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Universidade do Estado do Rio de Janeiro |Projeto e-foto

Tutorial | Módulo MNE e Orto-retificação

O que é?

MNE é a sigla normalmente utilizada para um Modelo Numérico de Elevações ou


seja, um Modelo Digital de Superfícies quando exprime altitudes. Historicamente a
modelagem digital do terreno representa um grande avanço, pois modela toda a
superfície e não somente as curvas de nível a partir das altitudes do terreno.
Uma ortoimagem não possui desvios nem distorções relativos ao relevo. No
entanto, as imagens adquiridas por câmaras convencionais encontram-se em
perspectiva central, que não podem ser tomadas como fontes de informação
métrica seguras, uma vez que possuem erros devido à rotação do sensor da
câmara e deslocamentos devido ao relevo, inerentes à perspectiva cônica. Desta
forma, essas imagens precisam ser orto-retificadas. Mais detalhes sobre esse
assunto podem ser encontrados em (COELHO, L. , BRITO, J. N. , Fotogrametria
Digital, Eduerj, Rio de Janeiro, 2007, pg 151).
Este módulo do software livre e-foto tem por finalidade gerar o modelo de uma
parte da superfície do terreno a partir de uma grade regular delimitada pelo
usuário. A partir deste modelo é possível gerar uma ortoimagem correspondente.
Para executar este módulo, os valores dos parâmetros de orientação interior e
exterior das respectivas imagens, que constituem um par estereoscópico, calculados
anteriormente, devem ser carregados e utilizados.

Como usar?
Após executar o módulo: “dem” aparecerá a tela inicial como mostra a figura 1
abaixo. Maximize a tela para melhor trabalhar no programa.

Figura 1 – Tela inicial do Módulo DEM e Orto-retificação.


Exemplo 1: Gerando um MNE e uma Ortoimagem.
Passo 1: Vamos começar carregando as Fotos 16 e 17 – Maracanã. No painel
Image Control clique no botão Left e localize a imagem “1997_016_300dpi.bmp”
no caminho “..\arquivo de programas\efotobin\data\” . A Foto 16 – Maracanã será
carregada na parte esquerda da área de trabalho. Clique no botão Right e localize
a imagem “1997_017_300dpi.bmp” no mesmo diretório acima . A Foto 17 –
Maracanã será carregada na parte direita da área de trabalho. Na figura 2 é
possível visualizarmos as duas imagens carregadas.

Figura 2 – Foto 16 e 17 carregadas na área de trabalho.

Passo 2: Devemos agora carregar os parâmetros de orientação (interior e exterior)


da imagem. Ainda no painel Image Control clique no botão Data e a janela
Stereopair Data, com os campos ainda vazios, aparecerá na sua tela como mostra
a figura 3.

Figura 3 – Janela com os parâmetros de configuração do


modelo estereoscópico que serão carregados.
Passo 3: Clique no botão Load e na nova janela localize o arquivo contendo os
parâmetros das orientações interior e exterior de ambas as imagens (arquivo
“16_17_Uerj_oc.txt”) conforme mostra a figura 4. Carregue-o e em seguida clique
no botão Abrir. A janela Stereopair Data aparecerá com os parâmetros carregados
como mostra a figura 5.

Figura 4 – Carregando os parâmetros de orientação (interior e


exterior) das Fotos 16 e 17 - Maracanã.

Figura 5 – Janela com os parâmetros de orientação (interior e exterior)


das Fotos 16 e 17 – Maracanã após o carregamento do arquivo
“16_17_Uerj_oe.txt”.
Passo 4: Ainda no painel Image Control clique no botão Adjust e as imagens
fotogramétricas serão ajustadas na tela para uma área de superposição, facilitando
a navegação sobre as mesmas, conforme mostra a figura 6.

Figura 6 –Fotos 16 e 17 – Maracanã após serem ajustadas na tela para


visualização da área de superposição em estereoscopia.

Passo 5: No painel Tools clique no botão Hand e você poderá mover as imagens.
Você pode optar por mover uma das imagens ou ambas. Neste caso, no combo
Image Move opte por Both; para mover somente a imgem da esquerda opte por
Left ou, caso deseje mover somente a imagem da direita, opte por Right. Navegue
pelas imagens e escolha uma região para gerar o MNE. Definiremos em seguida os
limites dessa região escolhida . Para tal, será necessário indicar o ponto inicial e o
ponto final da diagonal de um retângulo que representará a área de interesse.
Como sugestão, adotamos neste exemplo, uma região de vegetação encontrada
em ambas as imagens, como mostra a figura 7.
Figura 7 – Região com vegetação escolhida para geração do MNE.

