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DOSSIÊ DO PROFESSOR NOVO Linhas da História 10

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MATRIZ DO TESTE DE AVALIAÇÃO 3

Domínio 1 – Dinamismo civilizacional da Europa Ocidental nos séculos XIII a XIV – espaços,
poderes e vivências

O espaço português

Todas as questões têm por base documentos de natureza diversa, sendo obrigatória a sua integração, de acordo com o
solicitado no enunciado da questão.

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS CONCEITOS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS TIPOLOGIA DE QUESTÕES

• Reconhecer o Cristianismo como – Concelho Itens de seleção:


– Analisar fontes de natureza diversa, distinguindo
matriz identitária europeia. – Vassalidade informação, implícita e explícita, assim como os – escolha múltipla X
• Analisar a extensão da rutura respetivos limites para o conhecimento do – associação X
verificada na passagem da realidade passado (A; B; C; D; F; I).
– ordenação X
imperial romana para a fragmentada
– Analisar textos historiográficos, identificando a – completamento
realidade medieval, mais circunscrita
opinião do autor e tomando-a como uma
ao local e ao regional.
interpretação suscetível de revisão em função dos
• Contextualizar a autonomização e avanços historiográficos (A; B; C; D; F; I). Itens de construção:
independência de Portugal no X
movimento de expansão demográfica, – Utilizar com segurança conceitos operatórios e resposta curta:
económica, social e religiosa europeia. metodológicos da disciplina de História (C; D; F; I).
apresentação de uma palavra, de uma
• Demonstrar a especificidade da – Situar cronológica e espacialmente expressão ou de uma frase (por
sociedade portuguesa concelhia, acontecimentos e processos relevantes, ex., transcrição).
distinguindo a diversidade de estatutos X
relacionando-os com os contextos em que
sociais e as modalidades de ocorreram (A; B; C; D; F; I). resposta restrita (composição):
relacionamento com o poder régio e os apresentação de uma explicação ou de
poderes senhoriais. – Identificar a multiplicidade de fatores e a indicação de um determinado número de
relevância da ação de indivíduos ou grupos, aspetos solicitados.
relativamente a fenómenos históricos circunscritos X
no tempo e no espaço (A; B; C; D; F; G; H; I).
resposta extensa (composição):
– Situar e caracterizar aspetos relevantes da resposta com maior extensão, orientada por
história de Portugal, europeia e mundial (A; B; C; um conjunto de instruções de realização.
D; F; G; H; I).

– Relacionar a história de Portugal com a história


europeia e mundial, distinguindo articulações
dinâmicas e analogias/especificidades, quer de
natureza temática quer de âmbito cronológico,
regional ou local (A; B; C; D; F; G; H; I).

– Elaborar e comunicar, com correção linguística e


de forma criativa, sínteses de assuntos estudados
(A; B; C; D; F; I; J).

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TESTE 3 DE HISTÓRIA A – 10.º ANO

GRUPO I – UNIDADE E DIVERSIDADE DO OCIDENTE MEDIEVAL

DOC. 1 | A REALIDADE POLÍTICA APÓS A DESAGREGAÇÃO DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE

DOC. 2 | O CRISTIANISMO E A SOCIEDADE MEDIEVAL


A. B. C.
Os cristãos da [Idade Média] […] prostram-se
perante o poder divino nas poses rituais de quem faz
dádiva de si: […] ajoelham-se, mãos postas,
esperando a recompensa, esperando ser sustentados
paternalmente no outro mundo […]. Sabem que 5
Deus julga, que o Cristo do último dia pronunciará
as suas sentenças […]. O cristão julga por bem
prestar então o juramento de fidelidade aos santos
[…]. As igrejas onde se celebravam batismos, onde
se absolviam os mortos, tornaram-se, na verdade, no 10
ponto de cristalização de pequenas sociedades
fechadas, compostas pelos habitantes da paróquia
[…].
História da vida privada, Philippe Ariès, Georges Duby (dir.),
Edições Afrontamento, Lisboa, 1990, pp. 39-40.

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1. Nomeie duas características da realidade política (Doc. 1), após o fim do Império Romano do Ocidente.

2. Explicite dois aspetos que evidenciam a presença do Cristianismo na vida das populações do Ocidente medieval.
Um dos aspetos deve ser articulado com informações do documento 2A e o outro com o documento 2B.

3. A iluminura reproduzida no documento 2C representa a divisão tripartida da sociedade medieval. Associe os grupos
referidos na coluna A com as respetivas funções, que constam na coluna B. Todas as funções da coluna B devem ser
utilizadas. Cada função da coluna B só pode ser associada a um dos grupos da coluna A.

COLUNA A COLUNA B

1. Combatia, desempenhando funções militares e defensivas.


(A) Clero 2. Rezava e estava associado a funções eclesiásticas.
3. Englobava os senhores laicos que possuíam a terra e exerciam domínio sobre as comunidades dependentes.
(B) Nobreza
4. Trabalhava e contribuía para a manutenção dos outros dois grupos sociais.
5. Desempenhava funções administrativas e culturais porque os seus elementos faziam parte do grupo social mais culto.
(C) Povo
6. Os que dele faziam parte estavam obrigados ao pagamento de impostos e a prestar serviços diversos aos
privilegiados.
7. Possuía senhorios eclesiásticos e, para além das rendas e impostos, recebia a dízima.

