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BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIO CLÍNICO

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Ensino Instituto IPB

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SUMÁRIO
Histórico ...................................................................................................................... 9
Conceito .................................................................................................................... 10
OBJETIVOS DA BIOSSEGURANÇA ........................................................................ 11
Recomendações gerais ............................................................................................. 12
Referentes ao Laboratório ......................................................................................... 12
Descrição das responsabilidades em biossegurança ................................................ 14
B. Chefe de setor: ................................................................................................... 15
C. Coordenador de segurança do setor: ................................................................. 15
VESTIMENTA E EQUIPAMENTOS .......................................................................... 16
Equipamentos de proteção individual (EPIs): ............................................................ 16
Equipamentos de proteção coletiva (EPCs) .............................................................. 17
Material para descarte de material não contaminado, contaminado ou esterilização de
material ..................................................................................................................... 17
Apoio à biossegurança .............................................................................................. 18
Disponibilidade, montagem e uso dos Equipamentos de proteção ........................... 18
Placas indicativas ...................................................................................................... 18
Jaleco ........................................................................................................................ 18
Luvas ......................................................................................................................... 19
Máscara e óculos de proteção .................................................................................. 19
Lava-olhos ................................................................................................................. 19
Escudo de proteção contra respingos ....................................................................... 20
Kit de primeiros socorros ........................................................................................... 20
Kit de desinfecção ..................................................................................................... 20
Ducha de segurança ................................................................................................. 20
Capelas de exaustão e câmaras de fluxo laminar ..................................................... 21
Reconhecer que a segurança do laboratório está relatada é diferente de um laboratório
seguro ....................................................................................................................... 21
Acesso controlado às áreas onde agentes biológicos ou toxinas estejam sendo usados
ou armazenados ........................................................................................................ 21
Saber quem está nas áreas do laboratório ................................................................ 22
Saber quais os materiais que estão sendo trazidos para dentro da área laboratorial
..................................................................................................................................22

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Saber quais materiais estão sendo removidos da área laboratorial .......................... 23


Tenha um plano de emergência ................................................................................ 23
Possua um protocolo para relato de incidentes ......................................................... 24
- Situação de Revisão: Implantado dia 11/09/07 ....................................................... 25
- Objetivo: Descrever o Procedimento Operacional Padrão (POP) para a determinação
de Albumina pelo método verde de bromocresol. ..................................................... 25
- Campo de Aplicação: As áreas onde este documento se aplica estão definidas nos
quadrados abaixo, marcados com “x”. ...................................................................... 25
Particularidades do Sistema ...................................................................................... 26
Aplicação Clínica ....................................................................................................... 27
Amostra ..................................................................................................................... 27
Padrões, Controle, Reagentes e Outros Insumos: .................................................... 27
Armazenamento e Estabilidade dos Reagentes e Padrão ........................................ 28
Cuidados e Precauções com o uso dos reagentes ................................................... 28
Equipamentos e Materiais Necessários .................................................................... 28
Procedimento Técnico ............................................................................................... 29
Cálculos .................................................................................................................... 30
Controle da Qualidade............................................................................................... 30
Controle Externo da Qualidade ................................................................................. 30
Valores de Referência, Interpretação e Valores Críticos ........................................... 30
Valores Críticos ......................................................................................................... 30
Linearidade, Limite de Detecção e Limitações no Método ........................................ 31
Repetitividade............................................................................................................ 31
Reprodutibilidade ...................................................................................................... 31
Sensibilidade ............................................................................................................. 31
Especificidade ........................................................................................................... 31
Limitações do Método ............................................................................................... 31
Uso de Kits: ............................................................................................................... 32
Controle de Registros: ............................................................................................... 32
Controle ambiental .................................................................................................... 32
Descontaminação de pequenas áreas (INSTRUÇÃO PARA DESCONTAMINAÇÃO)
..................................................................................................................................33
Kit de limpeza ............................................................................................................ 33

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ESTERILIZAÇÃO E DESCONTAMINAÇÃO COM AUTOCLAVAÇÃO Procedimentos


gerais de descontaminação....................................................................................... 34
AUTOCLAVAÇÃO ..................................................................................................... 34
Controle do processo ................................................................................................ 35
Material necessário para a validação do processo .................................................... 35
Critérios de aceitabilidade ......................................................................................... 36
Registro ..................................................................................................................... 36
Forno Pasteur............................................................................................................ 36
Descontaminação (Desinfecção) ............................................................................... 36
Desinfetantes líquidos ............................................................................................... 37
SEGURANÇA BIOLÓGICA DAS CENTRÍFUGAS .................................................... 39
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES NA CENTRÍFUGA ............................... 40
TIPOS DE RISCO ..................................................................................................... 40
RISCOS DE ACIDENTES ......................................................................................... 40
RISCOS ERGONÔMICOS ........................................................................................ 41
RISCOS FÍSICOS ..................................................................................................... 41
RISCOS QUÍMICOS ................................................................................................. 41
RISCOS BIOLÓGICOS ............................................................................................. 41
Classificação de risco biológico: ................................................................................ 41
MÉTODOS DE CONTROLE DE AGENTE DE RISCO.............................................. 42
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO ..................................................................... 42
RECOMENDAÇÕES GERAIS .................................................................................. 42
BARREIRAS.............................................................................................................. 44
LUVAS ...................................................................................................................... 45
JALECO .................................................................................................................... 45
OUTROS EQUIPAMENTOS ..................................................................................... 46
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) ............................................. 46
CABINES DE SEGURANÇA ..................................................................................... 46
FLUXO LAMINAR DE AR.......................................................................................... 46
CAPELA QUÍMICA NB .............................................................................................. 47
CHUVEIRO DE EMERGÊNCIA ................................................................................ 47
LAVA-OLHOS ........................................................................................................... 47
MANTA OU COBERTOR .......................................................................................... 47

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VASO DE AREIA ....................................................................................................... 47


EXTINTOR DE INCÊNDIO A BASE DE ÁGUA ......................................................... 47
EXTINTOR DE INCÊNDIO DE PÓ SECO................................................................. 48
EXTINTOR DE INCÊNDIO DE ESPUMA .................................................................. 48
EXTINTOR DE INCÊNDIO DE BCF .......................................................................... 48
MANGUEIRA DE INCÊNDIO .................................................................................... 48
DEFINIÇÃO DE MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS................................................... 48
INSTRUÇÕES PARA MONTAGEM DE MAPAS DE RISCOS AMBIENTAIS............ 48
Respingo em qualquer região do corpo..................................................................... 55
Queimaduras: ............................................................................................................ 55
Cortes: ....................................................................................................................... 55
Outros acidentes: ...................................................................................................... 55
EMERGÊNCIAS ........................................................................................................ 55
PROCEDIMENTO EM CASO DE INCÊNDIOS ......................................................... 56
RISCOS COM EQUIPAMENTOS ............................................................................. 56
Não deixar o ar entrar rapidamente no equipamento sob vácuo, pode ocorrer choque
mecânico e implosão ................................................................................................. 57
Evaporação sob vácuo .............................................................................................. 57
Filtração sob vácuo ................................................................................................... 57
Destilação a vácuo .................................................................................................... 58
Miscibilidade de solventes orgânicos ........................................................................ 59
Principais Solventes Perigosos: ................................................................................ 59
Solventes halogenados:...................................................................................... 59
Outros solventes ................................................................................................. 59
Agentes de secagem para compostos orgânicos: ..................................................... 60
PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA........................................................................ 65
NIVÉIS DE BIOSSEGURANÇA LABORATORIAIS ................................................... 68
AVALIAÇÕES DE RISCOS ....................................................................................... 73
ROTULAGEM DE RESÍDUOS DO LABORATÓRIO ................................................. 77
INDICAÇÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS: todos devem ser devidamente indicados com
sinais de acordo com as normas da ABNT ............................................................... 77
Principais resíduos químicos no laboratório .............................................................. 78
RECOLHIMENTO E DESATIVAÇÃO DE RESÍDUOS DO LABORATÓRIO ............. 80

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Métodos de eliminação e desativação....................................................................... 80


ROTULAGEM E SERVIÇOS DE LABORATÓRIOS Rotulagem................................ 80
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES ............................................................................ 81
Armazenamento ........................................................................................................ 81
Produtos Químicos Incompatíveis ............................................................................. 81
EXEMPLO DE ETIQUETAS ENCONTRADAS EM FRASCOS DE PRODUTOS
QUÍMICOS ................................................................................................................ 87
Estocagem e Manuseio ............................................................................................. 88
Produtos inflamáveis ................................................................................................. 89
Lista de algumas substâncias explosivas ........................................................... 92
TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS .................................................... 95
Preparo de Soluções ................................................................................................. 96
Procedimentos em caso de acidente com soluções: ................................................. 96
INCÊNDIOS .............................................................................................................. 96
EQUIPAMENTO PARA CONTROLAR INCÊNDIO ................................................... 97
OUTRAS ATIVIDADES QUE DEVEM SER REALIZADAS ....................................... 98
Incêndio de pequeno porte ........................................................................................ 98
Precauções em caso de incêndio de grande porte.................................................... 98
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 105

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INTRODUÇÃO

O imprevisível e diversificado comportamento das doenças infecciosas


emergentes e reemergentes tem acarretado a discussão das condições de
biossegurança nas instituições de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e
de prestação de serviços. A despeito do avanço tecnológico, o profissional de saúde
está freqüentemente exposto a riscos biológicos e de produtos químicos, cujo
enfrentamento está consubstanciado na adequação das instalações do ambiente de
trabalho e na capacitação técnica desses profissionais. O manejo e a avaliação de
riscos são fundamentais para a definição de critérios e ações e visam minimizar os
riscos que podem comprometer a saúde ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
A biossegurança constitui uma área de conhecimento relativamente nova, regulada
em vários países por um conjunto de leis, procedimentos ou diretrizes específicas.
No Brasil, a legislação de biossegurança foi criada em 1995 e, apesar da grande
incidência de doenças ocupacionais em profissionais de saúde, engloba apenas a
tecnologia de engenharia genética, estabelecendo os requisitos para o manejo de
organismos geneticamente modificados.

A segurança dos laboratórios e dos métodos de trabalho transcende aos


aspectos éticos implícitos nas pesquisas com manipulação genética. Medidas de
biossegurança específicas devem ser adotadas por laboratórios e aliadas a um amplo
plano de educação baseado nas normas nacionais e internacionais quanto ao
transporte, à conservação e à manipulação de microorganismos patogênicos.
Normas tradicionais de segurança laboratorial enfatizam o uso de boas práticas
de trabalho, de equipamentos de contenção adequados, dependências bem
projetadas e controles administrativos que minimizem os riscos de uma infecção
acidental ou ferimentos em trabalhadores de laboratório, e ainda que evitem a
contaminação do meio ambiente.
Embora os laboratórios clínicos e de pesquisas possam conter uma variedade
de materiais biológicos, químicos e radioativos perigosos, até o momento existem
poucos relatórios sobre o uso intencional de quaisquer desses materiais de forma a
causar prejuízos a outros.
Entretanto, há uma crescente preocupação sobre o possível uso de materiais
biológicos, químicos e radioativos como agentes para o terrorismo. Em resposta a

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essas preocupações, as seguintes normas orientam essas questões de segurança


laboratorial (por exemplo, prevenção da entrada de pessoas não autorizadas em
áreas laboratoriais e prevenção da remoção não autorizada de agentes biológicos
perigosos).
A maioria dos laboratórios que usam agentes biológicos ou toxinas capazes de
causarem doenças sérias ou fatais aos homens e aos animais estaria trabalhando sob
condições de níveis de biossegurança 3 ou 4 descritas mais adiante. Porém, os
laboratórios de pesquisa, de produção e os clínicos que trabalham com patógenos
recentemente identificados, patógenos animais de alto nível e/ou toxinas não-cobertas
pelas recomendações dos níveis de biossegurança 3 ou 4 deverão também seguir
essas normas para minimizar as oportunidades de remoção acidental ou intencional
dos agentes de um laboratório.

Histórico

No Brasil, por iniciativa do então Senador Dr. Marco Antônio Maciel, um projeto
de Lei de Biossegurança foi submetido à aprovação do Congresso Nacional em 1989.
O conhecimento e o interesse por essa área, no entanto, só foram fortalecidos
com a Convenção sobre a Diversidade Biológica, aprovada em 1992 durante a
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, popularmente conhecida
como Eco 92 ou Rio 92. Um maior interesse por normas definidas para o manuseio e
uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM), mais conhecidos como
organismos transgênicos, partiu de instituições de pesquisa que desenvolviam
atividades de engenharia genética. Em Maio de 1994, a Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia (Cenargen), com apoio da UNIDO/ICGEB organizou o primeiro
workshop internacional sobre organismos transgênicos no Brasil. Participantes de
instituições de pesquisa e empresas privadas do Brasil e de outros países da América
Latina receberam instruções sobre aspectos de biossegurança de organismos
transgênicos e debateram o desenvolvimento de regulamentação deste setor na
região.
Foi formado um grupo de trabalho que incluía a Embrapa, a Fundação Osvaldo
Cruz (Fiocruz) e a Associação Brasileira de Empresas de Biotecnologia (ABRABI) para

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acompanhar as discussões do Projeto de Lei de Biossegurança no Congresso


Nacional, com o apoio do relator do mesmo na Câmara dos Deputados, o Deputado
Dr. Sérgio Arouca. O resultado deste trabalho, que também contou com o apoio de
empresas privadas, culminou com a aprovação da Lei de Biossegurança em
Dezembro de 1994, a qual veio a ser a primeira Lei sancionada pelo então Presidente
da República, Fernando Henrique Cardoso, Lei No. 8.794 de 06 de Janeiro de 1995.
O decreto regulamentador da Lei, Decreto No. 1.974, elaborado por uma comissão
interministerial presidida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, foi publicado em
Dezembro de 1995.
A Lei de Biossegurança regula todos os aspectos da manipulação e uso de
OGM no Brasil, incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo,
transporte, importação, produção, armazenamento e comercialização. Seu escopo
limita-se ao uso da engenharia genética, ou uso da técnica do DNA/RNA
recombinante, para a troca de material genético entre organismos vivos. Outras
técnicas biotecnológicas, como fusão celular e cultura de tecidos, não são incluídas.

Conceito

A lógica da construção do conceito de biossegurança, teve seu início na década


de 70, na reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a
discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade.
Esta reunião, segundo Goldim (1997), "é um marco na história da ética aplicada
à pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiu os aspectos de proteção aos
pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde se realiza o projeto
de pesquisa".
A partir daí o termo biossegurança, vem, ao longo dos anos, sofrendo
alterações.
Na década de 70, a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1993) a definia
como "práticas preventivas para o trabalho com agentes patogênicos para o homem".
O foco de atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos riscos
biológicos no ambiente ocupacional. Já na década de 80, a própria OMS (WHO, 1993)
incorporou a essa definição os chamados riscos periféricos presentes em ambientes

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laboratoriais que trabalhavam com agentes patogênicos para o homem, como os


riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. Nos anos 90, verificamos que a
definição de biossegurança sofreu mudanças significativas.
Em seminário realizado no Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991), foi
observada a inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, animais e
processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em programas de
biossegurança.
Outra definição nessa linha diz que "a biossegurança é o conjunto de ações
voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação
de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio
ambiente e a qualidade dos resultados" (Teixeira & Valle, 1996).
Este foco de atenção retorna ao ambiente ocupacional e amplia-se para a
proteção ambiental e a qualidade. Não é centrado em técnicas de DNA recombinante.
Uma definição centrada no ambiente ocupacional encontramos em Teixeira e
Valle (1996), onde consta no prefácio "segurança no manejo de produtos e técnicas
biológicas". Outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da
medicina do trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece "conjunto de
medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas
para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos". Está centrada na prevenção
de acidentes em ambientes ocupacionais.
A definição e a harmonização de diretrizes e normas para manipulação,
armazenamento, transporte e descarte de organismos patogênicos não
geneticamente modificados são de grande interesse para o Sistema Único de Saúde
(SUS) e para unidade de pesquisa, uma vez que seus profissionais lidam diariamente
com o risco de contaminação.
Em fevereiro de 2002, foi criada a Comissão de Biossegurança em Saúde
(CBS), no âmbito do Ministério da Saúde, atualmente coordenada pela secretaria de
Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), por intermédio da Coordenação
de Biotecnologia em Saúde.

OBJETIVOS DA BIOSSEGURANÇA

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São objetivos: garantir a segurança dos trabalhadores, descrevendo as rotinas


de trabalho com um mínimo de risco, esclarecendo os princípios básicos de
biossegurança, bem como o correto uso dos Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs), além de medidas que evitem os acidentes mais comuns no laboratório clínico.
As atividades a serem desenvolvidas no programa de biossegurança devem permitir
o aprendizado e o crescimento do estudante na sua área profissional.
Os líquidos biológicos e os sólidos que manuseamos nos laboratórios, são
quase sempre, fontes de contaminação. Os cuidados que devemos ter para não haver
contaminação cruzada dos materiais, não contaminar o pessoal do laboratório, da
limpeza, os equipamentos, o meio ambiente através de aerossóis e os cuidados com
o descarte destes materiais, fazem parte das Boas Práticas em Laboratório Clínico
(BPLC), seguindo as regras de biossegurança como objetivos principais para este fim.

Recomendações gerais
De ordem pessoal

• Não se deve fumar, ingerir alimentos ou bebidas nos laboratórios, sob o


risco de contaminação.
• É proibido o uso de sandálias, chinelos e shorts durante trabalhos
laboratoriais.
• Não é conveniente o uso de jóias, lente de contato, durante trabalhos
laboratoriais.
• As brincadeiras/distrações ou conversas paralelas podem causar sérios
acidentes.
• Devem-se lavar muito bem as mãos antes e após qualquer preparação
laboratorial.

Referentes ao Laboratório

• É indispensável o uso de avental longo, sobre a roupa.


• Procure sempre solucionar suas dúvidas, antes de começar o trabalho,
lendo atentamente o roteiro, organizando as vidrarias e produtos químicos a serem

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utilizados.
• Quando se fizer necessário (dependendo do risco de periculosidade do
experimento) use luvas, máscaras e óculos de proteção, e efetue seus trabalhos em
capela de fluxo laminar, também chamada de cabine de segurança biológica.
Exemplos:
A - Deve-se fazer uso de luvas e capela com exaustão para descarte e pré-
lavagem de recipientes com produtos químicos. Em casos da não existência de
capela, usar avental de PVC, máscara e óculos, e desenvolver a tarefa em local
ventilado e seguro.
B - Devem-se usar luvas isolantes e frascos apropriados no transporte de
nitrogênio líquido.

