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ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO DO TEXTO E SEU SENTIDO

1- GÊNERO DO TEXTO (LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO,


NARRATIVO, DESCRITIVO E ARGUMENTATIVO)

Texto literário - O texto literário expressa emoções como dor,


alegria ou amor através da criatividade e organização das palavras.

Exs: Romances, crônicas, letras de músicas e etc…

Características principais do texto literário: Subjetividade


(individual, particular ou pessoal) e tem uma linguagem conotativa
(sentido figurado da palavra ou expressão, dependendo do contexto
para entender o seu significado)
Sua função: Pode ser poética ou emotiva

Seu objetivo: Levar o leitor a sentir emoção.

É muito utilizado as figuras de linguagem como por exemplo a


metáfora (emprego de uma palavra com outro significado) ou a
ironia (Inversão do sentido da palavra) para dar novos significados

às palavras.

A metáfora é a figura de linguagem em que se encontra uma


comparação implícita. Muito utilizada em textos poéticos, ela pode
tornar o discurso mais elegante.

Pelo fato de o recurso estilístico utilizado na metáfora estar


associado ao significado das palavras, essa figura de linguagem (ou
figura de estilo) é classificada como uma figura de palavra ou
semântica.

Exemplos de Frases com Metáfora

O personagem do livro tem coração de pedra.

Em vez de dizer que o personagem do livro é insensível, podemos


comparar o seu coração a uma pedra para expressar o quanto ele é
duro. Essa comparação implícita dá mais ênfase e beleza à frase.

Vamos ver mais exemplos:

Gabriel é um gato. (subentende-se beleza felina)

Lucas é um touro. (subentende-se a força do touro)

Fernando é um anjo. (subentende-se a bondade dos anjos)

Dona Filomena é uma flor. (subentende-se a beleza das flores)

Ludmila é fera em matemática. (subentende-se a esperteza)

Seus olhos são duas jabuticabas. (subentende-se as características


da jabuticaba: pretas e redondas)

Metáfora e Comparação

Exemplo de comparação

O uso do termo comparativo "como" nas falas da personagem


demostra uma comparação explícita

Muita gente confunde a metáfora com outra figura de linguagem: a


comparação. Veja a diferença:
Catarina é uma flor (metáfora).

Catarina é como uma flor (comparação).

Repare que a metáfora não apresenta o elemento de conexão


característico da comparação. Ela utiliza os termos no sentido
denotativo e os transforma no modo figurado (conotativo). É assim
que é feita uma comparação implícita.

Quando o conectivo de comparação (como, tal qual, tal como,


assim, etc.) aparece no enunciado, trata-se de um exemplo de
comparação explícita.

Em outras palavras, a metáfora é uma comparação que não utiliza o


conectivo, ou seja, ele está subtendido na frase.

Usos da Metáfora

A metáfora é uma figura de linguagem muito utilizada em diversos


meios.

Texto publicitário

Características do anúncio publicitário

Linguagem publicitária

A Metáfora nas Histórias em Quadrinhos

A metáfora também é muito utilizada em quadrinhos, tirinhas,


charges e cartuns.
Ainda que a gente não perceba, muitas vezes usamos metáforas no
dia a dia. Na verdade, nosso discurso está recheado delas.

Veja abaixo alguns exemplos mais comuns e seus


significados:

Expressões e significados

"viajar na maionese". falar ou pensar em coisas que não fazem


sentido

"manteiga derretida" alguém muito emotivo, que se "derrete" com


facilidade

"falar abobrinha" falar coisas sem importância

"encher linguiça" fazer algo sem importância

"mamão com açúcar" algo que é muito fácil de fazer

"docinho de coco" alguém muito meigo

"carregar o mundo nas costas" ter muitas preocupações e coisas


para fazer

"dar murro em ponta de faca" insistir em algo que não vale a


pena

"é batata" algo certeiro

"luz no fim do túnel" esperança


Conotação e denotação

Usa recursos artísticos para dar emoção ao texto.

O autor usa muito a sua imaginação, podendo até recriar a


realidade que vivemos. É um texto que imprime um ritmo, uma
beleza própria criando uma harmonia entre as palavras. 

A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos


socialmente organizados. Isso porque ela possibilita a troca de
ideias, a circulação de saberes e faz intermediação entre todas as
formas de relação humanas. Quando queremos nos expressar
verbalmente, seja de maneira oral (fala), seja na forma escrita,
recorremos às palavras, expressões e enunciados de uma língua,
os quais atuam em dois planos de sentido distintos: o denotativo,
que é o sentido literal da palavra, expressão ou enunciado, e o
conotativo, que é o sentido figurado da palavra, expressão ou
enunciado.

