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13.

Uso da água e requisitos de qualidade

14. Parâmetros indicadores da qualidade da água

15. Abastecimento de água

16. Reuso da água

17. Tratamento de esgoto

18. Principais doenças associadas com a água;

19. Matéria Orgânica

20. Demanda Química de Oxigênio (DQO)

21. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

devendo estar ausentes os materiais flutuantes e os materiais sedimentáveis que causem


assoreamento do corpo d’água.

o enquadramento é influenciado por aspectos técnicos, econômicos, sociais e políticos.

Como a qualidade da água é função da quantidade de água disponível no rio, que varia ao
longo do ano (épocas de cheias e estiagens), a seleção da vazão de referência também integra
o processo decisório (a qualidade da água será melhor para a vazão média do rio do que para a
vazão na época de estiagem se as cargas poluidoras permanecem as mesmas). Por esse
motivo, recomenda-se que sejam adotadas vazões de referência (Ex: Qmedia, Q95%, Q80%,
Q7,10) ou curvas de permanência dos dados de poluentes monitorados para auxiliar no
processo decisório.

No Brasil é adotado o enquadramento por classes de qualidade. Este sistema faz com que os
padrões de qualidade estabelecidos para cada classe sejam formados pelos padrões mais
restritivos dentre todos os usos contemplados naquela classe. CONAMA 357.

Parâmetros indicadores da qualidade da água


Parâmetros Físicos

Temperatura: pode variar em função de fontes naturais (energia solar) e fontes


antropogênicas (despejos industriais e águas de resfriamento de máquinas).

Sabor e odor: resultam de causas naturais (algas; vegetação em decomposição;


bactérias; fungos; compostos orgânicos, tais como gás sulfídrico, sulfatos) e artificiais
(esgotos domésticos e industriais).

Cor: pode ser causada pelo ferro ou manganês, pela decomposição da matéria
orgânica da água (principalmente vegetais), pelas algas ou pela introdução de esgotos
industriais e domésticos. Inferior a 5 unidades??

Turbidez: presença de matéria em suspensão na água, como argila, silte, substâncias


orgânicas finamente divididas, organismos microscópicos e outras partículas.
Sólidos em suspensão: resíduo que permanece num filtro de asbesto após filtragem da
amostra.

 Sólidos sedimentáveis: sedimentam após um período t de repouso da amostra


 Sólidos não sedimentáveis: somente podem ser removidos por processos de
coagulação, floculação e decantação.
 Sólidos dissolvidos: material que passa através do filtro. Representam a matéria em
solução ou em estado coloidal presente na amostra de efluente.

Condutividade elétrica: relacionado com a presença de íons dissolvidos na água, que


são partículas carregadas eletricamente. Quanto maior for a quantidade de íons dissolvidos,
maior será a condutividade elétrica na água.

Parâmetros Químicos

pH: pH baixo torna a água corrosiva; águas com pH elevado tendem a formar
incrustações nas tubulações.

Alcalinidade: causada por sais alcalinos, principalmente de sódio e cálcio; em teores


elevados, pode proporcionar sabor desagradável à água.

Dureza: principalmente, de sais alcalinos terrosos (cálcio e magnésio) em teores


elevados; causa sabor desagradável e efeitos laxativos; reduz a formação da espuma do sabão,
aumentando o seu consumo; provoca incrustações nas tubulações e caldeiras. Classificação
das águas, em termos de dureza (em CaC03 ):

 Menor que 50 mg/1 CaC03 – água mole


 Entre 50 e 150 mg/1 CaC03 – água com dureza moderada
 Entre 150 e 300 mg/1 CaC03 – água dura
 Maior que 300 mg/1 CaC03 – água muito dura

Cloretos: provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar; podem,


também, advir dos esgotos domésticos ou industriais; em altas concentrações, conferem sabor
salgado à água ou propriedades laxativas.

Ferro e Manganês: causam coloração avermelhada à água, no caso do ferro, ou


marrom, no caso do manganês, manchando roupas e outros produtos industrializados;
conferem sabor metálico à água; as águas ferruginosas favorecem o desenvolvimento das
ferrobactérias, que causam maus odores e coloração à água e obstruem as canalizações.

