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Física das Construções

Acústica
Mestrado Integrado em Engenharia Civil
Departamento de Engenharia Civil 3.º Ano, 1.º Semestre

BREVES NOÇÕES SOBRE ACÚSTICA

Acústica
Introdução à Acústica das Construções

• A Acústica é o ramo da Física onde se estuda


o som. Este é a sensação que as ondas nos
meios elásticos provocam, com frequências e
amplitudes dentro do domínio que origina
este tipo de sensação.
Acústica

Introdução à Acústica das Construções

• Por extensão lógica, a Acústica passa


depois a incluir todas as ondas dos
meios elásticos quaisquer que sejam as
amplitudes e frequências: infra-sons,
ultra-sons e hipersons.

Acústica

Introdução à Acústica das Construções

• Os mais antigos ramos da Acústica


Aplicada são a construção de
instrumentos musicais e a Acústica
Arquitectónica. Esta procura tornar
particularmente aptas para a escuta da
música e da palavra, as salas para
concertos e espectáculos e outros
locais de reunião.
Acústica

Introdução à Acústica das Construções


• A Acústica das Construções é um ramo que se
desenvolveu a partir de meados do século XX e
preocupa-se em proporcionar condições de
conforto acústico aos ocupantes dos edifícios,
dando-lhes um ambiente acústico adequado às
suas actividades.

Acústica

Introdução à Acústica das Construções

• Partindo dos múltiplos processos por que os ruídos afectam o Homem no


seu bem-estar ou mesmo na sua saúde, durante o trabalho ou o lazer, a
Acústica agrupa as informações principais que permitam ao urbanista, ao
arquitecto ou ao engenheiro localizar, organizar e executar construções de
forma a lutar contra os ruídos, evitando-os ou, pelo menos, minimizando-os.
Acústica
Introdução à Acústica das Construções

• A Acústica das Construções ocupa-se de um vasto campo que


engloba a Acústica Física e Psicológica, a caracterização das fontes
de ruído mais comuns em ambiente urbano, o estudo do
comportamento acústico dos materiais e elementos de construção,
etc., tentando encontrar, pela análise dos fenómenos acústicos, as
soluções para obter uma redução suficiente do ruído.
Parede
Rodapé

Revestimento de piso

Lajeta de betão

Camada resiliente
Laje de betão

Acústica

O SOM
O som é parte integrante do nosso dia-a-dia e por isso, raramente nos
apercebemos de toda a sua importância.

Através do som podemos experimentar sensações agradáveis, como por


exemplo ouvir música. Permite-nos a comunicação com os outros, assim
como nos informa ou alerta – por
exemplo, a campainha do
telefone ou a buzina de um
automóvel.
Permite-nos ainda diagnosticar
ou fazer avaliações qualitativas
– o bater do coração ou o
trabalhar de uma máquina.
Acústica
O SOM

Acústica

Propriedades Físicas do Som


Analogia entre o Som e o Calor
Um aquecedor eléctrico produz uma certa quantidade de energia por unidade
de tempo (J/s), isto é, é caracterizado por uma potência W (watt = J/s). Este
parâmetro permite-nos avaliar a quantidade de calor que o aquecedor pode
produzir e é independente do local onde ele está instalado.

A energia calorífica do
aparelho aquece outras
zonas da sala que serão
caracterizadas por uma
temperatura. Esta
temperatura pode então ser
medida em ºC com um
termómetro.
Acústica
Propriedades Físicas do Som

No entanto, num determinado ponto, a temperatura não depende


exclusivamente da potência calorífica do aquecedor e da distância a este,
mas depende também da quantidade de calor absorvida pelas paredes e da
quantidade de calor transmitida pelas paredes e janelas para o exterior.

Acústica
Propriedades Físicas do Som
Uma fonte sonora produzirá, do mesmo modo, uma certa quantidade de
energia sonora por unidade de tempo (joule/s), isto é, é caracterizado por
uma certa potência sonora, W (watt = joule/s). Este parâmetro permite-nos
avaliar a energia sonora que a fonte pode produzir e é independente do local
onde está instalada.

A energia sonora radia da fonte


criando um determinado campo
sonoro na sala caracterizado por
diferentes valores de pressão sonora,
p (Pa = N/m2). A pressão sonora pode
ser medida por um sonómetro e
depende também da quantidade de
energia absorvida pelas paredes e da
transmitida para o exterior.
Acústica
Parâmetros Básicos do Som
Quando o som é produzido por uma fonte sonora com uma potência sonora, W, dá-se
uma transferência de energia da fonte para as moléculas de ar adjacentes, segundo
uma propagação radial.

O fluxo de energia numa determinada


direcção através de um elemento de
superfície é designado por
Intensidade Sonora, I.

Em cada ponto à volta da fonte


sonora, esse fluxo de energia dará
origem a uma pressão sonora, pi.

W – Potência sonora (W) r é a distância à fonte


I – Intensidade sonora (w/m2) ρ é a densidade do ar W p2
I= =
p – Pressão sonora (Pa = N/m2) c é a velocidade do som 4πr 2 ρc
r → 2r ⇒ I → I / 4 ⇒ p → p / 2

Acústica

Parâmetros Básicos do Som

A intensidade sonora e a pressão sonora podem ser medidas


directamente utilizando instrumentos apropriados.

A potência sonora pode ser calculada


a partir de medições de pressão
sonora ou intensidade sonora e
fazendo as correcções necessárias à
envolvente acústica no caso da
pressão e apenas à superfície de
medição no caso da intensidade.
Acústica

Parâmetros Básicos do Som

• A potência sonora serve fundamentalmente para classificar, em termos


quantitativos, as fontes de ruído.

