Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do POP.UR.046 - Página 1/19
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO -POP
Documento
Título do FISIOTERAPIA PULMONAR AMBULATORIAL Emissão: 31/01/2020 Próxima revisão:
Documento Versão: 2 31/01/2022
1. OBJETIVO
Padronizar entre a equipe de fisioterapia ambulatorial e multiprofissional da Unidade de
Reabilitação (UR) do Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM)
a assistência fisioterapêutica pulmonar ao paciente adulto e pediátrico portador de doenças
respiratórias.
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Centro de Reabilitação da Unidade de Reabilitação do HC-UFTM.
3. INTRODUÇÃO
A fisioterapia respiratória atua, tanto na prevenção quanto no tratamento das
pneumopatias, utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos objetivando
estabelecer ou restabelecer um padrão respiratório funcional com o intuito de reduzir os gastos
energéticos durante a respiração, capacitando o indivíduo a realizar as mais diferentes atividades
de vida diária (AVDs) sem promover grandes transtornos e repercussões negativas em seu
organismo (MACHADO, 2008).
Para que isto ocorra é necessário melhorar o clearance mucociliar, a ventilação pulmonar e
prevenir ou eliminar o acúmulo de secreções, favorecendo assim, as trocas gasosas, além de manter
ou melhorar a mobilidade da caixa torácica (BRITTO, BRANT, PARREIRA, 2009).
Conforme Machado (2008), a progressão das doenças pulmonares, leva a uma piora da
sintomatologia e da qualidade de vida dos pacientes, ocasionando limitação progressiva das
atividades profissionais e AVDs. Essa limitação pode se tornar um ciclo vicioso e evoluir até a
dependência funcional do indivíduo, alterando sua vida social, econômica e emocional. Assim,
parece que a morbidade destes pacientes não depende apenas do grau de limitação ao fluxo aéreo,
mas também da severidade dos sintomas, da dispnéia e da redução na capacidade funcional.
Dentre as várias abordagens no tratamento fisioterapêutico em pneumopatas é possível
atuar na manutenção e/ou melhora da ventilação alveolar, prevenção de crises respiratórias,
educação ao paciente, suporte ventilatório nos períodos de crise e/ou insuficiência respiratória e
melhora da capacidade física (MACHADO, 2008).
É importante ressaltar que, para se atingir resultados positivos, é primordial um amplo
estudo do quadro patológico apresentado pelo paciente, além de uma criteriosa avaliação das
condições clínicas desse indivíduo e do traçado de um tratamento condizente com suas
necessidades atuais por meio de equipe multiprofissional do HC-UFTM.
A fisioterapia trata pacientes com doenças respiratórias agudas e crônicas, incluindo
doenças pulmonares obstrutivas e restritivas; pacientes com doenças neuromusculares; pacientes
submetidos a grandes cirurgias, além de pacientes com doenças graves e em terapia intensiva
(GOMES; FARESIN, 2007).
Este trabalho foi realizado por meio de revisão literária visando padronizar e otimizar o
programa de Reabilitação Pulmonar com a equipe multiprofissional do Centro de Reabilitação,
objetivando melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
Uma doença restritiva tem como característica mecânica a baixa complacência pulmonar,
como, por exemplo, quando se tem menor produção de surfactante alveolar. Nestas condições,
há maior tensão superficial na parede dos alvéolos, fazendo com que apresentem uma tendência
muito mais forte ao colabamento, ou seja, o ar tende a ser expulso dos alvéolos, quando não se
produz uma quantidade adequada de surfactante. Sendo assim, irá penetrar menor quantidade
de ar nos alvéolos, ou seja, haverá diminuição na ventilação. Portanto, para que haja a mesma
entrada de ar que numa situação normal, é necessário o emprego de uma força maior, junto à
musculatura associada à inspiração (GOMES; FARESIN, 2007).
Doenças respiratórias que afetam a complacência pulmonar:
Bronquiolite e síndrome da membrana hialina;
Fibrose intersticial;
Obesidade;
Paralisia da musculatura e deformidade torácica;
Doenças autoimunes que provoquem a destruição de receptores colinérgicos.