Nitrogênio: pode estar presente na água sob várias formas: molecular, amônia, nitrito,
nitrato; em excesso, pode ocasionar um exagerado desenvolvimento das algas, fenômeno
chamado de eutrofização; o nitrato, na água, pode causar a metemoglobinemia; a amônia é
tóxica aos peixes; são causas do aumento do nitrogênio na água: esgotos domésticos e
industriais, fertilizantes, excrementos de animais.

Fósforo: encontra-se na água nas formas de ortofosfato, polifosfato e fósforo orgânico;


em excesso, causa a eutrofização; suas principais fontes são: dissolução de compostos do solo;
decomposição da matéria orgânica, esgotos domésticos e industriais; fertilizantes;
detergentes; excrementos de animais.

Fluoretos: em concentrações mais elevadas, podem provocar alterações da estrutura


óssea ou a fluorose dentária (manchas escuras nos dentes).
OD: teor de saturação depende da altitude e da temperatura; águas com baixos teores
de oxigênio dissolvido indicam que receberam matéria orgânica; a decomposição da matéria
orgânica por bactérias aeróbias é, geralmente, acompanhada pelo consumo e redução do
oxigênio dissolvido da água; dependendo da capacidade de autodepuração do manancial, o
teor de oxigênio dissolvido pode alcançar valores muito baixos, ou zero, extinguindo-se os
organismos aquáticos aeróbios.

Matéria orgânica: em grandes quantidades podem causar alguns problemas, como:


cor, odor, turbidez, consumo do oxigênio dissolvido, pelos organismos decompositores.
Geralmente, são utilizados dois indicadores do teor de matéria orgânica na água: Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO).

DBO: quantidade de oxigênio que seria necessário fornecer às bactérias aeróbias, para
consumirem a matéria orgânica presente em um líquido (água ou esgoto).

DQO: é a quantidade de oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica, através


de um agente químico. Para o mesmo líquido, a DQO é sempre maior que a DBO.

Componentes inorgânicos: alguns componentes entre eles os metais pesados, são


tóxicos ao homem: arsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio, prata, cobre e zinco; além dos
metais, pode-se citar os cianetos; esses componentes, geralmente, são incorporados à água
através de despejos industriais ou a partir das atividades agrícolas, de garimpo e de mineração.

Componentes orgânicos: alguns componentes são resistentes à degradação biológica,


acumulando-se na cadeia alimentar; entre esses, citam-se os agrotóxicos, alguns tipos de
detergentes e outros produtos químicos, os quais são tóxicos.

Parâmetros biológicos

Coliformes: os coliformes fecais existem em grande quantidade nas fezes humanas e,


quando encontrados na água, significa que a mesma recebeu esgotos domésticos

Algas: em grandes quantidades, como resultado do excesso de nutrientes


(eutrofização), trazem alguns inconvenientes: sabor e odor; toxidez, turbidez e cor; formação
de massas de matéria orgânica que, ao serem decompostas, provocam a redução do oxigênio
dissolvido; corrosão; interferência nos processos de tratamento da água: aspecto estético
desagradável.
Unidades de um Sistema de Abastecimento de Água:

 Manancial
- fonte onde se retira a água para abastecimento da região.
 Captação
- equipamentos e instalações que retiram a água do manancial e a joga no sistema de
abastecimento.
- duas principais formas: captação de águas subterrâneas e captação de águas
superficiais.
- passando por um sistema de grades que impede a entrada de elementos
macroscópicos.
 Adução de água bruta
- é a tubulação, normalmente sem variações, que liga a captação ao tratamento e/ou
do tratamento à rede de distribuição. Essa etapa pode funcionar de duas formas: Por
gravidade ou por recalque.
 Tratamento
- todos os sistemas existentes possuem no mínimo o tratamento com cloro e flúor.
 Reservatório
- finalidade de armazenar a água. Seu objetivo é atender as demandas de emergência,
manter uma pressão constante na rede e atender a variação de consumo. Ex.: tanques
e cisternas. Podem ser elevados, apoiados ou subterrâneos.
 Rede de distribuição
- é a unidade do sistema que transporta a água do reservatório para os consumidores.
- Nos pontos de menor pressão, instalar bombas (boosters) para levar a água.
 Ramal Domiciliar
- é a ligação que é feita da rua para a residência.
- A medição da água para fornecimento ao usuário é chamada de micromedição.
- nos locais com pressão em excesso é necessário instalar válvulas para reduzir essa
pressão
Tratamento