• A intensidade sonora permite localizar e qualificar as fontes de ruído,


sendo por isso extremamente útil no estudo de soluções para controlo
de ruído.

• A pressão sonora é o parâmetro utilizado quando o objectivo é a


avaliação de situações de incomodidade ou de risco do trauma
auditivo.

Acústica
Som e Ruído

Frequentemente na
sociedade moderna, o som é
um factor de incomodidade e
de desconforto.

Diversos sons são desagradáveis e


indesejáveis – é o chamado ruído – e
o nível incomodidade depende não
só da qualidade do som, mas também
da nossa atitude perante cada
situação concreta.

Há muito de subjectivo na apreciação do som. Por


exemplo, há música que para algumas pessoas é
muito agradável e que para outras é ruído,
especialmente se a intensidade sonora for elevada.
Acústica
Som e Ruído
Por outro lado, mesmo ruídos de fraca
intensidade podem dar origem a incómodo. Por
exemplo, o estalar de um soalho de madeira,
um disco riscado, uma torneira mal fechada,
podem ser igualmente desagradáveis.

Também o período do dia ou da noite são


importantes. A nossa tolerância é superior
durante o dia.

O som pode também causar danos, por exemplo as ondas de choque


causadas por aviões supersónicos podem estilhaçar os vidros das
janelas.

No entanto, a situação de maior gravidade ocorre quando o som causa


traumatismos no mecanismo auditivo humano.

Acústica
Som e Ruído
Dilatação das pupilas

• Uma análise cuidada das actividades humanas Aumento da produção de


leva-nos à conclusão, quase surpreendente de hormonas pela tiróide

que todas elas envolvem a produção de som e


Aumento do ritmo
na maior parte dos casos, de ruído. cardíaco

Aumento da produção
• As afecções, tanto fisiológicas como de adrenalina

psíquicas, consequentes da nossa exposição Aumento da produção


de cortisona
ao ruído, são mais graves do que geralmente
se imagina. Mudanças
gastrointestinais

• Assistimos diariamente a níveis de poluição


Reacção da musculatura
sonora nas nossas casas e locais de trabalho do esqueleto

demasiado elevados e onde facilmente podem ser


registados valores entre 25 a 45dB(A) para ruído Vaso-constricção das
veias
de fundo; numa cozinha moderna, a máquina de
lavar louça pode atingir 60 a 70 dB(A). De referir
como nível de conforto recomendável para o
repouso, valores entre 25 a 30dB(A).
Acústica
Som e Ruído
Efeitos psicológicos:

9 perda de concentração;
9 perda de reflexos;
9 irritação permanente;
9 perturbações do sono;
9 sensação de insegurança, etc..

Efeitos físicos:

9 perda auditiva até à surdez permanente em casos limites;


9 dores de cabeça;
9 fadiga;
9 distúrbios cardiovasculares;
9 distúrbios hormonais;
9 gastrites;
9 disfunções digestivas;
9 alergias, etc..

Acústica
Som e Ruído
Acústica
Som e Ruído
Valores de referência da OMS para o ruído ambiente
Recinto Efeitos na saúde LA eq Tempo LA max
(dB) (horas) (dB)
Áreas externas residenciais Mal-estar forte durante o dia e o entardecer 55 16 -
Mal-estar moderado durante o dia e o entardecer 50 16 -

Interior das fracções Interferência na comunicação verbal durante o dia e o 35 16


entardecer
Interior de quartos Perturbação do sono no período nocturno 30 8 45
Exterior dos quartos Perturbação do sono com a janela aberta (ruído medido 45 8 60
no exterior)
Escolas Interferência na comunicação, perturbação na recolha de 35 Durante a -
informação e aprendizagem aula
Hospitais Perturbação do sono, durante o período nocturno 30 8 40
Perturbação do sono durante o dia 30 16 -
Indústria, Comércio e Zonas Danos no ouvido 70 24 110
de Tráfego
Cerimónias festivais e Danos no ouvido 100 4 110
espectáculos
Música através de Danos no ouvido 85 1 110
auscultadores e auriculares
Impulsos ruidosos Brinquedos, fogos de artifício, armas de fogo (crianças) - - 120
Brinquedos, fogos de artifício, armas de fogo (adultos) - - 140

Acústica
Som e Ruído

• É imperativo que o Homem tome consciência do seu meio ambiente e


que tome medidas para a sua preservação e correcção.

• Torna-se necessário, não só sensibilizar todos os técnicos envolvidos na


concepção e dimensionamento do “espaço humano” como também
desenvolver técnicas com o objectivo de proporcionar condições de
conforto acústico aos ocupantes dos edifícios, criando um ambiente
acústico adequado às suas actividades
Acústica
Som e Ruído
Na União Europeia,
• 40% da população está exposta a níveis de ruído (devidos ao tráfego) superiores
a 55dB(A);
• 20% está exposta a níveis de ruído superiores a 65dB(A);
• Uma Directiva Europeia de 2003 impôs que até 2006 toda a população estivesse
exposta a um nível sonoro máximo de 55dB(A) → obrigatoriedade de fazer
Mapas de Ruído.

