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EMBRIOLOGIA
autora
FLAVIA PORTO PELA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial sergio augusto cabral; roberto paes; gladis linhares.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
isbn: 978-85-5548-159-8
8• capítulo 1
1.2 Noções do Aparelho Reprodutor
Masculino
capítulo 1 •9
©© FABIOCONCETTA | DREAMSTIME.COM
Figura 1.2 – Sistema Reprodutor Masculino. Perspectiva frontal dos órgãos.
1.2.2 Testículos
10 • capítulo 1
Ainda nos testículos há as células de Sertoli que apresentam a função de
nutrir e manter os espermatozoides até o momento da ejaculação e, as células
intersticiais de Leydig responsáveis pela produção de andrógenos (hormônios
masculinos), distribuídos entre os túbulos, com função de características sexu-
ais secundárias ao homem.
1.2.3 Epidídimo
©© CONVIT | DREAMSTIME.COM
em sua forma enovelada, atingindo
até 5m de duto se fosse esticado.
Anatomicamente, cada epidídimo
pode ser dividido em três regiões:
cabeça, corpo e cauda. A cabeça e o
corpo possuem como principal fun-
ção a maturação dos espermatozoi-
des, processo que ocorre ao longo
de 4 a 12 dias, enquanto a cauda é
responsável pelo armazenamento
até o momento da ejaculação dos
gametas. Esse órgão é dependente
de andrógeno para que sua atividade
funcional ocorra.
O epitélio (figura 1.3) do epidí-
dimo é pseudoestratificado colunar
com estereocílios com ação de absor-
ver o fluído oriundo dos testículos.
Apresenta, em sua composição, célu- Figura 1.3 – Microscopia de luz do corte his-
las com complexo de Golgi hipertró- tológico do epidídimo corado com hematoxi-
fico, evidenciando intensa ativida- lina e eosina. A) Epitélio pseudoestratificado
de de síntese de glicoproteínas que colunar estereocílios composto por células ri-
serão inseridas nas superfícies dos cas em organelas do tipo Complexo de Golgi.
espermatozoides, conferindo a estes B) Células alongadas do miofibroblasto. C)
gametas os componentes químicos Espermatozoides.
capítulo 1 • 11
importantes para garantir a cada espermatozoide a motilidade necessária para
fecundar o oócito. Ainda, na composição pseudoestratificada do epitélio, é co-
mum encontrar linfócitos aptos atuarem como barreira imunológica a esse
órgão.
O transporte dos espermatozoides é dependente das contrações de
miofibroblastos dispostos em torno do duto localizado na porção subjacente
ao epitélio cuja musculatura lisa favorece o peristaltismo espontâneo,
enquanto, a contração do músculo da cauda do epidídimo é desencadeada pelo
estímulo sexual, provocando a ejaculação. Desta forma, os espermatozoides
são liberados para o exterior, passando rapidamente pelos canais deferentes
e pela uretra.
12 • capítulo 1
1.2.5 Vesículas seminais
1.2.6 Próstata
Ureter
Bexiga
Trígono
Glândulo
Uretra membranosa bulboretral
Uretra cavernosa
Pênis
Orifício externo
da uretra
capítulo 1 • 13
1.2.7 Glândulas bulbouretrais
Fáscia expermatica
externa
Lâmina parietal
da túnica vaginal
Epidídimo
Músculos e fáscias
cremastéricos
1.2.8 Pênis
14 • capítulo 1
preenchimento dos espaços por maior ou menor volume sanguíneo é respon-
sável pela ereção masculina.
O pênis é revestido internamente por epitélio estratificado pavimentoso
pouco queratinizado, enquanto a glande é revestida por epitélio estratificado
pavimentoso, não queratinizado. O tecido conjuntivo da pele, com caracterís-
ticas frouxas e ricas em fibras elásticas contribui para o processo de ereção do
pênis e a exposição da glande. O pênis ét um órgão com muitas terminações
nervosas e receptores sensoriais o que promove ao indivíduo maior associação
ao prazer sexual (figura 1.7).
Pele
Veia dorsal profunda
Túnica albugínea
Corpos cavernosos:
Trabéculas
Espaços
cavernosos
Artéria
Septo
Corpo esponjoso
Uretra
capítulo 1 • 15
Quando ocorre o nascimento do menino, os testículos, possuem apenas células
germinativas imaturas, ou seja, não prosseguirão à etapa de mitose. Após o nas-
cimento, as gônadas se tornam quiescentes até a puberdade, período em que se
inicia o amadurecimento daquelas.
Na puberdade, a espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos testicu-
lares como resposta ao estímulo realizado pelos hormônios gonadotróficos da
glândula hipófise anterior. Desta forma, a mitose das células germinativas é
retomada e suas células resultantes podem permanecer em processo mitótico
mantendo a linhagem de células germinativas, as espermatogonias, ou iniciarem
o processo de divisão meiótico se tornando então espermatócitos primários.
Para a formação dos espermatócitos primários, as espermatogonias au-
mentam seu volume citoplasmático e migram entre as células de Sertoli em
direção ao lúmen central dos tubos seminíferos, fase de crescimento. Sendo
assim, dá-se início ao processo mitótico, cuja descrição será realizada em duas
etapas: a primeira divisão meiótica e a segunda divisão meiótica.
Todo processo de divisão celular meiótico, fase de maturação, se inicia com
a etapa de interfase, período no qual ocorre intensa atividade metabólica (Fase
G0) em que a célula concentra sua atividade à manutenção vital, seguindo para
a etapa em que ocorre síntese de proteínas (Fase G1), síntese de DNA (Fase S) e
a duplicação dos centríolos (Fase G2), o que acarreta para célula o aumento do
volume, do tamanho e do número de organelas promovendo condições para a
realização das etapas de divisão celular.
A primeira divisão meiótica, também denominada reducional, promoverá a
formação de células com a metade do número de cromossomos da célula-mãe,
ou seja, no final dessa etapa as células são consideradas haploides. A primeira
etapa, prófase I, ocorre com a condensação dos cromossomos duplicados na
fase de interfase, o emparelhamento dos mesmos aos seus pares homólogos
seguido de um possível processo de crossing-over entre as cromátides homó-
logas, sutil separação dos cromossomos homólogos promovendo a termina-
lização dos quiasmas e, por fim, o envoltório nuclear é desfeito. A prófase I é
considerada a fase mais longa do período de divisão meiótica. Seguindo para
a metáfase I, com o envoltório nuclear já desfeito, há a formação do fuso acro-
mático no qual os cromossomos irão se ligar, se dispondo no meio da célula.
Durante a anáfase I ocorre a separação dos cromossomos homólogos por meio
do deslocamento dos mesmos para as extremidades do citoplasma. Por fim, na
telófase, os cromossomos são separados nos polos das células, são sutilmente
descondensados e ocorre a citocinese.
16 • capítulo 1
Desta forma, cada gameta primário ou espermatócito primário se divide
em dois gametas secundários, os espermatócitos secundários. Cada esperma-
tócito secundário recebe 46 cromossomos do corpo, os quais permanecem
como cromátides-irmãs emparelhadas.
A segunda divisão meiótica, também denominada equacional, se inicia
com a prófase II, com os processos de condensação dos cromossomos, o de-
saparecimento dos nucléolos, a migração dos centríolos para polos opostos da
célula e a desintegração da carioteca. Durante a metáfase II, os cromossomos
se organizam no polo equatorial da célula, seguindo, com a separação das cro-
mátides irmãs, a denominada anáfase II. Por fim, na telófase II, as cromátides
se condensam, os nucléolos reaparecem e a carioteca se reintegra, resultando
então em quatro células filhas.
A conclusão da meiose II se dá com as cromátides-irmãs se separando re-
sultando em 4 espermátides haploides contendo 23 cromossomos simples, as
quais ao amadurecerem formarão os espermatozoides.
