ISSN: 2447-2301
REVISÃO / REVIEW / REVISIÓN
Untreated music therapy for children with autism: integrative
A musicoterapia no tratamento de crianças com autismo: revisão integrativa
La musicoterapia sin tratamiento de niños con autismo: revisión integrativa
Descriptors
Alternative Therapies. Authentic
Transtorn. Music.
Descritores
Terapias Alternativas. Transtorno
Autístico. Música.
Descriptores
Terapias Alternativas. Transtorno
Autístico. Música.
Sources of funding: No
Conflict of interest: No
Date of first submission: 2018-01-18
Accepted: 2018-0-07
Publishing: 2018-03-20
Corresponding Address
Tailana Santana Alves Leite
Universidade Estadual do Maranhão-
UEMA. Grajaú, Maranhão-Brasil
Enfermeira
Avenida Antônio Teles, n° 39
Bairro Rodoviária
CEP 65940-000- Grajaú (MA), Brasil
E-mail:
Tailanasantana@hotmail.com
Portuguese
ReonFacema. 2018 Abr-Jun; 4(2): 1102-1106
review
Neuma Apinagé Araújo¹
Dalila Sales da Solidade²
Tailana Santana Alves Leite³
ABSTRACT
Objective: To describe the benefits of music therapy in the treatment of children with autism.
Methodology: This is an integrative review of the literature, whose data were collected from the
indexed databases LILACS, MEDLINE, SCIELO AND VHL. The inclusion criteria in the research were articles
with summaries and texts related to the theme; articles available in the Portuguese and English
languages published between the years 2010 to 2017. Articles, theses or dissertations published outside
the collection period were excluded. Data were collected during the month of May, 2017. Results and
discussion: We selected 19 articles to compose the sample of this article, which were segmented into
three subthematic axes that are physical capacity, emotional capacity and school capacity, focusing on
the benefits of music. Final considerations: It is believed that music can help children with autism in a
differentiated way by offering adequate motivational resources for the development of attention,
memory, communication, motor skills, emotional maturation and socialization.
RESUMO
Objetivo: Descrever os benefícios da musicoterapia no tratamento de crianças com autismo.
Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujos dados foram colhidos das bases
indexadas LILACS, MEDLINE, SCIELO E BVS. Consideraram-se como critérios de inclusão na pesquisa,
artigos com resumos e textos relacionados ao tema; artigos disponíveis nos idiomas português e inglês
publicados entre os anos de 2010 a 2017. Foram excluídos artigos, teses ou dissertações publicadas fora
do período de coleta. A coleta de dados ocorreu durante o mês de maio de 2017. Resultados e
discussão: Foram selecionados 19 artigos para comporem a amostra do presente artigo, os quais foram
segmentados em três eixos sub-temáticos que são capacidade física, capacidade emocional e
capacidade escolar, com foco nos benefícios da música. Considerações finais: Acredita-se que a música
pode auxiliar crianças com autistas de forma diferenciada por oferecer recursos motivacionais
adequados para o desenvolvimento da atenção, memória, comunicação, habilidades motoras,
amadurecimento emocional e socialização.
RESUMEN
Objetivo: Describir los beneficios de la musicoterapia en el tratamiento de niños con autismo.
Metodología: Se trata de una revisión integrativa de la literatura, cuyos datos fueron recolectados de
las bases indexadas LILACS, MEDLINE, SCIELO Y BVS. Se consideraron como criterios de inclusión en la
investigación, artículos con resúmenes y textos relacionados al tema; artículos disponibles en portugués
e Inglés publicados entre los años 2010 a 2017. Se excluyeron los artículos, trabajos de grado publicados
fuera del período de recolección. La recolección de datos ocurrió durante el mes de mayo de 2017.
Resultados y discusión: Se seleccionaron 19 artículos para componer la muestra del presente artículo,
los cuales fueron segmentados en tres ejes subtemáticos que son capacidad física, capacidad emocional
y capacidad escolar, con foco en los beneficios de la música. Consideraciones finales: Se cree que la
música puede ayudar a niños con autistas de forma diferenciada por ofrecer recursos motivacionales
adecuados para el desarrollo de la atención, memoria, comunicación, habilidades motoras, maduración
emocional y socialización.
¹Estudante. Discente do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Grajaú, Maranhão-Brasil.
neuma.1love@hotmail.com
²Discente do Curso de Enfermagem. Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Grajaú, Maranhão-Brasil. Dalila-
salles@hotmail.com
³Enfermeira. Docente do Curso de Enfermagem. Mestranda em Ensino em Ciências e Saúde. Universidade Federal do
Tocantins - UFT. Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. Grajaú, Maranhão-Brasil. Tailanasantana@hotmail.com
