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Como a qualidade da água é função da quantidade de água disponível no rio, que varia ao
longo do ano (épocas de cheias e estiagens), a seleção da vazão de referência também integra
o processo decisório (a qualidade da água será melhor para a vazão média do rio do que para a
vazão na época de estiagem se as cargas poluidoras permanecem as mesmas). Por esse
motivo, recomenda-se que sejam adotadas vazões de referência (Ex: Qmedia, Q95%, Q80%,
Q7,10) ou curvas de permanência dos dados de poluentes monitorados para auxiliar no
processo decisório.
No Brasil é adotado o enquadramento por classes de qualidade. Este sistema faz com que os
padrões de qualidade estabelecidos para cada classe sejam formados pelos padrões mais
restritivos dentre todos os usos contemplados naquela classe. CONAMA 357.
Cor: pode ser causada pelo ferro ou manganês, pela decomposição da matéria
orgânica da água (principalmente vegetais), pelas algas ou pela introdução de esgotos
industriais e domésticos. Inferior a 5 unidades??
Parâmetros Químicos
pH: pH baixo torna a água corrosiva; águas com pH elevado tendem a formar
incrustações nas tubulações.
Nitrogênio: pode estar presente na água sob várias formas: molecular, amônia, nitrito,
nitrato; em excesso, pode ocasionar um exagerado desenvolvimento das algas, fenômeno
chamado de eutrofização; o nitrato, na água, pode causar a metemoglobinemia; a amônia é
tóxica aos peixes; são causas do aumento do nitrogênio na água: esgotos domésticos e
industriais, fertilizantes, excrementos de animais.
DBO: quantidade de oxigênio que seria necessário fornecer às bactérias aeróbias, para
consumirem a matéria orgânica presente em um líquido (água ou esgoto).
Parâmetros biológicos
Manancial
- fonte onde se retira a água para abastecimento da região.
Captação
- equipamentos e instalações que retiram a água do manancial e a joga no sistema de
abastecimento.
- duas principais formas: captação de águas subterrâneas e captação de águas
superficiais.
- passando por um sistema de grades que impede a entrada de elementos
macroscópicos.
Adução de água bruta
- é a tubulação, normalmente sem variações, que liga a captação ao tratamento e/ou
do tratamento à rede de distribuição. Essa etapa pode funcionar de duas formas: Por
gravidade ou por recalque.
Tratamento
- todos os sistemas existentes possuem no mínimo o tratamento com cloro e flúor.
Reservatório
- finalidade de armazenar a água. Seu objetivo é atender as demandas de emergência,
manter uma pressão constante na rede e atender a variação de consumo. Ex.: tanques
e cisternas. Podem ser elevados, apoiados ou subterrâneos.
Rede de distribuição
- é a unidade do sistema que transporta a água do reservatório para os consumidores.
- Nos pontos de menor pressão, instalar bombas (boosters) para levar a água.
Ramal Domiciliar
- é a ligação que é feita da rua para a residência.
- A medição da água para fornecimento ao usuário é chamada de micromedição.
- nos locais com pressão em excesso é necessário instalar válvulas para reduzir essa
pressão
Tratamento
Oxidação
- adiciona-se cloro, alguns metais podem ser solúveis na água (ex: Fe ²+), não da para
retirar da água, quando reage com o cloro ele perde 1 elétron, e vira um F3³+ que é
insolúvel na água e ai sim, é possível sua retirada.
- pode ser necessário adicionar carvão ativado em pó.
Coagulação
- as partículas finas em suspensão são aglomeradas e aumentadas de volume por meio
da adição de sulfato de alumínio e/ou cloreto férrico. Estas substâncias servem para
aglomerar (juntar) partículas sólidas que se encontram na água como, por exemplo, a
argila.
Floculação
- adiciona-se polímero catiônico, aniônico ou neutro, pode não ser necessário.
- em tanques de concreto com a água em movimento, a água é agitada lentamente a
fim de possibilitar que as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores com
microestrutura porosa para que possam decantar-se.
Decantação
- direcionada para outros tanques, e, por ação da gravidade, os flocos com as
impurezas e partículas ficam depositadas no fundo dos tanques, separando-se da
água.
- água passa pelo vertedouro, que serve para pegar apenas a água que está por cima,
já que a sujeira está embaixo.