©© ALILA07 | DREAMSTIME.COM
Túbulo seminífero
Espermetogônia
tipo A
Mitose
Espermetogônia
Espermetogônia tipo B
tipo A
Meiose I Espermatócito
primário
Espermatócito
Meiose II secundário
Espermátides
(Estágio 2
da diferenciação)
Espermiogênese
Espermatozoide
capítulo 1 • 17
Após o término da meiose II, as espermátides ali formadas ainda não apre-
sentam as características estruturais típicas dos espermatozoides. Para que
isto ocorra, inica-se a última fase obrigatória da gametogênese masculina A
espermiogênese, última fase para a formação dos espermatozoides, remete ao
processo de amadurecimento das espermátides haploides que irão perder volu-
me citoplasmático, as vesículas do complexo de Golgi se fundem para formar o
acrossomo, responsável por conter enzimas aptas a perfurarem as membranas
do óvulo para a ocorrência da fecundação; os centríolos migram para a porção
posterior ao núcleo da espermátides de modo a formar o flagelo, responsável
por realizar a movimentação dos espermatozoides; e as mitocôndrias irão se
posicionar na porção intermediária do espermatozoide de forma a realizar a
respiração celular e produzir ATP para manter a energia da célula. Desta forma,
os espermatozoides estarão maduros (figura 1.9).
Aparelho de
Golgi
Vesícula Mitocôndria
acrossomal
Acrossoma
Núcleos
1 2
Núcleo Centríolos
espermático Microtubos Corpo Cabeça
3 Flagelo
Excesso
de
citoplasma
4
Rabo
5
6
7
18 • capítulo 1
1.4 Os hormônios do sistema reprodutor
masculino CH2 CH2
H C CH2 R C O
C D
As principais fontes de hormô-
A B
nios masculinos são a glândula HO HO
Colesterol Pregnenolona
adrenal e o testículo. O início da CH2
produção dos hormônios gona- C O
capítulo 1 • 19
O LH promove a secreção de testosterona ao estimular as células de Leydig.
A produção de testosterona é dependente da mobilização do colesterol que sob
ação de enzimas redutoras irão transformá-lo em testosterona (figura 1.10).
O aumento da testosterona irá promover a inibição do GnRH produzido pelo
hipotálamo e, também, inibirá o LH produzido pela hipófise. O processo inibitó-
rio da secreção do FSH ocorre apenas com altas concentrações de testosterona
ou pela produção de inibina B pelas células de Sertoli, ação esta que irá realizar a
retroalimentação negativa da secreção hormonal pela hipófise (figura 1.11).
Hipotálamo
Ação do FSH
Ação do LH GnRH
Retroalimentação negativa
Retroalimentação positiva
Glândula pituitária Retroalimentação negativa
anterior
FSH LH
Inibição Células de
Leydig ligação
Espermatogônia
Células de
Sertoli
Proteína de ligação
ao andrógeno (ABP)
• Testosterona:
• Diferenciação sexual;
• Promover e manter a espermatogênese;
20 • capítulo 1
• Inibir o desenvolvimento de glândulas mamárias;
• Efeito anabólico sobre os músculos;
• Efeito anabólico sobre a medula óssea atuando sobre a eritropoese;
• Agravamento da voz, crescimento da laringe e alongamento das cordas
vocais;
• Atuação sobre a libido;
• Regulação de hormônios gonadotróficos e GnRH;
• Indução enzimática e regulação da síntese proteica hepática.
• DHT:
• Diferenciação sexual: masculinização da genitália externa;
• Maturação sexual na puberdade;
• Desenvolvimento embrionário da próstata e crescimento e atividade
no adulto;
• Atividade das glândulas sebáceas;
• Desenvolvimento de pelos corporais;
• Indução enzimática e regulação da síntese proteica hepática.
• Efeitos sobre a libido.
• Estradiol:
• Desenvolvimento embrionário da próstata e crescimento e atividade
no adulto;
• Regulação da secreção de gonadotrofinas e GnRH;
• Efeitos sobre a libido.
capítulo 1 • 21
Pela classificação feita pela localização destas estruturas, pode-se dizer que
o sistema reprodutor feminino é composto internamente á pelve por vagina,
útero, tubas uterinas e ovários e, externamente pela vulva.
A B
Ureter
Trompa Útero Ampola da tuba uterina
Ovário (trompa de falópio)
de falópio Ovário
Figura 1.12 – Sistema Reprodutivo Feminino. A) Perspectiva Frontal dos Órgãos e B) Pers-
pectiva Transversal dos Órgãos.
1.5.1.1 Vulva
22 • capítulo 1
uma membrana fibrosa densa, sendo que cada corpo é ligado aos ramos da pú-
bis e do ísquio, é uma região rica em nervos. Por fim, o vestíbulo da vagina que
é formado pelo hímen, o óstio vaginal, o óstio externo da uretra e as aberturas
dos ductos das glândulas vestibulares maiores com função de secretar muco
responsável por promover a lubrificação durante o ato sexual.
Monte púbico
Clitóris
Abertura uretral
Vulva
Grande e pequenos
lábios da vagina
Entrada da vagina
Períneo
Ânus
Figura 1.13 – Representação da anatomia da Vulva constituída por monte púbico, os lábios
maiores, os lábios menores, o clitóris e o bulbo do vestíbulo.
1.5.1.2 Vagina
capítulo 1 • 23
Epitelio
pavimentoso
estratificado
Acidentes
Corium
(zona profunda Fibras oblíquas
com vasos)
Veias
Dobras da mucosa
Fibras musculares
transversais
Figura 1.14 – Corte Histológico longitudinal da vagina com as indicações da camada muco-
sa, camada muscular, camada epitelial adventícia, fibras, veias dentre outros.
1.5.1.3 Útero
O útero está localizado sobre a vagina, entre a bexiga urinária e o reto, em es-
pecífico, no plano mediano da cavidade pélvica. Possui o formato de uma pera
invertida, é oco, sendo constituído em sua morfologia por colo, corpo e o istmo
do útero. O colo do útero está localizado acima da porção superior da cavidade
vaginal (figura 1.15A.) representando a região onde o istmo do útero encontra
a vagina (figura 1.15B). O corpo do útero define-se pelos dois terços superiores
do órgão (figura 1.15C) e, em cuja lateral, se conecta às tubas uterinas. Sua prin-
cipal função é favorecer o desenvolvimento dos embriões que se implantam no
endométrio.
24 • capítulo 1
Corpo do útero
Istmo do útero
Colo do útero Visão frontal do
colo do útero
Vagina
Figura 1.15 – Representação do Útero. A imagem evidencia morfologia uterina dividida em:
A) colo do útero, B) istmo do útero e C) corpo do útero. Ainda, uma visão frontal do colo do
útero.
C
Perimétrio
Estrato
vascular A Endométrio
Miométrio
Figura 1.16 – Histologia do Útero. O corte histológico, corado com hematoxilina e eosina,
demonstra as divisões quanto: A) endométrio, B) miométrio e C) perimétrio.
capítulo 1 • 25
1.5.1.4 Tubas uterinas
Istmo
Ampola
Infundíbulo
Ovário
Pavilhão tubário
Corpo do útero
Células Células
secretoras ciliadas
Canal vaginal
1.5.1.5 Ovários
26 • capítulo 1
Na mulher sexualmente madura, a histologia do córtex define-se por estru-
turas sólidas contendo estroma de suporte de tecido conjuntivo, que se asse-
melham aos fibroblastos com matriz intercelular e colágeno, podendo conter
gotículas de lipídeos. Sua porção superficial é mais fibrosa do que o córtex pro-
fundo frequentemente chamado de túnica albugínea. É pouco vascularizado
e contem os folículos primordiais e os folículos pós-ovulatórios. Os folículos
primordiais contem em cada qual, a célula germinativa, o ovócito também co-
nhecido por óvulo, responsável pela função reprodutiva representada pela ovo-
gênese e, os folículos pós-ovulatórios os quais podem ser os corpos lúteos com
função de produzir os hormônios estrogênio e progesterona, os corpos lúteos
antigos e degenerados denominados como corpo albicans e os corpos degene-
rados denominados atrésicos. A região medular é constituída por um tecido
frouxo com fibroblastos. E, por fim, a região hílica com abundância de elemen-
tos vasculares denominados ramos helicinos e nervos (Figura 1.18).
