Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO2
A teologia da libertação pode ser denominada como uma corrente sócio-eclesial, essa surge
dentro da Igreja Católica, nos anos de 1960, tal movimento, preocupa-se com as questões
sociais da humanidade e visam a luta pelos direitos dos mesmos, afim de que a população
mais pobre tenha acesso as coisas nas quais as outras pessoas conseguem ter. Segundo seus
membros a premissa inicial-motora é a de que o evangelho (escrituras bíblicas), tem uma
preferência pelos pobres e para que seja possível desempenhar esse “atendimento” dos
teólogos liberais ao povo, os mesmos devem estar presentes em contextos das ciências
humanas e sociais. No século XX, o mundo enfrentava de certa forma um contexto
problemático e caótico, onde se tinha uma boa parte da população sofrendo de desemprego,
fome, violências e algumas doenças. No Brasil, autoridades temiam a ascensão do comunismo
com isso, estabelece-se uma nova fonte de promover a “ordem e a paz” um “controle” e
“combate” ao comunismo, ascende-se então em 01 de abril de 1964 a ditadura militar,
movimento este que dizia promover a ordem a paz e o progresso, livres dos ideais comunistas,
entretanto, a forma na qual farão para que o mesmo seja combatido, não seria a forma mais
amigável. Com isso, diversos grupos opuseram-se, um deles, a Teologia da Libertação, onde a
mesma conta com padres liberais, jovens e até mesmo alguns bispos que contrariam nesta
época decisões da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB). A presente pesquisa
tem como objetivo, portanto, compreender sobre a Teologia da Libertação e o seu
envolvimento com a Ditadura Militar.
1
Licenciando em Pedagogia pelo Centro Universitário do Sagrado Coração Bauru-SP.
2
Trabalho Orientado Pelo Professor Dr. Roger Carvalho.
1. A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
O Concílio Vaticano II, iniciado pelo Sumo Pontífice Papa João XXIII, é
considerado um dos maiores eventos da Igreja Católica no século XX, seu objetivo foi a
modernização da Igreja, com o intuito de aproximar mais pessoas para a igreja e de resgatar
os que dela estavam se distanciando. Durante o evento, foi-se discutido com bispos e padres
do mundo inteiro, inclusive o bispo da Diocese de Bauru, Dom Vicente Ãngelo Marchetti
Zioni. A primeira sessão do mesmo se deus em 11 de outubro de 1962 pelo Papa João XXIII,
mas 08 meses depois o mesmo veio a falecer, onde por certa vez gerou um momento de crise
dentro da igreja, pois o concílio teve de ser interrompido para a eleição entre os cardeais de
um novo bispo de Roma. No fim da tarde do dia 21 de junho de 1963, na janela papal, é feito
o anúncio:
Latim:
- Annuntio Vobis Gaudim Magnun, Habemus Papam:
- Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, Dominum Battista Giovanni, Sanctae
Romanae Ecclesiae Cardinali Montini, Qui sibi nomen imposuit Paulum Sextum.
Português:
- Anuncio-vos com grande alegria, temos um Papa:
- O Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor, Senhor Battista Giovanni, Cardeal da Santa
Igreja Romana Montini, Que impôs o nome de Paulo Sexto.
Um dos seus primeiros atos ao assumir o pontificado, quis dar sequência no Concílio
já iniciado por João XXIII, onde reabre o mesmo em 29 de setembro de 1964, onde o mesmo
estendeu-se até 08 de dezembro do ano de 1965, onde encerra-se as excomunhões feitas entre
a igreja do ocidente e do oriente. Durante o evento, foi-se discutida por intermédio de
documentos a missão da igreja e a identidade que ela deve tomar (Lumen Gentium), Liturgia
(Sacrosanctum Concilium), Igreja pelo Mundo (Gaudim Et Spes), Ecumenismo (Unitatis
Redintegratio), Missão da Igreja (Ad Gentes), Meios de Comunicação Social (Inter
Mirifica).
Vale lembrar que antes o concílio as missas eram celebradas no formato
extraordinário, o padre ficava no sentido Versus Orientem, ou seja, o padre ficava de costas
para o povo, pois na verdade todos estavam na mesma direção, essa ideia de oriente se dá pois
todos estariam voltados ao sol nascente que seria Cristo, o verdadeiro sol e o idioma utilizado
pelos presbíteros era o latim. Mas com o Concílio Vaticano II, as missas passam a serem
celebradas Versus Populum, ou seja, o sacerdote de frente para o povo, com o sentido
teológico de que tanto o padre quanto o povo, caminham juntos para o mesmo caminho, estão
caminhando rumo ao Cristo que avança e vem ao seu encontro, neste formato, a missa já não
é mais celebrada em latim, mas sim na língua vernácula de cada país, afim de que todos
possam participar da missa intensamente, se diferenciando do rito extraordinário onde as
mulheres durante a missa tinham de rezar o terço justamente por não entenderem o que se era
dito. Outra modificação foram os altar-mor, todas as igrejas agora deveriam ter um altar ao
centro do presbitério, onde possibilita-se o padre ficar atrás e o povo de frente ao mesmo,
como é nos dias atuais. Outra mudança foi a dispensa da obrigatoriedade da batina, desde que
o sacerdote utilize ou do colarinho romano ou do clergyman e um broche com uma cruz.
Claramente não foram todos os padres e bispos que gostaram das mudanças
propostas pelo Concílio Vaticano II, por conta disso, muitos deixaram o ministério sacerdotal,
outros celebravam apenas em suas paróquias ainda no formato antigo, porém, com o passar do
tempo, alguns foram aceitando3 e vendo que era melhor acolher mesmo ao povo com sua
língua local.
3. O GOLPE MILITAR
O Segundo grande evento influenciador do envolvimento claro dos padres para com
o seu povo foi o golpe militar de 01 de abril de 1964,
3
Essas flexibilidades dadas por intermédio do Concílio, foram um dos fatores dos padres da Teologia da
Libertação irem cada vez mais rumo ao seu povo e compreendê-los.
REFERÊNCIAS:
VATICANO. “BIOGRAFIA DE PAULO VI”. Disponível em: Biografia de Sua Santidade Paulo VI
| Paulo VI (vatican.va) Acessado em: 15/12/2021.