• Quando da realização de atividades de risco (perigo de explosão,


geração de material tóxico, etc.) ou cuja periculosidade você desconheça, proceda da
seguinte forma:
• Avise seus colegas de laboratório.
• Trabalhe em capela com boa exaustão, retirando todo tipo de material
inflamável. Trabalhe com a área limpa.
• Use os equipamentos pessoais de segurança.
• Tenha um extintor sem travas por perto.
• Deve-se ler atentamente os rótulos dos frascos dos reagentes, antes de
utilizá-los, pois neles há informações importantes para a sua manipulação segura.
• Evite derramar líquidos mas, se o fizer, limpe imediatamente o local,
utilizando-se dos cuidados necessários.
• Para nossa maior segurança não devemos: tocar nos produtos
químicos com as mãos; não provar qualquer produto químico ou solução; não inalar
gases ou vapores desconhecidos; se for necessário, nunca o faça diretamente, use
sua mão para fazer movimentos para frente e para trás (“abanar”), a pouca distância
do recipiente e aspire vagarosamente.
• Não abandone peças de vidro aquecidas em qualquer lugar. Quando
aquecer substâncias ou soluções em tubos de ensaio, dirija-o para o lado em que você
e seus colegas não possam ser atingidos.
• Os materiais de vidro devem ser utilizados com cuidado, pois se

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rompem facilmente e quando isso acontecer devem ser trocados imediatamente. Use
sempre um pedaço de tecido protegendo a mão quando estiver cortando vidro ou
introduzindo-o em orifícios. Antes de inserir tubos de vidros (termômetros, etc.) em
tubos de borracha ou rolhas, lubrifique-os.
• Tenha cuidado especial ao trabalhar com sistemas sob vácuo ou
pressão. Dessecadores sob vácuo devem ser protegidos com fita adesiva e colocados
em grades de proteção próprias.
• Não pipete líquidos com a boca, utilize pêra de borracha, vácuo ou
pipump. Não use a mesma pipeta para medir soluções diferentes.
• Quando houver sobras nunca retorne ao frasco de origem.
• Fique atento às operações principalmente quando for necessário
realizar aquecimento.
• Cuidado para não se queimar ao utilizar nitrogênio ou CO2 líquidos.
• As válvulas dos cilindros devem ser abertas lentamente com as mãos
ou usando chaves apropriadas. Nunca force as válvulas, com martelos ou outras
ferramentas, nem as deixe sobre pressão quando o cilindro não estiver sendo usado.
• Ao se ausentar de sua bancada ou deixar reações em andamento à
noite ou durante o fim de semana, deixe uma ficha visível e próximo ao experimento
constando informações sobre a reação em andamento, nome do responsável e de seu
superior imediato, com endereço e telefone para contato. Além de informações de
como proceder em caso de acidente, falta d’água ou eletricidade.
• Sempre que possível, antes de realizar reações onde não conheça
totalmente os resultados, faça uma em pequena escala, na capela.
• Ao trabalhar com ÁCIDOS, NUNCA ADICIONE ÁGUA AO ÁCIDO E
SIM ÁCIDO À ÁGUA.
• Não se deve acumular materiais sobre bancadas e pias. Todo material
que não estiver em uso deve ser guardado limpo, em lugar apropriado.

Descrição das responsabilidades em biossegurança

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A. Comissão de Biossegurança:

1. Preparar o manual de biossegurança, dentro da legislação vigente e


suas revisões quando necessário.
2. Distribuir a todos os setores do laboratório que estejam envolvidos
direta ou indiretamente, com rotina que envolva o contato com material clínico. Isto
envolve os setores burocráticos uma vez que as visitas aos setores técnicos
constituem uma atividade de rotina.
3. Investigar os acidentes e suas causas buscando soluções que
minimizem a repetição do mesmo.
4. Coordenar a coleta e descarte de rejeitos.
5. Garantir o treinamento em biossegurança dos funcionários.
6. Garantir a realização do programa de biossegurança e o registro de
todas as atividades ligadas à biossegurança.

B. Chefe de setor:

1. Verificar e relatar à comissão de biossegurança os riscos decorrentes


das atividades do seu setor.
2. Assegurar a realização das atividades de biossegurança.
3. Treinar o pessoal do seu setor em biossegurança.

C. Coordenador de segurança do setor:

1. Cooperar com o chefe do setor na garantia das atividades de biossegurança


incluindo treinamento.

D. Criação e manutenção da CIPA - (Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes) - composta por funcionários de todos os níveis, que deve atender às

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exigências legais vigentes.


E. Implantação e manutenção do SESMT - (Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho). Sob responsabilidade de um
médico do trabalho.
F. Implantação e manutenção do PCMSO - (Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional). Sob responsabilidade de um médico do trabalho.
G. Implantação e manutenção do PPRA - (Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais). Sob responsabilidade direta da Comissão de biossegurança.

VESTIMENTA E EQUIPAMENTOS
Vestimenta obrigatória para funcionários da área técnica:

• Calça comprida confeccionada em tecido resistente. Calças até os


tornozelos, ou acima, não são admitidas.
• calçado fechado (sapato ou tênis).
• blusa com manga curta ou comprida.
• As bijuterias como brincos, em tamanho e número discretos, podem ser
utilizadas durante o trabalho técnico, entretanto os anéis, pulseiras e relógio devem
ser evitados.
• Maquiagem pode ser utilizada, porém de forma discreta (ex. batom), uma
vez que podem interferir com o resultado de alguns exames (ex. bases e outras em
forma de pó).
• Cabelos compridos devem estar presos ao manusear equipamentos
rotativos ou manipulação e coleta de material biológico.
• Homens com barba deverão seguir as mesmas precauções indicadas para
cabelos compridos.

Equipamentos de proteção individual (EPIs):

• Jaleco branco, de manga comprida e com a logomarca da empresa, de


forma que permita a identificação do funcionário e evite o trânsito de estranhos;

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• Luvas de látex;
• Luvas plásticas para manipulação de equipamentos não contaminados
durante a rotina;
• Luvas em tecidos resistentes para trabalhos em altas temperaturas;
• Óculos de proteção;
• Máscara de proteção;
• Protetor de ouvidos;
• Touca para os cabelos;
• Escudo de proteção contra respingos.

Equipamentos de proteção coletiva (EPCs):

• Lava-olhos;
• Chuveiro;
• Kit de primeiros socorros;
• Extintores de incêndio;
• Capelas de exaustão;
• Câmara de fluxo laminar.

Material para descarte de material não contaminado, contaminado ou


esterilização de material

• Recipiente de lixo plástico;


• Pá plástica;
• Lata de lixo de metal com acionamento por pedal;
• Carrinho para transporte de sacos de lixo;
• Frascos contendo solução germicida (hipoclorito 2%);
• Saco plástico autoclavável;
• Saco plástico branco para material contaminado;
• Lâmpadas ultravioletas;
• Autoclaves;
• Forno Pasteur;

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• Reservatórios para produtos químicos;


• Frascos para pipetas e ponteiras contaminadas.

Apoio à biossegurança

• Os setores que apresentarem alguma particularidade nos procedimentos


de limpeza devem apresentar um programa de treinamento aos funcionários da
limpeza.
• A superfície das bancadas e piso deve ser de material impermeável à água,
ácidos, bases, solventes orgânicos e, no mínimo, moderadamente termoresistente.
• Todos os setores devem apresentar um conjunto de toalhas descartáveis,
além de solução germicida e sabão líquido.
• Adesivos associados à Biossegurança, segundo as normas da ABNT.

Disponibilidade, montagem e uso dos Equipamentos de proteção:

O laboratório deve se responsabilizar pelo fornecimento de EPIs para os


funcionários, bem como garantir a limpeza e/ ou descarte dos mesmos, evitando que
não sejam levados para a casa dos funcionários ou descartados em locais impróprios,
o que representa um risco de difusão de patógenos na comunidade.

Placas indicativas
Representam a principal ferramenta de educação dos funcionários e devem
estar em todas as partes do laboratório onde uma informação sobre biossegurança
tiver que ser passada.

Jaleco
Devem ser de uso individual e utilizado em todas as áreas do laboratório que
desenvolvam atividades técnicas, inclusive corredores de acesso a estas áreas. Este
deve ser retirado apenas nas áreas de transição, entre os setores técnicos e de apoio.
É proibida a circulação de funcionários com EPIs nos setores não técnicos, bem

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como o de funcionários sem jaleco nos corredores e setores técnicos.


O laboratório deve garantir a disponibilidade de jalecos para os visitantes e
funcionários de setores não técnicos que necessitem entrar nos setores técnicos.

Luvas
• As diferentes luvas disponíveis para os funcionários devem conferir
proteção contra risco biológico, agentes químicos específicos, temperaturas extremas
e injúria traumática.
• Quando utilizadas com material biológico ou químico, devem ser
descartadas em container para descarte de lixo biológico. As mãos devem ser lavadas
após a remoção das luvas.
• Devem ser retiradas ou uma segunda luva de proteção deve ser colocada
para trabalho com material não contaminado, como atender o telefone ou utilizar o
terminal de computador.
• Ser descontaminada após cada uso e estocada em uma área limpa no
caso das luvas não descartáveis.
TODO MATERIAL BIOLÓGICO deve ser manipulado com o uso de luvas de
borracha. Isto se aplica mesmo àqueles em recipientes APARENTEMENTE LIMPOS
E SECOS.

Máscara e óculos de proteção

Devem ser utilizados em todas as atividades que envolvam a formação de


aerossol ou suspensão de partículas (ex.: pipetagem, centrifugação, execução de
raspados epidérmicos, semeadura de material clínico, etc.).
As mãos deverão ser lavadas freqüentemente durante o dia. Lavá-las sempre
que retirar as luvas, antes de sair do laboratório, antes e após o contato com
pacientes, comer ou fumar, ou contato acidental com material biológico.

Lava-olhos

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Devem estar localizados dentro do laboratório e os funcionários treinados para


o uso. Deve ser verificado semanalmente para o correto funcionamento.
Quando ocorrer acidente com derrame de material nos olhos, estes devem ser
lavados por, no mínimo, 15 minutos.

Escudo de proteção contra respingos

Deve ser fornecido para qualquer funcionário que esteja envolvido em


atividades geradoras de aerossol, como a abertura de tubos de sangue e
centrifugação..

Kit de primeiros socorros

Deve estar disponível em todos os setores e constar de material necessário


para tratamentos, como pequenos ferimentos na pele, ocorridos na área de trabalho.
Os funcionários devem ser treinados para o uso.

Kit de desinfecção

Deve estar disponível em todos os setores para contenção e descontaminação


em caso de acidentes com material biológico no laboratório. Os funcionários devem
ser treinados para seu uso.

Ducha de segurança

Deve estar montada dentro da área do laboratório, em local de fácil acesso por
todos os setores. O acionamento deve ser fácil para que funcionários, mesmo com os
olhos fechados, possam acioná-la. Deve ser checada mensalmente para seu correto
funcionamento.

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Capelas de exaustão e câmaras de fluxo laminar

Devem ser utilizadas para proteção contra material volátil ou proteção


microbiológica, respectivamente. As câmaras de fluxo laminar podem ser utilizadas na
proteção do operador ou do material no seu interior, dependendo da rotina efetuada.

Reconhecer que a segurança do laboratório está relatada é diferente de


um laboratório seguro

• Envolver profissionais com experiência em segurança e proteção para


avaliação e desenvolvimento das recomendações para um dado local ou laboratório.
Revisar as normas e os procedimentos de segurança regularmente. A administração
deverá revisar as normas para garantir que estão adequadas para as condições atuais
e consistentes com outras normas e procedimentos amplos do local. Os supervisores
do laboratório deverão assegurar que todos os trabalhadores e visitantes de um
laboratório entendam os requisitos de segurança e sejam treinados e equipados para
seguirem os procedimentos estabelecidos.
• Rever as normas e os procedimentos quando ocorrer um incidente ou
quando uma nova ameaça for identificada.

Acesso controlado às áreas onde agentes biológicos ou toxinas estejam


sendo usados ou armazenados

• As áreas dos laboratórios e de tratamento de animais deverão ser


separadas das áreas públicas dos edifícios onde se encontram localizadas.
• As áreas do laboratório ou de cuidados animais deverão ser trancadas
todas as vezes.
• Os cartões-chave ou dispositivos similares deverão ser usados para
permitir a entrada nas áreas do laboratório e nas de cuidado dos animais.
• Todas as entradas (incluindo as entradas para visitantes, trabalhadores de
manutenção, trabalhadores para realização de reparos e outros que precisarem entrar

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ocasionalmente) deverão ser registradas por um dispositivo semelhante a um cartão-


chave (preferível) ou pela assinatura no livro de entrada.
• Somente os trabalhadores necessários para a realização de um trabalho
deverão receber permissão para entrar nas áreas e nas horas que um trabalho em
particular for realizado.
• O acesso para estudantes, cientistas, etc. deverá ser limitado ao horário em
que os funcionários regulares estiverem presentes.
• O acesso para limpeza, manutenção e consertos rotineiros deverá ser
limitado ao horário em que os funcionários estiverem presentes.
• Freezers, geladeiras, cabines e outros recipientes, em que estoques de
agentes biológicos, materiais clínicos ou radioativos são guardados, deverão ser
trancados quando não estiverem à vista dos trabalhadores.

Saber quem está nas áreas do laboratório

• Os supervisores e diretores do local deverão conhecer todos os


trabalhadores. Dependendo dos agentes biológicos envolvidos e do tipo de trabalho a
ser desenvolvido, deve-se fazer uma revisão da limpeza e da segurança antes que
novos funcionários sejam designados para a área de trabalho.
• Todos os trabalhadores (incluindo estudantes, cientistas, visitantes e outros
trabalhadores temporários) deverão usar crachás de identificação. Os crachás
deverão conter no mínimo uma fotografia, o nome do indivíduo e a data de vencimento
da identificação. O uso de marcadores coloridos ou de outros símbolos facilmente
identificáveis sobre os crachás seria útil para a identificação e para indicar a liberação
para a entrada em áreas restritas (por exemplo, laboratórios de NB-3 ou 4 e áreas de
tratamento de animais).
• Os visitantes deverão ser identificados com crachás e acompanhados ou
autorizados a entrar usando os mesmos procedimentos como os usados para
trabalhadores.

Saber quais os materiais que estão sendo trazidos para dentro da área

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laboratorial

• Todos os materiais deverão ser verificados (visualmente ou por raios-x)


antes de trazidos para dentro do laboratório.
• Os pacotes contendo amostras, substâncias bacterianas ou isoladas ou
toxinas deverão ser abertas em uma cabine de segurança ou em outro dispositivo de
contenção adequado.

Saber quais materiais estão sendo removidos da área laboratorial

• Os materiais/toxinas biológicas que serão removidos para outros


laboratórios deverão ser embalados e rotulados de acordo com todos os regulamentos
locais, federais e internacionais aplicáveis.
a. As licenças necessárias (por exemplo, PHS, DOT, DOC, USDA) deverão ser
obtidas antes que os materiais sejam acondicionados e rotulados.
b. Os recipientes (de preferência) ou o local de recebimento dos materiais
deverão ser conhecidos pelo remetente. Este deverá fazer um esforço para assegurar
que os materiais sejam enviados para um local equipado com recursos para manipular
os materiais com segurança.
O transporte manual de materiais e toxinas biológicas para outros laboratórios
é considerado inadequado. Se os materiais ou toxinas biológicas a serem carregados
manualmente forem transportados por carregadores comuns, todos os regulamentos
deverão ser seguidos. Materiais contaminados ou possivelmente contaminados
deverão ser descontaminados antes de sair da área do laboratório. Os materiais
químicos e radioativos deverão ser descartados de acordo com os regulamentos
locais, federais e estaduais.

Tenha um plano de emergência

O controle do acesso às áreas do laboratório poderá fazer com que os


procedimentos de emergência sejam dificultados Esse fato deverá ser considerado

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quando os planos de emergência forem desenvolvidos.


a. Uma avaliação da área laboratorial pelos funcionários do local, com
profissionais de fora, se necessário, para a identificação dos aspectos de segurança
e proteção, deverá ser conduzida antes que um plano de emergência seja desenvolvido.
b. Os administradores, diretores, principais pesquisadores e trabalhadores
do laboratório e os trabalhadores responsáveis pela segurança do local deverão estar
envolvidos no planejamento de emergência.
c. A polícia, o corpo de bombeiros ou outras pessoas envolvidas em
situações de emergência deverão ser informados quanto aos tipos de materiais
biológicos em uso nas áreas laboratoriais e deverão dar uma assistência ao
planejamento dos procedimentos de emergência nas áreas laboratoriais.
d. Os planos deverão incluir a provisão de uma notificação imediata aos
diretores e trabalhadores do laboratório e pessoas encarregadas pela segurança ou
outros indivíduos quando ocorrer uma emergência, de maneira que possam lidar com
as questões de biossegurança, caso ocorram.

O planejamento de emergência laboratorial deverá ser coordenado com planos


de expansão. Fatores como ameaças de bombas, problemas climáticos (furacão e
inundação), terremotos, falta de energia e outros desastres naturais (ou não-naturais)
deverão ser considerados quando o plano de emergência estiver sendo desenvolvido.

Possua um protocolo para relato de incidentes

• Os diretores do laboratório, em cooperação com os encarregados pela


segurança e proteção do local, deverão ter normas e procedimentos no local, para
relatar e investigar os incidentes ou possíveis incidentes (por exemplo, visitantes sem
documentos, desaparecimento de substâncias químicas, telefonemas incomuns ou
ameaçadores).

POP DE BIOSSEGURANÇA: INSTRUÇÕES DE TRABALHO

Exemplo modelo de POP – de Biossegurança para Laboratórios Clínicos.

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LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
LOGO
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 FTB-BIO-001
Título: Determinação de Albumina Método Verde de Folha: Revisão: 0.0
Bromocresol 23 de 9 Nº de Cópias: 3

- Situação de Revisão: Implantado dia 11/09/07.


- Objetivo: Descrever o Procedimento Operacional Padrão (POP) para a
determinação de Albumina pelo método verde de bromocresol.
- Campo de Aplicação: As áreas onde este documento se aplica estão definidas nos
quadrados abaixo, marcados com “x”.

Diretoria do Laboratório x Bioquímica Urianálise


Garantia da Qualidade Hematologia Citopatologia
Recepção Imunologia Lavagem/Esterilização
Coleta Microbiologia
Secretaria/Emissão de Laudos Parasitologia

1- Referência:
1.1 - POP-LBG-001 - Informações aos pacientes;
1.2 - POP-LBG-002 - Coleta de material;
1.3 - POP-LBG-003 - Manuseio, armazenagem e preservação de amostras;
1.4 - POP-LBG-003 - Biossegurança;

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO- FTB-BIO-001
AC
001
Título: Determinação de Albumina Método Verde de Folha: Revisão: 0.0

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BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIO CLÍNICO

Bromocresol 2 de 9 Nº de Cópias: 3

1.5 - POP-LBG-004 - Emissão, controle e entrega de laudos;


1.6 - FTB-BIO-001 - Determinação de Albumina Método Verde de
Bromocresol;
1.7 - POP-CIQ-001 - Controle Interno da Qualidade;
1.8 - POP-CEQ-001 - Controle Externo da Qualidade.

2- Terminologia, Definição e Símbolo:


Sinonímia: albuminemia;
LBG - Laboratório Geral;
FTB - Ficha Técnica de Bancada;
BIO - Bioquímica;
CIQ - Controle Interno da Qualidade;
CEQ - Controle Externo da Qualidade.

3- Descrição:
Princípio do Teste
Solução de verde de bromocresol tamponada em pH 4,0 reage especificamente
com albumina, formando um complexo corado de cor verde. A intensidade da cor é
proporcional ao teor de albumina sérica.

Particularidades do Sistema

O verde de bromocresol reage especificamente com albumina, fazendo-se a


leitura em 630nm. Nesse comprimento de onda não há interferência de bilirrubina ou
hemoglobina em concentrações moderadas. Alta concentração do verde de
bromocresol e presença de tween 80 tornam o reagente estável à temperatura
ambiente. Devido a sua alta sensibilidade, utiliza-se apenas 20 l de soro num volume
final e 5 ml.