Ovário Ovário
Figura 1.18 – Ovário. Representação esquemática dos ovários no sistema reprodutor feminino.
capítulo 1 • 27
gradação da ciclina. Esse processo cíclico da MPF atuará a etapa de metáfase II
que é outra etapa em que a meiose se estabelecerá estacionada. A permanência
do oócito primário à etapa de prófase I ocorrerá até a mulher atingir a puberda-
de quando por meio dos estímulos dos hormônios gonadotrofinas da hipófise
finalizar o processo meiótico (figura 1.19).
MPF
Figura 1.19 – Variação do complexo proteico durante o processo de maturação dos ovócitos.
28 • capítulo 1
constituído por hormônios esteroides como oxitocina, activina, inibina, FSH,
LH, vasopressina e, glicosaminoglicanos, eletrólitos, mucopolissacarídeos e
proteínas o plasma, os quais irão compor o antro, responsável por nutrir as cé-
lulas da granulosa e o ovócito. A formação do antro define o folículo maduro,
folículo antral ou folículo de Graaf.
Concomitantemente ao desenvolvimento do folículo, o ovócito primário
completa a primeira divisão da meiose, tonando-se assim o ovócito secundário
e primeiro corpo polar que irás e fragmentar e desaparecer. O ovócito secundá-
rio inicia a segunda etapa da divisão meiótica até a fase de metáfase II onde por
ação de fatores de inibição da meiose irá estacionar o processo meiótico até a
ocorrência da fertilização.
O ovócito secundário está contido no folículo de Graaf. As células da gra-
nulosa deste folículo formam um anel à volta do ovócito designado por corona
radiata e, um pedículo que o suporta, designado por cumulus oophorus. Entre
o ovócito secundário e a corona radiata mantem-se a zona pelúcida a qual tem
função de barreira física à penetração dos espermatozoides (figura 1.20).
Theca interna
Theca externa
Antro
Cumulus
Folículo secundário
oophuros Corona radiata
Figura 1.20 – Corte histológico corado com hematoxilina e eosina evidenciando a estrutura
do folículo de Graaf.
capítulo 1 • 29
poderá se degenerar em 12-24 horas caso não seja fecundado, ou, completará a
segunda divisão meiótica caso a fecundação se realize. A segunda divisão mei-
ótica ocorrerá com a divisão do ovócito de maneira desigual em que a maior
porção do citoplasma permanecerá no zigoto, o ovo fertilizado, e, o restante irá
para o segundo corpo polar que será degenerado.
O folículo dominante que sofreu ação enzimática proteolítica começa a
ser preenchido de sangue formando o corpus hemorrhagicum. As células da
granulosa e as células da teca que compunham o folículo dominante iniciam a
multiplicação celular e o sangue coagulado é substituído pelo corpo amarelo,
que é uma estrutura endócrina composta por células da granulosa, células da
teca, capilares e fibroblastos (figura 2.11).
Primeiro Oócito
corpúsculo secundário Ovulação
polar
Folículo
Pré-ovulatório
Antro
Início da formação
do Antro
Corpo lúteo
degenerado
Figura 2.11 – Processo de maturação folicular. O estágio inicial ocorre com a formação do
folículo primordial até o folículo pré-ovulatório. Em seguida, inicia-se a ovulação com a libera-
ção do ovócito secundário e formação do corpo lúteo. Caso não haja a fecundação o corpo
lúteo inicia seu processo de degeneração.
30 • capítulo 1
mantidos, caso contrário, há a formação do corpus albicans por processo de
necrose realizado pela ação dos leucócitos, macrófagos e fibroblastos.
capítulo 1 • 31
Os níveis hormonais de LH e FSH são regulados pelos produtos de secreção
ovárica, ou seja, um aumento dos esteroides, estrógeno e progesterona, supri-
mem a secreção de LH e FSH, esse mecanismo é denominado de retro controle
negativo. Ainda, o FSH pode ser inibido pela inibina produzida pelo corpo ama-
relo (inibina A) e pelas células da granulosa (inibina B) por meio da inibição da
subunidade β da FSH, a exocitose de FSH e, possivelmente, a secreção de GnRH.
Os estrogênios são o 17-β-estradiol (E2), a estroma e o estriol, produzidos
pela teca interna e granulosa dos folículos ovarianos, pelo corpo amarelo e pla-
centa e, em menores quantidades, pelo córtex da suprarrenal e pelo testículo.
O processo de síntese dos estrogênios é semelhante ao que ocorre no homem,
como já descrito no tópico 2.3. Suas funções estão associadas a nível membra-
nar, em se ligar a receptores clássicos e não-clássicos e em canais iônicos de-
pendentes de diferença de voltagem; a nível citoplasmático ativam as quinases
e induzem a enzima NO sintase endotelial a aumentarem a síntese de NO; e,
por fim, a nível nuclear, o complexo estrogênio-receptor irá modular a expres-
são genica e a síntese proteica.
A progesterona é produzida pelo corpo amarelo e pela placenta, sen-
do responsável pelo desenvolvimento de glândulas uterinas e o acumulo de
glicogênio.
32 • capítulo 1
O FSH tem a concentração diminuída ao longo da fase folicular até o 12o dia
do ciclo quando então atinge seu pico máximo. Esta alteração de níveis de con-
centração hormonal ocorre em função do hormônio de promover hiperplasia e
hipertofia das células da granulosa dos folículos primários induzindo nestas a
síntese de seus receptores FSH-R, da produção da enzima aromatase responsá-
vel pela conversão dos androgênios em estrogênios, de IGF-1 e IGF-2 responsá-
veis pela proliferação folicular, fator de crescimento epidérmico (EGF) e fator
de transformação de crescimento α.
Ao modo que há o crescimento dos folículos o nível hormonal de estradiol
secretado aumenta, atingindo sua concentração máxima no 12o dia do ciclo.
Este aumento de estradiol nas células da granulosa induz a síntese de FSH-R,
de receptores próprios e receptores para LH nas células tecais.
A concentração hormonal de LH inicia seu aumento antes do descamamen-
to do endométrio. O LH por sua vez atua estimulando as células da teca a pro-
duzirem os androgênios, que por difusão permeando a lamina basal para as cé-
lulas da granulosa, servirão de substrato para a síntese de estradiol. Ainda, nas
células da granulosa o LH atuará promovendo a síntese de progesterona, que
poderá por meio da lamina basal difundir para as células da teca e ser substrato
à síntese de androgênios. Esse processo envolvendo as funções dos hormônios
do LH e FSH é denominado Teoria das Duas Células – Duas Gonadotrofinas.
No 12o dia do ciclo, o aumento da síntese de estradiol pelo folículo domi-
nante permite que em dois dias seja atingido o máximo de concentração plas-
mática do hormônio. Neste contexto, há a nível do hipotálamo, o aumento da
frequência de secreção do GnRH e, há, nível da adenohipófise, a secreção de re-
servas de LH acumuladas. Como consequência da secreção do GnRH, há tam-
bém o pico de FSH no fim da fase folicular.
• Fase ovulatória tem duração de 1 a 3 dias, podendo ocorrer no período do
13o ao 15o dia do ciclo, o qual culminará na ovulação. Com a ocorrência da ma-
turação folicular por ações dos hormônios FSH, LH, estradiol e fatores de cres-
cimento. A alta concentração do LH irá bloquear a expressão genica de IGF-1 o
qual controla a proliferação da granulosa, do receptor da FSH (FSHr), receptor
β dos estrogênios e ciclina D2 e, irá induzir a expressão de genes cujas proteínas
irão atuar, nas células da granulosa, com a indução de cicloxigenase-2 (COX-2)
responsável pela síntese de prostaglandinas que irão atuar na sinalização ce-
lular e na reação pseudoinflamatória local; nas células da teca há a indução de
síntese do receptor de progesterona (PR) o qual irá regular funções nos órgãos
capítulo 1 • 33
reprodutores como útero, glândula mamária e ovário; nas células do cumulus
oophorus há a indução da sintese do ácido hialuronico que irá sintetizar
proteoglicano o qual atuará na expansão da matriz extra-celular do cumulus.
