Você está na página 1de 22

O PRECONCEITO LINGUÍSTICO E A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR O SEU

COMBATE NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO

Arthur André Bolonha1


Ítalo Senyor da Silva Vieira2
Jennifer Leme Ferreira3
Maria Clara Piccinato Ferraz4

RESUMO5

Esta revisão bibliográfica tem como intuito apresentar e apontar pontos sobre o preconceito
lingüístico dentro do Brasil, mostrar um pouco como tal preconceito acontece e a forma em
que o mesmo é silenciado, visto que muitos não conhecem sobre tal assunto. Afim de mostrar
um pouco da miscigenação do Brasil, esta abordará sobre as variedades lingüísticas, ou seja,
apresentar os diferentes modos de fala dos brasileiros, com isso, poderá ser visto a lingüística
na sociedade e na escola. Onde mais tarde, será analisada na visão de Carlos Bagno, sobre a
maneira que a escola age e como deveria agir com as variações lingüísticas. Por fim, a revisão
literária trás um pouco dos mitos que muitas pessoas acabam tornando-os como verdade e não
desenvolvem conhecimentos sobre a própria língua.

Palavras-chave: Preconceito lingüístico; Mitos; Variação Lingüística; Língua;


Regionalidade.

1
Graduando em Pedagogia Pelo Centro Universitário do Sagrado Coração
2
Graduando em Pedagogia Pelo Centro Universitário do Sagrado Coração
3
Graduanda em Pedagogia Pelo Centro Universitário do Sagrado Coração
4
Graduanda em Pedagogia Pelo Centro Universitário do Sagrado Coração
5
Artigo Orientado pela Profª Dra. Patrícia Aparecida Gonçalves de Faria
RESUME

This bibliographic review aims to present and point out points about linguistic prejudice
within Brazil, to show a little how such prejudice happens and the way in which it is silenced,
since many do not know about this subject. In order to show a little of the miscegenation of
Brazil, this will address the linguistic varieties, that is, present the different ways of speech of
Brazilians, with this, linguistics can be seen in society and at school. Where later, it will be
analyzed in the vision of Carlos Bagno, on the way that the school acts and how it should act with
the linguistic variations. Finally, the literary review brings some of the myths that many people
end up making them true and do not develop knowledge about their own language.

Keywords: Linguistic prejudice; Myths; Linguistic Variation; Tongue; Regionality.


INTRODUÇÃO

O preconceito lingüístico pode ser considerado como qualquer tipo de atitude que
leve uma pessoa a discriminar a outra pela maneira na qual ela fala. Existe uma expectativa de
que cada pessoa fale de uma determinada maneira, já das pessoas mais letradas da sociedade,
a população da elite, existe uma expectativa, essa, é que os demais também falem de uma
determinada maneira, ou de uma forma que se aproxime da maneira de fala destas pessoas, se
essa expectativa é quebrada, ou se a pessoa usa de palavras que são de outra região, ou de
linguajares diferentes, acontece então, um choque de expectativa, surgindo o preconceito
lingüístico, que também pode ser marcado como um preconceito social.
O Brasil, é um país marcado por uma hierarquização muito forte da sociedade,
existem categorias sociais que sofrem grandes discriminações, no caso, mulheres, negros,
homossexuais e os menos afortunados. Às pessoas que estão no topo da hierarquia, às elites,
querem manter esse status privilegiado, buscando manter distancia cultural com o restante da
população, uma maneira de fazer isso, é com a linguagem, existe a idéia de que a linguagem
serve como um arame farpado, ou seja, as formas privilegiadas de se falar são atribuídas à
elite e quem não fala desta forma sofre preconceito, ou seja, é mais uma forma de
discriminação das pessoas, em meio a todas as outras discriminações. A discriminação
lingüística é mais uma em meio às demais. Entretanto, pouco se lembra de movimentos que se
preocupam em manifestar-se com isso, o preconceito lingüístico é tão impregnado que chega
a ser invisível, alguns lingüistas, tem se preocupado com isso.
Espera-se futuramente que tal tema seja abordado. Em um país onde se tem varias
línguas faladas, vez ou outra apenas uma língua sofre preconceito, já no caso do Brasil, são as
variedades de uma mesma língua que sofrem. Neste caso, podemos ter o exemplo de se achar
cômica à forma da linguagem nordestina, ou por alguém que tem pronuncia errônea de uma
determinada fala. Com isso, é importante entendermos cada vez mais sobre o assunto,
verificarmos a forma em que as escolas lidam com o preconceito lingüístico e o que compete
à escola fazer.
1. O PRECONCEITO LINGUÍSTICO

O preconceito pode ser definido como um “julgamento que se é formulado antes que
todos os elementos que determinam uma situação tenham sido examinados” (Mariani, 2008.p.
29). Por conta disso, o conceito de preconceito não é um falso julgamento, mas sim um
julgamento antecipado de uma situação, sem que haja uma reflexão prévia de um determinado
assunto. O preconceito pode ser gerado por dois motivos, o primeiro é a questão de
autoridade, ou seja, devido à autoridade que uma pessoa tem sobre o outro individuo ela quer
impor algo, exercendo assim a atitude simbólica de poder sobre o outro. Já o segundo motivo,
pode dar-se pelo excesso de pressa, ou seja, entramos no conceito de um julgamento
antecipado de um determinado assunto, visto que o preconceito lingüístico acontece e é
motivado devido à falta de reflexão.

