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E-BOOK

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNICARIOCA

MESTRADO PROFISSIONAL
NOVAS TECNOLOGIAS
DIGITAIS NA EDUCAÇÃO
PATRÍCIA MARCIANO DE OLIVEIRA
A AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA:
um estudo de caso em escola pública de
Duque de Caxias sobre as tecnologias
digitais e as habilidades de ler e escrever

PATRÍCIA MARCIANO DE OLIVEIRA [1]

ORIENTADORES [2]
PROF. REGINA CELIA PEREIRA DE MORAES, D.SC.
PROF. VICTOR GONÇALVES GLÓRIA FREITAS, D.SC.

[1]
Patricia Marciano de Oliveira
http://lattes.cnpq.br/2294828228225415
[2]
Regina Celia Pereira de Moraes
http://lattes.cnpq.br/0995182524603161
Victor Gonçalves Glória Freitas
http://lattes.cnpq.br/4571544548251124
SUMÁRIO PÁGINA

INTRODUÇÃO 4
1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA 6
1.1 Campo e Sujeitos da Pesquisa 7
1.2 Fases da Metodologia da Pesquisa e Materiais 7
OS DIREITOS DAS MULHERES SÃO DIREITOS HUMANOS.
2 A FASE DAS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS (SD) 9
2.1 Sequência Didática Com Observação e Análise em Informática Educativa 9
2.2 Sequência Didática com Observação e Análise – A Menina e seu laço 14
2.2.1 A sequência didática A Menina e seu laço e o desenvolvimento das etapas com os alunos 18
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 23
4 LINKS 25
REFERÊNCIAS 26

Obs: Para aprofundar este trabalho leia a Dissertação que está depositada na Plataforma Proximal
https://proximal.unicarioca.edu.br

JUNTE-SE A NÓS EM UMA MARCHA PACÍFICA

PARA ESTA CAUSA.

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E-BOOK
ISBN:978-65-901208-0-9

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INTRODUÇÃO

As diferentes formas de conceber aprendizagem a partir das habilidades dos alunos, implica que
o professor e a escola tenham um olhar atencioso em que sejam pontuados elementos que levem
os alunos a despertarem para os estudos, entendendo que eles trazem para o ambiente escolar
sua bagagem oriunda dos espaços que convivem.
Refletir e criar estratégias para que a maior parte dos alunos em sala de aula possam aprender
de forma significativa, requer uma mudança de postura do professor e todos os profissionais da
OS DIREITOS DAS MULHERES SÃO DIREITOS HUMANOS.
educação.
Entender o funcionamento do cérebro, sobretudo da parte afetiva-emocional, responsável,
segundo Relvas (2015) pela parte criativa, inventiva e genial, contribuirá para que atividades
pedagógicas possam ser estruturadas com um olhar cuidadoso, que leve em consideração os
aspectos da realidade do aluno, permitindo que ele estabeleça relação com o objeto de
conhecimento e assim a aprendizagem acontecerá de maneira significativa.
Ter um espaço agradável, organizado e com pessoas felizes contribuiria então de forma positiva
para o envolvimento dos alunos nas aulas. Os professores seriam parceiros na caminhada do
aprender, e ambos estabeleceriam uma relação de reciprocidade e afetividade no fazer
pedagógico.
A linguagem dos alunos e professores precisa estar sintonizada para que não haja ruídos na
relação. Os professores devem manter-se atualizados quanto ao “mundo” de seus alunos, e isso
implica no reconhecimento das realidades deles, das diferenças, e isto exige um professor atento,
cuidadoso, estudioso.J UComo
N T E - Saponta
E A NÓ Soares
S EM U (2016)
M A Mpara
ARCH que
A Palfabetização
ACÍFICA seja plenamente
consolidada, o professor alfabetizador tem um papel primordial:
P A R A E S T A C A U S A .

(...) uma alfabetização bem sucedida não depende de um método, ou genericamente, de


métodos, mas é construída por aqueles/aquelas que alfabetizam compreendendo os
processos cognitivos e linguísticos do processo de alfabetização, e com base neles
desenvolvam atividades que estimulem e orientem a aprendizagem da criança, identifiquem
e interpretam dificuldades em que terão condições de intervir de forma adequada (...)
(SOARES 2016, p. 333-334).

Tendo em vista esse contexto, hoje temos uma multiculturalidade em sala de aula, desde alunos
nativos digitais, até aqueles
S Apara
IBA Mos
A I quais
S EM a tecnologia
WW W . S I T E B AéCinvisível.
ANA.COM Como
.BR lidar com esta realidade
multicultural? Talvez tenhamos que ter métodos multiculturais, que despadronizem os alunos e as
formas de ensinar. Isso pressupõe que a escola trabalhe com todos os recursos disponíveis,
tirando o maior proveito possível, levando os alunos a refletirem sobre o imenso universo de
possibilidades de aprendizagens e ao mesmo tempo concebendo um novo significado no uso das
novas tecnologias, indo além da socialização, para se chegar à aprendizagem.