• Fase luteinica possui duração de 13 dias, finalizando o ciclo com a he-
morragia menstrual. Com a liberação do ovócito secundário, o folículo vazio é
transformado no corpo lúteo responsável por produzir estradiol e progesterona
e, ainda, inibina. O aumento da concentração de progesterona associado ao au-
mento do estradiol promove a inibição da secreção de LH e FSH por processo de
feedback negativo, concomitantemente, o ação da inibina irá suprimir a secre-
ção de FSH e, consequentemente, inibir o desenvolvimento de novos folículos.
Com a queda dos níveis hormonais de LH e FSH e a secreção de luteolisina
pelo útero, há atrésia do corpo lúteo e, consequentemente, a redução das con-
centrações de estrogênios e progesterona para níveis mais baixos. Se houver a
fertilização, os hormônios gonadotrofina coriônica (HCG) e prolactina são se-
cretados mantendo o funcionamento do corpo lúteo.
Histologia
Ovariana
37 oC
Temperatura corporal
36 oC
Estradiol Hormônio luteinizante (LH)
Hormônio Progesterona
Hormônios
folículo-estimulante
(FHS)
Menstruação
Endometrial
Histologia
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Dia do Ciclo Menstrual
(Valores médios. As durações e valores podem variar
entre mulheres e ciclos diferentes.)
Figura 2.12 – Ciclo de maturação das células germinativas do sistema reprodutor feminino
e os hormônios envolvidos.
34 • capítulo 1
1.5.1.10 Métodos Contraceptivos
capítulo 1 • 35
secreta hormônio dentro do útero o que o faz atuar também no fluxo menstrual.
Sua eficácia pode durar de 5 a 10 anos conforme o produto (figura 1.13).
A. B.
DIU de Cobre
DIU hormonal
36 • capítulo 1
inibindo a ovulação. Este anel vaginal deve ser posto no 5odia da menstruação
na vagina e usado ao longo do ciclo. Finalizado os 21 dias, há a retirada do anel
e deve ser feita uma pausa de 7 dias. Sua eficácia é de aproximadamente 99%,
semelhante á pílula anticoncepcional oral (figura 1.14).
A. B.
Útero
Anel
vaginal
Libertação de
hormônios
Gândula seminal
Uretra Próstata
Ducto deferente
Testículos
capítulo 1 • 37
A ligadura de tubas uterinas remete ao procedimento cirúrgico para a este-
rilização voluntária, em que as trompas da mulher serão cortadas, cauterizadas
ou amarradas de modo a inviabilizar a fecundação do óvulo pelo espermatozoi-
de. O rompimento pode ser realizado por colpotomia ou por histeroscopia. A
colpotomia se dá com a incisão do fundo de saco posterior da vagina, represen-
ta maior risco de infecção à paciente. A histeroscopia acessa as tubas uterinas
via cavidade endometrial.
A laqueadura não altera o ciclo menstrual bem como os níveis hormonais
femininos.
Figura 1.16 – Representação esquemática do método contraceptivo ligadura das Tubas Ute-
rinas ou Trompas de Falópio.
O diafragma é um anel flexível que deve ser colocado dentro da vagina cer-
ca de 30 minutos antes da relação sexual e retirado 12 horas após o término
da mesma, em que sua função será impedir a entrada dos espermatozoides no
útero. A eficiência do método é baixa, apresentando aproximadamente cerca
de 10% de falhas. Para inicio do uso do diafragma é recomendado avaliação mé-
dica para adequação do diâmetro do diafragma a vagina (figura 1.17).
38 • capítulo 1
Trompas Útero
Ovário
Colo do útero
Vagina
Diafragma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLSON, B. M. Human Embryology and Developmental Biology. 5.ed. Philadelphia: Elsevier
Saunders, 2014. p.37-472
EYNARD, Aldo R; VALENTICH, Mirta A; ROVASIO, Roberto A. Histologia e embriologia humanas:
bases celulares e moleculares. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
JUNQUEIRA, L. C. V.; ZAGO, D. Embriologia médica e comparada. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1982, 291p.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. 609 p.
ROHEN JW, LUTJEN-DRECOLL E. Embriologia funcional: o desenvolvimento dos sistemas
funcionais do organismo humano. 2a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.
SANDLER, TW. LANGMAN – Embriologia Médica, 11a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.
capítulo 1 • 39
40 • capítulo 1
2
Desenvolvimento
embrionário –
1 a 4 semanas
o o
A embriologia é o estudo que visa à compreensão das etapas do desenvolvimen-
to embrionário, o qual compreende o período pré-natal de embriões e fetos
durante todos os estágios para a formação do organismo. Grupos de estudos
em embriologia classificaram este período do desenvolvimento pré-natal como
sendo a anatomia do desenvolvimento embrionário.
O desenvolvimento embrionário, portanto, compreende o período desde a
fertilização até a 40ª semana após a formação do zigoto, portanto é o período
em que o zigoto passa por rápidas transformações morfológicas e desenvolvi-
mento para formação de todas as estruturas do seu organismo. É importante
destacar que a ocorrência de alterações em qualquer etapa deste desenvolvi-
mento pode causar a morte do feto ainda na vida intrauterina ou pós natal, ou
pode afetar definitivamente a vida pós-natal, quando a intercorrência causa
malformações que prejudicam o funcionamento saudável do organismo.
Desta forma, os estudos em embriologia permitem a compreensão sobre
cada etapa do desenvolvimento embrionário e a integração deste conhecimen-
to com demais ciências e áreas da medicina, permitindo assim o planejamen-
to das orientações a serem dadas á mulher e conduzidas pelos profissionais
de saúde visando a redução de riscos no período gestacional. Esta integração
auxilia também na compreensão das diferentes causas das alterações do de-
senvolvimento intreuterino humano e, mais recentemente, na possibilidade
do uso das células embrionárias, denominadas de células tronco totipotentes
e plutipotentes, em terapias celulares, sendo potencialmente úteis na cura de
doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, autoimunes como o diabetes
mellitus tipo 1, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, trau-
mas na medula espinhal e nefropatias.
Neste capítulo serão abordadas as principais etapas do desenvolvimento
embrionário ocorridas entre a 1ª e 8ª semanas de gestação.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo você será capaz de:
• Compreender a estruturação das contas contábeis;
• Aprender a aplicabilidade e a utilidade de cada conta contábil e dos grupos de contas;
• Conhecer as principais modificações da legislação brasileira pertinentes à Contabilidade
brasileira na atualidade.
42 • capítulo 2
2.1 1ª Semana do Desenvolvimento
Embrionário
2.1.1 Fertilização
capítulo 2 • 43
A fertilização se delineia por complexas etapas que compreendem desde o
contato direto entre ovócito e espermatozoide até a etapa de mistura de cro-
mossomos, maternos e paternos, na metáfase da primeira divisão mitótica do
zigoto, que ocorrem em um intervalo de 24horas. Intercorrências em alguma
destas etapas podem gerar a morte do zigoto.
O conjunto de etapas sucessivas que compreendem o processo de fertiliza-
ção é composto por:
44 • capítulo 2
gameta masculino com função de promover a penetração deste no ovócito.
Membrana da
célula de esperma
Membrana
acrossomal Fusão entre membrana
da célula de esperma
e membrana acrossomal
adjacente
Núcleo
Centríolo
capítulo 2 • 45
Cabeça do
espermatozoide
CD9
α3β1 Integrina
α5β1
α6β1 Ovócito
Cabeça do
espermatozoide
Fusão dos
pronúcleos
Figura 2.4 – Formação dos pronúcleos, masculino e feminino, seguindo com a fusão dos
mesmo, gerando a oótide.