Limites dos níveis sonoros recomendados em função das actividades a realizar

Para o sono 25 a 30 dB(A)

Para o repouso 30 a 35 dB(A)

Para o Trabalho Intelectual 35 a 40 dB(A)

Para o Trabalho Doméstico 40 a 45 dB(A)

Acústica
Som e Ruído

Nível Sonoro
Fonte de Ruído Características Orgânicas
dB(A)

Avião a jacto a 5 m 130 - 140 Acima do limiar de dor, provocando surdez permanente

Discoteca
Martelo pneumático a 5 m Desconfortavelmente alto, atingindo o limiar de dor e,
110 - 130
Impressora de jornal a 5 m muitas vezes surdez instantânea
Buzina de automóvel
Camião carregado a 5 m
Motor sem silenciador
90 - 110 Extremamente excitante, provocando dependência
Moto-serra a 5 m
Betoneira a 5 m
Despertador a 1 m
Televisão a 2 m 70 - 90 Stressante e bastante excitante
Máquina de lavar roupa a 1 m
Tráfego ouvido no interior de habitações
50 - 70 Aceitável, mas marca o início do stress auditivo
Conversação a 5 m
Ambiente calmo 30 - 50 Confortável
Vento suave
Segredar ao ouvido 10 - 30 Silencioso
Balançar da folhagem
0 Teoricamente o limiar de audição
Acústica
Pressão Sonora
Quando uma fonte sonora, como um diapasão, vibra, provoca variações de
pressão no ar ambiente que se sobrepõem à pressão estática do ar que tem o
valor de 105Pa.

Acústica
Pressão Sonora

Aquando da passagem das ondas sonoras há uma pressão adicional, p.


Logo, a pressão sonora será a variação em relação ao valor de equilíbrio da
pressão provocada pela propagação das ondas sonoras. A pressão num
dado ponto é dada por:

p = Patm + Asen(2πf )t

Patm – pressão atmosférica (105 Pa)


A – amplitude da onda sonora (m)
f – frequência da onda sonora (Hz)
t – tempo (s)
Acústica
Gama de Pressões Sonoras

• Comparada com a pressão estática do ar, a


variação da pressão sonora na gama
audível é muito pequena, situando-se entre
os 20 µPa e os 100 Pa.

• 20 µPa corresponde ao som mais fraco


que o indivíduo jovem e saudável
consegue ouvir e é por isso considerado o
limiar da audição.

• Uma pressão sonora de 100 Pa é tão


elevada que causa dor e por isso é
considerado o limiar da dor.

Acústica
Gama de Pressões Sonoras

• A aplicação directa de escalas


lineares em Pa, conduziria a
números muito grandes e portanto
nada práticos de serem utilizados.

• Além disso, sabe-se que o ouvido


humano responde de uma forma
logarítmica e não linear aos
estímulos.
Acústica
Gama de Pressões Sonoras

Recorre-se, por isso à definição de nível.


O nível de uma grandeza é definido como logaritmo decimal da razão entre
os valores medidos e os valores de referência:

G
L (G ) = K log
G0

L (G) – nível de grandeza G


K – constante
G – valor medido
G0 – valor de referência

O nível de uma grandeza exprime-se em decibel - dB

Acústica
Nível de Pressão Sonora - Lp

O nível de pressão sonora, Lp, em Decibel, corresponde a uma pressão


sonora, p, em Pa, dado por:

p
L(p) = 20 log (dB)
p0

p – valor medido
p0 – valor de referência da pressão sonora = 20 µPa – limiar da audição

p
Lp = 20 log dB
p0
(p 0 = 20µPa = 20 × 10− 6 Pa )
Acústica
Gama de Níveis de Pressão Sonora

Na figura pode observar-se a


vantagem de utilizar uma escala
em dB em vez de uma escala em
Pa.

Em dB trabalha-se com uma


escala de valores muito mais
acessível, compreendida entre os
0 dB (limiar da audição) e os 130
dB (limiar da dor).

Acústica
Gama de Pressões Sonoras

Ex1: Ex2:
p = 1 Pa p = 31,7 Pa
1 31,7
L p = 20 log L p = 20 log
20 × 10 −6 20 × 10 −6
L p = 20 log 50000 L p = 20 log1,58 × 10 −6
L p = 94 dB L p = 124 dB
Acústica
Gama de Níveis de Pressão Sonora

Para dar uma ideia do significado físico do valor em dB,


apresentam-se algumas correspondências entre dB e Pa que
traduzem bem as variações da pressão sonora em causa.

dB P1/P2 (valor aprox.)


6 2
10 3
12 4
20 10
40 100

Acústica
Nível de Potência Sonora - LW
O nível de potência sonora, LW, é dado por:

W
L W = 10 log ( dB )
W0

W – potência sonora em W
W0 – potência sonora de referência = 10-12 W

Nível de Intensidade Sonora - LI


O nível de intensidade sonora, L-I, é dado por:

I
L I = 10 log ( dB )
I0

I – intensidade sonora em W/m2


I0 – intensidade sonora de referência = 10-12 W/m2
No ar o nível de intensidade sonora é igual ao nível de pressão sonora
Acústica
Nível de Pressão Sonora, Pressão Sonora e Intensidade Sonora

Fontes sonoras Nível de Pressão Sonora - Lp Pressão Sonora - p Intensidade Sonora - I


Exemplos com distancia (dB) (N/m2 = Pa) (W/m2)
Avião a jacto a 50 m 140 200 100
Limiar de dor 130 63.2 10
Limiar de desconforto 120 20 1
Motosserra a 1 m de distancia 110 6.3 0.1
Disco a 1 m da coluna 100 2 0.01
Camião a diesel a 10 m 90 0.63 0.001
Junto a uma rua com muito tráfego, 5 m 80 0.2 0.0001
Aspirador a 1 m de distância 70 0.063 0.00001
Conversa sossegada a 1 m 60 0.02 0.000001
Habitações (média) 50 0.0063 0.0000001
Biblioteca sossegada 40 0.002 0.00000001
Quarto sossegado durante a noite 30 0.00063 0.000000001
Ruído de fundo num estúdio de televisão 20 0.0002 0.0000000001
Agitar de folhas à distância 10 0.000063 0.00000000001
Limiar de audição 0 0.00002 0.000000000001

Acústica
Nível de Pressão Sonora
Acústica

Adição de Níveis Sonoros

Acústica
Adição de Níveis Sonoros
Fontes com o mesmo nível de pressão sonora
• Quando duas fontes sonoras radiam energia, ambas contribuem para o nível
de pressão sonora a uma determinada distância da fonte.

