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APOSTILA DE FÍSICA

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Sumário

I Introdução 4
1 Medidas e Grandezas Físi as 6
1.1 Medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

1.2 Grandezas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2 Notação Cientí a 7

3 Grandezas Vetoriais 8
3.1 Denição de Vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3.2 De omposição de Vetores no Sistema Cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . 10

4 Cinemáti a 11
4.1 Sistemas de Referên ias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

4.2 Ponto Material e Corpo Extenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4.3 Trajetória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

4.3.1 Exer í ios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

4.4 Posição de um ponto material durante o movimento . . . . . . . . . . . . 17

4.5 Deslo amento e Distân ia per orrida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

4.6 Velo idade Média e Velo idade Instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4.7 A eleração Média e A eleração Instantânea . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.8 Movimento Retilíneo Uniforme (MRU ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.8.1 EXERCÍCIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

4.9 Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) . . . . . . . . . . . 23

4.10 Movimento Retilíneo Uniformemente A elerado e Movimento Retilíneo Uni-

formemente Retardado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.11 Função horária da Posição do MRUV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.12 Equação do Torri elli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

5 Queda livre 27
5.1 Ponto material abandonado de uma altura h sobre a superfí ie da Terra . . 28

5.2 Lançamento verti al para baixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

2
5.3 Lançamento verti al para ima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

5.4 Lançamentos horizontais e oblíquos sem resistên ia do ar . . . . . . . . . . 31

5.5 Lançamentos horizontais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

5.6 Lançamentos oblíquos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

6 Movimentos ir ulares 34
6.1 Movimento Cir ular Uniforme (MCU) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

6.2 A a eleração no MCU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

6.3 Frequên ia e Período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

6.4 Velo idade linear e Velo idade angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

6.5 Função horária do Movimento Cir ular Uniforme (MCU) . . . . . . . . . . 40

6.6 Movimento Cir ular Uniformemente Variado (MCUV) . . . . . . . . . . . . 40

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Parte I

Introdução
Aqui ini iamos o nosso estudo sobre a Físi a. Mas o que é a Físi a? Bem, para denirmos

a Físi a de maneira bem simples, podemos dizer que ela é a Ciên ia que estuda os fen-

menos naturais mais gerais, bus ando des revê-los, expli á- los e prevê-los. Para tanto,

utiliza-se da matemáti a omo linguagem bási a. Uma imagem que normalmente se faz

da Físi a é que quando uma determinada teoria é omprovada ienti amente temos o es-

tabele imento de uma verdade absoluta. Isso não é verdade. A Ciên ia é uma onstrução

humana e, por isso, sujeita a erros. É laro que existem ritérios rígidos para que uma

teoria possa ser onsiderada ientí a e, por isso, as teorias ganham status de verdade.

Porém, ao olharmos fatos da história da Ciên ia observamos as orreções e alterações

que muitas teorias, um dia onsideradas verdadeiras, tiveram de passar om o surgimento

de resultados de pesquisas realizadas posteriormente. Algumas delas foram até mesmo

abandonadas e substituídas por outras novas teorias. A ideia que normalmente se faz dos

físi os omo gênios, malu os, ompletamente isolados da realidade e mergulhados somente

no mundo da Ciên ia, também é um mito. Nenhum onhe imento ientí o é obra de um

úni o ientista. Sua atividade de pesquisa se baseia no trabalho de outros que o ante edeu

e de seus pares atuais que riti am, dis utem e propõem aperfeiçoamentos nos trabalhos

de pesquisa realizados.

Em função de demandas so iais os físi os bus am respostas para problemas que afetam

a so iedade. Nesse aso, estudos bibliográ os e hipóteses são levantados e testados;

grandezas são identi adas e medidas em experimentos e levantamentos de dados são

realizados. Porém, o mais importante é a elaboração dos modelos ientí os, ou seja,

representações mentais que derivam em leis, prin ípios, regras, teorias na tentativa de

justi ar os dados obtidos. Os ientistas, nesta fase da sua atividade, bus am onstruir

argumentos om base em referen iais teóri os já re onhe idos pela omunidade ientí a.

Dessa forma, tentam onven er outros membros da omunidade que suas idealizações

sobre o fenmeno estudado se justi am. Quanto mais renado, detalhado e justi ado

forem seus argumentos maior possibilidade o ientista terá de onven er seus pares de que

suas ideias a er a do fenmeno estudado mere em ser onsideradas em outros estudos.

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É interessante notar que para ada problema gerador de pesquisas e estudos, novos

problemas e questões são gerados. Aliás, para os ientistas, uma teoria ientí a é on-

siderada boa se, além de respostas, apresenta questões que sus item novas pesquisas e

estudos. Por isso, há muitas e diferentes áreas de pesquisa em Físi a. De forma geral e,

para efeito dos onteúdos que vamos estudar em nossas aulas de Físi a, podemos dividir

os estudos da Físi a nas seguintes áreas:

ˆ Me âni a: área da Físi a que estuda os movimentos e o equilíbrio de orpos rígidos

e de uidos, preo upando-se em des revê-los, expli ar suas ausas e ondições de

o orrên ia na natureza.

ˆ Ondulatória: área da Físi a que estuda pro essos de propagação de toda ou qual-

quer perturbação de um meio e de fenmenos periódi os

ˆ Termodinâmi a: área da Físi a que estuda as tro as de alor e a apa idade delas

em realizar trabalho.

ˆ Eletromagnetismo: área da Físi a que estuda os fenmenos elétri os e magnéti os


e a interação entre eles.

ˆ Ópti a: é a parte da Físi a que estuda os fenmenos luminosos, efeitos e a natureza

da luz.