GRUPO II – A AUTONOMIZAÇÃO E INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL NO CONTEXTO EUROPEU

DOC. 1 | O CONDADO PORTUCALENSE NA CONJUNTURA EUROPEIA DE EXPANSÃO – UMA ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA


E o século XI, o século da fundação do nosso condado. […] Até então a Península retalhava-se por pequenos reinos
que viviam isolados da política de além-Pirenéus […]. As levas de peregrinos […] em direção a Santiago de
Compostela começam a desenhar um caminho francês de peregrinação. Em consentâneo, os cavaleiros franceses
acorrem à Península para combater os muçulmanos. […]
[Sob] o governo de Afonso VI […] [a] corte transforma-se num polo de atração francesa. Cavaleiros da Borgonha e 5
Aquitânia vêm para ajudar os peninsulares na luta contra o infiel […]. A conjuntura favorecia, aliás, esta mobilidade.
Vivia-se um período de crescimento demográfico generalizado. Cresciam os braços para trabalhar a terra e a produção
aumentava com novos arroteamentos; disponibilizavam-se mais homens a povoar novos espaços; melhoravam-se as
técnicas agrícolas e artesanais; reanimava-se a vida urbana, ativava-se o comércio. Na nobreza, os filhos secundogénitos
[…], sem heranças, […] buscavam outras oportunidades. A aceitação da paz e trégua de Deus afastava-os das guerras 10
internas e apresentava-lhes outros valores a defender […]. Estes contingentes […] reforçavam os exércitos peninsulares.
Bem equipados com os seus cavalos e armaduras mais resistentes, dada a melhoria do trabalho do ferro, podiam
responder melhor às investidas dos muçulmanos […]. Afonso [VI] apela à cristandade. Como alguns anos depois
Urbano II apelará à defesa dos Lugares Santos, dominados pelos Turcos. O movimento e o espírito de cruzada atingem
o Ocidente e o Oriente. […] 15
Muitos teriam vindo. Dois deixaram marca maior nos destinos de Portugal […]. Raimundo, filho dos condes da
Borgonha, Henrique, filho da família mais importante dos duques da Borgonha. Ambos filhos segundos, que, fora da
sua terra natal, buscavam a honra e o proveito. […] E […] a conjuntura política foi-lhe [a D. Henrique] também
favorável […] e virá a governar, desde 1096, a Terra Portucalense, subtraída ao domínio de Raimundo. […] E eis
Henrique posicionado no complexo xadrez político peninsular. Prestando vassalagem, em serviço militar e conselho, a 20
Afonso VI até à morte deste, em 1109 […].
Maria Helena da Cruz Coelho, “A estruturação concelhia do Condado Portucalense – D. Henrique”, in Biblos, Revista da Faculdade de Letras, Volume
LXXV, 2000 [adaptado]. A estruturação concelhia do Condado – Estudo Geral (estudogeral.sib.uc.pt [Consultado em 26-09-2020]).

1. Nomeie a designação atribuída ao processo levado a cabo na Península Ibérica para “combater os muçulmanos. […]”
(Doc. 1, l. 4).

2. Explicite duas características da conjuntura europeia e peninsular em que se enquadrou a autonomização e


independência de Portugal.
As duas características devem conter excertos relevantes do documento 1.

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GRUPO III – DO CONDADO PORTUCALENSE AO REINO DE PORTUGAL

DOC. 1 | O PAPEL DE D. HENRIQUE NA AUTONOMIA DO CONDADO


D. Henrique, vindo da Borgonha para a Península Ibérica, na busca de fama e proveito, encontrou em Afonso VI um
suserano pródigo. Entregou-lhe este o governo de uma parte do seu reino e casou-o com uma sua filha. D. Henrique
percecionou o jogo político peninsular. […] Na terra portucalense […] [fomentou], por entre as organizações sociais já
existentes, sobremaneira de índole senhorial, uma outra de raiz popular. […] Ficou senhor das vilas de Guimarães e de
Panóias, recebeu como aliados os seus burgueses, colheu réditos das suas atividades. 5
Na linha fronteiriça do Mondego, a sua aliança prioritária firmou-se com a cavalaria vilã […]. E com a presença desses
guerreiros nas localidades ganhava-se a estabilidade necessária para atrair gente. […]. Então a luta contra os muçulmanos
redimensionava-se […] era uma luta para reaver terra perdida, para fazer crescer um território, para aumentar a segurança
e estabilidade dos cristãos […].
Maria Helena da Cruz Coelho, “A estruturação concelhia do Condado Portucalense – D. Henrique”, in Biblos, Revista da Faculdade de Letras, 1.ª parte
da miscelânea em honra do Doutor Salvador Dias Arnaut, Volume LXXV, 2000, p. 57
[adaptado – consultado em 26/09/2020].

DOC. 2 | A AÇÃO DE D. AFONSO HENRIQUES


Em nome de Deus. Eu infante D. Afonso Henriques: Aprouve-me, por boa paz e boa vontade, fazer [bons foros] a vós,
homens de Guimarães, porque me destes honra e apoio e me prestastes bom e fiel serviço […]. Autorizo o foro que vos
deu meu pai e minha mãe e, além disso, dou-vos por foros que: em toda a minha terra não pagueis portagem; e o
cavaleiro ou o vassalo de infanção ou qualquer homem que for ingénuo [i.e. livre] e vier morar em Guimarães, e aí fizer a
sua casa, não dê fossadeira e a sua herdade e o seu haver seja livre e salvo […]. Esta carta foi escrita a 5 das calendas de 5
Maio (27 de Abril), reinando D. Afonso em Leão. Eu Afonso Henriques firmei esta carta com a minha mão. Era de
MCLXXVI (Ano de 1128)
Confirmação por D. Afonso Henriques, em 1128, do foral outorgado pelo conde D. Henrique.

1. Refira dois objetivos de natureza sócio-religiosa que levaram cavaleiros de diferentes regiões da Cristandade a
participarem no processo da Reconquista Cristã.
Os objetivos devem ser articulados com informações relevantes do documento 1.

2. Transcreva um excerto do documento 1 que revele a relação política e pessoal entre Afonso VI e o conde D. Henrique.

3. Nomeie a nova realidade política a que se refere a afirmação “Entregou-lhe este o governo de uma parte do seu reino
[…]” (Doc. 1, l. 2).

4. Explicite dois poderes de D. Afonso Henriques no quadro da autoridade que passou a exercer no Condado
Portucalense.
Um dos poderes deve conter excertos relevantes do documento 2.

5. A afirmação “porque me destes honra e apoio e me prestastes bom e fiel serviço.” (Doc. 2, l. 2) presente na
confirmação do foral, em 1128, associa-se…
(A) à participação de D. Afonso Henriques na conferência de Zamora.
(B) ao conflito com D. Teresa devido à sua aproximação à Galiza.
(C) à guerra com os Mouros na batalha de Ourique.
(D) às negociações com o Papa para reconhecimento do reino de Portugal.