Deste modo, é possível afirmar que o preconceito linguístico é motivado pela falta de
reflexão e deriva da construção de um padrão imposto por uma elite econômica e intelectual
que considera como “erro” e consequentemente, reprovável tudo que se diferencie desse
modelo. A diversidade regional ao longo da História do Brasil ocasionou áreas mais ricas e
industrializadas e outras em retrocesso econômico. Em razão disso, às pessoas pertencentes à
elite econômica desprezam e marginalizam o comportamento linguístico das pessoas menos
afortunadas, assim, o preconceito linguístico no Brasil se sustenta por dois fatores. O primeiro
fator é de caráter regional, ou seja, é a aversão ao sotaque de regiões mais pobres, por
exemplo, a região Norte e Nordeste, pelas regiões mais ricas do país. Já o segundo, é de
caráter socioeconômico, é a causa mais comum, mas também a que trás consequências mais
graves, pois se deve ao fato de membros das classes mais pobres, que possuem acesso
limitado à educação e cultura, dominarem apenas, suas variedades lingüísticas, visto que não
se é possível ter uma homogeneidade da língua, podemos ver isso em Carlos Bagno:

“O fato é que, como a ciência linguística moderna já provou e comprovou, não


existe nenhuma língua no mundo que seja “uma”, uniforme e homogênea. O
monolinguismo é uma ficção. Toda e qualquer língua humana viva é,
intrinsecamente e inevitavelmente, heterogênea, ou seja, apresenta variação em
todos os seus níveis estruturais (fonologia, morfologia, sintaxe, léxico etc.) em todos
os seus níveis de uso social (variação regional, social, etária, estilística etc.)
(BAGNO, Carlos. 2009, p.27-28).”
1.1 Preconceito e Discriminação:

O preconceito e a discriminação se diferenciam, por exemplo, o preconceito é uma


atitude subjetiva, ao olhar para uma determinada pessoa e algo nela não lhe agrada, o sujeito
guarda isso para si próprio, já a discriminação é quando se põe em pratica, os pré-julgamentos
e os preconceitos, portanto, combater ao preconceito é muito difícil, pois, por ser subjetivo
não há a possibilidade de entrar na cabeça de uma pessoa e mudar a idéia dela, mas combater
a prática da discriminação há como, é esse o trabalho dos lingüistas, a discriminação é quando
o individuo vê algo que não concorda e acaba excluindo determinada pessoa ou zombando da
mesma.

2. ORIGEM NA SOCIEDADE E O CICLO VICIOSO DO PRECONCEITO

Já foi possível perceber que o preconceito lingüístico é um julgamento que


menospreza as variedades da língua, entretanto, pensar em combater o preconceito é uma
questão que deve estar presente no dia-a-dia das pessoas, pois é necessário que se entenda que
mesmo que um determinado sujeito não tenha o domínio da língua padrão, o português
“correto”, a sua capacidade de comunicação ainda existirá, apenas necessitará de algumas
adequações, pois todo o falante nativo de uma língua é um usuário competente desta língua,
de tal forma que o mesmo sabe essa língua. Infelizmente, o preconceito lingüístico é mantido
ainda hoje, de tal forma que as mídias como rádio, TV, internet e alguns materiais didáticos
de ensino da línguagem ainda propõem o que é certo e o que é errado em nossa língua.

A autora Mariani, discorre sobre o preconceito na era atual e afirma que o conceito
de preconceito, surge com o iluminismo: Para haver dignidade em um julgamento é
necessário ter havido uma base, uma justificativa metodológica:

“Para o Iluminismo, a ausência dessa base não significa que deveria haver outros
tipos de certeza, mas que o julgamento não tem fundamento nessas próprias coisas,
isto é, que é infundado. Essa conclusão segue apenas no espírito do racionalismo.
Essa é a razão para desacreditar os preconceitos e a razão cientifica, o conhecimento
científico, reivindica sua exclusão por completo” (MARIANI, 2009, p. 29).
A mesma autora afirma que se define o preconceito com um pré-julgamento, ligado
ao senso comum, ingênuo e onde as crenças dão suporte a certezas injustificadas. No Brasil
mesmo existindo lei contra o preconceito o racial (racismo) e sendo um crime imprescritível e
inafiançável, ocorre, por exemplo, a não permissão da entrada de negros em alguns lugares,
ou quando se escuta algo como “serviço de preto” por algo que foi malfeito, pela vestimenta,
forma de falar, ou pelo simples fato de ser negro, se tornar “suspeito” de algo. Existem vários
outros tipos de preconceito, seja ele contra grupos étnicos ou sociais. Quando se ouve piadas
contra os homossexuais, deficientes ou portadores de síndromes como Down ou Asperger,
quando não aceitam essas pessoas para trabalhar porque às julgam incapazes de realizar as
tarefas pretendidas no cargo, quando não há paciência com as dificuldades dos idosos devido
à idade avançada e até mesmo quando se escuta de um homem no transito “só podia ser
mulher” ou nas diferenças de salários e cargos ocupados. Sabemos que os exemplos são
infinitos e mesmo que alguém assuma ser preconceituoso, seja esse preconceito qual for
nunca será considerado “bom”, para a sociedade ele deve ser evitado e combatido:

