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O romantismo está fadado ao fracasso?

Hoje pela manhã quando abri o meu facebook vi um post com um texto assim:
“Fique solteira até conhecer um cara assim”. E o texto discorria: fique solteira até
encontrar um cara assim e assado, numa longa lista de afazeres e compromissos,
que foram me dando um nó na garganta. E fiquei com a pergunta: Por que a gente
idealiza tanto um parceiro? E principalmente por que a gente associa o parceiro
ideal ao que ele faz e não ao que nos conecta?

Como toda a minha base de estudos é falar da Comunicação Não-Violenta, não


consigo desassociar aqui. E com ela aprendi que estamos todos o tempo inteiro em
busca de suprir nossas necessidades, aquilo que mais valorizamos. E o que nos
conecta uns aos outros são as necessidades que compartilhamos.

Olhando por esse prisma então, me questiono de outra forma: por que não
buscamos em nossas relações aquilo que valorizamos?

Uma das minhas premissas numa relação é o respeito, sem ele para mim não há
possibilidade de continuar uma relação. Se é isso que eu busco, vou de encontro a
outras pessoas que compartilham dessa mesma valorização buscando entender o
que é respeito para cada um e chegando em acordos comuns com isso.

Será que assim conseguimos criar vínculos que fortaleçam nossas relações? Será
que buscar aquilo que nos conecta e valorizamos não torna a relação mais
significativa ao invés de buscar um cara que me manda flores, que liga, que faz isso
ou aquilo para suprir uma necessidade que talvez seja só minha?

Estamos inseridos em uma cultura que cultua o romance que, ao meu ver não se
sustenta. Porque pra mim nesse romance estamos esperando por atitudes e
moldamos o outro num ser que faz isso ou aquilo e não no que ele é de fato. Será
que reconhecemos as demonstrações de afetos e carinho que não aquelas velhas e
boas conhecidas?

Passei muito tempo da minha vida esperando o romance que acontece nas novelas,
no cinema, nos seriados, mas será que não estamos cultuando uma imagem que
deslegitima o outro de ser o que ele é?

Entro aqui nas história das expectativas. Será que não estamos esperando que o tal
parceiro ideal seja algo que eu desejo, criando assim uma imagem que é falha e
passível de não se comprimir com aquilo que esperamos do outro?

Minha investigação aqui é: será que ao invés de querer uma pessoa que faz isso ou
aquilo, eu buscar uma relação, independente de quem seja, que valoriza as mesmas
coisas que eu, não será mais significativa?

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