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Sociologia

Estratificação social e Mobilidade social

Teoria

Estratificação social
O termo estratificação origina-se da palavra estrato, que significa camadas. Por sua vez, a expressão
estratificação social designa o ato de distribuir em camadas pessoas ou grupos de forma hierárquica, de
acordo com suas situações financeiras, relações de poder (quem manda ou é mandado) ou mesmo de suas
responsabilidades profissionais dentro da sociedade. É importante salientar, que nas sociedades capitalistas
contemporâneas a posição ocupada pelos indivíduos é, em grande medida, determinada pelo quanto eles
possuem, pois, na maioria dos casos, o poder está nas mãos de quem tem dinheiro e as profissões mais bem
remuneradas são exercidas por pessoas que conseguiram ter uma boa formação educacional. Já por
mobilidade social compreende-se a possibilidade de um indivíduo ascender ou descender de uma
determinada camada social, como por exemplo, um pobre tornar-se rico ou um rico torna-se pobre. No
entanto, como veremos, nem todo tipo de estratificação permite a mobilidade social.

Assim, o conceito sociológico de estratificação social é utilizado para compreender a classificação de


indivíduos ou grupos a partir de condições socioeconômicas. A estratificação expressa a configuração social
em hierarquias formadas a partir da desigualdade social. Pela estratificação social tentamos compreende
porque um dado grupo de indivíduos tem acesso à bens e privilégios na sociedade e outros não.

Características da estratificação social


Acredita-se que a estratificação social é resultado da divisão social do trabalho, motivo pelo qual sociedades
tradicionais de povos originários apresentam estratificação e desigualdade virtualmente nula, já que essas
não apresentam divisão do trabalho. Apesar disso, não se acredita que haja qualquer grupo social organizado
possa ser plano, com todos os membros gozando de igualdade. Todo grupo social é estratificado.

As sociedades modernas ocidentais, principalmente as dos séculos XIX e XX têm características bem
definidas, sendo elas generalidade e variação; desigualdade no acesso a recursos materiais e simbólicos,
intergeracionalidade, intrinsecamente social e não limitada a diferença entre os indivíduos.

Diferentes autores na história consideraram diferentes fatores para a formação da estratificação social. De
modo geral, a estratificação que é amplamente usada para análises sociológicas e até por órgãos
governamentais é uma mistura dessas propostas. Desses autores podemos destacar Marx, Weber e
Bourdieu. É comum que as sociedades sejam divididas em classe alta, média e baixa, com subdivisões como
acesso a instrução e ocupação profissional.

Segundo Marx, a divisão da sociedade em classes não está ligada a renda (apesar de essa ser determinante
no modo de vida que o indivíduo levará) e sim à posição que o indivíduo ocupa nas relações de produção. Se
o indivíduo detém o controle dos meios de produção ele é burguês, se o indivíduo tem que vender sua força
de trabalho para sobreviver ele é proletário. É comum que esse ponto gere uma confusão, pois há muitos
proletários com acesso a grandes quantias em dinheiro e muitos burgueses em condições similares a
proletários médios. Ocorre que Marx também diferenciou subclasses pela sua importância histórica. Para ele,
a burguesia e o proletário são as classes com relevância dialética. Entretanto, dentro dessas classes há a
pequena burguesia - proprietários de meios de produção de pequeno alcance que vivem em condições

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próximas a proletários e que não têm condições de desafiar o poder da burguesia – e o lumpemproletariado
– que Marx considerou a parcela do proletário degradada (mendigos, prostitutas, vigaristas, etc.).

Já para Weber a estratificação depende não só do fator financeiro, como também do prestígio e poder. Assim
Weber mobiliza as esferas da política, da cultura e da economia para estabelecer uma complexa relação entre
atributos que posicionarão o indivíduo na hierarquia social, ressaltando que cada momento histórico tem sua
dinâmica própria nessa relação, privilegiando um aspecto sobre outro. No capitalismo moderno o dinheiro
expressa maior relevância, mas no Antigo Regime o prestígio era mais importante.