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
LAC
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 FTB-BIO-001

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BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIO CLÍNICO

Título: Determinação de Albumina Método Verde de Folha: Revisão: 0.0


Bromocresol 3 de 9 Nº de Cópias: 3

Aplicação Clínica

A albumina é a proteína mais abundante no soro humano. A hiperalbuminemia


é rara e pode ocorrer nos casos de desidratação. A redução dos níveis, entretanto, é
observada em situações como: na síndrome nefrótica e na insuficiência hepática
avançada (cirrose, colangite, fígado cardíaco, hepatite crônica e neoplasia). Vale
lembrar que o fígado é a principal sede da síntese da albumina.
Pode ocorrer analbuminemia, rara, anomalia congênita, devido a defeito na
síntese, com hiperglobulinemia compensadora.

Amostra
Soro isento de hemólise. A albumina permanece estável no soro por 30 dias, à
temperatura de 2-6ºC, e por 2 meses, à temperatura de 10ºC negativos. O plasma
pode ser usado quando colhido com edta e heparina. Demais líquidos biológicos
(líquido pleural, ascítico, etc) devem ser centrifugados previamente. Evitar estase
prolongada na coleta de sangue, pois a hemoconcentração aumenta os níveis de
proteínas plasmáticas.
Concentrações de bilirrubina até 30mg/dl, hemólise moderada (até 400mg/dl
de Hb no soro) não interferem na reação.
Todas as amostras biológicas devem ser consideradas como potencialmente
infectantes.

Padrões, Controle, Reagentes e Outros Insumos:


Reagentes e Padrão:

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 FTB-BIO-001
AC
Título: Determinação de Albumina Método Verde de Folha: Revisão: 0.0
Bromocresol 4 de 9 Nº de Cópias: 3

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BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIO CLÍNICO

Reagente de cor concentrado: solução 2,5 mmol de verde de bromocresol


em solução 0,82 M de ácido láctico tamponado pH 4,0. Contém ainda 30ml de Tween
80 por litro.
Solução padrão de albumina 4g/dl: solução de albumina bovina estabilizada
com azida sódica a 1:1000.

Armazenamento e Estabilidade dos Reagentes e Padrão

Reagente de cor concentrado: A temperatura de armazenamento deverá


ser de 2 a 8ºC. Estável até a data de vencimento indicada no rótulo do frasco.
Reagente de cor de uso: após o preparo da solução de uso, a mesma
permanece estável por 8 meses à temperatura de 20-30ºC, ou 18 meses, se mantida
entre 2-6ºC.
Solução padrão de albumina 4g/dl: armazenar a temperatura de 2-6ºC.
Estável até a data de vencimento indicada no rótulo do frasco.

Cuidados e Precauções com o uso dos reagentes


Todos os reagentes são somente para uso diagnóstico in vitro. A solução de
verde de bromocresol é irritante. Seu manuseio deve ser cuidadoso, evitando-se
contato com pele e mucosas. Em casos de contaminação acidental, lavar a parte
afetada em água corrente. O descarte do material utilizado deverá ser feito
obedecendo-se aos critérios de biossegurança estabelecidos pelo laboratório, de
acordo com as normas locais, estaduais ou federais.

Equipamentos e Materiais Necessários


• Espectrofotômetro ou fotocolorímetro capaz de medir a absorbância em
630 nm ou filtro vermelho.

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 FTB-BIO-001
AC
Título: Determinação de Albumina Método Verde de Folha: Revisão: 0.0

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Bromocresol 5 de 9 Nº de Cópias: 3

• Tubos de ensaio.
• Pipetas graduadas.
• Pipeta semi-automática de 20 l.
• Frasco de vidro, cor âmbar, com capacidade volumétrica de 500
ml.
• Cronômetro.
• Água destilada ou deionizada.
• Balão volumétrico de 500 ml.

Procedimento Técnico

Preparo do reagente de cor - solução de uso:


Transferir o reagente de cor concentrado (50ml) para um balão volumétrico
e completar o volume a 500ml, com água destilada ou deionizada. A solução
permanece estável por 8 meses, à temperatura de 20-25ºC, ou 18 meses, sob
refrigeração.
Identificar 3 tubos de ensaio com B (branco), T (teste) e P (padrão).

Proceder como segue:


B T P

Reagente de cor, uso 5 ml 5 ml 5 ml


Amostra -20 ml -
Solução padrão 20ml

Homogeneizar por inversão e, dentro de 1 a 2 minutos, ler as absorbâncias do


teste e padrão em espectrofotômetro ou fotocolorímetro, em 630nm ou filtro vermelho,
acertando o zero com o branco.

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
LAC
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 FTB-BIO-001

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Título: Determinação de Albumina Método Verde de Folha: Revisão: 0.0


Bromocresol 6 de 9 Nº de Cópias: 3

Cálculos
Albumina (g/dl) =

absorbância T x 4 absorbância P

Como a reação corada segue estritamente a lei de Beer, basta a


determinação de um fator(F) para cálculo dos resultados.

Fator de calibração = 4
absorbância de P Albumina (g/dl) = absorbância do teste x F

Leitura do teste: 0,250 Albumina (g/dl) = 0,250 x 11,98 = 2,74

Controle da Qualidade:

Controle Interno da Qualidade de Bioquímica:


O controle interno da qualidade da albumina pelo método de verde bromocresol
é feito de acordo com as diretrizes dadas no POP-CIQ-001.

Controle Externo da Qualidade

O Controle Externo da Qualidade desse analito é tratado em procedimento


específico , conforme POP-CEQ-001.

Valores de Referência, Interpretação e Valores Críticos


Os Valores de Referência adotados pelo Laboratório são:
Albumina 3,5 - 5,5 g/dl.

Valores Críticos
Não aplicável.

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LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
LAC
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 FTB-BIO-001
Título: Determinação de Albumina Método Verde de Folha: Revisão: 0.0
Bromocresol 7 de 9 Nº de Cópias: 3

Linearidade, Limite de Detecção e Limitações no Método:


Linearidade:
Recuperação de 98,5 -2,5%, erro da média é de 1,18%.
Repetitividade:
Variação de 0,96% a 1,22%.
Reprodutibilidade:
Variação de 1,52 a 1,28%
Sensibilidade:
0,1 g/dl.
Especificidade:
O método é específico para Albumina.

Limitações do Método
Para se obter ótimo desempenho do sistema, é necessário que o procedimento
técnico seja rigorosamente seguido conforme instruções de uso. Qualquer alteração
poderá levar a resultados errôneos.

Algumas drogas como: esteróides, anabolizantes, andrógenos, corticosteróides,


dextran, insulina, progesterona e agentes citotóxicos, podem aumentar os níveis de
albumina.
Algumas drogas como: estrógenos, drogas hepatotóxicas, anticonceptivos orais,
aspirina, penicilina e sulfonamidas, podem diminuir os níveis de albumina.
Nas condições em que há aumento acentuado das frações alfa-1 e alfa-2
globulinas, essas podem adsorver o corante verde de bromocresol, falseando resultados
elevados de albumina.

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LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

LAC Código: PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 Referência:


FTB-BIO-001
Título: Determinação de Albumina Folha: Revisão: 0.0
Método Verde de Bromocresol 8 de 9 Nº de Cópias:
3

Substâncias Interferentes:
Concentrações de bilirrubina até 30mg/dl, hemólise moderada (até 400mg/dl
de Hb no soro), não interferem na reação. Lipemia moderada não interfere na presente
metodologia. Certas drogas podem interferir nos níveis de albumina. Para controle de
tal interferência é recomendado que o paciente seja questionado quanto ao uso de
medicamentos.

Uso de Kits:
Nessa determinação da albumina pelo método de verde de bromocresol, são
usados os kits dos seguintes fabricantes:
Doles, Labtest, Bioclin e Analisa.

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS - LAC

Código: Referência:
LAC
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP-BIO-001 FTB-BIO-001
Título: Determinação de Albumina Método Folha: Revisão: 0.0
Verde de Bromocresol 9 de 9 Nº de Cópias: 3

Controle de Registros:
Não aplicável.

Controle ambiental

Descontaminação de área após derramamento de material biológico ou


cultura de microrganismos
1. Notifique imediatamente aos demais funcionários do setor.

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2. Se houver algum risco biológico associado com a liberação do aerossol


todos os funcionários devem deixar imediatamente o setor. No setor de microbiologia
a área deve ser irradiada por 30 minutos com ultravioleta.
3. Os indivíduos envolvidos no acidente devem verificar suas vestimentas
quanto à contaminação com o material. Caso tenha ocorrido, as medidas de
descontaminação da roupa devem ser tomadas.

Descontaminação de pequenas áreas (INSTRUÇÃO PARA


DESCONTAMINAÇÃO)
4. Colocar os EPIs necessários (jaleco de manga longa, luvas, máscara,
touca,óculos de proteção e outros se necessário).
5. Identificar a área que necessita de descontaminação.

6. Preparar os sacos para descarte de material contaminado

7. Mover-se lenta e cuidadosamente durante o tratamento da área com o


descontaminante próprio (álcool iodado, hipoclorito, glutaraldeído, álcool 70%, etc.)
evitando a formação de novos aerossóis.
8. Cobrir a área inteira com uma toalha absorvente e deixar o germicida agir
por 30 minutos antes de recolher com os fragmentos grosseiros.
9. Colocar o material absorvente nos sacos para descarte e os pérfuro
cortantes nas caixas rígidas.
10. Remover as luvas cuidadosamente e descartá-las juntamente com o
material contaminado.
11. Lavar as mãos com água e sabão e solução anti-séptica.
12. Registrar o acidente.

Kit de limpeza

• Instrução para descontaminação por escrito e em local de fácil


visualização;
• EPIs;

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• Pá plástica;
• Desinfetantes apropriados (dentro da validade);
• Toalha de papel absorvente;
• Saco plástico para descarte de material contaminado e caixas rígidas
para pérfuro cortantes;
• Documentação.

ESTERILIZAÇÃO E DESCONTAMINAÇÃO COM AUTOCLAVAÇÃO


Procedimentos gerais de descontaminação

Estes procedimentos devem ser seguidos para o descarte de rejeitos:


1. Todo material infeccioso ou equipamento utilizado na rotina do
laboratório, deve ser desinfetado antes da lavagem ou de ser jogado no lixo. A
autoclavação deve ser o método de escolha , exceto para todo e qualquer material
termolábil ou produtos oxidantes ou que liberem subprodutos tóxicos quando
aquecidos.
2. O material a ser autoclavado deve ser estocado em sacos brancos
fechados, com indicação de MATERIAL CONTAMINADO PARA SER
AUTOCLAVADO, dentro de baldes fechados, caso não sejam autoclavados no
mesmo dia.
3. Material oxidante como hipoclorito ou outro oxidante forte não deve ser
autoclavado com material orgânico como papel ou óleo. A combinação destes
compostos pode produzir uma explosão.
4. O material reaproveitável para ser lavado após a autoclavação deve ser
estocado em baldes com tampa com a indicação MATERIAL NÃO INFECCIOSO
(PARA SER LAVADO).

AUTOCLAVAÇÃO

O termo esterilização refere-se à completa eliminação de patógenos, agente


biológico com capacidade de reprodução ou potencialmente infeccioso. A
esterilização é o melhor método de eliminação do risco biológico. O uso da autoclave
é o método mais utilizado nas instituições de saúde e pesquisa, assegurando a

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destruição de microrganismos. Este processo geralmente envolve aquecimento da


água em uma câmara sob pressão, gerando vapor sob uma pressão de 15 psi, o que
ocorre em temperatura de cerca de 121° C por no mínimo 15 minutos. O tempo é
medido após a temperatura do material envolvido atingir 121° C.
O fator crítico nesta fase é a garantia de que não fique ar preso no interior do
autoclave, o que pode impedir que a temperatura no interior do aparelho atinja os 121o
C. Para isto deve haver um monitoramento da temperatura com um termômetro-
manômetro, bem como controle do processo com uso de um indicador químico ou
biológico.
Caso ocorra interrupção no processo de aquecimento durante a marcação do
tempo, TODO O PROCESSO deve ser repetido.

Controle do processo

O melhor controle para esterilização é o uso de esporos de Bacillus


stearothermophilus, que são incluídos com o material a ser esterilizado dentro do
autoclave. Esta cultura pode ser adquirida comercialmente sendo a apresentação em
ampolas com meio de cultivo e indicador de pH. Após a esterilização as ampolas são
incubadas na temperatura adequada e verificadas para a “viragem” do indicador, o
que indica que houve crescimento microbiano e falha no processo de autoclavação.
Em uma perfeita esterilização não haverá crescimento microbiano ou viragem do pH.
Os indicadores químicos também podem ser empregados no controle de
esterilização por autoclavação. A fita de autoclave é um exemplo deste indicador.
Neste caso, o indicador na fita branca muda para uma cor negra ou cinza, indicando
que houve uma autoclavação eficiente.

Material necessário para a validação do processo.

Um dos processos deve ser utilizado


FITA INDICADORA ou INDICADOR BIOLÓGICO- Para este último ainda são
necessários os seguintes complementos:
1. Ampolas contendo esporos de

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Bacillus stearothermophilus
2. Incubadora para a cultura

Teste Atividade 121o C


Sobrevive por Morre em
B. stearothermophilus autoclavação 5 min. 13 min.
Torna-se escura.
Não muda de cor. Em relação tempo/
Em relação temperatura
Fita indicadora autoclavação tempo/ temperatura eficientes121o C
ineficientes. /15minutos.

Critérios de aceitabilidade

• A fita indicadora deve mudar de cor.


• Os esporos não devem crescer após incubação da ampola.

Registro

• Registrar o resultado em uma planilha de controle de esterilização.

Forno Pasteur

O uso de esterilização seca (Forno Pasteur) é menos eficiente que a


esterilização pelo vapor do autoclave. A esterilização pelo calor seco é eficiente
quando realizada a 160°- 180° C por períodos de duas a quatro horas. Neste processo
o ponto crítico é a composição química de material que está sendo esterilizado, bem
como o arranjo do material no forno. Material termolábil não deve ser utilizado no
processo.

Descontaminação (Desinfecção)

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Pode ser definida como a redução da maioria ou eliminação dos


microrganismos patogênicos em uma superfície ou objeto, tornando este objeto
incapaz de transmitir doenças.
Fatores que determinam a efetividade de um desinfetante:

a) concentração do princípio ativo;

b) quantidade de material orgânico no material a ser descontaminado;

c) tempo necessário para a ação;

d) temperatura e pH;

e) nível de contaminação;

f) tipo de contaminação envolvida;

g) características físicas do material a ser descontaminado.

Desinfetantes líquidos

Estes devem ser estocados nos frascos originais em um ambiente de uso


exclusivo do pessoal de limpeza. Apenas pequenas quantidades devem ser estocadas
no ambiente, nos setores para uso rotineiro. As soluções diluídas de acordo com as
especificações para uso devem ser estocadas por um pequeno período, no máximo
48 horas para evitar perda de atividade do produto. Estes frascos devem conter as
especificações do produto, bem como o grau de toxicidade que este apresenta, além
da data de preparo e validade.

Álcool etílico 70%

Eficiente desnaturante de lipídios de vírus envelopados e células vegetativas

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de bactérias. Não é corrosivo.


Evapora rapidamente e é bastante inflamável.
Uso: descontaminação de superfícies (exceto acrílico) ou na anti-sepsia da
pele, durante a coleta de material para análise. Não utilizar em região de mucosas.

Álcool etílico iodado (álcool etílico 70% + 2% de iodo cristal dissolvido)

Mais eficiente que o álcool etílico puro devido ao efeito alógeno do iodo.
Eficiente desnaturante de lipídios de vírus envelopados e células vegetativas de
bactérias. Não é corrosivo.
Evapora rapidamente e é bastante inflamável.
Uso: descontaminação de superfícies (exceto acrílico). Seu uso deve ser
evitado na anti-sepsia durante a coleta devido à alergia ao iodo, apresentada por
alguns pacientes.

Formaldeído e glutaraldeído

O uso do Formaldeído na descontaminação é ideal a 5% de concentração do


gás na água. Atividades de descontaminação sob refrigeração utilizando formaldeído
devem ser evitadas, pois este último, em baixas temperaturas, perde atividade. Uma
desvantagem do seu uso é o odor irritante liberado, podendo causar
hipersensibilidade, bem como possui poder carcinogênico para homens e animais. O
glutaraldeído é preferível por ser menos irritante.
EPIs especiais, principalmente com proteção para os olhos e aparelho
respiratório, devem ser utilizados.
Uso: Descontaminação de pequenos equipamentos, ou superfícies com alto
grau de contaminação. Principalmente em equipamentos metálicos por ser menos
corrosivo.

Componentes fenólicos

Com odor desagradável e altamente corrosivo, deve ser evitado no laboratório.


Uso: latas de lixo (creolina)

Quaternários de amônio

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Excelentes desinfetantes, com baixa toxicidade e resíduos corados, bem como


liberação de odores. Apresentam um grande espectro de ação, inclusive contra os
bacilos da tuberculose, esporos bacterianos e fungos.
Descontaminação de tubos, lâminas, pipetas e ponteiras, bem como
superfícies. Ex. GERMEKIL

Componentes clorados

Amplamente utilizados, apresentam um grande espectro de ação. Pouco ativo


em presença de grandes quantidades de material orgânico. Altamente oxidante e
extremamente corrosivo em metais. As soluções diluídas perdem atividade rápido
principalmente quando expostas à luz. Desta forma, os frascos devem ser escuros e
as soluções trocadas a cada 24 horas. A água sanitária com 2,0% a 2,5% de cloro
ativo, na forma de hipoclorito de sódio, é a mais utilizada entre as preparações
comerciais.
Uso: Superfícies e chão para a limpeza de rotina. Deve ser utilizada proteção
especial para os olhos e aparelho respiratório, durante a aplicação.

Compostos iodados

Utilizados geralmente associados com outros compostos (detergentes, álcool,


etc). Deve haver um cuidado especial com os indivíduos alérgicos.
Uso: Equipamentos e superfícies contaminadas ou na anti-sepsia da pele em
pacientes não alérgicos.
Ex. iodine

SEGURANÇA BIOLÓGICA DAS CENTRÍFUGAS

Devido ao alto índice de acidentes neste aparelho, principalmente a quebra de


tubos com espécimes clínicos e conseqüente formação de aerossol que pode expor
vários funcionários a agentes infecciosos, as centrífugas merecem uma atnção
especial em relação à segurança biológica.
As centrífugas devem ser instaladas em um compartimento isolado, bem
ventilado, que deve ser evacuado durante o processo. Caso ocorra um acidente,

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quebra de tubos, o equipamento deve ser descontaminado com glutaraldeído ou


mesmo hipoclorito de sódio.

O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES NA CENTRÍFUGA:

1- Deixe o aerossol baixar durante 30 minutos.


2- Coloque seus EPIs - luvas, jaleco, máscara e óculos de proteção.
3- Descontamine o suporte da centrífuga com glutaraldeído ou hipoclorito de
sódio, álcool 70% por, no mínimo, 15minutos.
4- Retire os demais tubos da centrífuga e descontamine a parte interna do
equipamento com uma gaze embebida em uma das soluções germicidas descritas
acima.
5- Descarte os fragmentos do tubo na caixa amarela para pérfuro-cortantes.
6- Comunique o incidente ao responsável pelo setor para que seja
providenciada uma nova amostra.

TIPOS DE RISCO

(Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78)


1. Riscos de Acidentes
2. Riscos Ergonômicos
3. Riscos Físicos
4. Riscos Químicos
5. Riscos Biológicos

RISCOS DE ACIDENTES

Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em


situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São
exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção,
probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento
inadequado, etc.