Contudo, atualmente, muito mais áreas da Físi a existem, dentre elas podemos itar:

Físi a de Partí ulas, Astrofísi a, Físi a da Atmosfera, et . Cabe desta ar que o onhe-

imento ientí o promoveu o avanço te nológi o, ou seja, uma série de equipamentos,

aparelhos, máquinas, pro essos foram implementados na so iedade. Normalmente es-

ses produtos do desenvolvimento ientí o são vistos omo onquistas positivas e om

onsequên ias boas para toda a so iedade. Contudo, nem sempre isso é verdade. Se os

onhe imentos onstruídos pela Me âni a e pela Termodinâmi a possibilitaram a onstru-

ção de máquinas que fa ilitaram nossas vidas, também é pre iso desta ar que trouxeram

problemas omo a questão do desemprego e da poluição.

Assim as ontribuições do desenvolvimento ientí o e te nológi o para a so iedade

pre isam ser avaliadas e analisadas riteriosamente e de forma ríti a. Por isso, ao apren-

der os onhe imentos ientí os não per a a oportunidade de fazer uma análise da relação

que estes têm om a te nologia e o respe tivo impa to que tiveram na so iedade.

5
1 Medidas e Grandezas Físi as
1.1 Medidas
Como vimos, os estudos da Físi a onsistem em pesquisas realizadas e validadas pela

omunidade ientí a. Nesses trabalhos de investigação, análises qualitativas e quanti-

tativas de fenmenos naturais são realizadas. As análises qualitativas servem para que

os físi os observem os fenmenos e identiquem neles as grandezas variáveis e onstantes

durante a o orrên ia do fenmeno. Enquanto que as análises quantitativas referem-se à

realização de medidas.

1.2 Grandezas
Podemos denir grandezas omo sendo ara terísti as ou aspe tos próprios de um fen-

meno que são fundamentais para sua o orrên ia e despertam a atenção do ientista. Assim,

quando um ientista observa um fenmeno seu ponto de vista não é geral, ou seja, ele não

olha um fenmeno om um todo, ele se on entra em alguns aspe tos em parti ular que

lhe desperta mais atenção. Por exemplo, quando se observa algo em movimento, o físi o

se preo upa om a distân ia per orrida, o tempo gasto para per orrê-la, a velo idade om

que se move, se a velo idade é sempre a mesma, ou se muda ao longo do movimento, et .

Todas essas ara terísti as são grandezas. As grandezas, para serem onsideradas omo

físi as pela omunidade ientí a, devem poder ser medidas de forma on reta, ou seja,

devem propi iar a o orrên ia de pesquisas de aráter quantitativo.

Na antiguidade existia um problema muito grande para o omér io que era a inexis-

tên ia de padrões úni os para fazer medidas. Cada um usava um padrão diferente. Em

1960 foi riado o Sistema interna ional de Unidades (SI). Nesse sistema as grandezas fun-

damentais são: o omprimento, a massa, o tempo, a intensidade de orrente elétri a, a

temperatura, a quantidade de matéria e a intensidade luminosa. Nesse aso, os físi os

deniram unidades para essas grandezas. As demais grandezas têm unidades derivadas

dessas grandezas fundamentais.

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Pesquise algumas grandezas e unidades de medidas para preen her a tabela.

Grandeza de Base Símbolo Unidade de Base Símbolo

Agora pesquise algumas grandezas derivadas.

Grandezas Derivadas Símbolo Unidade Derivada Símbolo

2 Notação Cientí a
Na Físi a, ou mesmo em outras iên ias, é natural obtermos medidas de números muito

pequenos ou números muito grandes. Por isso, é natural eles serem indi ados de uma

forma mais ompa ta, denominada notação ientí a que utiliza a potên ia de dez para

representar os números. Portanto, um número expresso em notação ientí a deve ser

expresso da seguinte forma:

n.10y

Onde n é um número ompreendido no intervalo igual a:

1 ≤ n < 10

Para obtermos o número y, temos a seguinte regra:

1. Conta-se o número de asas que a vírgula deve ser deslo ada para a esquerda; este

número nos forne e um expoente positivo de 10;

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2. Conta-se o número de asas que a vírgula deve ser deslo ada para a direita; este

número forne e um expoente negativo de 10.

Es reva os números em notação ientí a:

ˆ 15000 :_____________________.

ˆ 0, 000015 :___________________.

O uso de a notação ientí a fa ilita também, o uso de prexos de múltiplos e submúlti-

plos muito utilizados em nosso dia-a-dia. Na épo a de nossos avós, já era muito natural a

utilização desses prexos, tais omo: de a, he to, quilo, mega, mili, ent, de i, et . Hoje,

om o desenvolvimento da informáti a e da mi roeletrni a, onvivemos diariamente om

outros prexos omo: tera, giga, pi o, nano, et . Em 1991, por re omendação da 19ª

Conferên ia Geral de Pesos e Medidas, os seguintes prexos foram adotados omo norma:

3 Grandezas Vetoriais
Como vimos, as grandezas físi as onstituem-se no alvo da observação dos ientistas para

a realização de seus estudos e investigações dos fenmenos. Até agora, vimos omo a-

ra terizar grandezas a partir de um número e sua unidade, ou seja, denindo seu módulo

ou intensidade através de medidas. Grandezas que só ne essitam do módulo para serem

plenamente denidas são denominadas de es alares. Exemplo: temperatura, tempo, área,

volume, et . Porém, há grandezas que pre isam de mais informações, além de seu mó-

dulo, para  arem bem ara terizadas. Elas ne essitam de denições geométri as que

indiquem sua direção e sentido. Essas grandezas são hamadas de grandezas vetoriais.

Exemplo: velo idade, força, a eleração, deslo amento, et . As grandezas vetoriais, além

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do módulo ne essitam de uma representação geométri a que denominamos vetor. Para

entendermos melhor essa denição, imagine 4 arros; A, B, C e D, que se movem om

velo idades respe tivamente iguais a Va , Vb , Vc e Vd , omo é representado na gura a seguir:

Note que os arros A e B se movem ao longo da reta X, e que os arros C e D se

movem ao longo da reta y. Portanto dizemos que A e B se movem na mesma direção, na

direção de x. Enquanto que C e D se movem na mesma direção, na direção de y. Porém,

é possível notar que C e D, além de se moverem na mesma direção, ambos se deslo am

ao longo de y positivo, ou seja, têm também o mesmo sentido. Já A e B, apesar de se

moverem na mesma direção x, se movem sem sentidos ontrários: A se move ao longo de

x positivo enquanto B se move ao longo de x negativo. Por isso, as setas nos ajudam a

entender a direção e o sentido da grandeza velo idade de ada automóvel.