 Oxidação
- adiciona-se cloro, alguns metais podem ser solúveis na água (ex: Fe ²+), não da para
retirar da água, quando reage com o cloro ele perde 1 elétron, e vira um F3³+ que é
insolúvel na água e ai sim, é possível sua retirada.
- pode ser necessário adicionar carvão ativado em pó.
 Coagulação
 - as partículas finas em suspensão são aglomeradas e aumentadas de volume por meio
da adição de sulfato de alumínio e/ou cloreto férrico. Estas substâncias servem para
aglomerar (juntar) partículas sólidas que se encontram na água como, por exemplo, a
argila.
 Floculação
- adiciona-se polímero catiônico, aniônico ou neutro, pode não ser necessário.
- em tanques de concreto com a água em movimento, a água é agitada lentamente a
fim de possibilitar que as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores com
microestrutura porosa para que possam decantar-se.
 Decantação
- direcionada para outros tanques, e, por ação da gravidade, os flocos com as
impurezas e partículas ficam depositadas no fundo dos tanques, separando-se da
água.
- água passa pelo vertedouro, que serve para pegar apenas a água que está por cima,
já que a sujeira está embaixo.
 Filtração
- passa por filtros formados por carvão ativado, areia, pedras e diversos outros
elementos filtrantes. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno que não
aderiram aos flocos na etapa anterior ficam retidas no filtro.
 Flotação com ar dissolvido
 Desinfecção
- é aplicado cloro ou ozônio para eliminar microorganismos causadores de doenças. O
cloro agirá como desinfetante ao eliminar os microrganismos em geral e como
oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos presentes.
- A portaria 2.914/2011 estabelece que a companhia de saneamento deve
entregar ao consumidor a água tratada com um teor mínimo de cloro residual
livre de 0,2 mg/L.
 Fluoretação
- adicionalmente ao cloro ou ozônio é aplicado flúor na água para prevenir a formação
de cárie dentária em crianças.
- Na maior parte do Brasil o teor de flúor utilizado na água é de 0,6 a 0,8 mg/L.
 Correção de pH
- uma certa quantidade de cal hidratada ou carbonato de sódio com a finalidade de
corrigir o pH da água e preservar a rede de encanamentos de distribuição.
- A portaria 2.914/2011 recomenda que o pH mínimo para água tratada deva ser 6 e
no máximo 9,5.

Modalidades mais conhecidas de Estações de Tratamento de Água (ETA):

 ETA convencional – que apresentam o ciclo completo de processos (coagulação,


floculação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação).
 ETA convencional com carvão ativado – com adição da substância vegetal de grande
porosidade, que atua como um eficaz removedor de toxinas e impurezas do organismo
 ETA com sistema de membranas – que engloba diferentes tecnologias/modalidades
de microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa. E substitui a
floculação, decantação e filtragem.

Principais doenças associadas com a água

A água contaminada por bactérias, vírus e parasitas pode desencadear patologias como
hepatite A, febre tifoide, leptospirose, amebíase, cólera e ascaridíase (lombriga).

Hepatite A (HAV): vírus RNA, fita simples positiva, da família Picornavírus

 Inflamação do fígado
 se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na
transmissão pela via fecal-oral.

Giardíase: protozoário flagelado Giardia lamblia

 infecção do aparelho digestivo


 diagnóstico é feito identificando o organismo nas fezes a fresco ou conteúdo
duodenal, ou por ensaios de antígeno de Giardia ou teste molecular para o DNA do
parasita nas fezes.

Febre tifoide: doença infeciosa causada pela bactéria Salmonella enterica sorotipo Typhi

Leptospirose: doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a
urina de animais infectados pela bactéria Leptospira.
Amebíase: infecção do intestino grosso e, por vezes, do fígado e outros órgãos, que é causada
pelo protozoário unicelular Entamoeba histolytica, uma ameba.

Cólera: causada por uma infecção no intestino provocada pela bactéria Vibrio cholerae.

Ascaridíase (lombriga): infecção causada por Ascaris lumbricoides, um verme nematódeo


intestinal ou, ocasionalmente, por Ascaris suum (que causa ascaridíase em porcos).

Diarreia por Escherichia coli: a princípio, não é maléfica para o ser humano. No entanto,
bactérias sofrem mutações genéticas facilmente, o que pode resultar no aparecimento de
grupos de E. coli prejudiciais para a nossa saúde.

