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APOSTILA
SOBRE ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS E
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
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Relatório Nº: Apostila Análise Risco/2019


Revisão Nº: 2

Risco e Impacto Ambiental


Apostila Análise Risco/2019 Rev.: 1
Risco e Impacto Ambiental
– WO 53705093

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1

2 CONCEITOS BÁSICOS DE GERENCIAMENTO DE RISCO.........................................................................2

3 RISCO PARA PESSOAS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO ..................................................................................5

4 RISCOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO ....................................................................................7

5 CONCEITO DE IMPACTO AMBIENTAL .......................................................................................................10

6 RELAÇÃO ENTRE EIA-RIMA, EAR E PGR...................................................................................................11

7 COMENTÁRIOS FINAIS ....................................................................................................................................13

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Risco e Impacto Ambiental
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1 INTRODUÇÃO

Neste Módulo 1 são apresentados os seguintes tópicos:

Conceitos básicos de gerenciamento de riscos


Riscos para pessoas e medidas de proteção
Riscos ambientais e medidas de proteção
Conceitos de Impacto ambiental
Relação entre EIA-RIMA, EAR e PGR
Comentários Finais

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2 CONCEITOS BÁSICOS DE GERENCIAMENTO DE RISCO


Conforme apresentado em livro do Center for Chemical Process Safety (CCPS) do American
Institute of Chemical Engineers, Gerenciamento de Riscos pode ser definido como:

“Aplicação sistemática de políticas de gestão, procedimentos e práticas de


análises, avaliação e controle dos riscos, com o objetivo de proteger os fun-
cionários, o público em geral, o meio ambiente e as instalações, evitando a
interrupção do processo”

De uma maneira geral, o gerenciamento de riscos pode ser entendido como um processo,
cujos passos básicos são:

1. Identificação dos perigos;

2. Análise dos riscos;

3. Implementação de um plano de controle/redução dos riscos;

4. Monitoração do plano

5. Reavaliação periódica do plano

Processo de Gerenciamento de Riscos


Passos Básicos
Análise

Identificar Perigos

Analisar Riscos

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Conforme indicado no quadro acima, os dois primeiros passos constituem a fase de análise do
gerenciamento dos riscos: primeiramente, busca-se identificar todos os perigos (ou seja, as fontes de
risco). Existem várias técnicas para isso, que serão vistas no Módulo 3. O segundo passo consiste na
avaliação dos riscos decorrentes dos perigos identificados. Este passo é essencial para se poder
traçar um plano de controle/redução de riscos que seja otimizado, ou seja, que aloque os recursos
existentes de acordo com o nível de risco de cada perigo.

Como indicado no quadro abaixo, os três passos seguintes, a implementação, a monitoração e


a reavaliação periódica do plano de controle/redução de risco constituem a fase de gerenciamento
propriamente dita.

Processo de Gerenciamento de Riscos


Passos Básicos Sistema de Gestão
Análise

Identificar Perigos

Analisar Riscos

Implementar Plano de Controle/Redução de Riscos

Monitorar Plano de Controle/Redução de riscos

Gerenciamento
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Pode-se ainda dizer que Gerenciamento de Risco:

- É um processo de decisão no qual escolhas podem ser feitas


dentre um conjunto de alternativas capazes de atingir a um
“resultado requerido”

Os resultados requeridos de um Programa de Gerenciamento de


Risco podem decorrer de:

- Exigências regulatórias (legislação)


- Normas ambientais internacionais ou
- Normas ou procedimentos da própria empresa
Em última instância, os seus resultados devem sempre resultar na
redução dos riscos para níveis “toleráveis ou aceitáveis” dentro das
restrições impostas pelos recursos disponíveis.

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Os dois quadros a seguir ilustram dois conceitos de fundamental importância em todo


programa de gerenciamento de risco: a comunicação de riscos e a percepção de riscos.

Conceitos importantes
Comunicação de Risco
- Tem ganho cada vez mais espaço na área de
gerenciamento de risco

- Trata da maneira como as informações


relacionadas a riscos são comunicadas às
partes interessadas

- Diretamente relacionada à percepção de risco

- Pode ser uma transmissão de uma única via


- Ex.: Propaganda de segurança de
determinado processo

- Pode ser uma via de mão dupla


- Troca de informações entre os avaliadores
e as partes interessadas (audiência
pública, debates, workshops, etc)
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Conceitos importantes

Percepção de Risco
- Envolve crenças, atitudes, julgamentos e
sentimentos de pessoas

- Envolve valores sociais e culturais adotados pelas


pessoas em relação aos perigos e seus benefícios

- Um fator fundamental no julgamento sobre se


deteminado risco é “aceitável” e se as medidas de
gerenciamento de risco são suficientes ou não para
a solução do problema

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3 RISCO PARA PESSOAS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO


