PODER MILITAR – BLOCO 4
WILLIAN S LIND – COMPREENDENDO A GUERRA
DE QUARA GERAÇÃO
A GUERRA MODERNA
- As quatro gerações começaram com a paz de
Westphalia em 1648, o tratado que findou a Guerra
dos Trinta anos; e
- Atualmente entidades acham difícil imaginar
combater uma guerra contra forças armadas que não
sejam similares.
GERAÇÃO DAS GUERRAS
- PRIMEIRA GERAÇÃO
- A primeira geração da Guerra Moderna é a de linha
e coluna; e
- Sua relevância se dá na criação da cultura militar de
ordem, pois tudo era ordenado no campo de batalha.
- SEGUNDA GERAÇÃO
- Desenvolvida pelo exército francês, durante a I WW,
procurando uma solução no fogo concentrado, sendo
a maior parte de tiros de artilharia indireto;
- O objetivo era o atrito. “A artilharia conquista – a
infantaria ocupa”. O poder de fogo era totalmente
sincronizado;
- A obediência era mais importante que a iniciativa. A
disciplina era descendente e imposta; e
- Essa geração é importante, por ser a doutrina
americana de atuar na guerra, visto Afeganistão e
Iraque. Para os americanos a guerra significa “por aço
no alvo”.
- TERCEIRA GERAÇÃO
- Também produto da I WW. Blitzkrieg do exército
alemão;
- Baseada não no poder de fogo e atrito, mas na
velocidade, surpresa e deslocamento mental e físico;
- Taticamente, procura adentrar nas áreas de
retaguarda, causando colapso da retaguarda para
frente; e
- Não é uma guerra linear.
- QUARTA GERAÇÃO
- Descentralização e iniciativa são características
passadas da terceira para quarta geração;
- Mudança mais radical dede Westphalia;
- O Estado perde o monopólio sobre a guerra. Militares
encontram-se combatendo oponentes não estatais
como al-Qaeda e as FARC;
- Volta ao mundo de culturas. Islã contra cristianismo;
- A invasão imigrante pode ser tão perigosa quanto a
invasão do exército inimigo;
- Lind diz que durante dois anos tem se encontrado
com um grupo de militares Norte americanos e 1
estrangeiro e eles tratam sobre o assunto tirando as
seguintes conclusões.
PONTOS A PONDERAR
- Para combater tais batalhas, são necessárias
infantaria leve para que possa se mover para mais
longe e mais rapidamente, por terra, do que o inimigo;
- Deve ter um repertório tático completo e que possa
lutar com as próprias armas;
- Estima-se que o corpo de fuzileiros navais marche
de 10 a 15 quilômetros por dia e a infantaria leve
alemã, durante segunda guerra, marchava 40
quilômetros;
- O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA diz que a
inteligência cultural é de grande importância;
- Uma chave para o sucesso é integrar a tropa à
sociedade local, porém a doutrina dos EUA é contra a
integração e isso prejudica bastante;
- Na guerra de 4ª somos o partido mais fraco, mesmo
com toda tecnologia e poder de fogo;
- O Afeganistão e Iraque não foram vencidos por terem
destruído o estado, tendo criado um feliz campo de
caça;
- Os exércitos não devem ser humilhados. Devem ser
mantidos institucionalmente intactos para que,
posteriormente, possamos tomar proveito.
ENTENDENDO A GUERRA DE QUARTA
GERAÇÃO
- O militar dos EUA não entende essa guerra;
- Um comandante de Divisão do Corpo de Fuzileiros
Navais disse que havia estudado muita teoria sobre as
guerras e que por isso nunca foi pego desprevenido.
Complementou sobre a Guerra de 4ª Geração: “No fim
das contas, um entendimento real da história indica
que não enfrentamos nada de novo no mundo.
Àqueles intelectuais da ‘guerra de Quarta Geração’,
que hoje andam por aí dizendo que a natureza
fundamental da guerra mudou, que as táticas são
novas etc., devo responder com todo respeito, que ‘na
verdade nada mudou’.”
- Acredita-se que de fato ele estava correto, pois as
guerras funcionavam assim, antes dos adventos dos
Estados. São chamadas de táticas de rotina de
guerrilha.