• Se radiam a mesma quantidade de energia sonora e se considerarmos um


ponto equidistante de ambas, então a intensidade sonora nesse ponto terá o
dobro do valor que teria se apenas uma fonte radiasse.
Acústica
Adição de Níveis Sonoros
Fontes com o mesmo nível de pressão sonora

• Como a intensidade é proporcional ao quadrado da pressão, quando I aumenta


para o dobro, p, aumenta 2 ≈ 3 dB , isto é, duas (ou mais) fontes adicionam-
se em termos de energia sonora. No exemplo ilustrado, se x for igual a 60 dB o
resultado final será igual a 63 dB.

Acústica
Fontes com o mesmo nível de pressão sonora

p2 W
I= =
ρc 4πr 2 p2 W
I= =
p = ρcI
ρc 4πr2

p2
I= ⇒ p = I.ρ. c p = ρcI
ρ. c
Se I → 2I ⇒ p = 2 p
p
L 1 = L 2 = 20Log
p0
se I → 2I ⇒ p → 2p

L 1+ 2 = 20Log
2p
= 20Log 2 + 20Log
p
= 3 + L 1 [dB ]
p aumenta 2 Pa ≅ 3 dB
p0 p0
Acústica
Fontes com diferentes níveis de pressão sonora

Se a contribuição de duas fontes não for igual, o nível sonoro resultante


pode ser determinado facilmente utilizando o seguinte gráfico.

Acústica
Fontes com diferentes níveis de pressão sonora
Modo de Procedimento:
1 – Calcular a diferença, ∆L, entre os dois níveis de pressão sonora
2 – Usar a curva para obter L+
3 – Adicionar L+ ao nível mais elevado para obter o nível global, Lt

• Reparar que a diferença ∆L =0 corresponde à situação ilustrada no exemplo


anterior, ou seja, aumentar 3 dB à pressão sonora da fonte.
• Se a diferença entre as duas fontes for superior a 10 dB então a contribuição da
fonte mais fraca pode ser desprezada.

• O método pode ser aplicado à adição de mais de duas fontes, combinando as


fontes em passos sucessivos.

⎛ 2 ⎞
∑ Lp i = 10 log ⎜⎜ ∑ 10 0 ,1 Lp i ⎟⎟
⎝ i =1 ⎠
Acústica

Subtracção de Níveis Sonoros

Acústica
Subtracção de níveis sonoros
Nalguns casos é necessário subtrair níveis sonoros.

Pode ser, por exemplo, o caso em que se pretende fazer medições do ruído
emitido por uma máquina, na presença de ruído de fundo importante. Nesta
situação, é fundamental saber se o ruído medido é devido ao ruído de
fundo, ao ruído da máquina ou ao somatório dos dois.
Acústica
Subtracção de níveis sonoros

O procedimento a seguir é o seguinte:


1 – Medir o efeito combinado do ruído da máquina e o ruído de fundo, LS+N
2 – Parar a máquina e medir o ruído de fundo, LN
3 – Finalmente, calcular a diferença ∆L=LS+N-LN e recorrendo ao gráfico
determinar o nível sonoro devido exclusivamente ao funcionamento da
máquina

∆L = L S +N − LN

Acústica
Subtracção de níveis sonoros

Se ∆L é inferior a 3dB, então o nível do ruído de fundo é muito elevado para obter
resultados seguros e portanto só se for possível reduzir o ruído de fundo é que o
método poderá ser utilizado. Por outro lado, se a diferença for superior a 10dB o
ruído de fundo pode ser ignorado. Para diferenças situadas entre 3dB e 10dB,
obtém-se o valor L- por leitura directa no gráfico e portanto Ls=L(S+N)-L-.

∆L<3 dB – não se pode usar o método


∆L>10 dB – ruído de fundo ignorado
3≤ ∆L ≤10 dB - gráfico
Acústica

Tipos de Fontes Sonoras

Fonte Pontual

Fonte Linear

Fonte Plana

Acústica
Fonte Pontual

A fonte sonora pontual é caracterizada por uma diminuição da


pressão sonora para metade, quando a distância à fonte aumenta para
o dobro. Isto corresponde a uma diminuição de 6 dB.

p
Se r' → 2r ⇒ p' =
2
p 2 p 1
L' = 20Log = 20Log + 20Log = L − 6 [dB]
p0 p0 2

r → 2r ⇒ p → p / 2 ⇒ L → L − 6 dB
Acústica
Fonte Pontual

Acústica
Fonte Linear

Outro tipo de fonte sonora é a fonte linear, que tem correspondência


prática, por exemplo, numa estrada de tráfego intenso ou no escoamento
turbulento de um fluído dentro de uma conduta. Aumentando a distância à
fonte para o dobro, a pressão sonora apenas diminui de 3dB devido às
características da propagação sonora – hemicilindrica.
p
Se r' → 2r ⇒ p' =
2
p 2 p 1
L' = 20Log = 20Log + 20Log = L − 3 [dB]
p0 p0 2

r → 2r ⇒ L → L − 3 dB
Acústica
Fonte Plana

A menos usual de todas as fontes é a fonte plana. Um exemplo disso é um


pistão que trabalha num interior de um tubo, dando origem à propagação de
ondas planas. Desde que não haja dissipação de energia sonora través das
paredes do tubo, o fluxo de energia sonora ao longo do tubo é constante e
portanto a pressão sonora não depende da distância à fonte, apresentando
o mesmo valor em qualquer ponto.

