Você está na página 1de 7

Química Geral Experimental 1, Diane Régis Santos do Nascimento, Experimento 8

Reaçõ es Exotérmicas e Endotérmicas E


Diane Regis Santos do Nascimento x
Departamento de Química Fundamental
Universidade Federal de Pernambuco
p
Data da prática: 13/08/2021; Data de entrega do relatório: 20/08/2021
e
r
Resumo:
i
m
O estudo da calorimetria visa analisar as trocas de energia entre dois corpos, ou até entre
o meio externo e o meio interno. O calor está diretamente ligado aos processos que serão e
analisados, uma reação de dissociação que pode ser classificada como exotérmica ou n
endotérmica e duas reações de neutralização que só podem ser exotérmicas ou seja sua
variação de entalpia deve ser negativa. t
o

8
Introdução termicamente o corpo do ambiente, funcionando
como isolante térmico. Logo, na necessidade de
Buscando analisar as trocas de energia
destrinchar os processos calorímetros,
térmica entre dois ou mais corpos, o presente
assumimos o papel da química como
trabalho investiga as muitas funções da
fundamental, objetivando, assim, apresentar
calorimetria, seus objetivos e sua importância.
detalhadamente suas aplicabilidades químicas.
Portanto, faz-se necessário entender o tema
Bem como o estudo da variação de entalpia
partindo da ideia de protagonismo conferida pela
que a pressão constante é igual ao calor, está
energia térmica denominada calor, ou seja,
diretamente ligado aos processos que são
assumir as variações térmicas como sendo
analisados como exotérmicos e endotérmicos.
basilares nesse processo químico.
Dessa maneira, entende-se o calor como
Procedimento Experimental
sendo uma energia que transita, de forma
espontânea, de um corpo a outro, e que Materiais: - Reagentes: Hidróxido de
precisam, necessariamente, se encontrar em sódio (NaOH), ácido clorídrico (HCl), hidróxido de
temperaturas distintas. É nesse movimento que a amônio (NH4OH (aq)), cloreto de amônio (NH4Cl) e
água destilada.
calorimetria é construída, possuindo como objeto
Periculosidade dos reagentes: [3].
de estudo as variações de energia, as trocas de  Hidróxido de sódio (NaOH): azul - 3;
calor, a capacidade térmica de determinado
vermelho - 0; amarelo - 1; branco - ALK.
material e as mudanças de estado físico. E para
 Ácido Clorídrico (HCl): azul - 3; vermelho -
que seus diagnósticos sejam realizados,
0; amarelo - 1; branco - COR
instrumentos precisam entrar em ação, como é o
 Hidró xido de amô nio (NH4OH(aq)): azul -
caso do calorímetro.
2; vermelho - 2; amarelo - 1; branco -
Desse modo, o calorímetro é entendido
como um recipiente que busca isolar nenhum

1
Química Geral Experimental 1, Diane Régis Santos do Nascimento, Experimento 8

 Cloreto de amô nio (NH4Cl): azul - ; de amônio, aferiu-se a temperatura e a


vermelho - ; amarelo - ; branco – temperatura da solução de ácido clorídrico
 Água destilada: azul - 0; vermelho - 0; também, as mesmas não se diferiam de 1°C e
amarelo - 0; branco - nenhum. iniciou-se o segundo experimento no calorímetro.
Despejou-se a solução de ácido clorídrico no
- Instrumentos: uma proveta de 25 mL, béquer que já continha a solução de hidróxido de
um béquer de 1000 mL, um béquer de 250 mL, amônio, misturou-se e colocou-a no interior do
uma caixa de isopor, uma tampa de isopor, papel calorímetro de forma rápida. Iniciou-se as
toalha.
aferições de temperatura da mistura em
Equipamentos: Termômetro
determinado tempo.

