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Iluminismo

Apresentação:
O Iluminismo, também conhecido como Século das Luzes e Ilustração, foi um
movimento que dominou o mundo das ideias na Europa durante o século XVIII, este século
ficou também conhecido pelo “Século da Filosofia”.
Os historiadores franceses colocam o período do Iluminismo entre 1715 (o ano em que
Luís XIV morreu) e 1789 (inicio da Revolução Francesa). No entanto, existem historiadores
que defendem o período da década de 1620, com o inicio da Revolução Cientifica. As ideias
do iluminismo, que criticavam a monarquia e a igreja preparavam o caminho para as
revoluções politicas dos séculos XVIII e XIX. Os movimentos do liberalismo e
neoclassicismo usaram, também, a herança intelectual do Iluminismo.
Iluminismo é um conceito que resume diversas tradições, nomeadamente, filosóficas,
sociais, politicas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. É, uma atitude geral de
pensamento e ação. Os praticantes do iluminismo, os iluministas, admitiam que os seres
humanos estão em condição de tornar o mundo melhor através da introspeção, a introspeção
consistia no livre exercício das capacidades humanas e no ajuste político-social.
O Iluminismo incluía uma série de ideias que se centravam, maioritariamente na razão,
para os iluministas, a razão era a principal fonte de autoridade e legitimidade e defendia
ideais como a liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e
separação Igreja-Estado. Na França haviam ainda outras doutrinas centrais como a liberdade
individual, a tolerância absoluta, a critica à monarquia absolutista e aos dogmas fixos pela
Igreja Católica Romana.
O Iluminismo foi marcado por um realce no método cientifico e no reducionismo
(conjunto de teorias correlatas que afirmam, grosso modo, que objetos, fenômenos, teorias e
significados complexos podem ser sempre reduzidos).
O lema do Iluminismo é:. Tem coragem para fazer uso da tua própria razão.
Os iluministas tinham, como ideal, princípios do conhecimento critico a todos os
campos do mundo humano, eles supunham que podiam contribuir para o progresso da
humanidade e para a superação dos resíduos de tirania e superstição que tinham sido uma
parte do legado da Idade Média. A maior parte dos praticantes do Iluminismo associavam o
ideal de conhecimento critico à tarefa de melhoramento do estado e da sociedade.
É usado o termo “iluminismo”, dado ao destaque dado às ideias de progresso e
perfetibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional como meio de
superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
Entre o final do século XVII e a primeira metade do século XVIII, a principal
influência sobre a filosofia do iluminismo veio das conceções mecanicistas, que haviam
surgido graças à revolução cientifica do século XVII. Neste contexto, o mais influente dos
cientistas e filósofos foi, o físico inglês, Isaac Newton.
Pode-se afirmar que a primeira fase do iluminismo foi marcada por tentativas de
importação do modelo de estudo dos fenômenos físicos para a compreensão dos fenômenos
humanos e culturais.
Contudo, a partir da segunda metade do século XVIII, começaram a afastarem-se das
premissas mecanicistas e aproximavam-se das teorias vitalistas que tinham sido
desenvolvidas pelas nascentes ciências da vida.
A estrutura politica e social do absolutismo foi altamente criticada pelo iluminismo. O
mercantilismo, que era a doutrina económica típica daquela altura, também foi condenado e
novas propostas, a condizer com a nova realidade que se vivia, nomeadamente o capitalismo,
foram teorizadas.
Os primeiros a contestar o mercantilismo foram os fisiocratas. Estes, acreditavam que
a riqueza viria da natureza, ou seja, da agricultura, da mineração e da pecuária. Eles também
contrariavam o mercantilismo: os fisiocratas eram contrários à intervenção do Estado na
economia. Esta deveria ser regida por leis naturais, que deveriam agir livremente.
A fisiocracia influenciou pensadores como, Adam Smith, pai da economia clássica. O
pensamento económico era fruto do trabalho assistemático dos intelectuais que se
interessavam pelo problema da economia.
Nos países ocidentais, o Iluminismo deteve uma enorme influência. A época do
iluminismo foi marcada por transformações politicas, como a criação e consolidação de
estados-nação, a expansão de direitos civis e a redução da influência de instituições
hierárquicas como a nobreza e a Igreja.
O Iluminismo ajudou a formar os eventos políticos, que mais tarde se revelariam
cruciais para a formação do mundo moderno, tais como, a Revolução Francesa (1789-1799),
a Constituição polaca de 1791, a Revolução Dezembrista na Rússia em 1825, o movimento
de independência na Grécia e nos Balcãs (1821–1829), e os movimentos de emancipação
nacional ocorridos no continente americano a partir de 1776.
Muitos autores associam, ao ideário iluminista, o surgimento das principais correntes
de pensamento que caracterizariam o século XIX, a saber, liberalismo, socialismo e social-
democracia.
Os iluministas utilizaram vários meios para difundir os seus ideais e propostas,
nomeadamente:
 a Enciclopédia (dirigida por Diredot e D’Alembert), que foi publicada de 1751 a
1772, contou com 28 volumes;
 os jornais e outras publicações periódicas (gazetas, correios, magazines e
mercúrios);
 as academias;
 os salões, os cafés e os clubes;
 a maçonaria, a maçonaria era uma sociedade secreta cujos membros, os maçons, se
organizavam em pequenas células, as lojas maçónicas, eles obedeciam a normas e
rituais próprios;
 a língua francesa.