6. Ordene cronologicamente os acontecimentos relacionados com o processo de autonomização, independência e


definição do território de Portugal entre os séculos XI e XIII.
(A) Conquista por D. Afonso Henriques da linha do Tejo, com o domínio das cidades de Lisboa e de Santarém.
(B) Conquista definitiva do Algarve no reinado de D. Afonso III.
(C) Batalha de S. Mamede, que opôs D. Teresa a D. Afonso Henriques.
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(D) Conferência de Zamora, que reuniu Afonso VII e D. Afonso Henriques.


(E) Bula Manifestis Probatum, na qual o Papa Alexandre III reconheceu o título de rei a D. Afonso Henriques.

7. Associe cada uma das personalidades ligadas ao processo de autonomia do Condado Portucalense e ao processo de
independência de Portugal, presentes na coluna A, à respetiva ação ou característica correspondente, que consta na
coluna B. Todas as afirmações da coluna B devem ser utilizadas. Cada afirmação só pode ser associada a um elemento
da coluna A.

COLUNA A COLUNA B

1. Em recompensa dos serviços prestados concedeu o território e poderes sobre o Condado Portucalense.
(A) Conde D. Henrique e 2. Herdou o Condado Portucalense e desenvolveu uma política de autonomia face à Galiza e ao partido de D.
Conde D. Raimundo Teresa, que culmina em 1128, na Batalha de S. Mamede.
3. Era o suserano a quem os condes portucalenses deviam fidelidade, ajuda e conselho.
(B) D. Afonso VI, rei de 4. Desenvolveu uma ação, inclusive militar, para afirmar a autonomia face a Castela e que culminou na Conferência
Leão e Castela de Zamora com o reconhecimento do título de rei.
5. A vinda de cavaleiros francos para apoiar a Reconquista, face à ofensiva dos Almorávidas, era recompensada
(C) D. Afonso Henriques com extensas doações de terras, títulos e cargos.
6. O título de rei, reconhecido internacionalmente, só ocorreu em 1179 com a Bula Manifestis Probatum.
7. O contrato de casamento de D. Urraca e D. Teresa destinou-se a firmar a doação de uma parte do Reino, por
parte do seu pai, aos cavaleiros francos com quem casaram.

GRUPO IV – O PAÍS URBANO E CONCELHIO

DOC. 1 | CARTA DE FORAL DE GAIA


[…] Eu, Afonso, por graça de Deus, Rei de Portugal e Conde de Bolonha, filho daquele ilustre Rei D. Afonso e da
Rainha D. Urraca: querendo e intentando fazer utilidade ao meu Reino e ao povo da minha vila de Gaia, dou e concedo a
vós todos, habitantes […] o bom foro que abaixo se contém […]: em primeiro lugar dou-vos e concedo-vos por limites
todo o meu reguengo de Gaia para vossa herança para sempre, pela maneira como está limitado pelos termos de
Coimbrões e do Candal e de Almeara e depois, conforme entra no Douro pelo casal que foi Sé portucalense, que é sito em 5
Gaia e pelo de S. Martinho se o puder haver. […] Também vos concedo que possais, do reguengo e herdades supraditas,
vender, doar e dispor delas conforme a vossa vontade e dá-las a quem quer que queirais, exceto a militar, ou clérigo, ou
homem de ordem: […] Item dou e concedo a vós todos habitantes […] que me deis por foro anualmente de cada fogo seis
dinheiros […]. E se alguém der voz perante o juiz de alguma outra coisa e não puder provar-lha mando que aquele que
acusa pague ao mordomo sessenta soldos; e se lha puder provar mando que aquele de quem foi feita a acusação pague ao 10
mordomo sessenta soldos.
“Carta de foral de Gaia, concedida por Afonso III”, citada em José Mattoso; Luís Krus; Amélia Andrade Aguiar, A Terra de Santa Maria no Século XIII –
Problemas e Documentos, Lisboa, 1993 [consultado online: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/66257/2/28000.pdf, pp.124-125].

DOC. 2 | CONCESSÃO DE CARTAS DE FORAL (SÉCULOS DOC. 3 | PLANTA DA CIDADE MEDIEVAL DA GUARDA
XII A XIV)

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1. No quadro do Portugal medieval, os concelhos, como o de Gaia, eram…


(A) senhorios, onde o clero gozava de isenção judicial, fiscal e militar.
(B) senhorios régios, onde o rei exercia a justiça maior.
(C) comunidades populacionais detentoras de autonomia administrativa.
(D) domínios, onde os nobres tinham poder sobre a terra e sobre os homens.

2. Nos séculos XIII e XIV, a política régia de criação de concelhos tinha por objetivo…
(A) controlar e averiguar o estado dos bens do rei e da Coroa.
(B) aumentar os impostos senhoriais sobre as comunidades dependentes.
(C) fortalecer as relações de vassalidade entre o rei e a nobreza.
(D) povoar e desenvolver economicamente as regiões do interior e do sul.

3. Associe cada um dos elementos relacionados com os concelhos, presentes na coluna A, às características
correspondentes, que constam na coluna B. Todas as características da coluna B devem ser utilizadas. Cada
característica só pode ser associada a um elemento da coluna A.

COLUNA A COLUNA B

1. Composto pelo território e campos dos arredores abrangido por formas de administração e de jurisdição próprias.
(A) Concelho 2. Homem livre do povo que, por ter bens suficientes para manter um cavalo e prestar serviço militar, ocupava o topo da
hierarquia social na sua comunidade.
(B) Peão 3. Povoação ou comunidade de homens-livres que recebia uma carta de foral.
4. Correspondia à maior parte da população concelhia e pagava impostos.
(C) Cavaleiro-vilão 5. Os seus habitantes designavam-se vizinhos e dispunham de direitos e deveres próprios.
6. De entre os mais ricos, eram escolhidos os homens-bons.
7. A obrigação de prestar serviço militar era cumprida a pé.

4. Transcreva do documento 1 um excerto que revele a intenção do rei para limitar o poder dos grupos sociais
privilegiados.