4. REABILITAÇÃO PULMONAR
A Reabilitação Pulmonar é um programa multiprofissional de cuidados aos pacientes com
alteração respiratória crônica, que é desenvolvido individualmente para otimizar a performance
física, social e a autonomia do paciente em questão.
Para tanto, no Centro de Reabilitação são desenvolvidas ações incluindo na equipe, além do
fisioterapeuta, médico clínico geral, enfermeiro, nutricionista, psicólogo, educador físico e
assistente social objetivando as mudanças nos hábitos de vida e maior adesão ao tratamento.
Tanto os pacientes como os membros da família, ou seja, o cuidador, participa de programas
educativos e esclarecimentos quanto à fisiopatologia da doença pulmonar, os mecanismos de ação
das drogas em uso, sua importância, bem como a relação da doença com a atividade física regular
e a utilização das técnicas de conservação de energia. Os hábitos de vida e alimentares devem seguir
enfatizando o mais importante, no caso, para quem fuma, abandonar o tabagismo.
após uma inspiração máxima. Os pacientes são orientados a manter a pressão por mais de um
segundo e cada manobra é realizada no mínimo três vezes, sendo considerado para a análise o
maior valor.
O Índice Diafragmático (ID) é descrito a seguir conforme relatado por Sarmento em 2005:
É capaz de refletir o movimento tóraco-abdominal, que é obtido com um magnetômetro ou
pletismografia de indutância e ainda com uma fita métrica simples. Este índice é capaz de dizer
fielmente as mudanças de dimensões do tórax e do abdome durante a inspiração e expiração, com
a seguinte fórmula: ID = Δ AB/Δ AB + Δ CT. O Δ AB é a diferença da dimensão abdominal obtida entre
a fase inspiratória e expiratória, e ΔCT, a diferença da dimensão da caixa torácica também obtida
nas fases inspiratória e expiratória.
o paciente posicionado em decúbito dorsal horizontal, sendo o ΔCT medida com a fita posicionada
no 4º espaço intercostal e o ΔAB posicionada na cicatriz umbilical;
o foi solicitado que o paciente realizasse uma inspiração profunda máxima até a CPT, seguida de
uma expiração total, caracterizando a capacidade residual funcional (CRF) por 2 vezes consecutivas
com pausa nos movimentos respiratórios ao final da inspiração e da expiração para mensurar as
variações dimensionais perimétricas do tórax;
Para avaliar os músculos periféricos, segue-se o protocolo conforme a descrição de Pulz, Guizilini
e Peres (2006) a seguir:
Teste de Força Muscular (RM): é utilizado para determinar a quantidade máxima de peso que o
indivíduo consegue realizar em um único movimento de um determinado exercício. O teste é
denominado Teste de 1 Resistência Máxima (1RM). Antes da realização desse teste, deve-se avaliar
a elegibilidade do paciente. Segue a seguinte metodologia:
o verificar critérios de inclusão e exclusão para participar de um programa de treinamento
resistido;
o realizar teste ergoespirométrico previamente;
o manter o paciente em repouso por 5 minutos;
o monitorar PA, FC, frequência respiratória (FR) e saturação de oxigênio (SatO2);
o realizar alongamentos globais;
o posicionar adequadamente o paciente;
o orientar o paciente quanto à realização do exercício e padrão respiratório;
o realizar 15 a 20 movimentos com carga baixa como aquecimento;
o acrescentar 10 a 20% de peso sobre a carga de aquecimento conforme o grupo muscular testado;
o repousar 3 minutos;
o repetir os itens 8 e 9 até a não execução ou execução incorreta do movimento;
o retornar à carga anterior com acréscimo de 1% a 5% desta, até a não execução ou execução
incorreta do movimento;
o a carga obtida no último movimento antes da não execução ou execução incorreta é a carga
máxima ou 1RM
Ainda os mesmos autores, Pulz, Guizilini e Peres (2006), citam que diante da impossibilidade ou
a não opção pelo teste de 1RM, é prescrito o Teste de Repetições Máximas (RM) e escala subjetiva
de esforço (Borg), descritos a seguir:
O Teste de Repetições Máximas (RM) consiste na obtenção do maior número de repetições de