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RISCOS ERGONÔMICOS

Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas


características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando
sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual
de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a
responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos
alternados, etc.

RISCOS FÍSICOS

Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que


possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes,
ultra-som, materiais cortantes e pontiagudos, etc.

RISCOS QUÍMICOS

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias compostas ou


produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de
poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da
atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através
da pele ou por ingestão.

RISCOS BIOLÓGICOS

Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitos,


vírus, entre outros.

Classificação de risco biológico:

Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes de 1 a


4 por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios:
• Patogenicidade para o homem.

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• Virulência.
• Modos de transmissão.
• Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes.
• Disponibilidade de tratamento eficaz.
• Endemicidade.

MÉTODOS DE CONTROLE DE AGENTE DE RISCO


Os elementos básicos para contenção de agentes de risco:

BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

• Observância de práticas e técnicas microbiológicas padronizadas.


• Conhecimento prévio dos riscos.
• Treinamento de segurança apropriado.
• Manual de biossegurança (identificação dos riscos, especificação das
práticas, procedimentos para eliminação de riscos).

RECOMENDAÇÕES GERAIS

• Nunca pipete com a boca, nem mesmo água destilada. Use dispositivos de
pipetagem mecânica.
• Não coma, beba, fume, masque chiclete ou utilize cosméticos no
laboratório.
• Evite o hábito de levar as mãos à boca, nariz, olhos, rosto ou cabelo, no
laboratório.
• Lave as mãos antes de iniciar o trabalho e após a manipulação de agentes
químicos, material infeccioso, mesmo que tenha usado luvas de proteção, bem como
antes de deixar o laboratório.
• Objetos de uso pessoal não devem ser guardados no laboratório.
• Utilize jalecos ou outro tipo de uniforme protetor, de algodão, apenas dentro
do laboratório. Não utilize essa roupa fora do laboratório.
• Não devem ser utilizadas sandálias ou sapatos abertos no laboratório.
• Utilize luvas quando manusear material infeccioso.

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• Não devem ser usados jóias ou outros adornos nas mãos, porque podem
impedir uma boa limpeza das mesmas.
• Mantenha a porta do laboratório fechada. Restrinja e controle o acesso do
mesmo.
• Não mantenha plantas, bolsas, roupas ou qualquer outro objeto não
relacionado com o trabalho, dentro do laboratório.
• Use cabine de segurança biológica para manusear material infeccioso ou
materiais que necessitem de proteção contra contaminação.
• Utilize dispositivos de contenção ou minimize as atividades produtoras de
aerossóis, tais como operações com grandes volumes de culturas ou soluções
concentradas. Essas atividades incluem: centrifugação (utilize sempre copos de
segurança), misturadores tipo Vortex (use tubos com tampa), homogeneizadores (use
homogeneizadores de segurança com copo metálico), sonicagem, trituração,
recipientes abertos de material infeccioso, frascos contendo culturas, inoculação de
animais, culturas de material infeccioso e manejo de animais.
• Qualquer pessoa com corte recente, com lesão na pele ou com ferida
aberta (mesmo uma extração de dente), deve abster-se de trabalhar com patógenos
humanos.
• Coloque as cabines de segurança biológica em áreas de pouco trânsito no
laboratório, minimize as atividades que provoquem turbulência de ar dentro ou nas
proximidades da cabine.
• As cabines de segurança biológica não devem ser usadas em
experimentos que envolvam produtos tóxicos ou compostos carcinogênicos. Neste
caso utilizam-se capelas químicas.
• Descontamine todas as superfícies de trabalho diariamente e quando
houver respingos ou derramamentos. Observe o processo de desinfecção específico
para escolha e utilização do agente desinfetante adequado.
• Coloque todo o material com contaminação biológica em recipientes com
tampa e à prova de vazamento, antes de removê-los do laboratório para autoclavação.
• Descontamine por autoclavação ou por desinfecção química, todo o
material com contaminação biológica, como: vidraria, caixas de animais,
equipamentos de laboratório, etc., seguindo as recomendações para descarte desses
materiais.

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• Descontamine todo equipamento antes de qualquer serviço de


manutenção.
• Cuidados especiais devem ser tomados com agulhas e seringas. Use-as
somente quando não houver métodos alternativos.
• Seringas com agulhas, ao serem descartadas devem ser depositadas em
recipientes rígidos, à prova de vazamento e embalados como lixo patológico.
• Vidraria quebrada e pipetas descartáveis, após descontaminação, devem
ser colocadas em caixas com paredes rígidas e rotuladas “vidro quebrado” e
descartada como lixo geral.
• Saiba a localização do mais próximo lava-olhos, chuveiro de segurança e
extintor de incêndio. Saiba como usá-los.
• Mantenha preso em local seguro todos os cilindros de gás, fora da área do
laboratório e longe do fogo.
• Zele pela limpeza e manutenção de seu laboratório, cumprindo o programa
de limpeza e manutenção estabelecido para cada área, equipamento e superfície.
• Todo novo funcionário ou estagiário deve ter treinamento e orientação
específica, BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS e PRINCÍPIOS DE
BIOSSEGURANÇA aplicados ao trabalho que irá desenvolver.
• Qualquer acidente deve ser imediatamente comunicado à chefia do
laboratório, registrado em formulário específico e encaminhado para
acompanhamento junto a Comissão de Biossegurança da Instituição.
• Fique atento a qualquer alteração no seu quadro de saúde e dos
funcionários sob sua responsabilidade, tais como: gripes, alergias, diarréias, dores de
cabeça, enxaquecas, tonturas, mal estar em geral, etc. e notifique imediatamente à
chefia do laboratório.

BARREIRAS

BARREIRAS PRIMÁRIAS
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

São empregados para proteger o pessoal da área de saúde do contato com


agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos. A

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roupa e o equipamento servem também para evitar a contaminação do material em


experimento ou em produção. São exemplos:

LUVAS
As luvas são usadas como barreira de proteção, prevenindo contra
contaminação das mãos ao manipular material contaminado, reduzindo a
probabilidade de que microrganismos presentes nas mãos sejam transmitidos durante
procedimentos. O uso de luvas não substitui a necessidade da LAVAGEM DAS MÃOS
porque elas podem ter pequenos orifícios inaparentes ou danificar-se durante o uso,
podendo contaminar as mãos quando removidas.
• Usar luvas de látex sempre que houver chance de contato com sangue,
fluidos do corpo, dejetos, trabalhos com microrganismos e animais de laboratório.
• Usar luvas de PVC para manuseio de citostáticos (mais resistentes, porém
menos sensibilidade do tato).
• Lavar instrumentos, roupas, superfícies de trabalho sempre usando luvas.
• Não usar luvas fora da área de trabalho, não abrir portas, não atender
telefone.
• Luvas (de borracha) usadas para limpeza devem permanecer 12 horas em
solução de Hipoclorito de Sódio a 0,1% (1g/l de cloro livre = 1000 ppm). Verificar a
integridade das luvas após a desinfecção.
• Nunca reutilizar as luvas, descartá-las de forma segura.

JALECO

Os vários tipos de jalecos são usados para fornecer uma barreira de proteção
e reduzir a oportunidade de transmissão de microrganismos. Previnem a
contaminação das roupas do pessoal, protegendo a pele da exposição a sangue e
fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos de material infectado.
• São de uso constante nos laboratórios e constituem uma proteção para o
profissional.
• Devem sempre ser de mangas longas, confeccionados em algodão ou fibra
sintética (não inflamável), sempre que possível utilize jalecos descartáveis de TNT.
• Os descartáveis devem ser resistentes e impermeáveis.

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• Uso de jaleco é permitido somente nas áreas de trabalho. Nunca em


refeitórios, escritórios, bibliotecas, ônibus, etc.
• Jalecos nunca devem ser colocados no armário onde são guardados
objetos pessoais.

• Devem ser descontaminados antes de serem lavados (deixar de molho em


hipoclorito de sódio).

OUTROS EQUIPAMENTOS

• Óculos de proteção e protetor facial (protege contra salpicos, borrifos,


gotas, impacto).
• Máscara (tecido, fibra sintética descartável, com filtro HEPA, filtros para
gases, pó, etc.).
• Uniforme de algodão, composto de calça e blusa.
• Dispositivos de pipetagem (borrachas pêras, pipetadores automáticos,
etc.).

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

São equipamentos que possibilitam a proteção do pessoal do laboratório, do


meio ambiente e da pesquisa desenvolvida. São exemplos:

CABINES DE SEGURANÇA

As Cabines de Segurança Biológica constituem o principal meio de contenção


e são usadas como barreiras primárias para evitar a fuga de aerossóis para o
ambiente. Há três tipos de cabines de segurança biológica:
Classe I
Classe II – A, B1, B2, B3.
Classe III

FLUXO LAMINAR DE AR

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Massa de ar dentro de uma área confinada movendo-se com velocidade


uniforme ao longo de linhas paralelas.

CAPELA QUÍMICA NB
Cabine construída de forma aerodinâmica, cujo fluxo de ar ambiental não causa
turbulências e correntes, assim reduzindo o perigo de inalação e contaminação do
operador e ambiente.

CHUVEIRO DE EMERGÊNCIA
Chuveiro de aproximadamente 30 cm de diâmetro, acionado por alavancas de
mão, cotovelos ou joelhos. Deve estar localizado em local de fácil acesso.

LAVA-OLHOS
Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média pressão, acoplados
a uma bacia metálica, cujo ângulo permite direcionamento correto do jato de água.
Pode fazer parte do chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem ocular.

MANTA OU COBERTOR
Confeccionado em lã ou algodão grosso, não podendo ter fibras sintéticas.
Utilizado para abafar ou envolver vítima de incêndio.

VASO DE AREIA
Também chamado de balde de areia, é utilizado sobre derramamento de álcalis
para neutralizá-lo.

EXTINTOR DE INCÊNDIO A BASE DE ÁGUA


Utiliza o CO2 como propulsor. É usado em papel, tecido e madeira. Não usar
em eletricidade, líquidos inflamáveis, metais em ignição.
Utiliza o CO2 em pó como base. A força de seu jato é capaz de disseminar os
materiais incendiados. É usado em líquidos e gases inflamáveis, fogo de origem
elétrica.
Não usar em metais alcalinos e papel.

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EXTINTOR DE INCÊNDIO DE PÓ SECO


Usado em líquidos e gases inflamáveis, metais do grupo dos álcalis, fogo de
origem elétrica.

EXTINTOR DE INCÊNDIO DE ESPUMA


Usado para líquidos inflamáveis. Não usar para fogo causado por eletricidade.

EXTINTOR DE INCÊNDIO DE BCF


Utiliza o bromo-cloro-difluorometano. É usado em líquidos inflamáveis, incêndio
de origem elétrica. O ambiente precisa ser cuidadosamente ventilado após seu uso.

MANGUEIRA DE INCÊNDIO
Modelo padrão, comprimento e localização são fornecidos pelo Corpo de
Bombeiros.

DEFINIÇÃO DE MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS

“Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores


presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos
trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos
elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações,
suprimentos e espaços de trabalho) e da forma de organização do trabalho (arranjo
físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho,
turnos de trabalho, treinamento, etc.)” (MATTOS, 1993) Objetivos do Mapa de Risco:
- Identificar os riscos existentes no local de trabalho;
- Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da
situação de segurança e saúde do trabalhador da empresa;
- Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações
entre os trabalhadores, bem como, estimular sua participação nas atividades de
prevenção.

INSTRUÇÕES PARA MONTAGEM DE MAPAS DE RISCOS AMBIENTAIS

O mapa de risco pode ser feito de maneira burocratizada ou exclusivamente

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técnica. O que interessa aos trabalhadores é que sua construção seja um processo
pedagógico onde se ampliem os espaços de construção da identidade desses
trabalhadores e que exerçam realmente o papel de sujeitos. Portanto a participação
do maior número de trabalhadores na construção do mapa de risco sem delegar a
terceiros essa tarefa, proporcionará a socialização do saber coletivo e buscará
soluções para melhorar as condições de trabalho (RIGHOTO, 2003).
O mapa de risco é construído tendo como base a planta baixa ou esboço do
local de trabalho, e os riscos serão definidos pelos diâmetros dos círculos:
Gravidade pequena – diâmetro 1 Gravidade média – diâmetro 2 Gravidade
grande – diâmetro 4
Quando houver em um mesmo local, riscos diferentes com a mesma gravidade,
a representação poderá ser feita utilizando-se um único círculo, dividindo-o em setores
com as cores correspondentes (TEIXEIRA; VALLE, 1996).

ROTEIRO PARA REALIZAÇÃO DO MAPA DE RISCOS

SETOR A SER ANALISADO:

DESCRIÇÃO QUANTIDADE
FUNCIONARIOS QUE TRABALHAM NO SETOR

1. PRINCIPAIS ATIVIDADES EXERCIDAS:

2. MÁQUINAS EQUIPAMENTOS OU INSTRUMENTOS UTILIZADOS:

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2.1DESCRIÇÃO SIM NÃO


No desempenho das funções, pode ocorrer acidentes?

2.2 DESCREVER OS ACIDENTES QUE PODEM OCORRER NO SETOR:

2.3 QUEIXAS MAIS FREQÜENTES DOS FUNCIONARIOS DO SETOR:

2.4 INCIDENTES OCORRIDOS NOS ÙLTIMOS 12 MESES:

2.5 ACIDENTES E/OU AFASTAMENTO OCORRIDOS NOS ÙLTIMOS 12


MESES:

3. EQUIPAMENTOS DE USO OBRIGATÓRIO UTILIZADOS:

DESCRIÇÃO SIM NÃO


EPI (Equipamentos de Proteção Individual)
EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva)
Quais Equipamentos?

4. DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DOS CIRCULOS:


PREENCHENDO OS ITENS PEQUENO MÉDIO GRANDE
SOMENTE O ITEM 2.2
2.2. E 2.3

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2.2; 2.3; 2.4; OU SOMENTE ITEM 3

5. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS IDENTIFICADOS NO


SETOR, BASEADO NOS ITENS 2.1 E 2.2:

DESCRIÇÃO CORES SIM NÃO TAMANHOS


P M G
RISCO FÍSICO VERDE
Tipo de Riscos
(Baseado no item6):

Medidas
Preventivas:

RISCO QUÍMICO VERMELHO


Tipo de Riscos:
(Baseados no item 6):

Medidas
Preventivas:

RISCO BIOLÓGICO MARRON

Tipo de Riscos
(Baseado no item 6):

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Medidas
Preventivas:

RISCO ERGONÔMICO AMARELO

Tipos de Riscos
(Baseado no item 6):

Medidas
Preventivas:

RISCO MECÂNICO AZUL

Tipos de Riscos
(baseados no item 6):

Medidas
Preventivas:
TABELAS DE TIPOS DE RISCOS:

RISCOS RISCOS FÍSICOS RISCOS RISCOS RISCOS


QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICO MECÂNICO
Poeira Ruído Vírus Postura Máquina sem
incorreta proteção
Fumos Vibração Bactérias Trabalho físico pesado Choques elétricos

Névoas Umidade Protozoários Treinamento Ferramentas


inadequado defeituosas
Vapores Pressões anormais Fungos Jornada prolongada Equipamentos
inadequados

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Gases Temperaturas Bacilos Trabalho noturno Perigo de incêndio


externas
Produtos químicos Radiação ionizantes Parasitas Conflitos, tensões Material fora de
em geral e não ionizantes emocionais especificação

Substância química Alturas externas Animais peçonhentos Desconforto Armazenamen to


inadequado
Fumaça Calor Suor Monotonia Arranjo físico
deficiente
Combustível em Frio Águas residuais, Responsabilida de Edificação perigoso
geral efluentes excessiva

6. TOTAL GERAL ANALISADO NO SETOR:

SIM NÃO DESCRIÇÃO P M G


FÍSICO (Verde)
QUÍMICO (Vermelho)
BIOLÓGICO (Marrom)
ERGONÔMICO (Amarelo)
RISCO MECÂNICO (Azul)

REGRAS PARA DEFINIR TAMANHOS:

Risco Grande = D Risco Médio = D/2 Risco Pequeno = Médio/2

Responsável pelo Setor Analista Técnico

IMPORTÂNCIA DOS MAPAS DE RISCOS

Os profissionais de laboratório estão expostos a vários riscos, devido às

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técnicas onde são utilizados reagentes químicos, ao material biológico suspeito de


contaminação, aos equipamentos, aos materiais pérfuro-cortantes, etc.
A exposição é minimizada à medida que for adotada a contenção primária e
secundária, ou seja, à medida que forem adotadas as boas práticas laboratoriais, os
equipamentos de proteção individual e coletiva e implantadas instalações adequadas
a cada nível de biossegurança envolvido e a capacitação dos técnicos. Desta forma,
a avaliação dos riscos foi fundamental para a definição de critérios e de ações que
visem minimizar os mesmos, os quais comprometem a saúde do trabalhador e a
qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

O QUE FAZER EM CASOS DE ACIDENTES


1. Derramamento de produto químico:
- Limpar o local o mais rapidamente possível;
- Ventilar o local: abrir portas e janelas;
- Se o produto for extremamente tóxico, evacuar o local e usar máscara
adequada na operação de limpeza.
- Os resíduos da limpeza, papel ou materiais impregnados devem ser
descartados como resíduos químicos.

2- Princípio de incêndio:
- Não tente ser herói. Chame ajuda imediatamente.
- Desligar o quadro de energia elétrica.
- Se souber usar o extintor, use-o. Se não souber, não arrisque.
- Evacue o local.

3- Acidentes com vítimas:


Respingo de produto químico na região dos olhos:
- Lavar abundantemente no lava-olhos, pelo menos 15 minutos. Manter
os olhos da vítima abertos.
- Encaminhar imediatamente ao médico.
- JAMAIS TENTAR NEUTRALIZAR O PRODUTO.

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Respingo em qualquer região do corpo:


- Retirar a roupa que recobre o local atingido.
- Lavar abundantemente com água, na pia ou no chuveiro de
emergência, dependendo da área atingida, por pelo menos 15 minutos.
- Encaminhar ao médico, dependendo da gravidade.
- JAMAIS TENTAR NEUTRALIZAR O PRODUTO.

Queimaduras:
- Cobrir a área afetada com vaselina estéril.

Cortes:
- Lavar o local com água, abundantemente.
- Cobrir o ferimento com gazes e atadura de crepe.
- Encaminhar imediatamente ao pronto-socorro.

Outros acidentes:
- Encaminhar ao pronto-socorro;
- -ou chamar o resgate.

EMERGÊNCIAS:

1. Qualquer acidente deve ser comunicado ao responsável pelo setor.


2. Cortes ou ferimentos, mesmo leves, devem ser desinfetados e
cobertos.
3. Queimaduras com fogo ou material quente, devem ser tratadas com
pomada de PICRATO DE BUTESIN ou com solução de ÁCIDO PÍCRICO 1 %.
4. Queimaduras com ácidos diluídos devem ser lavadas com muita água
e solução de bicarbonato de sódio.
5. Queimaduras com ácidos concentrados: deve-se SECAR o local
atingido, lavar com bastante ÁGUA e neutralizar com BICARBONATO DE SÓDIO.
6. Queimaduras com bases devem ser lavadas com muita água e solução
de ácido acético ou bórico a 2 %.

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7. Substâncias estranhas nos olhos: lavar os olhos com bastante água


(de preferência no lava-olhos), ou soro fisiológico e depois com água boricada.