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Neste trabalho, pretende-se analisar essa aprendizagem no que tange às competências de leitura e
escrita em crianças no processo de alfabetização, com a possibilidade de ensinar a partir do uso de
jogos digitais para as crianças na faixa etária dos 6 a 8 anos de idade. Atividade com recursos
digitais pode ser explorada positivamente em âmbito educacional, pois trazem em si a ludicidade e
despertam nos alunos o interesse e atenção. Uma imagem em movimento é muito mais
interessante do Oque
S Duma
I R E Iestática
T O S D AeSpode
M U L ser
H E Rexplorada
E S S Ã O pelo
D I R Eprofessor
ITOS HUM por
ANdiversas
OS. abordagens,
estabelecendo conexões com saberes diferentes, provocando questionamentos, dúvidas,
incentivando a pesquisa, o trabalho coletivo, colaborando e experimentando para aprender.
Conforme apresenta Grossi et al. (2014) os estudos acerca da Neurociência na Educação, aliados
aos teóricos da aprendizagem, com o intuito do pleno desenvolvimento global, esse campo da
ciência foi amplamente utilizado como ponto inicial de teóricos que se mostram capitais para essa
pesquisa, como Vygotsky e Ausubel; daí a importância de trazê-lo para o diálogo proposto neste
trabalho.

Vários teóricos corroboram com a presença e a relevância da neurociência para a educação.


Estes têm a neurociência como ponto de partida ou de fundamentação para suas teorias.
Dentre elas, pode-se citar (...). Ausubel com a aprendizagem significativa e Vygotsky com sua
teoria da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), a qual representa o potencial de
desenvolvimento de cada pessoa (GROSSI et al., 2014, p. 95).

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Assim, toda estrutura curricular deve ser implementada juntamente com recursos de ordem
financeira e constantes reformulações após identificação de lacunas ao longo do processo de
aquisição da leitura e da escrita, sobretudo no ciclo de alfabetização. Com o intuito de explorar de
forma ampla cada uma das manifestações e oportunidades de aprendizado, para que assim sejam
abordadas diferentes maneiras de construir conhecimento. Isso pode ser possibilitado como indica
Lopes et al. (2014, p. 29) com a inserção dos estudos da “neurociência cognitiva que estuda as
capacidades mentais mais complexas como aprendizagem, memória, linguagem, planejamento” o
processo de aquisição da leitura e da escrita podem ser estruturados de forma a consolidar as
competências e habilidades pertinentes a alfabetização.
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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

O PROBLEMA

 - AS DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA DAS CRIANÇAS DE 6 A 8 ANOS NO

PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.

OBJETIVO GERAL
O QUÊ?
 

- ANALISAR A INFLUÊNCIA DE NOVOS MÉTODOS DE AQUISIÇÃO DE LEITURA E

ESCRITA EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DE 6 A 8 ANOS.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
COMO?

- IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS TEMÁTICAS QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE

AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA.

- AVALIAR O ESTADO DA ARTE DE MÉTODOS E TECNOLOGIAS PARA A AQUISIÇÃO

DA LEITURA E ESCRITA EM CRIANÇAS DE 6 A 8 ANOS.

- SELECIONARAS, APLICAR E INDICAR AS MELHORES PRÁTICAS EDUCACIONAIS

IDENTIFICADAS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DE 6 A 8 ANOS.

FASES DA METODOLOGIA
PARA QUÊ?

- DESENVOLVER RODA DE CONVERSAS QUE PERMITAM CONHECER A REALIDADE

VIVENCIADA PELO PROFESSOR NAS ATIVIDADES DO ESPAÇO ESCOLAR.

 - IDENTIFICAR NO ESPAÇO ESCOLAR, OS PROBLEMAS E OPORTUNIDADES NO

PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA POR CRIANÇAS 6 A 8 ANOS.

- DESENVOLVER SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS COM OBSERVAÇÃO E ANÁLISE,

DISCUTINDO OS RESULTADOS.

- DESENVOLVER E DISPONIBILIZAR NA PLATAFORMA PROXIMAL (UNICARIOCA), DE

ACESSO AMPLO, O E-BOOK SOBRE O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE

CRIANÇAS DE 6 A 8 ANOS.

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1.1 1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

Campo e Sujeitos da Pesquisa


A pesquisa se desenvolveu como um Estudo de Caso na Unidade Escolar Professora Carmem
Corrêa Reis Braz, que pertence a rede municipal de ensino de Duque de Caxias, situada no bairro
Santa Lúcia em Imbariê. A observação se deu no campo do processo de aquisição da leitura e da
escrita, observando a forma como são construídas e desenvolvidas as atividades no espaço
escolar, buscando traçar um paralelo entre as diretrizes dos órgãos oficiais de ensino e o Projeto
Político Pedagógico da escola que em 2019 completará 34 anos desde a sua inauguração, como
descreve Silva (2018):
A Escola Municipal Professora Carmem Corrêa de Carvalho Reis Braz foi criada pela
Lei Municipal 675 de 27 de maio de 1985 e sua fundação data de 23 de agosto de 1985,
a partir da compra do colégio Casimiro de Abreu (COCA), de propriedade particular,
pelo município de Duque de Caxias (...) que deu a escola o nome de sua ex-professora
(SILVA, 2018, p. 16)

De forma a atender às necessidades dos objetivos geral e específicos traçados para a dissertação, a
metodologia se desenvolveu em 4 fases, mas os sujeitos da pesquisa foram envolvidos na primeira e
na terceira fase conforme se propôs na metodologia.
Os professores do ciclo de alfabetização do 1º Segmento do Ensino Fundamental foram envolvidos
na primeira fase a partir de Roda de Conversas para identificar os problemas e oportunidades no
processo de aquisição da leitura e escrita por crianças 6 a 8 anos. As crianças de 6 a 8 anos
participaram da terceira fase da pesquisa e considerou o desenvolvimento de Sequências Didáticas
com observação, análise das habilidades de leitura e escrita.