Vejamos mais detalhadamente cada um deles:

DENOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela


está sendo utilizada em seu sentido literal, ou seja, o sentido que
carrega o significado básico das palavras, expressões e enunciados
de uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido
real, dicionarizado das palavras.

De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de


textos que tenham função referencial, cujo objetivo é transmitir
informações, argumentar, orientar a respeito de diversos assuntos,
como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha,
artigo científico, ata, memorando, receita, manual de instrução, bula
de remédios, entre outros. Nesses gêneros discursivos textuais, as
palavras são utilizadas para fazer referência a conceitos, fatos,
ações em seu sentido literal.

Exemplos:

A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de


Geografia.
A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da
penitenciária de Santa Cruz do Céu.

O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para


ornamentação de jardins quanto para a fabricação de chás
terapêuticos a partir das suas flores.

Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de


consanguinidade ou de relações sociais.

CONOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela


está sendo utilizada em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas
palavras, expressões ou enunciados ganham um novo significado
em situações e contextos particulares de uso. O sentido conotativo
modifica o sentido denotativo (literal) das palavras e expressões,
ressignificando-as.

De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem


conotativa nos gêneros discursivos textuais primários, ou seja, nos
diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos
secundários, ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e
publicitários, que a linguagem conotativa aparece com maior
expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos gêneros
discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir
mais expressividade às palavras, enunciados e expressões,
causando diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes.
Exemplo:

Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz
Vaz de Camões, e observe a maneira como o poeta define a
palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa:

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo


Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)


Texto não literário

No texto não literário o objetivo principal é explicar, esclarecer ou


informar algo ao leitor.

Ele é claro e objetivo para que o leitor não tenha dúvidas ou


interprete errado a informação.

Ex.: Receitas, manuais, livros educacionais, revistas ou anúncios.

Características principais do texto não literário:

Objetividade, explicação e informação e tem uma linguagem


denotativa (Sentido literal da palavra ou expressão, não
dependendo do contexto para que você a compreenda)

Função: Referencial (transmitir informações objetivas)

Objetivo: Dar informação de forma literal (compreensivo, claro e


direto)

Por ser um texto direto e claro, não há necessidade de ser


interpretado.

Linguagem na 3ª pessoa

Texto claro e objetivo

Texto Narrativo

Ele narra um fato ou ficção na qual tem um personagem em algum


lugar e época. Seu enredo tem a introdução, desenvolvimento,

tensão e seu final.


Exs.:

Romance: Por conter muitas informações, do tempo, lugar,

personagens ele é um texto mais longo. Uma de suas principais


característica é que se aproxima muito da realidade.

Contos: Narrativas bem menores que podem ser do cotidiano, mas


é mais utilizada na ficção como as histórias dos Irmãos Grimm.

Crônicas: São textos curtos muito utilizadas nos jornais, pois


utilizam de fatos e costuma aprofundar o tema. O cronista

normalmente coloca sua visão no texto.

Fábulas: É um texto extremamente criativo com animais que têm

características de seres humanos.

São textos direcionados para o público infantil que sempre tem em

seu final uma lição de moral.

Texto Descritivo

É a descrição de uma pessoa, lugar ou objeto mostrando suas


características, com o objetivo de transmitir para a pessoa com
quem fala uma visualização que muitas vezes pode ver e sentir o
que o autor do texto quer passar.

O texto descritivo utiliza muito adjetivos.

Ex.: Diário, classificados de jornais, cardápios e currículo


Texto argumentativo

Seu objetivo é defender um ponto de vista através da


argumentação. Você introduz o assunto ou tema, desenvolve com
seus motivos (argumentos) e depois conclui fechando a
argumentação.

Para deixar mais claro sua argumentação ele pode utilizar contra-

argumentos para não dar margem a interpretações erradas.

Os argumentos podem ser pesquisas, dados históricos ou mesmo

depoimentos.

Normalmente o texto deve ser objetivo e impessoal (O objetivo

principal de escrever um texto de maneira impessoal é eliminar


marcas de subjetividade do discurso, isto é, evitar opiniões e juízos

de valores pessoais. ... A defesa desse ponto de vista se dará no


desenvolvimento do texto, com a apresentação de argumentos

consistentes capazes de sustentá-lo. Exs.: Editorial, manifesto e


sermões

Para se interpretar um texto é preciso que o texto tenha coesão, ou


seja, os elementos estão bem articulados entre si e coerência, que é

uma relação lógica entre as ideias, sendo assim, o texto tem que
estar harmonioso e as ideias não devem se contradizerem.