5. Desenvolva o tema A sociedade portuguesa concelhia – formas de relacionamento com o poder régio e a
especificidade social, abordando os dois tópicos de orientação seguintes:
– a concessão de cartas de foral pelos reis: objetivos;
– a organização do concelho: o espaço e a sociedade concelhia.

Na sua resposta:
– analise os dois tópicos de orientação, apresentando três elementos para cada tópico;
– relacione os elementos apresentados com o tema;
– integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 1 a 3.

FIM

ÍTENS
GRUPO
COTAÇÃO (em pontos)
1 2 3
I
10 15 10 35
1 2
II
15 10 25
1 2 3 4 5 6 7
III
15 10 10 15 10 10 10 80
1 2 3 4 5
IV
10 10 10 10 20 60
TOTAL 200

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CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO – TESTE 3 – 10.º ANO


GRUPO I – UNIDADE E DIVERSIDADE DO OCIDENTE MEDIEVAL
1. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
Divisão da Europa Ocidental em reinos politicamente independentes ou fragmentação política em reinos independentes e permanência do Império Romano do Oriente.
2. .................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos
Tópicos de resposta:
– a crença em Deus e no poder da salvação eterna e na imortalidade da alma une a Cristandade Ocidental, pois “Os cristãos [da Idade Média] […] prostram-se perante o
poder divino […] esperando a recompensa […] no outro mundo […]” (Doc. 2A);
– a prática dos sacramentos e dos ritos comuns à cristandade fez das “igrejas” locais de união “onde se celebravam batismos, onde se absolviam os mortos” (Doc. 2A);
– as comunidades de crentes em torno da Igreja ou da paróquia criavam um sentimento de pertença à cristandade e, por isso, “As igrejas […] tornaram-se […] ponto de
cristalização de pequenas sociedades fechadas, compostas pelos habitantes da paróquia […]” (Doc. 2A) ou o Cristianismo estava presente na vida quotidiana das
comunidades, regulando a vida dos crentes desde o nascimento até à morte;
– os Cristãos partilhavam da crença na Virgem Maria e nos santos: “O cristão julga por bem prestar então o juramento de fidelidade aos santos […]” (Doc. 2A);
– a Igreja tinha influência no domínio político, porque o reconhecimento do rei dependia do reconhecimento do Papa, simbolizado pela “coroação dos reis” (Doc. 2B).

A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:
Compreensão histórica:
A – Conteúdos ............................................................................................................................................................................................................ 8 pontos
B – Documentos ......................................................................................................................................................................................................... 4 pontos
C – Comunicação ........................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Explicita, de forma completa, dois aspetos que evidenciam a presença do Cristianismo na vida das populações do Ocidente
4 8
medieval.

3 • Explicita, de forma completa, um dos aspetos solicitados e, de forma incompleta, um outro aspeto. 6
A – Conteúdos

• Explicita, de forma completa, um dos aspetos solicitados.


2 ou 4
• Explicita, de forma incompleta, dois aspetos solicitados.

• Explicita, de forma incompleta, apenas um dos aspetos solicitados.


1 ou 2
• Identifica apenas aspetos que evidenciam a presença do Cristianismo na vida das populações do Ocidente medieval.

• Integra informações dos documentos 2A e 2B para fundamentar os dois aspetos solicitados, podendo apresentar falhas
2 4
pontuais.
B – Documentos

• Integra informações de um dos documentos para fundamentar um dos aspetos solicitados, podendo apresentar falhas
pontuais.
1 2
ou
• Integra, com falhas, informações dos documentos 2A e 2B para fundamentar os dois aspetos solicitados.

• Utiliza, de forma globalmente adequada, a terminologia específica da disciplina.


2 3
Comunicação

• Apresenta um discurso globalmente articulado, podendo apresentar falhas que não comprometem a sua clareza.
C–

• Utiliza a terminologia específica da disciplina com imprecisões.


1 1
• Apresenta um discurso com eventuais falhas que comprometem parcialmente a sua clareza.

3. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(A) – (2), (5), (7); (B) – (1), (3); (C) – (4), (6)

Níveis Descritores de desempenho Pontuação


3 Associa corretamente 7 ou 6 elementos. 10
2 Associa corretamente 5 ou 4 elementos. 6
1 Associa corretamente 3 ou 2 elementos 2

GRUPO II – A AUTONOMIZAÇÃO E INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL NO CONTEXTO EUROPEU


1. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
Reconquista Cristã.

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2. .................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos
Tópicos de resposta:
– período de expansão e desenvolvimento que se refletiu no aumento populacional: “viveu-se um período de crescimento demográfico generalizado” e na maior
disponibilidade de mão de obra: “Cresciam os braços para trabalhar a terra”;
– período marcado pelo alargamento das áreas cultivadas que favoreceu o aumento da produção agrícola: “a produção aumentava com novos arroteamentos”;
– o aumento demográfico e a melhoria das condições de vida promoveu a ocupação de novas áreas: “disponibilizavam-se mais homens a povoar novos espaços”;
– assistiu-se ao crescimento da produção agrícola proporcionada pela melhoria das “técnicas agrícolas e artesanais”;
– o crescimento económico possibilitou o desenvolvimento das cidades e da atividade comercial que consolidou novas rotas de comércio ou artesanato: “[…] reanimava-se a
vida urbana, ativava-se o comércio”;
– a necessidade de combater os Muçulmanos possibilitou a vinda de cavaleiros à Península Ibérica: “[…] os cavaleiros franceses acorrem à Península para combater os
muçulmanos”;
– os filhos-segundos não tinham direito a herança, procurando adquirir fama e fortuna fora da família, como D. Raimundo e D. Henrique: “Ambos filhos-segundos, que, fora da
sua terra natal, buscavam a honra e o proveito”;
– período marcado pelo espírito de cruzada que procurou libertar os “Lugares Santos, dominados pelos Turcos”.

A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:
Compreensão histórica:
A – Conteúdos ............................................................................................................................................................................................................ 8 pontos
B – Documentos ......................................................................................................................................................................................................... 4 pontos
C – Comunicação ........................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Explicita, de forma completa, duas características da conjuntura europeia e peninsular em que se enquadrou a
4 8
autonomização e independência de Portugal.