46 • capítulo 2
6ª Formação do zigoto: ocorre a lise das membranas pronucleares que irá
favorecer a fusão dos pronúcleos, seguido, da agregação dos cromossomos, for-
mando assim o zigoto. O zigoto, geneticamente, representa a base da herança
biparental e da variabilidade gênica presente na espécie humana (figura 2.5).
Com o desfecho normal da fecundação, é possível afirmar que houve o su-
cesso da fertilização.
A B
Figura 2.5 – Formação do zigoto a partir da fusão dos pronúcleos. A) Zigoto na metáfase da
1° divisão mitótica; B) Zigoto na anáfase da 1° divisão mitótica.
capítulo 2 • 47
partir de 9 células, inicia-sea o processo de compactação dos blastômeros, o
que corresponde à aglomeração do conjunto celular mediado por glicoprote-
ínas de adesão de superfície celular. A compactação permite, assim, o maior
contato célula-célula e é um pré-requisito para formação da massa celular in-
terna do blastocisto (figura 2.6B e C).
Corpo polar
Zona pelúcida
Blastômero
2.1.3 Mórula
D. Mônula
48 • capítulo 2
2.1.4 Blastocisto
Zona pelúcia em
degeneração
Cavidade do
blastocisto
Trofoblasto
capítulo 2 • 49
2.1.5 Nidação ou Implantação
Cerca de seis dias após a fertilização ocorre adesão do blastocisto ao epitélio en-
dometrial, em geral, adjacente ao polo embrionário. Esta aposição e adesão são
promovidas em função da interdigitação presente nos microvilos do trofoblas-
to e do epitélio uterino, pela formação de complexos juncionais e interações
envolvendo receptores do trofoblasto, tais como, o fator inibidor da leucemia
(LIF), citocinas presente na superfície endometrial, e as integrinas que se ligam
aos componentes da matriz extracelular do endométrio. As células epiteliais
sofrem apoptose e, esta lesão tecidual uterina estimula a síntese de prostaglan-
dinas, que aumentam a permeabilidade vascular e, em consequência, há ede-
ma do estroma, recrutamento de leucócitos e produção de citocinas.
A ocorrência da adesão promove a proliferação rápida e gradual do trofoblas-
to o qual se diferencia em duas camadas celulares, citotrofoblasto e o sinciciotro-
foblasto, por meio da modulação de. fatores intrínsecos e da matriz extracelular.
O citotrofoblasto é composto por células internas que permanecem uninu-
cleadas. Enquanto, o sinciciotrofoblasto corresponde a uma massa celular ex-
terna multinucleada cujos prolongamentos digitiformes se estenderam para o
epitélio endometrial invadindo o tecido conjuntivo a partir da secreção de enzi-
mas as quais possibilitam a implantação do blastocisto dentro do endométrio.
Durante a invasão, o trofoblasto produz proteinases, como a gelatinase B ou
metaloproteinase-9 da matriz extracelular as quais degradam a matriz extrace-
lular; ocorre o aumento do nível de expressão das integrinas como integrina
α6β4, receptor para a laminina da lâmina basal do epitélio uterino, integri-
na α5β1, receptor para a fibronectina do tecido conjuntivo e, integrina α1β1,
receptor para a laminina e para o colágeno do tipo IV da lâmina basal dos vasos
sanguíneos as quais irão favorecer a adesão ao endométrio.
Ainda, o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto secretam hormônio gonado-
trofina coriônica (hCG) responsável pela manutenção do corpo lúteo e de favo-
recer o processo de nidação e diferenciação do trofoblasto. É neste período do
desenvolvimento embrionário ser possível realizar os exames de gravidez dado
o elevado nível de hCG presente no sangue e urina da gestante.
50 • capítulo 2
A figura 2.8 representa de modo ilustrativo as etapas do processo de implan-
tação do blastocisto ao útero.
Camada funciona Lúmen do útero
do endométrio
Dia 5
Blastocisto
Dia 6 Trofoblasto
Embrioblasto
Trofoblasto
Dia 7
Embrioblasto
Citotrofoblasto
Sinciciofoblasto
Hipoblasto
Disco germinal
Dia 8 Epiblasto
bilaminar
Citotrofoblasto
Sinciciofoblasto
Dia 9
Citotrofoblasto Saco vitelino
Sinciciofoblasto Hiploblasto
Disco germinal
Epiblasto bilaminar
Cavidade
Aminiótica
Glândula uterina Âmnion
capítulo 2 • 51
A figura 2.9. esquematicamente representa o resumo da primeira semana.
de desenvolvimento embrionário humano.
Divisões
2 células 4 células 8 células
Zigoto
Mórula
Fusão do óvulo
e pronúcleo do
espermatozoide
Blastocisto
Fertilização
Blastocisto
implantado
Óvulo
52 • capítulo 2
2.2.1 Disco embrionário bidérmico ou bilaminar
Espaço celômico
extra-embrionário
Epiblasto
Hipoblasto
Trofoblasto
capítulo 2 • 53
queratinizada, do trato respiratório e do sistema digestório, sendo composto
por 98 a 99% de água e 1 a 2% de solutos, como proteínas, enzimas, carboidra-
tos, lipídios, hormônios, vitaminas e eletrólitos.
O líquido amniótico tem a função de proteger o feto do dessecamento, de
choques mecânicos e de infecções, permite a sua movimentação, evita a ade-
rência da pele e auxilia no controle da temperatura corpórea.
A figura 2.11 é representação ilustrativa do corte frontal do endométrio evi-
denciando a formação da cavidade amniótica.
Endométrio do útero
Glândula endometrial
Formação da
membrana
exocelômica Citotrofoblasto
Disco embrionário bilaminar: Sinciciotrofoblasto
Hipoblasto Âmnio
Epiblasto Cavidade amniótica
54 • capítulo 2
Disco bilaminar
Saco vitelíneo
Mesoderma
extra-embrionário
Figura 2.12 – Representação ilustrativa do saco vitelino, disco embrionário bidérmico e me-
soderma extra-embrionário.
Membrana de Heuser
se formando
Citrofoblasto Cavidade vitelina primitiva
capítulo 2 • 55
2.2.4 Mesoderma extra embrionário
Membrana de Heuser
Citotrofoblasto
Retículo extra-
Cavidade Amniótica embrionário Cavitação do retículo
Epiblasto extra-embrionário
Cavidade citelina
Hipoblasto primitiva
Mesoderma
extra-embrionário
56 • capítulo 2
2.2.5 Celoma extra-embrionário
Mesoderma somático
extra-embrionário
Eixo central do
citotrofoblasto
A B
C
Saco coriônico
capítulo 2 • 57
Sangue materno
Vilosidade
coriônica primária
Pedículo
do embrião
Celoma extra-embrionário
e posteriormente cavidade
coriônica
Saco vitelino
secundário
Placa
precordal
58 • capítulo 2
longitudinal do disco embrionário. Há evidências da participação de substân-
cias químicas atuando como agentes indutores que direcionam esta prolifera-
ção e migração celular (exemplos: fator de crescimento TGF-β e Wnt)
O nó primitivo é formado na extremidade cefálica gerando uma protusão
celular, em cujo centro em associação com o sulco primitivo forma a fosseta
primitiva. As células que compõem o nó primitivo expressam moléculas res-
ponsáveis pela organização do eixo embrionário, como Foxa-2, goosecoid, cor-
dina, noguina, nodal e ácido retinoico.
As células que se alongaram na formação da linha primitiva, perdem sua
lâmina basal, reduzem a expressão de E-caderinas e adquirem a morfologia de
uma garrafa dado o processo de migração que implica no estreitamento dos fi-
lamentos de actina da porção apical. Ao deixarem a linha primitiva, essas célu-
las, em função dos pseudópodos, são denominadas de células mesenquimais. O
processo de transformação descrito acima está correlacionado com a expressão
do fator de transcrição snail e a migração celular viabilizada pela secreção de
substâncias da matriz extracelular, como a fibronectina e o ácido hialurônico.