r → 2r ⇒ L → L

Acústica
Atenuação

Atenuação sonora por propagação através de vegetação densa (NP 4361-2)

R = 15 km

15º

Frequência central nominal


Distância de
propagação (df) [Hz]
m 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000

Atenuação, dB:
10 ≤ df ≤ 20 1 1 1 1 2 3
0 0
Atenuação, dB/m:
20 ≤ df ≤ 200 0,04 0,05 0,06 0,08 0,09 0,12
0,02 0,03
Acústica
Atenuação

Atenuação sonora por propagação através de vegetação densa (NP 4361-2)

l = 10m ⇒ ∆L = 0dB
l = 10 − 20m ⇒ ∆L = 1dB
l > 200m ⇒ ∆L = 10 − 12dB

Acústica
Recintos fechados

• A energia sonora nem sempre se


propaga livremente a partir da fonte.
Aliás, em ruído industrial isso
raramente acontece.

• Quando o som radiado a partir de


uma fonte atinge uma superfície
(paredes, tecto, pavimento) parte da
energia incidente é reflectida e parte
é absorvida e eventualmente
transmitida através dessa superfície.
Acústica
Recintos fechados

• Numa sala com superfícies muito absorventes, toda a energia radiada será
absorvida e portanto o campo sonoro diminuirá com o afastamento à fonte
de ruído, exactamente como se de campo livre se tratasse. Uma sala com
estas características é designada por anecoica.

Anecoica Reverberante
• Numa sala com
superfícies muito
reflectoras, do ponto de
vista acústico, toda a
energia sonora será
reflectida e portanto será
criado um campo sonoro
uniforme. Uma sala com
estas características é
designada por
reverberante.

Acústica
Situação Real

• Na prática, a maioria das medições são


realizadas em salas que nem são B
reverberantes nem anecoicas, mas que se A
caracterizam por uma situação intermédia.

• Torna-se mais difícil, assim, encontrar os


pontos de medição correctos para avaliar o C D
ruído emitido por uma determinada fonte.

• Normalmente divide-se a área em torno


da fonte em quatro zonas distintas:

A – Campo próximo
B – Campo afastado
C – Campo livre
B
D – Campo reverberante
Acústica
Situação Real

• O campo próximo é a zona adjacente à máquina, na qual pequenas


alterações da posição do microfone se podem traduzir por variações
significativas do nível de pressão sonora, o que inviabiliza a
caracterização acústica da máquina nesta zona.

• O campo afastado divide-se em campo livre e campo reverberante.

• No campo livre o som comporta-se do mesmo modo que no ar livre, sem


quaisquer superfícies reflectoras a interferir na sua propagação. Isto
significa que o nível sonoro diminui 6 dB quando o afastamento à fonte
aumenta para o dobro.

• No campo reverberante as reflexões nas paredes e outros obstáculos


podem ser tão importantes como o som directo da fonte.

Acústica

Campos Sonoros

O nível de pressão sonora em campos desta natureza é traduzido pela


seguinte expressão:

⎛ Q ⎞
L P = L W + 10. log ⎜ ⎟ = L W + 10. log(Q) − 20. log(r) − 11 (dB)
⎝ 4.π .r 2 ⎠

Onde,
Lw – Nível de potência sonora da fonte (dB);
r – Distância entre a fonte e o receptor (m);
Q – Factor de direccionalidade.
Acústica
Acústica de Salas

Campos Sonoros

O factor de direccionalidade da fonte sonora:

Situação da Fonte Q
Campo livre (radiação esférica) 1
Sobre um plano isolado (radiação semi-esférica) 2
Na união de dois planos perpendiculares (radiação angular) 4
No ponto de união de três planos perpendiculares (radiação 8
esférica num canto)

Acústica
Acústica de Salas

Campos Sonoros

Num campo exterior existe uma maior dificuldade em perceber de forma isolada o
som produzido. Existem sempre fontes estranhas de ruído e verifica-se uma
influência directa dos agentes atmosféricos.
Acústica

Frequência do Som

Acústica
Frequência do som

A frequência é a seguir ao nível de pressão sonoro, o parâmetro


mais importante para descrever um sinal sonoro.
Acústica
Frequências Características
• É do conhecimento comum que o som contém diferentes tons ou frequências que
permitem diferenciar e identificar as respectivas fontes.

• O som emitido pelo motor de um navio é grave porque contém


predominantemente componentes nas baixas frequências

• Uma serra eléctrica para cortar madeira produz um som agudo porque as
frequências predominantes são elevadas.

Acústica

Navio - sons graves (baixas frequências)

Violino - sons médios e agudos

Serra eléctrica - som agudo (frequências elevadas)


Acústica
Gama Audível

• Nem todos os sons são perceptíveis para o ouvido humano.

• O dB é uma unidade muito objectiva, e como medida de intensidade


física não corresponde de forma absolutamente fiel à sensação auditiva
tal como é percebida pelo ouvido humano. A lei de percepção auditiva do
homem não é simples e não pode ser posta em termos matemáticos
senão parcialmente.

• O ouvido transforma as pressões sonoras em pressões auditivas, mas a


sua sensibilidade é limitada, não se apercebendo de todas as frequências
de igual maneira.