Passo 6: Localize o ponto que representa o canto superior esquerdo da região


escolhida, arrastando as imagens com a ferramenta Hand (o botão Hand no
painel Tools aparecerá iluminado de amarelo quando estiver ativo) até que os
pontos homólogos fiquem sob as respectivas cruzes (opção P.Bar ativada e
iluminada em amarelo) como mostra a figura 8.

Figura 8 – Medição do ponto inicial da região escolhida para geração do MNE.


Passo 7: Neste momento vá para o painel Grid e clique no botão Options.
Então, aparecerá a janela General Options. Localize na parte superior esquerda
da janela o botão Get from image na primeira linha (Xi Yi) para que os valores
dos pontos homólogos que delimitam o canto superior esquerdo da região
sejam medidos, carregados e exibidos na tela como mostra a figura 9. Após
carregado este valor inicial, minimize essa janela, sem contudo fechá-la.

Figura 9 – Carregando os valores medidos para o ponto inicial da região escolhida


para geração do MNE.

Passo 8: Vamos repetir o procedimento para os pontos homólogos que


materializam o canto inferior direito. Localize o ponto que representa o canto
inferior direito da região escolhida, arrastando as imagens com a ferramenta Hand
(o botão Hand aparecerá iluminado de amarelo quando estiver ativo) até que os
pontos homólogos fiquem sob as respectivas cruzes (opção P.Bar ativada e
iluminada em amarelo). Neste momento vá para o painel Grid e clique no botão
Options então aparecerá a janela General Options. Localize na parte superior
esquerda da janela o botão Get from image na segunda linha (Xf Yf) para que os
valores dos pontos homólogos que delimitam o canto inferior direito da região
sejam medidos, carregados e exibidos na tela. Após carregado este valor final, não
feche ainda essa janela.
Passo 9: Ainda na janela General Options escolha a quantidade de nós da grade
(grid) ou malha nos eixos X e Y. O valor “default” é 10 x 20. Como sugestão, neste
exemplo, faremos uma grade de 10 x 10. Feito isso, clique no botão DataBase e na
janela de diálogo que aparecerá como mostra a figura 10, clique no botão YES.
Desta forma, estamos criando uma base de dados com os pontos do grid,
conforme mostra a figura 11.

Figura 10 – Janela com os valores medidos para o ponto final da


região escolhida para geração do MNE e com as dimensões do grid
nos eixos X e Y.

Figura 11 – Janela de diálogo após a criação da base de dados.


Obs.: Após a criação da base de dados, CUIDADO. Não clique mais no
botão Data Base da janela General Options para não perder os dados
gravados.

Passo 10: No painel Grid clique no botão View para visualizar a grade
gerada conforme mostra a figura 12.

Figura 12 – Grade sendo exibida no modo estereoscópico.

Passo 11: Agora vamos começar a medir os pares de pontos homólogos. No painel
Grid, clique no botão seta para direita, localizado abaixo do botão D.Base e desta
forma o ponteiro irá para o primeiro nó da grade gerada.

Obs.: A partir desse ponto é possível optar pela medição manual ou automática
(busca automática por correlação). Neste exemplo, foi sugerida uma grade de
10x10, o que representam 100 pontos a serem medidos. Por questões de
praticidade, sugerimos a medição automática e, após sua execução, a remedição
dos pontos que, visualmente, não estejam bem ajustados. O objetivo no ajuste é
medir a coordenada Z do ponto em questão. Para tal, é necessário um mouse com
botão de rolamento (scroll). Gire o botão para aumentar ou diminuir o valor de Z.
O valor correto para Z será encontrado quando as marcas coincidirem com os
pontos homólogos correspondentes. Na medição manual esse procedimento de
ajuste da coordenada Z se dá ponto a ponto. É possível transitar por todos os
pontos. Para isto, use os botões de setas para direita ou esquerda do painel Grid.
Passo 12: Neste exemplo, adotaremos a medição automática. Para tal, no painel
Grid, clique no botão Options. Aparecerá então a janela General Options. No
painel Automatic Mesurement há um combo denominado Z-step que aparecerá
com um valor inicial. Este combo permite ao usuário configurar o valor do
incremento/decremento da altitude de um ponto, em metros, na busca do valor
máximo do coeficiente de correlação. Podemos modificar o valor do Z-step da
seguinte forma: Utilizaremos um valor de Z-step baixo entre 0,10m e 0,20m para
terrenos planos ou levemente ondulados e um valor entre 0,5m e 1,0m para para
terrenos acidentados. Isto é um pouco subjetivo mas a prática com o módulo
levará o operador a realizar uma escolha adequada desse parâmetro. Em nosso
exemplo, para essa região, estamos trabalhando com o Z-step em 0,5m. Agora
então, no canto inferior direito da janela, sob o painel All grid points clique no
botão Locate. Você perceberá que sua grade será deformada, ou melhor dizendo,
moldada na conformação de relevo da região escolhida conforme mostra a figura
13. Ainda assim, é possível melhorar esse ajuste para alguns pontos. Nesse
momento, no painel Grid, logo abaixo do botão D.Base, clique nos botões de seta
para direita ou seta para a esquerda para navegar pelos pontos até localizar o
ponto a ser ajustado. Sobre o ponto, girando o botão de rolamento do mouse
(scroll), é possível aumentar ou diminuir a coordenada Z, de forma a tangenciar a
superfície escolhida chegando-se assim à altura ideal para aquele ponto em ambas
as imagens, ou seja, nos pontos homólogos correspondentes. Quando movemos a
posição do ponto, se o botão P.Bar estiver selecionado, no painel Parallax Bar
Values percebemos nitidamente as mudanças dos valores das coordenadas dos
pontos nas imagens.

