Você está na página 1de 2

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

Belo Horizonte, ESTADO MG.

APF nº: _______ (Distribuição por dependência)

____________-, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na ________, por sua advogada,


conforme procuração anexa a este instrumento, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE com fundamento no artigo
5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelos motivos de
fato e direito a seguir expostos:

1.DOS FATOS

2.DO DIREITO

Excelência, não há motivos para a manutenção da prisão do Requerente. Com efeito, a prisão
em flagrante imposta não atendeu às exigências legais.

Inicialmente, sabe-se que referida modalidade de prisão pode ser imposta diante das
hipóteses previstas no art. 302 do Código de Processo Penal. Ocorre que, conforme se extrai
do Código de Processo Penal em seu artigo 304, § 3º:

“Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá,
desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso.
Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do
acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005).

(...)

§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão
em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença
deste. (Nova redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005).

(...)

Nesse sentido, cumpre alegar o vício formal existente no Auto de Prisão em flagrante, por não
haver a assinatura do Acusado, e nem mesmo, a assinatura de Duas testemunhas que tenham
ouvido a leitura do Auto de Prisão na presença, e para a pessoa do acusado.
Insta relatar que, mesmo que haja a assinatura de um funcionário da Delegacia, está suposta
“testemunha” não serve para tornar valido, ou ainda, cumprir a formalidade legal quanto à
assinatura de duas testemunhas que visualizaram a leitura do termo ao acusado.

Isso porque, primeiro, não há a assinatura de duas testemunhas como determina o instituto
legal. Apenas houve uma única assinatura, ou seja, apenas uma testemunha.

Em segundo, a pessoa na qual assina como testemunha do ato de leitura do auto de Prisão em
Flagrante ao acusado, trata-se de pessoa impedida de apresentada na condição de
testemunha. Essa proibição está elencada no Art 207 do CPP. Vejam:

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar
o seu testemunho.

Assim, quando ocorre irregularidade na confecção do auto de prisão em flagrante, ou seja, foi
realizado em desconformidade com as determinações dos artigos 304 e seguintes do CPP,
caberá o relaxamento da prisão ilegal.

É inevitável reconhecer-se a arbitrariedade da prisão que pesa contra o Requente. O que paira
contra o mesmo, até o presente momento, é uma mera suspeita da prática de um delito,
porém sem estar de acordo com o que preceitua o Código de Processo Penal. Patente,
portanto, a ilegalidade da prisão em flagrante.

3.DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, postula-se o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao


requerente, diante da flagrante ilegalidade de sua prisão, ouvido o ilustre representante do
Ministério Público, determinando-se a expedição do competente alvará de soltura em seu
favor, como medida da mais lídima justiça.

Termos em que, Pede deferimento.

Local e data. Adv.

Você também pode gostar