Filtração
- passa por filtros formados por carvão ativado, areia, pedras e diversos outros
elementos filtrantes. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno que não
aderiram aos flocos na etapa anterior ficam retidas no filtro.
Flotação com ar dissolvido
Desinfecção
- é aplicado cloro ou ozônio para eliminar microorganismos causadores de doenças. O
cloro agirá como desinfetante ao eliminar os microrganismos em geral e como
oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos presentes.
- A portaria 2.914/2011 estabelece que a companhia de saneamento deve
entregar ao consumidor a água tratada com um teor mínimo de cloro residual
livre de 0,2 mg/L.
Fluoretação
- adicionalmente ao cloro ou ozônio é aplicado flúor na água para prevenir a formação
de cárie dentária em crianças.
- Na maior parte do Brasil o teor de flúor utilizado na água é de 0,6 a 0,8 mg/L.
Correção de pH
- uma certa quantidade de cal hidratada ou carbonato de sódio com a finalidade de
corrigir o pH da água e preservar a rede de encanamentos de distribuição.
- A portaria 2.914/2011 recomenda que o pH mínimo para água tratada deva ser 6 e
no máximo 9,5.
A água contaminada por bactérias, vírus e parasitas pode desencadear patologias como
hepatite A, febre tifoide, leptospirose, amebíase, cólera e ascaridíase (lombriga).
Inflamação do fígado
se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na
transmissão pela via fecal-oral.
Febre tifoide: doença infeciosa causada pela bactéria Salmonella enterica sorotipo Typhi
Leptospirose: doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a
urina de animais infectados pela bactéria Leptospira.
Amebíase: infecção do intestino grosso e, por vezes, do fígado e outros órgãos, que é causada
pelo protozoário unicelular Entamoeba histolytica, uma ameba.
Cólera: causada por uma infecção no intestino provocada pela bactéria Vibrio cholerae.
Diarreia por Escherichia coli: a princípio, não é maléfica para o ser humano. No entanto,
bactérias sofrem mutações genéticas facilmente, o que pode resultar no aparecimento de
grupos de E. coli prejudiciais para a nossa saúde.
Rotavírus: pertencem à família Reoviridae, gênero rotavírus. transmitidos pela via fecal-oral,
por contato pessoa a pessoa, através de água e alimentos contaminados, por objetos
contaminados e provavelmente por propagação aérea, via aerossóis. Há presença de alta
concentração do vírus causador da doença nas fezes de crianças infectadas.
Toxoplasmose: infecção causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii. Causada pela ingestão
de água ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses mais comuns em todo o mundo.
Principais vias de transmissão da toxoplasmose são: via oral (ingestão de alimentos e água
contaminados) e congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação).
Poliomielite: causada pelo poliovírus. Pode se propagar por meio de contato com objetos,
privadas ou mãos, mas também através da ingestão de água contaminada. Ou ainda por meio
de secreções da faringe e alimentos contaminados com fezes.
Reuso da Água
O reuso pode ser definido como uso de água residuária ou água de qualidade inferior tratada
ou não.
III – água de reuso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua
utilização nas modalidades pretendidas;
– Reuso indireto: ocorre quando a água já utilizada, uma ou mais vezes para uso doméstico e
industrial, é descarregada nas águas superficiais ou subterrâneas e utilizada novamente a
jusante, de forma diluída;
– Reuso direto: é o uso planejado e deliberado de esgotos tratados para certas finalidades
como uso industrial, irrigação, recarga de aquífero e água potável;
Lagoas de estabilização
São sistemas mais simplificados. São sistemas que demandam muita área. Todavia, em
localidades em que há disponibilidade de espaço, esse tipo de tratamento de esgoto ainda tem
um papel muito importante, por ser um método simples, relativamente barato e efetivo.
As lagoas podem ser classificadas em: anaeróbias; facultativas (ocorrem processos aeróbios
e anaeróbios); aeróbias (aerada); e maturação.
É importante destacar o papel das algas em lagoas facultativas e aeróbias. Nestes dois
tipos de sistemas, as algas são responsáveis pelo fornecimento de grande parte do oxigênio
dissolvido na lagoa que serão utilizados pelos microrganismos para sintetizarem a matéria
orgânica.
