Viviane sequestrada por Marcinho

ESPOSA DE JUDAS
CAPÍTULO 09
Novela de WAGNER JALES
Direção geral de WESLLEY VITORITTI e VITOR ABOU
Direção artística de LUCAS LUCIANO
Texto exclusivo do MEGAPRO e do seu autor. Em caso de violação,

a parte infratora estará sujeita às penalidades previstas em lei.
ESPOSA DE JUDAS PÁGINA 2
NO CAPÍTULO ANTERIOR
WILIAM EXPULSA DIANA DE CASA E ELA PROMETE ENFRENTÁ-LO NOS

TRIBUNAIS;
HENRI NÃO ACREDITA QUE MARCINHO ESTEJA PERSEGUINDO VIVIANE;
DIANA E HENRI VIVEM UMA TARDE ROMÂNTICA JUNTOS;
MARCINHO INVADE A CASA DE DULCE E VIVIANE.
DULCE E VIVIANE DEPARAM COM MARCINHO SENTADO NO SOFÁ.
SORRIDENTE, MARCINHO LEVANTA DO ASSENTO. TIRA UM REVÓLVER DA CINTURA

E APONTA PARA AS DUAS. DULCE SE COLOCA NA FRENTE DA FILHA.
MARCINHO - Sem grito, sem drama! Se qualquer uma das duas der
um pio sequer, (ENGATILHA O REVÓLVER) o cano da arma
vai esquentar.
DULCE - Vai embora!
MARCINHO - Só com ela. A gatinha vem comigo.
DULCE - Nunca que eu vou deixar, nem morta.

CENA 01. INT. RESIDÊNCIA DE DULCE. SALA DE ESTAR. NOITE.
INSTRUMENTAL – TENSÃO. CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR.
DULCE E MARCINHO TROCAM OLHARES. ATRÁS DE DULCE, VIVIANE CHORA.
DULCE - (FERINA) Você não vai levar minha filha nem por cima
do meu cadáver, entendeu?
MARCINHO - Vamo facilitar o trabalho, tia. Sai da minha frente,

assim tu não se machuca também.
VIVIANE - (ASSUSTADA) Vai embora, Marcinho. Vai! Isso só vai

te trazer mais problemas.
MARCINHO - Problemas eu tive desde o dia em que te conheci.

Você é bem gostosinha, sabe? Só que não vale a pena
todo o sufoco que eu passei por tua causa.
VIVIANE - (DESESPERADA) Vai embora daqui! Eu não vou com você

a lugar nenhum.
MARCINHO - Chega desse papo! (P/ DULCE) Sai da minha frente!
DULCE - Não vou deixar você levá-la. Desista!
IRRITADO, MARCINHO ACERTA UMA FORTE CORONHADA NO ROSTO DE DULCE,

ARREMESSANDO-A NO CHÃO. DULCE CAI DESNORTEADA.
VIVIANE RECUA. APAVORADA, PEGA O QUE VÊ PELA FRENTE E JOGA EM MARCINHO,

ATINGINDO-O COM PORTA RETRATOS E DECORAÇÕES DE MESA.
MARCINHO - (FRIO) Não foge de mim, não. Vai ser pior pra você.
VIVIANE - (NERVOSA) Vai embora, por favor. Olha o que cê fez.
DULCE APARECE ZONZA. TENTA USAR UMA POLTRONA PARA SE FIRMAR DE PÉ. SEU
ROSTO SANGRA, ACIMA DA BOCHECHA DIREITA.
MARCINHO CORRE ATÉ VIVIANE E A SEGURA PELOS CABELOS. A JOVEM GRITA,

TENDO A BOCA TAMPADA POR UMA DAS MÃOS DE MARCINHO.
MARCINHO - Lembra o que eu falei? Sem escândalo! Tu vem comigo.
MARCINHO ARRASTA VIVIANE CONSIGO, LEVANDO-A PORTA AFORA.
NO CHÃO, ASSUSTADA, DULCE ASSISTE À FUGA.

DULCE - (ATÔNITA) Viviane... (GRITANDO) Não! Volta aqui!
EM DULCE DESESPERADA E FERIDA, CORTA PARA:
CENA 02. EXT. RESIDÊNCIA DE DULCE. FACHADA. NOITE.
INSTRUMENTAL CONTÍNUO. MARCINHO CHUTA O PORTÃO COM FORÇA PARA ABRI-

LO. PUXA VIVIANE CONSIGO, DISCRETO, E A LEVA ATÉ UM CARRO ESTACIONADO
DO OUTRO LADO DA RUA.
MARCINHO EMPURRA VIVIANE NO BANCO DO CARONA E APONTA SEU REVÓLVER.
MARCINHO - Nem pense em gritar ou tentar fugir. Não tá faltando

muito pra eu voltar lá dentro e apagar tua mamãezinha.
VIVIANE ENGOLE EM SECO. MARCINHO BATE A PORTA. EM VIVIANE ATRÁS DO

VIDRO, CORTA PARA:
INSTRUMENTAL CONTÍNUO. DULCE SE ARRASTA PELO CHÃO ATÉ SUA BOLSA CAÍDA.
LIGEIRA, ABRE O ZÍPER E TIRA O CELULAR. DULCE DESBLOQUEIA A TELA,
ACESSA O APLICATIVO DE CHAMADAS E DIGITA TRÊS NÚMEROS.
DULCE - (AO CELULAR // ASSUSTADA) É da polícia? Minha filha

acaba de ser levada, ela foi sequestrada dentro da
própria casa. Eu preciso de ajuda!
EM DULCE, CORTA PARA:
CENA 04. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. SALA DE ESTAR. NOITE.
CONTINUAÇÃO DA CENA 33 DO CAPÍTULO ANTERIOR. MEL E HENRI TROCAM

OLHARES.
HENRI - Não vou permitir que você fale assim dela, Mel.
Diana é minha cliente, é meu dever defendê-la.
MEL - É seu dever nos tribunais, não aqui fora. Essa mulher
não presta, Henri, você tem que enxergar isso.
HENRI - Diana é diferente/

MEL - Ela matou o marido a facadas. Esqueceu que eu tava

lá? Eu vi tudo, eu presenciei. Ela é uma verdadeira
psicopata.
HENRI - Por favor, Mel... não exagere!
MEL - Se você tivesse visto o que eu vi, Henri, me daria

razão. O olhar dela, o jeito, a gana. Ela até já foi
à minha casa, sabia? Foi me ameaçar.
HENRI - Diana não é esse tipo de pessoa. Ela errou, sim, só

que ela mudou. Anos dentro de uma prisão mudam uma
pessoa, você não acha?
MEL - Acho. Mudam pra pior. Conviver com outras criminosas

da laia dela, com gente tão ou mais perigosa deve ter
feito essa daí ficar ainda pior.
HENRI - Chega desse assunto, Mel! (LEVANTA) Infelizmente,

não vou poder te ajudar, já estou do lado de Diana
nessa partida.
MEL - Você vai insistir em atender essa mulher?
HENRI - Vou. Eu tô com ela, não vou largá-la agora.
MEL - (LEVANTA) Sinto muito por você. Espero que acorde a

tempo de perceber a besteira que tá fazendo em
defender uma mulher desse tipo. Ela não é quem você
pensa.
MEL LEVANTA A ALÇA DA SUA BOLSA E SE RETIRA.
EM HENRI PENSATIVO, CORTA PARA:
CENA 05. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. ESCRITÓRIO. NOITE.
MEL SENTA NA POLTRONA DIANTE DA MESA DE LILIAN.
MEL - Senti uma vibração estranha quando ele a defendeu.