MD51-M-04 – CAPÍTULO III – CONFLITOS
GENERALIDADES
- As relações interpessoais, intergrupais e
internacionais são orientadas para a satisfação de
necessidades e para a conquista de objetivos;
- Quando prepondera a convergência, a cooperação
entre os atores se faz naturalmente, ao passo que, em
caso de divergência, instala-se o conflito.
ESPECTRO DOS CONFLITOS
- A ocorrência de conflitos, sua natureza e magnitude
no ambiente externo ou interno de uma nação
caracterizam os estados de paz, de crise, de guerra
ou de conflito armado;
ESTADO DE PAZ
- A situação de paz implica ausência de lutas, violência
ou graves perturbações no âmbito de um Estado ou
de suas relações internacionais.
ESTADO DE CRISE
- Caracteriza-se por um estado de grandes tensões,
com elevada probabilidade de agravamento
(escalada) e risco de guerra, não permitindo que se
anteveja com clareza o curso de sua evolução.
- A crise é um conflito posicionado entre a paz e a
guerra;
- Pode ser classificada como interna ou externa. A
crise interna pode assumir um caráter político,
econômico, social, militar, científico - tecnológico ou
múltiplo. Uma crise externa é uma crise internacional,
podendo ter ou não cunho político-estratégico;
- A participação das FA se dá sempre como respaldo
à ação política (interna ou externa) do governo.
ESTADO DE GUERRA OU DE CONFLITO ARMADO
- A guerra é o conflito no seu grau máximo de
violência. Pode implicar a mobilização de todo o Poder
Nacional, com predominância da expressão militar;
- O conflito armado é amplamente entendido como um
recurso utilizado por grupos politicamente
organizados que empregam a violência armada;
- As expressões guerra e conflito armado se
diferenciam apenas na perspectiva jurídica, pois as
guerras, de acordo com o direito internacional, são
condicionadas por certos requisitos;
- O termo “conflito armado” pode dar a conotação de
limitação de engajamento do Poder Nacional e de
objetivos.
FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
- A solução pode ser alcançada mediante utilização
isolada ou simultânea de distintas formas de atuação,
por meio de parte ou de todas as expressões do Poder
Nacional. As formas são: negociação, compulsão e
a violência declarada;
NEGOCIAÇÃO
- Forma não-violente de negociação, com vistas a
solução do problema e busca de rumos convergentes
para convivência futura. Emprega meios
diplomáticos, jurídicos e políticos;
- Um dos instrumentos de negociação é a arbitragem.
As partes litigantes aceitam a figura de um arbitro,
comprometendo-se a aceitar as decisões, qualquer
que sejam as bases;
- A negociação pode ser direta ou por intermediação
de terceiros. Em ambos os casos, as partes podem
aceitar dialogar, não somente sobre o fim do conflito,
como também sobre o novo status pós-conflito.
COMPULSÃO
- Forma de solução de conflito em que uma das partes
litigantes é compelida, por intimidação ou atrição, a
aceitar a decisão tomada pela outra parte. Pode
também ser utilizada por terceiros.
VIOLÊNCIA DECLARADA
- Uma das partes litigantes é submetida pela outra, por
sujeição ou destruição, mediante o emprego violento
de meios de toda ordem.
GUERRA OU CONFLITO ARMADO
- O preparo do país para guerra exige transformações
estruturais; e
- A condução da guerra requer também a participação
plena de todos os setores da nação num esforço
sinérgico contra o poder inimigo em todas as suas
expressões.
- FORMAS DE GUERRA - QUANTO AO GRAU DE ENGAJAMENTO DO
PODER NACIONAL
- Não há unanimidade quanto à classificação das
guerras. a) GUERRA TOTAL
- Conflito armado no qual os beligerantes
empregam todo o seu poder nacional.
QUANTO AO TIPO DE FORÇAS EPREGADAS
b) GUERRA LIMITADA
- GUERRA REGULAR
- Conflito armado entre Estados ou coligação,
- Conflito armado entre Estados ou coligação de
sem amplitude da guerra total, caracterizado pela
Estados.
restrição implícita ou consentida dos beligerantes, tais
GUERRA CONVENCIONAL como espaço geográfico restrito ou limitação do poder
- Conflito armado realizado dentro dos padrões nacional empregado.
clássicos e com o emprego de armas convencionais,
podendo ser total ou limitada.