Uma das formas de classificação de riscos reside na sua diferenciação quanto ao tipo de recur-
so vulnerável que é objeto do dano causado pelo acidente. Dessa forma, os riscos podem ser: para
pessoas, para o meio ambiente e para o patrimônio da empresa ou da sociedade.
No que se refere aos riscos para pessoas, existe ainda uma forma de classificação baseada no
tipo de conseqüência avaliada. Conforme mostrado no quadro abaixo, as conseqüências podem ser:
fatalidades, ferimentos, doenças e defeitos genéticos.
Conforme também indicado no quadro abaixo, as fatalidades podem ser imediatas (na mesma
época da ocorrência do acidente) ou retardadas (alguns ou vários anos após o acidente). Os ferimen-
tos podem também ser classificados em temporários ou permanentes e as doenças podem ser agudas
ou crônicas.
O risco de defeito genético causado pelos efeitos do acidente refere-se à possibilidade de
ocorrência mutações indesejadas em indivíduos descendentes daqueles que sofreram os efeitos
causados pelo acidente.
De um modo geral, nas análises quantitativas de risco realizadas para instalações que lidam
com produtos perigosos, avalia-se apenas os riscos de fatalidades imediatas, como indicador dos ris-
cos das instalações analisadas. De um modo geral, esse indicador é suficiente para se obter uma cla-
ra diferenciação das instalações de alto risco das de baixo risco.

Riscos para Pessoas


As consequências podem ser de vários tipos

Imediata
Risco de Fatalidade
Retardada

Temporário
Riscos para Pessoas Risco de Ferimento
Permanente

Aguda
Risco de Doença
Crônica

Risco de Defeito Genético

De um modo geral, avalia-se apenas o risco de fatalidade imediata


No setor nuclear, avalia-se também os riscos de fatalidade retardada e de
defeito genético
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A segurança das instalações que lidam com produtos perigosos é garantida através da
colocação de uma série de camadas de proteção, as quais constituem barreiras com o objetivo de
prevenir a ocorrência de acidentes, reduzir a sua chance de propagação e minimizar as suas
conseqüências, caso venha a ocorrer. Tipicamente, as camadas de proteção existentes nas
instalações com produtos perigosos são as seguintes (ver quadro abaixo):
O próprio projeto da instalação que é feito de acordo com normas que refletem a experiência e
as boas práticas de engenharia de segurança;
Os sistemas de controle, os alarmes de desvios de controle de processo e os operadores que
são treinados para responder a esses alarmes;
Os sistemas de alarmes críticos, indicadores da ocorrência de um desvio crítico para a
segurança e a intervenção manual dos operadores, também treinados para essas situações;
Os sistemas instrumentados de segurança (SIS), constituídos atualmente por sistemas
eletrônicos computadorizados;
Os dispositivos de proteção física, tais como os dispositivos (válvulas) de alívio de pressão e
os diques de contenção;
Como últimas camadas, visando minimizar a magnitude das conseqüências, estão os
planejamentos de emergência internos e externos à instalação.

Camadas de Proteção
Típicas dos atuais projetos de instalações de processos químicos

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4 RISCOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO


A Resolução CONAMA-001 indica que o diagnóstico ambiental da área de influência do
projeto de um empreendimento deve abranger:

a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a


topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes
marinhas, as correntes atmosféricas;

b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies


indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de
extinção e as áreas de preservação permanente;

c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia,


destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as
relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial
utilização futura desses recursos.

Resolução CONAMA-001
Meio Físico Meio Biológico e Meio Sócio Econômico
Ecossistemas Naturais

O subsolo, as águas, o A fauna e a flora O uso e ocupação do


ar e o clima Destacando: solo, os usos da água
Destacando: e a sócio-economia
- as espécies indicadoras
- os recursos minerais, da qualidade ambiental, Destacando
- a topografia, - de valor científico e - os sítios e
- os tipos e aptidões do econômico, monumentos
solo, - raras e ameaçadas de arqueológicos,
- os corpos d'água, extinção e históricos e culturais
- as áreas de da comunidade,
- o regime hidrológico,
preservação - as relações de
- as correntes marinhas,
permanente; dependência entre a
- as correntes sociedade local, os
atmosféricas; recursos ambientais
e a potencial
utilização futura
desses recursos.

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Com a divisão estabelecida na Resolução CONAMA-001, os principais riscos para cada um


dos recursos vulneráveis são os indicados no quadro abaixo.

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Riscos para o Meio Ambiente


Meio Físico
- Contaminação do solo
- Contaminação de águas
- Contaminação atmosférica
- Alterações climáticas

Meio Biológico e Ecossistemas Naturais


- Danos à flora e à fauna

Meio Sócio-Econômico
- Destruição de sítios/monumentos arqueológicos
- Interrupção da atividade produtiva
- Comprometimento futuro de meios produtivos

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Por sua vez, as principais medidas de proteção para se evitar os riscos ambientais são as indi-
cadas no quadro abaixo, sendo a principal aquela relacionada ao distanciamento físico entre o agen-
te do perigo e o recurso vulnerável. Importantes ferramentas para isso são o zoneamento urbano e o
planejamento ambiental. Outra medida importante é a busca por projetos intrinsecamente seguros
(por exemplo, pela eliminação/substituição de substâncias poluidoras por outras menos poluentes.
Também a implementação de PGRs é fundamental para a redução do número de acidentes.