Não parecia um advogado ferino, mas um admirador.
LILIAN - Eu já imaginava que Henri estivesse gostando dessa

criminosa. Essas mulheres de baixo nível parece que
têm poderes para seduzir os homens, né? Só que eu não

vou permitir que meu filho caia no jogo dessa zinha.
MEL - Pode contar comigo, Lilian. Eu, que conheço Diana

bem, não vou deixá-la ter sucesso nesse golpezinho.
LILIAN SORRI, SATISFEITA. CORTA PARA:
CENA 06. INT. APARTAMENTO DE JASMIM. QUARTO DE YAGO. NOITE.
YAGO DEIXA O VIOLÃO EM CIMA DO BANCO E SE APROXIMA DE BRITNEY CHRISTINA

ATRÁS DA CÂMERA.
YAGO - (ENTUSIASMADO) Então, amor? O que achou?
BRITNEY - Eu... eu pensei que... hã...
YAGO - Ficou sem palavras? Minha mãe também fica.
BRITNEY - Achei que seria diferente. Acho que você errou um

pouquinho. Tipo, não quero te botar pra baixo...
YAGO - Cê achou que eu falhei em algumas notas? Talvez eu

precise de uma segunda chance. A primeira foi ensaio.
BRITNEY - É... deve ser isso. Vamos gravar novamente?
YAGO - Agora mesmo.
YAGO VOLTA AO BANCO E POSICIONA O VIOLÃO. FAZ UM RÁPIDO AQUECIMENTO

VOCAL ANTES DE COMEÇAR.
BRITNEY INICIA A GRAVAÇÃO E FAZ UM GESTO PARA YAGO, QUE COMEÇA A TOCAR
A MELODIA COM O VIOLÃO. APÓS ALGUNS SEGUNDOS, YAGO COMEÇA A CANTAR,
AINDA MAIS DESAFINADO E FORA DO TOM QUE A PRIMEIRA VEZ.
BRITNEY SOFRE, MAS DISFARÇA. TENTA TAMPAR DISCRETAMENTE AS ORELHAS,

USA UM TRAVESSEIRO PARA COBRIR A CABEÇA. CORTA PARA:
CENA 07. INT. APARTAMENTO DE JASMIM. SALA DE ESTAR. NOITE.
SONOPLASTIA: PABLLO VITTAR – A LUA. NO SOFÁ, JASMIM ASSISTE TELEVISÃO.

ESTÁ MAIS CONCENTRADA NA TELA DO SEU CELULAR.
CHEGA UMA MENSAGEM DE OMAR, CHAMANDO A ATENÇÃO DE JASMIM. ELA SORRI.

CLICA PRONTAMENTE PARA VISUALIZAR O RECADO.
OMAR - (ON-LINE) Oi. Estou mandando essa mensagem pra saber

se você está bem depois do mal estar durante o brechó.
JASMIM PRESSIONA O BOTÃO DE FAZER CHAMADAS. OMAR ATENDE QUASE

IMEDIATAMENTE.
OMAR - (V.O.) Jasmim?
JASMIM - Oi. Tô ligando pra que você veja como estou bem.
OMAR - (V.O.) Que bom. Fiquei preocupado com seu piripaque

no brechó.
JASMIM - Obrigada pela preocupação. Gostei muito da sua

visita, sabia? Ia adorar te ver novamente pra postar
alguns conteúdos pras redes sociais. Topa?
OMAR - (V.O.) Claro. Onde podemos nos ver?
JASMIM - Na minha cama.
OMAR - (V.O.) Oi?!
JASMIM - Na minha casa. É que aqui tem um pequeno estúdio

onde eu gravo as coisas. Quer vir?
JASMIM SORRI. CORTA PARA:
CENA 08. INT. COBERTURA DE MEL. HALL PRINCIPAL. NOITE.
MEL ENTRA EM CASA E FECHA A PORTA.
MEL - (FALANDO SÓ) Henri é um advogado muito bom, ele não

pode continuar defendendo Diana. (T) Droga! Eu devia
ter dito isso à Lilian, assim ela já preparava o
terreno pra afastá-lo dessa criminosa de vez. Preciso
deixar Diana desprotegida para que ela não descubra/
MEL TOMA UM SUSTO COM A PRESENÇA DE KAREN, PARADA À PORTA DA COZINHA.
MEL - Que isso, criatura? Cê não ia embora cedo?

KAREN - É que eu não quis deixar Gleice sozinha nessa casa.

(T) A senhora tá falando sozinha?
MEL - Eu só tava pensando alto, nada de mais.
KAREN - Cuidado, hein? Geralmente quem fica falando sozinho

é louco.
MEL - Você é que devia tomar cuidado pra não tomar uma
justa causa, sua escrava. Vá chamar a outra escrava
pra darem o fora da minha casa por hoje. Anda!
KAREN SAI APRESSADA. EM MEL IMPACIENTE, CORTA PARA:
CENA 09. INT. APARTAMENTO DE WILIAM. SUÍTE PRINCIPAL. NOITE.
AO CELULAR, WILIAM SE SENTA, SÓ DE CUECA, EM SUA CAMA.
WILIAM - Por que você não veio hoje? Eu queria tanto te ver.
MEL - (V.O.) Deixa de romantismo barato, Wiliam. Tô te

ligando pra dizer que Diana pode ser mais perigosa do
que a gente imaginava. O advogado que ela arrumou é
muito bom.
WILIAM - Fica tranquila, meu bem. Nem o melhor advogado do

universo vai conseguir descobrir o que a gente fez.
MEL - (V.O.) Tomara mesmo. Se isso vir à tona, Wiliam, nós

dois vamos pagar com a alma. Nada do que a gente fez
com esses royalties das músicas de Santiago pode vir
à tona.
WILIAM - Já falei pra ficar tranquila. Relaxa. Ninguém nunca

vai saber.
EM WILIAM CONFIANTE, CORTA PARA:
CENA 10. INT. AVENIDA. CARRO DE MARCINHO. NOITE.
MARCINHO DIRIGE EM ALTA VELOCIDADE. ASSUSTADA, VIVIANE ASSISTE À