“Segundo os princípios democráticos, nenhuma discriminação dos indivíduos tem


razão de ser, com base em critérios de raça, religião, credo político. A única brecha
deixada aberta para a discriminação é aquela que se baseia nos critérios da
linguagem e da educação. Sabemos que todas as formas de discriminação são
consideradas preconceito e havendo leis na defesa e dos direitos e do respeito pela
diversidade. Entretanto, ao contrário da conotação negativa dos outros preconceitos,
quando falamos em preconceito linguístico, é tido como algo “bom”. (GNERRE,
2009, p. 23)

Quando uma pessoa utiliza de uma variante linguística, ou seja, que não faz parte da
variedade que outra pessoa está acostumada a ouvir, pensa-se que a outra pessoa está falando
“errado”, mas não existe o discernimento de que todas as variantes são válidas
linguisticamente, pela razão de que para o falante essa consciência é nula, ele aceita a
correção e “aceita” o discurso de que não “sabe falar direito” e a pessoa que o corrige,
acredita que o está ajudando a falar melhor.
Um conceito muito utilizado para chamar a atenção sobre os desvios da norma padrão
é o erro, ou seja, apresenta-se o erro de uma pessoa e com isto é possível puni-la ou até
mesmo excluí-la o falante, por conta do mesmo não possui a dominância das normas da
língua padrão, tal padrão e exclusão, geralmente é feita pela classe dominante, que por ter
acesso à uma educação mais ampla e complexa, pode então, aprender sobre as formas da
oralidade e da escrita, sem colocar gírias ou divergências lingüísticas. Com isso, surge-se
então o preconceito para com os que pouco tiveram acesso, ou acesso escasso durante sua
formação. É claro que todas as pessoas, tem o conhecimento inato da língua, quem
afirma este fato é Mário Perini:

“Qualquer falante de português possui um conhecimento implícito, altamente


elaborado da língua, muito embora não seja capaz de explicitar esse
conhecimento. E esse conhecimento não é fruto de instrução recebida na escola,
mas foi adquirido de maneira tão natural e espontânea quanto a nossa habilidade
de andar” (PERINI, Mário 1999, p. 13).

Por conta da escola não dar atenção ao conhecimento do aluno adquirido em seu
contexto social e fazendo apenas com que prevaleça o ensino apenas da gramática literal,
frisando apenas os mais conhecidos e os escritores mais antigos, tais como; Machado,
Cecília dentre outros, ou seja, a gramática tradicional alimenta o ensino que alimenta a
produção de material didático e isso entra num circulo vicioso. Tem-se produzido cada
vez mais documentos em que as discriminações pela língua sejam abordados e que a
escola, sendo essa o primeiro contato do cidadão com o estado, não pode ser um contato
autoritário e excludente, a escola tem de atrair e fornecer ao aluno os direitos educacionais
e culturais que ele tem direito. O preconceito linguístico não é considerado preconceito
porque todo signo é carregado de ideologia, as palavras são dotadas dos sentidos
adquiridos socialmente. Os valores sociais são colocados em toda linguagem, línguas e
suas variedades. É possível separar a relação existente entre “ideologia e conteúdo
linguístico de ideologia” e “forma linguística”, nessa última, é possível discutir a
ideologia tanto no modo como um individuo fala, como no modo em que uns falam do
modo que os outros falam, ou seja, a relação entre os fenômenos linguísticos de “certo” e
o “errado”.

3. AS VARIANTES DA LÍNGUISTICAS

As variantes são entendidas como modos diferentes de dizer a mesma coisa, são
conhecidas como estando em competição na língua, sendo que o favorecimento de uma
sobre a outra ocorre devido a fatores linguísticos e extra linguísticos (contexto linguístico,
classe social, faixa etária, sexo, nível de escolaridade, etc.). A variação estável consiste
em diferenças linguísticas que caracterizam cada grupo social, cada cidade, região,
cada canal (oral ou escrito). De maneira notória, pode-se perceber que a variação
linguística é facilmente detectada, pois para que ela ocorra é preciso que haja o
favorecimento do ambiente linguístico. Então, para que ocorra uma mudança linguística,
é necessária a interferência de fatores sociais, o prestígio social entre classes, sexos e
gerações, para ocorrer à mudança, é necessário um período de variação entre as formas.
Podemos ver que a palavra variação, deriva do latim “variatione”, significando variedade,
ou como utilizamos hoje, variação. Podemos definir pelo dicionário que “variar” é
também o sentido de mudar, ou seja, nunca ser idêntica. Através disso, conseguimos
definir o conceito do que é variação linguística sendo uma narrativa que é transposta de
diversas maneiras, em diversas regiões, por diferentes classes sociais, podendo ter ou não
significados distintos. Um exemplo que podemos citar de variação linguística no Brasil, é
o do estado do Rio de Janeiro, às pessoas quando falam, fazem a sonorização da letra /r/
aspirado, parecendo muitas vezes “arrastado” ou “raspado”, diferentemente do que é
utilizado na oralidade das pessoas no estado de São Paulo e também no estado de São
Paulo, diferente do Rio de Janeiro, não utilizam o pronome /tu/.