- QUANTO AO PODER RELATIVO DOS
GUERRA NUCLEAR CONTENEDORES
- Conflito armado caracterizado pelo emprego a) GUERRA SIMÉTRICA
de armas nucleares.
- Contrapõe dois poderes militares que
guardam entre si semelhanças de capacidades e
- GUERRA IRREGULAR possibilidades.

- Conflito armado executado por forças não-regulares b) GUERRA ASSIMÉTRICA

ou por regulares empregadas fora dos padrões
normais da guerra regular, contra um governo
estabelecido ou um poder de ocupação.
a) GUERRA INSURRECIONAL
- Conflito armado interno, sem apoio de uma
ideologia, auxiliado ou não do exterior, em que parte
da população empenha-se contra o governo para
depô-lo ou obrigá-lo a aceitar as condições que lhe
forem impostas.
b) GUERRA REVOLUCIONÁRIA
- Conflito armado interno, geralmente inspirado
em uma ideologia e auxiliado ou não do exterior, que
visa à conquista do poder pelo controle progressivo da
nação.
c) GUERRA DE RESISTÊNCIA
- Conflito armado em que nacionais de um país
ocupado por outro país ou coligação de países, total
ou parcialmente, lutam contra o poder de ocupação
para restabelecer a soberania e a independência
preexistentes.
- QUANTO À AMPLITUDE
a) GUERRA MUNDIAL
- Envolve a totalidade de países cujo Poder
Nacional seja significativo em escala internacional.
b) GUERRA REGIONAL
- Envolve um conjunto de nações
geopoliticamente agrupadas, sem generalizar-se por
outras áreas.
- Lutam dois poderes com marcantes
diferenças de capacidades e possibilidades militares.
- QUANTO A NACIONALIDADE DOS
CONTENDORES
a) GUERRA EXTERNA
- Conflito armado, total ou limitado, entre
Estados ou coligações de Estados.
b) GUERRA INTERNA
- Conflito armado no interior do país, regular ou
não, visando atender tanto a interesses de um grupo
ou do povo quanto a objetivos políticos de um Estado
ou coligação. A Guerra Civil exemplifica isso.
WRIGHT – A GUERRA
INRTODUÇÃO
- A guerra pode ter, para povos diferente, significações
distintas.
1 – A GUERRA COMO PROBLEMA
- O desenvolvimento da opinião de que a guerra é um
problema pode ser atribuído a quatro tipos de
mudanças:
a) A redução nas distâncias do mundo;
b) A aceleração da História;
c) O Progresso nas invenções bélicas; e
d) O advento da democracia.
A REDUÇÃO NAS DISTÂNCIAS DO MUNDO
- A tecnologia diminuiu o tempo de viagens;
- Os povos ficaram com a economia, a cultura e a
política interdependentes. Acessaram mais
conhecimento e ficaram mais afetados pelas guerras
em geral; e
- Hoje em dia, qualquer guerra interfere no ritmo de
vida de quase todos.
A ACELERAÇÃO DA HISTÓRIA
- O avanço tecnológico permitiu a aceleração do ritmo
das mudanças sociais; e
- E essas mudanças podem ocorrer várias vezes em
uma mesma geração. Porém ocorrem de formas
diferentes dependendo da região, da classe e dos
grupos, gerando maiores tensões e mais guerras e
conflitos.
O PROGRESSO DAS INVENÇÕES BÉLICAS
- As inovações bélicas, dos exércitos e da eficiente
propaganda nacional fizeram com que o comércio, a
indústria e a população de diversos países se
tornassem mais vulneráveis a ataques, dando à
guerra um caráter totalitário.
O ADVENTO DA DEMOCRACIA
- Com o advento das democracias e a melhoria da
instrução e do nível de vida da população, propiciaram
o surgimento de uma consciência nacional que influi
diretamente na opinião pública. Assim, a opinião
pública favorável é imprescindível para a política
externa bem sucedida;
- A democracia tem estimulado a vontade do povo de
eliminar a guerra, porém, ainda não se sabe como
fazer isso.