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do POP.UR.046 - Página 6/19
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO -POP
Documento
Título do FISIOTERAPIA PULMONAR AMBULATORIAL Emissão: 31/01/2020 Próxima revisão:
Documento Versão: 2 31/01/2022
um determinado exercício, que é realizado com uma carga constante. Posteriormente à obtenção
do maior número de repetições possíveis, executadas de forma correta, encontra-se o seu
equivalente em percentual do Teste de 1RM por meio da tabela de Berger:
o verificar critérios de inclusão e exclusão para participar de um treinamento resistido;
o realizar teste ergoespirométrico previamente;
o manter o paciente em repouso por 5 minutos;
o monitorara PA, FC, FR e SatO2;
o realizar alongamentos globais;
o posicionar adequadamente o paciente;
o orientar o paciente quanto à realização do exercício e ao padrão respiratório;
o realizar 15 a 20 movimentos com carga baixa como aquecimento;
o acrescentar 50% de peso sobre a carga de aquecimento e solicitar que o paciente realize o maior
número de repetições possíveis.
7. FISIOTERAPIA PULMONAR
O tratamento fisioterapêutico é prescrito conforme avaliação realizada. De acordo com cada
patologia, bem como o quadro clínico apresentado, a fisioterapia atua, reeducando a respiração,
higienizando as VA, reexpandindo os pulmões, treinando técnicas de conservação de energia, além
de fortalecer músculos respiratórios e periféricos. Em situações em que o paciente necessita de um
cuidador, seja ele adulto ou criança, incluindo aqueles que precisam de aspiração traqueal, estes
são orientados e acompanhados com tal procedimento. O programa tem supervisão direta do
fisioterapeuta, com controle dos sinais e sintomas, aferição da FC, PA e SatO2, e se necessário
monitorização cardíaca por meio do eletrocardiograma durante toda a sessão de tratamento.
Sendo assim, a fisioterapia dispõe de manobras e recursos para minimizar desconfortos
respiratórios como a dispneia. As técnicas apresentadas abaixo são utilizadas no HC-UFTM e foram
descritas por Britto, Brant e Parreira em 2009.
A TEF tem se mostrado bastante eficaz para a higiene brônquica de pacientes com tendência
ao colapso das VA durante a tosse normal, como é o caso dos bronquiectásicos, enfisematosos e
portadores de fibrose cística.
Técnica Expiratória Manual Passiva (TEMP)
É uma técnica em que consiste em comprimir manualmente o tórax durante a fase
expiratória com objetivo de aumentar o fluxo respiratório e descomprimi-lo ao final desta fase.
Deve-se aplicar a técnica com cautela, respeitando o ciclo respiratório para não o modificar,
acarretando em hiperventilação ou hipoventilação, sempre na fase expiratória.
Drenagem Postural (DP)
Durante a execução dessa técnica a ação da gravidade atua auxiliando o deslocamento de
secreções periféricas para regiões proximais do pulmão. O uso do posicionamento como forma
de drenagem baseia-se na anatomia da árvore brônquica. Adota-se a postura invertida do
segmento pulmonar acometido, assim, a secreção é encaminhada para uma porção mais central,
em que se torna mais facilmente removida por meio de tosse ou aspiração. Deve ser associada a
outras técnicas como vibração. Muitos estudos relatam os benefícios da DP em pacientes
portadores de bronquiectasia que apresentam acúmulo de secreção. Em crianças, a DP pode ser
oferecida, em posições específicas, no colo dos pais ou do fisioterapeuta. Cada posição deve ser
mantida até que a área afetada esteja livre de secreções (CONDE, 2008).
Vibração e vibrocompressão
A vibração pode ser realizada manualmente ou por meio de aparelho especifico. A vibração
manual consiste em movimentos oscilatórios empregados no tórax por meio de contração
isométrica da musculatura do antebraço e deve ser realizada na fase expiratória. Os movimentos
vibratórios propiciam a depuração mucociliar e facilitam a eliminação de secreções.