Quando se começa a estudar a variação lingüística, percebemos que a variação


essa presente em toda à língua, em certo momento e estudando a essa variação favorece a
quebra com o preconceito linguístico e percebemos que o mesmo é alimentado pelas
forças da gramática normativa. Sendo assim, é preciso estudar alguns conceitos que são
cruciais ao entendimento. Alguns conceitos fundamentais:

 Variedade LinguísticaVariante
 Variável Linguística
 Língua Culta X Norma Padrão.

De maneira considerável, é viável também mencionar outro aspecto que claramente, é


uma das problemáticas na vertente linguística: O Preconceito Linguístico. O trabalho com
o ato comunicativo, sobretudo com variantes e variáveis na perspectiva da
sociolingüística, busca amenizar essa problemática, que intoleravelmente, está embutida
na esfera social, uma vez que a hegemonia da norma gramatical, atrelada ao certo e errado
é uma das grandes responsáveis por esse problema social. Dentro da Lingüística, podemos
estudar a sociolinguística, que é a junção da língua falada inserida com o contexto social.
Resumindo, é o estudo das relações entre a língua e a sociedade (ALKMIN, 2011 p.28).
Atualmente, já se entende que há uma variedade linguística e que podemos encontrar isto
apenas indo em diferentes bairros de uma mesma cidade, tendo o conhecimento também
que não existe um indivíduo se quer que fale da mesma maneira que o outro, porque
suas vivências e o motivo da sua oralização mudam de indivíduo para indivíduo.
Assim, afirma Bagno (1999): “O preconceito linguístico está ligado, em boa
medida à confusão que foi criada, no curso de história, entre língua e gramática
normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão.” Uma receita de bolo não
é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo.
Também a gramática não é a língua. A língua é enorme iceberg flutuando no mar do
tempo e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível
dele, a chamada norma Culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas é
parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a
todo resto da língua – afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas um quinto
de do seu volume total. “Mas é essa aplicação autoritária, intolerante e repressiva que
impera na ideologia gerada pelo preconceito lingüístico.” (BAGNO, 1999, p.9-10)

4. A ESCOLA E O PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Quando relacionamos questões de linguagem, as considerações pelas variedades


linguísticas e o preconceito linguístico, o que temos é uma escola interessada em
reproduzir os interesses das classes, é um ensino de língua portuguesa trabalhando apenas
com o ensino da norma padrão, considerando outras variedades, simplesmente, como
erradas. As crianças da classe social de baixa renda onde se tem uma linguagem social já
introduzida, serão consideradas como às crianças que estão falando errado, já as crianças
de classe alta onde a norma padrão é conhecida e falada, terão menos problemas porque
já se usa a norma padrão de linguagem. Essa crença se confirma com o sistema
educacional, reforçando que ela realmente não sabe falar corretamente e que tem que
aprender. Como se isso realmente pudesse suprir todas as necessidades que essa criança
tem para passar a dominar as outras variantes que são requeridas socialmente, para sua
luta por melhores condições de vida. Quando a escola não olha para a variedade
linguística dos alunos como uma identidade que deve ser respeitada e não simplesmente
considerada um erro, está apenas reproduzindo e não transformando à sociedade. Por isso
as variações da língua devem ser respeitadas dentro e fora da escola.
Como citado acima, o preconceito linguístico está ligado às normas gramaticais.
Com esse fato, se concretiza o desmerecimento da diversidade linguística, que é plural na
esfera brasileira. Com isso, ressalta Bagno:
“É preciso, portanto, que a escola e todas as demais instituições voltadas à
educação e à cultura abandonem esse mito da “unidade” do português no Brasil
e passem a reconhecer a verdadeira diversidade linguística de nosso país para
melhor planejarem suas políticas de ação junto à população amplamente
marginalizada dos falantes das variedades não padrão. O reconhecimento da
existência de muitas normas linguísticas é fundamental para que o ensino em
nossas escolas seja consequente com o fato comprovado de que a norma
linguística ensinada em sala de aula é em muitas situações, uma “língua
estrangeira” para o aluno que chega à escola proveniente de ambientes sociais
onde a norma linguística empregada no quotidiano é uma variedade de
português não padrão” (BAGNO, 1999, pp.18-19).

Sabemos que a língua está em sua plena mudança com o passar do tempo e com ela
vai surgindo novas formas de se comunicar. A principal seguidora dessa imposição vocabular
é a escola. Pois, logo com o início da alfabetização da criança, que ainda nem desenvolveu o
seu modo de se expressar, já é ensinado formas de falar de acordo com a norma culta. O erro
cometido pela escola, em querer modificar traços tão pessoais da criança, será que através
desse meio de ensino, a criança não conseguirá perceber os vários tipos de linguagem,
discriminando assim, a pessoa que não utilizar o mesmo vocabulário que o seu e com isso,
dará início ao preconceito linguístico. A comunicação entre aluno e professor tornou-se um
fato de pouca intimidade porque ocorrem situações em que os estudantes são inibidos de se
expressarem e é onde acontece, o bloqueio da vontade de ter uma interação. A participação
ativa do aluno, durante as aulas, não é só necessária como possui extrema importância no seu
desenvolvimento intelectual. Isso nos leva a uma reflexão perante a atual situação
educacional, pois é grande a carência de envolvimento comunicativo entre os estudantes e
seus professores. Onde em uma sociedade com diferentes níveis econômicos, são visíveis
principalmente na educação devido à falta de verba ou para a maneira de falar. O exemplo
disso é o constrangimento sofrido por esses jovens, “executados” pelo próprio professor, que
apóia o que é imposto pela sociedade, onde a mesma diz que só o professor possui uma
linguagem perfeita (correta), desconsiderando a participação oral do estudante.