Na porção mediana da linha primitiva surge o sulco primitivo decorrente da
migração celular e, a saída de células do nó primitivo forma a fosseta primitiva.
Na extremidade caudal há uma área circular que é a membrana cloacal.
Com a formação da linha primitiva é possível identificar o eixo cefálo-cau-
dal, as superfícies dorsal e ventral e os lados direito e esquerdo.
As primeiras células do epiblasto que deram início à migração originam o
mesoderma extraembrionário. Células do epiblasto que promovem o desloca-
mento de células do hipoblasto irão constituir o endoderma. As células da li-
nha primitiva que se deslocam pela porção lateral e cranial entre o epiblasto e
o endoderma estabelecem o mesoderma. Por fim, o epiblasto é denominado
de ectoderma. Desta forma, na terceira semana, o embrião é constituído por
um disco embrionário trilaminar ou tridérmico, ou seja, contém três camadas
de células embrionárias diferenciadas entre si: o ectoderma, o mesoderma e o
endoderma.
No final da terceira semana do desenvolvimento embrionário, a linha pri-
mitiva começa a regredir a partir da porção caudal até desaparecer na porção
cefálica.
capítulo 2 • 59
Ectoderma
do embrião Placa pré-cordal
Borda cortada do âmnio
Sulco primitivo
Vesícula umbilical revestida Nó primitivo na alinha primitiva
com mesoderma
extraembrionário Borda cortada
Nó primitivo Ectoderma do do âmnio
embrião
Fosseta primitiva
Nível de corte em B
Sulco primitivo
na alinha primitiva Células mesenquimais Endoderma Mesoblasto
em migração do embrião
Pedículo de conexão
Figura 2.17 – Em (A) representação ilustrativa do dorso do embrião com 16 dias. Em (B)
há a representação da metade cefálica do disco embrionário evidenciando o processo de
formação do mesoblasto, a partir da migração das células mesenquimais, que dará origem ao
mesoderma intra-embrionário.
60 • capítulo 2
quimais do nó e da fosseta dos primitivos, formando o cordão celular mediano,
o qual adquire luz e se estende da porção do canal notocordal até a porção da
placa precordal. O canal notocordal é precursor da membrana cloacal, o ânus
e, a placa precordal precursora da membrana bucofaríngea, a boca. O assoalho
celular do processo notocordal irá se fundir com o endoderma e, posteriormen-
te, irá se degenerar. Células notocordais remanescentes da degeneração irão
formar a placa notocorda dado a proliferação na porção cefálica, seguido de um
dobramento, o qual resultará na notocorda (figura 2.18).
A notocorda é a estrutura precursora da coluna vertebral e, apresenta as
seguintes funções: definir o eixo primitivo no embrião em desenvolvimento,
servindo como alicerce para o desenvolvimento do esqueleto axial; orienta a
localização dos corpos vertebrais que irão ser formados em torno do local defi-
nido pela notocorda; e, o principal, induz quimicamente o desenvolvimento do
sistema nervoso na região do ectoderma localizada logo acima da notocorda
– o neuroectoderma.
Prega neural
Placa precordal
Extremidade
cefálica Placa
Ectoderma do
embrião neural
Processo
Nó primitivo notocordal
Linha Células
primitiva recém-
acrescentadas
Extremidade caudal
Notocorda abaixo
do sulco neural
Membrana cloacal
capítulo 2 • 61
Conforme estudos desenvolvidos em camundongo, o início da indução da
formação do sistema nervoso central se dá quando células do ectoderma loca-
lizadas acima da placa precordal e da notocordal tornam-se mais altas, expres-
sam moléculas de adesão celular neural como N-CAM, reduzem ou reprimem
a expressão de proteína E-caderinas e, iniciam a síntese de N-caderinas. Essa
modificação estrutural das células do ectoderma em decorrência da ação das
moléculas citadas forma a placa neural.
Em seguida, a placa neural é submetida ao alongamento, há um estreita-
mento nas extremidades referentes a membrana bucofaríngea e a membrana
cloacal e, uma invaginação que permite o dobramento desta ao longo do seu
eixo longitudinal. Este dobramento associado a modificação da forma celular
de colunar para piramidal forma o sulco neural e delimita nas extremidades do
sulco, as pregas neurais.
Posteriormente, há a fusão das pregas neurais por meio de moléculas de
adesão gerando assim, o tubo neural. Com a formação do tubo neural, algumas
células neuroectodérmicas, dispostas ao longo de cada crista de cada prega neu-
ral, perdem sua afinidade com o epitélio e deixam de aderir às células vizinhas.
Quando o tubo neural se separa da ectoderma da superfície, células da crista neu-
ral se agregam e formam a crista neural, a qual se dispõe entre o tubo neural e
a ectoderma superficial suprajacente. Em seguida, há a separação das cristas e,
consequente, migração para os dorsolaterais do tubo neural. Nesta região haverá
a formação dos gânglios sensitivos dos nervos cranianos e espinhais, ainda, são
responsáveis pela formação das bainhas de neurilema dos nervos periféricos, as
meninges que cobrem o encéfalo e a medula espinhal, contribuem para a forma-
ção das células pigmentares, células da medula supra-renal e componentes de
musculares e esqueléticos da cabeça (figura 2.19).
Enquanto há o procedimento de fusão do tubo neural, as extremidades ce-
fálica e caudal do tubo neural estão interligadas com a cavidade amniótica em
decorrência da presença, respectivamente, dos neuroporo anterior presente na
porção cranial do embrião e neurosporo posterior presente na porção caudal
do embrião. O término da conexão dos neuroporo à cavidade amniótica se dá
pelo fechamento desses em ocorre em aproximadamente 25 dias do desenvol-
vimento para o neuroporo anterior, e de 28 dias para o neuroporo posterior.
Finalizando, acima do tubo neural, células da camada germinativa do
ectoderma são refeitas, o que promovem a internalização do tubo neural. Esses
eventos no desenvolvimento embrionário denominam a neurulação.
62 • capítulo 2
Linha divisória
do âmnio
Linha divisória
do neural
Dobra âmnio
Dobra neural
Sulco neural
Sulco
neural Crista
Sulco neural Nível da neural
Protovértebra Seção B Dobra neuralSulco
neural Crista
Nível da neural
Protovértebra Seção B Dobra neural
Nó primitivo
Linha primitiva
Nó primitivo
Notocorda
Linha primitiva
A B Notocorda
Dobras neurais
A se aproximam B Ectoderma da
superfície
Dobras neurais
Ectoderma da
se aproximam
superfície
C D
Desenvolvimento
C D da epiderme
Desenvolvimento
da epiderme
Crista neural
Crista neural
Canal neural
Tubo neural
Tubo neural
Canal neural
Desenvolvimento
Tubo neural
da gânglio espinhal
E FTubo neural
Desenvolvimento
da gânglio espinhal
E F
Figura 2.19 – Esquema ilustrativo da formação do tubo neural por meio da fusão das pregas
neurais.
capítulo 2 • 63
soderma intermediário, o qual se estreita dando a delimitação do mesoderma
lateral. O mesoderma lateral é contínuo com o mesoderma extraembrionário
somático e com o mesoderma extraembrionário esplâncnico (figura 2.20A).
Finalizada a diferenciação do mesoderma intra-embrionário ocorre, no fi-
nal da terceira semana do desenvolvimento embrionário, a divisão do meso-
derma paraxial em corpos cuboides pareados, os somitômeros, os quais irão se
desenvolver para formar blocos de mesoderma, chamados de somitos (figura
2.20B).