3.1 Denição de Vetor


Podemos dizer que um vetor é uma representação geométri a de uma grandeza físi a veto-

rial que, para  ar bem ara terizada, pre isa da denição de módulo (número e unidade),

direção e sentido. Assim, um vetor é um segmento de reta, ujo omprimento representa

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o módulo da grandeza, o ângulo que o segmento de reta faz om a horizontal indi a a

direção da grandeza, e a orientação da seta indi a o sentido.

As grandezas vetoriais também são representadas por uma letra om uma seta em


ima, por exemplo: V O Módulo de uma grandeza vetorial pode ser representado pela

letra sem a seta em ima ou pela letra om seta em ima entre dois traços laterais.

→ −


Portanto, o módulo do vetor V pode ser representado das seguintes formas: V ou V .


Dado um vetor qualquer V = ai + bj , onde a e b são onstantes quaisquer e i e j
determinam a direção x e y respe tivamente. Para al ular o módulo de um vetor, basta

al ular:




V = a2 + b2

Mas omo hegamos a essa expressão? (es reva/ demonstre om suas palavras)

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

3.2 De omposição de Vetores no Sistema Cartesiano


Todo vetor, plano, pode ser representado por dois outros vetores, quando fazemos sua

de omposição nos eixos artesianos. Nesse aso esses dois vetores são hamados de om-

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ponentes horizontal e verti al. Veja a gura a seguir:


→ −
→ −

Nesse aso, nós podemos denir vetores unitários i e j . Assim, o vetor a , pode

ser es rito da seguinte forma:


→ →
− →

a = ax i + by j

Sendo que

cateto oposto ay
cos θ = =
hipotenusa a

cateto adjacente ax
sen θ = =
hipotenusa a

4 Cinemáti a
A Cinemáti a é uma área de estudo da Físi a que estuda o movimento, bus ando des revê-

lo sem preo upar-se om suas ausas.

O movimento é um fenmeno omum em nosso universo. Pode-se dizer, om toda

erteza que tudo nele está em movimento.

Por exemplo: agora mesmo, vo ê que está agora parado, lendo este texto, está lo ali-

zado sobre a superfí ie da Terra que, por sua vez, gira em torno de si mesma e, também

em torno do Sol. Dessa forma, juntamente om todo o sistema solar, vo ê movimenta-se

através do universo.

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Além disso, temos que onsiderar que, todos os orpos, mesmo aquele que aparente-

mente estejam parados, um opo om água, por exemplo, são onstituídos de molé ulas

e átomos que estão sempre em movimento.

4.1 Sistemas de Referên ias


Se de fato tudo está em movimento omo podemos expli ar que algumas oisas nos pare-

erem paradas?

Está é uma pergunta importante e, para respondê-la, é pre iso que vo ê onheça o

on eito de sistema de referên ia ou, simplesmente, referen ial.

Para entendermos bem o que é referen ial, pense na seguinte situação propostas a

seguir:

Um nibus movimenta-se por uma estrada. Seus passageiros estão, todos, sentados.

Eles estão parados ou em movimento?

Na primeira situação, temos pelo menos dois pontos de vista de observação: uma pelos

olhos de quem está dentro do nibus e outra para quem está fora dele. Note que, para

quem está dentro do nibus, as pessoas pare em estar em repouso.

Isso porque em relação a qualquer uma delas, nenhum outro passageiro altera sua

posição no de orrer do tempo. Por outro lado, para alguém do lado de fora do nibus

todos os passageiros alteram sua posição à medida que o tempo passa. Assim, para quem

vê o nibus do lado de fora dele os passageiros estão todos em movimento.

É omum, portanto, no estudo de fenmenos, re orrermos a um onjunto de pontos

ou de orpos a partir do qual tomamos omo referen ial. É a partir dele que realizamos

nossas observações.

Em Físi a, utilizamos o sistema de eixos artesianos (x,y e z) para representar o sistema

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de referên ias es olhido para realizar o estudo.

4.2 Ponto Material e Corpo Extenso


Em Físi a bus amos sempre utilizar uma linguagem mais objetiva possível, om intuito

de des rever os fenmenos estudados de maneira lara, direta, não deixando nenhum tipo

de dúvidas sobre o que de des reve.

Por isso quando dizemos que um orpo se movimenta é pre iso saber se suas dimensões

interferem ou não no estudo que se está desenvolvendo. Dizer que o orpo é grande ou

pequeno é muito vago: grande em relação a quê? Pequeno em relação a quê?

Portanto, quando nos referimos a um ponto material estamos dizendo a respeito de um

orpo ujas dimensões, ou seja, seu tamanho é muito pequeno em relação às demais di-

mensões envolvidas no fenmeno estudado. Por exemplo, onsidere as seguintes situações

des ritas a seguir:

1. Carros parados em um esta ionamento.

Note que o tamanho dos arros é prati amente do tamanho das vagas disponíveis

para se esta ionar o automóvel. Nesse aso, omo as dimensões do arro interferem no

fenmeno não podemos onsidera-lo pequeno. Portanto ele não pode ser des rito omo

um ponto material, mas omo um orpo extenso.

2. Carro numa longa autoestrada: pare em pontos.

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Nesse aso, per eba que o arro tem um tamanho muito pequeno em relação ao om-

primento total da estrada. Assim, podemos onsidera-lo um ponto material.

