais de gozo em virtude
de aposentadoria ou falecimento do servidor público, não fere preceito

Apelação / Reexame Necessário nº 1029153-43.2016.8.26.0053 -Voto nº 16.710 6


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constitucional algum, mas, se considera, com razoabilidade e

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proporcionalidade, o respeito à justiça, no reconhecimento à indenização.

Assim, não há razão para dissentir desse consolidado


entendimento. A procedência da demanda era de rigor, comportando

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reparo somente no que concerne à base de cálculo da indenização, isso,
porque com a aposentaria da autora, Maria Elena Duran Ferreira, surgiu
o seu direito de ter os períodos de licença-prêmio não gozados convertidos

. .
às 14:48
em pecúnia. Logo, a indenização deverá ser calculada com base na última

às 13:30
remuneração percebida pela demandante antes de sua aposentação,

em 23/04/2018
procedida da devida atualização monetária, desde então, e acrescida de

em 18/10/2018
juros de mora, a partir da citação, observado o disposto na Lei nº
11.960/09.

autos
autos
Outrossim, em relação ao prequestionamento, basta que as

nos nos
liberado
questões tenham sido enfrentadas e solucionadas no v. acórdão, como

liberado
ocorreu, pois “desnecessária a citação numérica dos dispositivos legais ”

AMADEI,
(STJ, EDCL. no RMS nº 18.205/SP, rel. Min. Felix Fischer, j. 18/04/2006), mas,

OLIVEIRA,
mesmo assim, para que não se diga haver cerceamento do direito de

ABREU
recorrer, dou por prequestionados todos os dispositivos legais referidos na

DEDE
fase recursal.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MEIRE VICENTE ANA
Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso
voluntário e ao reexame necessário, apenas para determinar a utilização
como base de cálculo da indenização a última remuneração auferida pela
apelada antes de sua aposentadoria, mantida no mais, a r. sentença.

VICENTE DE ABREU AMADEI


Relator

Apelação / Reexame Necessário nº 1029153-43.2016.8.26.0053 -Voto nº 16.710 7

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