Para realizar a vibrocompressão, associa-se essa vibração com compressão torácica. O
fundamento da vibração está vinculado à propriedade do muco de liquefazer-se durante a
agitação, portanto, o emprego desse recurso facilita a depuração da secreção (COSTA, 1999).
Tosse
Para as técnicas relacionadas com o mecanismo da tosse, citadas a seguir, por Conde (2008), o
paciente deve ser posicionado de forma relaxada e confortável para realizar a respiração
profunda e em seguida a tosse. A posição sentada ou de forma inclinada para frente,
normalmente, é a melhor escolha para efetuar a tosse. O pescoço do paciente deve estar um
pouco fletido de forma a favorecer um mecanismo mais favorável a oferecer mais conforto.
Tosse Dirigida
o O paciente é orientado a realizar uma tosse voluntária que deve ser precedida de uma
inspiração profunda seguida de uma contração ou ativação brusca da musculatura abdominal.
Esta tosse deve ser realizada com a glote fechada e, no final o paciente deve expectorar. Esta
manobra assemelha-se ao reflexo de tosse sem a fase irritativa. A posição sentada é mais
benéfica, pois contribui para um favorecimento da mecânica diafragmática e da contração da
musculatura abdominal.
Tosse assistida
o A tosse é um importante mecanismo para eliminar secreções traqueobrônquicas. A técnica
de tosse assistida corresponde à imposição das mãos do terapeuta no tórax do paciente,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do POP.UR.046 - Página 9/19
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO -POP
Documento
Título do FISIOTERAPIA PULMONAR AMBULATORIAL Emissão: 31/01/2020 Próxima revisão:
Documento Versão: 2 31/01/2022
realizando uma expiração forçada, com o intuito de aumentar o fluxo expiratório e tornar a tosse
mais eficaz.
Tosse estimulada
o Pode ser estimulada manualmente através da excitação dos receptores da tosse localizados
na região da traqueia. Realiza-se a indução manual denominada tic-traqueal, o qual consiste em
fazer movimentos circulares ou um movimento lateral da traqueia durante a fase inspiratória.
Por tratar-se de um recurso pouco agradável restringe-se aos pacientes não colaborativos, com
confusão mental, ou ainda aqueles que apresentam reflexo da tosse ausente ou diminuído.
Aspiração
É utilizada para manter VA pérvias, entretanto, deve ser empregada com critério e indicação,
quando por meio da avaliação, observa-se a presença de secreção nas VA, uma vez que o
paciente não apresenta tosse eficaz para expectorar.
Em situações em que o paciente estiver respirando por via nasal, a aspiração realizada será
nasotraqueal e se estiver respirando por traqueostomia (TQT), a aspiração acontecerá por esta
via. É possível realizar o procedimento somente pelo fisioterapeuta ou também poderá ter o
acompanhamento por outro fisioterapeuta, estagiário de fisioterapia, enfermeiro ou cuidador.
Todo o material deve ser preparado anteriormente, o aspirador testado e a utilização de um
oxímetro ou até de um monitor multiparâmetro é imprescindível.
Utilizam-se os seguintes materiais: aspirador, água destilada ou soro fisiológico,
ressuscitador manual (AMBU), oxímetro, monitor multiparâmetro, bala de oxigênio (O2), cateter
tipo óculos nasal, máscara de O2, luvas estéreis, sonda de aspiração de números 06 a 14 (o
tamanho da sonda utilizada depende se o paciente é adulto ou criança), máscara, óculos de
proteção, avental, estetoscópio, gaze e compressa estéreis.
o Aspiração Nasotraqueal: deverá ser feita apenas quando for extremamente necessária, pois,
é uma técnica asséptica. É importante usar lidocaína (gel) para lubrificar a sonda, assim, também
se evita trauma da mucosa nasal. Após a preparação do material e o paramento dos profissionais,
inicia-se o procedimento, ofertando O2 ao paciente, posicionando-o em decúbito dorsal com
cabeça em linha média e o pescoço em extensão. Com a sonda lubrificada, inseri-la na via
nasofaríngea durante a fase inspiratória com a glote aberta até atingir a traqueia. Realizar
movimentos circulares com a mesma e o procedimento não deverá exceder 10 segundos. A
introdução da sonda irá estimular tosse, que facilitará a remoção da secreção pela aspiração.