1.2 Fases da Metodologia da Pesquisa e Materiais

A pesquisa foi qualitativa e os sujeitos da pesquisa conforme descritos acima, foram divididos em dois
públicos: professores do ciclo de alfabetização do 1º Segmento do Ensino Fundamental da escola e
as crianças de 6 a 8 anos.
Na fase 1 da pesquisa, com o grupo de professores, foi realizada uma Roda de Conversas para
identificar problemas e oportunidades no processo de aquisição da leitura e escrita por
crianças 6 a 8 anos. A Roda de Conversas foi conduzida pela pesquisadora e se constituiu de um
método de pesquisa que possibilitou o diálogo, o exercício do pensar compartilhado. A pesquisadora
priorizou discussões com o grupo de professores na Roda de Conversas, a partir dos seguintes
temas: Métodos usados pelos professores na leitura e escrita; recursos e materiais disponíveis em
sala de aula; frequência dos alunos; experimentação de novas tecnologias digitais, participação dos
pais. Na Roda de Conversas cada professor instigou o outro a falar e todo o processo dialógico foi
mediado pela pesquisadora. O diálogo estabelecido na Roda de Conversas a partir das temáticas, foi
espontâneo e contribuiu para pensar práticas pedagógicas inovadoras que possibilitem uma educação
conduzida a partir do que a criança sabe, como também permitiu identificar problemas e
oportunidades que precisam ser analisados e resolvidos.

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A fase 2 da pesquisa foi um desdobramento intelectual da Roda de Conversas com os professores,
e constituiu-se como uma fase de análise visando identificar no espaço escolar, os problemas e
1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

oportunidades no processo de aquisição da leitura e escrita por crianças 6 a 8 anos.

Na fase 3 da pesquisa, com o público das crianças foram utilizadas técnicas de desenvolvimento e
observação das Sequências Didáticas (SD) com vistas a observar o comportamento da criança
na sua participação na tarefa, no estímulo a se envolver no grupo, na atenção, na disciplina, no
cumprimento de metas, na obediência às regras do jogo, na colaboração, no respeito ao outro, na
solidariedade, no compartilhamento, no respeito às diferenças. As temáticas abordadas com apoio
de recursos digitais utilizados nas SD’s foram as seguintes: Peter a caminho do espaço (Livro em
Realidade Aumentada), A Boneca Emília (Episódio do Sitio do Picapau Amarelo), A História do
Dinheiro, Ditado Doce e A Menina Bonita do Laço de Fita (Livro e Curta Metragem). Foram
utilizados nestas SD’s os recursos de aplicativos nos tablets educacionais para incentivar a leitura e
a escrita.
Não foram necessárias aulas extras para se observar as sequências didáticas com tecnologias
digitais, a observação ocorreu na agenda normal de aulas, em colaboração com o professor regente
da turma. Ocorreram durante as aulas gravação de voz da criança, com intuito de uma análise
posterior da atividade desenvolvida. Mas, não houve gravação de imagem de nenhum dos públicos,
sejam as crianças ou os professores. Nenhum aluno foi identificado. Nenhum professor teve seu
nome ou função divulgados.
Qualquer que sejam os achados desta pesquisa ele será relatado, pois a pesquisa qualitativa visa a
observação e a percepção atentas, independente de quantidades, visando o inédito, o nunca
percebido ou observado.

A Fase 4 da pesquisa constituiu-se também como um desdobramento intelectual de toda a


Dissertação aqui apresentada e visou desenvolver e disponibilizar na Plataforma Proximal
(UniCarioca), de acesso amplo, o E-Book (ISBN:978-65-901208-0-9) sobre o processo de
alfabetização de crianças de 6 a 8 anos.
A partir da pesquisa desenvolvida com a elaboração das SD’s apoiadas com recursos tecnológicos
digitais para auxiliar no processo de alfabetização foi desenvolvido um e-book que apresenta a
metodologia de trabalho pedagógico utilizado nas aulas de Informática Educativa, tendo como pano
de fundo a construção de uma aprendizagem que seja permeada de elementos lúdicos devidamente
inseridos no contexto do Projeto Pedagógico ora desenvolvido em consonância com a Unidade
Escolar.
Ressalta-se que a presente pesquisa foi estruturada a partir de estudos acerca dos processos que
segundo Neto et al. (2013), assim identifica multiletramentos:
Em um primeiro momento, devemos pensar o conceito de multiletramentos a partir de alguns
estudos recentes, bem como de suas transformações/incorporações frente às necessidades
contemporâneas de ensino-aprendizagem, visando contemplar práticas que possam
extrapolar o contexto escolar, ou seja, que considerem o âmbito do trabalho (diversidade
produtiva), o âmbito da cidadania (pluralismo cívico) e o âmbito da vida social, levando em
conta, neste último caso, as identidades multifacetadas presentes em contexto escolar.
(NETO et al., 2013, p. 136)