PROCEDIMENTO EM CASO DE INCÊNDIOS:

1. Incêndio - CLASSE A

Material de fácil combustão e que deixa resíduo como tecidos, madeiras,


papéis, fibras. Combater utilizando água e espuma. Quando o fogo está no início
utilize pós-químicos secos ou gás carbônico.

2. Incêndio - CLASSE B

Produtos que queimam somente na superfície como vernizes e solventes.


Combater com abafamento, pós-químicos, gás carbônico e espuma.

3. Incêndio - CLASSE C

Equipamentos elétricos energizadores. Combater com gás carbônico, pós-


químicos. Quando cortar a energia combater como a Classe A e B.

4. Incêndio - CLASSE D

Produtos como magnésio, zircônio, titânio. Combater com abafamento com


limalha de ferro fundido ou areia.

RISCOS COM EQUIPAMENTOS:

1. Não use nenhum equipamento em que não tenha sido treinado ou


autorizado a utilizar.
2. Observe sempre a voltagem do equipamento a ser utilizado.
3. Equipamentos para vácuo.

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Não deixar o ar entrar rapidamente no equipamento sob vácuo, pode


ocorrer choque mecânico e implosão.

Dessecador sob vácuo:

- Não deve ser transportado com vácuo.

- Deve ser protegido com fitas adesivas ou filmes plásticos.

- As juntas devem ser engraxadas (graxa de silicone para vácuo).

- Um frasco de segurança (trap) deve ser utilizado entre a bomba e o


dessecador.

- A escolha do agente dessecante depende do material a ser secado.

- Evite H2SO4, P2O5 e Mg(ClO4)2.

Evaporação sob vácuo:

- Evaporadores rotatórios - os recipientes não devem ser totalmente


cheios com a solução.

- Desligar o aquecimento, antes da evaporação total do líquido.

- Esfriar o frasco.

- Desligar o vácuo.

Filtração sob vácuo:

- O equipamento deve estar firmemente preso.

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- Se a filtração é lenta, não aumente o vácuo.

Destilação a vácuo:

- Usar manta elétrica ou banho (silicone/areia), sobre um sistema móvel


(lab- jack).

- A ebulição deve ser regulada por um tubo capilar.

- O frasco de destilação deve estar apenas semi preenchido.

- O vácuo deve ser ligado antes do aquecimento

IV - CONHECENDO AS SUBSTÂNCIAS E AS MISTURAS

Propriedades Físico-Químicas de Solventes

Densidade Ponto Ponto de Limites de Temperatu Densidad


Solventes Relativa a de Explosividade ra e Vapor 200
200 Ebulição Fulgor (%Vol./ar) de Auto- (ar = 1)
(água = 1) (0C) ignição (0C)
(V. fechado) (0C)
Acetato de etila 0,90 77,1 -4 2,0 a 11,5 426 3,0
Acetona 0,79 56,2 -18 2,2 A 13,0 465 2,0
Acetonitrila 0,79 81,6 12,8 3 A 16 524 1,4
Benzeno 0,90 80,0 -11 1,2 A 7,8 498 2,8
n-Butanol 0,80 117,0 37,8 1,4 A 11,2 343 2,6
Ciclohexano 0,78 81,0 -20 1,3 A 8,0 245 2,9
Cloreto de metileno 1,33 39,8 não apresenta 12 a 19 556 2,9
Clorofórmio 1,48 61,7 NA NA +1000 4,4
Dimetilformamida 0,90 153,0 58 2,2 a 25,2 445 2,5
Etanol 0,79 78,5 12 3,3 a 19 363 1,6
Éter etílico 0,71 34,5 -45 1,8 a 36,5 160 2,6
Éter isopropílico 0,73 68,0 -28 1,4 a 21 443 3,5
Éter de petróleo 0,6 a 0,9 35 a 60 -57 a 18 1,0 a 6,0 232 a 290 -3,0
Etilenoglicol 1,11 198,0 111 3,2 a 15,3 398 2,1
Formaldeído 0,82 -19,5 NA 7,0 a 73 300 1,1
n-Hexano 0,66 69,0 -22 1,2 a 7,5 223 3,0
n-Heptano 0,70 98,4 -1,0 1,1 a 6,7 204 3,5
Isooctano 0,69 99,0 -12 1,0 a 6,0 418 3,9

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Isopropanol 0,78 82,4 12 2,0 a 12 460 2,1


Metanol 0,79 64,5 12 6,0 a 36 385 1,1
Metiletilcetona 0,81 79,6 -9 1,8 a 12 404 2,5
Metilisobutilcetona 0,80 117,0 18 1,2 a 8,0 448 3,5
n-Propanol 0,80 82,5 25 2,6 a 13,5 412 2,1
Tetractor. Carbono 1,59 76,5 NA NA NA 5,3
Tetrahidrofurano 0,90 66,0 -14 2,0 a 11,8 321 2,5
Tolueno 0,86 111,0 4 1,3 a 7,1 536 1,95
Xilenos ( o m p ) ~0,87 ~140,0 27 a 32 0,9 a 7,0 463 a 528 3,7

Fonte: Dra Sandra Franchetti.

Miscibilidade de solventes orgânicos

01 Acetona 08 Éter dietil etilenoglicol 15 Piridina


02 Benzeno 09 Etanol 16 Trimetileno glicol

03 Butil acetato 10 Etileno glicol 17 Álcool n-caprílico

04 n-butanol 11 Formamida 18 Nitrometano

05 Éter n-butil 12 Glicerol 19 Clorofórmio

06 Tetracloreto de C 13 Álcool isoamílico 20 Tri n-butil fosfato

07 Éter etílico 14 Metil isobutil cetona

Principais Solventes Perigosos:

• hexano afeta os nervos após uso prolongado, pentano e heptano não.


• benzeno tem efeito cumulativo e provoca lesões no sistema nervoso
central, bem como o xileno e tolueno.
• Solventes halogenados:
• são tóxicos ao sistema nervoso, e às vezes, ao coração.
• Outros solventes
• dos álcoois, o metanol é o mais perigoso. Efeito cumulativo e ação
sobre o nervo ótico.
• metoxietanol, etoxietanol influenciam no sistema nervoso central.

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• nitroanilina, anilina, nitrobenzeno são tóxicos ao sangue.


• dimetilformamida (DMF) irritante e penetra na pele com facilidade .
• dimetilsulfóxido (DMSO) irritante e penetra na pelo com facilidade.

OBS : Precauções no uso dos solventes:

• Uso de óculos de segurança.


• Escolha cuidadosa do solvente e substituição, se for o caso.
• Evite o contato com a pele.
• Nunca pipete com a boca.
• Trabalhe na capela.
• Longe de fontes de calor.
• Não estoque no laboratório: clorofórmio, éteres, dissulfeto de carbono.
• Evite os halogênios. Fogo e/ou calor podem formar fosgênio (COCl2) e
HCl.
• Não jogue os solventes diretamente na pia.
• Recupere os solventes.
• Separe os halogenados dos não-halogenados.
• Guarde-os em frascos escuros rotulados:

“Resíduos clorados” “Resíduos inflamáveis” “Resíduos de hidrocarbonetos”


“Resíduos de metais pesados”
Agentes de secagem para compostos orgânicos:

Álcoois Carbonato de potássio anidro; sulfato de cálcio ou de


magnésio anidro; cal viva (CaO).
Haletos de arila e de Cloreto de cálcio anidro; sulfato de sódio, magnésio ou
cálcio anidros; pentóxido de fósforo.
ácidos
Aldeídos Sulfato de sódio, magnésio ou cálcio anidros.
Cetonas Sulfato de sódio, magnésio ou cálcio anidros; carbonato

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potássio anidro.

Bases orgânicas Hidróxido de sódio ou potássio, sólido, cal viva; óxido de


bário.
(aminas)
Ácidos orgânicos Sulfato de sódio, magnésio ou cálcio anidros.

5 - Grupos principais de substâncias incompatíveis:

REAGENTES INCOMPATÍVEL COM

Acetileno cloro, bromo, flúor, cobre, prata e mercúrio


Acetonitrila ácido sulfúrico, oxidantes fortes (percloratos/nitratos) e
redutores (Na e Mg metálicos).
Ácido Acético ácido nítrico concentrado, ácido perclórico, ácido
crômico, peróxidos, permanganatos e nitratos.
Ácido Fosfórico bases fortes, anilinas, compostos nitro-aromáticos,
sulfatos, sulfeto de hidrogênio, ácido acético, éter etílico,
líquidos e gases inflamáveis
Ácido Perclórico enxofre, bismuto e suas ligas, álcoois, anidrido ou ácido
acético, solventes e combustíveis, papel, madeira etc.
Ácido Sulfúrico cloratos percloratos, permanganatos de potássio, de lítio
e de sódio, bases, picratos, nitratos, pós metálicos e
solventes.
Anilina ácido nítrico, peróxido de hidrogênio.
Bromo hidróxido de amônio, benzeno, benzina de petróleo,
propano, butadienos, acetileno, hidrogênio e pós
metálicos.
Carvão Ativo dicromatos, permanganatos, hipocloritos de cálcio,
ácidos nítrico e sufúrico.
Cianetos ácidos.

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Cloratos e Percloratos sais de amônio, metais em pó, matérias orgânicas


particuladas, enxofre, ácidos fortes, álcoois e combustíveis.
Cloreto Mercúrio (Hg-II) sulfitos, hidrazina, aminas, ácidos fortes, bases fortes,
fosfatos e carbonatos.
Cloro Idem bromo.
Cobre (metálico) peróxido de hidrogênio, acetileno.
Dicromato de Potássio alumínio, materiais orgânicos inflamáveis, acetona,
hidrazina, enxofre e hidroxilamina.
Éter etílico ácidos nítrico e perclórico, peróxido de sódio, cloro e bromo
Etileno Glicol ácido perclórico, ácido crômico, permanganato de potássio,
nitratos, bases fortes e peróxido de sódio.
Formaldeído peróxidos e oxidantes fortes bases fortes e ácidos.
Fósforo enxofre, compostos oxigenados (nitratos, permanganatos,
cloratos e percloratos).
Hidrocarbonetos ácido crômico, peróxidos, flúor, cloro, bromo, percloratos e
outros oxidantes fortes.
(Hexano, Tolueno, GLP,
etc)
Hidróxido de Amônio ácidos, oxidantes fortes, peróxidos, cloro e bromo.
Hidróxido de Sódio ácidos, solventes clorados, anidrido maleico e acetaldeído.
Hidróxido de Potássio cloreto de potássio, bromo, oxidantes fortes, sais de
diazônio.
Iodo acetileno, hidróxido de amônio e hidrogênio.
Líquidos inflamáveis ácido nítrico, nitrato de amônio, peróxidos, hidrogênio, flúor,
cloro, bromo e óxido de cromo (VI).
(álcoois, Cetonas, etc.)
Mercúrio acetileno, ácido fulmínico, amônia.
Met. Alcalinos água, halogênios, tetracloreto de carbono.
Nitrato de Amônio ácidos, pós metálicos e pós orgânicos, cloretos, enxofre,
hipoclorito e perclorato de sódio, dicromato de potássio.
Óxido de Cromo (VI) ácido acético, glicerina, líquidos inflamáveis e naftaleno.
Peróxido de Hidrogênio álcoois, anilina, cloreto estanoso, cobre, cromo, ferro, sais
metálicos, nitrometanos e líquidos inflamáveis.
Peróxido de Sódio ácido ou anidrido acético, etanol, metanol, etileno glicol,

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acetatos orgânicos, benzaldeído e furfural.

Permanganato de glicerina, etileno glicol, benzaldeido, ácido sulfúrico e


Potássio solventes orgânicos.
Tetracloreto de Carbono metais (Al, Be, Mg, Na, K e Zn), hipoclorito de cálcio, álcool
alílico, dimetilformamida e água (forma gases tóxicos).

RESISTÊNCIA QUÍMICA DE LUVAS UTILIZADAS EM LABORATÓRIO

PRODUTO QUIMICO
Borracha
Látex

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Neoprene Borracha PVC Nitrílica


Ac. Acético 50% E E E E Ac.
Clorídrico. 35% E E E E Ac.
Fluorídrico. 40% E E E E Ac.
Fosfórico. 80% E E E E Ac.
Sulfúrico. 50% E E E E
Acetato de Etila B B SA SA
Acetona E E SA SA
Acetonitrila SA E NT SA
Ácido Nítrico E E B E
Álcool Etílico E E E E
Álcool Isopropílico E E E E
Álcool Metílico E E E E
Benzeno SA SA SA SA
Ciclohexano SA E E NT
Dietanolamina E E E E
Dimetilformamida E E SA SA
Dissulfeto de Carbono SA SA B SA
Formaldeido 30% E E E B
Hexano e Heptano SA E E SA
Hidróxido de Amônio E E E E
Hidróxido de Sódio40% E E E E
Hidróxido Potássio 45% E E E E
Nitrobenzeno NT B SA SA
Tetracloreto Carbono SA SA B B
Tetrahidrofurano SA SA SA SA
Tricloroetileno SA SA SA AS
Tolueno SA SA SA AS
Trietanolamina E E E
E Xilenos ( o m p ) SA SA B SA

Excelente B - Bom SA – Sofre ataque NT - Não

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PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA

O termo "contenção" é usado para descrever os métodos de segurança


utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio laboratorial onde
estão sendo manejados ou mantidos. O objetivo da contenção é o de reduzir ou
eliminar a exposição da equipe de um laboratório, de outras pessoas e do meio
ambiente em geral aos agentes potencialmente perigosos.
A contenção primária, a proteção da equipe do laboratório e do meio de
trabalho contra a exposição aos agentes infecciosos, é proporcionada por uma boa
técnica de microbiologia e pelo uso de um equipamento de segurança adequado. O
uso de vacinas pode fornecer um elevado nível de proteção pessoal. Já a contenção
secundária, a proteção do meio ambiente externo ao laboratório contra a exposição
aos materiais infecciosos, é proporcionada pela combinação de um projeto das
instalações e das práticas operacionais. Desta forma, os três elementos de contenção
incluem a prática e a técnica laboratorial, o equipamento de segurança e o projeto da
instalação. A avaliação do risco do trabalho a ser realizado com um agente específico
determinará a combinação adequada destes três elementos.
Prática e Técnica Laboratorial. O elemento de contenção mais importante é a
adesão rígida às práticas e técnicas microbiológicas padrões. As pessoas que
trabalham com agentes infecciosos ou com materiais potencialmente contaminados
devem se conscientizar sobre os riscos potenciais, e devem ser treinadas e estarem
aptas a exercerem as técnicas e práticas necessárias para o manuseio seguro destes
materiais. Cabe ao diretor ou a pessoa responsável pelo laboratório, a
responsabilidade também pelo fornecimento ou pela elaboração de um treinamento
adequado para o corpo de funcionários.
Cada laboratório deverá desenvolver ou adotar um manual de biossegurança
ou de operações que identifique os riscos que serão ou que poderão ser encontrados
e que especifique também as práticas e procedimentos específicos para minimizar ou
eliminar as exposições a estes perigos. Os funcionários devem receber informações
sobre os riscos especiais e devem ler e seguir todas as práticas e procedimentos
solicitados. Um cientista treinado e com grande conhecimento das técnicas
laboratoriais apropriadas, dos procedimentos de segurança e dos perigos associados
ao manuseio de agentes infecciosos deve ser o responsável pela condução do
trabalho envolvendo quaisquer agentes ou materiais infecciosos.

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Quando as práticas laboratoriais padrões não forem suficientes para controlar


os perigos associados a um agente ou a um procedimento laboratorial em particular,
medidas adicionais poderão ser necessárias. O diretor do laboratório será o
responsável pela seleção das práticas adicionais de segurança que devem estar
relacionadas aos riscos associados aos agentes ou aos procedimentos.
A equipe, as práticas de segurança e as técnicas laboratoriais deverão ser
complementadas com um projeto apropriado das instalações e das características da
arquitetura, do equipamento de segurança e das práticas de gerenciamento.
Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias). O equipamento de
segurança inclui as cabines de segurança biológica (CSB), recipientes adequados e
outros controles da engenharia de segurança projetados para remover ou minimizar
exposições aos materiais biológicos perigosos. A cabine de segurança biológica
(CSB) é o dispositivo principal utilizado para proporcionar a contenção de borrifos ou
aerossóis infecciosos provocados por inúmeros procedimentos microbiológicos. Três
tipos de cabines de segurança biológica (Classe I, II e III) usados em laboratórios de
microbiologia estão descritos e ilustrados no Apêndice A. As cabines de segurança
biológica Classe I e II, que possuem a frente aberta, são barreiras primárias que
oferecem níveis significativos de proteção para a equipe do laboratório e para o meio
ambiente, quando utilizado com boas técnicas microbiológicas. A cabine de segurança
biológica Classe II também fornece uma proteção contra a contaminação externa de
materiais (por exemplo, cultura de células, estoque microbiológico) que serão
manipulados dentro das cabines. A cabine de segurança biológica Classe III hermética
e impermeável aos gases proporcionam o mais alto nível de proteção aos funcionários
e ao meio ambiente.
Um outro exemplo de barreira primária é o copo de segurança da centrífuga,
um recipiente conectado à centrífuga projetado para evitar que aerossóis sejam
liberados durante uma centrifugação. Para minimizarmos este perigo, controles de
contenção como as cabines de segurança biológicas (CSB) ou os copos da centrífuga
deverão ser utilizados ao manipularmos agentes infecciosos que possam ser
transmitidos através da exposição aos aerossóis.
O equipamento de segurança também pode incluir itens para a proteção
pessoal como luvas, aventais, gorros, proteção para sapatos, botas, respiradores,
escudo ou protetor facial, máscaras faciais ou óculos de proteção. O equipamento de

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proteção pessoal freqüentemente é usado em combinação com as cabines de


segurança biológica e outros dispositivos que façam a contenção os agentes, animais
ou materiais que estão sendo manipulados. Em alguns casos nos quais torna-se
impossível trabalhar em capelas de segurança biológica, o equipamento de segurança
pessoal deve formar a barreira primária entre os trabalhadores e os materiais
infecciosos. Os exemplos incluem certos estudos sobre animais, necrópsia animais,
atividades de produção em grande escala do agente e atividades relacionadas à
manutenção, serviços ou suporte da instalação do laboratório.
Projeto e Construção das Instalações (Barreiras Secundárias). O planejamento
e a construção das instalações contribuem para a proteção da equipe do laboratório,
proporcionando uma barreira de proteção para as pessoas que se encontram fora do
laboratório e para as pessoas ou animais da comunidade contra agentes infecciosos
que podem ser liberados acidentalmente pelo laboratório. A gerência do laboratório
deve ser a responsável por instalações que estejam de acordo com o funcionamento
do mesmo e com o nível de biossegurança recomendado para os agentes que forem
ali manipulados.
As barreiras secundárias recomendadas dependerão do risco de transmissão
dos agentes específicos. Por exemplo, o risco das exposições para grande parte dos
trabalhos laboratoriais em dependências de um Nível De Biossegurança 1 e 2 será o
contato direto com os agentes ou as exposições inadvertidas através de um meio de
trabalho contaminado. As barreiras secundárias nestes laboratórios podem incluir o
isolamento da área de trabalho ao acesso público, disponibilidade de uma
dependência para descontaminação (por exemplo, uma autoclave) e dependências
para lavagem das mãos.
Quando o risco de contaminação através da exposição aos aerossóis
infecciosos estiver presente, níveis mais elevados de contenção primária e barreiras
de proteção secundárias poderão ser necessários para evitar que agentes infecciosos
escapem para o meio ambiente. Estas características do projeto incluem sistemas de
ventilação especializados em assegurar o fluxo de ar unidirecionado, sistemas de
tratamento de ar para a descontaminação ou remoção do ar liberado, zonas de
acesso controlado, câmaras pressurizadas