Construção do Calorímetro
Inicialmente foi-se pesado um béquer de
Experimento 3
250 mL limpo e seco e anotou-se seu peso. Em
seguida envolveu-se este béquer pelos lados e
Pesou-se inicialmente 8,5 gramas de
também por baixo com toalhas de papel
cloreto de amônio e lavou-se o béquer do
amassadas e este béquer foi introduzido desta
calorímetro. Adicionou-se 150mL água destilada e
forma dentro de outro béquer maior de
mediu-se a temperatura. Em seguida solubilizou-
capacidade 1000 mL. Com cuidado e sem encher
muito de papel para não prejudicar o sistema. se rapidamente os 8,5 gramas de cloreto de
Queria-se um isolante. Colocou-se então uma amônio na água destilada e retornou-se o béquer
tampa de isopor que se encaixava perfeitamente para o interior do calorímetro. Inseriu-se o
no béquer para que se evite o máximo de troca termômetro e as leituras de temperatura foram
de calor e perdas para o ambiente. Também se realizadas duas vezes.
furou a tampa de isopor para inserir um
termômetro e por fim tinha-se um calorímetro. Resultados e Discussão
Calorímetro
Experimento 1
Neste primeiro experimento substitui-se Para os dois primeiros experimentos
a solução aquosa de ácido acético por uma teremos a mesmo valor de capacidade calorífica
solução de ácido clorídrico e deu-se do calorímetro, pois nos dois teremos reações de
continuidade. Mediu-se a temperatura das duas neutralização e soluções somadas de 200 mL. Já
soluções, pois as mesmas não podiam diferir-se no terceiro experimento teremos um valor da
mais de 1°C para evitar-se o máximo de erros solução diferente, a seguir as contas da
possíveis. Mediu-se e adicionou-se com o auxílio capacidade calorífica do calorímetro para cada
de uma proveta uma solução aquosa de 100 mL experimento.
de ácido clorídrico a 2,00M e 100mL de hidróxido Para o Experimento 1 e 2:
de sódio que já se encontrava dentro do béquer c
no calorímetro que tinha uma caixa de isopor  Cs = ;
m
vedando tudo e era possível realizar a leitura da C: Calor Específico
temperatura da solução a partir do termômetro c: capacidade calorífica
que se encontrava para fora do calorímetro. m: massa
Quando se concluiu a montagem as aferições de  Dados:
temperatura se iniciaram. Csb=0,753 J g-1 K-1
Csa=4,184 J g-1 K-1
Experimento 2
 Béquer → mb= 99,02g
Adicionou-se no béquer limpo e seco do  Soluçã o → ma= 200g
calorímetro uma solução de 2,00 M de hidróxido
2
Química Geral Experimental 1, Diane Régis Santos do Nascimento, Experimento 8

tabela a seguir. Apresenta um ΔH < 0, ou seja,


 Cb = csb. mb = 0,753 J g-1 K-1 .99,02g = teremos um valor de entalpia negativa para esta
74,56 J K-1 reação. A temperatura que esta reação
estabilizou foi de 41°C.
 Ca= csa. ma = 4,184 J g-1 K-1. 200g =
836,8 J K-1
Temperatura (°C) x Tempo (s)
 Calorímetro.: C = Cb+Ca= 74,56 J K-1 + 45
40
836,8 J K-1 = 911,36 J K-1 35
30
Para o Experimento 3: 25
20
 Cb = 74,56 J K-1 15
10
5
 Ca = csa. ma= 4,184 J g-1 K-1. 0
0 31 64 92 124 165 237
(150+8,5)g= 663,16 J K-1

 Calorímetro.: C = Cb+Ca= 74,56 J K-1 +


663,16 J K-1 = 737,72 J K-1 Gráfico 1: Variação da temperatura em relação
ao tempo do experimento 1.