Disenteria bacteriana: bactérias do gênero Shigella.

Esquistossomose: também conhecida como barriga d’água. Vermes platelmintos do gênero


Schistosoma. Penetração ativa da larva cercária na pele de pessoas que entram em contato
com água contaminada.

Rotavírus: pertencem à família Reoviridae, gênero rotavírus. transmitidos pela via fecal-oral,
por contato pessoa a pessoa, através de água e alimentos contaminados, por objetos
contaminados e provavelmente por propagação aérea, via aerossóis. Há presença de alta
concentração do vírus causador da doença nas fezes de crianças infectadas.

Toxoplasmose: infecção causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii. Causada pela ingestão
de água ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses mais comuns em todo o mundo.
Principais vias de transmissão da toxoplasmose são: via oral (ingestão de alimentos e água
contaminados) e congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação).

Disenteria por Balantidium coli: protozoário ciliado.

Enterobiose ou Oxiuriose: causada pelo verme nematelminto Enterobius vermicularis.


Ingestão de ovos por meio de alimentos e água contaminados.

Poliomielite: causada pelo poliovírus. Pode se propagar por meio de contato com objetos,
privadas ou mãos, mas também através da ingestão de água contaminada. Ou ainda por meio
de secreções da faringe e alimentos contaminados com fezes.
Reuso da Água

O reuso pode ser definido como uso de água residuária ou água de qualidade inferior tratada
ou não.

artigo 2º da Resolução nº 54 de 28 de novembro de 2005

I- água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações, indústrias,


agroindústrias e agropecuária, tratados ou não;

II – reuso de água: utilização de água residuária;

III – água de reuso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua
utilização nas modalidades pretendidas;

– Reuso indireto: ocorre quando a água já utilizada, uma ou mais vezes para uso doméstico e
industrial, é descarregada nas águas superficiais ou subterrâneas e utilizada novamente a
jusante, de forma diluída;

– Reuso direto: é o uso planejado e deliberado de esgotos tratados para certas finalidades
como uso industrial, irrigação, recarga de aquífero e água potável;

– Reciclagem interna: é o reuso da água internamente às instalações industriais, tendo como


objetivo a economia de água e o controle de poluição.

A preocupação não está na concentração de coliformes fecais, que seriam retirados


facilmente, o perigo está na retirada de químicos como o hormônio presente em pílulas
anticoncepcionais, além de componentes de medicamentos e antibióticos cujo processo de
filtragem não seria capaz de eliminar. A exposição a esses compostos é crônica, possíveis
males se manifestam décadas depois.

- Tratamento Avançado Continua a Evoluir em Torno de Membranas e/ou Carbono Ativado –


As sequências de tratamento avançado mais típicas para o tratamento avançado de esgoto são
ilustradas na Figura 12. Essas sequências (ou variações delas) são geralmente consideradas
para reuso potável. Muitas aplicações de reuso não precisam esse nível de tratamento.
Tratamento de esgoto

O tratamento de esgotos consiste na remoção de poluentes e o método a ser utilizado


depende das características físicas, químicas e biológicas.

Preliminar: remoção de sólidos grosseiros e areia presentes no esgoto afluente.

Primário: O Tratamento Primário envolve unidades de tratamento que adotam


decantadores primários, processos exclusivamente de ação física. Estes promovem a
sedimentação das partículas em suspensão. Também existem as lagoas anaeróbias/reatores
anaeróbios, que utilizam das bactérias para a decomposição da matéria orgânica presente no
esgoto. Vale ressaltar que alguns autores classificam as lagoas anaeróbias ou reatores
anaeróbios como tratamento secundário.

Secundário: destina-se à degradação biológica de compostos carbonáceos nos chamados


reatores biológicos. Nesse tratamento é realizada a redução no nível de poluição por matéria
orgânica. Em alguns casos, apenas com o tratamento, se obtém valores que permite o
lançamento do efluente diretamente no corpo receptor.

Terciário: Quando o tratamento secundário não remove nitrogênio e fósforo nos


percentuais exigidos pelo órgão ambiental, utiliza-se o tratamento terciário. A remoção de
nitrogênio é normalmente realizada no processo de lodos ativados. Já a remoção de fósforo,
geralmente é realizada através de tratamento químico, utilizando-se sulfato de alumínio,
cloreto férrico, dentre outros.