2 - INTERPRETAÇÃO E ORGANIZAÇÃO INTERNA


A interpretação de texto imagina o que as ideias do texto tem a ver
com a realidade.

O leitor tira conclusões subjetivas do texto (deduz o que o autor do


texto quis dizer).

As informações não estão escrita claramente no texto, elas estão


fora do texto, mas tem ligação com ele. Você deve deduzir o que o

autor está querendo dizer dentre as ideias que foram escritas no


texto.

 Para fazermos uma organização interna do texto é necessário

descobrir a sua articulação, ou seja, temos que verificar as ligações

verdadeiras do texto e sermos rigorosos na organização.

O texto explica através destas ligações, qual é o objetivo do autor.

É Preciso seguir a ordem do texto construindo uma explicação das


partes do texto.

Devemos evitar analisar somente partes do texto, ou seja, devemos


analisar o texto todo e não somente em uma parte do texto.

Devemos observar com muita atenção quando o autor der alguns


exemplos, pois muitas vezes é neles que você encontrará

informações de como pensa o autor.

Reforço a importância de estudar coesão e coerência que são

fundamentais para uma boa interpretação de texto.


Devemos dar muita atenção aos textos simples, pois podem conter
pegadinhas levando você a uma interpretação errada do texto.

De posse destas informações devemos então seguir um


procedimento de organização interna para podermos interpretar o

texto:

A sua organização interna deve conter uma introdução,

desenvolvimento e conclusão

Na introdução você verifica o tema de maneira geral, as dificuldades

levantadas pelo texto e a visão do autor.

No desenvolvimento de sua organização você deve verificar as

ligações do texto, ou seja, o caminho para descobrir o objetivo do


autor.

Na conclusão você deve fazer um resumo claro e objetivo do que o


autor quis dizer.

   Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por


finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o
candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por
meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado
(O Léxico Internalizado é todo o conjunto de conhecimentos
que o indivíduo absorveu ao longo do tempo cujos conteúdos
ficaram fixados em sua memória.                 

 Para ler e entender bem um texto basicamente deve-se alcançar os


dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a
interpretativa.  A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por
ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se
informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe
destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar
uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este
tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o
entendimento.                    

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja


subjetiva (pessoal, individual entre outros), há limites. A
preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de
responder às interpretações a banca considerou como pertinentes. 

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele


texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações
de arte da época em que o autor viveu. Se não houver está visão
global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação
pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas
que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação
do autor.

                  A última fase da interpretação concentra-se nas


perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações
de palavras como não, exceto, errada, respectivamente e etc que
fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em
interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto
é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso,
uma resposta pode estar certa para responda à pergunta, mas não
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que
algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito
para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto,
mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A
descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são
também um recurso para instaurar a dúvida do candidato. Leia a
frase anterior e a posterior para ter a ideia do sentido global
proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente
e segura. 

                        Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa


interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 

1   -  Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 

2 - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura,


vá até o fim, ininterruptamente;

3   -   Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo


menos umas três vezes ou mais; 

4   -  Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 

5 -  Voltar ao texto quantas vezes precisar; 

6 -  Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 

7 -  Partir o texto em pedações (parágrafos, partes) para melhor


compreensão;

8 -  Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, partes) do texto


correspondente; 
9 -  Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
questão; 

10 - Cuidado com os vocábulos: destoa (= diferente de...), não,


correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras;
palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a
entender o que se perguntou e o que se pediu; 

11 -  Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a


mais exata ou a mais completa; 

12 -  Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento


de lógica objetiva; 

13 -  Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 

14 -  Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela


resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do
texto; 

15 -  Às vezes a etimologia (Etimologia é um campo de estudo da


linguística que trata da história ou origem das palavras e da
explicação do significado de palavras através da análise dos
elementos que as constituem) ou a semelhança das palavras
denuncia a resposta; 

16 -  Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo


autor, definido o tema e a mensagem; 

17 - O autor defende ideias e você deve percebê-las; 

18 - Os adjuntos adverbiais e os predicativos (O predicativo do


sujeito caracteriza, qualifica o termo a que faz referência. Geralmente, é
representado pela classe dos adjetivos. ... Por sua vez, o adjunto
adverbial indica circunstância e modifica um verbo (Andou rapidamente), um
adjetivo (Estou muito triste) ou o próprio advérbio (Estava muito bem) do

sujeito são importantíssimos na interpretação do texto. 

Ex: Ele morreu de fome. 

de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na


realização do fato ( = morte de "ele" ). 

Ex: ele morreu faminto

faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se


encontrava quando morreu. 

           

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