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

A sala de aula com crianças precisa ser um lugar de pesquisa com diversas variáveis, pois sua
característica principal é a heterogeneidade, sendo assim ela será mais bem entendida e atendida por
professores dispostos a inovar, a ensinar e a conhecer este maravilhoso mundo da leitura e escrita
infantis.
Para tanto, vamos apresentar abaixo as Sequências Didáticas que foram desenvolvidas junto com os
alunos e observadas em sala de aula, visando analisar os resultados desta integração entre
tecnologias digitais e alfabetização no domínio da leitura e escrita por crianças de 6 a 8 anos.

2 A FASE DAS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS (SD)

2.1 Sequência Didática Com Observação e Análise em Informática Educativa

Em consonância com as propostas pedagógicas e ações descritas no Projeto Político Pedagógico,


às necessidades dos educandos observados no contexto escolar e considerando a relevância de um
currículo que possa conceber o aluno como protagonista da aprendizagem. O Projeto Pedagógico da
Sala de Informática Educativa visa contribuir com o processo de alfabetização, com uma abordagem
em que os educandos construam seu aprendizado e apoiados em gêneros digitais em uma
perspectiva de currículo como indica Neto et al. (2013):

(...) currículo pluralista, culturas e identidades dos aprendizes devem fazer parte da
construção do conhecimento. Para isso, é preciso levar em conta três elementos: os modos
de aprendizagem, os conteúdos de aprendizagem e o grupo envolvido ou o contexto
estabelecido no processo de aprendizagem (...) (NETO et al., 2013, p. 137).

As abordagens nas atividades da Sala de Informática Educativa acontecem por meio de diferentes
recursos tecnológicos: jogos educativos digitais, imagens, vídeos, textos impressos (cartazes) ou
projetados, software de edição: texto, planilha, apresentação.
A seguir algumas atividades desenvolvidas durante as aulas da Sala de Informática Educativa
apoiadas por recursos digitais disponíveis no espaço escolar.

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

2.2 Sequência Didática com Observação e Análise – A Menina e seu laço

Esta sequência valeu-se da lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e
cultura afro-brasileiras e africanas nas escolas e a partir da necessidade de trabalhar as questões
étnico-raciais com o intuito de abordar questões como: respeito, diálogo e compreensão foi
estruturada a Sequência Didática com viés interdisciplinar para turmas do 3º ano de escolaridade do
ciclo de alfabetização.
A referida Sequência didática teve como foco a alfabetização, na qual a informática educativa pode
contribuir com a possibilidade de ler e escrever com o lúdico dos jogos digitais, que, para crianças, é
uma vertente de desafios, estabelecendo relações, possibilitando o confronto de hipóteses, de erros
e acertos, criando estratégias para aprendizagens. Como indica (Montes, 2017, p. 123) “o processo
colaborativo implica a realização conjunta (...) a colaboração é uma ação coordenada e conjunta que
resulta do trabalho (...) compartilhado entre os pares para a resolução de um problema.”
No processo de alfabetização existe a possibilidade de reflexão e discussão em grupo,
principalmente quando a língua escrita se converte num objeto de ação que faz parte do cotidiano do
aluno e da sua rotina no espaço escolar. Como postula, Onofre (2019) sobre a relevância em incluir
tecnologias digitais para diversificar o processo ensino e aprendizagem.

Além dos jogos, outras inúmeras tecnologias digitais estão disponíveis (lousas digitais, livros
digitais, projetores, softwares diversos para edição de texto, ferramentas colaborativas de escrita
on-line...) para serem adaptadas às práticas pedagógicas dos professores e podem constituir-se
em alternativas viáveis para o ensino da produção textual. Essas tecnologias costumam agregar
recursos multimodais (som, animações, explicações de textos, objetos 3D e outros elementos
interativos) para diversificar o processo, acarretando em novas interações dos alunos com os
textos. (ONOFRE, 2019, p. 52)

Na perspectiva de Vygotsky ao interagir como outro a aprendizagem ocorre em uma perspectiva de


apoio, em que ambos os aprendizes podem contribuir uns com os outros, sendo o professor um
mediador do saber apresentado, desenvolvendo a autonomia dos educandos.
Proporcionando estratégias de um ensino colaborativo permeada de elementos significativos que
possam contribuir para o processo ensino e aprendizagem, constituindo assim uma metodologia que
envolva os alunos na construção do seu aprendizado, de forma que todos contribuam com o grupo.
Como descreve (Montes, 2017, p. 121) “a aprendizagem acontece em um ambiente social, em que o
diálogo entre os pares faz emergir novos significados para o assunto estudado”.
A partir de eixos temáticos abaixo especificados foram traçados objetivos e etapas que foram
realizadas na Sequência didática A Menina e seu laço, como se segue.

