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23/02/2022
Número: 1007633-33.2021.8.11.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: Segunda Câmara de Direito Público e Coletivo
Órgão julgador: GABINETE DO DES. LUIZ CARLOS DA COSTA
Última distribuição : 07/05/2021
Valor da causa: R$ 100,00
Relator: GILBERTO LOPES BUSSIKI
Processo referência: 0059959-05.2014.8.11.0041
Assuntos: Improbidade Administrativa, Dano ao Erário, Enriquecimento ilícito, Violação aos
Princípios Administrativos
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
BLAIRO BORGES MAGGI (AGRAVANTE) RAFAELA DE CASTRO ROCHA MOREIRA (ADVOGADO)
RODRIGO DE BITTENCOURT MUDROVITSCH (ADVOGADO)
RAPHAEL MARCELINO DE ALMEIDA NUNES (ADVOGADO)
FELIPE BOTELHO SILVA MAUAD (ADVOGADO)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO
(AGRAVADO)
MPEMT - CUIABÁ - PATRIMÔNIO E IMPROBIDADE
(AGRAVADO)
ALENCAR SOARES FILHO (TERCEIRO INTERESSADO)
EDER DE MORAES DIAS (TERCEIRO INTERESSADO)
GERCIO MARCELINO MENDONCA JUNIOR (TERCEIRO
INTERESSADO)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO
(CUSTOS LEGIS)
HUMBERTO MELO BOSAIPO (TERCEIRO INTERESSADO)
JOSE GERALDO RIVA (TERCEIRO INTERESSADO)
LEANDRO VALOES SOARES (TERCEIRO INTERESSADO)
SERGIO RICARDO DE ALMEIDA (TERCEIRO
INTERESSADO)
SILVAL DA CUNHA BARBOSA (TERCEIRO INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
86002 06/05/2021 17:23 Agravo de Instrumento - Blairo Maggi x TJMT- vagas Petição inicial em pdf
970 TCE - 59959-05.2014.811.0041
Exmo. Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado
do Mato Grosso/MT
AGRAVO DE INSTRUMENTO
contra r. decisão proferida pelo MM. Juízo da Vara Especializada de Ação Civil Pública
e Ação Popular de Cuiabá/MT, que negou o pedido de extinção da ação de
improbidade feito com base (i) no trancamento da Ação Penal nº 1006529-
53.2019.4.01.360; e (ii) nas razões dispostas no v. acórdão da E. 3º Turma do TRF1, nos
autos do Habeas Corpus n. 1033427-05.2020.4.01.0000, que trataram dos mesmos
fatos denunciados na presente ação de improbidade administrativa no que é
pertinente ao Agravante Blairo Borges Maggi.
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Nada obstante a disposição do artigo 1.017, § 5º, do CPC1, o Agravante instrui a
presente medida com cópia das principais petições de origem relevantes ao
entendimento da celeuma que será posta (docs. n. 1.1 a 1.6), declarando os patronos
do Agravante, na oportunidade, a autenticidade das aludidas cópias que formam este
instrumento, nos termos do inciso IV, do artigo 425, do CPC.
Atinente ao Agravante:
Rodrigo de Bittencourt Mudrovitsch (OAB/DF n.° 26.966)
Sociedade de advogados “Rodrigo Mudrovitsch Advogados” (OAB/DF n.º 2.037/12)
Rua Assembleia, n. 10, 31º andar, Centro, Rio de janeiro/RJ
CEP: 20011-000
Por fim, o Agravante informa que juntará aos autos, no prazo de 5 (cinco) dias, a
contar da distribuição deste recurso, comprovante de recolhimento das custas
recursais, nos termos do art. 2º, parágrafo único, da Portaria n. 844/2018-PRES-TJMT.
1
O processo de origem n. 59959-05.2014.8.11.0041 (949403) tramita de forma eletrônica, na Vara Especializada de Ação Civil
Pública e Ação Popular da Comarca de Cuiabá, por meio do sistema PEA, deste E. TJMT.