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Araujo NA, Solidade DL, Leite TSA TSA et al.
INTRODUÇÃO
O termo autismo origina-se da terminologia grega
autós, cujo significado é de si mesmo. Sua primeira 848
definição ocorreu no ano de 1943, quando o médico
austríaco Leo Kanner, sistematizou com cautela a
observação de um grupo de crianças com idades de 2 a 8
anos, onde o mesmo denominou o transtorno de distúrbio
autístico de contato afetivo, e que apesar do autismo já ter
sido inserido na psiquiatria por Plouller, como um fator
descritivo do isolamento, a descrição feita por Kanner de
algumas anormalidades permitiu estabelecer a diferença
entre o autismo de outras anormalidades como a
(1,2) .
esquizofrenia e psicoses infantis
O autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA) é uma perturbação que afeta o desenvolvimento da
criança, instalando algumas dificuldades relativamente a
(3,4)
sua educação e posterior integração social
Caracteriza-se também por uma perturbação que pode
causar défice claro expressivo nas funções associadas a
comunicações ao qual a cresce a presença
comportamentos, interesses ou atividades, limitados
inflexíveis e estereotipados (5).
Os déficits nas dimensões sociocomunicativas e
comportamentais são características de pessoas autistas.
Esses déficits geram comprometimento na interação social,
uma das marcas centrais do autismo que persistem ao longo
da vida das pessoas com a síndrome. Além desta
característica, pessoas com esse tipo de perturbação
apresentam apego a determinado objetos, dificuldade para
comunicação verbal, ausência de contato visual e
movimentos estereotipados (6).
Diversas abordagens terapêuticas como
arteterapia, terapia cognitiva comportamental
psicoterapia de origem psicanalítica, têm surgido com os
objetivos voltados para o desenvolvimento das pessoas com
limitações em suas capacidades de interação social e
desempenho cognitivo, habilidades na comunicação verbal
e não verbal e na redução das estereotipias. Dentre essas
abordagens se encontra a musicoterapia, uma das terapias
(7)
alternativas existente . Trata-se de uma revisão integrativa da literatura,
As Terapias alternativas, também nomeadas como
Complementares e/ou Integrativas, são denominadas pela
Organização Mundial de Saúde – OMS como Medicina
Tradicional e compreendem um grupo de práticas de
Portuguese
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Untread music therapy for children with autism: integrative…
atenção à saúde não alopáticas e englobam atividades
como a acupuntura, naturopatia, musicoterapia,
fitoterapia, meditação, terapia floral, entre outras. Estas
terapias procuram atender ao indivíduo de forma holística,
baseado na confiança e no vínculo terapeuta / usuário (8,9).
O Ministério da Saúde, seguindo a diretriz da
Organização Mundial de Saúde, aprovou em maio de 2006,
a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares no Sistema Único de Saúde (10)
.
Legitimou, desta forma, a oferta destas práticas oferecidas
por profissionais nas Unidades Básicas de Saúde, bem como
das equipes de Saúde da Família, beneficiando uma parcela
considerável da população usuária do Sistema Único de
Saúde (11,12).
Dentre as terapias oferecidas pelo SUS está a
musicoterapia, que pode ser definida como um processo
sistemático de in- tervenção que ajuda na promoção da
. saúde do cliente por meio de experiências musicais. O uso
desta terapia melhora a relação de comunicação,
expressão, organização, aprendizagem e mobilização,
de atingindo um melhor efeito terapêutico, no sentido de
alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais
e cognitivas (13).
O profissional em enfermagem vem explorando
diversas modalidades terapêuticas no desempenho de sua
atividade profissional. Estudos afirmam que a união da
Enfermagem e da musicoterapia, como terapias adjuvantes
para diversos tratamentos, pode oferecer uma assistência
mais humanizada, melhorando a relação entre equipe-
paciente e da própria equipe multidisciplinar da área de
saúde. Além disso, é uma forma de aprendizagem e
educação para a equipe e para o paciente (15)
.
a A prevalência da contribuição da música do
e tratamento das crianças autistas estimulou a realização
deste artigo de revisão, cujo objetivo é abordar sobre os
benefícios da musicoterapia no tratamento de crianças com
autismo.
METODOLOGIA
operacionalizada por meio das etapas de identificação do
tema, seleção da hipótese, estabelecimento de critérios
para inclusão e exclusão de estudos, definição das
informações a serem extraídas dos estudos selecionados,
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Rios MJBL et al. The importante of physical therapy in lactation