Como já mencionado, a classe alta se acha detentora de um nível educacional


superior, ou seja, um nível mais capacitado de adquirir conhecimento. Mesmo existindo
esse desigual acesso ao conhecimento, atitudes produtivas por parte dos professores
podem e devem ajudar ou minimizar essa situação. As metodologias a serem adotadas por
esses profissionais em sala de aula podem ser repensadas. O uso da linguagem, por parte
dos estudantes, necessita de orientações sinalizadoras para o seu correto uso. Com isso, o
papel do professor é de muita importância para guiá-los. Os professores precisam
trabalhar essa questão durante as aulas de língua portuguesa, primeiramente é informando
aos alunos que não existe o falar certo, mas sim as várias situações em que irão adequar a
linguagem a ser utilizada. A escola por muitas vezes tenta impor ao falante uma variante
da língua, entretanto, acaba esquecendo que quando se trata de padronização de uma
língua, essa padronização não deve ser voltada à oralidade, mas sim a escrita e a língua
escrita deve sim, ser aprendida de forma crucial na escola. Não pode a escola pensar em
mudar a questão da oralidade, pois a língua é cheia de variações, de tal modo que a
mesma é influenciada por inúmeros fatores, tais como: situação cultura, socioeconômica,
grau de escolarização, faixa etária, região geográfica dentre vários outros fatores. Isso
acontece por conta do país ser um país miscigenado, ou seja, rico em diversas variações
lingüísticas, porém, temos a consciência dessa miscigenação, entretanto, não temos a
consciência da existência da variação lingüística e é a ausência deste conhecimento que
leva ao preconceito, com isso, alguns problemas são gerados dentro da escola devido ao
preconceito, o que acaba afetando aos alunos durante o processo de aprendizagem. De que
forma os mesmos são afetados? Alguns acabam sendo excluídos de algumas atividades
dentro do ambiente escolar, por conta disso, acabam pensando que não tem o domínio da
língua falada por eles mesmos, podendo criar o complexo de inferioridade.

Por isso, às escolas e demais instituições de educação e cultura, devem


reconhecer essa miscigenação no país, reconhecer às diversidades lingüísticas e as
condições de cada aluno, abandonando de vez, o mito de pensar que há uma unidade do
português brasileiro, desta forma é possível que se planeje algumas políticas de ação,
junto à população discriminada e excluída pela elite, dominando assim, as habilidades
de leitura e escrita de cada aluno.

5. OS MITOS GERADORES DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Existem alguns mitos que vão ser causadores do preconceito lingüístico, antes de
iniciar quem idealizou esses mitos foi o lingüista Carlos Bagno, onde o mesmo diz que o
preconceito lingüístico, é muito visto e fica claro algumas afirmações, que já fazem parte
da imagem, sendo essa negativa que o brasileiro tem consigo mesmo referente à sua
língua, isso irá fazer com que o indivíduo, tenha um sentimento de estranhamento para
consigo mesmo e para com a sua própria língua. Vejamos um pouco dos mitos
apresentados:

1. “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente.” o


mito acima é o mais sério de todos, pois faz as pessoas acreditarem que existe uma
única linguística. Embora a língua falada e adotada para que seja o idioma oficial
pela nação brasileira, seja a Língua Portuguesa, com ela apresenta um alto grau de
diversidade e de variabilidade por conta à grande dimensão territorial e por ter
uma grande injustiça social. Nada mais uma língua viva e que o seu povo que faz e
a transforma. Uma homogeneidade, diante dadas circunstâncias, não pode ser
garantida.
2. “O brasileiro não sabe português só em Portugal se fala bem o português.” Com
isso, uma raça não é pura, não se pode falar que uma língua é pura. O brasileiro
em si fala bem o português, o que acontece é que o português do Brasil é diferente
de Portugal. Existe um mito que só sabe falar a Língua Portuguesa quem segue a
gramática normativa, porém existe uma gramática internalizada. Por exemplo, as
pessoas falam “Os pássaros voam alto” e não “Pássaros alto os voam”.
3. “O português é muito difícil”. Se essa afirmação fosse verdadeira, o povo
brasileiro seria o mais inteligente do mundo, pois aprendemos à falar a Língua
Portuguesa com menos de dois anos e até os quatro anos, já se fala tudo. Claro que
a Língua Portuguesa é a nossa língua materna, o que acontece, é que a ênfase
dada à gramática normativa é tão grande que se acha que só sabe falar e escrever
quem conhece a norma culta.
4. “As pessoas sem instrução falam tudo errado.” O quarto mito, é bem interessante
de tabela, já desmistifica o sexto e último mito, onde podemos ver que existe uma
grande diferença entre a fala e a escrita, vendo que:

“A língua falada está extremamente ligada ao contexto imediato e


possui valiosos recursos de produção. A entonação da voz, a expressão facial do
falante, as expressões demonstradas pelo ouvinte, como os gestos e a postura,
fazem parte do elenco de recursos que possuem o falante e o ouvinte na
produção do discurso oral. Ao mesmo tempo que a língua oral se beneficia de
recursos e estratégias localmente disponíveis e avaliáveis, ela não é vantajosa
no que diz respeito à grande exposição de sentimentos dos falantes e de seu
interlocutor, que quase influenciam mutuamente na construção do discurso”
(Freitas, 1996, p. 50).