A formação dos somitos ocorre aos pares, com velocidade de três pares por
dia, ao longo do final da 3° à 5°semana do desenvolvimento embrionário, dis-
tribuídos nas laterais dos tubos neurais, sendo quatro pares na porção occipi-
tal, oito pares na porção cervical, doze pares na porção torácica, cinco pares na
porção lombar e oito a 10 pares na porção coccígeos do embrião. Em decorrên-
cia da formação diária dos pares de somitos é possível, a partir do numero des-
ses presentes no embrião, identificar a idade do desenvolvimento embrionário
(tabela 2.1)
64 • capítulo 2
Pregas neurais em Cirsta Tubo
fusão para formar neural neural
Somito
o tubo neural Somito
Somito
Âmnio
Mesoderma somático
Celoma
intraembrionário
Somito
Mesoderma
intraembrionário Mesoderma Celoma intraembrionário
esplâncnico em comunicação com o
celoma extraembrionário
A B
Tubo
neural Gânglio espinal em desenvolvimento
Dermiótomo
Dermátono
Esclerótomo
Celoma Miótomo
intraem-
brionário Esclerótomo
Prega lateral
Aortas Mesoderma
dorsais somático
Vesícula
umbilical Celoma
Mesoderma extraembrionário
Intestino
esplâcnico
C D primitivo
capítulo 2 • 65
O celoma intra-embrionário, no segundo mês do desenvolvimento embrio-
nário, será dividido em três cavidades: cavidade pericárdica, cavidades pleurais
e cavidade peritoneal (figura 2.21B).
A
Mesoderma
intermediário B
Mesoderma Sulco Pregas
Ectoderme neurais
paraxial neural
do embrião Mesoderma somático
Âmnio intra-embrionário
Celoma intra
embrionário
Mesoderma
lateral
Somito
Espaços Mesoderma
celômicos esplancnico
intra-embrionário
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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funcionais do organismo humano. 2a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.
SANDLER, TW. LANGMAN – Embriologia Médica, 11a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.
66 • capítulo 2
3
Desenvolvimento
Embrionário 4 -8
o o
e o Período Fetal
– 9 semana do
o
Desenvolvimento ao
Nascimento
No período compreendido entre a 4° e a 8° semana do desenvolvimento em-
brionário ocorre as principais transformações do embrião de modo que haja,
neste, a formação de todos os órgãos e sistemas. Em decorrência destas trans-
formações, este período é denominado de organogênese.
Em relação ao período fetal, período que compreende da 9° ao nascimento,
ocorre o rápido crescimento corporal, com aquisição de peso e desenvolvimen-
to da estatura, e a diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas, uma vez que
apesar de estarem formados, estão em funcionamento mínimo com, exceção,
do sistema cardiovascular.
Em resumo, as fases do desenvolvimento humano podem ser divididas em
três: a primeira fase, do crescimento; a segunda fase, da morfogênese e, a ter-
ceira fase, da diferenciação.
A primeira fase do desenvolvimento é o crescimento e, se define pela ocor-
rência de divisões celulares e, a consequente, reorganização celular em seus
produtos: camadas germinativas, notocorda, tubos neurais, dentre outros.
A segunda fase do desenvolvimento remete à morfogênese, a qual a partir
dos produtos celulares inicia a formação dos tecidos, órgãos e sistemas do cor-
po, dá origem à forma e ao tamanho do embrião.
E, por fim, a terceira fase do desenvolvimento está relacionada à diferencia-
ção dos órgãos, ou seja, é o período de maturação dos órgãos para que estejam
aptos a executarem suas funções especializadas. O embrião já transformado
em feto e está disponível para o nascimento.
O presente capítulo irá descrever os principais eventos ocorridos durante o
desenvolvimento embrionário no período da organogênese bem como no pe-
ríodo fetal.
OBJETIVOS
Após o estudo desta unidade, você será capaz de:
68 • capítulo 3
3.1 4ª a 8ª semana do desenvolvimento
embrionário.
Membrana Saco
Orofaríngea vitelino
Celoma
intraembriônico
Plano da
seção A3 Plano da
seção B2
Mebrana Talo de
cloacal conexão
A Plano da
seção A2 B
capítulo 3 • 69
Amnion
(corte)
Plano da
seção C3
Plano da
seção D2
Eminência
da cauda
C D
70 • capítulo 3
cresce em direção a região cefálica, posicionando–se posteriormente a membra-
na orofaríngea e, anteriormente, ao coração em desenvolvimento (Figura 3.2.B).
Essa projeção do encéfalo anterior dá origem à prega cefálica. Concomitante-
mente, há o deslocamento na superfície ventral do embrião do septo transverso,
do coração primitivo, do celoma pericardíaco e da membrana orofaríngea.
Conforme ocorre o dobramento mediano é formado o intestino anterior,
responsável por dar origem à faringe, ao esôfago, dentre outros, dado a incor-
poração do endoderma do saco vitelino ao embrião. Sua localização está entre
o encéfalo anterior e o coração e, a membrana orofaríngea responsável por se-
parar o intestino anterior do estomodeu (figura 3.2C e 3.3A)
Ainda, durante o dobramento, o septo transverso é transformado em ten-
dão central do diafragma.
A prega cefálica, por fim, influencia na formação do celoma embrionário
responsável por dar origem as cavidades embrionárias do organismo humano,
tais como, celoma pericardíaco. Nesta etapa o celoma intra-embrionário se co-
munica com o celoma extra-embrionário (figura 3.2D, E e F e, 3.3A).
Cérebro
Prega frontal Notocorda Mebrana
Membrana Amnion
neural cloacal
Orofaríngea
Talo de
Coração conexão
A2 B2
Porção Porção
caudal caudal
Dobra da Dobra da
cabeça cauda
Alantóide
Amnion
Gema de
talo
capítulo 3 • 71
Crista neural Tubo neural Crista neural Somatopleure
Protovértebra
Protovértebra
Amnion
Notocorda
Celoma
Saco
Saco intraembrionário
vitelino
A3 vitelino
B3
Celoma intraembrionário
comunicando com o
celoma extraembrionário
Gânglio espinhal
em desenvolvimento
Celoma
intraembrionário Intestino Gânglio
intermediário espinhal
Mesentério
dorsal Protovértebra
Intestino
Dobra lateral intermediário
Parede
Celoma abdominal Amnion
extraembrionário Saco lateral
vitelino
C3 D3
Figura 3.2 – Ilustração da secção sagital do embrião em A); das vistas laterais do embrião
com 22, 26 e 28 dias, respectivamente, em B), C) e D). Secções transversais do embrião com
18, 22, 26 e 28 dias, respectivamente, em E), F), G) e H). (Fonte – Adaptado de Moore KL,
Persaud TVN, Torchia, MG. Embriologia clínica. 9a ed. Rio de Janeiro (RJ) – p.87, Elsevier;
2012.).
72 • capítulo 3
Durante o processo do dobramento mediano na porção caudal, há a forma-
ção do intestino posterior, responsável pelo primórdio do colo descendente e
do reto, a partir da penetrância da camada endodérmica. Ainda, ocorre a dila-
tação da porção distal que dará origem a cloaca, delimitada pela membrana
cloacal, a qual será rompida na 7° semana do desenvolvimento embrionário
dando origem ao ânus (figura 3.2C).
O dobramento ainda implica na re-localização da linha primitiva, nesta eta-
pa, situada na porção caudal. E, por fim, o pedículo de conexão ao do embrião,
responsável pela formação do cordão umbicial, está preso à superfície ventral
do embrião, enquanto, o alantoide, evaginação da vesícula umbilical, está in-
corporado ao embrião (figura 3.2.D e 3.3.B).
Encéfalo em Tubo neural
desenvolvimento Notocorda (futura medula
espinal)
Tubo Linha Pedículo de conexão
neural primitiva
Septo transverso
Notocorda
Notocorda Medula epinal
em desenvolvimento
Encéfalo anterior
Cloaca
Intestino
o anterior Alantoide
Linha primitiva
Coração primitivo
Cavidade
Septo amniótica
transverso
A Celoma B
Estomodeu pericárdico
Cordão umbilical
Membrana orofaríngea Membrana cloacal
capítulo 3 • 73
3.1.3 Dobramento do embrião no plano horizontal
74 • capítulo 3
anexos, tais como, unhas e pelos; às glândulas mamárias; à hipófise; às glân-
dulas subcutâneas; e ao esmalte dos dentes; células dos gânglios espinhais, do
crânio (NCs, V, VII, IX e X), dos gânglios autônomos; às células que formam as
bainhas dos nervos do sistema nervoso periférico; às células pigmentares da
epiderme; aos tecidos musculares; tecidos conjuntivos e ossos que darão ori-
gem aos arcos faríngeros; à medula da supra-renal e às meninges do encéfalo e
da medula espinhal.
