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Criado no Brasil.
O Delegado
Betânia Vicente
Agradecimentos
Betânia Vicente
Capítulo 1
Eu nunca me imaginei exercendo outra profissão
que não fosse essa que me encontrava executando neste
momento. Ser um delegado não era fácil, ainda mais no
país em que vivemos. A corrupção neste setor era grande,
não que eu fosse um santo porque eu, com certeza não era,
mas entrar nessa onda era algo que eu nunca iria fazer.
Para mim seria como se quebrar um voto que eu fiz
quando me formei policial. Fora que eu não jogaria fora
os anos de treinamento, depois estudando cada vez mais
para por fim passar no concurso. Foi uma luta muito
difícil, batalhei para conseguir chegar aonde me encontro
hoje.
Eu estava na delegacia, sentado, ouvindo o que o
bandido estava dizendo e sempre era mesma coisa: “eu
sou inocente.”, “não mereço estar aqui”.
Bom, dei graças a Deus que consegui liberar ele
direto para cela quando eu comecei a ouvir uma discussão
bem alta. Como eu sou curioso, levantei para ver o que
estava acontecendo e quando eu saí da minha sala, eu dei
de cara com uma bela mulher, que estava indo em direção
à sala do meu amigo investigador, Davi.
Ela parecia ser diferente de todas as mulheres que
eu conheci. Linda, não, mais do que isso, maravilhosa.
Observar seu andar com aqueles sapatos de salto agulha
me deixou com um tesão louco, nunca passei por esse tipo
de situação, a única coisa que vinha na minha cabeça eram
imagens de nós dois na cama e eu mandando ver nela.
Deveria ficar envergonhado com os pensamentos
que eu estava tendo com ela, mas não, me deixou com
mais vontade de catar aquela mulher e levar até a minha
sala, encostar ela sobre e minha mesa e descobrir o
paraíso nos seus braços.
Em vez de voltar para minha sala, fui direto para
a sala do Davi e ouvi a mulher linda dizendo:
— Puta que pariu, Davi, para de querer me
controlar.
— Não vem não, Antonella, você sabe muito bem
que eu tenho que cuidar de você. – respondeu Davi que
estava a ponto de gritar, pela expressão em seu rosto.
— Davi, eu sou de maior e vacinada, e não quero
ninguém no meu pé querendo me controlar. – ela
respondeu, alterada.
Eita, essa mulher era bem nervosa, e eu adorei
isso nela. Ela parecia ser espontânea, estava gritando a
quatro ventos com meu amigo sem perceber que estava
dentro de uma delegacia.
Fiquei ali ouvindo tudo e observando como
aquela tigresa batia de frente com o Davi, pela expressão
dele, ele estava a ponto de voar no pescoço da mulher e
isso eu não poderia permitir. Davi não faria nenhum mal
algum a ela.
— Antonella, não vem que eu não vou deixar você
ir naquele lugar! – respondeu Davi.
Que lugar era aquele que a tigresa estava
querendo ir, outra coisa, será que ele estava namorando e
não me falou nada?
— Davi, vou falar pela última vez, eu sou maior
de idade. – ela respondeu irritada.
E eu reparei que ela era ainda mais linda de perto
que de longe. Vi alguns homens olhando para ela com ar
de riso. Reparei que eles deveriam conhecê-la, ou então
estavam mesmo com pena do Davi. O que quer que ele
tenha aprontado, estava ouvindo poucas e boas. Outra
coisa que eu fiquei reparando foi que ela era uma bela
mulher e ninguém estava olhando para ela como eu estava
olhando.
Se bem que era bom mesmo não olharem, porque
ela era minha. Esse sentimento de posse deveria estar me
deixando com medo ou no mínimo preocupado, mas não
foi isso que senti. Eu me senti com vontade de ir até ela,
pegá-la nos meus braços e atacar aquela boca atrevida.
— Antonella, o que você foi fazer naquele lugar?
– Davi perguntou, e eu fiquei ali, curioso, querendo saber
em que lugar ela estava.
— Eu estava me divertindo, como qualquer
mulher normal estaria fazendo, caso certo ogro filho da
puta, não, eu não posso xingar a nossa mãe. – ela falou
irritada.
Então quer dizer que eles dois eram irmãos, por
que eu não notei antes? Eles eram até parecidos, se bem
que a minha tigresa era maravilhosa. Era melhor eu acabar
com a discussão antes que as coisas ficassem piores.
— Atrapalho? – eu perguntei, vendo o Davi se
levantar todo nervoso e a minha tigresa virou o rosto para
olhar quem estava interrompendo seu papo.
— Me desculpa, Diogo. – respondeu meu amigo.
— Não tem problema, está tudo ok por aqui? – eu
perguntei curioso, falando para o Davi sem olhar para ele,
porque meu olhar estava todo naquela maravilha de Deus.
— Me desculpe por estar gritando aqui na
delegacia, senhor. – ela me disse e só o som dessa voz me
deixou com mais vontade de pegá-la e fazer com ela todos
os pensamentos que eu estava tendo, mas é claro que eu
não podia nem estar pensando essas coisas, quanto mais
realizar.
— Prazer, Diogo Venturini Nogueira. – eu me
apresentei para minha tigresa. Reparei que ela ficou
corada.
— Prazer, Antonella Hauffenn. Sou irmã do idiota
ali do lado. – ela me respondeu brincando e ouvi um
gemido de desgosto.
— Antonella, o Diogo é o delegado. – falou Davi,
olhando para nós dois.
— Me desculpa, doutor. Posso te chamar assim,
ou de outra forma? – ela me perguntou olhando para mim.
A minha vontade foi de responder assim: pode me
chamar de cachorrão, safadão, do que quiser, gostosa.
— Doutor Diogo. – ela me chamou, tirando-me
dos meus pensamentos impuros.
— Me desculpe, pode me chamar de Diogo
mesmo. – eu respondi.
— Pode me chamar de Antonella. Bom, me
desculpa eu ter que sair, mas eu tenho que voltar para o
local onde estava.
— Me desculpa, que lugar seria esse? – eu
perguntei curioso, e ela abriu um belo sorriso e me disse:
— Ah, eu estava num clube de strip-tease. – ela
respondeu me dando uma piscada de olho e me deixando
perplexo com a ousadia dela.
Eu não sabia se dava risada pela forma como ela
disse isso ou se eu dava umas palmadas nela por estar
frequentando lugares desse tipo.
Ela foi embora rebolando, e eu fiquei duro só de
ver esse balanço, não era vulgar, era sensual.
— Essa minha irmã me deixa doido. – confessou
Davi para mim, e eu, olhando para ele respondi sorrindo:
— A mim também.
— Diogo, pode esquecer minha irmã, ela não faz
o seu tipo. – comentou Davi.
— Ah, Davi, ela faz meu tipo, e você não faz
ideia de como ela faz. – eu respondi olhando para ele e
sentindo o perfume dela ainda no ar, esse cheiro era
maravilhoso.
Imagine então no corpo dessa mulher. Logo, logo
eu vou sentir, ou eu não me chamo Diogo Venturini
Nogueira, mais conhecido como o delegado. Essa mulher
seria minha, ela podia ainda não saber, mas ela foi feita só
para mim, sob medida.
Capítulo 2
Antonella
Horas Depois...