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

2.2.1 A sequência didática A Menina e seu laço e o desenvolvimento das etapas com os alunos

Na realização da 1ª etapa, com conversa em roda, os alunos apresentaram empolgação ao conhecer


a história das personagens principais: a menina e o coelho. Na abordagem das atividades, foi
possível desenvolver a oralidade, sequência de raciocínio, observação e exploração de aspectos de
leitura incidental ao refletirem sobre o sistema alfabético de escrita, ou seja, os alunos estabeleceram
uma relação entre o oral e o escrito. Ao final da etapa a pesquisadora pediu para eles escreverem o
que acharam da história: “foi bom...a história do que coelho que queria ficar preto”, “achei muito
legal”, “o coelho saiu da lata de tinta parecendo a menina do laço de fita”, “foi ótimo...eu adorei”.

Para a 2ª etapa, foram desenvolvidas atividades que abarcavam a leitura compartilhada, em que foi
possível observar a concentração e estímulo à leitura por meio do livro projetado. Em seguida, os
alunos puderam manusear o livro em formato impresso com destaque para a proposta apresentada
que era focar na leitura e no desenrolar da história. A participação dos alunos quando
solicitado que falassem o nome das personagens para criar a lista foi satisfatória e ficaram atentos
acompanhando a digitação pelo projetor. Para concluir a lista, foi solicitado que os nomes das
personagens ficassem em ordem alfabética. Nesta etapa, foram trabalhadas a linguagem, a
comunicação, a organização do pensamento. Inicialmente os alunos foram convidados a irem até o
quadro branco escrever os nomes das personagens que lembravam e em seguida um aluno foi
escolhido para ser o escriba e ficar no tablet para digitar a lista que foi projetada para que todos os
alunos pudessem acompanhar.

Com as atividades da 3ª etapa em que foi solicitado que a turma recontasse a história, foi possível
destacar o detalhe em narrar a descrição da Menina e do coelho que vão desenrolando a história em
relação de amizade e admiração. Ao repetir a frase “Menina bonita do laço de fita, qual é o teu
segredo para ser tão pretinha”, os alunos ficam encantados e refletem isso através de tom de voz
afetuoso. Ao se depararem com o texto coletivo da turma, os alunos demonstraram satisfação, tendo
o objetivo da atividade sido alcançado. Quando solicitado que fosse feito um “desenho” para ilustrar o
texto coletivo no aplicativo Pintura Digital, alguns alunos que ainda não têm a coordenação motora
fina consolidada ficaram a todo instante apagando suas produções por insegurança. Contudo, a
atividade foi bem aproveitada por permitir explorar a concentração, o pensamento, a representação e
estimular a organização das ideias na sequência de ações.
As reflexões epistemológicas surgem com a pergunta: Como é que conhecemos? Esta pergunta
pode ser proposta sem que nos comprometamos verdadeiramente a aceitar que o fenômeno do
conhecer é um fenômeno biológico. Assim, podemos dizer que é interessante saber como
conhecemos e fugir da pergunta, dizendo que os filósofos a resolverão; ou podemos dizer que é
óbvio que temos a capacidade de conhecer, de modo que, na verdade, não temos que fazer a
pergunta. No entanto, se propomos a pergunta não podemos deixar de notar que os seres
humanos somos o que somos ao sermos seres humanos. Quer dizer, somos conhecedores ou
observadores no observar, e ao ser o que somos, o somos na linguagem. Ou seja, não podemos
deixar de notar que os seres humanos somos humanos na linguagem, e ao sê-lo, o somos fazendo
reflexões sobre o que nos acontece. (MATURANA,1998,p. 37).

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Se somos seres humanos na Linguagem conforme indica Maturana (1998) e refletimos a todo
1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

tempo. Ao desenvolver atividades que estimulem os educandos a analisar, comparar, compartilhar e


sobretudo expressar seus pensamentos, seja oralmente no grupo de forma a buscar elementos que
possa contribuir para estruturar o novo conhecimento, ou através da elaboração de um desenho, da
construção de uma frase ou elaborando um texto coletivo/individual. São estratégias que permite
que as diferentes inteligências possam ser exploradas como a linguística, espacial, corporal-
cinestésica, interpessoal e intrapessoal.
Sabemos que cada aluno aprende no seu tempo e desenvolve habilidades específicas
(considerando as diferentes inteligências), ao constituir atividades que abarquem um leque mais
amplo de possibilidades de aprendizagem, partindo do centro de interesses dos alunos poderemos
superar a apatia e desinteresse pelo mundo letrado, contribuindo para a aquisição da leitura e da
escrita em um contexto lúdico e com uma linguagem mais próxima da realidade dos alunos.
Na turma do 3º ano do ciclo de alfabetização em que a pesquisa foi desenvolvida ao construírem um
texto coletivo como demonstra a Figura abaixo, utilizou na linguagem direta e objetiva, após a leitura
do livro e a reflexão na roda de conversa da história da Menina Bonita do Laço de Fita. Nos
desenhos eles retratam o que mais os impactaram com detalhes aos acessórios (nos cabelos, na
roupa) das personagens, assim como o contexto afetuoso (no desenho do coração) e são capazes
de narrar com desenvoltura todo desenrolar da história.
Figura – Texto Coletivo da turma

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

A linguagem, as atividades sensoriais a reflexão e representação foram estimuladas nas


atividades propostas na 4ª etapa e foi possível observar que os alunos, ao verem as
personagens do livro em um “desenho animado”, ficaram conectados à história. Foram
disponibilizados materiais que remetiam ao enredo da história para que eles pudessem
manusear e explorar, com destaque para os laços que imitavam os da Menina da história.
Assim, a turma foi estimulada a escrever um convite e um cartaz para que os alunos da escola
assistissem ao curta-metragem da obra homônima de Ana Maria Machado. Aqui trabalhou-se a
lógica e a capacidade de abstração.

