CONSTRUÇÃO
MECÂNICA
Ronei Stein
Conformação plástica
(laminação, extrusão,
trefilação, estampagem,
corte e forjamento)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Os processos de laminação, extrusão, trefilação, estampagem, corte e
forjamento envolvem conformação plástica e são amplamente utilizados
para a fabricação dos mais variados produtos. Entre esses produtos, você
pode considerar ferramentas, peças de automóveis, componentes de
eletrodomésticos, computadores e utensílios para o lar.
Às vezes também pode ser necessário submeter o componente a
algum tipo de processamento, com o objetivo de obter as propriedades
exigidas para os materiais. Além disso, ocasionalmente a adequação de
um material a uma aplicação é ditada por considerações econômicas,
relacionadas às operações de fabricação e de processamento.
Neste capítulo, você vai estudar os processos de fabricação que envol-
vem a deformação plástica. Entre esses processos, destaca-se a laminação
a quente e a frio. Além disso, você vai conhecer as técnicas de extrusão,
trefilação, estampagem, corte e forjamento.
2 Conformação plástica (laminação, extrusão, trefilação, estampagem, corte e forjamento)
A escolha das técnicas de fabricação dos metais depende de vários fatores. Por exem-
plo: as propriedades do metal, o tamanho e a forma da peça acabada e o custo de
produção (ROCHA, 2012).
Processos de conformação
https://goo.gl/GcpFrj
6 Conformação plástica (laminação, extrusão, trefilação, estampagem, corte e forjamento)
Passo n° 4 Passo n° 5
Figura 4. Sequência
de operações de
laminação a quente
para a transformação
de um lingote em
uma placa, em um
Conformação plástica (laminação, extrusão, trefilação, estampagem, corte e forjamento)
trem de laminadores
reversível tipo duo.
Fonte: Smith e Hashemi
(2012, p. 152).
Conformação plástica (laminação, extrusão, trefilação, estampagem, corte e forjamento) 9
alta produtividade;
controle dimensional do produto acabado (que pode ser bastante preciso);
uso como processo primário (matéria-prima para outros processos);
ampla utilização;
alta resistência;
tenacidade.
Forjamento
É um processo primário para trabalhar materiais metálicos. Nele, o metal é
martelado ou pressionado entre matrizes. Ou seja, consiste no trabalho mecâ-
nico ou na deformação de uma única peça de metal, normalmente quente. A
maior parte das operações de forjamento é realizada com o material quente,
embora em alguns casos o metal possa também ser forjado a frio.
As forjas são classificadas como de matriz fechada ou de matriz aberta.
Na forja de matriz fechada, uma força atua sobre duas ou mais partes de uma
matriz que possui a forma acabada, de tal modo que o metal é deformado
dentro da cavidade formada entre essas partes da matriz. Já no caso de uma
matriz aberta, são empregadas duas matrizes com formas geométricas simples,
normalmente junto a grandes peças de trabalho. Chaves e ferramentas, além dos
virabrequins dos motores e das barras de conexão dos pistões automotivos, são
itens conformados com essa técnica (CALLISTER JR.; RETHWISCH, 2014).
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Figura 6. Diferentes
(2012, p. 265).
Conformação plástica (laminação, extrusão, trefilação, estampagem, corte e forjamento) 13
Trefilação
É a redução da seção transversal de uma barra, fio ou tubo realizada “puxando-se”
a peça através de uma ferramenta (fieira ou trefila) com forma de canal convergente.
Ou seja, é um processo importante de conformação de metais. O fio-máquina ou
arame inicial é puxado por meio de uma ou várias matrizes cônicas. A Figura 7
apresenta uma ilustração de como ocorre o processo de trefilação em metais.
Entrada
Rolamento
Parte de trás
Frente
Fio-máquina
ou arame
Pastilha de
carboneto Redução
para fieira de área
Envoltório, carcaça
de aço
Extrusão
Estampagem
Embutimento (ou repouso): processo de fabricação pelo qual uma chapa metálica
adquire forma volumétrica, oca, previamente definida. As ferramentas que executam
esse trabalho têm as mesmas características dos estampos de corte e dobra. São
formadas basicamente por um punção e uma matriz. Por meio dessa técnica, são
feitos utensílios domésticos de uso diário, como bacias, canecas e panelas de alumínio.
ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e engenharia dos materiais. 3. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2014.
CALLISTER JR., W. D.; RETHWISCH, D. G. Fundamentos da ciência e engenharia de ma-
teriais: uma abordagem integrada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
ROCHA, O. F. L. Conformação mecânica. Belém: Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Pará; Santa Maria: UFSM, 2012.
SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de engenharia e ciência dos materiais. Porto
Alegre: AMGH, 2012.
Leituras recomendadas
NUNES, L. P. Materiais: aplicações de engenharia, seleção e integridade. Rio de Janeiro:
Interciência, 2012.
SCHAEFFER, L. Conformação de chapas metálicas. Porto Alegre: Imprensa Livre, 2004.
VAN VLACK, L. H. Princípios de ciências dos materiais. 12. ed. São Paulo: Blucher, 1998.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.