O iluminismo em Portugal:
A partir de 1759, posteriormente à expulsão dos jesuítas de Portugal, o marquês de
Pombal iniciou a laicização e a reforma do ensino:
 fundou as escolas menores (escolas de “ler”, “escrever” e “contar”);
 criou escolas régias, que era a base do ensino secundário, para o ensino das
Humanidades;
 fundou o Real Colégio dos Nobres;
 fundou a Aula do Comércio, para a burguesia;
 encerrou a Universidade de Évora, dominada pelos jesuítas;
 reformou a Universidade de Coimbra, através da criação das faculdades de
Matemática e de Filosofia, do Jardim Botânico, do Gabinete de Física e do Museu
de História Natural.

Principais Iluministas e suas teorias:


John Locke – nasceu em 1632 e morreu em 1704, foi um filósofo inglês que defendia
a liberdade de expressão. Locke não creditava que Deus tinha poder no destino dos homens,
e acreditava no direito de propriedade como sendo natural do ser humano, incluindo os
escravos. Defendia os escravos e defendia os seus direitos, como a liberdade e a tolerância.
A sua exceção eram os homens primitivos, aqueles que não sabiam conviver com o dinheiro.
Voltaire – nasceu em 1694 e morreu em 1778, foi um filosofo francês, que defendia o
Liberalismo, este resguardava as liberdades civis. As suas ideias espalharam-se de forma
controversa.
Jean-Jacques Rousseau – nasceu em 1712 e morreu em 1778, foi um filosofo suíço,
Rousseau era a favor do “contrato social”, este consistia em promover a justiça social.
Defendia que a propriedade privada gerava a desigualdade entre os homens. Segundo
Rousseau, os homens teriam sido corrompidos pela sociedade quando a soberania popular
acabou.
Montesquieu – nasceu em 1689 e morreu em 1755, filosofo francês que se destacou,
sobre tudo, na filosofia e na história. Criticou de forma sistemática o autoritarismo politico,
bem como as tradições das instituições europeias, principalmente a monarquia inglesa.
Denis Diderot – nasceu em 1713 e morreu em 1784, foi um filosofo e tradutor
francês, que criticava o absolutismo e defendia a ideia que a politica era responsável por
eliminar as diferenças existentes nas sociedades.
Adam Smith – nasceu em 1723 e morreu em 1790, foi um filosofo e economista
escocês, que afirmava que somente com o fim dos monopólios e da politica mercantilista o
Estado iria prosperar. Dizia também que o empreendimento privado deveria agir livremente,
com pouca ou nenhuma intervenção governamental. Isso fez com que a burguesia fosse
influenciada pelos seus pensamentos, que estava desesperada para acabar com os privilégios
feudais e com o mercantilismo.
Immanuel Kant – nasceu em 1724 e morreu em 1804, Kant revelava que o espirito ou
a razão das quais as impressões dos sentidos externos são apenas matéria prima para o
conhecimento. Kant foi um entusiasta do Iluminismo europeu e estadunidense, que publicou
a obra “O que é o Iluminismo?”

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