4.3 Trajetória
Observe os seguintes pontos materiais em movimento:

Vo ê deve ter per ebido que nas situações desta adas a ima os pontos materiais se

movimentam per orrendo um aminho que forma uma linha geométri a de diferentes

formatos. O formato geométri o do aminho seguido pelo ponto material em movimento

é hamado de trajetória do movimento.

4.3.1 Exer í ios


1. (UEPB) Um professor de físi a, veri ando em sala de aula que todos os seus alunos

en ontram-se sentados, passou a fazer algumas armações para que eles reetissem e

re ordassem alguns on eitos sobre movimentos. Das armações seguintes formuladas

pelo professor, a úni a orreta é:

a) Pedro (aluno da sala) está em repouso em relação aos demais olegas, mas todos

nós estamos em movimento em relação à Terra.

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b) Mesmo para mim (professor), que não paro de andar, seria possível eu a har um

referen ial em relação ao qual eu estivesse em repouso.

) A velo idade dos alunos que eu onsigo observar agora, sentados em seus lugares, é

nula para qualquer observador humano.

d) Como não há repouso absoluto, nenhum de nós está em repouso, em relação a

nenhum referen ial.

e) O Sol está em repouso em relação a qualquer referen ial.

2. (Uniube-MG) Considere a seguinte situação: um nibus movendo-se por uma es-

trada e duas pessoas, uma A, sentada no nibus, e outra B, parada na estrada, ambas

observando uma lâmpada xa no teto do nibus. A diz: A lâmpada não se move em rela-

ção a mim. B diz: A lâmpada está se movimentando, uma vez que ela está se afastando

de mim.

a ) A está errada e B está erta.

b) A está erta e B está errada.

) Ambas estão erradas.

d) Cada uma, dentro do seu ponto de vista, está erta.

3. (UFSM-RS) Em um nibus que se deslo a om velo idade onstante, em relação

a uma rodovia reta que atravessa uma oresta, um passageiro faz a seguinte armação:

As árvores estão deslo ando-se para trás. Essa armação é ......... pois, onsiderando-se

......... omo referen ial, é (são) ......... que se movimenta(m). Sele ione a alternativa que

ompleta orretamente as la unas da frase.

a ) orreta  a estrada  as árvores

b) orreta  as árvores  a estrada

) orreta  o nibus  as árvores

d) in orreta  a estrada  as árvores

e) i n orreta  o nibus  as árvores

4. (UPC-SP) Leia om atenção a tira da Turma da Mni a mostrada abaixo e ana-

lise as armativas que se seguem, onsiderando os prin ípios da Me âni a Clássi a.

Turma da Mni a/Mauri io de Sousa

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I. Cas ão en ontra-se em movimento em relação ao skate e também em relação ao amigo

Cebolinha.

II. Cas ão en ontra-se em repouso em relação ao skate, mas em movimento em relação

ao amigo Cebolinha.

III. Cebolinha en ontra-se em movimento em relação ao amigo Cas ão. Está(ão)

orretas(s):

a) apenas I.

b) I e II.

) I e III.

d) II e III.

e) I, II e III.

5. (UF SM-RS) Um avião, voando em linha reta, om velo idade onstante em rela-

ção ao solo, abandona uma bomba. Se a resistên ia do ar sobre ela puder ser desprezada,

a trajetória dessa bomba será em forma de uma:

a) parábola para um observador que estiver no avião.

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b) linha reta verti al para um observador que estiver xo no solo.

) linha reta horizontal para um observador que estiver no avião.

d) linha reta verti al para um observador que estiver no avião.

e) mesma gura para qualquer observador, pois independe do referen ial.

4.4 Posição de um ponto material durante o movimento


Vo ê já sabe que ao longo do movimento um ponto material des reve uma linha que tem

uma forma geométri a espe í a que denominamos trajetória. Essa linha é formada por

uma su essão de pontos. Cada ponto desses é hamado de posição do orpo ao longo do

movimento.

Portanto, em ada instante de tempo, durante o movimento, o orpo o upa diferentes

posições. No instante de tempo igual a zero a posição o upada pelo ponto material é

denominado posição ini ial.

Se representarmos os instantes de tempo pela letra t e a posição do ponto material do

orpo pela letra X, temos que:

É importante notar que a posição ini ial não é ne essariamente igual a zero (X=0), mas

a posição a partir do qual passamos a ronometrar o movimento, ou seja, quando t0 = 0.

4.5 Deslo amento e Distân ia per orrida


Duas grandezas importantes que pre isam ser onhe idas para que vo ê onsiga des rever

um movimento são o deslo amento e a distân ia per orrida.

Para vo ê entender bem o signi ado dessas grandezas imagine a seguinte situação:

Admita um ponto material que sai da posição A (a 2 metros do mar o zero do re-

feren ial), vai até a posição B (a 8 metros do mar o zero do referen ial) e, em seguida,

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volta para a posição C (a 5 metros do mar o zero do referen ial), omo indi a o esquema

representado a seguir:

O ponto material ao partir de A para B tem um deslo amento de 6 metros (sentido

positivo), mas omo retorna 3 metros (sentido negativo), na verdade tem um deslo a-

mento igual a 3 metros. Portanto, pode-se dizer que o deslo amento de um orpo, que

representaremos por ∆x , é igual posição nal menos a posição ini ial. Ou seja:

∆x = x − x0

sendo assim, al ule o deslo amento do exemplo. ∆x =________.


O deslo amento é uma grandeza vetorial. Dessa forma, para  ar ompletamente

denido é ne essário onhe er módulo, direção e sentido. No estudo do movimento de

trajetórias retilíneas a direção é sempre a mesma, não se altera, portanto, só onsideramos

o módulo e o sentido.

4.6 Velo idade Média e Velo idade Instantânea


Outra ara terísti a importante do movimento está rela ionado a ideia de rapidez, não é

verdade? Quando pensamos em um ponto material em movimento é natural perguntarmos

se ele se move rápido ou devagar. A grandeza que mede a rapidez do orpo é a velo idade.