E a língua escrita que vai preservar mais a imagem do escritos, dada a


possibilidade da utilização dos recursos da escrita para adequar a linguagem.

“A língua escrita, ao contrário, possui recursos de produção que


preservam a face do escritor. A distância existente entre ele e seu leitor
possibilita a oportunidade de monitorar mais suas palavras, podendo voltar
várias vezes ao texto, consultar livros e dicionários, fazer pausas, discorrer
sobre um tema sem ser interrompido e usufruir de todo o conforto que essa
distância de tempo e espaço existente entre ambos, escritor e leitor, pode
proporcionar” (Freitas, 1996, p. 50).

5. “O lugar onde melhor se fala o português no Brasil é o maranhão.” Já o quinto


mito é defendido pelos que na região pertencem com a questão de que o Maranhão
utiliza a forma pronominal “Tu” com as terminações em S, e na segunda pessoa,
entretanto não existe uma fundamentação e embasamento lingüístico para isso.

6. “É certo falar assim, porque se escreve assim.” Já o sexto mito, foi desmistificado
pelo quarto, vendo que existe uma diferença entre escrita e fala. Visto isso, temos
uma elite querendo impor sobre os povos de menores renda uma a questão da
necessidade do domínio da variedade padrão de uma língua, de modo que os
povos que mais sofrem com o preconceito lingüístico, são os falantes de baixo ou
nenhum prestígio social; esses traços são rejeitados, ridicularizados e evitados por
todos os cidadãos da classe burguesa, que tem uma idéia ilusória de serem os
mesmos os portadores da língua “certa”.

6. PROJETO DE INTERVENÇÃO – APRESENTANDO REGIONALIDADES

Sabemos que muitas vezes não se tem a preocupação com a questão do


preconceito da língua, e que muitas vezes não se é abordado dentro das instituições
escolares, trata-se apenas da norma padrão da língua, portanto, quando não se aborda tal
questão no ensino fundamental I com as crianças dos 1° anos aos 6° anos, com idades
entre 07 aos 11 anos, o (a) professor (a) poderá se deparar com crianças que estão à
caminho do fundamental II e que irão passar por um acúmulo de matérias e por fim não
irão preocupar com essa questão, podendo por muitas vezes debochar de outras pessoas
que tem variação ou sotaque regional na fala. Com essa questão podemos ver uma
situação clara de preconceito lingüístico, porém, que por muitas vezes não se é
considerado preconceito e sim uma “brincadeira”, essa expressão acontece justamente,
por conta de não se ter tido uma abordagem nos anos iniciais. Vale ressaltar que ao
passar dos anos é mais difícil de abordar tal problemática, pois, a idéia de preconceito
pode estar empregada e se tornar um idéia convicta de um determinado sujeito, mas não é
algo impossível.
Neste caso poderíamos pensar em um método para essa abordagem, método aqui
seria a capacidade do (a) professor (a) em idealizar um projeto para a realização no
colégio referente a uma problemática, neste caso o combate ao preconceito lingüístico,
após definir o seu público, como neste o ensino fundamental II, agora é a hora de pensar
na metodologia. Já tendo-a em vista, cabe ao (a) professor (a), idealizar uma forma de
tratativa para tal problemática, como no fundamental II são crianças maiores, não se é
possível usar de atividades tão lúdicas, e pedir para que os alunos interajam de forma
intensa, pois por nunca terem abordado tal tratativa, a primeiro momento alguns podem
ter receio com a temática, portanto, um ideal seria antes de mais nada o professor
apresentar o problema aos alunos, explicar sobre a diversidade de culturas, raças e crenças
no Brasil, depois apresentar um pouco de cada coisa de acordo com cada região e
posteriormente explicar o preconceito da língua. Ao término, apresentar uma música de
cada região, dividir os alunos em grupo e realizar uma atividade de decodificação do
texto, onde os mesmos separariam as palavras nas quais não conheciam e posteriormente,
transcreveriam a música de acordo com a maneira na qual falam em sua determinada
região. Quando terminarem, os alunos teriam de apresentar a maneira que tinha ficado a
música, depois os alunos em grupo deveria montar um seminário,

explicando o que entenderam sobre preconceito lingüístico, formas de evitá-lo e a


variação lingüística de qual região geográfica gostaram mais e apresentarem a classe.

6.1. Regiões a Serem Trabalhadas


Com o intuito de abordar algumas localidades brasileiras, este tópico é definir qual
a região, o artista escolhido, um pouco da vida do mesmo e o destaque de alguma música
do artista para que os alunos possam trabalhar.