2 – AS DEFINIÇÕES DE GUERRA
- No sentido mais amplo, guerra é um contato violento
de entidades distintas, mas semelhantes,
- Guerra é “a condição dos que se enfrentam por meio
da força” (GROTIUS);
- Guerra é uma contestação pela força” (CÍCERO);
- Do ponto de vista sociológico, guerra é uma forma
socialmente reconhecida de conflito entre grupos,
envolvendo violência;
- Guerra é “um ato de violência destinado a obrigar os
adversários a satisfazer nossa vontade” / “A guerra
não é senão a continuação das ações políticas com o
acréscimo de outros meios” (CLAUSEWITZ);
- “Como o mau tempo não se define numa ou duas
precipitações atmosféricas, mas sim na tendência
observada em vários dias consecutivos, assim
também a guerra consiste não na luta momentânea,
mas sim na disposição manifesta de lutar de forma
contínua e sem reversão” (HOBBES)
3 – TÉCNICAS
- As técnicas militares têm se desenvolvido em função
da modernização dos instrumentos de defesa e
ataque. Esse equilíbrio tecnológico tem contribuído
para o equilíbrio de poder.
- DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA MILITAR
MODERNA
- Divide-se em 4 período remontando a evolução
tecnológica dos períodos entre conflitos.
a) Adaptação das armas de fogo (1450-1648) -
adaptação às armas de fogo, surgimento de novas
táticas de guerra e surgimento dos exércitos
modernos. Armaduras e lanças são abandonadas.
Organização da infantaria apoiada pela cavalaria leve.
Finaliza com a guerra dos 30 anos. A construção naval
melhorou muito.
b) Profissionalização dos exércitos (1648-1789) -
exércitos profissionais leais aos soberanos. Pesquisas
militares visavam à defensiva e às fortificações. A
burguesia era antimilitarista. Para atacar a classe
média dos inimigos era necessário destruir seus
exércitos e suas fortificações. Como a classe média
não era nacionalista e nem patriota, ela aceitava
qualquer acordo de paz que possibilitasse ficar com
suas propriedades, pouco importando quem seria o rei
do país. A crescente importância do comércio, a
vulnerabilidade da Inglaterra aos bloqueios marítimos
e a não vulnerabilidade aos bloqueios terrestres,
fizeram com que a Inglaterra investisse no poderio
naval e acreditasse que o domínio marítimo seria o
mais importante na guerra.
c) Capitalização da guerra (1789-1914) - período
revolucionário francês e período napoleônico
difundiram a ideia de nação em armas, com exércitos
numerosos e entusiasmados. Guerra totalitária de
Clausewitz. Após as guerras napoleônicas optou-se
por exércitos profissionais, com tempo de serviço
militar prolongado e com oficiais da aristocracia.
Emprego do vapor nos transportes terrestres e
marítimos - utilizados na Guerra Civil Americana. O
armamento naval pesado também foi testado na
Guerra Civil Americana. Aumento dos orçamentos
militares e navais pelas novas tecnologias
(mecanização, armas de longo alcance e precisão)
evidenciaram a necessidade de se ter uma
indústria e economia fortes. A difusão da
industrialização e as invenções navais acabaram com
a Pax Britânica (hegemonia sobre os mares).
Adaptação dos aviões e do dirigível para fins militares.
A guerra desembocou em impasses nas trincheiras
cheias de metralhadoras e nos mares infestados de
submarinos, durante a 1GM.
d) A totalização da guerra (1914-...) - as o deslocamento de reservas para manter a ofensiva
possibilidades do avião e do carro de combate não ou a defesa por muito mais tempo, o aumento de
totalmente exploradas na 1 GM abriram a esperança objetivos que poderiam ser atacados
de que a ofensiva retomaria força e que a mobilidade simultaneamente, a coordenação de operações em
seria restabelecida. Essas possibilidades encorajaram todas as estações do ano em todo o curso da guerra.
as agressões do Japão, da Itália e da Alemanha após
1930 somadas à crise de 1929 e às insatisfações com
as consequências políticas da 1 GM. - O objetivo geral da guerra, já não é o desarmamento
do inimigo, pela destruição ou captura das
fortificações e forças armadas, mas sim esquivar-se
- CARACTERÍSTICAS DA TÉCNICA MILITAR delas e atacar diretamente os centros governamentais
MODERNA e econômicos, assim como o moral adversário.