Tabela 1: Resultados da capacidade calorífica do Experimento 2


calorímetro de cada experimento
No experimento 2 temos a seguinte
reação ocorrendo no interior do calorímetro:
Experimento Capacidade Calorífica do
calorímetro (J K-1) NH4OH + HCl → NH4Cl + H2O
1e2 911,36
3 737,72 Nesta reação nós temos uma base fraca reagindo
mais uma vez com um ácido forte, apresenta
características bem semelhantes com a reação
anterior, pois também é uma reação de
Experimento 1 neutralização, entretanto tem suas
peculiaridades, uma delas é que neste caso a
No primeiro experimento temos a reação ocorre com uma base fraca logo o calor
seguinte reação: liberado por esta reação necessariamente será
HCl + NaOH → NaCl + H2O menor que a anterior, ou seja, teremos uma
Uma das mais conhecidas reações de entalpia negativa já que temos uma
neutralização é exatamente essa na qual tem-se a neutralização, mas será um pouco menor uma
presença de um ácido e de uma base ambos vez que um pouco da sua energia será utilizada
fortes. O ácido clorídrico (HCl) reage com o para dissociar mais a base. Pontua-se também
hidróxido de sódio (NaOH), resultando em cloreto que a estabilidade de temperatura desta reação
de sódio (NaCl) e água (H2O). O que ocorre nesta de neutralização foi inferior em relação a outra,
reação é uma neutralização total, ou seja, todo o esta estabilizou aos 39°C.
íon hidrogênio do ácido reage com a hidroxila da
base. Este tipo de reação é sempre exotérmica,
logo libera calor, por isso é perceptível o
aumento de temperatura no calorímetro e sua
estabilidade em seguida que será possível
acompanhar por meio de um gráfico e uma
3
Química Geral Experimental 1, Diane Régis Santos do Nascimento, Experimento 8

Temperatura (°C) x Tempo (s) Temperatura (°C) x Tempo (s)


45 30
40 29
35
30 28
25 27
20 26
15 25
10
5 24
0 23
0 31 61 90 128 205 227 0 49 85 118 164 193

Gráfico 2: Variação da temperatura em relação Gráfico 3: Variação da temperatura em relação


ao tempo do experimento 2. ao tempo do experimento 3. (Primeira medida)

Temperatura (°C) x Tempo (s)


Experimento 3 30
29
Nesta reação nós temos uma dissolução 28
27
de cloreto de amônio em água destilada, 26
conforme reação descrita a seguir: 25
24
NH4Cl + H2O → HCl + NH4OH 23
0 24 48 85 106 165

A hidrólise salina nada mais é que a reação


Gráfico 4: Variação da temperatura em relação
entre um sal e água, exatamente a reação inversa
ao tempo do experimento 4. (Segunda medida)
da neutralização. Este tipo de reação pode
provocar alterações no valor do pH na solução Cálculos das entalpias de cada experimento:
final. O ânion ou cátion de um sal, dissociam-se
na solução aquosa, reagindo e dando origem a  Experimento 1:
soluções ácidas, básicas ou neutras e tudo
Dados: 100mL de uma solução 2M de
depende da força do ácido ou da base que é
NaOH; T= 30°C
proveniente o sal. Por conta destes fatores uma
100mL de uma solução 2M de HCl;
dissociação tanto pode apresentar uma entalpia
T= 29°C
positiva quanto negativa. Ou seja, na reação de
Capacidade calorífica do calorímetro
dissociação podemos ter uma reação exotérmica = 911,36JK-1
ou endotérmica. No caso desta dissolução Tf = 41°C + 273 = 314K
teremos uma reação endotérmica. ΔT= Tf-Ti
Ti = 29,5°C+ 273 = 302,5K ΔT=
314K-302,5K = 11,5K

n= 2mol/L x 0,1L = 0,2mol


ΔH = -(C x ΔT)/n = -(911,36JK-1 x
11,5K)/0,2mol
ΔH= -52.403J/mol

 Experimento 2:

4
Química Geral Experimental 1, Diane Régis Santos do Nascimento, Experimento 8

Dados: 100mL de uma solução 2M de


NH4OH; Mesmo realizado de forma experimental é
100mL de uma solução 2M de HCl; possível notar que apesar dos valores diferirem-
Tf = 39,5°C + 273 = 312,5K se em mais de 4000 J/mol em alguns casos, eles
ΔT= Tf-Ti seguem o mesmo padrão. No primeiro
Ti = 28,5°C+ 273 = 301,5K experimento temos uma variação de entalpia
ΔT= 312,5K-301,5K = 11K negativa que é maior que o segundo
n= 0,2mol experimento, pois acontece uma neutralização
total. Já no terceiro experimento, nos dois casos
ΔH = -(C x ΔT)/n = -(911,36JK-1 x 11K)/0,2mol
temos valores de entalpia positiva uma vez que
ΔH= -50.124,8J/mol
está dissociação que foi vista é endotérmica.

