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Na europa, a justiça da autoridade exigia um certo reconhecimento do poder,

sendo este reconhecimento formalizado em forais – um foral é um documento que fixa


que um membro da sociedade estamental reconhece que uma comunidade urbana tem
direitos e deveres para com ele, senhor delas, e que ninguém pode perturbar a liberdade
das comunidades que é legitimada por si. Esta ânsia de liberdade frente à sociedade
estamental é transversal a toda a Europa, e não se dá só no Norte de Itália ou na
Flandres. Seja como for, é neste ambiente de ânsia de liberdade que se manifesta o
protestantismo. O protestantismo teve varias manifestações: se na Inglaterra foi o rei
que tomou essa iniciativa, noutros territórios foram particulares. O ambiente da baixa
idade média é um ambiente facilitador da autoridade do dinheiro, sendo esta sociedade
mais venal (amor ao dinheiro) que vai incomodando os mais religiosos. Lutero, por
exemplo, criticava a Igreja de Roma porque era muito venal e fazia dinheiro com tudo –
na Alemanha, não gostavam de Itália porque consideravam que a sua religião não se
prostituiria ao dinheiro, e consideravam as gentes de Roma pessoas venais e impuras.
Neste ambiente transforma-se o direito canónico, sendo os próprios estudiosos
da igreja que se justificam no dinheiro do direito. A Igreja começa a prostituir-se ao
dinheiro, aparecendo estes canonistas que justificam o dinheiro na religião. A Alemanha
é um país que rejeita tremendamente a ideia de ganhar dinheiro com a igreja, ficando
impressionada com a venalidade que a religião assume em países como a Itália, que era
um país de gente imoral do dinheiro. O ambiente do luteranismo é este também, de
ofensa com a venalidade da igreja romana, que se deve em parte à autoridade da cultura
romano-canónica, do espirito de estudar o direito da igreja como se fosse o direito do
mundo e o justificar no dinheiro como outro qualquer. A carreira de eclesiástica era
vista como uma que permitia fazer dinheiro – e isto ofendeu reformadores como Lutero
que reagiu com valores da sociedade estamental, valores de pureza.
Os comentadores dedicam-se com a satisfação do dinheiro – este é o exemplo de
Itália e das escolas de direito onde o trabalho se justifica no dinheiro. O problema da
diferente autoridade dos professores no mercado do direito reside na dificuldade em
ganhar dinheiro face a todas as outras instituições que venalizavam tudo. O ambiente da
escola dos comentadores é caracterizado pela autoridade do Bartolismo e dos
conciliatores.

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