O on eito de velo idade está rela ionado om o deslo amento do orpo e om o tempo

que ele gasta nesse per urso. Assim, por denição hama-se velo idade média a razão entre

o deslo amento e o intervalo de tempo gasto para per orrê-lo.

A partir dessa denição imagine um automóvel que se movimenta numa estrada, num

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deslo amento ∆x durante um intervalo de tempo Δt. Matemati amente, podemos denir

velo idade da seguinte forma:

∆x x − x0
vm = =
∆t t − t0
Porém, isso não signi a que o automóvel esteve sempre om essa velo idade. Pode

ser que em algum instante ele pode ter aumentado a velo idade, diminuído, ou até mesmo

parado por algum tempo.

velo idade média, portanto, signi a a média de velo idade do automóvel durante

todo o per urso, enquanto que a velo idade instantânea é aquela que o móvel está num

determinado instante de seu movimento.

A velo idade instantânea al ula-se da mesma forma que a velo idade média, porém,

num intervalo de tempo menor, dando-nos umaideia da velo idade do móvel num deter-

minado instante. Nesse aso fazemos Δt tender a zero.

OBS.: É importante desta ar que a velo idade é uma grandeza vetorial, sendo ne es-

sário, portanto, a denição de módulo, direção e sentido. Contudo, para movimentos de

trajetória retilínea, a direção não se altera.

Como o deslo amento é também uma grandeza vetorial, podendo ser positivo ou ne-

gativo a velo idade também pode ser positiva ou negativa, dependendo do sentido do

movimento.

Agora, determine a unidade medida de velo idade de a ordo om o sistema interna i-

onal de medidas.

[v] =_________.

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4.7 A eleração Média e A eleração Instantânea
A a eleração é outro on eito importante no estudo do movimento. Aliás, quando ava-

liamos o desempenho do motor de um automóvel, por exemplo, não veri amos até que

velo idade nal ele pode atingir, mas sim o tempo ele gasta para variar sua velo idade.

Em Físi a, a a eleração média é a razão entre a variação da velo idade e o tempo

gasto para variá-la. Matemati amente podemos es rever:

∆v v − v0
am = =
∆t t − t0

Da mesma forma que a velo idade, a a eleração pode variar, dessa forma, quando temos

intervalos de tempo bem pequenos a equação a ima serve para al ular a a eleração

instantânea.

Como a a eleração é uma grandeza vetorial ela se ara teriza pela denição de módulo,

direção e sentido. Para movimentos retilíneos, a direção não se altera e, nesse aso, só

onsideramos o módulo e o sentido. Dessa forma, a a eleração pode ser positiva, se a

velo idade aumenta ou, negativa, se a velo idade diminui.

Agora, determine a unidade medida da a eleração de a ordo om o sistema interna i-

onal de medidas.

[a] =_________.

4.8 Movimento Retilíneo Uniforme (MRU )


O MRU é o movimento uja trajetória é uma reta e a velo idade é onstante, ou seja,

não se altera. Nesse aso, a velo idade média é igual a velo idade em ada instante do

20
movimento.

Nesse aso ∆x1 = ∆x2 e ∆t1 = ∆t2 . Gra amente podemos representar as diferentes

posições o upadas pelo ponto material ao longo do tempo (grá o: X versus t). Da

seguinte forma:

A função matemáti a que des reve esse grá o é do primeiro grau e pode ser es rita omo?

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

Essa função é denominada de função horária da posição de um ponto material em

MRU.

21
4.8.1 EXERCÍCIOS
1. (PUC-MG) Um homem, aminhando na praia, deseja al ular sua velo idade. Para

isso,ele onta o número de passadas que dá em um minuto, ontando uma unidade a ada

vez que o pé direito to a o solo, e on lui que são 50 passadas por minuto. A seguir, ele

mede a distân ia entre duas posições su essivas do seu pé direito e en ontra o equivalente

a seis pés. Sabendo que três pés orrespondem a um metro, sua velo idade, suposta

onstante, é: (C)

a) 3 km/h

b) 4,5 km/h

) 6 km/h

d) 9 km/h

e) 10 km/h

2. (Ma kenzie) A gura mostra, em determinado instante, dois arros A e B em movi-

mento retilíneo uniforme. O arro A, om velo idade es alar 20 m/s, olide om o B no

ruzamento C. Desprezando as dimensões dos automóveis, a velo idade es alar de B é:

(A)

a) 12 m/s

b) 10 m/s

) 8 m/s

d) 6 m/s

e) 4 m/s

3. (UFSM-RS) No instante em que um índio dispara uma e ha ontra a sua presa, que

se en ontra a 14 m de distân ia, ela orre, tentando fugir.

22
Se a e ha e a presa se deslo am na mesma direção e no mesmo sentido, om velo-

idades de módulos 24 m/s e 10 m/s, respe tivamente, o intervalo de tempo levado pela

e ha para atingir a aça, em segundos, é: (B)

a) 0,5

b) 1

) 1,5

d) 2

e) 2,5

4.9 Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV)


No Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) a trajetória é retilínea, mas a

velo idade varia de maneira uniforme, ou seja, há uma a eleração onstante.

Nesse aso, imagine um automóvel em MRUV, que parte de uma posição ini ial x0 ,
omo uma velo idade ini ial v0 e, ao longo do intervalo de tempo Δt varia sua velo idade

para v. Assim, para um instante t0 = 0 ele tem velo idade v0 e, para um instante t, ele

tem velo idade v. Construindo o grá o da velo idade versus o tempo para o MRUV

temos:

Esse grá o, omo vo ê já sabe é o de uma função linear de primeiro grau e, portanto,

podemos es rever uma função, denominada função horária da velo idade de um ponto

material em MRUV. Es reva tal função.

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

23
4.10 Movimento Retilíneo Uniformemente A elerado e Movimento
Retilíneo Uniformemente Retardado
A velo idade e a a eleração são grandezas vetoriais e, portanto só estão bem ara terizadas

quando são denidos o módulo, a direção e o sentido. Porém, por estarmos estudando

movimentos de trajetória retilínea, a direção não muda. Contudo, é importante  armos

atentos não só ao módulo dessas grandezas, mas também ao sentido delas.

