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CRÍTICA DA IDEOLOGIA E EMANCIPAÇÃO:

Marx, o direito e a democracia

Guilherme Willyams Tibúrcio Melo


UESPI - Universidade Estadual do Piauí
guilhermewillyamstiburciomelo@aluno.uespi.br

MELO, Rúrion. Crítica da ideologia e emancipação: Marx, o direito e a democracia. In:


SILVA, Felipe; RODRIGUEZ, José. Manual de sociologia jurídica. São Paulo: Saraiva,
2013. p. 27–49.

No livro “Manual de sociologia jurídica” – capítulo 1, “Crítica da ideologia e


emancipação” – é apresentado a nós, pelos autores Rodriguez, e Silva, a visão de
Marx a respeito da democracia e do direito, relacionado a liberdade dos homens na
sociedade e as ideologias inseridas no meio.
Marx foi mostrado como crítico fiel e contrário ao sistema capitalista e ao
ordenamento institucional adotado para estruturar a organização política e jurídica da
sociedade no seu tempo, esse seu criticismo, o fez levantar duas hipóteses: a
primeira, de que a emancipação social não seria possível nas condições em que se
encontravam (num sistema capitalista), onde afirmava que para haver uma
possibilidade de liberdade e igualdade, seria necessário uma transformação
revolucionária do capitalismo; a segunda, defendia a ideia de um Estado minimamente
participativo nas relações das pessoas, assim como defendia uma república do
trabalho, que se configuraria pelo modelo produtivista e cooperativo, fazendo uma
divisão igualitária dos trabalhos.
Observando essas pontuações de Marx, podemos ver a fundamentação para
as ideias que ele propõe, sua crítica parte da ideia de que o direito é a base das
relações dentro da sociedade civil, a partir disso é percebido que há uma limitação
das vontades das pessoas, percebendo essa limitação e exacerbada instituição de
normas pelo Estado, Marx diz que essa intervenção favorece, mesmo que de forma
indireta, as relações desiguais e consequentemente a desigualdade social.
Enfatizando essas desigualdades, uma crítica forte de Marx é que o Estado estaria a
serviço da burguesia, favorecendo-a e iludindo as pessoas de que vivem em um
ambiente socialmente democrático e igualitário, uma vez que o Estado estaria
presente para realizar as vontades dos poderosos, logo, Marx denomina “burgueses”
as instituições políticas que estão a serviço do Estado que buscam o controle e
manutenção do sistema capitalista.
Dentro de sua crítica, ele define ideologias como sendo ideias verdadeiras e
falsas que induzem as pessoas a acreditar em uma ilusão. Essa crítica da ideologia
se dá pela desigualdade, que em determinados momentos do desenvolvimento das
forças produtivas, passa a ser historicamente necessário um tipo de dominação,
portanto, apesar de ser uma forma de manejar, de certa forma, a sociedade, a
dominação ideológica se torna necessária para a reprodução das próprias relações
sociais existentes.
Marx, como dito anteriormente, apresenta uma ideia de Estado mínimo, como
ideal para uma sociedade trazendo a liberdade para os cidadãos, proporcionando a
livre troca de serviços e trabalhos sem a intervenção do Estado através das leis,
regulamentos e limitações as vontades dos indivíduos. E através desse ideal
emancipatório dos homens na sociedade, Marx aborda a retirada da burguesia da
posição de favorecimento, deixando o povo trabalhador ser a representação da
sociedade, uma república de trabalhadoras livres, e isso também puxa a questão que
ele levanta, sobre as classes trabalhadoras, que sustentam a nobreza, e deixa claro
seu posicionamento a respeito do comunismo, afirmando que essa exploração seria
inexistente nesse regimento, necessitando, então, a retirada da burguesia do poder e
conseguindo a emancipação do povo.

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