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como entradas de laboratório, separados ou módulos para isolamento do


laboratório. Os engenheiros responsáveis pelo projeto devem levar em consideração
as recomendações específicas para ventilação como as encontradas no Manual de
Aplicações para Calefação, Ventilação e Refrigeração (Applications Handbook for
Heating, Ventilation and Air-Conditioning - HVAC) publicado pela Sociedade
Americana de Engenheiros de Calefação, Refrigeração e Condicionamento de Ar
(American Society of Heating, Refrigerating and Air- Conditioning Engineers -
ASHRAE)

NIVÉIS DE BIOSSEGURANÇA LABORATORIAIS

Níveis de Biossegurança. Os quatro níveis de biossegurança (NB) estão


descritos, e consistem de combinações de práticas e técnicas de laboratório,
equipamento de segurança e instalações do laboratório. Cada combinação é
especificamente adequada para as operações realizadas, vias de transmissões
documentadas ou suspeitas de agentes infecciosos e funcionamento ou atividade do
laboratório.
Os níveis de biossegurança recomendados para os organismos da Seção VII
(Resumo dos Agentes) representam as condições nas quais o agente pode ser
manuseado com segurança. O diretor do laboratório é especificamente e
primariamente o responsável pela avaliação dos riscos e pela aplicação adequada dos
níveis de biossegurança recomendados. Geralmente, o trabalho com agentes
desconhecidos deve ser conduzido em um nível de biossegurança recomendado pela
Seção VII. Quando temos uma informação específica disponível, que possa sugerir a
virulência, a patogenicidade, os padrões de resistência a antibióticos, a vacina e a
disponibilidade de tratamento, ou outros fatores significativamente alterados, práticas
mais (ou menos) rígidas poderão ser adotadas.
Nível de Biossegurança 1 - As práticas, o equipamento de segurança e o
projeto das instalações são apropriados para o treinamento educacional secundário
ou para o treinamento de técnicos, e de professores de técnicas laboratoriais. Este
conjunto também é utilizado em outros laboratórios onde o trabalho, com cepas
definidas e caracterizadas de microorganismos viáveis e conhecidos por não

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causarem doenças em homens adultos e sadios, é realizado. O Bacillus subtilis, o


Naegleria gruberi, o vírus da hepatite canina infecciosa e organismos livres sob as
Diretrizes do NIH de DNA Recombinantes são exemplos de microorganismos que
preenchem todos estes requisitos descritos acima. Muitos agentes que geralmente
não estão associados a processos patológicos em homens são, entretanto, patógenos
oportunos e que podem causar uma infecção em jovens, idosos e indivíduos
imunosuprimidos ou imunodeprimidos. As cepas de vacina que tenham passado por
múltiplas passagens in vivo não deverão ser consideradas não virulentas
simplesmente por serem cepas de vacinas.
O Nível de Biossegurança 1 representa um nível básico de contenção que se
baseia nas práticas padrões de microbiologia, sem uma indicação de barreiras
primárias ou secundárias, com exceção de uma pia para a higienização das mãos.
Nível de Biossegurança 2 - As práticas, os equipamentos, a planta e a
construção das instalações são aplicáveis aos laboratórios clínicos, de diagnóstico,
laboratórios escolas e outros laboratórios onde o trabalho é realizado com um maior
espectro de agentes nativos de risco moderado, presentes na comunidade e que
estejam associados a uma patologia humana de gravidade variável. Com boas
técnicas de microbiologia, esses agentes podem ser usados de maneira segura em
atividades conduzidas sobre uma bancada aberta, uma vez que o potencial para a
produção de borrifos e aerossóis é baixo. O vírus da hepatite B, o HIV, a salmonela e
o Toxoplasma spp. são exemplos de microorganismos designados para este nível de
contenção. O Nível de Biossegurança 2 é adequado para qualquer trabalho que
envolva sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas
primárias onde a presença de um agente infeccioso pode ser desconhecida. Os
laboratoristas que trabalham com materiais humanos devem consultar o livro Padrão
de Patógenos Transmitidos pelo Sangue da OSHA (OSHA Bloodborne Pathogen
Standard2) para as precauções específicas necessárias.
Os perigos primários em relação aos funcionários que trabalham com esses
agentes, estão relacionados com acidentes percutâneos das exposições da
membrana mucosa ou com a ingestão de materiais infecciosos. Deve-se tomar um
extremo cuidado com agulhas contaminadas ou com instrumentos cortantes. Embora
os organismos rotineiramente manipulados em um Nível de Biossegurança 2 não
sejam transmitidos através de aerossóis. Os procedimentos envolvendo um alto

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potencial para a produção de salpicos ou aerossóis que possam aumentar o risco de


exposição destes funcionários devem ser conduzidos com um equipamento de
contenção primária ou com dispositivos como a CSB ou os copos de segurança da
centrífuga. Outras barreiras primárias, como os escudos para borrifos, proteção facial,
aventais e luvas devem ser utilizados de maneira adequada.
As barreiras secundárias como pias para higienização das mãos e instalações
para descontaminação de lixo devem existir com o objetivo de reduzir a contaminação
potencial do meio ambiente.
Nível de Biossegurança 3 - As práticas, o equipamento de segurança, o
planejamento e construção das dependências são aplicáveis para laboratórios
clínicos, de diagnósticos, laboratório escola, de pesquisa ou de produções. Nestes
locais, realiza-se o trabalho com agentes nativos ou exóticos que possuam um
potencial de transmissão via respiratória e que podem causar infecções sérias e
potencialmente fatais. O Mycobacterium tuberculosis, o vírus da encefalite de St. Louis
e a Coxiella burnetii são exemplos de microorganismos determinados para este nível.
Os riscos primários causados aos trabalhadores que lidam com estes agentes incluem
a auto-inoculação, a ingestão e a exposição aos aerossóis infecciosos.
No Nível de Biossegurança 3, enfatizamos mais as barreiras primárias e
secundárias para protegermos os funcionários de áreas contíguas, a comunidade e o
meio ambiente contra a exposição aos aerossóis potencialmente infecciosos. Por
exemplo, todas as manipulações laboratoriais deverão ser realizadas em uma CSB
(Cabine de Segurança Biológica) ou em um outro equipamento de contenção como
uma câmara hermética de geração de aerossóis. As barreiras secundárias para esse
nível incluem o acesso controlado ao laboratório e sistemas de ventilação que
minimizam a liberação de aerossóis infecciosos do laboratório.
Nível de Biossegurança 4 - As práticas, o equipamento de segurança, o
planejamento e construção das dependências são aplicáveis para trabalhos que
envolvam agentes exóticos perigosos que representam um alto risco por provocarem
doenças fatais em indivíduos. Estes agentes podem ser transmitidos via aerossóis e
até o momento não há nenhuma vacina ou terapia disponível. Os agentes que
possuem uma relação antigênica próxima ou idêntica aos dos agentes do Nível de
Biossegurança 4 também deverão ser manuseados neste nível. Quando possuímos
dados suficientes, o trabalho com esses agentes deve continuar neste nível ou em um

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nível inferior. Os vírus como os de Marburg ou da febre hemorrágica Criméia - Congo


são manipulados no Nível de Biossegurança 4.
Os riscos primários aos trabalhadores que manuseiam agentes do Nível de
Biossegurança 4 incluem a exposição respiratória aos aerossóis infecciosos,
exposição da membrana mucosa e/ou da pele lesionada às gotículas infecciosas e à
auto-inoculação. Todas as manipulações de materiais de diagnósticos potencialmente
infecciosos, substâncias isoladas e animais naturalmente ou experimentalmente
infectados apresentam um alto risco de exposição e infecção aos funcionários de
laboratório, à comunidade e ao meio ambiente.
O completo isolamento dos trabalhadores de laboratórios em relação aos
materiais infecciosos contido nos aerossóis é realizado primariamente em cabines de
segurança biológica Classe III ou com um macacão individual suprido com pressão de
ar positivo. A instalação do Nível de Biossegurança 4 é geralmente construída em um
prédio separado ou em uma zona completamente isolada com uma complexa e
especializada ventilação e sistemas de gerenciamento de lixo que evitem uma
liberação de agentes viáveis no meio ambiente.
O diretor do laboratório é primariamente e especificamente responsável pela
operação segura do laboratório. O conhecimento e julgamento dele/dela são críticos
para a avaliação dos riscos e para a aplicação adequada destas recomendações. O
nível de biossegurança recomendado representa as condições sob as quais o agente
pode ser manipulado com segurança. As características especiais dos agentes
utilizados, o treinamento e experiência dos empregados e a natureza da função do
laboratório poderão posteriormente influenciar o diretor quanto à aplicação destas
recomendações.
Dependências para Animais. Os quatro níveis de biossegurança também são
descritos para as atividades que envolvem o trabalho de doenças infecciosas com
animais experimentais. Estas quatro combinações de práticas, equipamento de
segurança e de instalações são denominadas de Níveis de Biossegurança Animal 1,
2, 3, e 4 e proporcionam níveis crescentes de proteção aos funcionários e ao meio
ambiente.
Laboratórios Clínicos. Os laboratórios clínicos, especialmente aqueles
situados em clínicas e hospitais, recebem amostras clínicas requisitando uma grande
variedade de diagnósticos e serviços de apoio clínico. Geralmente, a natureza

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infecciosa do material clínico é desconhecida e as amostras são freqüentemente


submetidas a uma ampla solicitação de exame microbiológico em relação aos
múltiplos agentes (por exemplo, o escarro pode ser submetido a uma cultura de
"rotina", ácido resistente e cultura fúngica. É responsabilidade do diretor do laboratório
estabelecer procedimentos padrões no laboratório que, de fato, direcionem a questão
do perigo da infecção imposto pelas amostras clínicas.
Com exceção de circunstâncias extraordinárias (por exemplo,suspeita de uma
febre hemorrágica), o processamento inicial de uma amostra clínica e a identificação
sorológica de substâncias isoladas poderá ser realizado de forma segura em um Nível
de Biossegurança 2 - o nível recomendado para o trabalho com patógeno do sangue
como o vírus da hepatite B e o HIV. Os elementos de contenção descritos no Nível de
Biossegurança 2 deverão estar de acordo com o padrão da OSHA, "Exposição
Ocupacional aos Patógenos Transmitidos através do Sangue"3, 4 publicado pela
Administração de Saúde e Segurança Ocupacional. Isto requer o uso de precauções
específicas para todas as amostras clínicas de sangue ou outros materiais
potencialmente infecciosos (Precauções ou Padrões Universais). Além disto, outras
recomendações específicas para laboratórios clínicos podem ser obtidas através do
Comitê Nacional de Padrões para Laboratórios Clínicos (National Committee for
Clinical Laboratory Standard)
As recomendações para o nível de Biossegurança 2 e os requerimentos do
OSHA enfocam a prevenção à exposição por contato com a pele e mucosas à
materiais clínicos. Barreiras primárias, como as cabines de segurança biológica
(Classe I e II), devem ser usadas quando procedimentos que causam gotejamento,
pulverização e salpicos de gotas. As cabines de segurança biológica também devem
ser usadas quando do início da manipulação de espécimes clínicos, cuja natureza do
teste requerer, ou em presença de um agente que reconhecidamente transmite
infecções por aerossóis (por ex.; M. tuberculosis) ou quando o uso de uma cabine de
segurança biológica (Classe II) é indicado para proteger a integridade do espécime.
A segregação das funções de um laboratório clínico e o acesso limitado ou
restrito a estas áreas é de responsabilidade do diretor da instituição. É
responsabilidade também do diretor estabelecer um padrão e procedimentos por
escrito que direcionem os riscos potenciais e os cuidados ou precauções necessárias
a serem implantadas.

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Importação e Expedição Interestadual de Certos Materiais Biomédicos. A


importação de vetores e agentes etiológicos de patologias humanas está sujeita aos
regulamentos da Public Health Service Foreign Quarentine. Os regulamentos do
Serviço de Saúde Pública e do Departamento de Transportes especificam os
requisitos necessários para a embalagem, rotulagem e embarque de agentes
etiológicos e amostras para diagnósticos expedidos para o comércio interestadual.
O Departamento de Agricultura dos EUA regulamenta a importação e
expedição interestadual de patógenos animais e proíbe a importação, posse ou uso
de certos agentes patológicos de animais exóticos que possam ser uma ameaça para
aves e criações em geral por provocarem sérias doenças.

AVALIAÇÕES DE RISCOS

Ao realizar a avaliação do risco qualitativo, todos os fatores de risco deverão


ser identificados e explorados. Informações relacionadas deverão estar disponíveis,
na forma de um manual. Consultas às Normas do NIH de DNA Recombinante, Normas
de Biossegurança em Laboratórios Canadenses e Normas de Segurança da
Organização Mundial de Saúde deverão ser consideradas. Em alguns casos,
devemos confiar nas fontes de informações, como os dados de campo de um "expert"
no assunto. Essa informação deverá ser interpretada pela sua tendência em aumentar
ou diminuir o risco de uma infecção adquirida em laboratório
O desafio da avaliação do risco se encontra naqueles casos onde uma
informação completa sobre esses fatores não está à nossa disposição. Uma
abordagem conservadora é geralmente aconselhada quando as informações forem
insuficientes nos forçando a um julgamento subjetivo. As Precauções Universais
deverão sempre ser recomendadas. Os fatores de interesse em uma avaliação dos
riscos incluem:
• A patogenicidade do agente infeccioso ou suspeito, incluindo a incidência e
gravidade da doença (ex. morbidade média contra uma mortalidade alta, doença
aguda versus doença crônica). Quanto mais grave a potencialidade da doença
adquirida, maior será o risco. Por exemplo, o Sthaphilococcus aureus raramente
provoca uma doença grave ou fatal em um indivíduo contaminado em um laboratório
e está relegado ao NB-2. Já vírus como o Ebola, Marburg e da febre de Lassa, que

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provocam doenças com alta taxa de mortalidade e para as quais não existem vacinas
ou tratamentos são trabalhadas em um NB-4. Porém, a gravidade da doença precisa
ser amenizada por outros fatores. O trabalho com um vírus humano de
imunodeficiência (HIV) e com o vírus da Hepatite B também é feito em um NB-2,
embora eles possam causar uma doença potencialmente fatal. Mas esses vírus não
são transmitidos através de aerossóis, e a incidência de uma infecção adquirida em
laboratório é extremamente baixa para o HIV. No caso da Hepatite B, já existe uma vacina
eficaz contra esta patologia.
• A via de transmissão (por exemplo, parenteral, via aérea ou por ingestão) de
agentes isolados recentemente pode não estar definitivamente estabelecida. Os
agentes que podem ser transmitidos via aerossol têm provocado grande parte das
infecções laboratoriais. Ao planejar o trabalho com um agente relativamente não
caracterizado e com um modo de transmissão desconhecido, o mais seguro é
considerar o potencial de transmissão por via aerossol. Quanto maior o potencial do
aerossol, maior o risco.
• A estabilidade do agente é um aspecto que envolve não somente a
infectividade de aerossóis (por exemplo, de bactérias formadoras de esporos), mas
também a capacidade de sobreviver por um tempo extra do agente no meio ambiente.
Fatores como a dissecação, a exposição à luz solar ou ultravioleta, ou a exposição a
desinfetantes químicos deverá ser considerada.
• A dose infecciosa do agente é outro fator a ser considerado. A dose
infecciosa pode variar de uma a milhares de unidades. A natureza complexa da
interação dos microorganismos e do hospedeiro apresenta um desafio significativo até
mesmo para o mais saudável e imunizado trabalhador de laboratório, e pode impor
um sério risco àqueles com menos resistência. O grau de imunização do trabalhador
do laboratório está diretamente relacionado à sua susceptibilidade à doença
provocada por um agente infeccioso.
• A concentração (número de organismos infecciosos por unidade de volume)
será importante na determinação do risco. Essa determinação deverá considerar o
meio que contém o organismo (por exemplo, tecido sólido, sangue viscoso ou escarro
ou meio líquido) e a atividade laboratorial planejada (por exemplo, amplificação,
sonificação ou centrifugação do agente). O volume do material concentrado a ser
manipulado também é importante. Na maioria dos casos, os fatores de risco

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aumentam com o aumento do volume de trabalho de microorganismos de alta


titulação, uma vez que um manuseio adicional dos materiais é freqüentemente
solicitado.
• A origem do material potencialmente infeccioso é também fundamental
para a avaliação dos riscos. A palavra "origem" pode se referir à localização geográfica
(por exemplo, doméstico ou originários de outros países); hospedeiro (por exemplo,
animal ou ser humano infectado ou não); ou natureza da fonte (por exemplo,
potencialmente zoonótica ou associada a um outro surto de doença). Sob outro
ângulo, esse fator pode também levar em consideração o potencial dos agentes que
ameaçam as aves e os animais de criação.
• A disponibilidade de dados gerados por estudos animais, na falta de dados
humanos, poderá fornecer informações úteis para uma avaliação do risco. As
informações sobre a patogenicidade, a infectividade e a via de transmissão em
animais podem proporcionar informações valiosas. Porém, sempre devemos tomar
cuidado em traduzir dados de uma espécie animal para os de outras espécies.
• A disponibilidade de uma profilaxia eficaz estabelecida ou de uma
intervenção terapêutica é outro fator importante a ser considerado. A forma mais
comum de profilaxia é a imunização com uma vacina eficiente. A avaliação do risco
inclui a determinação da disponibilidade de imunizações eficazes. Em alguns casos,
a imunização pode afetar o nível de biossegurança (por exemplo, o vírus Junin do
grupo NB-4 pode ser trabalhado no NB-3 por um trabalhador imunizado). A
imunização também pode ser passiva (por exemplo, o uso de uma imunoglobulina
sorológica nas exposições ao HBV). Apesar de importante, a imunização somente
servirá como uma camada adicional de proteção mediante os controles de
engenharia, as práticas e procedimentos padrões e o uso de equipamento de proteção
individual. Ocasionalmente, a imunização ou a intervenção terapêutica (terapia com
antibióticos ou antivirais) pode ser particularmente importante nas condições de
campo. A oferta de imunizações é parte do gerenciamento do risco.
• A vigilância médica assegura que as normas de segurança decididas
realmente produzam os resultados positivos esperados. A vigilância médica também
é parte da administração do risco. Podemos incluir o banco de soro,

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monitoramento da condição de saúde do trabalhador e a participação em um


gerenciamento pós-exposição.
• A avaliação do risco também pode incluir uma avaliação da experiência
e nível de capacitação das pessoas expostas a riscos como os laboratoristas e as
pessoas que cuidam dos animais, da limpeza e manutenção. Uma educação adicional
também pode ser necessária para garantir a segurança das pessoas que trabalham
em cada um dos níveis de biossegurança.

MANEJO DE LIXO

O lixo do laboratório é dividido em: não contaminado, contaminado e lixo


químico.
Todo o lixo contaminado gerado pelo laboratório deve ser esterilizado antes do
descarte. A coleta deverá ser efetuada por uma empresa especializada em lixo
hospitalar que possua contrato de serviço com o laboratório.