Considerando o sentido da velo idade e da a eleração no MRUV, podemos lassi á-lo

em: a elerado ou retardado.

No MRUV a elerado a velo idade e a a eleração têm o mesmo sentido, portanto,

pre isam ter o mesmo sinal, podendo ser ambas positivas ou negativas.

No MRUV retardado a velo idade e a a eleração têm sentidos ontrários, portanto,

pre isam ter sinais ontrários: uma negativa e outra positiva.

Agora, vamos fazer uma análise do MRUV, a partir do grá o V versus o tempo:

4.11 Função horária da Posição do MRUV


Já sabemos que a área da urva sob grá o da velo idade versus o tempo de um ponto

material em movimento é igual ao espaço que ele per orreu. Nesse aso, podemos al ular:

24
Como a área da gura sob o grá o V versus t de um ponto material em MRUV é

igual ao deslo amento do móvel. Cal ule a área da gure e determine a função horária

da posição de um ponto material em MRUV.

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

Per eba que é uma função típi a de segundo grau, pois a posição X varia om o

quadrado tempo. Portanto, o grá o X versus tempo para um ponto material em MRUV

é uma parábola, omo pode se ver na gura a seguir:

25
Agora, vamos fazer uma análise do MRUV, a partir do grá o X versus o tempo

4.12 Equação do Torri elli


A equação de Torri elli é muito útil, pois permite que vo ê resolva problemas nos quais

não se tem informações sobre o tempo de duração do movimento. Para obtê-la, basta que

vo ê isole o tempo t nas equações ja estudadas substitua em outra equação. Dessa forma,

através de manipulações algébri as teremos:

v 2 = v02 + 2a∆x

26
5 Queda livre
Dizemos que um ponto material está em queda livre quando a úni a força que atua sobre

ele é a força da gravidade, ou seja, a força que o planeta exer e sobre ele. Como os gases

que formam a nossa atmosfera opõem-se resistên ia à queda dos orpos, pode-se dizer que

o movimento de queda livre só existe no vá uo.

Contudo, se tivermos um ponto material (ou seja, um orpo de dimensões bem redu-

zidas) aindo de uma altura não muito grande, pode-se desprezar a inuên ia do atrito

do ar e onsiderar o ponto material em queda livre.

O movimento de queda livre é um Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV),

uja a eleração é a a eleração da gravidade representada pela letra g.

O valor de g varia de um lo al para outro dependendo de variações na latitude, dis-

tribuição de massas do planeta e, fundamentalmente, da altitude em relação ao entro do

planeta: quanto mais baixo (próximo do entro do planeta) g tem módulo maior. Porém,

quanto mais alto (distante do entro do planeta) g tem módulo menor.

Para ns didáti os, desprezando os efeitos de variações na latitude e distribuição de

massas da Terra e onsiderando ainda mínima a variação de g para altitudes próximas

da superfí ie terrestre admite-se que o valor da a eleração da gravidade na Terra valha

27
g = 9, 8m/s2 . Algumas vezes esse valor é arredondado para 10m/s2 .

5.1 Ponto material abandonado de uma altura h sobre a superfí-


ie da Terra
Considerando que um ponto material é abandonado de uma altura h em relação à super-

fí ie da Terra, aindo em queda livre, temos:

Quando abandonamos um orpo de altura h sobre a superfí ie terrestre, temos um

MRUV, na qual a velo idade ini ial é nula, ou seja, v0 = 0, então a função horária da

posição pode ser es rita omo? (determine a expressão)

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

A função horária da velo idade pode ser es rita omo? (determine a expressão)

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

A equação de Torri elli pode ser es rita omo? (determine a expressão)

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

Porém, se ao invés de abandonado o ponto material for lançado, devemos admitir

uma velo idade ini ial. Como a velo idade é uma grandeza vetorial é pre iso onsiderar

28
quatro possibilidades: Lançamento verti al para baixo, Lançamento verti al para ima,

Lançamento oblíquo e Lançamento horizontal.

5.2 Lançamento verti al para baixo


Quando temos um lançamento verti al para baixo, a velo idade ini ial tem a mesma

direção e sentido que a a eleração da gravidade. Por isso, dizemos que o ponto material

lançado adquire um Movimento Retilíneo Uniformemente A elerado. Então podemos

es rever:

Neste aso, om base no que foi dis utido, faça uma análise e determine as possíveis

expressões úteis.

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

5.3 Lançamento verti al para ima


Quando um ponto material é lançado verti almente para ima ele sobe até uma altura

máxima, para e depois ai.

Note que durante a subida, o sentido da velo idade é oposto ao sentido da a eleração

da gravidade, portanto, o movimento é retardado.

À medida que sobe o ponto material vai diminuindo sua velo idade até que, ao atingir

a altura máxima, ela torna-se nula, ou seja, quando h = hmáx , então V = 0. Para

determinarmos a altura máxima atingida fazemos:

29
Pela Equação de Torri elli, temos:

v 2 = v02 − 2g∆x

mas ∆x = hmáx e v = 0, logo:

0 = v02 − 2ghmáx

v02
hmáx =
2g

O tempo gasto para a subida, desde o ponto de lançamento até o ponto mais alto da

trajetória pode ser al ulado da seguinte maneira:

v = v0 − gtsubida

Per eba o tempo de subida é igual ao tempo de des ida, neste aso, o tempo total de

movimento será igual:

ttotal = tsubida + tdescida

30
5.4 Lançamentos horizontais e oblíquos sem resistên ia do ar
Em nosso otidiano, observamos não apenas movimentos de queda ou de lançamentos de

orpos na verti al, mas eles também podem o orrer em diferentes direções. Por isso, a

partir de agora, vamos omeçar a estudar os movimentos oblíquos (oblíquo é uma palavra

ujo sentido aqui quer dizer anguloso, ou seja, que faz ângulo in linado em relação a uma

referên ia), ou seja, ujo arremesso faz ângulo om a horizontal diferente de 90º.