6.2. Região Nordeste

A região nordeste é composta pelos seguintes estados; Maranhão, Piauí, Ceará,


Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Tal região
preenche mais de 18% do território brasileiro, o nordeste é composto por zona de mata
contando com um clima tropical, o meio norte que contém a mata dos cocais, tendo o
clima úmido, o agreste, onde é conhecido por caatinga, região essa composta pela junção
do clima tropical e úmido, o sertão, é essa a maior região do nordeste perante as outras,
contendo um clima semiárido com temperaturas elevadas. Por conta da limitação à água,
às plantas desta região tem de serem bem resistentes ao solo seco. A cultura do nordeste é
muito rica e tem um berço cultural extremamente variado, pois existe uma variação das
influencias, portuguesas, indígenas e dos negros. No quesito literatura, temos renomados
nomes como; João Cabral de Melo Neto, escritor do livro “Morte e Vida Severina” e
Ariano Suassuna, autor da obra “O Auto da Compadecida”. Vale lembrar que ainda existe
a literatura de cordel. Já no quesito musical, conta com alguns ritmos como o axé, forró,
xaxado, samba de roda, o frevo e o baião. E é falando em baião, que destaca-se Luiz
Gonzaga, E para analisar um pouco de sua música, abaixo vemos um dos clássicos do Rei
do Baião.

Música Assum Preto


Link de Acesso https://youtu.be/g2nbs-wPNmA

Trecho da Música Original Trecho da Música Convertido


Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em Tudo em volta é só beleza
frô Sol de abril e a mata em flor
Mas Assum Preto, cego dos óio Mas Assum Preto, (pássaro da cor preta) cego dos olhos
Num vendo a luz, ai, canta de dor Não vendo a luz, ai, canta de dor
Mas Assum Preto, cego dos óio Talvez por ignorância
Num vendo a luz, ai, canta de dor Ou maldade das piores
Tarvez por ignorança Furaram os olhos de Assum Preto
Ou mardade das pió Pra ele assim, ai, cantar melhor
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá mió

6.3. Região Sul

A região sul é composta pelos seguintes estados; Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Tal região é a menor do país, o sul é muito conhecido pela indústria do
vinho e pelo turismo nas cidades de Gramado e Canela, as mesmas recebem muitas visitas
por conta da povoação de imigrantes europeus. Nesta região destaca-se a campanha
gaúcha ou popularmente conhecida por pampas, no litoral gaúcho existe a vegetação
costeira de restingas, mangues e até mesmo praias, um ponto muito bonito para ser
apreciado é a cascata do caracol, localizada na cidade de Canela no Rio Grande do Sul.
A cultura do sul é muito influenciada pela cultura européia, muitas características
podem ser vistas na culinária, na arquitetura e em algumas festas típicas da região, a mais
conhecida popularmente que acontece na cidade de Floripa é a Oktoberfest. Dentro da
culinária podemos ver a polenta e a ministra italiana, um tipo de salada italiana. No
quesito dança, temos o fandango, estilo de dança similar a valsa e que utiliza de pandeiros
e violas. Já no quesito música, temos a milonga, chula, pezinho, vaneirão e o galponeiro.
E é falando em galponeiro, que destaca-se o grande Antônio César Pereira2 E para analisar
um pouco de sua música, abaixo vemos um de seus clássicos.

Música Do Fundo da Grota


Link de Acesso https://youtu.be/EtTbS-KdcrE
Trecho da Música Original Trecho da Música Convertido
Quando ronca a estrela D'alva
Quando ronca a estrela D´alva (Planeta Vênus)
Aquento a chaleira
Esquento a chaleira
Já quase no clariá o dia
Já quase no clarear do dia
Meu pingo de arreio
meu pingo de arreio (cavalo principal)
Relincha na estrevaria
Relincha na estrebaria
Enquanto uma saracura
Enquanto uma saracura (pássaro)
Vai cantando empulerada
Vai cantando em cima de algo

6.4. Partilha e Apresentação

No primeiro momento os alunos tiveram contato com a idéia do que é o


preconceito lingüístico, já no segundo os mesmos tiveram um contato forte com 03
regiões do Brasil e realizaram a decodificação do mesmo, e reescreveram a música na
qual receberam na linguagem da região na qual estão, agora os alunos terão de apresentar
ao (a) professor (ar) o que grifaram nas músicas, o que eles pensaram com essas palavras
no primeiro momento em que tiveram contato, o que acharam da região e apresentar como
ficou a música.

Agora após a explicação e a atividade, para deixar bem clara a idéia de preconceito
lingüístico os alunos terão de se reunir em grupo, e juntos montarem uma explicação do
que entenderam por preconceito, o que pode acabar passando despercebido em relação ao
preconceito da língua e se já presenciaram algum tipo de preconceito, se sim, qual e
onde. Para finalizar devem os alunos pensar em uma maneira de prevenção ao preconceito
lingüístico, uma forma de conscientizarem os demais colegas e em uma forma de evitarem
o preconceito, após isso apresentar o seminário para a turma toda.

Com a idéia de colocar os alunos para entenderem, realizarem atividades e a


conscientização dos próprios amigos, motiva aos alunos, quererem cada vez mais a ajudar
aos demais e não praticarem o preconceito, compreendendo a idéia e colocando em
prática, os mesmos podem levar a idéia bem além do ambiente escolar, mas para o
ambiente familiar, onde pode simplesmente conscientizar e plantar em alguns casos a
primeira semente e fazer a mesma germinar, fazendo com que os familiares mudem, isso
pode se entender entre amigos e demais locais. A verdade é que é preciso conscientizar,
mas fazer isso de forma consciente, de forma lenta e gradativa, buscar a mudança aos
poucos, e mostrar que pode-se chegar muito longe, respeitando e amando ao próximo e
que ele pode sim ser diferente, mas é um ser humano igual aos demais, e quem tem
capacidades, dificuldades, mas muito potencial. É importante que as classes mais baixas
lutem, mostrando a classe mais rica que os menos afortunados e favorecidos, podem
chegar lá, e alcançar os seus objetivos, nem que seja com muita luta, mas que aquele (a)
menino (a) da periferia, chegou onde almejava e como dizem as pessoas mais idosas e
mais simples de pouco estudo.