Tipos de Lixo:

1. Lixo patológico- Tecidos humanos ou partes do corpo removidas


durante cirurgias incluindo material de obstetrícia, autópsias e de procedimentos
laboratoriais. Este tipo de lixo deve ser incinerado ou autoclavado e enviado para uma
área de descarte de lixo hospitalar regulamentada.
2. Lixo Biológico – Sangue e produtos sangüíneos, exsudatos,
secreções, aspirados, fezes e outros fluidos corporais que NÃO devem ser
descartados diretamente no sistema de esgoto. Este tipo de lixo DEVE ser tratado de
forma que se transforme em um lixo que não ofereça risco ambiental. O principal
tratamento é a AUTOCLAVAÇÃO 121 oC/ 35 min.
3. Culturas e estoque de agentes infecciosos – Culturas microbianas,
equipamentos utilizados para manipulação de culturas (ponteiras, alças, agulhas,
etc.). Estes devem ser colocados em sacos plásticos branco com a indicação de lixo
biológico com o símbolo de RISCO BIOLÓGICO e autoclavados, antes do descarte.
4. Pérfuro-cortantes (contaminados ou não) – Qualquer material capaz

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de causar perfurações ou cortes na pele. Entre estes incluem-se agulhas de seringas,


pipetas e tubos quebrados. Estes deverão ser descartados em uma caixa rígida
AMARELA que devera ser autoclavada antes do descarte, (em caso de material
contaminado).
5. Equipamentos e aparelhos utilizados nos exames- Estes só poderão
deixar o laboratório após sofrerem uma rígida descontaminação, a fim de minimizar
os riscos de contaminação do pessoal de transporte e manutenção.
6. Resíduos líquidos combustíveis contaminados- Estes devem ser
mantidos em um reservatório fechado e recolhidos por uma empresa especializada.

ROTULAGEM DE RESÍDUOS DO LABORATÓRIO:

Materiais contaminados- Devem ser coletados, entre eles: os resíduos


sólidos, luvas contaminadas, papéis, etc., em sacos plásticos brancos com o
SÍMBOLO DE RISCO BIOLÓGICO, que indica material contaminado. Em caso de
necessidade de estocagem antes da autoclavação, estes devem ser depositados em
baldes de lixo que apresentem a indicação de lixo contaminado não autoclavado.
Material não contaminado- Coletar em sacos plásticos de cor preta e
depositar em latas de lixo, com a indicação de LIXO COMUM.
Material pérfuro-cortante contaminado - Coletar os resíduos utilizando os
EPIs necessários e depositar em caixas rígidas (cor amarela) própria para este tipo
de material. Esta deve ser autoclavada e enviada para descarte por uma empresa
especializada.
Líquidos - devem conter a descrição da natureza de solutos e solventes e
concentrações. Também descrever a quantidade de água presente. Procure ser o
mais exato possível nas descrições.

INDICAÇÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS: todos devem ser devidamente


indicados com sinais de acordo com as normas da ABNT.

1. Resíduo COM POTENCIAL fonte de ignição


Um líquido que tenha o ponto de fulgor de menos que 140ºC. Um sólido capaz
de causar fogo por fricção ou absorção de umidade ou que sofre mudanças químicas

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espontâneas que resultem em queima vigorosa e persistente.

Resíduos corrosivos
Soluções aquosas de pH menor ou igual a 2 ou maior ou igual a 12,5.

Resíduos reativos
Soluções aquosas de materiais instáveis que sofram mudanças químicas
violentas sem detonação, possam reagir violentamente com água formando misturas
potencialmente explosivas ou que possam gerar gases perigosos ou possivelmente
letais.

Resíduo tóxico
Resíduo que contém um dos seus componentes em concentrações iguais ou
maiores que os valores das tabelas de concentração máxima de resíduos tóxicos.

Resíduos de processos
Utilizado para aqueles resíduos que em virtude de algum uso, processo ou
procedimento, não atende as especificações originais do fabricante. Ex.: produtos
diluídos, misturas reacionais.
Observações importantes:
Um produto comercial (nunca processado) deve ser descartado no frasco
original. Ex.: pequenos frascos de reagentes antigos nunca utilizados ou com a
validade vencida.

Principais resíduos químicos no laboratório:

Soluções de formol ou formaldeído


Soluções diluídas devem ser estocadas em recipientes fechados para posterior
coleta para uma empresa especializada. O formaldeído é um agente suspeito de
provocar câncer com baixos índices de exposição permitida e poucos sintomas de
advertência.

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Soluções de brometo de etídio


Soluções muito diluídas podem ser descartadas nas linhas especiais de esgoto.
A concentração máxima para a execução destes procedimentos é de 5 ppm. Não dilua
soluções propositadamente para atingir este valor. Estas soluções são mutagênicas
em altas concentrações.

Líquidos que sejam fontes de ignição e solventes orgânicos


Manter separados solventes halogenados de solvente não-halogenados, se
possível. Separe os solventes orgânicos de soluções aquosas quando possível.
Mantenha os solventes acidificados separados de outros solventes e resíduos
ácidos.

Ácidos, bases e soluções aquosas


Não misturar ácidos inorgânicos fortes ou oxidantes com compostos orgânicos.
Manter ácidos, bases e soluções aquosas contendo metais pesados separados de
outros resíduos.
Evite misturar ácidos e bases concentradas num mesmo recipiente.

Soluções contendo mercúrio


Mantenha estes resíduos separados de todos os outros

Materiais corrosivos
O piso dos locais de manipulação de produtos corrosivos deve ser conservado
o mais seco possível. Quando diluir ácidos com água, este deverá ser adicionado à
água, lentamente, agitando continuamente a mistura; a água nunca deverá ser
adicionada ao ácido.
O derrame ou escape de líquidos corrosivos não deve ser absorvido por meio
de serragem, estopas, pedaços de pano ou outro material orgânico. Deve-se
neutralizar com cal ou absorvê-lo com granulado absorvente.
Em caso de contato físico, deve-se lavar abundantemente com água corrente
e procurar imediatamente socorro médico.

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Peróxidos
O uso de peróxidos deve ser limitado à quantidade mínima necessária.
Qualquer respingo deve ser imediatamente limpo. Espátulas de metal não devem ser
usadas para manusear peróxidos; e sim, de madeira ou cerâmica. Evitar fontes de
calor. Soluções de peróxidos devem ser armazenadas em frascos de polietileno com
tampa esmerilhadas, jamais frascos de vidro. Evitar qualquer tipo de impacto tais
como, moagem, fricção, etc..
Para minimizar a decomposição, os peróxidos devem ser estocados em
temperaturas baixas, de acordo com a sua solubilidade e ponto de congelamento.

RECOLHIMENTO E DESATIVAÇÃO DE RESÍDUOS DO LABORATÓRIO


A finalidade destas indicações é transformar produtos químicos ativados em
derivados inócuos para permitir o recolhimento e eliminação segura.
Todos os trabalhos devem ser executados por pessoal habilitado com o uso
EPIs adequados para cada finalidade. Esta inativação deve ser feita em escala
reduzida.

Métodos de eliminação e desativação


Soluções aquosas de ácidos orgânicos: São neutralizadas cuidadosamente
com bicarbonato de sódio ou hidróxido de sódio.
Ácidos inorgânicos: São diluídos em processo normal ou em alguns casos
sob agitação em capela adicionando-se água. A seguir neutraliza-se com solução de
hidróxido de sódio.
Bases inorgânicas: São diluídas como ácidos e neutralizadas com ácido
sulfúrico.
ROTULAGEM E SERVIÇOS DE LABORATÓRIOS Rotulagem
Todos os frascos, originais do produto ou não, devem conter um rótulo com as
seguintes informações:
Nome do produto.

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Quem preparou.
Concentração.
Cuidados.
Data do preparo.
Data da validade.
Condições de estocagem.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
A) Ao reutilizar um frasco vazio certifique-se de que a etiqueta original foi
complemente retirada antes de colocar a nova etiqueta.
B) Quando encontrar uma embalagem sem rótulo de identificação, descarte
o produto.
Armazenamento

Ao armazenar substâncias químicas, considerar:


Incompatibilidades entre os materiais armazenados, principalmentenos
almoxarifados.
Sistema de ventilação. Sinalização correta.
Disponibilidade de EPIS e EPCs.
Área administrativa separada da área técnica e da armazenagem.

Produtos Químicos Incompatíveis

Substâncias Estocagem Incompatível com:


Acetileno Cloro, bromo, flúor, cobre, prata, mercúrio.
Óxido de cromo IV, ácido nítrico, ácido perclórico, peróxidos,
Ácido Acético permanganato, ácido acético, anilina, líquidos e gases
combustíveis.
Ácido Nítrico Ácido acético, anilina, líquido e gases combustíveis.
Ácido Oxálico Prata, sais de mercúrio.

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Ácido Perclórico Anidrido acético, álcoois, papel, madeira, clorato de potássio,


perclorato de potássio.
Amoníaco Mercúrio, hipoclorito de cálcio, iodo, bromo.
Amônio Nitrato Ácidos, metais em pó, substâncias orgânicas ou combustíveis
finamente divididos.
Anilina Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio.
Carvão Ativo Hipoclorito de cálcio, oxidantes.
Cianetos Ácidos.
Cloratos Sais de amônio, ácidos, metais em pó, enxofre.
Cobre Acetileno, peróxido de hidrogênio.
Cromo IV Óxido Ácido acético, naftaleno, glicerina, líquidos combustíveis.
Hidrocarbonetos Flúor, cloro, bromo, peróxido de sódio.
Hidrogênio Peróxido Cobre, cromo, ferro, álcoois, acetonas, substâncias
combustíveis.
Líquidos inflamáveis Nitrato de amônio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico,
peróxido de sódio, halogênios.
Mercúrio Acetileno, amoníaco.
Metais Alcalinos Água, tetracloreto de carbono, halogênios.
Permanganato de Glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico.
Potássio

RECOLHIMENTO E DESATIVAÇÃO DE RESÍDUOS DO LABORATRIO:

Aspectos gerais

Pode-se afirmar que os laboratórios são as partes mais importantes dos


estabelecimentos de ensino, institutos de pesquisa e indústrias. Pelos tipos de
trabalho que neles são desenvolvidos são incontáveis os riscos de acidentes
causados por exposição a agentes tóxicos e/ou corrosivos, queimaduras, lesões,
incêndios e explosões, radiações ionizantes e agentes biológicos patogênicos.
Dados estatísticos provam que a maioria dos acidentes em laboratórios ocorre

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pela imperícia, negligência e até imprudência dos técnicos. Existe, portanto,


necessidade premente de se estabelecer nas indústrias, laboratórios de ensino e de
pesquisa, normas mais rígidas de segurança.
Em geral, os profissionais de qualquer área não recebem, nas Universidades,
instruções completas sobre normas de segurança do trabalho. Por ocasião da
admissão nas indústrias ou mesmo nas instituições científicas, são visadas
especialmente as condições técnicas do candidato e raramente é verificado seu nível
de conhecimento sobre segurança. Nestas condições, cabe ao chefe do laboratório a
responsabilidade de transmitir aos seus funcionários as técnicas corretas de trabalho,
as atitudes que devem tomar para evitar possíveis acidentes.
Normalmente as condições de trabalho são inseguras. Esse fato decorre da má
utilização de espaços, do tipo de mobiliário, da disposição incorreta das instalações e
da falta de equipamentos de proteção. Uma dificuldade bastante comum é que o
laboratório, na maioria das vezes, é montado em local já construído; raramente
constrói-se um edifício para ser usado especificamente como laboratório. No IQUSP,
a distribuição dos espaços ocupados por laboratórios de ensino e pesquisa acha-se
nos Mapas de Risco, que estão afixados nas portas de cada laboratório e sala de
instrumentos. Mapas gerais acham-se juntos às portas dos blocos. Estes mapas
permitem que se conheçam os riscos envolvidos em cada local de trabalho de modo
a que se tomem providências antes de adentrar no mesmo. Equipamentos de proteção
individual (EPI) e outros meios devem ser usados para minimizar a exposição do
trabalhador aos riscos existentes em cada local.
Todos os requisitos de segurança devem ser incluídos já na montagem do
laboratório e mesmo pequenos detalhes devem ser previstos no projeto inicial.
Estudos sobre a topografia do terreno, orientação solar, ventos, segurança do edifício
e do pessoal, distribuição e tipos de bancadas, capelas, estufas, tipos de piso,
iluminação e ventilação devem ser especificamente dirigidos ao tipo de laboratório.
Muito importante no projeto é o estudo do local que será destinado ao
almoxarifado. Quando são negligenciadas as propriedades físicas e químicas dos
produtos químicos armazenados podem ser ocasionados incêndios, explosões,
emissão de gases tóxicos, vapores, pós-radiações ou combinações variadas desses
efeitos.
No que tange a produtos químicos, é importante considerar não somente a sua

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oxicidade, mas também a quantidade manipulada. Algumas drogas, por exemplo, são
efetivas na cura de doenças até certa dosagem, que se excedida, pode provocar
efeitos nocivos. Compostos de mercúrio, arsênio e antimônio, que são considerados
pelos leigos como altamente venenosos, têm sido empregados no tratamento de
doenças. É de vital importância para aqueles que trabalham no laboratório, conhecer
a simbologia existente em frascos de produtos químicos.
A simbologia apresentada a seguir é utilizada em embalagens de produtos
químicos (classificados ou não pela ONU). Dentre várias normas em vigor, a
simbologia abaixo é a que traz informações mais quantitativas sobre os perigos. Esta
norma é adotada em todos os paises membros da União Européia.

"E" EXPLOSIVO: Este símbolo se refere a uma substância que pode explodir
se entrar em contato com uma chama, ou se sofrer choque ou fricção.

"O" OXIDANTE: Este símbolo se refere a uma substância que produz calor
quando reage com outras substâncias, particularmente inflamáveis.

"F" ALTAMENTE INFLAMÁVEL: Este símbolo se refere a uma substância que


entra em ignição em condições normais de pressão e temperatura. Caso seja um
sólido, pode entrar em ignição em contato com a fonte de calor e continuar queimando
por reação química, mesmo depois da remoção da fonte. Se esta substância for gás,
ela queima em contato com o ar em condições normais de pressão.
Em contato com água ou ar úmido esta substância pode lançar gases altamente
inflamáveis em quantidades perigosas.

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"F+" EXTREMAMENTE INFLAMÁVEL: Este símbolo se refere a uma


substância líquida que entra em ignição quando seus vapores entram em contato com
uma fonte de calor.

O símbolo "F+" fica no corpo da etiqueta.

"T" TÓXICO: Este símbolo se refere a uma substância altamente perigosa à


saúde.

"T+" MUITO TÓXICO: Este símbolo se refere a uma substância que, se


inalada, ingerida ou em contato com a pele, pode causar danos imediato à saúde e
em longo prazo pode levar à morte.

O símbolo "T+" fica no corpo da etiqueta.

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"C" CORROSIVO: Este símbolo se refere a uma substância que causa


destruição e queimaduras de tecidos vivos.

"Xn" PREJUDICIAL - MENOS QUE "T": Este símbolo se refere a uma


substância que pode causar risco à saúde. Pode haver reação alérgica. O símbolo
"Xn" fica no corpo da etiqueta.

"Xi" IRRITANTE - MENOS QUE "C": Este símbolo se refere a uma substância
que pode causar irritação em contato com a pele. O símbolo "Xi" fica no corpo da
etiqueta.

"N" PERIGOSO AO MEIO AMBIENTE: Este símbolo se refere a uma


substância que causa danos ao meio ambiente.

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EXEMPLO DE ETIQUETAS ENCONTRADAS EM FRASCOS DE PRODUTOS


QUÍMICOS

Outra simbologia bastante aplicada é o Diamante de HOMMEL.

Diferentemente das placas de identificação, o diamante de HOMMEL não


informa qual é a substância química, mas indica todos os graus de riscos (variando de
0 a 5) envolvendo o produto químico em questão.

Os riscos representados no Diamante de Hommel são os seguintes:

VERMELHO - INFLAMABILIDADE, onde os riscos são os seguintes: 4 - Gases


inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos. 3 - Produtos que entram
em ignição à temperatura ambiente.
2 - Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente. 1 -
Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição.
0 - Produtos que não queimam.

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AZUL - PERIGO PARA A SAÚDE, onde os riscos são os seguintes: 4 - Produto


Letal.
3 - Produto severamente perigoso.
2 - Produto moderadamente perigoso. 1 - Produto levemente perigoso.
0 - Produto não perigoso ou de risco mínimo.

AMARELO - REATIVIDADE, onde os riscos são os seguintes:


4 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão à temperatura
ambiente.
3 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando exposto a
fonte de energia severa.
2 - Reação química violenta possível quando exposto à temperaturas e/ou
pressões elevadas.
1 - Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando aquecido. 0 -
Normalmente estável.

BRANCO - RISCOS ESPECIAIS, onde os riscos são os seguintes: OXY -


Oxidante forte.
ACID - Ácido forte.
ALK - Alcalino forte.
W- - Evite o uso de água.

Uma observação muito importante a ser colocada quanto à utilização do


Diamante de HOMMEL é que o mesmo não indica qual é a substância química em
questão mas apenas os riscos envolvidos; ou seja, quando considerado apenas o
Diamante de HOMMEL sem outras formas de identificação este método de
classificação não é completo.

Estocagem e Manuseio

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Muitos riscos potenciais são associados com a estocagem e manuseio de


materiais usados em laboratório químico. Estes riscos sempre existirão, mas os
acidentes podem ser eliminados por maior conhecimento das propriedades dos
materiais estocados e manuseados: planejando procedimentos de segurança para
estocagem e segurança e informando todas as pessoas que entrarão em contato com
estes materiais, dos riscos envolvidos e as medidas de segurança que devem ser
tomadas.

O grande número de problemas de estocagem em laboratório químico deve-se


à diversidade de produtos químicos que devem ser estocados. A estocagem
descuidada associada com a falta de planejamento e controle é um convite para
acidentes pessoais e danos materiais. Por outro lado, uma área de estocagem
cuidadosamente planejada e supervisionada pode prevenir muitos acidentes. Os
produtos químicos que necessitam estocagem podem ser sólidos, líquidos e gasosos,
podem estar contidos em embalagens de papel, plástico, vidro ou metal que podem
ser caixas, garrafas, cilindros ou tambores. A natureza de cada produto pode ser
considerada individualmente ou em relação a outros produtos estocados na mesma
área.
Para facilitar as considerações feitas anteriormente, os produtos químicos
podem ser agrupados nas seguintes categorias gerais: Inflamáveis; Tóxicos;
Explosivos; Agentes Oxidantes; Corrosivos; Gases Comprimidos; Produtos sensíveis
à água; Produtos incompatíveis.

Produtos inflamáveis

Na maioria dos laboratórios químicos existem líquidos inflamáveis estocados.


Para projetar ou selecionar as instalações adequadas, as propriedades de cada
produto devem ser conhecidas. Tais informações podem ser obtidas do fornecedor do
produto, da literatura ou por testes de laboratório. Devem ser conhecidas as seguintes
propriedades dos produtos inflamáveis: ponto de ebulição (temperatura em que o
material passa ao estado de vapor), ponto de fulgor, (temperatura na qual o material
se inflama se houver fonte de ignição próxima embora a chama não se mantenha) e

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tipo de extintor adequado para ser usado em caso de incêndio.