categorização dos estudos, avaliação dos incluídos, importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso.
interpretação dos resultados. As bases de dados utilizadas Isto porque toda expressão musical ativa atua sobre a
para busca dos artigos foram: Literatura Latino-Americana mente, beneficiando a descarga emocional, a reação
e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), National Library motora e aliviando as tensões. Qualquer movimento
of Medicine (Medline), Scientific Eletronic Library Online adaptado a um ritmo é resultado de um conjunto completo
(SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). e complexo de atividades coordenadas (18).
Consideraram-se como critérios de inclusão na Por isso atividades como cantar com
pesquisa, artigos com resumos e textos relacionados ao acompanhamento de gestos, dançar, bater palmas, pés,
tema; artigos disponíveis nos idiomas português e inglês são experiências valorizadas para a criança, pois estas,
publicados entre os anos de 2010 a 2017. Foram excluídos possibilitam o desenvolvimento rítmico, coordenação
artigos, teses ou dissertações publicadas fora do período de motora, além destas vantagens, vão favorecer também o
(18)
coleta, as não disponíveis gratuitamente, e as fora da área processo de aquisição da leitura e da escrita .
relacionada a musicoterapia e outras formas de publicação
que não são artigos científicos completos. Capacidade emocional
A coleta de dados ocorreu durante o mês de maio A base da música é o som e ele produz diferentes
de 2017. Na estratégia de busca, utilizaram-se os seguintes mudanças psíquicas na pessoa, atuando no seu estado
descritores em português (DeCS): Terapias alternativas, mental e emocional. No que se refere ao aspecto
Transtorno Autístico, Música. Após a eliminação de emocional, as crianças recebem as sessões de
duplicidades e leitura dos artigos na íntegra foram musicoterapia em grupo. Isto tem um aspecto positivo, pois
analisados 20 artigos. Os resultados encontrados foram as auxilia no processo de integração e comunicação. Além
sistematizados em três eixos sub-temáticos: Capacidade disso, música pode reduzir a tensão e a ansiedade
física, Capacidade emocional e Capacidade escolar. ocasionadas por situações estressantes. Esse conjunto de
benefícios faz com que as crianças sejam mais alegres e
(15)
RESULTADOS felizes, tornando assim seu estado emocional melhor .
A musicoterapia oferece ao paciente a