Repetir o procedimento quantas vezes forem necessárias até que não se observe ruídos
adventícios característicos de presença de secreção traqueobrônquica por meio da ausculta
pulmonar.
o Aspiração Endotraqueal: os pacientes atendidos que necessitam desse procedimento
encontram-se traqueostomizados e utilizam sonda metálica em fase de desmame ou sonda
traqueal definitiva. Toda a técnica é executada da mesma forma que na aspiração nasotraqueal,
porém o que difere é a via de acesso. A cânula deve ser higienizada para evitar obstrução.
Normalmente os cuidadores destes pacientes já estão orientados para realizar as aspirações,
bem como a higienização da cânula em nível domiciliar. O fisioterapeuta solicita ao cuidador que
acompanhe o procedimento. Também é pedido ao mesmo que realize a aspiração para verificar
se está sendo executada de forma adequada.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do POP.UR.046 - Página 10/19
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO -POP
Documento
Título do FISIOTERAPIA PULMONAR AMBULATORIAL Emissão: 31/01/2020 Próxima revisão:
Documento Versão: 2 31/01/2022
Este exercício está indicado para aumentar o volume pulmonar em pacientes com dor e
desvantagem mecânica por redução da complacência pulmonar e/ou de caixa torácica. A
inspiração sustentada máxima é realizada com um esforço inspiratório máximo, de forma lenta,
pela via nasal, até atingir a máxima capacidade inspiratória. Mantém-se a inspiração máxima por
cerca de 3 segundos, realizando, a seguir, a expiração sem esforço. A expiração pode ser feita
entre os lábios. A inspiração é lenta para diminuir a velocidade e aumentar a força de contração
muscular e máxima, com pausa ao final, para que o recrutamento de fibras musculares gere
maior redução da pressão intratorácica, melhorando, assim, a distribuição do gás.
Exercício Respiratório com Manobra de Compressão e Descompressão Torácica (manobra
de pressão negativa de Farley Campos ou descompressão torácica abrupta localizada)
Consiste na realização de pressão manual na região torácica acometida, em geral, a região
torácica inferior. Solicita-se a realização de uma expiração prolongada e, em seguida, uma
inspiração nasal profunda. No início da fase inspiratória, realiza-se uma resistência com as mãos,
a qual é retirada abruptamente, promovendo uma descompressão local. Este procedimento
busca a negativação da pressão pleural regional com consequente direcionamento do fluxo de
ar para esta área. Acredita-se que a variação da pressão pleural provocada pela compressão e
descompressão torácica atue no sistema de reabsorção do liquido pleural; assim, a técnica é bem
indicada em casos de derrame pleural.
utilizando-se a escala de Borg modificada. Vários testes podem ser utilizados para avaliar a
capacidade funcional e orientar a prescrição de exercícios, dentre eles, os testes incrementais
em esteira e bicicleta ergométrica e o TC6’.
A prescrição é de forma criteriosa e envolve a intensidade (sobrecarga), duração, frequência
e tipo de exercício.
A prescrição da intensidade dos exercícios é determinada com base na frequência cardíaca
de treinamento pela fórmula de Karvonen, onde é utilizada a FC máxima alcançada no TE máximo
ou no teste submáximo.
A duração da sessão de treinamento é estipulada entre 45 e 50 minutos, com frequência de
3 vezes por semana em dias alternados. O programa de exercícios é dividido em 3 etapas:
aquecimento (cerca de 10 a 15 minutos incluindo, caminhada, exercícios de baixa intensidade,
exercícios localizados de resistência muscular periférica e alternados exercícios de membros
superiores e membros inferiores e de alongamento); fase de treinamento (de 20 a 30 minutos,
com treino de resistência muscular, exercícios de grandes grupos musculares, esteira, corridas e
bicicleta ergométrica) e o desaquecimento (com duração de 5 a 10 min, exercícios de
alongamento, caminhadas leves e conscientização corporal).