Outro pensador a formular uma notável análise sobre a estratificação social é Bourdieu. Segundo ele, além de
capital financeiro, os indivíduos possuem outros ativos sociais, elementos que podem ser usados nas
relações sociais. Esses capitais são o capital cultural (que envolve formação, instrução e outros
conhecimentos considerados socialmente relevantes), capital social (que é representado pela rede de
pessoas que o indivíduo pode mobilizar para alcançar algum objetivo) e capital simbólico (que representa a
efetiva utilização desses capitais no interior do campo simbólico, ou seja, quando os capitais que o indivíduo
possui são valorizados num determinado campo). Sendo assim, nas sociedades modernas, a estratificação
social pode ser analisadas de múltiplas perspectivas, sendo, obviamente, o aspecto financeiro o mais
relevante.

Tipos de estratificação
Existem três tipos de estratificação social, a saber: por castas, por
estamento e por classes sociais. Alguns autores discutem a
possibilidade de estabelecimento de uma quarta forma de
estratificação, a de sociedades escravagistas, defendendo que esta
tem características peculiares como dispor de um indivíduo como
propriedade, constituindo a forma mais radical de desigualdade. A
escravidão é um sistema fechado que não oferece nenhuma
mobilidade entre os estratos. É um dos modelos econômicos mais
antigos da humanidade. Nele um indivíduo é igualado a uma coisa
e passa a ser propriedade de outro.

Na estratificação por castas, comum à sociedade tradicional hindu, as camadas sociais estão ligadas a
determinadas funções no interior da sociedade e a mobilidade social é impossível, pois o pertencimento a
uma casta é determinado pela família da qual se é membro. Na Índia antiga, por exemplo, os brâmanes
constituíam a casta mais elevada, responsável pelas funções sacerdotais; por sua vez, imediatamente abaixo
deles, estavam os xátrias, que compunham o grupo dos guerreiros. Ora, no
sistema de castas não há qualquer tipo de mobilidade social, pois a
transferência de casta é proibida e um indivíduo só pode se casar com
outro indivíduo da mesma casta. Assim, um brâmane jamais poderia
abdicar de suas funções sacerdotais ou ser casada com um xátria.

Na estratificação por estamentos, comum à Idade Média feudal, as


camadas da sociedade permanecem sendo associadas a certas funções
sociais, porém, neste tipo de estratificação já existe algum tipo de
mobilidade social, ainda que difícil. Na Europa medieval, por exemplo,
cabia ao clero rezar pela sociedade, à nobreza proteger a sociedade e, aos
servos, trabalhar pela subsistência da sociedade. No entanto, havia

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alguma chance de mobilidade social através da vida religiosa: um


camponês, por exemplo, poderia ser ordenado padre e alguns chegaram
até mesmo a serem bispos.

Já a estratificação por classes é a existente em nossa sociedade. Nela, a


divisão social por camadas deixa de estar tão associada às funções
sociais exercidas para estar mais ligada ao poder econômico do indivíduo.
Enquanto, no regime de castas, mesmo que um xátria fosse mais rico que
um brâmane, ele permaneceria sendo inferior socialmente, pois sua
função social era vista como inferior. No regime de estamentos, do
mesmo modo, ainda que um burguês fosse mais rico do que um nobre, ele teria menos status socialmente.
No sistema de classes, por sua vez, o que importa é o componente financeiro: os mais ricos compõem a
classe alta, os mais pobres a classe baixa, e os que estão entre ambos, a classe média.

Naturalmente, por isso mesmo, a estratificação por classes é aquela onde a mobilidade social é maior, pois
depende fundamentalmente do dinheiro e não tanto das funções sociais exercidas. No entanto, vale ressaltar
que, para que ocorra mobilidade social dentro de uma sociedade, medidas devem ser tomadas para que se
diminua a desigualdade social, dando oportunidades aos grupos historicamente desfavorecidos.