Lagoa anaeróbia
Este tipo de lagoa se caracteriza por não apresentar oxigênio dissolvido abaixo da
superfície da água. Durante o processo anaeróbio, diversas bactérias se desenvolvem para
transformar a poluição orgânica em metano. Basicamente ocorrem duas etapas:
Na segunda etapa, a DBO passa a ser removida, com a matéria orgânica (ácidos
produzidos na primeira etapa) sendo convertida a metano, gás carbônico e água. O carbono
orgânico é removido do meio liquido das lagoas pelo fato do metano escapar para a
atmosfera.
Lagoa facultativa
zona aeróbia: A matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) não se sedimenta, permanecendo
dispersa no meio liquido, próxima a superfície. Nesta zona, a matéria orgânica é oxidada pro
meio da respiração aeróbia, e portanto, a necessidade de oxigênio, o qual é suprido ao meio
pela fotossíntese realizadas pelas algas
Lagoa aeróbia
É recomendável que seja instalada uma unidade de decantação (podendo ser uma lagoa
de decantação) a jusante no qual os sólidos em suspensão possam se sedimentar.
Lagoa de maturação
Temperatura;
Insolação;
pH;
organismos predadores;
competição;
compostos tóxicos; e
Sedimentação.
Alguns destes mecanismos se tornam mais efetivos com menores profundidades da lagoa,
implicando em lagoas rasas, comparadas aos demais tipos de lagoas. Como consequência da
baixa profundidade, há a elevação do pH (atividade fotossintética) e da concentração de
oxigênio dissolvido, devido a alta penetração da radiação solar.
Fase líquida: Uma massa biológica cresce, forma flocos e é continuamente recirculada e
colocada em contato com a matéria orgânica sempre com a presença de oxigênio (aeróbio). O
processo é estritamente biológico e aeróbio, no qual o esgoto bruto e o lodo ativado são
misturados, agitados e aerados em unidades conhecidas como tanques de aeração.
Fase sólida: Após este procedimento, o lodo é enviado para o decantador secundário,
onde a parte sólida é separada do esgoto tratado. O lodo sedimentado retorna ao tanque de
aeração ou é retirado para tratamento específico.
FASE LÍQUIDA
Grades: Antes de ser tratado, o esgoto passa por grades para retirar a sujeira (papel, plástico,
tampinha, etc).
Decantador primário: Após a caixa de areia, o esgoto é enviado aos decantadores primários
onde ocorre a sedimentação de partículas mais pesadas.
Tanques de aeração: O esgoto é composto por matéria orgânica e microrganismos. Nos
tanques de aeração, o ar fornecido faz com que os microrganismos ali presentes alimentem-se
de
FASE SÓLIDA
Entrada do lodo primário: Separa a água do sólido através da sedimentação das partículas
mais pesadas, semelhante aos decantadores.
Entrada do lodo secundário: O lodo do decantador secundário será tratado pelo processo de
adensamento por flotação nos flotadores.
Adensadores: Nos adensadores acontece o processo de adensamento que faz com que o lodo
torne-se mais concentrado através da separação de uma parte da água presente.
Esteira:
Tortas para aterro sanitário: Aqui o lodo é armazenado e desidratado para ser disposto em
aterro sanitário
Diferente dos lodos ativados, o tratamento anaeróbio de esgoto não necessita acréscimo de
oxigênio à mistura. os próprios microrganismos anaeróbios presentes no esgoto consomem a
matéria orgânica. Para isso, o esgoto passa por um reator fechado onde a matéria orgânica
será degradada.
A DQO é muito útil quando utilizada juntamente com a DBO para observar a
biodegradabilidade de despejos. O método químico é mais rápido que o da DBO, tem duração
de 2 a 3 horas enquanto que o outro equivale ao tempo de cinco dias.
Principais métodos
Colorimétrico com refluxo fechado, a amostra também é digerida por duas horas e é
medida a absorção do dicromato residual em espectrofotômetro no comprimento de
onda de 600 nm. Nesta técnica, o íon dicromato que oxida a matéria orgânica da
amostra muda o estado de cromo hexavalente para o estado de cromo trivalente.
Ambas as espécies de cromo são coloridas e absorvidas na região visível do espectro,
porém o íon dicromato é fortemente absorvido no comprimento de onda de 400 nm,
no qual a absorção do íon cromo é muito menor e o íon cromo absorve fortemente na
região de 600 nm na qual o dicromato tem absorção próxima à zero.