A programação de exercícios é individualizada e a progressão da intensidade é feita
normalmente de 3 em 3 meses analisando-se as respostas de FC ao treinamento, a sensação
subjetiva pela escala de Borg, a FR e a SpO2. Para alterar o treinamento é necessária realização
de novos testes (TC6’). Após 6 meses da realização do TE máximo, um novo teste é feito para
avaliar as respostas adaptativas ao treinamento físico e reprogramar a intensidade de esforço.
Durante toda a sessão, o paciente é monitorado por meio das medidas, da FC, FR, PA, SpO 2
e a sensação subjetivo de cansaço por meio da escala de Borg. Uma fonte de O2 é essencial, e em
geral já está prescrita pelo médico responsável pelo paciente e é utilizado sempre que a SpO 2
estiver menor que 90%.
Isto sugere que a elevação dos braços altera o recrutamento muscular ventilatório e postural,
alterando, consequentemente, a mecânica da caixa torácica e do compartimento abdominal,
levando a dispneia mais rapidamente por esforço excessivo da musculatura recrutada de forma
inadequada pelo DPOC (VELLOSO, JARDIM, 2006).
Estudos mostram que 78% dos pacientes com DPOC têm dispneia ao realizarem atividades
rotineiras do cotidiano e que 55% deles necessitam de assistência para realizá-las.
Abaixo estão descritas a avaliação das AVD e a aplicabilidade das técnicas de conservação de
energia, descritas por Velloso e Jardim, em 2006.:
Avaliação das AVD:
o Inicialmente é solicitado aos pacientes que mimetizem as atividades, realizando-as como se
estivessem em casa, sem interferência do examinador. Neste momento, pode-se ter uma noção
de quanto tempo o paciente demora em cada atividade, qual a posição de corpo adotada, além
do comportamento da frequência cardíaca, SpO2 e da dispneia.
o Posteriormente, os dados coletados são utilizados para se desenvolver um programa
educativo e de orientação, na tentativa de modificar os hábitos dos pacientes, incluindo a
utilização das técnicas de conservação de energia.
Uso das Técnicas de Conservação de Energia: para sua aplicação, devem ser feitas a
adaptações do ambiente com as mudanças nas posturas, para a realização das AVDs.
Apresentam os seguintes objetivos:
o treinar a respiração diafragmática, primeiro em repouso, para que o paciente tenha
percepção dos movimentos respiratórios durante a inspiração e expiração e depois, durante a
realização das tarefas, evitando que o paciente faça breves períodos de apneia;
o treinar os membros superiores visando ao aumento da tolerância ao trabalho;
o programar atividades com níveis distintos de exigência, iniciando com atividades leves,
lentas e com menor gasto energético, por exemplo, treinar primeiramente atividades de higiene
pessoal em posição sentada e com apoio dos membros superiores (escovar dentes, pentear
cabelos, fazer a barba, lavar o rosto, maquiar-se) e depois, sentada sem apoio de membros
superiores (depilar axilas e tomar banho);
o simplificar o desenvolvimento de algumas tarefas, adaptando o ambiente, como elevação
do vaso sanitário, colocação de barras de apoio e corrimão no banheiro, ou fazendo uso de
tecnologia assistiva, como calçadeira de cabo longo, pente com cabo longo, andadores com
assento e cesta de bagagem, entre outros;
o eliminar atividades desnecessárias, como enxugar louças (uso de escorredor), secar-se após
o banho (uso de roupão felpudo) ou amarrar sapatos (preferir calçados sem cadarços);
o orientar quanto à importância em solicitar auxílio de familiares, cuidadores ou outros,
quando necessário;
o organizar o tempo, planejando o dia e a semana, considerando os tempos gastos na
realização das atividades e o tempo necessário para descanso, incentivando o uso de agendas;
o organizar o ambiente de modo que os materiais a serem utilizados pelo paciente
permaneçam em locais de fácil acesso, ou seja, entre as cinturas escapular e pélvica, evitando a
necessidade de grandes amplitudes de movimento de membros superiores sem sustentação,
além da flexão de tronco;
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do POP.UR.046 - Página 16/19
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO -POP
Documento
Título do FISIOTERAPIA PULMONAR AMBULATORIAL Emissão: 31/01/2020 Próxima revisão:
Documento Versão: 2 31/01/2022
orientar quanto às posturas mais adequadas na realização de cada uma das tarefas,
adaptando a forma de realizar as atividades, ou seja, quando o paciente tiver que utilizar os
braços deve fazê-lo com apoio em uma mesa, bancada ou mesmo no lavatório do banheiro, além
de evitar a flexão do tronco. As figuras abaixo demonstram alguns exemplos das técnicas de
conservação de energia, segundo Velloso e Jardim, 2006.