Mobilidade Social
A mobilidade social é um conceito sociológico que diz respeito à mudança de posição dos indivíduos ou
grupos sociais no âmbito de uma determinada estrutural social hierárquica. A palavra mobilidade é
proveniente do verbo latino movere, que significa deslocar, colocar em movimento. Comumente a mobilidade
social é medida em termos quantitativos, ou seja, traduzida em mudanças de ordem econômica como o
incremento de renda ou mudanças ocupacionais. Também se pode medir a mobilidade pela utilização do
conceito de classe social para analisar a mobilidade social.
É importante observar que a mobilidade social é típica das sociedades modernas, já que outros modelos de
estratificação (como o de castas, estamentos) não permitiam aos indivíduos mudar de posição que era
definida em seu nascimento. A ideia de mobilidade se disseminou com o advento das teorias liberais e sua
influência sobre a formação dos Estados. Isso porque as nações passaram a traçar como meta o
estabelecimento de um regime democrático, baseado no ideal de igualdade, abrindo espaço para a
possiblidade para a noção de ascensão social. Com o estabelecimento de relações de produção mais
estáveis, a ideia de ascensão social foi utilizada muitas vezes como motivadora das classes trabalhadoras.
No liberalismo a narrativa é a de que qualquer indivíduo pode estar no topo da pirâmide, desde que faça por
onde. Mesmo assim observamos que, enquanto a rigidez de modelos de estratificação anteriores se baseava
em justificativas ideológicas, no sistema de classes é a possibilidade de mobilidade social que garante, em
parte, a manutenção da hierarquia social, já que estudos comprovam que o advento de mobilidade social de
caráter radical é extremamente raro.

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A mobilidade social na estrutura social


Entre os pesquisadores não se tem um consenso sobre o nível desejável de mobilidade social. Na verdade a
mobilidade social não é analisada a partir de uma perspectiva valorativa (se é ruim ou bom ter muito
mobilidade social). Uma mobilidade exagerada produziria uma instabilidade social, impedindo a consolidação
de instituições sociais ao passo que pouca mobilidade leva a estagnação social. Nos dois casos pode haver
um processo de anomia social já que instituições sociais teriam dificuldade para se formar ou para dar conta
da adesão dos indivíduos.

Contudo, observa-se uma clara relação entre desigualdade e mobilidade numa proporção inversa. Pesquisas
de 2009 realizadas pelos pesquisadores Wilkinson e Pickett em países desenvolvidos apontaram que os EUA
são um dos líderes em desigualdade social e apresentam um nível de mobilidade social muito baixa. Países
com pouca desigualdade observam maior mobilidade social e menor transferência de vantagens dos pais
para os filhos, estabelecendo condições mais justas para os indivíduos. Além disso, a mobilidade social está
relacionada com regimes políticos abertos. Quanto mais descentralização de poder, maior a mobilidade
social. Países com regimes fechados ou com democracias deficientes apresentam grande índice de
desigualdade e baixo índice de mobilidade e isso aponta para a relação entre concentração de poder e a
concentração de renda.

Outro fator importante a se pontuar é que a mobilidade social é o movimento dos indivíduos na hierarquia
social, ou seja, na estratificação. Disso já sabemos, mas, o que provavelmente está passando desapercebido
é que a mobilidade dependerá de fatores estruturantes da estratificação. Através da interpretação weberiana,
por exemplo, o fluxo entre estratos sociais pode se dar por diferentes fatores, como prestígio e poder, além
de renda. Bourdieu também interpreta as relações sociais como dinamizadas por ativos sociais que são os
diferentes tipos de capitais (social, econômico, cultural e simbólico). Qualquer um desses capitais pode ser
útil no movimento entre os estratos, ressaltando que, para ambos os autores, cada contexto histórico prioriza
um capital em específico.