Capacidade física oportunidade de manifestar habilidades e potencialidades,

É notório que a qualidade de vida das crianças com expressar emoções de desconforto e contentamento, além

autismo é muito afetada, ainda mais quando estas crianças de alcançar descontração por meio do canto e da

são portadoras de limitações físicas impostas pela doença, participação ativa na execução da música, na possibilidade

dificultando o desempenho de atividades comuns que de tocar diferentes instrumentos musicais. A música atua

outras crianças da mesma idade realizam (16)

. no sentido de melhor atenção, favorece a expressão

Em relação ao desempenho fisco, os estudos emocional, estimula o pensamento e habilidades

(14)
afirmam que a música pode contribuir para que a criança sociocomunicativas . As crianças que receberam as

especial amplie seus limites físicos ou mentais, sessões de musicoterapias observaram-se que as mesmas

despertando sua consciência perceptiva, seu passaram a usar o sorriso social e a demonstrar gestos

desenvolvimento da audição e do controle motor (17). Isto é afetivos como beijos e abraços em retribuição aos gestos

possível devido as atividades musicais mobilizar quase recebidos por seus colegas e educadores (5).

todas as regiões do cérebro, como, o Córtex motor; o A emoção tem um importante papel para o

Córtex pré-frontal; Córtex sensório; o Cerebelo; desenvolvimento da vida social, da percepção e

Hipocampo; Núcleo acumbente e o Córtex visual (14)

. compreensão da realidade. Muitas das emoções humanas

Portanto, as atividades musicais oferecem mais intensas manifestam-se durante a formação,

inúmeras oportunidades para que a criança aprimore as manutenção, interrupção e renovação das relações em que

suas habilidades motoras, aprendendo a controlar os um parceiro está fornecendo uma base segura ao outro.

músculos e mover-se com agilidade. O ritmo tem um papel Estes princípios fazem sentido aqui por ter sido o estagiário

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a pessoa que representou a base de segurança para as
(6)
expressividades das crianças . amadurecimento emocional e socialização. Mesmo que os
Capacidade escolar
Em se tratando de crianças com autistas, o
processo de aprendizagem torna-se mais complexo, na
medida em que os transtornos de movimento, de postura e
complicações, associadas interferem na sua independência
e autonomia. Estes fatores podem
(3)
acompanhamento das atividades escolares
O musicoterapeuta que atua no
educacional tem por objetivo estimular o desenvolvimento
de habilidades cognitivas, motoras, sociais e emocionais
dos alunos, ampliando suas possibilidades de aprendizado.
Nesse sentido, o processo musicoterapêuticos poderá
incidir sobre o desenvolvimento individual do aluno com
vistas a também colaborar com os objetivos gerais da
escola. Ganhos extramusicais como
concentração, desenvolvimento das funções cognitivas e
criativas, expressão de sentimentos, desenvolvimento da
vida afetiva e social foram apontados por pais e professores
de crianças que participaram de atividades musicais
Nas escolas, quando se trabalha com música o
objetivo é colocá-la como um recurso de aprendizagem
para as crianças autistas, pois através da música é possível
que a criança possa interagir e se comunicar, contribuindo
(19)
para o seu desenvolvimento escolar . atualidade. Rev. latinoam. Psicopatol fundam [Internet].
De modo geral, percebe-se que a musicoterapia
pode provocar mudanças na conduta de crianças com
necessidades especiais, fazendo com que se adaptem
melhor à vida escolar. Contribui para a sua ação social e
melhora o rendimento nas atividades de aprendizagem.
Este resultado reforça e aponta a necessidade da educação
de crianças especiais (15).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A musicoterapia é a primeira
aproximação à criança autista, que permite a abertura de
canais de comunicação, por isso sua grande importância na
vida do autista.
Acredita-se que a música pode auxiliar crianças
com autistas de forma diferenciada por oferecer recursos
motivacionais adequados para o desenvolvimento da
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The importante of physical therapy in lactation
atenção, memória, comunicação, habilidades motoras,
resultados alcançados não sejam duradouros na ausência
da musicoterapia, vale ressaltar que durante sua aplicação
haverá melhora significativa na sua qualidade de vida, o
que contribui mesmo que temporariamente, para promover
uma melhoria neste aspecto.
Mesmo diante desses benefícios da música inserida
dificultar o na escola é possível afirmar que apesar da educação ser
. direito de todos (igualdade de todos perante a lei), está
ambiente longe de se alcançar à democracia social e a igualdade de
oportunidades para aqueles (as) que necessitam de uma
atenção especial do estado, sociedade e família. Portanto
necessita-se de políticas públicas mais eficazes, que
venham de fato, suprir as necessidades especiais desses
indivíduos, que vem sendo marginalizado pela sociedade.
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