3 • Explicita, de forma completa, uma característica solicitada e, de forma incompleta, uma outra característica. 6
A – Conteúdos

• Explicita, de forma completa, uma característica solicitada.


2 ou 4
• Explicita, de forma incompleta, duas características solicitadas.

• Explicita, de forma incompleta, apenas uma característica solicitada.


ou
1 2
• Identifica apenas características da conjuntura europeia e peninsular em que se enquadrou a autonomização e
independência de Portugal.

• Integra excertos relevantes do documento 2 para fundamentar as duas características solicitadas, podendo apresentar
2 4
falhas pontuais.
B – Documentos

• Integra excertos relevantes do documento 2 para fundamentar uma característica solicitada, podendo apresentar falhas
pontuais.
1 2
ou
• Integra, com falhas, excertos relevantes do documento 2 para fundamentar as duas características solicitadas.

• Utiliza, de forma globalmente adequada, a terminologia específica da disciplina.


2 3
Comunicação

• Apresenta um discurso globalmente articulado, podendo apresentar falhas que não comprometem a sua clareza.
C–

• Utiliza a terminologia específica da disciplina com imprecisões.


1 1
• Apresenta um discurso com eventuais falhas que comprometem parcialmente a sua clareza.

GRUPO III – DO CONDADO PORTUCALENSE AO REINO DE PORTUGAL


1. .................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos
Tópicos de resposta:
– alcançar fortuna e obter terras por parte dos filhos-segundos da nobreza que não tinham prioridade nas heranças: “D. Henrique, vindo da Borgonha para a Península
Ibérica, na busca de fama e proveito”;
– assegurar a defesa, ocupação e o povoamento dos territórios que iam sendo conquistados: “E com a presença desses guerreiros nas localidades ganhava-se a estabilidade
necessária para atrair gente”;
– apoiar a luta contra os Muçulmanos para reaver as terras que antes tinham sido perdidas pelos Cristãos ou participar na luta contra os infiéis e alcançar recompensas
espirituais que eram atribuídas pela sua participação: “[…] a luta contra os muçulmanos redimensionava-se […] era uma luta para reaver terra perdida”;
– auxiliar na defesa e criação de condições para a permanência dos Cristãos ou para o povoamento ou para atrair povoadores para as terras reconquistadas: “para fazer
crescer um território, para aumentar a segurança e a estabilidade dos cristãos […]”.

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:
Compreensão histórica:
A – Conteúdos ............................................................................................................................................................................................................ 8 pontos
B – Documentos ......................................................................................................................................................................................................... 4 pontos
C – Comunicação ........................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Refere, de forma completa, dois objetivos de natureza sócio-religiosa que levaram cavaleiros de diferentes regiões da
4 8
Cristandade a participarem no processo de Reconquista Cristã.

3 • Refere, de forma completa, um objetivo solicitado e, de forma incompleta, um outro objetivo. 6


A – Conteúdos

• Refere, de forma completa, um objetivo solicitado.


2 ou 4
• Refere, de forma incompleta, dois objetivos solicitados.

• Refere, de forma incompleta, um objetivo solicitado.


ou
1 2
• Identifica apenas objetivos de natureza sócio-religiosa que levaram cavaleiros de diferentes regiões da Cristandade a
participarem no processo de Reconquista Cristã.

• Integra informações relevantes do documento 1 para fundamentar os dois objetivos solicitados, podendo apresentar
2 4
falhas pontuais.
B – Documentos

• Integra informações relevantes do documento 1 para fundamentar um objetivo solicitado, podendo apresentar falhas
pontuais.
1 2
ou
• Integra, com falhas, informações relevantes do documento 1 para fundamentar os dois objetivos solicitados.

• Utiliza, de forma globalmente adequada, a terminologia específica da disciplina.


2 3
Comunicação

• Apresenta um discurso globalmente articulado, podendo apresentar falhas que não comprometem a sua clareza.
C–

• Utiliza a terminologia específica da disciplina com imprecisões.


1 1
• Apresenta um discurso com eventuais falhas que comprometem parcialmente a sua clareza.

2. …………………………………………………………………………………………………………………………. 10 pontos
Afirmação:
– “D. Henrique, vindo da Borgonha para a Península Ibérica, na busca de fama e proveito, encontrou em Afonso VI um suserano pródigo.”
– “[…] Entregou-lhe este [Afonso VI] o governo de uma parte do seu reino e casou-o com uma sua filha.”

Níveis Descritores de desempenho Pontuação


2 Transcreve integralmente o excerto solicitado, respeitando as regras de transcrição. 10
1 Transcreve do excerto correto com erros de transcrição. 7

Nota – As respostas que apresentem, além da afirmação correta, a transcrição de outros excertos sem correspondência com o solicitado são classificadas com zero pontos.
3. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
Condado Portucalense.
4. .................................................................................................................................................................................................................................. 15 pontos
Tópicos de resposta:
– confirmar a posse de direitos anteriormente concedidos: “Autorizo o foro que vos deu meu pai e minha mãe”;
– doar terras ou recompensar cavaleiros pelos serviços prestados ou recompensar comunidades vilãs: “Aprouve-me, por boa paz e boa vontade, fazer [bons foros] a vós,
homens de Guimarães”;
– praticar atos administrativos e firmar documentos: “Eu Afonso Henriques firmei esta carta com a minha mão.”;
– conceder benefícios, terras ou recompensas aos habitantes de qualquer condição social “porque me destes honra e apoio e me prestastes bom e fiel serviço […]”;
– aplicar ou isentar o pagamento de impostos no território de que era senhor “e, além disso, dou-vos por foros que: em toda a minha terra não pagueis portagem”;
– garantir a posse livre das propriedades de “cavaleiro ou o vassalo de infanção ou qualquer homem que for ingénuo [i.e., livre] e vier morar em Guimarães, e aí fizer a sua
casa, não dê fossadeira e a sua herdade e o seu haver seja livre e salvo […].”;
– exercer a justiça nos territórios abrangidos pelo seu poder senhorial: “em toda a minha terra” ou recrutar tropas junto dos senhores e dos concelhos ou cunhar moeda.

