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1. INTRODUÇÃO
A Osteogênese Imperfeita (OI) é considerada uma doença genética
rara, atinge de 6 a 7 indivíduos a cada 100.000 na população (MOLDE-
NHAUER MINILLO et all, 2014). Caracteriza-se por ser um distúrbio gené-
tico que apresenta uma maior fragilidade óssea e baixa massa óssea, e a clas-
sificação mais aceita atualmente em quatro tipos clínicos: Tipo I, é a classifi-
cação onde os indivíduos não apresentam deformidades ósseas. Tipo II, é letal
no período perinatal. Tipo III, é a forma mais grave da doença, em crianças
que sobrevivem ao período neonatal, são pacientes com estatura extrema-
mente baixa e deformidades de membros e coluna, secundárias a múltiplas
fraturas. Tipo IV, são pacientes com deformidade ósseas leves a moderadas e
baixa estatura variável (AL-MOMANI, 2020; RAUCH et all, 2002). Molde-
nhauer Minillo et all em seu trabalho de 2014 complementa ainda, várias ma-
nifestações extra-esqueléticas são apresentadas como: esclerótica azulada,
dentinogênese imperfeita e perda auditiva.
Diversos estudos apontam a dor crônica como um fator comum a to-
das as formas de OI, em adultos e crianças (FABRE e BAGGENSTOSS,
2017; MOLDENHAUER MINILLO et all, 2014; RAUCH et all, 2002;
ZACK et all, 2007). Define-se como dor crônica em OI a dor não relacionadas
a uma fratura aguda, cirurgia ou outra lesão óbvia (ZACK et all, 2007).
Um estudo correlacionou as características da dor por fratura e por não fratura
em crianças com OI e os resultados indicam que a dor é uma ocorrência co-
mum, e é de natureza aguda e crônica, interferindo no cotidiano das mesmas.
A dor associada à OI é complexa e apresenta elementos sindrômicos episódi-
cos e crônicos agudos (ZACK et all, 2007).
Um outro estudo observou uma família com cinco indivíduos porta-
dores de OI durante quatro anos, mesmo estes apresentando aumento da den-
sidade mineral óssea, com o tratamento de bisfosfonatos, cálcio e colecalcife-
rol, todos persistiram com dor crônica, sendo que o grau de intensidade da dor
não se alterou com o tratamento, concluindo que:
Os reais objetivos do tratamento na osteogênese imperfeita não são a
melhora dos parâmetros bioquímicos ou do T-score na densitometria óssea,
mas sim a redução do número de fraturas, o alívio da dor crônica e a melhora
da qualidade de vida do paciente. (FABRE; BAGGENSTOSS, 2017)
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2. RELATO DE CASO
Paciente com 58 anos, sexo feminino, caucasiana, fez diagnóstico de
OI aos 9 anos de idade no Hospital das Clínicas em São Paulo, após uma
fratura mais complexa na região da articulação do cotovelo, bilateral, devido
contusão durante brincadeira na infância. A paciente apresentou, em seu his-
tórico, diversas fraturas precoces, a primeira aos 2 anos e meio de idade, no
fêmur esquerdo em dois lugares, durante queda da própria altura, na fase de
aprendizagem da deambulação. Vários episódios posteriores de fraturas es-
pontâneas ajudaram a estabelecer o diagnóstico, além da presença do sinal
patognomônico, esclera azulada, rosto triangular na região do mento e com-
prometimento de tendões e ligamentos. Os episódios de fraturas mais frequen-
tes se sucederam até posterior aos 9 anos de idade, quando na fase de pré-
adolescência, devido ao fator hormonal, houve melhora no quadro clínico
com diminuição das fraturas. Manteve-se o quadro de dor crônica. Exames
posteriores sucessivos, evidenciaram nas radiografias e densitometria óssea,
uma perda importante de massa óssea e rarefação óssea generalizadas, além
de escoliose toroco-lombar.
Ocorrência de gravidez aos 32 anos, em que, no último trimestre de
gestação houve acentuação da perda óssea, intensificada pela amamentação.
Após este período houve o retorno de fraturas espontâneas em costelas e vér-
tebras, torácicas e lombares. A intensificação dos processos dolorosos levou a
utilização de medicação para dor crônica e osteoporose, como por exemplo:
alendronato de sódio, calcitonina de salmão, uso de suplementos para reposi-
ção de cálcio e vitamina D.
Paciente atualmente faz acompanhamento fisioterápico (hidroterapia
e fisioterapia respiratória), e nas clínicas: reumatologia, pneumologia e psico-
terapia. Apresenta comorbidades como ósteo-artrose, hipertensão arterial sis-
têmica, bronquite crônica e bronquectasia, transtorno de ansiedade e depres-
são. Atualmente utiliza o medicamento para dor crônica pregabalina 75mg,
Calcio associado com Vitamina D, K2 e Mg, Denosumabe injetável. Nas agu-
dizações faz uso Ibuprofeno e Tramadol. A polifarmácia levou também a um
quadro de gastrite e esofagite de refluxo e agravação do cólon-irritável.
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3. METODOLOGIA
Foram feitas 20 sessões durante 5 meses, uma vez por semana. Sendo
que, a cada semana eram avaliadas as deficiências energéticas da paciente,
com base no pentagrama dos cinco elementos. Levantou-se o escore de dor e
foi avaliado se havia melhoras quanto à semana anterior, e, posteriormente,
reaplicado os pontos do pentagrama, levando-se em consideração os aspectos
emocionais da semana. Em caso de dor aguda, eram efetuadas varredura com
o equipamento eletromagnético Haihua® na região afetadas, e em algumas
sessões foram efetuadas técnicas como triângulo dos ossos.
Os pontos selecionados estão listados na tabela abaixo (tabela 1), de
acordo com os Meridianos, pontos e números de aplicações (Ap.) e a função
descrita na literatura, segundo Shi-Yin et al, 2013
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4. DISCUSSÃO
As sessões, quando aplicadas em fase de dor aguda, levavam a uma
melhora do quadro doloroso imediatamente, conforme relatado pela paciente,
inclusive na deambulação, pois muitas vezes a dor impossibilitava o movi-
mento. No decorrer das sessões, percebeu-se, inclusive, um progresso quanto
ao quadro geral, e com a diminuição da dor crônica houve, também, relato de
melhora quanto ao quadro de depressão, e a paciente relata também gradativo
retorno às suas atividades diárias.
REFERÊNCIAS
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Rauch, F., Travers, R., Plotkin, H., and Glorieux, F.H. The effects of intrave-
nous pamidronate on the bone tissue of children and adolescents with osteo-
genesis imperfecta. J Clin Invest , ed: 110, 1293-1299, 2002.
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