Padrões de mobilidade
Há dois tipos principais de mobilidade social: Mobilidade social horizontal e mobilidade social vertical. Este
último tipo de mobilidade social, por sua vez, pode ser dividido ainda em mobilidade social ascendente e
mobilidade social descendente.
A mobilidade social horizontal é aquela na qual uma pessoa ou grupo adquire uma certa mobilidade social
sem, no entanto, mudar seu estrato social. Por exemplo: Uma pessoa que ascende socialmente, mas que
continua pertencendo ao mesmo estrato do qual já fazia parte. Nesse caso temos, portanto, uma mobilidade
social horizontal. Por outro lado, a mobilidade social vertical ocorre quando a mudança social é suficiente
para deslocar aquela pessoa ou grupo de pessoas para outro estrato social. Nesse caso, a mobilidade social
pode ser ascendente - quando pessoa ou pessoas ascendem socialmente, ou seja, quando sobem um ou mais
degraus na escala social – ou descendente – quando pessoa ou pessoas descendem socialmente, ou seja,
quando descem um ou mais degraus na escala social.
Essas classificações podem ser observadas sob duas perspectivas, a da mobilidade intergeracional e
intrageracional. Na mobilidade intergeracional é observada a trajetória de indivíduos através de diferentes
gerações, enquanto a mobilidade intrageracional observa o movimento dos indivíduos na hierarquia social
numa única geração. É importante notarmos que quanto mais estratificada é uma sociedade, mais difícil se
torna o processo de mobilidade social. Por exemplo: Na sociedade feudal, que era uma sociedade onde os
papéis sociais eram rigidamente definidos, era impossível a mobilidade social. Nesse sentido, no período
medieval, quem nascia nobre, morreria sendo nobre; quem nascia servo, morreria servo; quem fazia parte do
clero, permaneceria como membro do clero.

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Exercícios

1. Considerando o fenômeno da estratificação social, assinale o que for correto.


(01) Toda forma de estratificação social promove equidade social e, dessa forma, elimina mecanismos
de hierarquização entre os indivíduos.
(02) As castas e os estamentos são formas de estratificação social. O primeiro tem sua expressão
mais acabada na Índia; o segundo, na sociedade feudal.
(04) Uma forma de estratificação típica das sociedades capitalistas é a divisão dos indivíduos em
classes sociais.
(08) Nas castas e nos estamentos, os fatores que garantem a imobilidade dos indivíduos de um grupo
para outro têm relação com o lugar que eles ocupam na produção e no consumo de mercadorias.
(16) Nas sociedades divididas em classes, o acesso à educação e aos bens culturais pode definir o
lugar que os indivíduos ocupam na estratificação social.
Soma: ( )

2. De acordo com Octavio Ianni: “Para melhor compreender o processo de estratificação social, enquanto
processo estrutural, convém partirmos do princípio. Isto é, precisamos compreender que a maneira
pela qual se estratifica uma sociedade depende da maneira pela qual os homens se reproduzem
socialmente”.
IANNI, O. Estrutura e História. In IANNI, Octavio (org). Teorias da Estratificação Social: leitura de sociologia São Paulo: Cia.
Editora Nacional, 1978, p. 11.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre estratificação social, considere as afirmativas a seguir.
I. Os estamentos são formas de estratificação baseadas em categorias socioculturais como
tradição, linhagem, vassalagem, honra e cavalheirismo.
II. As classes sociais são formas de estratificação baseadas em renda, religião, raça e
hereditariedade.
III. As mudanças sociais estruturais ocorrem quando há mudanças significativas na organização da
produção e na divisão social do trabalho.
IV. As castas são formas de estratificação social baseadas na propriedade dos meios de produção e
da força de trabalho.

A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:


a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I, II e IV
e) II, III e IV

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3. Leia o texto a seguir:


“Cada vez mais evidente, a pobreza é estigmatizada, quer pelo caráter de denúncia da falência da
sociedade e do Estado em relação às suas funções junto à população, quer pelo contraste com a
abundância de produtos, quer pelo perigo iminente de convulsão social que para ela aponta. A violência
e a agressividade aumentam, criando um clima de guerra civil nas grandes cidades, onde os índices de
criminalidade são alarmantes. Ao medo e à insegurança, gerados na população, associa-se o
preconceito e uma atitude de discriminação contra as camadas pobres da população, as favelas e os
centros das cidades.”
(COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 2005, p.256-257.)