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RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
I. DA TEMPESTIVIDADE
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Região – TRF1, nos autos do Habeas Corpus n. 1033427-05.2020.4.01.0000 (Ref. n.
639).
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no RMS 32.730/PE, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, julgado em 27/06/2017, DJe
30/06/2017).
E, no caso dos autos, o reconhecimento da falta de justa causa para a ação penal se deu
com fulcro na atipicidade da conduta imputada, qual seja, corrupção ativa.
Ressalto que reconhecer a atipicidade da conduta não corresponde a dizer que o fato
em si não existiu. O fato apenas foi considerado atípico para processamento da ação
penal.
IV. DO CABIMENTO
11. Não bastasse isso, imperioso se evidenciar que, após a decisão que
recebeu a inicial (Ref. n. 156) — a qual foi combatida, tempestivamente, pelo AGI de
n. 1001338-19.2017.8.11.0000 —, é que foi impetrado o Habeas Corpus n. 1033427-
05.2020.4.01.0000 e, consequentemente, exarado o v. acórdão apresentado na
origem, fatos que, por si só, evidenciam circunstância nova à realidade dos autos, nos
termos do artigo 493 do CPC3.
12. Com efeito, por ser fato extintivo da ação e estando os autos em fase
instrutória, requereu-se a (i) reconsideração do recebimento da inicial; e (ii) caso assim
não entendesse o I. Juízo de origem, a extinção, de forma antecipada, da ACP com
julgamento de mérito, mormente porque inexiste ato ilícito imputável ao ora
Agravante.
2
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
II - mérito do processo;
3
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento
do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
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ação, qual seja, a existência de fato prejudicial ao direito alegado pelo autor, ora
Agravado.
14. Cuida-se, na origem, de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público
do Estado do Mato Grosso com o fito de se responsabilizar o Agravante, juntamente
com outros indivíduos, por um suposto ato de improbidade administrativa afeto à
compra e venda de vaga de Conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Mato
Grosso (TCE/MT).
17. Convém registrar que é fato incontroverso, assentido pela própria decisão
agravada, de que há identidade de fatos e de acervo probatório entre a ação de
improbidade e a ação penal n. 1006529-53.2019.4.01.3600 (que, rememore-se, deu
ensejo ao Habeas Corpus n. 1033427-05.2020.4.01.0000). Para fins ilustrativos da
alegada situação:
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18. Logo, e para melhor atender ao requisito disposto no artigo 932, III, do
CPC, os únicos assuntos da decisão agravada que remanescem a este C. TJMT são as
afirmações de que:
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“Naquele inquérito, era investigado um esquema criminoso que envolveria negociações
para a “compra” de vaga no Tribunal de Contas do estado (TCE-MT). Aqui, o ora paciente
foi denunciado pela suposta prática, enquanto era Governador do Estado de Mato
Grosso, do crime previsto no art. 333 (corrupção ativa) – na forma dos arts. 69 e 327 do
Código Penal –, que teria consistido em negociar cargos de conselheiros no Tribunal de
Contas daquele Estado.
(...)
Não se trata, pois, de fato novo, de notícia de outras provas, mas, sim, dos mesmos fatos
já levados à apreciação do STF, com pedido de arquivamento acolhido, o que por si já
seria suficiente para impedir a propositura da ação penal em causa.
Mas, se isso não fosse suficiente, o exame da justa causa para a ação penal, pela ótica da
atipicidade de conduta alegada pela defesa, também leva à mesma conclusão.
Inexiste demonstração mínima de elo entre o ato de ofício a ser praticado pelo
funcionário público e a atuação concreta do réu, ora paciente, para se alcançar tal
desiderato.
Tanto mais quando não se pode sequer precisar em que momento teria ocorrido a oferta
ou a promessa de vantagem, caracterizadora da corrupção ativa (art. 333, CP), que, como
se sabe, por ser crime formal e instantâneo, se consuma exatamente no momento da
oferta ou da promessa de vantagem indevida ao funcionário público. Ausente o liame
entre as condutas do corruptor e do corrompido, ou a demonstração do oferecimento
ou promessa da vantagem a funcionário público, e o ato de ofício que devia praticar,
omitir ou retardar, evidenciada está a atipicidade penal.