O tipo de recipiente adequado para líquidos inflamáveis depende em parte do
volume estocado e da freqüência com que é manipulado. A quantidade de líquido
inflamável em estoque deve ser a mínima necessária, sendo que grandes quantidades
de inflamáveis, devem ser estocados em almoxarifados especiais. No Almoxarifado
Central do IQUSP existem dois locais em que se estocam solventes: um para
solventes em frascos de 1-5 L e pequenas bombonas e outro para os tambores.
Lotes de tambores de líquidos inflamáveis com alta pressão de vapor devem
ser protegidos do sol ou borrifados com água. Alta pressão de vapor pode ser definida
como 2kgf/cm3 a 40oC. Deve haver no local de estocagem um sistema de drenagem
para evitar, no caso de acidente, que o líquido inflamável escoe por baixo ou entre os
outros tambores. Todos os drenos devem ser descarregados em um local seguro.
Uma rede de hidrantes deve ser localizada de tal forma que todos os tambores
possam ser atingidos com jatos.
Quando for necessária a estocagem de grandes quantidades de inflamáveis
em laboratórios, é necessário um sistema automático de “sprinklers”. Uma ventilação
adequada para remoção dos vapores deve ser providenciada além de um sistema de
drenagem de líquidos derramados, com descarga em local seguro.
Embora seja prático, recipientes de vidro devem ser evitados na estocagem de
líquidos inflamáveis. Pequenas quantidades de líquidos inflamáveis (menos de 20
litros podem ser estocados em latas devidamente rotuladas. Recipientes em aço
inoxidável são mais adequados quando é considerada a pureza do inflamável).
É proibido fumar nas imediações do local de estocagem. O equipamento
elétrico deve atender aos requisitos de segurança específicos para o caso. Em caso
de dúvida consulte os setores de segurança pertinentes: CIPA e Comissão de
Segurança, que procurarão orientação de pessoal especializado, se for o caso.

Tóxicos

Grande parte dos produtos químicos é considerada tóxica. Para uma avaliação
adequada do risco envolvido na manipulação de um produto químico, devem ser
conhecidas as relações entre toxicidade, freqüência de manipulação e concentração

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durante a exposição.
As substâncias tóxicas podem entrar no corpo por inalação, ingestão, absorção
através da pele ou pela combinação desses caminhos. Alguns compostos químicos
se decompõem gerando material tóxico quando submetidos ao calor, à umidade ou
presença de outros produtos químicos. As informações concernentes à toxidez ou
risco potencial de toxidez podem ser obtidas do fornecedor do produto, da literatura
ou por testes laboratoriais com cobaias. Tais informações são importantes para que
se determine o tipo de EPI (equipamento de proteção individual) contra a exposição e
o tratamento médico adequado adotado no caso de exposição.
Quando a estocagem for feita, por extrema necessidade e curto intervalo de
tempo, no próprio local de trabalho, a área deve ser ventilada e o local de estoque
deve ser sinalizado, de forma que todas as pessoas que por ali circulem, sejam
instruídas sobre o risco potencial de tais materiais. Em tais locais, é proibida a ingestão
de alimentos sólidos ou líquidos e somente pessoas autorizadas devem ter acesso a
tais materiais. Estas pessoas devem Ter recebido treinamento no uso de EPI`s
adequados e devem conhecer os sintomas de uma exposição aos tóxicos, além de
poderem aplicar os primeiros socorros.
Um aviso, além do Mapa de Risco, (elaborado pela CIPA) deve ser colocado
para prevenir as brigadas de incêndio quanto ao risco e uso de proteção individual.
Qualquer efeito tóxico nocivo proveniente da exposição de um organismo vivo
a uma substância estranha (xenobiótico) pode ser considerado como manifestação de
toxicidade.
Os efeitos causados pelas substâncias tóxicas podem ser locais ou sistêmicos
e considerados ao nível de organismos, sistemas, órgãos, tecidos, células organelas
e moléculas. A ação tóxica depende da quantidade de agente químico (ou produto de
biotransformação) presente no sítio de ação considerado. Em decorrência da ação
tóxica o dano pode ser reversível ou irreversível.
A maioria dos casos de câncer humano é de origem química. A ação
carcinogênica de várias substâncias químicas foi identificada a partir da observação
de várias incidências de neoplasias em indivíduos a ela expostos ocupacionalmente.
O número de compostos químicos com ação carcinogênica para animais de
experimentação e para o homem está ao redor de 1000. Vários compostos orgânicos
e inorgânicos nos estados sólido, líquido e gasoso podem apresentar ação

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carcinogênica. A introdução destas substâncias no organismo humano pode se dar


através das vias pulmonar, dérmica e oral.

Explosivos
Alguns produtos químicos são sensíveis a choque, impactos ou calor. Os
explosivos estão nesta categoria. Estes materiais expostos a choques, impactos,
calor, podem liberar instantaneamente energia sob a forma de calor ou uma explosão.
É necessário um sério controle de estocagem destes reagentes e severas
medidas de segurança. A área de explosivos deve ser bem identificada e isolada das
outras áreas. O tipo de área de estocagem requerida dependerá do tipo de produto e
da quantidade estocada. É freqüente o uso de blindagem na estocagem de
explosivos.
A melhor fonte de informação para seleção e projeto da área de estocagem de
explosivos é o próprio fornecedor do produto.
Existem tabelas contendo as distâncias necessárias para a estocagem dos
produtos classificados como altamente explosivos.

• Lista de algumas substâncias explosivas

Peróxido de benzoíla Dissulfeto de carbono Éter di-isipropílico Éter etílico


Ácido pícrico Ácido perclórico Potássio metálico

Agentes Oxidantes

São exemplos de agentes oxidantes os peróxidos, nitratos, bromatos,


cromatos, cloratos, dicromatos, percloratos e permanganatos.
Como os agentes oxidantes não devem ser estocados na mesma área que
combustíveis, tais como inflamáveis, substâncias orgânicas, agentes desidratantes ou

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agentes redutores. Qualquer vazamento de material deve ser imediatamente


removido pois a limpeza da área é essencial para a segurança.
A área para estocagem de agentes oxidantes deve ser resistente ao fogo
(blindada inclusive), fresca, bem ventilada e preferencialmente longe das áreas de
trabalho. O piso da sala de estocagem deve ser resistente ao fogo, impermeável e
sem rachaduras que possam reter algum material.
São recomendados “sprinklers” para a área de estocagem.

Classes de Produtos Químicos Oxidantes mais perigosos

Bromatos Bromo

Cloratos Percloratos
Cromatos Bicromatos
Iodados Nitratos
Perbromatos Periodatos
Permanganatos Peróxidos

Corrosivos

Muitos ácidos e bases corroem materiais de embalagem ou outros materiais


em estoque na área bem como a pele do corpo humano.
Os ácidos reagem com muitos metais formando hidrogênio. Os álcalis podem
formar hidrogênio quando em contato com alumínio. Como o hidrogênio forma uma
mistura explosiva com o ar, a acumulação de hidrogênio nas áreas de estocagem de
materiais corrosivos deve ser prevenida.
Os líquidos corrosivos devem ser estocados em uma área fresca, porém,
mantidos em temperatura superior ao de seu ponto de congelamento. Esta área deve

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ser seca e bem ventilada com ralos que possibilitem a remoção de qualquer
vazamento.
Com alguns líquidos corrosivos, como o ácido sulfúrico, é necessário que os
tambores sejam periodicamente aliviados da pressão causada pelo hidrogênio gerado
pela ação do corrosivo com o tambor metálico.
Os chuveiros de emergência e lava-olhos devem ser operados periodicamente
para avaliar o equipamento e habituar as pessoas da área com seu uso.
No Almoxarifado Central do IQUSP há uma sala especial para
acondicionamento de materiais corrosivos ácidos. Informe-se sobre o acesso e uso
de tal local junto à Comissão de Segurança.

Gases Comprimidos

Os gases comprimidos podem ser classificados como gases liqüefeitos, gases


não liqüefeitos e gases em solução. Todos apresentam um risco potencial no
laboratório, devido à pressão dentro dos cilindros e ainda sua inflamabilidade e
toxicidez.
Os gases comprimidos são fornecidos aos laboratórios em cilindros de diversas
capacidades.
Os cilindros devem ser manipulados com cuidado para prevenir que sejam
derrubados ou atinjam outros objetos. Todos os cilindros que não estejam em uso
devem estar com a cápsula protetora da válvula.
Quando os cilindros de baixa pressão são fornecidos sem cápsula protetora da
válvula, devem ser providenciados outros suportes ou garras que evitem a queda do
cilindro pondo em risco a integridade da válvula.
Sendo a válvula do cilindro arrancada ou o cilindro rompido de alguma forma,
pode o gás impelir o cilindro com muita força e causar sérios acidentes. Os cilindros
devem ser identificados e estocados em áreas bem ventiladas e livres de materiais
inflamáveis.
Os cilindros estocados ao ar livre devem ser protegidos contra variações
excessivas na temperatura ambiente e de contato direto com o chão. Possíveis
corrosões externas no cilindro causadas por líquidos ou vapores corrosivos devem ser

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evitadas.
Os cilindros de gases comprimidos devem ser estocados na posição vertical e
garantidos contra eventuais quedas. Os cilindros cheios devem ficar separados dos
cilindros vazios. Se o espaço para estocagem exigir que os cilindros contendo gases
de diferentes tipos sejam estocados juntos, deve-se ao menos agrupá-los por tipo de
gás. Os gases inflamáveis devem ser separados dos gases oxidantes usando os
cilindros dos gases não combustíveis. Sendo possível, os cilindros de gases
inflamáveis e oxigênio devem ser mantidos fora dos prédios e distribuídos por
sistemas de tubulação até os locais de uso.
É da maior importância que algumas das propriedades dos gases comprimidos,
que representam perigos (como inflamabilidade, toxidez, atividade química e efeitos
corrosivos) sejam bem conhecidos pelos usuários do gás. Na capela de um
laboratório, em presença de chama aberta, a inflamabilidade do Monóxido de Carbono
pode ser o maior risco, ao passo que uma fábrica-piloto usando Monóxido de Carbono
como reagente, um vazamento e em conseqüência, a toxidez, possa representar o
maior risco. É interessante notar que pequenas concentrações de gases liqüefeitos de
petróleo como o butano e o propano são suficientes para a criação de misturas
inflamáveis.
As faixas de inflamabilidade do Acetileno, Monóxido de Carbono, Hidrogênio e
Sulfeto de Hidrogênio são extremamente grandes, indicando que eles podem formar
misturas explosivas com o ar, sob uma extensa faixa de concentração.

TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS

É proibido o transporte de material de risco (inflamáveis, explosivos, tóxicos,


irritantes e corrosivos), em motocicletas. O transporte destes produtos deverá ser
efetuado apenas em carros de carroceria fechada, estando o produto devidamente
acondicionado e claramente identificado quanto ao risco que representa (vide
informação no rótulo do produto).
Alguns produtos incluídos nesta categoria e freqüentemente transportados por
nossos funcionários:

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Álcool (etanol, metanol);


Ácidos (clorídrico, acético, sulfúrico, etc.); Formaldeído;
Gás combustível (comercial); Hipoclorito;
Xilol;
Solventes orgânicos;
Frascos para coleta de urina de 24 horas com conservante.
Nos casos em que o risco da substância não for identificado , favor contactar o
setor de Qualidade - Biossegurança do departamento.

Preparo de Soluções
• Fazer uma leitura prévia das características da substância que está
manuseando.
• Utilizar sempre, EPI específico.
• A vidraria utilizada no preparo de soluções deve ser de boa qualidade,
de preferência de vidro boro-silicato.
• Usar sempre, bastão com proteção de borracha, teflon ou plástico, para
evitar trincar o vidro.
• Não usar vidraria que esteja trincada, lascada ou corroída.
• Nunca pipetar substâncias químicas com a boca.
• Usar pêras de borracha ou pipetadores automáticos.

Procedimentos em caso de acidente com soluções:


Como as substâncias apresentam diferentes propriedades, a metodologia de
primeiros socorros e descontaminação da área deverão ser realizadas de acordo com
a substância envolvida e as instruções do fabricante contidas no rótulo.

INCÊNDIOS

Como evitá-los:
• Uso adequado das tomadas conforme recomendações especificadas na
"normas básicas para uso de equipamento elétrico".

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• Botijões de gás devem ser armazenados em local bem ventilado na área


externa do prédio. Atenção com substâncias potencialmente inflamáveis na hora de
utilizar o fogo.
• Estocar substâncias potencialmente inflamáveis longe de fontes de calor
ou tomadas.
• Manutenção do bom estado da parte elétrica do prédio.
• Manutenção de funcionários que garantam a segurança do prédio,
vigias, durante os fins de semana e feriados.

EQUIPAMENTO PARA CONTROLAR INCÊNDIO

• Extintores de incêndio para produtos químicos (extintores PQS de pó),


eletricidade (extintores a gás CO2) e para papéis (extintores de água comprimida)
devem estar disponíveis. Em Ambientes que utilizam muito equipamento elétrico
deve-se ter maior número de extintores para eletricidade enquanto aqueles em que o
número de produtos químicos for muito grande devem conter extintores PQS em
número suficiente. Os dois podem ser utilizados em ambos os casos e devem ser
guardados em local livre e não distante mais do que a 1 metro do piso e devidamente
sinalizados. Os extintores devem estar com a carga válida e devem estar à disposição
em local acessível a todos. Recomenda-se em locais com maior periculosidade que
haja um extintor a cada 10m. Também é recomendável dentro de laboratórios que
contenham muitos solventes ou eqos elétricos.

Utilize sempre o extintor de incêndio adequado:

Pressão de água papel


CO2 - eletricidade ( pode ser utilizado c/ menor eficiência para material
químico).
PQS - material inflamável (pode ser utilizado c/menor
eficiência p/eletricidade).

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OUTRAS ATIVIDADES QUE DEVEM SER REALIZADAS:

Fechar e remover o botijão de gás, quando possível. Remover todos os


produtos inflamáveis, quando possível. Fechar janelas e portas, quando possível.

Incêndio de pequeno porte

- Seguir corretamente as instruções de uso do extintor que devem ser


alocadas em local livre e não distantes mais do que a 1 metro do piso e devidamente
sinalizadas.
- Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para
recarregamento.

Precauções em caso de incêndio de grande porte:

- Manter a calma e dar o alarme.


- Desligar imediatamente a capela e fechar as saídas de gás.
- Fazer a evacuação com calma.
- Em caso de fumaça, ande o mais rente possível do piso.

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TABELA : Resumo dos níveis de biossegurança recomendados para


agentes infecciosos

NB AGENTES PRÁTICAS EQUIPAMENTOS DE INSTALAÇÕES


SEGURANÇA
01 Que são Práticas padrão de Não é necessário Bancadas abertas
conhecidos por microbiologia com pias próximas
não causarem
doenças em
adultos sadios.
02 Associados com Praticas de NB 1 mais : acesso Cabines classes I e II ou NB 1 mais :
doenças humanas, limitado, aviso de riscooutros dispositivos de autoclaves
riscos= lesão, biológico:precauções com contenção físicas, usadas disponíveis.
percutância, ingestão, objetivos perfuro- cortantespara todas as
exposição da manual de biossegurança quemanipulações.
membrana mucosa. defina qualquer
descontaminação
de dejetos ou normas de
vigilância médica.
03 Agentes exóticos Praticas de NB2 mais: acesso Barreiras primarias = NB 2 mais :
com potencial controlado, cabines I e II e separação física
para transmissão via descontaminação de todo o lixo., outros como luvas, dos corredores
aerossol: as doenças descontaminação de roupas máscaras e de acesso:
podem ter usadas nos laboratórios. protetores auriculares se portas de acesso
conseqüências for o caso. duplas com
serias ou até fechamento
fatais. automáticos.
04 Agentes exóticos ou NB3 mais: mudanças de roupas Bactérias primárias= NB 3 mais
perigosos que antes de entrar: banho e duchatodos os edifícios separados
impõem um altorisco na saída, todo material procedimentos ou áreas
de doenças descontaminado na saída das conduzidos em isoladas:
que ameaçam instalações. cabines de classe I e III ou sistemas de
a vida, infecções II juntamente com abastecimento e
laboratoriais, etc. macacão de escape a vácuo e
pressãocom suprimento de
de ar. descontaminaçã

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TABELA: Resumo dos níveis de biossegurança recomendados.

AGENTES PRÁTICAS EQUIP. DE INSTALAÇÕES


SI SEGURANÇA
Desconhecidos por Cuidados com o Cuidados normais Instalações padrão
1 causarem doençasanimal e as práticas de solicitados de cada para animais, recirculação
em adultos gerenciamento espécie. do ar exaurido recomendado
humanos sadios. incluindo programas de de fluxo de ar direcionado e
vigilância de de pia para lavagem de
medicamentos. mãos.
Associados com Praticas de NB1 mais: Equipamentos de Instalações de NBA
2 doenças humanas, acessos NBA1 mais 1: lavagem das mãos dentro
exposições cutâneas, limitados, avisos debarreiras primárias de salas de animais de uso
ingestão, exposição riscos, precação com com equipamento de de lavagem mecânicas das
da objetos perfuro- contenção caixas e
membrana mucosa. cortantes. adequado. gaiolas.
Agentes nativos ou Práticas de NB 2 Praticas de NBA 2 Equipamentos NBA
3 exóticos com mais: acesso ao lixo mais acessos 2 mais: equip. de
transição por controlado, controlados, contenção para
aerossol, doençasdescontaminação dedescontaminação de manutenção dos animais,
que podem causartodo o lixo, roupas antes de contenção I e II e III NB 2
sérios danos. descontaminação das serem lavadas, de mais separação física dos
roupas, materiais, corredores de acesso:
gaiolas dospés com portas de acesso duplas
o uso de com fechamento
desinfetantes. automáticos.Autocl
aves disponíveis.
Agentes exóticos ou Práticas NBA 3 mais Equipamentos NBA 3 mais
4 perigosos que : entrada através do de NBA 3edifícios separados ou áreas
imponham alto riscovestiário para troca demais: de máximaisoladas: sistemas de
de doença fatal,roupas onde a roupacontenção (CSBabastecimento e escape a
transição por pessoal é removida e aclasses III ou de vácuo e de
aerossol ou do laboratório, vestida. contenção descontaminação.
relacionada a Banho na saída- todosparcial junto com
agentes com riscos os lixos marcação
desconhecidos. deverão ser pressurizado
descontaminados antespositivamente com
da remoção do ar) usado para

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REFERÊNCIAS

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Analítica Quantitativa Elementar. Editora Edgard Blucher Ltda.
BARCELLOS, E.S. et. al. 1980. Apostila: Práticas Fundamentais de Química Geral.
UFV. Viçosa-MG.
BATISTUTI, P.; 1998. Transparências da Palestra: Boas Práticas de Segurança em
Laboratório. II Simpósio de Segurança em Laboratório. IBILCE/UNESP. Campus de
São José do Rio Preto. 47 pp.
FRANCHETTI, S.M.M.; RODRIGUES, M.L.B.O.; 1998. Apostila: Regras de
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GIESE, R. W; Annino, J.S.: Química Clínica - princípios e métodos. 191-201, 1978.
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MORITA, T. & ASSUMPÇÃO, R.M.V. 1972. Manual de Soluções, Reagentes &
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ormas e Regras de Segurança da UNICAMP, Versão de outubro/87. Material retirado
pela Internet.
SANTOS, J.R. dos; 1998. Transparências da Palestra: XILENO: Danos à Saúde e ao
Meio Ambiente. II Simpósio de Segurança em Laboratório. IBILCE/UNESP . Campus
de São José do Rio Preto. 11 pp.
VOGEL. 1990. Química Orgânica - Vol 1. Ao Livro Técnico.
TIBÚRCIO, H. M.: Controle interno da Qualidade Analítica, Ped. março/1995.

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