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o Teorias do fato típico

Na atualidade, o fato típico, em seu aspecto formal, é a descrição na lei da conduta humana
proibida para a qual se estabelece uma sanção que, agregada ao seu aspecto material (violação
de um bem jurídico alheio de forma significante), consubstanciando o moderno conceito de
tipicidade penal.

Para concursos públicos contudo, é essencial conhecer o porquê deste conceito, ou ainda, como
chegamos a essa teoria da tipicidade penal no Direito Brasileiro. Para tanto, importante se faz
entender as Teorias do Fato Típico. Apenas a título de esclarecimento, é conveniente observar
que o Brasil adota a Teoria Indiciária da ilicitude. Segundo esta Teoria, a tipicidade e a ilicitude
são elementos autônomos, porém a primeira seria um indício da segunda.

 Teoria dos Elementos Negativos do Tipo

Para Mezger, a tipicidade e Criada por Welssel, esta teoria junta os elementos da
tipicidade e da ilicitude, contrapondo-se, portanto, a Teoria
a ilicitude formavam um
elemento indivisível, cuja Indiciária da Ilicitude. Neste cenário, caso o fato seja típico,
será ele necessariamente ilícito. Do mesmo modo, caso haja
denominação era tipo total
do injusto. excludente de ilicitude, haverá também a excludente de
tipicidade.

O tipo penal, segundo esta teoria, seria formado por elementos


positivos e elementos negativos.
a. Elementos positivos: verbo (e.g. “matar”);
b. Elementos negativos: é o agir “não em excludente de ilicitude”.
Isso porque, se exclui a ilicitude, exclui também a tipicidade,
portanto, agindo em excludente de ilicitude, não e faz possível
preencher o tipo penal.

 Teoria da Tipicidade Conglobante

Desenvolvida por Zaffaroni, a teoria da tipicidade conglobante


sustenta-se, em um primeiro momento, da Teoria Indiciária da
Ilicitude, uma vez que defende a autonomia entre a tipicidade e a
ilicitude. Segundo Zaffaroni, o tipo penal será formado por:

1. Tipicidade Formal: seria preencher aquilo que está previsto no tipo


penal.
2. Tipicidade Conglobante – está, por sua vez, seria formada por:

a. Antinormatividade: “anti” significa “contrário à”, portanto,


antinormatividade é ser contrário à norma jurídica. Para
Zaffaroni, não faz sentido a norma fomentar um determinado
comportamento e, em momento posterior, o mesmo
ordenamento considera-lo fato típico. Portanto, a partir desta
ótica, temos o seguinte raciocínio:

Se X atua no exercício regular do direito, então X atua


conforme a norma jurídica. Em outras palavras, a norma
fomenta o comportamento de X, não existindo, então,
antinormatividade (comportamento contrário à
norma). Neste cenário, a ausência de antinormatividade
Lógica utilizada levaria a inexistência da tipicidade conglobante
por Zaffaroni (antinormatividade + tipicidade material), sendo,
portanto, a conduta atípica. Assim, podemos concluir
que o exercício regular do direito, bem como o estrito
cumprimento do dever legal seriam, segundo Zaffaroni,
excludentes de tipicidade, sendo o ato praticado nestas
condições um ato atípico. Note que, em ambas as
hipóteses, o direito fomenta o comportamento.

b. Tipicidade Material: é a lesão ao bem jurídico.

Teoria Tipicidade Conglobante

Tipicidade
Formal

Tipicidade
Antinormia
Penal
Tipicidade
Conglobante
Tipicidade
Material
 Teoria da Tipicidade adaptada pelo STF

Ante a Teoria da Tipicidade Conglobante, o Supremo Tribunal Federal


se deparou com um grave problema: o Código Penal Brasileiro
considera o exercício regular do direito, bem como o estrito
cumprimento do dever legal como causas excludentes de ilicitude (art.
23), contrariando, portanto, a tese de Zaffaroni.

Para solucionar o problema, fora excluída da Teoria a


antinormatividade.

Assim, segundo o STF, o Tipo Penal é constituído pelos seguintes


elementos:

Teoria do STF
Tipicidade
Formal

Tipicidade
Penal
Tipicidade
Material

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