Figura 13 – Grade moldada ao relevo da região escolhida para a geração do MNE.


Passo 13: Observe na figura 14 os valores de sucesso e falha para a medição
automática dos pontos da grade. Neste exemplo, dos 100 pontos medidos, 96
tiveram êxito e apenas 4 falharam. Se o coeficiente máximo de correlação entre
um template e uma janela de pesquisa estiver abaixo do valor de Corr. Thres (um
limiar para o valor do coeficiente de correlação de Pearson), o homólogo será
considerado como não tendo sido encontrado. Essa situação está ilustrada na
figura 15.

Figura 14 – Estatística de sucessos e de falhas na medição


automática dos pontos homólogos.

Figura 15 – Janela Ponts Database – detalhe para ponto com insucesso (campo
Modified com “D” = “Denied”). Observar que o Parâmetro do Coef. de Pearson
apresenta valor inferior ao Corr.Thres = 0,65 para este exemplo.
Passo 14: Na janela Ponts Database é possível utilizar um recurso que pode facilitar
a visualização da grade sobre o terreno. Para isso, coloque o número de
subdivisões desejáveis para cada célula. Neste exemplo, sugerimos que divida por
2. Preencha o campo e em seguida clique no botão Divide. A grade ficará com
uma aparência próxima ao que pode ser visto na figura 16. Isto acarretará também
no aumento do número de pontos da grade. No exemplo apresentado, ao
dividirmos cada célula em duas, a quantidade total de células da grade duplicou,
isto é, aumentou de 100 para 200.

Figura 16 – Grade com melhor visualização após as subdivisões. (No


caso do exemplo, cada célula foi dividida em duas).

Passo 15: A partir do MNE podemos gerar uma ortoimagem na área abrangida
por ele. Para isso, no painel Grid, clique no botão D.Base e a janela Points
Database se abrirá. Abaixo dos valores exibidos, clique no botão Ortho. Logo
em seguida a janela Orthorectification aparecerá. Nela é possível escolher a
resolução da imagem que será orto-retificada, e o fator de escala para esta
imagem. Se for deixado o valor “default” de 1 metro isso significa que a cada
metro teremos um pixel de representação na imagem. Se aumentarmos esse
valor, estaremos diminuindo o tamanho da imagem gerada e vice-versa. Duas
opções surgem no final da janela: Botão Save, onde é possível salvar os dados
da ortorretificação, ou botão SaveIMG onde é possível salvar a imagem
ortorretificada. Os dados precisam ser gravados com extensão “.ort” e a
imagem com extensão “.bmp”, respectivamente. Na atual versão do software, o
usuário precisa lembrar de colocar manualmente as extensões correspondentes.
Na figura 17 é possível visualizar a tela Orthorectification com os diversos
parâmetros Na figura 18 é possível visualizar a imagem salva após a retificação.
Figura 17 – Janela de Orto-retificação e seus parâmetros.

Figura 18 – Imagem bitmap da orto-retificação.

Obs.: É possível utilizar este módulo no Stereo Mode Anaglifo. Para tal, a partir
da medição dos pontos, vá ao painel Stereo Mode e clique no botão Anag.
Você verá as imagens sobrepostas, com separação de cores. Para visualizá-las
em 3D será necessário o uso de um par de óculos Anaglifo. No modo anaglifo,
use a opção de mover as imagens separadas, alternando entre a esquerda e a
direita, até chegar à cor cinza, quando a superposição estiver correta. Se optar
por ajustar pelo topo de um prédio, por exemplo, a visualização em 3D será
percebida como se o objeto estivesse saindo da tela. Se ajustar por algo que
esteja no chão, a visualização 3D será percebida como se o topo dos prédios
estivesse no nível da tela e o chão estivesse para dentro do seu monitor. É uma
questão de conforto visual optar por um ajuste ou o outro. De qualquer forma,
o uso do modo anaglifo é indicado somente após o aumento do domínio do
uso deste módulo por parte do usuário.

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