A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:

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Compreensão histórica:
A – Conteúdos ............................................................................................................................................................................................................ 8 pontos
B – Documentos ......................................................................................................................................................................................................... 4 pontos
C – Comunicação ........................................................................................................................................................................................................ 3 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Explicita, de forma completa, dois poderes de D. Afonso Henriques no quadro da autoridade que passou a exercer no
4 8
Condado Portucalense.

3 • Explicita, de forma completa, um dos poderes solicitados e, de forma incompleta, um outro poder. 6
A – Conteúdos

• Explicita, de forma completa, um dos poderes solicitados.


2 ou 4
• Explicita, de forma incompleta, dois objetivos solicitados.

• Explicita, de forma incompleta, um dos poderes solicitados.


ou
1 2
• Identifica apenas poderes de D. Afonso Henriques no quadro da autoridade que passou a exercer no Condado
Portucalense.

• Integra excertos relevantes do documento 2 para fundamentar um dos poderes solicitados, podendo apresentar falhas
Documento

2 4
pontuais.
B–

1 • Integra, com falhas, excertos relevantes do documento 2 para fundamentar um dos poderes solicitados. 2

• Utiliza, de forma globalmente adequada, a terminologia específica da disciplina.


2 3
Comunicação

• Apresenta um discurso globalmente articulado, podendo apresentar falhas que não comprometem a sua clareza.
C–

• Utiliza a terminologia específica da disciplina com imprecisões.


1 1
• Apresenta um discurso com eventuais falhas que comprometem parcialmente a sua clareza.

5. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(B)
6. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(C) – (D) – (A) – (E) – (B)
7. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(A) – (5), (7); (B) – (1), (3); (C) – (2), (4), (6)

Níveis Descritores de desempenho Pontuação


3 Associa corretamente 7 ou 6 elementos. 10
2 Associa corretamente 5 ou 4 elementos. 6
1 Associa corretamente 3 ou 2 elementos 2

GRUPO IV – O PAÍS URBANO E CONCELHIO


1. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(C)
2. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(D)
3. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
(A) – (1), (3), (5); (B) – (4), (7); (C) – (2); (6)

Níveis Descritores de desempenho Pontuação


3 Associa corretamente 7 ou 6 elementos. 10
2 Associa corretamente 5 ou 4 elementos. 6
1 Associa corretamente 3 ou 2 elementos 2

4. .................................................................................................................................................................................................................................. 10 pontos
Afirmação:
– “[…] vos concedo que possais, do reguengo e herdades supraditas, vender, doar e dispor delas conforme a vossa vontade e dá-las a quem quer que queirais, exceto a
militar, ou clérigo, ou homem de ordem […]”.
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Níveis Descritores de desempenho Pontuação


2 Transcreve integralmente o excerto solicitado, respeitando as regras de transcrição. 10
1 Transcreve do excerto correto com erros de transcrição. 7

Nota – As respostas que apresentem, além da afirmação correta, a transcrição de outros excertos sem correspondência com o solicitado são classificadas com zero pontos.
5. ................................................................................................................................................................................................................................. 20 pontos
Tópicos de resposta:
Parâmetro A – Identificação e Explicação
1.º tópico de orientação
A concessão de cartas de foral pelos reis: objetivos
Na sua resposta, podem ser explorados os seguintes aspetos:
– à medida que a Reconquista foi avançando, o rei afirmou o seu poder e assumiu-se como chefe máximo da Reconquista e do Reino: “Eu, Afonso, por graça de Deus, Rei de
Portugal e Conde de Bolonha, filho daquele ilustre Rei D. Afonso e da Rainha D. Urraca: querendo e intentando fazer utilidade ao meu Reino e ao povo da minha vila de Gaia”
(Doc. 1);
– o rei reservava para a Coroa propriedades ou reguengos: “o meu reguengo de Gaia” (Doc. 1) de que depois podia dispor doando a um particular individual ou coletivo ou
concelho;
– a organização do reino era tarefa prioritária e a afirmação do poder régio passava por confirmar a organização das comunidades, exercendo sobre elas o poder e regulando
sua a vida: “dou e concedo a vós todos, habitantes […] o bom foro que abaixo se contém […]” (Doc. 1);
– a concessão de terras reguengas às comunidades populares foi um meio para ganhar a aliança dos concelhos: “em primeiro lugar dou-vos e concedo-vos por limites todo o
meu reguengo de Gaia para vossa herança para sempre” (Doc. 1);
– a carta de foral consagrava os direitos e obrigações dos habitantes, incluindo a posse livre das propriedades doadas: “Também vos concedo que possais, do reguengo e
herdades supraditas, vender, doar e dispor delas conforme a vossa vontade e dá-las a quem quer que queirais” (Doc. 1);
– as normas consagradas na carta de foral estabeleciam neste caso, de forma clara, a intenção de ter na comunidade concelhia uma aliada contra o avanço do poder
senhorial ao determinar que o direito de vender a propriedade era interdito aos privilegiados: “exceto a militar, ou clérigo, ou homem de ordem: […]” (Doc. 1);
– a concessão de cartas de foral foi um meio de o rei aumentar os seus rendimentos através do imposto pago pelo concelho: “Item dou e concedo a vós todos habitantes […]
que me deis por foro anualmente de cada fogo seis dinheiros […].” (Doc. 1);
– os reis assumiram um papel interventivo, sobretudo a partir do século XIII, quando a Reconquista avançava mais decisivamente ou o número de forais, no reinado de D.
Afonso III, e seguintes, ultrapassou largamente o numero de forais atribuídos por particulares (Doc. 2) ou os nobres ou mestres de ordens religioso-militares faziam doações
de terras, de modo a povoarem e atraírem povoadores;
– os primeiros reis concederam forais sempre em maior número (Doc. 2) do que os particulares no período considerado ou no período entre 1225 e 1249 (Doc. 2) os
particulares concederam maior número de forais devido à crise que se fez sentir no reinado de D. Sancho II associada à sua deposição ou à ascensão ao trono do irmão
D. Afonso III;
– entre 1275 e 1324 (Doc. 2), não estão registadas doações por particulares, o que evidencia o controlo régio nas doações ou na formação ou reorganização de concelhos
através da doação de cartas de foral.
2.º tópico de orientação:
A organização do concelho: o espaço e a sociedade concelhia
Na sua resposta, podem ser explorados os seguintes aspetos:
– o concelho era constituído pela comunidade de homens livres: “povo da minha vila de Gaia”, cuja vivência era regulada através da carta de foral: “o bom foro que abaixo se
contém” (Doc. 1);
– o concelho abrangia um território demarcado, cujos limites podiam surgir definidos no foral ou estavam já demarcados com base no uso e costume, procurando o rei defini-
los: “em primeiro lugar dou-vos e concedo-vos por limites todo o meu reguengo de Gaia para vossa herança para sempre” (Doc. 1);
– o espaço do concelho era constituído pela vila propriamente dita ou o centro onde estavam situados os principais símbolos do concelho e pelos campos e povoados ou o
termo que podiam fazer fronteira com outros termos: “pela maneira como está limitado pelos termos de Coimbrões e do Candal e de Almeara e depois, conforme entra no
Douro pelo casal que foi Sé portucalense, que é sito em Gaia e pelo de S. Martinho se o puder haver. […]“ (Doc. 1);
– o concelho englobava terras agrícolas e outros bens de que os habitantes do povo podiam dispor livremente: “vos concedo que possais, do reguengo e herdades
supraditas” (Doc. 1);
– os cavaleiros-vilãos tinham mais bens ou podiam manter cavalo e os peões tinham menos rendimentos e combatiam a pé ou a malha social concelhia abrangia gente de
várias condições como os que não tinham bens ou viviam do trabalho à jorna nas atividades agrícolas ou artesanais ou mais ou menos ocasionais e variáveis;
– a comunidade concelhia excluía da participação os privilegiados, a quem não podiam ser vendidos bens, nem “a militar, ou clérigo, ou homem de ordem” (Doc. 1);
– o rei podia nomear funcionários ou juiz ou mordomo ou alcaide para exercer diversas competências fiscais ou de justiça que não estavam abrangidas pela autonomia
concedida ao concelho: “mando que aquele que acusa pague ao mordomo sessenta soldos” (Doc. 1);
– o espaço concelhio ou os concelhos mais urbanizados tinham no centro ou vila ou cidade equipamentos diversos ou religiosos ou civis ou comerciais ou casa da câmara
ou pelourinho ou muralhas, nas quais se abriam portas consoante a hora e a circunstância a que se destinavam como a “Porta de El-Rei” ou “Porta dos Ferreiros” ou outro
exemplo (Doc. 3);
– as ruas eram tortuosas ou toponímia relacionada com a atividade ou função que nela era exercida como “Porta dos Ferreiros” ou “mercado”;
– existiam bairros étnico-religiosos, como indicia a presença da “sinagoga” (Doc. 3) na planta da Guarda, cidade ligada a uma comunidade judaica.