Continuamos a des onsiderar a resistên ia do ar, por isso, vamos partir da premissa de

que o movimento a onte e no vá uo. Esse tipo de fenmeno foi estudado no sé ulo XVII

por Galileu Galilei, que, para expli á-lo, props a teoria da simultaneidade do movimento

omposto.

Se um orpo apresenta um movimento omposto, ada um dos movimentos omponentes se

realiza omo se os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo (Galileu Galilei).

5.5 Lançamentos horizontais


Para entendermos melhor essa interpretação de Galileu, pensemos, primeiramente, no aso

de um lançamento horizontal sob ação da gravidade e no vá uo, ou seja, des onsiderando

a ação da resistên ia do ar. Para tanto, imagine um ponto material, no vá uo, sendo

lançado om velo idade horizontal,




v0 , a uma erta altura H, em relação ao solo.

31
É possível notar que esse movimento é omposto por dois movimentos omponentes:

um horizontal e outro verti al. Per eba que o ponto material, além de deslo ar-se na

verti al, aindo de uma altura H, também, simultaneamente, per orre uma distân ia D

na horizontal.

Segundo o Prin ípio da Simultaneidade do Movimento omposto, podemos dividi-los

em dois e estudá-los separadamente.

Na horizontal, o ponto material des reve um movimento retilíneo uniforme, um MRU,

uja velo idade onstante é




v0 , e, na verti al, um movimento retilíneo uniformemente

variado, um MRUV uja a eleração onstante é igual a




g.
Assim, na horizontal, podemos es rever:

d = v0 t

Na verti al:

1
h = .gt2q
2

É importante desta ar que o tempo tq, tempo de queda, na segunda equação, e o

tempo t, na equação primeira, é o mesmo, pois os dois movimentos, horizontal e verti al,

o orrem simultaneamente. Além disso, note que, na função horária, desprezamos o termo

v0 t , porque em y, ou seja, a velo idade ini ial para baixo, na verti al, é nula. Portanto,

v0 só deve ser onsiderado na horizontal.

Para nalizarmos o estudo do lançamento horizontal, é importante desta ar que, omo

já frisamos, na direção horizontal, a velo idade do ponto material é sempre v0 . Porém,

em relação ao movimento verti al, no iní io, o ponto material tem velo idade ini ial igual

a zero, mas, por ausa da ação da gravidade, o módulo da velo idade aumenta om o

passar do tempo, apesar de sua direção e sentido se manterem onstantes (na verti al e

dirigida para baixo).

32
Observe a gura e destaque o signi ado de ada mudança em na imagem.

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

5.6 Lançamentos oblíquos


Agora, vamos onsiderar um ponto material que é lançado no vá uo om uma velo idade

ini ial


v0 , uja direção faz um ângulo θ om a horizontal.

33
Note que


v0 é tangente à trajetória parabóli a do ponto material e que, adotando-se

o Prin ípio da simultaneidade e independên ia dos movimentos, proposto por Galileu,

temos duas omponentes para




v0 , uma horizontal

v→
0x e outra verti al

v→
0y .

Utilizando os onhe imentos adquiridos sobre a de omposição de vetores, no sistema

artesiano, podemos es rever que:

v0x =_____________________.
v0y =_____________________.
v0 =_____________________.
Na verti al, o movimento é um MRUV om a eleração onstante igual a


g; assim,

podemos des rever o movimento a partir da seguinte forma:

hmáx =______________________.
vy =_____________________.
Vale desta ar que o sistema envolve um tempo de subida e des ida que serão iguais.

Observe que tempo de movimento é igual ao de subida, quando o orpo atinge a altura

máxima hmáx , a partir da qual o ponto material omeça a des er, ou seja, t = ts quando

h = hmáx . Veja, na gura a seguir:

6 Movimentos ir ulares
O movimento ir ular é aquele no qual um ponto material des reve uma trajetória ir ular.

Esse tipo de movimento é muito omum em nosso otidiano: movimento das rodas de uma

moto, de um automóvel ontornando uma rotatória, das pás de um ventilador et .

34
Em nossos estudos, abordaremos o Movimento Cir ular Uniforme (MCU) e o Movi-

mento Cir ular Uniformemente Variado (MCUV).

6.1 Movimento Cir ular Uniforme (MCU)


Dizemos que um ponto material realiza um movimento ir ular uniforme (MCU), quando,

em relação a um referen ial, sua trajetória for uma ir unferên ia e sua velo idade apre-

sentar módulo onstante.

Na gura a seguir, representamos um ponto material em MCU. Note a trajetória

ir ular e omo o módulo do vetor velo idade é onstante.

Porém, per eba que, apesar do módulo onstante, a direção e o sentido da velo idade

se alteram ao longo do tempo.

Mas o que faz isso a onte er? O que mantém o orpo na trajetória ir ular?

6.2 A a eleração no MCU


Já estudamos que a grandeza físi a a qual indi a a medida da variação da velo idade,

num determinado intervalo de tempo, é a a eleração. De fato, no MCU, existe uma

a eleração, a despeito de o módulo da velo idade ser onstante, porque a a eleração,

35
nesse aso, indi a a medida de variação apenas da direção e sentido da velo idade, devido

à existên ia de uma força dirigida ao entro da trajetória ir ular, que não deixa o orpo

es apar pela tangente. Observe que, no exemplo a seguir, a força radial (na direção do

raio), denominada força entrípeta, é responsável por não deixar o orpo es apar pela

tangente. No aso do exemplo, quem realiza essa força é a mão que exer e uma tração no

o que prende o ponto material à trajetória ir ular.

Para entender melhor isso, imagine a situação a seguir: onsidere um ponto material

girando em torno de um ponto O, numa trajetória ir ular de raio r, om as velo idades



va e


vb iguais em módulo, mas diferentes em direção e sentido.