- “Virou, Doutô.” (Se tornou um doutor).

CONCLUSÃO

Conclui-se que o preconceito lingüístico no Brasil, é mais ligado à classe social de


uma pessoa, um país onde trabalha-se muito, ganha-se pouco e paga-se muito para
viver, como se não fosse o bastante ter uma vida sofrida no quesito financeiro e
desmerecimento por ser negro, mulher ou de uma comunidade LGBT, ainda existe o
preconceito lingüístico, mesmo com a miscigenação grandiosa que existe no país não
consegue-se frear as práticas de discriminação praticadas por conta do preconceito.

Com isso, nas graduações atuais de algumas universidades, professores (as) tem
sido instruídos a trabalharem o tema de preconceito da língua com seus alunos que serão
professores do amanhã, esses terão o dever de tentarem abordar nos ensinos primários o
quesito de preconceito da língua, seja nos anos iniciais do fundamental I ou do
fundamental II, mostrando aos alunos a importância de tal aprendizado, apresentado que
cada pessoa é diferente, que temos culturas diferentes e na língua não seria diferente. É
importante que se trabalhe isso na educação primaria onde a criança já cresce com a idéia
que falar diferente não é errado e que não feio, mas que ela aprenda que todos são
diferentes, porém, iguais e que o respeito deve prevalecer.

Cada vez mais tem de ser colocada em prática a idéia de que a escola não um
ambiente de julgamento, como já citado nesta revisão bibliográfica, mas sim, um
ambiente de acolhimento, de compreensão dos alunos, de suas condições sociais e da
forma e motivo pelo qual utilizam, de determinado modo de fala, com isso, cabe à escola
ensinar sim a linguagem padrão, fazendo com que os mesmos aprendam as características
a escrita e da leitura de acordo com a norma ortográfica, mas não que eles sejam julgados
pela forma na qual falam, pelo contrário, serem acolhidos, no fim desta revisão
bibliográfica, foi apresentado um projeto de intervenção para ser aplicado nos anos do
fundamental II, afim de sanar desde os inícios os indícios de preconceito, com isto, além
de entenderem a problemática, seria possível aos alunos conhecerem as diversas regiões e
culturas pelo Brasil. Portanto, cabe aos docentes, terem cada vez mais amor a sua
profissão e ao seu trabalho, fazendo com que seja possível, instruir cada vez mais os
alunos com amor e com verdade em sua profissão, fazendo com que os alunos sejam
capazes de conhecer aquilo que passam e aquilo no qual os órgãos públicos não se
preocupam em arrumar, fechando os olhos para tais problemáticas, tornando assim,
futuros cidadãos conscientes que irão cobrar das políticas publicas deste país mais tarde.

REFERÊNCIAS

SILVA, Laudicéia. “A ORIGEM DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO”, Disponível em:


https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/16/24/aorigemdopreconceitolingustico#:~:text=Uma
%20an%C3%A1lise%20superficial%20do%20termo%20preconceito%20lingu%C3%ADstico
%20sugere,intera%C3%A7%C3%A3o%20verbal%20entre%20um%20escritor%2Ffalante%20com
%20um%20lei tor%2Fouvinte. | Educação Pública, Acessado em: 08/11/2021.

RIQUE, Itamara. “PRECONCEITO LINGUÍSTICO: SOCIEDADE, ESCOLA E O ENSINO


DE PORTUGUÊS”, Disponível em:
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1503/1/PDF%20-%20Itamara%20Jamilly
%20Cavalcante%20Rique.pdf. | UEPB, Acessado em: 08/11/2021.

BAGNO, Carlos “O PRECONCEITO LINGUÍSTICO”, Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v= | PNAIC UFSCAR, Acessado em: 08/11/2021.

MARTINS, Maridelma “PRECONCEITO LINGUÍSTICO: ORIGEM NA SOCIEDADE;


TÉRMINO NA ESCOLA”, Disponível em:
https://doaj.org/article/b4e6dfe82918461cac0bc5c02725cc68. | Revista Observatório, Acessado em:
08/11/2021.
SANTOS; SANTANA, SANTANA. “A VARIAÇÃO LINGUISTICA E O PRECONCEITO
LINGUISTICO NO AMBITO ESCOLAR”, Disponível em:
https://eventos.set.edu.br/enfope/article/viewFile/1238/279. Acessado em: 08/11/2021.

“A REGIÃO NORDESTE”, Disponível em: https://www.Região Nordeste - Geografia Enem |


Educa Mais Brasil, Acessado em 02/10/2021.

“A REGIÃO SUL”, Disponível em: https://www.Região Sul - Geografia Enem | Educa Mais Brasil
, Acessado em 02/10/2021.

Você também pode gostar