PAISAGEM URBANA DO LADO DE FORA.
VIVIANE - (NERVOSA) O que você vai fazer, Marcinho? Pra onde

tá me levando?
MARCINHO - Será que você não faz nem ideia do que eu pretendo
fazer? Nenhuma?
VIVIANE - Você vai me matar? Mata logo de uma vez, acaba com
esse suspense.
MARCINHO - Tá achando que eu sou um bandidinho desses que matam

de graça, é?
VIVIANE TENTA ABRIR A PORTA DO CARRO, MAS NÃO CONSEGUE. MARCINHO DÁ

RISADA.
EM VIVIANE APAVORADA, CORTA PARA:
POLICIAIS CHECAM A CASA. NO CANTO, UMA AGENTE CONVERSA COM DULCE.
POLICIAL - O suspeito tinha alguma ligação com a família?
DULCE - Sim. Ele já atacou minha filha, há alguns meses. A

gente fez a denúncia, ele esteve detido, só que foi
solto por falta de provas. Isso foi uma vingança, ele
quer se vingar pelo tempo que passou preso. (T) Vocês
precisam achar minha filha logo, esse cara é perigoso.
A POLICIAL TENTA ACALMAR DULCE, EM VÃO. CORTA PARA:
CENA 12. INT. ESTRADA DE BARRO. CARRO DE MARCINHO. NOITE.
INSTRUMENTAL – SUSPENSE. MARCINHO ESTACIONA SEU CARRO DIANTE DE UM

POSTE DE LUZ. NÃO HÁ NADA ALÉM DE MATO NA LOCALIDADE.
APAVORADA, VIVIANE OLHA AO REDOR. ENCONTRA APENAS MATO E ESCURIDÃO.
VIVIANE - (MUITO NERVOSA) Você vai me deixar aqui sozinha?
MARCINHO - Vou te deixar aqui, mas não sozinha.
MARCINHO DESABOTOA O CINTO DE SEGURANÇA. DEPOIS, DESABOTOA A BERMUDA.

VIVIANE - Não... por favor.
MARCINHO - É melhor tu ficar bem quietinha, não vai querer que

eu use a força como da outra vez.
VIVIANE - Não faz isso, eu imploro.
MARCINHO - Você devia aproveitar seus últimos momentos. Vai ser

o último prazer da sua vida inútil.
VIVIANE COMEÇA A CHORAR. TENTA ABRIR A PORTA DO CARRO, EM VÃO.
MARCINHO BAIXA A BERMUDA, MOSTRANDO SUA CUECA VOLUMOSA. VIVIANE SENTE

NOJO. MARCINHO DÁ RISADA.
SEM CUIDADO, MARCINHO RECLINA O BANCO DE VIVIANE E SOBE EM CIMA DELA.

RESILIENTE, A JOVEM SE DEIXA TOCAR, ACARICIAR E BEIJAR.
MARCINHO - Vai dizer que você não sente nada quando eu te toco?
Não sente nem uma pontinha de tesão de ter um homem
assim em cima de você?
VIVIANE - Sinto... sinto nojo, asco.
MARCINHO - Vagabunda mentirosa!
MARCINHO VIRA O ROSTO DE VIVIANE COM UM TAPA FORTE. VIVIANE SEGURA O

CHORO.
SEM PUDOR, MARCINHO COMEÇA A RASGAR AS ROUPAS DE VIVIANE. DEPOIS,

BAIXA A CUECA E COLOCA SEU PÊNIS PARA FORA.
CORTA PARA FORA DO CARRO: O VEÍCULO SE SACODE DE FORMA DISCRETA, OS

VIDROS FICAM EMBAÇADOS GRADATIVAMENTE. A VIOLÊNCIA SEXUAL É APENAS
INSINUADA. CORTA PARA:
CENA 13. INT. GALPÃO DE URSO. ESCRITÓRIO. NOITE.
KLEYSSON CAMINHA ATÉ A PORTA. ASSIM QUE ABRE, DEPARA COM URSO PRESTES
A ENTRAR.
URSO - Aonde cê vai?
KLEYSSON - Marcinho me pediu pra ir buscá-lo em um lugar, já

tá quase na hora.
URSO - Vê se não demora. A gente tem que procurar mulas

novas, lembra? O chefe tá impaciente com isso.
KLEYSSON - Não sei quanto tempo vou demorar. Qualquer coisa,

liga pra Marcinho. Fui.
KLEYSSON SE RETIRA. EM URSO TENSO, CORTA PARA:
CENA 14. EXT. ESTRADA DE BARRO. CARRO DE MARCINHO. NOITE.
INSTRUMENTAL – SOTURNO. MARCINHO DIRIGE SEU CARRO EM BAIXÍSSIMA

VELOCIDADE ATÉ UMA ENORME ÁRVORE NO ACOSTAMENTO DA ESTRADA.
APROVEITANDO O MATO ALTO, ELE ESCONDE O VEÍCULO ATRÁS DA FOLHAGEM.
MARCINHO RESSURGE SOZINHO, SEM O CARRO. OLHA AO REDOR, CERTIFICANDO-

SE DE QUE NÃO HÁ NINGUÉM ALI, E SEGUE A PÉ PARA A ESTRADA DE BARRO.
CORTA PARA:
CENA 15. EXT. ESTRADA DE BARRO. NOITE.
INSTRUMENTAL CONTÍNUO. SOB UM POSTE DE LUZ ANTIGO, MARCINHO ESPERA POR

ALGO. ESTÁ ATENTO A TODOS OS LADOS.
EIS QUE UMA MOTO SE APROXIMA. O MOTOQUEIRO PARA DIANTE DE MARCINHO E

TIRA O CAPACETE: É KLEYSSON.
MARCINHO - Finalmente, meu irmão. Pensei que não vinha mais.
KLEYSSON - Tu marca no fim do mundo, meu irmão. Não foi fácil

encontrar esse lugar, não.
MARCINHO - Tanto faz. (PEGA O CAPACETE) Preciso vazar daqui.
KLEYSSON - Tá com cara de quem aprontou. Posso saber o que tu

veio fazer no meio do nada?
MARCINHO - Nunca ouviu falar que o peixe morre pela boca?
KLEYSSON DÁ DE OMBROS. MARCINHO BOTA O CAPACETE E MONTA NA MOTO.
KLEYSSON PARTE COM A MOTO, SAINDO DE ENQUADRAMENTO. CORTA PARA:

CENA 16. INT. PRONTO-SOCORRO. LEITO DE DULCE. NOITE.
MOVIMENTAÇÃO INTENSA DE PACIENTES E ENFERMEIROS.
EM UMA MACA, DULCE APARECE PENSATIVA E DISTANTE. ESTÁ COM UM CURATIVO

NO ROSTO, LOCAL DA AGRESSÃO.
A POLICIAL (CENA 11) SE APROXIMA DE DULCE.
POLICIAL - Oi, dona Dulce. A enfermeira contou que a senhora

pegou alguns pontos no rosto, mas tá tudo bem. O
ferimento foi apenas superficial/
DULCE - (SECA) Não me importo. Mesmo que fosse algo grave,

eu só conseguiria ter cabeça pra minha filha. (T) Já
tem alguma notícia sobre ela?
POLICIAL - Um vizinho da frente viu o carro que tava estacionado

na frente de sua casa. A gente tentou localizar esse
veículo e vimos que ele andou cruzando a cidade. A
última câmera de trânsito que o flagrou foi na saída
da BR para o interior.
DULCE - Quer dizer que ele levou minha filha pra longe?
POLICIAL - Pelo visto, sim. Já acionamos o sistema de trânsito

das cidades vizinhas pra tentar descobrir onde o carro
foi visto. (T) O mais provável é que sua filha tenha
sido levada para alguma estrada de barro ou floresta.
DULCE - Ai, não... tô com tanto medo do que esse homem vai
fazer com Viviane. (T) Vocês não fazem a menor ideia
de onde minha filha possa estar? Nada? Onde está minha
filha, hein? Onde Viviane tá?
EM DULCE DESESPERADA, CORTA PARA:
CENA 17. INT. ESTRADA DE BARRO/MATAGAL. CARRO DE MARCINHO. NOITE.
INSTRUMENTAL – HORROR. CAM ENCONTRA UM CORPO NO BANCO DE TRÁS DO CARRO

DE MARCINHO. AS ROUPAS DA PESSOA ESTÃO RASGADAS, A PELE CONTÉM ALGUMAS
MANCHAS ARROXEADAS E MARCAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL.
SUBINDO, CAM ENCONTRA SANGUE NA BLUSA RASGADA. HÁ UMA PERFURAÇÃO DE

BALA NA ALTURA DO PEITO. O FERIMENTO PARECE GRAVE.
CHEGAMOS AO ROSTO. CAM FECHA NA EXPRESSÃO DESFALECIDA DE VIVIANE,

IMÓVEL E SEM A MENOR REAÇÃO. CORTA PARA:
ABERTURA
CENA 18. IMAGENS GERAIS.
SONOPLASTIA: RED VELVET – QUEENDOM. UM DIA ENSOLARADO COMEÇA A NASCER.

PESSOAS ENCHEM AS PRAIAS, COMÉRCIOS ENCHEM AS RUAS DO CENTRO, VEÍCULOS
ENCHEM AS AVENIDAS PRINCIPAIS DE RECIFE. CORTA PARA:
CENA 19. INT. RESIDÊNCIA DE DULCE. COZINHA. DIA.
ELIANA COLOCA UM BULE COM CAFÉ SOBRE A MESA, NANCY COLOCA BOLO.
DULCE - Obrigada por virem. Não tô com um pingo de fome, não

vai descer nada.
NANCY - Só que você não pode ficar assim, comadre. Tem que
descansar e se alimentar pra estar bem quando Viviane
voltar.
DULCE - Não vou conseguir engolir nada até ter notícias de

Viviane.
ELIANA - Então, a gente vai ficar aqui e esperar até a polícia

ligar avisando que acharam ela e que tá tudo bem.
ELIANA E NANCY SENTAM À MESA AO LADO DE DULCE. CORTA PARA:
CENA 20. INT. SORVETERIA DE ESQUINA. SALÃO DE MESAS. DIA.
SONOPLASTIA AMBIENTE: SELENA GOMEZ – DE UNA VEZ. DIANA MOSTRA A TELA

DO SEU CELULAR A HENRI E DENISE.
DIANA - Tão vendo? (APONTA) Eduardo de Sá. Esse é o nome do

pseudônimo que eu usei nas minhas composições.
DENISE - Só não entendi o motivo de você querer se esconder.
DIANA - Santiago me convenceu. Ele dizia que usar meu nome

de verdade ia atrair muita mídia, ia encher a porta
da nossa casa de paparazzi. Por isso usei esse. Era o
nome que Cadu usava na escola quando tinha vergonha
do nosso sobrenome.
HENRI - Agora, a gente precisa reunir fatos que provem essa

afirmação. Ainda essa semana vou marcar a audiência.
DENISE - Não existe ninguém além de Cadu que possa afirmar?
DIANA - Só ele e o amigo compositor de Santiago. Só que esse

aí... é mais fácil extrair leite de pedra. Esse homem
praticamente me expulsou de sua casa quando tentei ter
uma conversa sobre esse assunto. Ele me odeia.
DENISE - Tenho certeza que vai conseguir. (T) Se precisarem

de mim, podem ligar. Preciso ir trabalhar.
DENISE SE DESPEDE DOS DOIS E SAI.
O CLIMA ENTRE DIANA E HENRI NÃO É DOS MELHORES.
DIANA - Impressão minha ou você tá meio distante hoje?
HENRI - Tô pensando se devo te contar uma coisa.
DIANA - Agora que começou...
HENRI - Mel esteve lá em casa ontem.
DIANA - Espera. Mel?! O que ela queria?
HENRI - Minha ajuda sobre um caso. Só então eu liguei os

pontos. Ela foi a testemunha do assassinato de
Santiago, não foi?
DIANA - (SEM JEITO) Bem... foi. Ela era amante dele. Foi com
ela que eu o flagrei na cama, por isso fiz aquilo.
HENRI - Ela me aconselhou a ficar longe de você, falou muito

mal e até te acusou de ser uma psicopata.
DIANA - Que mulher doente! Parece que ela me persegue. Mel

sabe que não sou nenhuma psicopata, eu agi por
impulso. Ela sabe bem, ela viu.
HENRI - Eu imagino. Só não entendo o motivo da raiva dela.
DIANA - Nem eu mesma sei. Mel é invejosa, queria ter o meu

lugar. Não sei o quanto ela me odeia, só sei que ela
parece estar disposta a querer me destruir. Até jogou
você contra mim.
HENRI - Ninguém me jogou contra você. Esqueceu que estamos

do mesmo lado?
DIANA - É que você tá diferente hoje. Tem uma pulga atrás

da sua orelha.
HENRI - Não tem mais. O importante é que a gente se gosta.