Ao digitarem no software WPS Office na 5ª etapa o texto no tablet, foi possível observar que
algumas duplas demoraram a encontrar as letras. Assim foi ativado o teclado em “caixa alta”, o
trabalho em dupla foi incentivado bem como a ampliação de diálogo e distribuição de tarefas
entre os alunos, apoiadas na perspectiva de colaboração. Posteriormente, com o uso do
projetor, foram inseridas as ilustrações confeccionadas e um aluno foi convidado a ler o texto
coletivo após a revisão da turma, trabalhando de forma conjunta a representação, a linguagem,
a comunicação, a colaboração.

Na 6ª etapa foram disponibilizados acesso ao site E-futuro para que eles explorassem as
ferramentas disponibilizadas e, a partir da dinâmica e do enredo da história do livro,
construíssem seus jogos digitais. Esta etapa configurou-se num ponto central da Sequência
Didática, pois proporcionou aos alunos tornarem-se “construtores da tecnologia” em uma
perspectiva de produtores de conhecimento, uma vez que puderam construir seus “jogos
digitais”, organizando o pensamento, estruturando os parâmetros, inserindo informações,
comparando os resultados, reestruturando sempre que necessário. Ou seja, o cenário proposto
foi para que os alunos se tornassem protagonista do processo de ensino e aprendizagem em
uma perspectiva colaborativa. Igualmente foram explorados aplicativos do tablet, que tinham
como objetivo construir personagens com características físicas e emocionais, estimulando os
alunos a desenvolverem suas próprias histórias, trabalhando a percepção, a comunicação, o
reconhecimento do outro.

Foi disponibilizada na 7ª etapa a possibilidade de impressão do texto coletivo finalizada após


revisão e inclusão das ilustrações. Cada aluno recebeu uma cópia e mesmo os alunos que
ainda não estão plenamente alfabetizados demonstraram satisfação e já reconheciam “palavras
simples” no texto, como o nome das personagens e conseguiram recontar a história,
estimulando a memória, a construção da informação, bem como conseguiram demonstrar
valores tais como colaboração no trabalho coletivo.

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

Ao explorar a temática da origem da família da Menina Bonita do Laço de Fita na Roda de


Conversa apareceram as falas: "acho que é bem longe", "onde mora o Rei Leão", "tem os
bichos do zoológico". Assim, foi disponibilizado aos alunos visitar um "Safari" com o uso dos
óculos em Realidade Virtual, em seguida foi feita uma produção textual coletiva. Como enfatiza
Santos (2019) a tecnologia em RV proporciona na aprendizagem estímulos que estimulam a
concentração, a interação entre tantos outros benefícios.

(...) a tecnologia de Realidade Virtual (RV) para fins educacionais conforme apontado no The New
Horizon Report, publicado em 2007 pela The New Media Consortium e The Educause Learning
Initiative pode ser considerada um dos recursos tecnológicos mais adequado para a promoção da
interação, abarcando outras possibilidades tais como a participação, a intervenção, a
bidirecionalidade e a multidisciplinaridade, além de podendo também ampliar a sensorialidade
rompendo com a linearidade e com a separação emissor/receptor (...) a inserção de um ambiente
artificial RV para aprendizagem seria uma forma apropriada para aquisição do conhecimento, pois
a artificialidade ajuda na concentração do conteúdo a ser ensinado. (SANTOS, 2019, p. 17).

As crianças se empolgaram também com o coelho, que apareceu na história dando vida ao
outro, que vive ao nosso lado no dia a dia de nossas vidas, um bichinho, que conversava com a
Menina Bonita do Laço de Fita. Através desta relação trabalhou-se a aceitação.

A linguagem também surge na história dos seres vivos no âmbito de interações recorrentes, na
recursão consensual das coordenações de conduta. A espontaneidade e a naturalidade com que
surge o consenso na convivência podem ser vistas na convivência com um animal doméstico como
um gato, por exemplo. Quando adotamos um gato e vivemos com ele por um tempo - um dia, dois
dias, uma semana - o espaço inicial de coordenações de conduta se amplia a partir do momento da
adoção. Em pouco tempo o gato aprende - dizemos - onde está a comida, e entende quando o
convidamos para subir no nosso colo ou para dormir conosco na cama. Em outras palavras, na
convivência com o gato aparece todo um conjunto de condutas que ocorre no presente como
resultado de uma história de interações recorrentes, e que não teriam surgido sem essa história.
Mas para que isto se dê, a pessoa tem que aceitar o gato como um legítimo outro em interações
com ela, e o gato tem que aceitar a pessoa da mesma maneira. Eu pego o gato, levo para casa, e
ele vai embora. Não me aceita. Pego o gato, levo para casa, e minha mulher não o quer e o rejeita,
não o aceita. A história de interações recorrentes não acontece. A aceitação do outro como um
legítimo outro não é um sentimento, é um modo de atuar. Se atuo com o gato de modo que um
observador possa dizer que o aceito, a aceitação se dá. Se não o faço, a aceitação não se dá
(IBIDEM, 1998, p. 66).