Riscos para o Meio Ambiente: Medidas de


Proteção

Distância e Separação física

Zoneamento urbano e planejamento


cidade
ambiental APA

Todas as camadas de proteção duto


indicadas anteriormente

Eliminação ou substituição de
substâncias altamente poluidoras por
outras menos poluidoras

Manter um amplo Programa de


Gerenciamento de Riscos

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Cabe também mencionar e destacar a Resolução 237/1997 do Conama, a qual dispõe sobre a
revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental, em
particular o seu Artigo 1º:

Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de
uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise
da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

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5 CONCEITO DE IMPACTO AMBIENTAL


Conforme indicado no Artigo 1º da Resolução CONAMA-001:

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental


qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Como se depreende do texto acima, o risco imposto à população ou ao meio ambiente devido
aos acidentes que podem vir a ocorrer durante a operação de um dado empreendimento industrial
pode ser considerado como uma forma de impacto ambiental. No entanto, inicialmente, os trabalhos
de EIA-RIMA simplesmente não faziam menção aos riscos de acidente, caracterizando os impactos
ambientais como aqueles decorrentes das alterações ambientais causadas durante a fase de
construção ou pelas operações normais do empreendimento (emissão de efluentes, alterações das
condições sociais, etc). Mais recentemente, essa visão tem sido modificado, tendo se tornado mais
comum atualmente que os estudos de EIA-RIMA incluam também alguma forma de identificação
dos perigos de acidentes e de avaliação dos riscos associados, para os casos de empreendimentos
que lidam com substâncias perigosas ou que de alguma forma podem trazer riscos de acidentes
maiores para as populações situadas na sua área de influência (neste último caso, estariam as
barragens, por exemplo).

Novamente, cabe mencionar a Resolução 237/1997 do Conama, mencionada na Seção 5.

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6 RELAÇÃO ENTRE EIA-RIMA, EAR E PGR


Com a inclusão da exigência de realização de análises de riscos para os empreendimentos
considerados perigosos, alguns órgãos de controle ambiental passaram também a exigir a apresenta-
ção de um Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) como forma de controle e monitoração dos
riscos avaliados. Como requisito adicional, tem sido solicitado a realização de um Plano de Ação de
Emergência, o qual tem que ser feito a partir dos resultados da análise de riscos.

O quadro apresentado na página seguinte mostra a


relação entre os requisitos ambientais e as fases de
realização de um projeto. Este quadro foi extraído do
relatório final de um Workshop sobre Geração Térmica
a Gás realizada em Porto Alegre em Junho de 2001, que
reuniu especialistas de várias entidades brasileiras, com
o patrocínio do IBAMA e da PETROBRAS. Do quadro
pode-se ver que os requisitos de EIA-RIMA e Análise
de Risco devem ser satisfeitos para a concessão da
Licença Prévia (LP), ou seja, devem ser realizados
ainda na fase de projeto conceitual e estudos de
viabilidade. Por sua vez, os requisitos de PGR e PAE
(Plano de Ação de Emergência) devem ser satisfeitos
para a concessão da Licença de Operação (LO) e,
portanto, devem ser realizados durante as fases de
projeto executivo e construção/montagem.

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Fonte: W orkshop Geração Térmica a Gás, Porto Alegre, Junho 2001

Requisitos Ambientais e as Fases do Projeto

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7 COMENTÁRIOS FINAIS
Os riscos para as pessoas e para o meio ambiente são um dos aspectos a serem considerados
na avaliação ambiental do projeto de um novo empreendimento.

Quando uma análise de risco é realizada durante a fase de projeto,

Medidas de redução de riscos podem ser tomadas ainda na fase de projeto, que é, sem
dúvida a melhor época para se fazer isso, pois as instalações ainda são virtuais, de forma
que modificações podem ser feitas com recursos bem menores que aqueles necessários
após a montagem das instalações.

O enquadramento dos riscos em critérios de aceitabilidade deve ser feito durante a fase
de projeto, de forma que as instalações já sejam construídas de acordo com o nível de
segurança embutidos nos critérios de aceitabilidade de riscos.

O gerenciamento dos riscos é um processo contínuo e constante:

Pode apenas ser iniciado na fase de projeto, tendo que ser monitorado e avaliado conti-
nuamente ao longo da vida operacional

Assim, é difícil falar-se de Programa de Gerenciamento de Riscos para um dado projeto. Na


realidade, a operadora proprietária do projeto (ou seja, que vai operar a futura instalação) é que deve
ter um Sistema de Gerenciamento de Risco formal, estruturado, monitorado e avaliado periodica-
mente, o qual será, assim, naturalmente adotado em todas as fases da vida da instalação.

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