Juntos, vamos enfrentar essa batalha e vamos vencer.
DIANA SORRI. HENRI A BEIJA. CORTA PARA:
CENA 21. INT. COBERTURA DE MEL. SUÍTE PRINCIPAL. DIA.
INSTRUMENTAL – MALDADES. MEL INQUIETA AO CELULAR.
MEL - Isso mesmo, Henri Trindade Cury. Ele tá de namoro

com uma criminosa, a mesma que matou Santiago do Brega
e chocou o Brasil. (T) Quero uma reportagem sobre esse
romance, mas tem que ser algo que detone a imagem do
advogado. Você acha que consegue pra mim? (T) Ótimo!
Vou aguardar impacientemente. (T) Até mais.
MEL DESLIGA.
MEL - (PENSANDO ALTO) Vamos ver se esse amor ainda vai

durar depois dessa mancha na imagem de Henri. (SORRI)
Ele vai largar aquela criminosa rapidinho, e vai ficar
totalmente livre pra se curar nos meus braços.
EM MEL SORRIDENTE, CORTA PARA:

CENA 22. EXT. SORVETERIA DE ESQUINA. FACHADA. DIA.
INSTRUMENTAL CONTÍNUO. DIANA E HENRI DEIXAM A SORVETERIA. JUNTOS, VÃO

ATÉ O CARRO DE ADVOGADO. HENRI ABRE A PORTA PARA DIANA ENTRAR.
DE LONGE, O CASAL É CLICADO POR FOTÓGRAFOS. AS FOTOS SÃO TIRADAS COM

OS DOIS ANDANDO JUNTOS E ENTRANDO NO CARRO. CORTA PARA:
CENA 23. INT. APARTAMENTO DE AZALEIA. SALA DE ESTAR. DIA.
RUBI SENTA EM UMA ALMOFADA AO LADO DE AZALEIA.
RUBI - Pronto, já fiz o pagamento do seu anúncio. A

inauguração da nossa igreja vai ser um sucesso.
AZALEIA - Pagou? Será que toda fala sua tem que usar algum
termo de gasto de dinheiro? Que falta de criatividade
desse autor, viu?
RUBI - Isso porque ainda nem mencionei o meu salário. Tá

chegando o dia do pagamento, não esquece.
AZALEIA - Como vou esquecer se tudo que você fala envolve

dinheiro? É impossível.
RUBI - Que tal irmos ver a obra? É sempre bom dar um pulo.
AZALEIA - Ainda bem que usar o elevador do prédio é de graça.
AZALEIA E RUBI SE LEVANTAM. CORTA PARA:
CENA 24. INT. IGREJA EVANGÉLICA DE AZALEIA. SALÃO PRINCIPAL. DIA.
PEDREIROS VÃO E VÊM A TODO MOMENTO. ALGUNS BANCOS E DECORAÇÕES TÍPICAS

DE IGREJA ESTÃO ALOCADOS.
CAM ENCONTRA AZALEIA E RUBI PERTO DA PORTA.
AZALEIA - (OLHANDO AO REDOR) A obra tá me parecendo bem

encaminhada. Acho que pode até adiantar.
RUBI - O que é ótimo, assim a gente já pode ir organizando

a cerimônia em que você vai virar crente. Vai trazer
muito buzz pra essa sua era evangélica.
IGOR PASSA PELA CALÇADA. ENXERGA AZALEIA, ENTÃO ENTRA NA IGREJA.
IGOR - (ENTRANDO) Oi. A igreja vai mesmo inaugurar segunda?
RUBI - Claro. Você não pode faltar a esse evento, hein?
AZALEIA - Você já decidiu se vai mesmo dar seu testemunho em

um dos nossos cultos?
IGOR - Decidi que sim. Acho que vai ser importante botar
pra fora tudo que tenho entalado na minha garganta.
RUBI - Perfeito! As pessoas adoram ver essas histórias de

superação e afins.
IGOR - Acho que eu devia contar primeiramente a vocês sobre

a minha história, pra não assustá-los na hora.
AZALEIA - Vem na sacristia comigo. (T) Rubi, fica aí vendo a

obra, fiscaliza tudo. Quero tudo impecável.
RUBI LANÇA UMA PISCADELA DISCRETA PARA AZALEIA.
AZALEIA LEVA IGOR EMBORA, PUXANDO-O PELA MÃO. CORTA PARA:
CENA 25. INT. IGREJA EVANGÉLICA DE AZALEIA. SACRISTIA. DIA.
SENTADOS À UMA MESA, AZALEIA RECUA DE IGOR.
AZALEIA - Nossa... não imagina que sua história fosse tão

pesada.
IGOR - Espero que você não queira se afastar de mim. Estou

reabilitado agora.
AZALEIA - Longe de mim julgar uma pessoa que esteve preso. Eu

mesma sou casada com um presidiário.
IGOR - O problema é que fui forçado a fazer outras coisas

não muito legais mesmo após a prisão. Não quero falar
sobre isso, só que preciso pedir perdão por todos
esses erros. Por isso que quero virar evangélico.
AZALEIA - Fique tranquilo, eu vou te ajudar. Não pela atenção,

mas por filantropia mesmo. Eu quero te ajudar.
AZALEIA SEGURA AS MÃOS DE IGOR. NASCE UM CLIMA ENTRE ELES.
O MOMENTO É INTERROMPIDO QUANDO UM PEDREIRO ENTRA. TRAZ CIMENTO PARA

CONCLUIR O REBOCO INACABADO DE UMA DAS PAREDES. AZALEIA E IGOR SORRIEM
UM PARA O OUTRO. CORTA PARA:
CENA 26. INT. ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. SALA DE HENRI. DIA.
HENRI AO TELEFONE.
HENRI - Como assim quer desistir da causa? (T) Que notícia?