Ao final desta etapa foram colocados alguns desafios para a turma que englobavam distintas
áreas do conhecimento que permitiram observar a interação dos alunos, a linguagem, a
comunicação, como, por exemplo, ao falar da jabuticaba: “eu conheço, tem um pé na minha
casa; eu já tomei sorvete; e tem o suco...”

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

Nesta Sequência Didática da Menina e seu Laço, focamos habilidades cognitivas e sociais no
aprendizado na infância, pois “a criança vive o mundo em que se funda sua possibilidade de
converter-se num ser capaz de aceitar e respeitar o outro a partir da aceitação e do respeito de
si mesma” (MATURANA, 1998, p.30). No vídeo trabalhou-se habilidades cognitivas tais como a
representação, a linguagem, o sensorial, a comunicação e valores tais como a aceitação e o
respeito por si mesmo e pelo outro, o conviver. (...) “Num espaço de convivência desse tipo, a
negação do outro será sempre um erro detectável que se pode e se deseja corrigir. Como
conseguir isso? É fácil: vivendo esse espaço de convivência” (IBIDEM, 1998, p. 30).

A educação tem esse norte: estimular a criança a desenvolver sua inteligência, sua habilidade
de aceitar-se e de respeitar-se, guiando-a também através de uma Pedagogia mediatizada por
tecnologias digitais, a aceitar e a respeitar os
outros.

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há necessidade de mudança nos índices de analfabetismo, pois não se concebe que ao final
de um processo de aprendizagem de leitura e de escrita, se tenha níveis totalmente
insatisfatórios dessas competências. Partindo desse axioma, começamos a investigação pelos
nossos professores, que gentilmente em Roda de Conversas e a partir de temáticas
previamente planejadas, aquiesceram em participar dos diálogos e expor seus métodos, suas
dificuldades no dia a dia, falar de seus medos e de suas esperanças.
Os diálogos estabelecidos na Roda de Conversas foram analisados frente ao estado da arte
das novas tecnologias digitais e foram identificadas lacunas e oportunidades no processo de
alfabetização destas crianças. As novas tecnologias digitais foram avaliadas neste projeto em
Sequências Didáticas, que foram aqui apresentadas, discutidas e analisadas em seus
resultados, na observação de crianças de 6 a 8 anos em processo de aquisição da leitura e da
escrita. O estudo de caso foi conduzido em uma escola de Duque de Caxias, com alunos do
ciclo de alfabetização. Foram analisadas e trouxemos os resultados que mostraram a
possibilidade de alfabetizar a partir do uso de jogos digitais para as crianças na faixa etária
dos 6 a 8 anos de idade.
O Problema que foi investigado neste trabalho diz respeito às dificuldades de leitura e escrita
das crianças de 6 a 8 anos no processo de alfabetização. Como crença norteadora se trouxe a
afirmação de que Crianças de 6 a 8 anos podem adquirir competência de leitura e escrita no
processo de alfabetização a partir do uso de novas metodologias e novas tecnologias
inseridas no seu contexto escolar. O Objetivo Geral aqui proposto foi alcançado pois analisou-
se a influência de novos métodos e tecnologias para aquisição de leitura e escrita em
processo de alfabetização de crianças de 6 a 8 anos, conforme descrito na Discussão e
Análise dos resultados no Capítulo 5 da Dissertação.
Trouxemos como princípios de ensino no desenvolvimento de habilidades com jogos digitais a
ética e o respeito ao outro, estimulando o senso crítico de que estar com o colega exige uma
relação de reciprocidade, colaboração, generosidade, autonomia e empatia e como
consequência que estas habilidades possam de forma recursiva serem aplicadas às suas
vidas.
Além da Roda de Conversas que permitiram conhecer a realidade vivenciada pelo professor
nas atividades do espaço escolar, desenvolvemos Sequências Didáticas com observação e
análise, discutindo os resultados do uso de tecnologias digitais e desenvolvimento de
habilidades durante o processo de aquisição da leitura e escrita. Ao terminar este trabalho,
disponibilizamos na Plataforma Proximal (UniCarioca), de acesso amplo, o E-Book (ISBN:978-
65-901208-0-9) sobre o processo de alfabetização de crianças de 6 a 8 anos.