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existência do ato de ofício concreto, praticado com infringência de dever funcional,
razão pela qual não se pode presumir, com base nos elementos constantes dos autos,
o nexo existente entre a conduta imputada e a efetiva atuação do inculpado na prática
delitiva narrada na denúncia”. Assim, considerando a condição de ultima ratio da
seara punitiva penal e a ideia de segurança jurídica, impõe-se que o decisum proferido
na esfera mais gravosa seja irradiado a esta seara menos gravosa.
4
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro - 42. ed. / atual. até a Emenda Constitucional 90, de 15.9.2015. - São
Paulo: Malheiros, 2016, p. 616. No mesmo sentido, mister mencionar-se a decisão proferida nos autos do REsp 409.890/RS, Rel.
Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 04/06/2002, DJ 19/12/2002, p. 482.
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Nesta hipótese, não havendo o recorrente incidido da prática de qualquer infração penal,
forçoso que se reconheça a não incidência do mesmo na transgressão disciplinar prevista
no art. 31, XLVIII, da Lei n. 6.425/72, vez que esta requer, para sua materialização, a efetiva
prática de uma infração penal.
4. Inocentado do ilícito penal que lhe foi imputado, não há que se falar na existência da
chamada "falta residual" a que se refere a Súmula 18 - STF. Não havendo - como não há
- falta residual, a absolvição na esfera criminal repercute na órbita administrativa,
conforme inteligência a contrario sensu da Súmula 18 do STF.
5. Recurso conhecido e provido.
(RMS 14.405/PE, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA
CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, julgado em 18/06/2013, DJe 01/07/2013)
28. Veja-se que, para a esfera criminal, não existe justa causa, em razão da
ausência de prova de autoria do Agravante e do ato de promover suposta compra e
venda de cargos no TCE/MT. Corolário lógico, se a ação de improbidade se ancora
nos mesmos fatos que a referida ação penal, sejam os fatos classificados como crime,
ilícito civil, administrativo ou disciplinar, é certo que ficou decidido que o Agravante
não teve com eles qualquer envolvimento, faltando, assim, justa causa para a ação de
improbidade.
29. Como se vê, o acordão ora juntado não trancou a ação penal, por inépcia
da denúncia (coisa julgada formal), mas por falta de justa causa por ausência de
ilicitude, o que faz coisa julgada material, repercutindo em todas as demais esferas e
não podendo mais o fato ser rediscutido.
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30. Sobre a coisa julgada material afirma Romeu Pires de Campos Barros:
"chega um momento em que (esse) litígio é resolvido definitivamente, sem possibilidade
de ser novamente proposto à consideração de qualquer juiz e a decisão se torna
imutável. Desde então deve dizer-se que a coisa está julgada (res iudicata est)5."
32. Assim, a decisão que concede habeas corpus para trancar a ação penal,
como no caso em questão, pode perfeitamente impedir o processamento de uma
ação de improbidade, notadamente se lastreado nos mesmos fatos.
34. Indo mais além, o E. STF defende uma mitigação da independência entre
as esferas penal e administrativa que tenham processos com identidade de sujeitos,
de objeto/fatos e com efeitos jurídicos de sanções (natureza punitiva ou
sancionadora). Veja-se trecho do voto condutor do Exmo. Ministro Gilmar Mendes:
5
BARROS. Romeu Pires de Campos. Direito Processual Penal Brasileiro. V.1- 1ª ed. São Paulo: Sugestões literárias, 1969. p. 225
6
https://www.conjur.com.br/2018-jan-09/decisao-penal-usada-absolvicao-administrativa, acessado em 27.04.2021.
7
RCL 41557 / SP, Rel. Min. Gilmar Mendes. DJE 10/03/2021
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pode e deve ser revista pelo subsistema do direito penal – este é ponto da independência
mitigada.
(...)