Eu sou um advogado muito responsável, doutor/
A LIGAÇÃO É INTERROMPIDA.
HENRI - Que surto. (PÕE O TELEFONE NO GANCHO) Que história

é essa de ter contato com bandidos? Não entendi nada.
HENRI SENTA À SUA MESA. IMEDIATAMENTE LEVANTA A TELA DO SEU NOTEBOOK

E COMEÇA A NAVEGAR.
IMPACTO. HENRI SE ASSUSTA COM UMA FOTOGRAFIA SUA AO LADO DE DIANA

(CENA 22). A MANCHETE ANUNCIA:
“ADVOGADO HENRI TRINDADE CURI É CLICADO EM ENCONTRO ÍNTIMO COM

ASSASSINA CONHECIDA. CONFIRA QUEM É.”
EM HENRI SÉRIO, CORTA PARA:
CENA 27. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. SUÍTE PRINCIPAL. DIA.
LILIAN SAI DO CLOSET E ENCONTRA TAINÁ. A EXPRESSÃO DA EMPREGADA CHAMA

A ATENÇÃO DE LILIAN.
LILIAN - Que cara é essa, Tainá? Parece que viu fantasma.
TAINÁ - A mesma cara que a senhora vai ter quando vir essa
reportagem.
TAINÁ VIRA A TELA DO SEU CELULAR PARA LILIAN, QUE ESBUGALHA OS OLHOS
AO LER.
REAÇÃO DE LILIAN. CORTA PARA:

CENA 28. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. SALA DE JANTAR. TARDE.
LAURO TRAZ UM COPO COM ÁGUA PARA LILIAN.
LILIAN - Não quero água, Lauro.
LAURO - Você precisa se acalmar.
LILIAN - Você é que precisa se agitar. Não sei como consegue

ter tanto sangue frio pra ficar quieto diante disso.
HENRI APARECE.
HENRI - (ENTRANDO) Oi, gente. Tá tudo bem?
LILIAN - Você quem vai me dizer. Tá tudo bem, doutor Henri?
HENRI - Essa agitação toda tem a ver com a tal manchete?
LAURO - Sua mãe tá possessa por causa dessa novidade. Ela

tá achando que é o fim do mundo.
LILIAN - Um advogado respeitado como Henri não pode ser visto

em “encontro íntimo” com uma mulher daquela laia.
HENRI - Mãe, Diana é minha cliente.
LILIAN - Pena que não se reduziu só a isso. Essa mulher não

conhece o seu lugar, não? Ela é uma criminosa.
HENRI - Não fala assim dela, Diana é uma boa pessoa.
LILIAN - Boas pessoas não ficam quase duas décadas presas por
ter matado alguém. A última coisa que essa mulher é,
é boa pessoa. Henri, você tem que se afastar.
HENRI - Não vou me afastar de Diana. Ela continua sendo

minha cliente, e além disso, nós estamos tendo um
relacionamento íntimo, sim. Qual o problema?
LILIAN - O problema é que essa mulher vai acabar enfiando uma

faca no seu peito igual como fez com o cantor. É esse
o fim que você espera pra sua vida?
LAURO - Pega leve, Lilian. Se essa moça fosse tão bandida

assim, claro que Henri não estaria junto com ela.
HENRI - Enfim um pouco de sensatez nessa casa.
LILIAN - Vocês, homens, sempre se defendem, né? Depois não

digam que eu generalizo vocês quando digo que são
todos iguais. Todo homem se enfeitiça quando uma
golpista dessa sacode a saia. Vocês são uns trouxas.
HENRI - Chega desse assunto! Eu vou dar um jeito de contornar

essa situação, mas não vou terminar com Diana. Isso
tá fora de cogitação.
LILIAN - Ou você acaba com ela ou a sua reputação acaba com

você. É isso que você quer, meu filho? Anos de estudos,
faculdade, doutorado, trabalho e afins, tudo jogado
no lixo por causa de um rabo de saia?
HENRI - Tenho certeza que não vou passar fome, mesmo se essa
notícia vire uma verdadeira polêmica.
LILIAN - Se você não se afastar dessa mulher por bem, Henri,

vou ter que usar minha autoridade de mãe. Você pode
ser um homem feito, com barba, adulto, mais de trinta
anos, mas eu ainda sou sua mãe, sua genitora.
HENRI - Você vai me desculpar, mãe, mas vou ter que te

desobedecer. Concordo que sou um homem adulto e feito,
por isso posso muito bem te desobedecer. E, se você
ainda insistir, posso sair dessa casa. Fim.
HENRI SEGUE ESCADA ACIMA. LILIAN BUFA DE RAIVA.
LAURO - Calma, Lilian. Esse atrito não vai resolver nada,

você só vai se desgastar.
LILIAN - Tem razão, esse atrito não vai adiantar de nada.

Preciso de outra estratégia.
LAURO - Que cara é essa? Lilian, por favor, não invente de

fazer nada. Não põe lenha na fogueira.
LILIAN - Pelo contrário, vou tirar. Vou usar essa lenha pra
mostrar à essa Diana com quantos paus se faz uma canoa.
EM LILIAN CONFIANTE, CORTA PARA:

CENA 29. INT. BAR DE OLIVER. SALÃO DE MESAS. TARDE.
SONOPLASTIA AMBIENTE: ZARA LARSSON – POSTER GIRL. MICHAEL USHER LIMPA

UMA MESA. BRITNEY CHRISTINA SEGUE SEUS PASSOS.
BRITNEY - Como é que eu posso dizer a ele que sua voz é

tenebrosa? Yago canta pior que uma cabra reumática.
MICHAEL - Você não disse que tava apaixonada? Então, gente

apaixonada não olha os defeitos dos outros.
BRITNEY - Só que esse defeito é gritante, é tipo um abcesso.

E ele ainda grava covers. Como pode?
MICHAEL - Então, irmãzinha, cê vai ter que fechar os olhos.

Aproveita e me deixa em paz, eu preciso trabalhar.
MICHAEL SE AFASTA PARA LIMPAR OUTRA MESA.
EM BRITNEY PENSATIVA, CORTA PARA:
CENA 30. INT. APARTAMENTO DE JASMIM. SALA DE ESTAR. TARDE.
JASMIM TIRA FOTOS AO LADO DE OMAR CARACTERIZADO COMO SANTIAGO DO BREGA.
JASMIM - Acho que tá bom. As fotos ficaram ótimas.
OMAR - Lembra de me marcar nas publicações.
JASMIM - Sua namorada não vai ficar com ciúmes, não?
OMAR - Se eu tivesse uma, talvez ela sentisse.
JASMIM - Um homem bonitão como você está solteiro?
OMAR - Fala a verdade, Jasmim. Você me trouxe até sua casa

e me perguntou isso de graça? Eu não esqueci o que sua
diarista disse diante do seu desmaio no brechó.
JASMIM - O que você tá pensando que eu sou? Sou uma mulher

de respeito, uma mãe responsável. Não admito que/
SONOPLASTIA: RAUW ALEJANDRO – SEXO VIRTUAL. OMAR INTERROMPE JASMIM COM