Parâmetro B – Articulação temática e organização

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A resposta evidencia a relação dos elementos apresentados com o tema A sociedade portuguesa concelhia – formas de relacionamento com o
poder régio e a especificidade social, analisando o modo como a carta de foral foi importante para a organização e o povoamento e para o reforço do poder régio através
da regulamentação de comunidades concelhias, detentoras de características específicas de organização social e do espaço.
A concessão de cartas de foral pelos reis: objetivos
– relação entre concessão de cartas de foral e a organização de comunidades através do povoamento e do exercício do poder local;
– relação entre a concessão de cartas de foral enquanto estratégia de afirmação de poder e meio de obtenção de rendimentos pagos diretamente à Coroa.
A organização do concelho: o espaço e a sociedade concelhia
– relação entre o concelho enquanto forma de organização social diversificada ligada a um espaço com características e recursos determinados em função do definido na
carta de foral;
– relação entre o concelho e a existência de uma composição social diversificada.
Parâmetro C – Integração dos documentos
A resposta evidencia a mobilização da informação dos documentos 1 a 3 para sustentar as linhas orientadoras do tema, que constam nos parâmetros A e B. Podem ser
exploradas as linhas de leitura apresentadas abaixo (ou outras possíveis).

– o rei afirmou o seu poder e assumiu-se como chefe máximo do Reino: “Eu, Afonso, por graça de Deus, Rei de Portugal e Conde de Bolonha, filho
daquele ilustre Rei D. Afonso e da Rainha D. Urraca: querendo e intentando fazer utilidade ao meu Reino e ao povo da minha vila de Gaia”;
– o rei reservava para a Coroa propriedades exclusivas, designadas reguengos, como era o caso referido: “o meu reguengo de Gaia”, que depois podia
dispor doando a um particular individual ou coletivo, como era o caso do concelho;
– a afirmação do poder régio passava por confirmar a organização das comunidades, regulando a vida das mesmas: “dou e concedo a vós todos,
habitantes […] o bom foro que abaixo se contém […];
– a concessão de terras reguengas a comunidades populares foi um meio de ganhar a aliança dos concelhos assim formados: “em primeiro lugar dou- 1.º Tópico
vos e concedo-vos por limites todo o meu reguengo de Gaia para vossa herança para sempre”; de
orientação
– a carta de foral consagrava os direitos e obrigação dos habitantes, incluindo a posse livre das propriedades doadas: “Também vos concedo que
possais, do reguengo e herdades supraditas, vender, doar e dispor delas conforme a vossa vontade e dá-las a quem quer que queirais”;
– a carta de foral consagrava a intenção de ter na comunidade concelhia uma aliada contra o avanço do poder senhorial ao determinar que o direito de
vender a propriedade era interdito aos privilegiados: “exceto a militar, ou clérigo, ou homem de ordem: […]”;
DOCUMENTO 1

– foi um meio de o rei aumentar os rendimentos régios, através do imposto pago pelo concelho: “Item dou e concedo a vós todos habitantes […] que
me deis por foro anualmente de cada fogo seis dinheiros […].”