• A gama audível situa-se entre os 20Hz e os 20kHz para o indivíduo


padrão em plena posse das suas faculdades auditivas.

Acústica
Gama Audível

• Neste intervalo de frequências, a sensibilidade do ouvido varia. A


sensibilidade é máxima para sons de frequências compreendidas entre
500 e 5000 Hz e atenua-se fortemente nas frequências baixas.

Por exemplo:
40 dB a 1000 Hz ⇔ 60 dB a 62,5 Hz
Acústica
Gama Audível

Acústica
Frequência e Comprimento de Onda

As ondas sonoras que radiam de uma fonte propagam-se através do meio adjacente
a uma velocidade constante - c - Velocidade do som

A velocidade de propagação do som no ar é aproximadamente 344m/s

Na realidade:

γ – 1,4
car = 349 m/s
λp p – 105 Pa
c= T20ºC cágua = 1500 m/s
ρ ρ – densidade do ar
ρar – 1,18 kg/m3
caço = 5000 m/s

A velocidade de propagação do som é ligeiramente dependente da temperatura:

C = 331 + 0,6 t t - temperatura


Acústica
Frequência e Comprimento de Onda

Frequência – f (Hz)
A frequência de um fenómeno periódico corresponde ao número de vezes
que o fenómeno se repete por unidade de tempo.

A propagação do som no ar é caracterizada por zonas de pressão máxima e


zonas de pressão mínima. A distância entre dois pontos de pressão máxima
(ou mínima) é designada por comprimento de onda.

Acústica
Frequência e Comprimento de Onda

Os três parâmetros definidos anteriormente relacionam-se do seguinte modo:

c [m / s]
λ [m] =
f [Hz]
Verifica-se que a frequência e o comprimento de onda são inversamente
proporcionais e portanto sons a baixas frequências têm um comprimento de onda
elevado e sons a altas frequências têm um pequeno comprimento de onda.

Normalmente, 1000 Hz abrevia-se para 1 kHz, 2000 Hz para 2 kHz e assim


sucessivamente
Acústica
Frequência e Comprimento de Onda

Acústica
Frequência e Comprimento de Onda

Onda sonora Onda sonora aumentando o Onda sonora aumentando a


volume frequência
Acústica
Difracção

É importante conhecer o comprimento de onda quando se pretende prever o


efeito da colocação de um obstáculo no caminho da propagação.

Como regra pode afirmar-se que um objecto muito maior que o comprimento
de onda terá um efeito de barreira na propagação sonora, ao passo que um
objecto mais pequeno que o comprimento de onda terá um efeito
desprezável.

Acústica
Difracção

Do mesmo modo, o campo sonoro do outro lado de uma “passagem”


acústica é determinado pela frequência do som. Se o diâmetro do orifício é
inferior ao comprimento de onda, o campo sonoro de ambos os lados da
parede será idêntico. Se o diâmetro do orifício é maior que o comprimento
de onda então haverá uma passagem directa do som sob forma de uma
“feixe sonoro”.

Naturalmente, que em ambos os casos há uma atenuação sonora importante


do outro lado da parede.
Acústica
Forma de onda do sinal

O som pode conter apenas um tom puro, mas na maioria dos casos é a
combinação de diversos tons com frequências e amplitudes diferentes.

A – Tom puro de baixa frequência


B – Tom puro de alta frequência
C – Sinal resultante da combinação de A e B

Acústica
Forma de onda do sinal
Pode-se representar um sinal no tempo ou em frequência.

Ambas as representações são válidas, fornecendo no entanto informações


bem distintas: a representação no tempo dá a evolução do sinal ao longo do
tempo e a representação em frequência dá uma descrição do sinal em termos
do seu conteúdo em frequência.

A representação em frequência é
A
muito útil na avaliação de
situações de incomodidade e de
B risco de trauma auditivo, já que
ambas as situações estão
directamente relacionadas com a
C
frequência do som.
Acústica
Tipos de sinais e ruído

Pode-se considerar três tipos de sinais:

1– Sinais determinísticos em que o sinal se repete no tempo


periodicamente e em que o espectro de frequência se caracteriza
por conter tons puros. (ex. máquina)

2– Sinais aleatórios em que a sua amplitude varia de uma forma


puramente aleatória e que nunca se repetem no tempo. O seu
espectro de frequência é rico em todas as frequências. (ex. ruído do
vento e da chuva)

3– Sinais impulsivos, que também são caracterizados por conterem


energia num espectro largo de frequência.

Acústica
Tipos de sinais e ruído
Acústica
Filtros

• Quando se mede um ruído, o microfone capta


toda a energia acústica desse ruído,
independentemente das frequências dos sons que
o compõem. O resultado é dado por um único
número que representa o “nível global” do ruído.

• Assim, dois ruídos com espectros sonoros


diferentes podem ter o mesmo nível global.

• Para conhecer a composição de um ruído é então


necessário analisá-lo em frequência. Isto
consegue-se fazendo passar o sinal através de um
filtro que apenas deixa passar uma banda definida
de frequência.

Acústica
Filtros
Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava

• Em acústica de edifícios, é apenas necessário decompor o ruído em


zonas que correspondem a determinados intervalos de frequências. As
bandas de frequência de análise não são quaisquer.

• Os filtros mais usados são os de 1/1 oitava e 1/3 de oitava.

• 1/1 oitava é o intervalo compreendido entre dois sons puros. As


frequências estão entre si, duas a duas, na relação de 2/1. Uma oitava é
uma banda em que a frequência limite superior f2 é aproximadamente o
dobro da frequência limite inferior, fi:

f2 = 2f1

Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava

• Esta banda de frequência é caracterizada pela sua frequência central, f0,


que caracteriza a oitava.