A figura 1 mostra que ao abaixar o espelho do banheiro, evita-se que o paciente faça sua
higiene pessoal na posição ortostática e com os membros superiores sem apoio.
8. REFERÊNCIAS
BRITTO Raquel Rodrigues, BRANT Tereza Cristina Silva, PARREIRA Verônica Franco. Recursos
Manuais e Instrumentais em Fisioterapia Respiratória. Barueri, SP: Manole, 2009.
CONDE Maria das Graças de Oliveira. Atuação da Fisioterapia na Bronquiectasia. Rio de Janeiro.
Universidade Veiga de Almeida, 2008.
FROWNFELTER Donna, DEAN Elizabeth. Fisioterapia Cardiopulmonar: Princípios e Prática. 3ª ed. São
Paulo: Revinter, 2004.
GOMES, Mauro, FARESIN, Sônia Maria. Pneumologia: Atualização e reciclagem. 7ª. ed. São Paulo:
ROCA, 2007
GOSSELINK Rik, Physical Therapy in Adults With Respiratory Disorders: Where Are We? Rev. bras.
fisioter., São Carlos, v. 10, n. 4, p. 361-372, out./dez. 2006.
KIRCHENCHTEJN, S. F.; JARDIM, J. B. Limitação crônica ao fluxo aéreo. Rev Bras Med, v. 54, p. 176-
188, 1997.
KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn. A. Exercícios Terapêuticos, fundamentos e técnicas. Ed. Manoel.
Barueri-SP. 4.ed. 2004.
RIBEIRO Karla; TOLEDO Andreza; COSTA Dirceu; Efeitos de um programa de reabilitação pulmonar
em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); Rev. biociên., Taubaté, v.11, n. 1-2,
p. 63-68, jan,/jun. 2005.
VELLOSO Marcelo, JARDIM José Roberto. Functionality of patients with chronic obstructive
pulmonary disease: energy conservation techniques, J Bras Pneumol. 2006;32(6):580-6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do POP.UR.046 - Página 19/19
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO -POP
Documento
Título do FISIOTERAPIA PULMONAR AMBULATORIAL Emissão: 31/01/2020 Próxima revisão:
Documento Versão: 2 31/01/2022
9. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO
02 17/09/2019 Não houve da elaboração até a presente momento, Consenso ou
Diretriz que alterasse quaisquer dos elementos contidos neste
documento. As atualizações resumiram-se em adequação da escrita.
Alterada a numeração do documento para atender ao novo modelo
oficial de POP, padronização pela Ebserh (antigo POP/Unidade de
Reabilitação/17/2016)
Versão 2
Revisão da equipe Data: 11/10/2019
Renata Melo Batista, fisioterapeuta
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Data: 15/01/2020
Planejamento
Validação
Izabella Barberato Silva Antonelli, chefe da Unidade de Data: 22/01/2020
Reabilitação
Aprovação
Marina Casteli Monteiro, chefe da Divisão de Apoio Data: 31/01/2020
Diagnóstico e Terapêutico
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins lucrativos.
® 2019, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Todos os direitos reservados
www.Ebserh.gov.br