O tratamento terciário aquele que se destina à remoção de organismos


patogênicos, a chamada desinfecção. Para esta etapa, é necessário a previsão de instalações
para a desinfecção do efluente a ser tratado. Os meios utilizados neste processo, geralmente
acontecem por meio do uso do cloro, ozônio e, mais recentemente, radiação ultravioleta.

Lagoas de estabilização

São sistemas mais simplificados. São sistemas que demandam muita área. Todavia, em
localidades em que há disponibilidade de espaço, esse tipo de tratamento de esgoto ainda tem
um papel muito importante, por ser um método simples, relativamente barato e efetivo.

As lagoas podem ser classificadas em: anaeróbias; facultativas (ocorrem processos aeróbios
e anaeróbios); aeróbias (aerada); e maturação.

É importante destacar o papel das algas em lagoas facultativas e aeróbias. Nestes dois
tipos de sistemas, as algas são responsáveis pelo fornecimento de grande parte do oxigênio
dissolvido na lagoa que serão utilizados pelos microrganismos para sintetizarem a matéria
orgânica.
Lagoa anaeróbia

Este tipo de lagoa se caracteriza por não apresentar oxigênio dissolvido abaixo da
superfície da água. Durante o processo anaeróbio, diversas bactérias se desenvolvem para
transformar a poluição orgânica em metano. Basicamente ocorrem duas etapas:

 liquefação e formação de ácidos através das bactérias acidogênicas; e


 formação de metano através das bactérias metanogênicas.

Na primeira etapa, há a conversão da matéria orgânica complexa em formas mais


simples. Nesta etapa não há conversão de DBO em metano.

Na segunda etapa, a DBO passa a ser removida, com a matéria orgânica (ácidos
produzidos na primeira etapa) sendo convertida a metano, gás carbônico e água. O carbono
orgânico é removido do meio liquido das lagoas pelo fato do metano escapar para a
atmosfera.

importante o controle de três fatores:

 Ausência de oxigênio dissolvido – as bactérias metanogênicas são anaeróbias estritas,


não sobrevivendo na presença de oxigênio;
 Temperatura – acima de 15°C; e
 pH – entre 7,0 e 9,0.

Lagoa facultativa

Provavelmente, a mais simples em termos de operação. O seu processo ocorre através da


retenção dos esgotos por um período de tempo suficiente para que os processos de
estabilização da matéria orgânica se desenvolvam

A principal característica de uma lagoa facultativa é a presença de três zonas, denominadas:

zona anaeróbia: matéria orgânica em suspensão (DBO particulada) tende a sedimentar,


constituindo um lodo no fundo da lagoa. Este lodo sofre processo de decomposição, sendo
convertido lentamente em gás carbônico, água, metano e outros.

zona aeróbia: A matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) não se sedimenta, permanecendo
dispersa no meio liquido, próxima a superfície. Nesta zona, a matéria orgânica é oxidada pro
meio da respiração aeróbia, e portanto, a necessidade de oxigênio, o qual é suprido ao meio
pela fotossíntese realizadas pelas algas

zona facultativa: há presença de bactérias anaeróbias e aeróbias responsáveis pela


estabilização da matéria orgânica. Na ausência de oxigênio livre, são utilizados outros
receptores de elétrons, como nitratos (condições anóxicas) e sulfatos (condições anaeróbias).
Nesta zona pode ocorrer presença ou ausência de oxigênio.

Lagoa aeróbia

Utilização de equipamentos de aeração, normalmente, aeradores superficiais, para


“fornecer” oxigênio para o meio liquido. Os aeradores superficiais criam turbulências
necessárias para o oxigênio contido na atmosfera adentre ao meio liquido, garantindo, assim,
oxigenação para os microrganismos que estão na lagoa. Atua de forma semelhante ao
processo de lodos ativados, com exceção para o sistema de recirculação de lodo (sólidos), que
é inexistente em lagoas aeróbias. Devido a inexistência da recirculação, a concentração de
sólidos dentro das lagoas é menor (20 a 30 vezes) do que em sistemas de lodos ativados.

É recomendável que seja instalada uma unidade de decantação (podendo ser uma lagoa
de decantação) a jusante no qual os sólidos em suspensão possam se sedimentar.