Considerando o texto acima e os processos de exclusão social no Brasil, é correto afirmar que:
(01) a estigmatização estabelece distinções sociais entre grupos considerados dignos e outros
associados com noções de vergonha, desvio e criminalidade.
(02) a população pobre é a principal responsável pelo crescimento da criminalidade nos centros
urbanos, aliando-se a organizações ilegais e exaltando a “cultura da pobreza” em produções
culturais como o rap ou o hip hop.
(04) o apelo ao consumo, feito pelas campanhas publicitárias veiculadas nos meios de comunicação
de massa, evidencia o contraste entre uma sociedade construída nas propagandas e a situação
de carência e de exclusão de grande parte da população.
(08) a principal causa da pobreza, sobretudo nos centros urbanos, é a carência psicológica, ou seja, o
sentimento de autodesvalorização das populações pobres em relação às ricas.
(16) é possível identificar, no perfil biológico da população de uma determinada cidade, as justificativas
para as condições precárias de sobrevivência de certos grupos sociais.
Soma: ( )

4. A expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. Por estratificação social
entendemos, exceto:
a) A distribuição de indivíduos em grupos e grupos em camadas hierarquicamente superpostas
dentro de uma sociedade.
b) O processo de aquisição é assimilação dos valores, das normas, regras, leis, costumes e as
tradições do grupo humano do qual fazemos parte.
c) Que essa distribuição dos indivíduos se dá pela posição social, a partir das atividades que eles
exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social.
d) Que em determinadas sociedades podemos dizer que as pessoas estão distribuídas pelas
camadas alta (classe A), média (classe B) ou inferior (classe C), que correspondem a graus
diferentes de poder, riqueza e prestígio.
e) Por exemplo, que na sociedade capitalista contemporânea, as posições sociais são determinadas
basicamente pela situação dos indivíduos no desempenho de suas atividades produtivas

5. Disserte sobre o seguinte enunciado: “Se a quantidade de alimento produzido no mundo é suficiente
para suprir as necessidades de todos, o que explica o problema da fome?”

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Gabaritos

1. 02+04+16=22
01 - Incorreto. O contrário, a estratificação é a expressão da desigualdade social
08 - Incorreto. Esse tipo de estratificação é o das classes sociais, que garante alguma mobilidade.
Sistemas de castas e estamentos tem muito pouca ou nenhuma mobilidade exatamente por não estarem
baseados em fatores de produção, mas em questões simbólicas e culturais.

2. B
Somente as afirmações I e III são corretas. Os estamentos são uma forma de estratificação social típica
da Idade Média, quando justamente predominavam relações de vassalagem, honra, tradição, linhagens e
cavalheirismo. A afirmação III também é correta e um exemplo de mudanças significativas na
organização da produção é a revolução socialista.

3. 01+04=05
O processo de exclusão social no Brasil se dá por meio da divisão entre grupos dignos e indignos. Os
primeiros correspondem às classes mais levadas que têm acesso à educação, a uma cultura tida como
nobre, a empregos de qualidade e boas condições de moradia. A segunda diz respeito a um grupo que
não tem acesso a uma educação de qualidade, que possui uma cultura tida por inferior, que possui
subempregos e vive em lugares sem infraestrutura. Mas esses grupos sociais, por mais distintos que
possam ser, ao ligarem a televisão assistem aos mesmos comerciais, vendendo um país que só existe
na ficção, um país que contrasta inteiramente com a realidade.

4. B
De todas as opções apresentadas, é evidente que a única equivocada é a letra B, já que descreve o
processo de socialização e não a estratificação social. A única opção que poderia gerar alguma angústia
seria a letra E, mas não há o que temer, afinal, ela afirma que o que caracteriza a estratificação capitalista
é o fato de ela estar ligada ao aspecto produtivo. Ora, o que impera no capitalismo é justamente a divisão
por classes, aquela ligada sobretudo à renda e ao poder econômico.

5. O mundo moderno se estrutura principalmente em uma lógica capitalista, que visa o lucro. A produção de
alimentos (assim como várias outras esferas da vida social nesse sistema) não visa sanar as
necessidades de todas as pessoas, mas apenas daquelas que podem dar ao capital o retorno sobre seus
investimentos na produção. É isso que explica o fato de, apesar de o mundo produzir grande quantidade
de alimentos, muitas pessoas ainda morrerem de fome.

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