UM BEIJO NA BOCA. SEM HESITAR, JASMIM SE ENTREGA. O BEIJO VIRA AMASSO.
OMAR - Você disse que admitia o quê?
JASMIM - Você me beijar sem tirar a roupa.
DE LÍNGUAS DADAS, JASMIM TIRA A CAMISA DE OMAR. OS DOIS CAEM NO SOFÁ.
EIS QUE YAGO E KAREN ENTRAM EM CASA COM SACOLAS DE SUPERMERCADO. O SOM
DA PORTA FECHANDO ASSUSTA JASMIM E OMAR, QUE PULAM DO SOFÁ.
YAGO - (PERPLEXO) Mãe?! Que pornochanchada é essa?
JASMIM - (OFEGANTE) Omar e eu estávamos tirando fotos...
KAREN - Pro site do Xvideos?
EM JASMIM E OMAR TOTALMENTE SEM GRAÇA, CORTA PARA:
CENA 31. INT. RESIDÊNCIA DE CADU. SALA DE JANTAR. TARDE.
DIANA COLOCA O TABLET SOBRE A MESA. NA TELA, A MATÉRIA FALANDO SOBRE

ELA E HENRI.
DIANA - (PASMA) Não acredito que fizeram isso. Essa matéria

vai acabar manchando a reputação de Henri.
ANNE - Tá vendo? Até o advogado tá sendo prejudicado por

você. É assim que eu me sinto, sabia?
DIANA - Por favor, Anne, não é hora.
ANNE - Claro que é hora. Sempre é hora. Você não se importa

com o que acontece às pessoas à sua volta, não é? Cê
nem liga se a gente tem medo, se a gente gosta...
DIANA - O que você quer que eu faça? Que vá morar debaixo

da ponte? Aliás, não, você prefere que eu vá para um
desses abrigos da prefeitura.
ANNE - Estou pensando no seu bem também. Pense que sua vida
vai melhorar se você estiver só, já que as pessoas ao
seu redor não vão viver em constante perigo. Eu temo
por mim e por Zoe, principalmente por ela.
DIANA - Você não me deixa nem chegar perto da minha sobrinha.
ANNE - Pra ver se você se toca e se manda daqui. Vaza!

DIANA - Hoje eu não tô a fim de ouvir seus desaforos, Anne.
ANNE - A realidade é um desaforo pra você? Claro, isso é

típico de gente folgada, sem compromisso. Você é uma
irresponsável, uma louca, sem moral.
DIANA - Quer saber, Anne? Vai ver se eu tô na esquina.
DIANA SE RETIRA. EM ANNE VITORIOSA, CORTA PARA:
CENA 32. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. QUARTO DE HENRI. TARDE.
INSTRUMENTAL – SORRATEIRA. COM DISCRIÇÃO, TAINÁ ENTRA NO QUARTO. VAI

DIRETAMENTE ATÉ O ARMÁRIO, ONDE MEXE NAS COISAS. PROCURA POR ALGO.
TAINÁ REVIRA OS PAPÉIS DE HENRI. SEGUE PARA OUTRO ARMÁRIO E CONTINUA

SUA BUSCA. OBSTINADA, SAI DO ARMÁRIO E SEGUE AO MÓVEL DE CABECEIRA.
DE REPENTE, HENRI ENTRA. TAINÁ CORRE E SE ESCONDE ENTRE A CABECEIRA

DA CAMA E A PAREDE.
HENRI - (AO CELULAR) Fica calma, Diana. Você não pode se

preocupar tanto assim, eu sei o que estou fazendo. (T)
Tá bem. Onde você tá? Na casa de Cadu, seu irmão? Eu
vou aí te buscar.
HENRI PEGA UMA JAQUETA, A CHAVE DO CARRO E VAI EMBORA. CAM ENCONTRA
TAINÁ DEIXANDO O ESCONDERIJO. CORTA PARA:
CENA 33. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. ESCRITÓRIO. TARDE.
LILIAN E TAINÁ FRENTE A FRENTE.
TAINÁ - Não encontrei nenhuma pista sobre onde encontrar a

tal Diana, mas descobri uma coisa importante. Parece
que ela vive na casa de um irmão chamado Cadu.
LILIAN - Cadu?! (PENSA UM POUCO) Tô lembrando de um Cadu que

é funcionário de Lauro. Ele me contou que é irmão de
alguém importante, depois desconversou. Será?
EM LILIAN SÉRIA, CORTA PARA:

CENA 34. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. SUÍTE PRINCIPAL. TARDE.
DIANTE DE UM ESPELHO, LAURO DÁ UM NÓ EM UMA GRAVATA. LILIAN ENTRA.
LILIAN - Sabia que você ainda não tinha voltado ao trabalho.
LAURO - Tô me arrumando pra ir agora/
LILIAN - Quero o endereço do seu funcionário Cadu, agora.

Você vai me dar por bem ou eu mesma vou conseguir? Já
estou sabendo que ele é irmão de Diana e vou ter uma
boa conversa com essa mulherzinha.
EM LAURO SEM SAÍDA, CORTA PARA:
CENA 35. EXT. ESTRADA DE BARRO. CARRO DE MARCINHO. TARDE.
INSTRUMENTAL – INVESTIGAÇÃO. CAM SE APROXIMA DEVAGAR DO CARRO DE

MARCINHO, AINDA ABANDONADO ATRÁS DE UMA ÁRVORE E MATO ALTO.
POLICIAIS PASSAM PELA ESTRADA DE BARRO. A VIATURA PARA E DOIS AGENTES

DESCEM. ELES VASCULHAM O MATAGAL ATÉ QUE UM DOS POLICIAIS DEPARA COM
O CARRO ABANDONADO.
O POLICIAL SE APROXIMA DO VIDRO E OLHA DENTRO. NO SUSTO, CORTA PARA:
CENA 36. INT. RESIDÊNCIA DE DULCE. SALA DE ESTAR. TARDE.
DULCE OLHA NO OLHO MÁGICO DA PORTA ANTES DE ABRIR. A POLICIAL (CENAS

11 E 16) ENTRA.
DULCE PARECE PRESSENTIR. ELIANA E NANCY SURGEM DA COZINHA.
DULCE - (AFLITA) O que houve? Encontraram minha filha?
POLICIAL - (SÉRIA) Encontramos, dona Dulce. Eu vim pessoalmente

lhe comunicar.
DULCE - Como ela está? Cadê Viviane? Diga o que aconteceu!