a) Mecanização – característica relevante que
distingue a guerra moderna de todas as outras formas
PAUL SCHARRE – ESPECTRO DE QUÊ
anteriores. Armas de longo alcance, meios de
transporte acionados por motor, equipamentos de - Ao mesmo tempo que adversários estatais, dos EUA,
pesada proteção significa que a indústria bélica passaram a investir em tecnologia para se contrapor à
ganhou importância fundamental. sua projeção, atores não estatais, não satisfeitos
apenas com o terrorismo e a insurgência como
b) Aumento dos efetivos – além do aumento dos
método de combate, buscam armas mais sofisticadas,
efetivos em termos absolutos, há maior envolvimento
que os permitam impor novos custos e riscos às
da população civil, visto que a retaguarda trabalha em
Forças Armadas ocidentais, bem como frustrar suas
suporte daqueles que estão na linha de frente.
tentativas de conquistar terreno;
c) Militarização da população - o enquadramento de
- Os planejadores da Defesa dos EUA entendem que
toda a população em tempo de paz era necessário
essas sejam questões a serem tratadas como contra
como uma preparação para a guerra, principalmente
insurgência (COIN), bem como na guerra híbrida e, se
no período da Guerra Fria. Esse tipo de recrutamento
inserem também no antiacesso/navegação de área
é diferente do que ocorre nos EUA e Grã Bretanha e
(A2/AD);
na maioria dos países europeus no século XVIII onde
os exércitos são profissionais, são recrutados por - Eles entendem que é preciso ampliar a gama de
tempo prolongado, tem disciplina e normas diferentes operações militares a fim de enquadrar as ações
dos civis. Em virtude do alto profissionalismo, não é irregulares no “extremo inferior” e o conceito A2/AD no
necessário aumentar grandemente seu efetivo em “extremo superior” da gama de operações militares da
tempos de guerra, somente em casos extremos. publicação conjunta 3-0;
d) Nacionalização dos esforços de guerra – é um
controle do governo sobre a economia e a opinião
pública. A guerra moderna exige propaganda e
programas de defesa para sustentação do moral da
população civil, já que não pode esperar ser poupada
dos ataques adversários.
e) Guerra total - capacidade de destruição
grandemente ampliada de todas as armas e a não
distinção entre civis e militares nas operações
militares. Como o moral da população e a indústria
favorecem o poder nacional, os civis e as
indústrias e meios de transporte se tornaram alvos
- Esse espectro de operações novo e revisado deve
militares (princípio da necessidade militar).
Durante o século XIX - entendimento de que a guerra variar não em nível de esforço ou identidade de
deveria ser voltada somente para atividades militares violência, mas sim em escala de sofisticação das
e políticas, porém, ainda há a tendência de guerra capacidades do inimigo; e
total.
d) Intensificação de operações – aumento
significativo na frequência das operações militares e
no seu desdobramento espacial. Antes a guerra
consistia em diversas batalhas e campanhas distintas
separadas por longos períodos de relativa paz. Com a
mecanização, a mobilidade das forças, a mobilização O LÉXICO ATUAL
de toda a população, o aumento dos objetivos - O atual léxico conjunto do Departamento de Defesa
militares mudou esse cenário, tornando possível a dos EUA não abarca esse novo e ampliado espectro
concentração de grandes forças em um mesmo local, de operações de modo significativo e interessante;
- A Operação Enduring Freedon no Afeganistão e a
estabilização do Iraque são, ambas, “operações de
grande escala”;
- As operações de estabilização e o combate de
encontro convencional diferem consideravelmente em
termos de Forças necessárias, adestramento e
equipamentos;
- A força que invadiu o Iraque era extremamente bem
adestrada para derrotar o exército de Saddam, mas
estava menos preparada (inicialmente) para os
desafios da estabilização e da contra insurgência que
se seguiram;
EXTREMOS SUPERIOR E INFERIOR?