– o concelho era constituído pela comunidade de homens-livre: “povo da minha vila de Gaia”, cuja vivência era regulada “o bom foro que abaixo se
contém”;
– o concelho abrangia um território, cujos limites podiam surgir definidos no foral ou estavam já demarcados com base no uso e costume: “em primeiro
lugar dou-vos e concedo-vos por limites todo o meu reguengo de Gaia para vossa herança para sempre”;
– o espaço do concelho era constituído pela vila propriamente dita, o centro e pelos campos e povoados que constituíam o termo: “pela maneira como
está limitado pelos termos de Coimbrões e do Candal e de Almeara e depois, conforme entra no Douro pelo casal que foi Sé portucalense, que é sito
em Gaia e pelo de S. Martinho se o puder haver. […]”;
– o concelho englobava terras agrícolas e outros bens: “vos concedo que possais, do reguengo e herdades supraditas” (Doc. 1), cuja posse
diferenciava e hierarquizava os habitantes;
– a comunidade concelhia excluía a participação dos privilegiados, a quem não podiam ser vendidos bens, nem “a militar, ou clérigo, ou homem de
ordem”;
– o rei podia nomear funcionários (juiz, mordomo ou alcaide, por exemplo) para exercer diversas competências fiscais ou de justiça: “mando que aquele
que acusa pague ao mordomo sessenta soldos”.

– os dados do gráfico evidenciam que os reis assumiram um papel interventivo, sobretudo a partir do século XIII, sendo que o número de forais, no
DOCUMENTO 2

reinado de Afonso III, e seguintes, no período considerado, ultrapassou largamente o numero de forais atribuídos por particulares; 1.º Tópico
– nos primeiros reinados, os reis concederam forais sempre em maior número que os particulares no período considerado, com exceção do período de
entre 1225 e 1249; orientação
– no período entre 1275 e 1324, não estão registadas doações por particulares, o que evidencia o controlo régio.

– o espaço concelhio, nomeadamente no centro ou vila, era rodeado de muralhas, nas quais se abriam portas, por exemplo, a “Porta de El-Rei”, a
DOCUMENTO 3

“Porta dos Ferreiros” ou outro exemplo;


2.º Tópico
– as ruas eram tortuosas e os espaços apresentavam uma toponímia relacionada com a atividade ou função que nela era exercida, caso da “Porta dos
de
Ferreiros”, do “mercado”;
orientação
– era possível identificar a existência de bairros étnico-religiosos, como indicia a presença da sinagoga e, logo, de uma comunidade judaica, no caso da
Guarda.

A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas em cada um dos parâmetros seguintes:

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Compreensão histórica:
A – Identificação e explicação ..................................................................................................................................................................................... 8 pontos
B – Articulação temática e organização ....................................................................................................................................................................... 6 pontos
C – Integração de documentos .................................................................................................................................................................................... 6 pontos

PARÂMETROS NÍVEIS DESCRITORES DE DESEMPENHO PONTUAÇÃO

• Apresenta e explica, de forma completa, 6 ou 5 elementos, distribuídos equilibradamente pelos dois tópicos de
orientação.
4 8
• Utiliza, de modo adequado, a terminologia específica da disciplina, podendo, no entanto, apresentar algumas
imprecisões.
A – Identificação e Explicação

• Apresenta e explica, de forma completa, 4 ou 3 elementos, distribuídos pelos dois tópicos de orientação, podendo
apresentar outros de forma incompleta e/ou com imprecisões ou apresenta e explica, de forma completa, 2 elementos,
distribuídos pelos dois tópicos de orientação e, de forma incompleta e/ou com imprecisões, pelo menos outros 2
3 6
elementos, distribuídos pelos dois tópicos de orientação.
• Utiliza, de modo adequado, a terminologia específica da disciplina, podendo, no entanto, apresentar algumas
imprecisões.

• Apresenta e explica, de forma completa, 3 elementos de um dos tópicos de orientação ou apresenta e explica, de
2 forma completa, apenas 2 elementos distribuídos pelos dois tópicos de orientação. 4
Compreensão histórica

• Utiliza a terminologia específica da disciplina, podendo, no entanto, apresentar algumas imprecisões e omissões.

• Identifica apenas elementos dos dois tópicos de orientação, utilizando a terminologia específica da disciplina com
1 2
imprecisões e omissões.

• Desenvolve o tema proposto, mostrando, de forma pertinente e clara, o modo como a carta de foral foi importante para
a organização e o povoamento e para o reforço do poder régio através da regulamentação de comunidades concelhias,
3 6
B – Articulação temática e Organização

detentoras de características específicas de organização social e do espaço.


• Organiza os conteúdos de forma coerente.

• Desenvolve o tema proposto, mostrando, de forma pertinente, embora nem sempre clara, o modo como a carta de foral
foi importante para a organização e o povoamento e para o reforço do poder régio através da regulamentação de
2 4
comunidades concelhias, detentoras de características específicas de organização social e do espaço.
• Organiza os conteúdos de forma coerente.

• Refere-se ao tema proposto de forma superficial, aludindo de forma vaga e superficial ao modo como a carta de foral
foi importante para a organização e o povoamento e para o reforço do poder régio através da regulamentação de
1 2
comunidades concelhias, detentoras de características específicas de organização social e do espaço.
• Organiza os conteúdos com algumas falhas de coerência.

• Integra, de forma pertinente, informação relevante contida nos três documentos para fundamentar a análise
3 6
apresentada.
C – Integração dos documentos

• Integra, de forma pertinente, informação relevante contida em dois documentos para fundamentar a análise
apresentada.
2 ou 4
• Integra, de forma pertinente, embora com algumas falhas, informação relevante contida nos três documentos para
fundamentar a análise apresentada.

• Integra, de forma pertinente, informação relevante contida em apenas um documento para fundamentar a análise
apresentada.
1 ou 2
• Integra, com falhas e de forma pouco pertinente, informação contida em, pelo menos, dois documentos para
fundamentar a análise apresentada.

NOTA: Qualquer resposta que não atinja o nível de desempenho no parâmetro (A) Identificação e Explicação é classificada com zero pontos nos restantes parâmetros.

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