Pode dizer, eu tô preparada.
A POLICIAL FAZ SUSPENSE. CLOSES ALTERNADOS. CORTA PARA:

CENA 37. INT. SORVETERIA DE ESQUINA. SALÃO DE MESAS. TARDE.
UMA GARÇONETE TRAZ DOIS MILK SHAKES PARA A MESA DE DIANA E HENRI,
DEPOIS SE RETIRA.
DIANA - Minha cunhada vai acabar me deixando louca. Acho que

já tá na hora de eu sair daquela casa, até pela
segurança que Anne adora citar.
HENRI - Essa matéria que fizeram sobre a gente caiu como uma
bomba nas nossas vidas. Acredita que dois clientes se
desvencilharam de mim? Fora o barraco com minha mãe.
DIANA - Tá vendo? No fim das contas, Anne tem razão.
HENRI - Claro que não, cê não tá me prejudicando. Eu tenho

outros clientes, Diana. A manchete tá se espalhando,
mas isso pode ser até bom pra nós dois, sabia?
DIANA - Bom como? Só consigo ver isso como algo prejudicial.
HENRI - No caminho pra cá, depois que você me contou por

alto o que aconteceu com sua cunhada, eu tive uma
ideia. É meio maluca, inusitada, mas amei a hipótese.
DIANA - (DÁ UM GOLE NA BEBIDA) Tô até com medo. O que é?
HENRI - Você precisa se afastar da sua cunhada, eu, da minha

mãe. Vamos unir o útil ao agradável?
DIANA - Ainda não saquei aonde você quer chegar.
HENRI - Quero chegar na nossa casa. Vamos morar juntos?
DIANA - (SURPRESA) Como?! Morar juntos, Henri?
HENRI - A gente não se gosta? Então. Vamos morar juntos. O

que me diz? Topa?
CLOSES ALTERNADOS.
SONOPLASTIA DE ENCERRAMENTO: ARIANA GRANDE – POV.
A IMAGEM DE DIANA CONGELA EM TONS FOSCOS DE ROSA CLARO E

RECEBE UMA MOLDURA SIMILAR À UMA FICHA CRIMINAL

Viviane sequestrada por Marcinho

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Viviane sequestrada por Marcinho

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ESPOSA DE JUDAS

Novela de WAGNER JALES

Direção geral de WESLLEY VITORITTI e VITOR ABOU

Direção artística de LUCAS LUCIANO

Texto exclusivo do MEGAPRO e do seu autor. Em caso de violação,

WILIAM EXPULSA DIANA DE CASA E ELA PROMETE ENFRENTÁ-LO NOS

HENRI NÃO ACREDITA QUE MARCINHO ESTEJA PERSEGUINDO VIVIANE;

DIANA E HENRI VIVEM UMA TARDE ROMÂNTICA JUNTOS;

MARCINHO INVADE A CASA DE DULCE E VIVIANE.

DULCE E VIVIANE DEPARAM COM MARCINHO SENTADO NO SOFÁ.

SORRIDENTE, MARCINHO LEVANTA DO ASSENTO. TIRA UM REVÓLVER DA CINTURA

DULCE - Vai embora!

MARCINHO - Só com ela. A gatinha vem comigo.

DULCE - Nunca que eu vou deixar, nem morta.

CENA 01. INT. RESIDÊNCIA DE DULCE. SALA DE ESTAR. NOITE.

INSTRUMENTAL – TENSÃO. CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR.

DULCE E MARCINHO TROCAM OLHARES. ATRÁS DE DULCE, VIVIANE CHORA.

MARCINHO - Vamo facilitar o trabalho, tia. Sai da minha frente,

VIVIANE - (ASSUSTADA) Vai embora, Marcinho. Vai! Isso só vai

MARCINHO - Problemas eu tive desde o dia em que te conheci.

VIVIANE - (DESESPERADA) Vai embora daqui! Eu não vou com você

MARCINHO - Chega desse papo! (P/ DULCE) Sai da minha frente!

DULCE - Não vou deixar você levá-la. Desista!

IRRITADO, MARCINHO ACERTA UMA FORTE CORONHADA NO ROSTO DE DULCE,

VIVIANE RECUA. APAVORADA, PEGA O QUE VÊ PELA FRENTE E JOGA EM MARCINHO,

VIVIANE - (NERVOSA) Vai embora, por favor. Olha o que cê fez.

MARCINHO CORRE ATÉ VIVIANE E A SEGURA PELOS CABELOS. A JOVEM GRITA,

MARCINHO - Lembra o que eu falei? Sem escândalo! Tu vem comigo.

MARCINHO ARRASTA VIVIANE CONSIGO, LEVANDO-A PORTA AFORA.

NO CHÃO, ASSUSTADA, DULCE ASSISTE À FUGA.

DULCE - (ATÔNITA) Viviane... (GRITANDO) Não! Volta aqui!

EM DULCE DESESPERADA E FERIDA, CORTA PARA:

CENA 02. EXT. RESIDÊNCIA DE DULCE. FACHADA. NOITE.

INSTRUMENTAL CONTÍNUO. MARCINHO CHUTA O PORTÃO COM FORÇA PARA ABRI-

MARCINHO EMPURRA VIVIANE NO BANCO DO CARONA E APONTA SEU REVÓLVER.

MARCINHO - Nem pense em gritar ou tentar fugir. Não tá faltando

VIVIANE ENGOLE EM SECO. MARCINHO BATE A PORTA. EM VIVIANE ATRÁS DO

CENA 03. INT. RESIDÊNCIA DE DULCE. SALA DE ESTAR. NOITE.

DULCE - (AO CELULAR // ASSUSTADA) É da polícia? Minha filha

EM DULCE, CORTA PARA:

CENA 04. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. SALA DE ESTAR. NOITE.

CONTINUAÇÃO DA CENA 33 DO CAPÍTULO ANTERIOR. MEL E HENRI TROCAM

HENRI - Diana é diferente/

MEL - Ela matou o marido a facadas. Esqueceu que eu tava

HENRI - Por favor, Mel... não exagere!

MEL - Se você tivesse visto o que eu vi, Henri, me daria

HENRI - Diana não é esse tipo de pessoa. Ela errou, sim, só

MEL - Acho. Mudam pra pior. Conviver com outras criminosas

HENRI - Chega desse assunto, Mel! (LEVANTA) Infelizmente,

MEL - Você vai insistir em atender essa mulher?

HENRI - Vou. Eu tô com ela, não vou largá-la agora.

MEL - (LEVANTA) Sinto muito por você. Espero que acorde a

MEL LEVANTA A ALÇA DA SUA BOLSA E SE RETIRA.

EM HENRI PENSATIVO, CORTA PARA:

CENA 05. INT. MANSÃO TRINDADE CURY. ESCRITÓRIO. NOITE.

MEL SENTA NA POLTRONA DIANTE DA MESA DE LILIAN.

MEL - Senti uma vibração estranha quando ele a defendeu.

LILIAN - Eu já imaginava que Henri estivesse gostando dessa

têm poderes para seduzir os homens, né? Só que eu não

MEL - Pode contar comigo, Lilian. Eu, que conheço Diana

LILIAN SORRI, SATISFEITA. CORTA PARA:

CENA 06. INT. APARTAMENTO DE JASMIM. QUARTO DE YAGO. NOITE.

YAGO DEIXA O VIOLÃO EM CIMA DO BANCO E SE APROXIMA DE BRITNEY CHRISTINA