Utilizando a regra do polígono para determinação do vetor resultante entre −−



va e


vb ,
temos:

36
−→
Note que o vetor resultante ∆v está dirigido para o entro da trajetória. Como a

a eleração pode ser denida omo sendo a razão entre a variação da velo idade e o intervalo

de tempo, ou seja,

−→

→ ∆v
acp =
∆t

Podemos denir essa a eleração,



a→
cp , que só indi a a variação da direção e sentido

da velo idade e que está dirigida para o entro da trajetória ir ular, omo a eleração

entrípeta.

Por meio do uso de semelhança de triângulos, é possível mostrar que o módulo da

a eleração entrípeta é igual a:

v2
acp =
r

6.3 Frequên ia e Período


Nos movimentos ir ulares, temos o que hamamos de movimento periódi o, ou seja, um

movimento que se repete num determinado período de tempo.

Denimos, portanto, a grandeza período, a qual representaremos pela letra T, omo

sendo o tempo ne essário para que o ponto material per orra uma volta ompleta em sua

trajetória ir ular.

Por onseguinte, se um orpo, em movimento ir ular sai de um ponto A e retorna a

ele, ompletando o i lo, dizemos que o tempo gasto nesse per urso é igual ao período.

A unidade de período no Sistema Interna ional de Unidades (SI) é o segundo (s).

Se observarmos um movimento ir ular uniforme por muito tempo, vemos que ele se

repete várias vezes, dando várias voltas em torno do eixo de rotação. Nesse aso, denimos

frequên ia, que representaremos pela letra f, omo sendo a grandeza a qual mede o número

de voltas que um ponto material deu, num determinado intervalo de tempo.

Observe, portanto, que frequên ia é o inverso do período, ou seja:

37
1 1
T = ou f=
f T

A unidade de frequên ia no SI é o s−1 ou o hertz (Hz). A unidade hertz indi a quantas

voltas, ou rotações, o ponto material realizou em torno de um eixo num determinado

intervalo de tempo; por isso, em alguns problemas, é omum apare er a indi ação RPS,

ou seja, Rotações por segundo.

Quando surgir num problema a indi ação RPM, ou seja, Rotações por minuto, e vo ê

pre isar fazer a onversão dessa unidade para hertz, divida o valor em RPM por 60 e o

resultado será a frequên ia em Hz.

6.4 Velo idade linear e Velo idade angular


Num movimento ir ular, podemos analisar o ritmo do movimento, tanto em função da

distân ia linear per orrida por um ponto material, num determinado intervalo de tempo,

omo em função do ângulo que o ponto material des reve, na unidade de tempo. Por isso,

podemos denir duas velo idades: a velo idade linear e a velo idade angular.

Para aprofundarmos essa questão, imagine três pontos materiais per orrendo trajetó-

rias ir ulares em torno de um ponto O. Todos eles des revem o mesmo ângulo θ, porém,

per orrem distân ias Δx diferentes, omo é mostrado na gura a seguir:

Note que, para as três partí ulas, o ângulo é o mesmo, o que muda são os ar os Δx1,
Δx2 e Δx3 e os raios R1, R2 e R3. Por denição, radiano (rad) é a medida do ângulo θ,

38
determinado pela razão entre ar o e raio dos pontos materiais. Observe que temos uma

onstante:

∆x1 ∆x2 ∆x3


θ= = =
R1 R2 R3

Isso nos permite generalizar a seguinte relação entre o deslo amento linear e o deslo-

amento angular

∆x = Rθ

Como velo idade é denida pela razão entre a distân ia per orrida e o intervalo de

tempo gasto para per orrê-la, então:


v=
∆t

Se preferirmos estudar o ritmo do movimento, analisando o ângulo des rito, podemos

denir velo idade angular,




ω , omo sendo a razão entre o ângulo des rito e o intervalo

de tempo gasto para des revê-lo. Logo:

θ
ω=
∆t

A unidade da velo idade angular normalmente utilizada é o radiano por segundo

(rad/s).

No aso de estudarmos uma volta ompleta, ou seja, imaginando que o ponto material

des reva um ângulo igual a 2π rd, e lembrando que, para esse aso, o tempo é igual ao

período T, podemos es rever:


ω=
T

podemos es rever também

ω = 2πf

Veja que, das equações, podemos estabele er uma relação entre velo idade angular e

39
velo idade linear:
Rθ θ
v= e omo ω= então:
∆t ∆t

v = ωR

Per eba que essa equação demonstra que, enquanto a velo idade angular é onstante

para qualquer raio, a velo idade linear varia om o raio. Portanto, dois móveis, per or-

rendo distân ias lineares diferentes, podem ter o mesmo valor de velo idade angular, mas

diferentes valores de velo idade linear.

6.5 Função horária do Movimento Cir ular Uniforme (MCU)


Se zermos uma analogia om o Movimento Retilíneo Uniforme, temos que, para MRU,

a função horária é:

Como vimos que ∆x = Rθ e v = ωR, então, para o MCU, podemos es rever:

θ = θ0 + ωt

6.6 Movimento Cir ular Uniformemente Variado (MCUV)


Dizemos que um ponto material realiza um Movimento Cir ular Uniformemente Variado

(MCUV), quando, em relação a um referen ial, sua trajetória for uma ir unferên ia e

sua velo idade variar, tanto em módulo omo em direção e em sentido.

Assim, além de uma a eleração entrípeta, há uma a eleração tangen ial, a qual indi a

a variação do módulo da velo idade linear.

∆v
at =
∆t

Nesse aso, temos, também, uma a eleração angular




γ , ujo módulo é dado por:

∆ω
γ=
∆t

A unidade de a eleração angular normalmente utilizada é o radiano por segundo ao

2
quadrado (rad/s ).

40
Se zermos uma analogia om o Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, pode-

mos rees rever todas as expressões ja vistas para situações do movimento ir ular.

41

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