• Numa oitava a sua frequência central, f0, é tal que

f0 f2
= ⇔ f02 = f1f2 = 2f12
f1 f0
f0 = 2f1
Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava

• A largura da banda de frequência, B, é aproximadamente igual a 70% da


frequência central, f0

B = ∆f = f2 − f1 = 2f1 − f1 = f1
f0
B= = 0,7 f0
2

Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava

• Num filtro de 1/3 de oitava, a frequência superior f2 é tal que:

f2 = 3 2f1 = 1,26 f1

• Um filtro de 1/3 de oitava tem uma largura de banda aproximadamente


igual a 23% da sua frequência central:
B = 0,23 f0

• Em acústica da construção é costume distinguir três grandes bandas de


frequência:
Frequências graves 20 – 360 Hz
Frequências médias 360 – 1400 Hz
Frequências agudas 1400 – 20000 Hz
Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava

• As frequências centrais das bandas de 1/1 oitava e 1/3 de oitava mais


utilizadas para o estudo de cada uma destas bandas são:

Frequências 1/3 oitava 100 125 160 200 250 315 Frequência Hz
graves 1/1 oitava 125 250
90 355

Frequências 1/3 oitava 400 500 630 800 1000 1250 Frequência Hz
médias 1/1 oitava 500 1000
355 1400

Frequências 1/3 oitava 1600 2000 2500 3150 400 5000 Frequência Hz
agudas 1/1 oitava 4000

1400 5600

Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava
Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava

Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava
Acústica
Banda de 1/1 oitava e de 1/3 de oitava

Acústica
Determinação do espectro sonoro de um ruído por bandas de oitava
quando se dispõe do espectro em terços de oitava

Quando se faz a medição do nível sonoro de um ruído numa dada banda de


frequência, filtra-se o ruído de modo a só deixar passar as frequências na
banda considerada.
O nível sonoro medido corresponde assim a toda a energia acústica contida
nesta banda de frequência. Recorde-se que esta energia pode ser traduzida
em intensidade acústica ou no quadrado da pressão acústica:

I p2
Níveis em dB = 10 log10 = 10 log10 2
I0 p0
Acústica
Determinação do espectro sonoro de um ruído por bandas de oitava
quando se dispõe do espectro em terços de oitava

Uma banda de 1/1 oitava é, por definição, a justaposição de três bandas de


terços de oitava. Se se medir um ruído numa banda de oitava, mede-se
então de uma só vez a soma das energias contidas nas três bandas de
terços de oitava.

Suponha-se que os níveis sonoros de três bandas de terços de oitava sejam


L1, L2 e L3
I1 p2
L1 = 10 × log10 = 10 × log10 12
I0 p0
I2 p2
L 2 = 10 × log10 = 10 × log10 22
I0 p0
I3 p2
L 3 = 10 × log10 = 10 × log10 32
I0 p0

Acústica

Determinação do espectro sonoro de um ruído por bandas de oitava


quando se dispõe do espectro em terços de oitava

O nível sonora na banda de 1/1 oitava composta por três terços de oitava é:

I1 + I2 + I3 p 2 + p 22 + p 32
L = 10 × log10 = 10 × log10 1
I0 p02

Se se dispõe dos níveis L1, L2 e L3 é preciso calcular as relações I1/I0 , I2/I0 e


I3/I0 correspondentes e fazer a soma dessas relações para calcular o nível L.
Acústica
Espectro de Frequência

No espectrograma é representado o mesmo sinal analisado em banda fina,


em 1/3 de oitava e em 1/1 oitava.

Pode observar-se que o nível medido com um filtro é igual à soma dos
níveis dos componentes individuais nessa banda de frequência, isto é, a
soma de três bandas consecutivas de 1/3 de oitava será igual ao valor da
banda de 1/1 oitava correspondente.

Acústica
Análise em frequência

Para medir o nível sonoro a várias frequências, o sinal passa por um banco
de filtros, cada um com a sua frequência central.

Com um sonómetro não é possível medir simultaneamente nas várias


frequências, por isso essa análise é feita filtro a filtro em passos sucessivos.
Acústica
Análise em frequência

Para analisar um ruído em termos de frequência adaptam-se aos


sonómetros unidades equipadas com bancos de filtros, que permitem ao
operador percorrer toda a gama áudio e assim medir os níveis em 1/1 oitava
ou 1/3 de oitava.

Utilizando um registador de nível, pode-se obter um registo automático que


optimiza o tempo de análise e elimina a possibilidade de erro na leitura.

Acústica
Gama de frequência do som

A gama de frequências do som vai desde valores inferiores a 1 Hz até várias


centenas de kHz.

No entanto, a gama audível apenas se estende entre os 20 Hz e os 20 kHz.

Abaixo da gama audível situam-se os infrasons e acima desta gama situam-se


os ultrasons. Apesar de normalmente não serem incluídos nos estudos de
ruído, trabalhos desenvolvidos demonstram que exposições prolongadas a
níveis elevados situados nestas frequências podem dar origem a perturbações
graves no Homem.
Acústica
Curvas Isofónicas

Investigações realizadas com um número elevado de pessoas, submetidas


a sons com amplitudes e frequências diferentes, permitiram concluir que a
sensibilidade auditiva varia com a frequência.

Assim, sabe-se que a sensibilidade máxima ocorre à volta dos 4kHz,


diminuindo nas altas e especialmente baixas frequências.

Por exemplo, um estímulo sonoro de 70dB a 1kHz é equivalente a um


estímulo sonoro de 85dB a 50 Hz.