Lagoa de maturação

Responsável, principalmente, pela remoção de bactérias, coliformes, vírus e ovos de


helmintos. Este tipo de lagoa possibilita um polimento no efluente de qualquer dos sistemas
de lagoas de estabilização descritos anteriormente, ou de qualquer sistema de tratamento de
esgotos.

Objetivo é a remoção de patógenos, e não da DBO. As lagoas de maturação são


alternativas bastante econômicas à desinfecção do efluente. Diversos fatores contribuem para
a remoção dos organismos patogênicos:

 Temperatura;
 Insolação;
 pH;
 organismos predadores;
 competição;
 compostos tóxicos; e
 Sedimentação.

Alguns destes mecanismos se tornam mais efetivos com menores profundidades da lagoa,
implicando em lagoas rasas, comparadas aos demais tipos de lagoas. Como consequência da
baixa profundidade, há a elevação do pH (atividade fotossintética) e da concentração de
oxigênio dissolvido, devido a alta penetração da radiação solar.

Tratamento AERÓBIO por lodos ativos

Fase líquida: Uma massa biológica cresce, forma flocos e é continuamente recirculada e
colocada em contato com a matéria orgânica sempre com a presença de oxigênio (aeróbio). O
processo é estritamente biológico e aeróbio, no qual o esgoto bruto e o lodo ativado são
misturados, agitados e aerados em unidades conhecidas como tanques de aeração.

Fase sólida: Após este procedimento, o lodo é enviado para o decantador secundário,
onde a parte sólida é separada do esgoto tratado. O lodo sedimentado retorna ao tanque de
aeração ou é retirado para tratamento específico.
FASE LÍQUIDA

Grades: Antes de ser tratado, o esgoto passa por grades para retirar a sujeira (papel, plástico,
tampinha, etc).

Caixa de areia: Os sólidos predominantemente inorgânicos, como a areia e a terra, são


removidos. Esses sólidos constituídos por siltes, argilas, pequenas pedras e outros materiais
inorgânicos sedimentam a velocidades relativamente altas.

Decantador primário: Após a caixa de areia, o esgoto é enviado aos decantadores primários
onde ocorre a sedimentação de partículas mais pesadas.
Tanques de aeração: O esgoto é composto por matéria orgânica e microrganismos. Nos
tanques de aeração, o ar fornecido faz com que os microrganismos ali presentes alimentem-se
de

material orgânico e multipliquem-se, formando o lodo e diminuindo assim a carga poluidora


do esgoto.
Decantador secundário: Nos decantadores secundários, o sólido restante vai para o fundo e a
parte líquida já está sem 90% das impurezas. Esta água não pode ser bebida. Ela é lançada nos
rios ou reaproveitada para limpar ruas, praças e regar jardins.

FASE SÓLIDA

Entrada do lodo primário: Separa a água do sólido através da sedimentação das partículas
mais pesadas, semelhante aos decantadores.

Entrada do lodo secundário: O lodo do decantador secundário será tratado pelo processo de
adensamento por flotação nos flotadores.

Adensadores: Nos adensadores acontece o processo de adensamento que faz com que o lodo
torne-se mais concentrado através da separação de uma parte da água presente.

Flotadores: Nos flotadores acontece o processo de flotação, que consiste na separação da


água do sólido que ocorre através da introdução de água com microbolhas de ar.

Digestadores: Recebem o lodo proveniente do sistema de adensamento. Neles, há


microorganismos anaeróbicos que degradam a matéria orgânica presente no lodo formando
assim gás metano e água, promovendo a estabilização do lodo, ou seja, não haverá odores
desagradáveis.
Filtros prensa: É um equipamento mecânico para desidratação do lodo proveniente do
condicionamento químico, dotado de várias placas com telas filtrantes que serão preenchidas
por lodo através de bombeamento. O lodo passa a ter 40% de sólidos.

Esteira:

Tortas para aterro sanitário: Aqui o lodo é armazenado e desidratado para ser disposto em
aterro sanitário

Tratamentos anaeróbios de esgoto

Diferente dos lodos ativados, o tratamento anaeróbio de esgoto não necessita acréscimo de
oxigênio à mistura. os próprios microrganismos anaeróbios presentes no esgoto consomem a
matéria orgânica. Para isso, o esgoto passa por um reator fechado onde a matéria orgânica
será degradada.

Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA)

Reator Anaeróbio de Manta de Lodo e Fluxo Ascendente (UASB: maios capacidade de


coletar biogás, que pode ser utilizado para produção de energia.
DQO e DBO

Demanda Química de Oxigênio: ela avalia a quantidade de oxigênio dissolvido (OD)


consumido em meio ácido que leva à degradação de matéria orgânica. É a medida da
quantidade de oxidante químico necessário para oxidar a matéria orgânica de uma amostra.

A Demanda Química de Oxigênio (DQO) corresponde à quantidade de oxigênio consumido


por materiais e substâncias orgânicas e minerais que se oxidam sob condições experimentais
definidas. No caso de águas, a grandeza caracteriza-se como um parâmetro importante por
estimar o potencial poluidor (no caso, consumidor de oxigênio) de efluentes domésticos e
industriais, assim como o impacto destes sobre os ecossistemas aquáticos.

O princípio de análise da Demanda Química de Oxigênio consiste na oxidação química da


matéria orgânica presente em uma amostra em meio ácido, utilizando-se ácido sulfúrico, um
agente oxidante forte em excesso, e dicromato de potássio. Neste processo, o carbono
orgânico de um carboidrato, por exemplo, é convertido em gás carbônico e água.

O poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante a


ação de microrganismos. A resistência de substâncias aos ataques biológicos levou à
necessidade de fazer uso de produtos químicos, sendo a matéria orgânica neste caso oxidada
mediante um oxidante químico. É justamente aí que a DQO se diferencia da Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO), onde é medida a quantidade de oxigênio necessária para
ocorrer a oxidação da matéria orgânica biodegradável, ou seja, na DBO não é necessário fazer
uso de produtos químicos.

A DQO é muito útil quando utilizada juntamente com a DBO para observar a
biodegradabilidade de despejos. O método químico é mais rápido que o da DBO, tem duração
de 2 a 3 horas enquanto que o outro equivale ao tempo de cinco dias.

Principais métodos

O titulométrico com refluxo aberto, o titulométrico com refluxo fechado e o colorimétrico


com refluxo fechado.

 Titulométrico com refluxo aberto, a amostra e os reagentes utilizados são digeridos


em balões de fundo chato por duas horas, sendo posteriormente resfriados. O excesso
de dicromato não digerido é titulado com uma solução de sulfato ferroso amoniacal,
determinando-se assim a quantidade de oxidante consumida na reação.

 Colorimétrico com refluxo fechado, a amostra também é digerida por duas horas e é
medida a absorção do dicromato residual em espectrofotômetro no comprimento de
onda de 600 nm. Nesta técnica, o íon dicromato que oxida a matéria orgânica da
amostra muda o estado de cromo hexavalente para o estado de cromo trivalente.
Ambas as espécies de cromo são coloridas e absorvidas na região visível do espectro,
porém o íon dicromato é fortemente absorvido no comprimento de onda de 400 nm,
no qual a absorção do íon cromo é muito menor e o íon cromo absorve fortemente na
região de 600 nm na qual o dicromato tem absorção próxima à zero.

 Titulométrico com refluxo aberto é empregado elevado volume de reagentes


químicos tóxicos e perigosos (ácido sulfúrico, sulfato de prata, dicromato de potássio e
sulfato de mercúrio) que expõe o analista a situações de risco durante a análise e
também é muito trabalhoso.
 Colorimétrico por refluxo fechado, são utilizados basicamente os mesmos reagentes
químicos empregados no método titulométrico, porém em quantidades
significativamente menores, sendo possível a determinação de Demanda Química de
Oxigênio de várias amostras de uma só vez.

No método titulométrico, apesar de utilizar maior volume de reagentes químicos, não há a


necessidade de equipamentos mais avançados comparado ao colorimétrico que necessita do
uso de espectrofotômetro para a determinação da Demanda Química de Oxigênio.

Demanda Bioquímica de Oxigênio: A decomposição biológica gera a demanda bioquímica


de oxigênio.

Areação = quantidade de oxigênio dissolvido na água.

Alta concentração de DBO = POLUIÇÃO

Organismos anaeróbios: a oxidação é incompleta, havendo desprendimento de substâncias


como o metano, mercaptanas, compostos orgânicos nitrogenador e outros.
Afirmativas de questões do Qconcursos

 A relação demanda bioquímica de oxigênio/demanda química de oxigênio (DBO/DQO)


é a mais comumente utilizada para verificação do conteúdo orgânico biodegradável.

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