- Se refere à classificação das operações militares em
virtude de seu nível de esforço, duração, tipo de
conflito, tipo de adversário e muitas outras variáveis;
- As operações de COIN, de contra terrorismo e de
estabilização podem ser extremamente violentas;
- Caracterizá-las como sendo de “baixa intensidade”
vai contra a lógica;
- O Departamento de Defesa dos EUA caracteriza
essa modalidade de conflito como “guerra irregular”,
conforme abaixo:
- Conflito violento entre atores estatais e não
estatais por legitimidade e influência sobre as
populações relevantes. A guerra irregular favorece
abordagens indiretas e assimétricas, embora possa
empregar a gama completa de capacidades militares
e de outra natureza, a fim de enfraquecer o poder,
influência e vontade de um adversário.
- A guerra irregular e tradicional são, ambas,
modalidades de guerra. A tradicional envolve uma
posição direta às Forças militares de um inimigo em
um combate de encontro. A irregular apoia-se em
influenciar populações para conquista de objetivos
políticos, incluindo estimular a insurgência, aterrorizar
importantes grupos populacionais ou enfraquecer a
vontade política de lutar do inimigo;
- Em algum ponto entre insurgência e guerra
convencional está a “guerra híbrida”, que é uma
combinação de abordagens irregulares e tradicionais.
O termo “guerra híbrida” tem sido debatido em
diversos foros;
- Para fins do espectro revisado, guerra híbrida diz
respeito a operações conduzidas por atores estatais e
não estatais que conjuguem abordagens irregulares e
tradicionais;
Um exemplo seria a posse, por atores não estatais, de
armamentos sofisticados normalmente reservados às
Forças Armadas de Estados-Nações;
- Ao mesmo tempo, as comunicações estratégicas
destinadas a influenciar as populações relevantes
constituem aspectos importantes da guerra híbrida; e
- Derrotar as forças do inimigo no campo de batalha
não é, por si só, suficiente para conquistar a vitória.
IMPACTO DO ESPECTRO REVISADO
- As Forças dos EUA precisam estar preparadas para
a possibilidade de que as operações passem, às
vezes de maneira súbita e imprevista, de um ponto
para outro no espectro, conforme os adversários
busquem a modalidade de conflito mais vantajosa
para a consecução de seus objetivos;
- As vantagens históricas com relação à tecnologia,
dos EUA, significam que seus adversários estatais ou
não tentarão, também, empregar abordagens
irregulares e centradas na população, a fim de se
oporem aos EUA.
NÃO É UM CASO DE “AMEAÇA SUBORDINADA”
- As ações de insurgência, terrorismo ou de guerra
híbrida não são subordinadas aos apresentados por
adversários convencionais ou de A2/AD;
- As Forças Armadas dos EUA precisam estar aptas a
lidar com todo o espectro, o qual afeta cada Força de
forma diferente;
- As abordagens A2/AD desafiam os conceitos norte-
americanos tradicionais de projeção do poder aéreo e
marítimo;
- A guerra tradicional contra adversários
convencionais menos sofisticados é, de modo geral
“subordinada” a operações contra A2/AD;
- Entretanto, algumas capacidades aéreas e
marítimas situadas no “extremo inferior”, para a
condução de operações de COIN, contraterrorismo e
estabilização e o fornecimento de apoio às Forças
Terrestres nesses tipos de conflito, ainda são
necessárias, não sendo obrigatoriamente
subordinadas às operações enquadradas no extremo
superior;
- Embora o foco seja nas operações A2/AD, alguns
recursos devem permanecer dedicados a missões de
guerra irregular;
- Um corpo que compões as Forças Armadas,
inteiramente voltado para a guerra tradicional, não
será suficientemente competente para enfrentar
operações de COIN (VANT Predator e Reaper e
aeronaves de ataque leve);
- Assim, para que as operações convencionais e as de
COIN/estabilização possam ter o mesmo peso, é
preciso adestrar, equipar e planejar a maior parte das
Forças Terrestres para essas últimas;
- Uma Força Terrestre centrada em ameaças híbridas,
que pudesse destruir Forças inimigas e influenciar
populações, talvez fosse capaz de combater ao longo
de todo o espectro dos conflitos, desempenhando
tanto operações convencionais quanto de COIN;
- O Departamento de Defesa dos EUA vem achatando
a curva e passando a investir mais em Operações
COIN e A2/AD;
- As reduções orçamentárias se contrapõe a
potenciais inimigos que continuam a modernizar suas
capacidades de A2/AD causando instabilidades em
regiões “subgovernadas”, ameaçando os interesses
dos EUA.