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

Trazemos também ao encerrar este trabalho, algumas recomendações que consideramos muito
importantes quanto a benefícios, riscos, desdobramentos primários e secundários desta
pesquisa.
Como benefícios podemos registrar a importância de se introduzir as novas tecnologias digitais
em processos de alfabetização de crianças de 6 a 8 anos. Foi observado neste trabalho que o
lúdico, a brincadeira, o trabalho em conjunto com o colega estimularam o aprendizado da criança,
quanto a leitura e a escrita. Os riscos dizem respeito a se acreditar que os processos gerais de
alfabetização podem ser resolvidos com as novas tecnologias digitais, pois sabemos a
importância da família, da alimentação e do amor na formação de uma criança apta a aprender.
Como desdobramento primário tem-se que a escola que acolheu esta pesquisa tende a um futuro
próximo a se apropriar das novas tecnologias digitais, introduzindo de forma ampla o seu uso nos
processos de alfabetização. Como desdobramento secundário trazemos que o uso destas
tecnologias digitais pode desenvolver no espírito infantil habilidades que elas usarão para a vida,
como solidariedade, respeito ao outro, noção de compartilhamento, de colaboração, noção do eu
e do coletivo.
Outras pesquisas que podem ser desenvolvidas no futuro dizem respeito a aprofundar os estudos
das categorias dos processos cognitivos (reflexão, memória, abstração, lógica, comunicação,
linguagem, pensamento, atenção, percepção, tomada de decisão, construção da informação),
utilizando-se de jogos digitais no desenvolvimento da escrita e leitura na alfabetização de
crianças.
Este projeto ao trabalhar com jogos digitais debruçou-se sobre a aderência dos jogos no reforço
dos valores de vida comum e conjunta. No entanto, a título de exemplo do que se fala em termos
de processos cognitivos, em “Piter a Caminho do Espaço” naturalmente evidenciou-se a
percepção; em “A Boneca Emília” a comunicação e reflexão; em “A Menina e seu laço”, a
linguagem, a construção da informação, o raciocínio.
Sejam quais forem os cenários pedagógicos que os professores se proponham a trabalhar a
partir de um jogo digital, tais como valores de vida conjunta que exaltam a noção do coletivo, o
companheirismo, a solidariedade, a ética, o reconhecimento e respeito ao outro, ou mesmo se
escolherem por exemplo estudar e reforçar processos cognitivos tais como os que citamos neste
trabalho, quer-se aqui registrar que testes e provas avaliativos sozinhos, sem outros estímulos
valorativos e cognitivos, podem levar a resultados pífios, ligados aos altos níveis de
analfabetismo.
Como contribuição à Ciência mostramos a importância da observação nos testes avaliativos com
tecnologias digitais e humanos, e trouxemos resultados importantes relacionados à alfabetização
de crianças de 6 a 8 anos. Esperamos que esta motivação que nos conduziu possa ser replicada
na escola que tão gentilmente nos acolheu e também em outras escolas, porque ciência e
tecnologia andam de mãos dadas com a educação.

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1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

4 LINKS

Acesse o site com os links dos recursos digitais apresentados nas atividades e na Sequência
Didática A menina e seu laço

https://patisuam.wixsite.com/website

AGORA É SUA VEZ!

Aplique as atividades em sala de aula. Qualquer dúvida entre em contato!

email: pati.info.edu@gmail.com

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REFERÊNCIAS
1 O DESENHO DA PESQUISA E AS FASES DA METODOLOGIA

GROSSI, Márcia Gorett Ribeiro et al. Uma reflexão sobre a Neurociência e os padrões de
aprendizagem: A importância de perceber as diferenças. Debates em Educação, Maceió, v. 6, n.
12, p. 93-111, jul./dez. 2014. ISSN 2175-6600. Disponível em:
http://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/759. Acesso em: 22 jun. 2018.
doi:http://dx.doi.org/10.28998/2175-6600.2014v6n12p93.

LOPES, Aline Moraes et al. A neurociência na formação de professores: um estudo da realidade


brasileira. Revista da FAEEBA, Salvador,v.23, n. 41, p.27-40, jan./jun. 2014. Disponível
em:https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/821. Acesso: 20 jun.2018.

MATURANA R., Humberto; VARELA G., Francisco. A Árvore do conhecimento: as bases


biológicas do entendimento humano. Campinas, SP. Editorial Psy II, 1995. 281p.

MONTES, Marta. T. AuCoPre: uma metodologia ativa para o trabalho didático nos fóruns de
discussão. Curitiba: Appris, 2017

NETO, Adolfo Tanzi... et al.; organização, Roxane Rojo. Escol@ Conectada: Os multiletramentos e
as TICs. 1ª Ed. - São Paulo: Parábola, 2013.

ONOFRE, Tatiana Nóbrega. Sequência didática aliada a recursos digitais: uma proposta com o
gênero verbete de curiosidade científica na alfabetização. Tatiana Nóbrega Onofre; orientadores
Antônio Carlos de Abreu Mól e André Cotelli do Espírito Santo. Rio de Janeiro, 2019.

RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem: as múltiplas eficiências


para uma educação inclusiva. 6ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015.

SANTOS, Paula Jucá de Sousa. Contingências da realidade virtual: um protótipo digital para o
ensino e aprendizagem de língua espanhola para o ensino médio. Dissertação de Mestrado,
UniCarioca. Orientadores: Leonardo Monteiro Trotta e André Cotelli do Espírito Santo. Rio de Janeiro,
2019.

SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. Editora Contexto, 2016.

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