Acústica
Curvas Isofónicas

No diagrama seguinte estão representadas as curvas isofónicas ou de igual


sensibilidade auditiva.
Acústica
Curvas de Ponderação

O microfone traduz fielmente as pressões e sempre com a mesma


sensibilidade, qualquer que seja a frequência.

O ouvido interpreta-as e dá-lhes importância maior ou menor, conforme as


pressões sejam emitidas em frequências graves, médias ou agudas.

A resposta do ouvido em frequência, varia não linearmente e por isso foram


introduzidas nos sonómetros filtros de ponderação com o objectivo de
correlacionar os valores medidos com a resposta do ouvido.

Acústica
Curvas de Ponderação

Estes filtros têm particularidade de atenuar o sinal sonoro de acordo com


curvas de ponderação normalizadas internacionalmente e que seguem
aproximadamente as curvas isofónicas.

As curvas A, B e C seguem as isofónicas 40, 70 e 100.

A mais utilizada é sem dúvida a curva A por ser aquela que melhor
correlaciona os valores medidos com a incomodidade ou risco de trauma
auditivo do sinal sonoro.
Acústica
Curvas de Ponderação

A curva D dá especial ênfase à gama de frequências entre 1 kHz e 10kHz.


Utilizada em medições de ruído de tráfego aéreo.

Acústica
Ponderação em dB
Curvas de Ponderação Frequências Banda de 1/3 de Banda de 1/1
oitava oitava
100 -19
A tabela seguinte permite
125 -16 -15,5
verificar a relação existente entre
160 -13,5
o dB e o dB(A) por bandas de
200 -11
frequência, isto é, a ponderação 250 -8,5 -8,5
introduzida. 320 -6,5

400 -5
500 -3 -3
640 -2
800 -1
1000 0 0
1250 +0,5
1600 +1
2000 +1 +1
2500 +0,5
3200 +1
4000 +1 +1
5000 +0,5
Acústica
Sonómetros

Todos os sonómetros têm um circuito de ponderação A, entre o


pré-amplificador e o detector.

Nos sonómetros que possuem mais que uma ponderação, a passagem de


uma para a outra é feita por simples comutação de um botão.

Acústica
Níveis sonoros ponderados

Para um ruído típico, as diferentes curvas de ponderação conduzem a


valores diferentes. Estes valores traduzem o nível sonoro global e são a
forma mais simples de avaliar e comparar níveis de ruído.

Para distinguir e identificar a curva de ponderação utilizada é habitual


especificar os níveis sonoros em termos de dB(A), dB(B), dB(C) ou dB(D).

Quando se fala apenas em dB significa que não foi feita qualquer


ponderação, isto é, este nível traduz o nível sonoro que realmente existe e
não a forma como nós o apercebemos. Na caracterização acústica de fontes
de ruído e em estudos de propagação trabalha-se sempre em dB.
Acústica
Cálculo do nível sonoro em dB(A) a partir do espectro de um ruído

Recorde-se que:

1 – O nível sonoro em dB(A) é um nível global. É a tradução, por um só


número, da energia acústica de um ruído filtrado pelo filtro A do
sonómetro.

2 – A correcção introduzida pelo filtro A depende da frequência. Ela é


dada no quadro anterior, por bandas de frequência.

Acústica
Cálculo do nível sonoro em dB(A) a partir do espectro de um ruído

• Para determinar o nível em dB(A) de um ruído do qual temos o espectro


por bandas de frequência, é preciso então corrigir o nível sonoro em
cada banda de frequência e calcular a soma das energias
correspondentes aos níveis corrigidos.

Consideremos o espectro de um ruído por bandas de oitava:

Frequências (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000

Nível sonoro (dB) 66 76 80 79 74 67


Acústica
Cálculo do nível sonoro em dB(A) a partir do espectro de um ruído

Espectro corrigido pelo filtro A Tabela

Frequências (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000

Nível sonoro (dB) (66-15,5) (76-8,5) (80-3) (79-0) (74+1) (67+1)


corrigido 50,5 67,5 77 79 75 68

Acústica
Cálculo do nível sonoro em dB(A) a partir do espectro de um ruído

• Nível sonoro em dB(A) corresponde à energia sonora contida em todas


as bandas de frequências deste novo espectro. Uma das representações
desta energia é a relação I/I0 da intensidade sonora total contida nas
bandas de frequência de intensidade sonora de referência.

• É então necessário calcular a I/I0 correspondente a cada banda de


frequência e efectuar a sua soma.
Acústica
Cálculo do nível sonoro em dB(A) a partir do espectro de um ruído

Frequências Nível corrigido


10 x log I/I0 I/I0
125 50,5 1,12 x 105
250 67,5 5,62 x 106
500 77 1,01 x 107
1000 79 7,94 x 107
2000 75 3,16 x 107
4000 68 6,31 x 106

It
∑I = 17,31× 10 7
0

I
Nível sonoro em dB(A)= 10 log = 82,4 dB( A )
I0

Acústica
Cálculo do nível sonoro em dB(A) a partir do espectro de um ruído

NOTA: O nível sonoro em dB(A) calculado através do espectro pode ser


diferente do nível sonoro em dB(A) medido. Com efeito, quando se
mede um ruído em dB(A), o filtro de ponderação A do sonómetro
corrige os níveis sonoros em todas as frequências de 10 a 20000 Hz.
Uma vez que fazemos os cálculos considerando o espectro de
oitava de 125 a 4000 Hz, não contabilizamos as frequências
exteriores ao intervalo analisado.
Acústica
Cálculo do nível sonoro em dB(A) a partir do espectro de um ruído

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