 Experimento 3:
Conclusão
Dados: 8,5g de uma solução de NH4Cl;
150mL de uma solução de água Ao fim deste experimento podemos
destilada; afirmar que as reações possuem uma velocidade
Tf = 325°C + 273 = 298K rápida uma vez que se estabilizam rapidamente e
ΔT= Tf-Ti depois não é perceptível maiores variações
Ti = 29°C+ 273 = 302K mesmo com o tempo maior entre uma medida e
ΔT= 298K-302K = 4K outra.
n= m/MM = 8,5/53,491 = 0,158 Fatores externos são importantes para
que o experimento seja feito com mais precisão,
ΔH = -(C x ΔT)/n = -[737,72JK -1 x como por exemplo caso a solubilização do cloreto
(-4)K]/0,158mol de amônio fosse realizado com mais rapidez os
ΔH= +18.676,45J/mol resultados seriam também mais precisos. Em
relação ao calorímetro, apesar de ser algo que foi
A seguir uma tabela com os valores produzido rapidamente, o mesmo conseguiu
previamente calculados da entalpia de cada isolar bem a temperatura, tanto é que nas quatro
experimento. medições realizadas e com os intervalos de
tempo vemos gráficos estáveis em relação a
temperatura da reação.
Tabela 2: Resultados da variação de entalpia por
mol de cada experimento

Experimento ΔH (J/mol)
1 -52403,0
2 -50124,8
3 18676,45

Tabela 3: Valores da variação de entalpia padrão


de cada reação estudada

Experimento ΔH° (J/mol)


1 - 56100,0
2 - 55700,0
3 15690,00

5
Química Geral Experimental 1, Diane Régis Santos do Nascimento, Experimento 8

https://brasilescola.uol.com.br/fisica/calorimetria
-i.htm. Acesso em 22 de agosto de 2021.

Referências
Correlacione a referência ao texto.
[1] D.P. Santos, Relatório de Química
Experimental 11.
FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Reações de
Neutralização; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/reacoes-
neutralizacao.htm. Acesso em 20 de agosto de
2021

Autor Desconhecido. Hidrólise salina. Portal


São Francisco. Disponível em:
https://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/
hidrolise-salina. Acesso em 20 de agosto de 2021

FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Reações de


Neutralização Total. Mundo Educação.
Disponível
em:https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/
reacao-neutralizacao-total.htm. Acesso em 21 de
agosto de 2021.

BATISTA, Carolina. Reações de


Neutralização Total. Toda Matéria. Disponível
em: https://www.todamateria.com.br/reacao-
neutralizacao/. Acesso em 21 de agosto de 2021.

NOVAIS, Stéfano Araújo. Entalpia; Brasil


Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/entalpia.
htm. Acesso em 22 de agosto de 2021.
HELERBROCK, Rafael. Calorimetria; Brasil
Escola. Disponível em:

6
Química Geral Experimental 1, Diane Régis Santos do Nascimento, Experimento 8

Questões de isolar o calor na radiação é uma


1) Com o auxílio dos grá ficos que foram manta conhecida hoje como 3TC que
feitos para a reaçã o do cloreto de é produzida a partir de polímeros
amô nio é possível afirmar que com o refletivos. A lã de vidro também é
passar do tempo a temperatura da uma opção bastante utilizada como
á gua vai diminuindo e temos uma isolante térmico. Por fim um outro
variaçã o de entalpia positiva que
que é bastante utilizado são as
absorve energia.
garrafas térmicas.

2. 4.

3.  A transferência de calor pode


ocorrer de três formas: radiação,
condução e convecção. Uma forma

Você também pode gostar