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O ensino desde o princípio era direcionado para a classe dominante, aqueles que
investiam mais, que eram bem preparados, pois era exigido um conhecimento básico de
cada área estudada anteriormente no decorrer da vida escolar do indivíduo, com essa
seleção excluíam a camada mais pobre que em sua maioria deixavam os estudos no
primeiro ciclo para trabalhar, que era uma necessidade maior. Muitos desses indivíduos
eram filhos de trabalhadores rurais, que possuíam muitos filhos e não tinham condições
de mantê-los em uma escola dignamente, ao contrário dos filhos de empresários, que
tinham apoio para seguir a vida acadêmica, estudar, pesquisar e especializar nas áreas
de maior prestígio social.
Para ingressar em uma Universidade Federal era necessário passar por um
processo seletivo onde os maiores acertos teriam chances de frequentar um curso
renomado, e essa seleção segue até hoje. Com isso exclui a classe trabalhadora do
acesso ao ensino público e de qualidade, por seguir em sua maior parte da vida escolar,
com dificuldades no ensino precário em uma escola pública onde há falta de professores
e má qualidade no conteúdo ministrado, não preparando seus alunos para uma
Universidade, mas sim para o mercado de trabalho, um reflexo do que encontramos por
toda nossa trajetória escolar e que no caso o meio acadêmico quando se trata dos cursos
de licenciaturas. Com incentivo do governo cada vez maior para o mercado e não para
um ensino onde possam ser discutidos os problemas que nos cerca nesse sistema que
vivemos. É viável a pergunta: ensino superior para quem?
Trago dois pontos essenciais para análise: o ensino público e o privado, e como
as políticas públicas tem o papel de influenciar na formação de professores. Onde o
ensino superior público é voltado para a pesquisa e teorias mais profundas, para ter
acesso e analisar as verdades que envolvem a história da sociedade, e com isso começa-
se a questionar tudo que nos cerca. É criado um embasamento teórico com mais
qualidade por ter maior acesso aos livros, estrutura qualificada em uma Universidade
pública. Para Porter (1984, p. 37) “A exigência atual de igualdade contribuiu para
reforçar as intervenções do Estado no domínio Universitário, já que o levou a
desenvolver uma política que tende a reduzir a discriminação das minorias.”
Já em uma Instituição privada o acesso aos livros, internet na própria faculdade é
mais dificultoso, e o foco desse ensino é direcionado para o mercado de trabalho. Em
muitas das faculdades privadas é colocado o poder de questionar, de instigar, de fazer
pesquisa, mas a estrutura não é qualificada fazendo com que esta não seja adapte a esse
método de ensino, pois quem frequenta essas faculdades em sua maioria, são os
trabalhadores que não tiveram condições de passar pelo filtro social que é o vestibular, e
também pessoas com idade adulta que não tiveram oportunidade de dedicar-se aos
estudos em um momento anterior. De acordo com Franco, o processo do vestibular
serve também para análise da qualidade do ensino.
A necessidade, reconhecida, inclusive pelas universidades, de atingir os
problemas na sua origem ou, pelo menos, no ensino de segundo grau, supõe
outras medidas no interior da universidade, no sentido de reter os alunos e
prepará-los melhor para o magistério e juntos aos professores de segundo
grau. Se não conseguirmos sair do imobilismo e da acomodação aos
problemas crônicos do curso de pedagogia e das licenciaturas, pouco ou nada
avançaremos, com ou sem vestibular unificado, com concursos vestibulares
de habilitação ou classificação. (FRANCO, 1991, p. 115).
Referências