37. Ademais, cumpre destacar que no precedente Julgado pelo STF, o juízo da
ação de improbidade administrativa afastou o decidido no âmbito criminal, porque o
trancamento da ação penal teria se dado, supostamente, por insuficiência probatória,
o que não configuraria a hipótese prevista na jurisprudência e no artigo 935 do
Código Civil – de que apenas a decisão que nega a existência do fato ou a própria
autoria do delito teria caráter vinculante –. Contudo, mostrou-se no decorrer daqueles
autos que as implicações da decisão criminal haviam sido muito mais profundas.
8
https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/04/20/gilmar-suspende-tres-acoes-de-improbidade-contra-lira.ghtml, acessado
em 22.04.2021.
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/gilmar-suspende-acoes-de-improbidade-contra-lira-no-ambito-da-lava-
jato/ , acessado em 22.04.2021.
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38. É dizer, o E. STF lidera uma evolução do entendimento, para além da
conclusão jurisprudencial tradicional, de que a repercussão do título penal apenas se
daria quando negada a autoria e a materialidade do fato, excluindo-se, de forma
repreensível, a absolvição por falta de provas e por ausência de justa causa, sem
qualquer digressão sobre o assunto.
40. Segundo as exatas palavras do voto do Exmo. Relator naquele writ, 3 (três)
são os pontos nodais para o trancamento da ação penal manejada contra Blairo
Maggi: (i) “anterior arquivamento determinado pelo STF de inquérito instaurado para
apuração dos mesmos fatos; (ii) inexistência de novos elementos de prova para a reabrir
a investigação; e (iii) ausência de justa causa na imputação do crime de corrupção ativa,
ante a inexistência de ato de ofício, de nexo causal entre o paciente e as condutas
supostamente delitivas e de elementos de convicção que comprovem sua participação.”
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44. A propósito, assim como os Tribunais pátrios e o Superior Tribunal de
9
Justiça não admitem que declarações de colaboradores, desacompanhadas de
outros elementos de prova, configurem justa causa para a ação penal, também não
as admitem para a ação de improbidade administrativa.
9
TJPR. AgRg no AI 0044199-91.2020.8.16.0000. Rel. Des. Nilson Mizuta. Quinta Câmara Cível Dje 01.02.2021; SJT .AgRg no RHC
124867/PR, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 04.09.2020.
10
“A fim de poder julgar as demandas de violações aos direitos processuais a ele direcionadas, o TEDH firma um conceito unitário
em matéria punitiva dos Estados, a fim de concretizar o conteúdo do que compreendia como matéria penal e poder, assim,
decidir sobre as demandas que recebia. O Tribunal estabelece um conceito de direito penal em sentido amplo (...) o direito
administrativo sancionador deve ser entendido como um autêntico subsistema penal .”(OLIVEIRA, Ana Carolina. Direito de
Intervenção e Direito Administrativo Sancionador. 2012. p. 190)
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absolva o Réu por falta de provas, a sua fundamentação não pode ser ignorada pelo
campo da sanção administrativa.
VI.2. DOS NOVOS ELEMENTOS QUE , AO FIM, RESTARAM IGNORADOS PELA DECISÃO
COMBATIDA
50. Ainda, cumpre rememorar que a decisão que recebe a inicial da ação por
ato de improbidade administrativa exige somente uma análise de prelibação dos fatos
(artigo 17, §8º da Lei 8.429/92.). Dessa forma, tem-se que, se não houver indícios
mínimos de autoria e materialidade aptos a demonstrar a possibilidade de
procedência da pretensão, há de se rejeitar, em seu nascedouro, a ação de
improbidade administrativa11.
54. Note-se que o pleito de “reconsideração da ação que recebeu a inicial” foi
um pedido expresso do Agravante, justamente com o fito de promover uma análise
global dos elementos indiciários com o precedente criminal.
11
REsp 1894881/PR, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/03/2021, DJe 08/04/2021.
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circunstância que teria sido evidenciada pela escorreita análise do julgado exarado na
esfera criminal.
VII. DA CONCLUSÃO
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