Figura 3.4 – Ilustração esquemática dos derivados das três camadas germinativas – ecto-
derma, mesoderma e endoderma. Fonte – Moore KL, Persaud TVN, Torchia, MG. Embriologia
clínica. 9a ed. Rio de Janeiro (RJ) – p. 92. Elsevier; 2012.
capítulo 3 • 75
• Mesoderma: dará origem ao tecido conjuntivo; cartilagem; ossos; múscu-
los estriados e lisos; coração; vasos sanguíneos e linfáticos; rins; ovários, testí-
culos; ductos genitais; membranas serosas, tais como, as membranas, pericár-
dica, pleural e peritonial; baço e córtex das supra-renais.
• Endoderma: dará origem ao revestimento epitelial dos tratos respiratório
e gastrointestinal; parênquima das tonsilas; das glândulas da tireóide e parati-
reóides; do timo, do fígado e do pâncreas; ao revestimento epitelial da bexiga
e maior parte da uretra; revestimento epitelial da cavidade do tímpano, antro
timpânico e da tuba auditiva.
A figura 3.4 resume a partir da ilustração os derivados das camadas
germinativas.
76 • capítulo 3
composto pela cartilagem de Reichert o qual dará origem na porção dorsal ao es-
tribo, a apófise estiloide do osso temporal, o ligamento estilo-hióideo, e, na por-
ção ventral ao corno menor do osso hioide e a parte superior do corpo. Os mús-
culos são o estapédio, estilo-hióideo, ventre posterior do digástrico, auriculares
e da expressão facial (figura 3.5C). Ao 26° do desenvolvimento embrionário, o
terceiro arco faríngeo é formado e, este é precursor da porção inferior do corpo
do hioide e dos cornos maiores e, é considerado o primeiro arco de anéis da tra-
queia próximo às cordas vocais superiores (figura 3.5D). Ainda, neste período, é
formado o broto dos membros inferiores. E, por fim, com 28 dias, há a formação
do quarto ao sexto arcos faríngeos, precursores das cartilagens da laringe, ainda,
neste período, é formado o broto dos membros inferiores (figura 3.5E).
O sistema cardiovascular é estabelecido, sendo perceptível uma proemi-
nência cardíaca, tendo o coração presente e com batimentos cardíacos entre
105 e 121 vezes por minuto (figura 3.5C).
Estrutura em forma de cauda denominada de eminência caudal curva no
final da quarta semana apresenta a característica típica do formato de cauda.
Ainda, ocorre o fechamento do neuroporos caudal (figura 3.5C, D e E).
Neuroporos caudal
A 2.5 mm B 3.0 mm
Primeiro arco
Orifício Terceiro arco Quarto arco
Neuroporo rostral da mandíbula
auditivo da faringe da faringe
fechando
Cortex
frontal
Proeminência Fosseta do
cristalino
do coração Segundo
arco
Somitos
capítulo 3 • 77
3.3.2 Quinta semana
Otocisto
(por transparência)
Sulco branquial
Arco branquial Fosseta do cristalino
Eminência hepatocardíaca
Cordão umbilical
Membro superior Ducto vitelino
Celoma umbilical
Pedículo de fixação
Somitos Anel umbilical
Cauda
Membro inferior
78 • capítulo 3
volvem com o surgimento do tornozelo e das placas dos pés, neste último, tam-
bém ocorre o aparecimento dos raios digitais. Há indicações que o embrião,
neste período, realiza contrações musculares e do tronco, inclusive em respos-
ta aos estímulos do toque. Tais contrações são tidas como importantes para o
desenvolvimento normal dos ossos e das articulações.
Na porção cefálica, há o aparecimento das saliências auriculares locali-
zadas entre os dois primeiros arcos faríngeos na porção da fenda faríngea.
Posteriormente, a fenda faríngea dará origem ao meato acústico externo e, as
saliências auriculares darão origem ao pavilhão auricular, parte da orelha ex-
terna. Ocorre ainda o desenvolvimento da retina o que permite a evidência da
presença dos olhos no embrião.
Nesta fase, a cabeça tem tamanho superior ao tronco do embrião e, encon-
tra-se encurvada aproximando-se da proeminência cardíaca. Esse encurva-
mento é necessário e importante para o futuro desenvolvimento do pescoço,
tornando assim, a região cervical flexível. Ainda, ocorre a formação do córtex
cerebral e as células nervosas da medula espinhal iniciam as sinapses.
Ainda, ocorre o desenvolvimento do diafragma, principal músculo utilizado
na respiração; das glândulas salivares; do início do desenvolvimento do fígado
o qual permite a formação ativa de sangue e de linfócitos que irão desempenhar
importante função imunológica; e do início da formação dos mamilos.
A figura 3.7 ilustra o desenvolvimento do embrião na sexta semana de
gestação.
Canal do
ouvido externo
Curvatura
cervical
Pálpebra
Aurícula do
Olho ouvido externo
Digitais
Sulcos entre
as digitais
Proeminência Pulso
do fígado
Cordão umbilical
Digitais do pé
B 16 mm
capítulo 3 • 79
3.3.4 Sétima semana
Quarto ventrículo
do cérebro 1o, 2o e 3o
arcos faríngeos
Mesencéfalo
Fenda do Seio cervical
cristalino
Proeminência
Placode do coração
nasal
Cordão
umbilical Broto dos
Eminência membros
caudal superiores
Ducto
Broto dos mesonefrico
membros
inferiores Semitos
4 mm
80 • capítulo 3
3.3.5 Oitava semana
Plexo vascular
do couro cabeludo
Pálpebra Aurícula da
orelha externa
Olho
Ombro
Nariz
Mandíbula
Boca
Braço
Punho
Cotovelo
Cordão umbilical
Dedos dos pés
separados
Planta dos pés 30 mm
Joelho
Figura 3.9 – Vista lateral da oitava semana do desenvolvimento embrionário. Fonte – Moore KL,
Persaud TVN, Torchia, MG. Embriologia clínica. 9a ed. Rio de Janeiro (RJ) – p.104. Elsevier; 2012.
capítulo 3 • 81
Para a classificação do período do desenvolvimento embrionário tem-se a
possibilidade de fazer uso do Sistema Carnegie de Estagiamento de Embriões
o qual remete a um sistema padronizado de 23 estágios que permite a identifi-
cação cronológica do desenvolvimento do ser humano. Os estágios são delinea-
dos pelo desenvolvimento de estruturas e não apenas pelo tamanho ou número
de dias de desenvolvimento. Isso torna o método mais eficiente e com possível
comparação entre embriões do que o proposto por classificar o desenvolvimen-
to embrionário a partir da avaliação do número de somitos. A tabela 3.1 descre-
ve os estágios de Carnegie, enquanto, a figura 3.10 ilustra o desenvolvimento
embrionário proposto por estes.
IDADE ESTÁGIO Nº DE COMPRIMENTO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS EXTERNAS**
(DIAS) CARNEGIE SOMITOS (mm)*
Disco embrionário plano. Sulco neural proundo e pregas neuras proeminentes. Um
20 – 21 9 1–3 1,5 – 3,0
a três pares de somitos presentes. Prega cefálica evidente.
Embrião reto ou ligeiramente encurvado. Tubo neural formando-
22 – 23 10 4 – 12 2,0 – 3,5 -se entre os somitos, ou já formado, mas amplamente aberto nos neuroporos ante-
rior e posterior. O primeiro e o segundo pares de arcos branquiais são visíveis.
Embrião encurvado por causa das pregas cefálica e caudal. Neuroporo anterior
24 – 25 11 13 – 20 2,5 – 4,5
fechando-se. Placóides óticos presentes. Vesículas óticas formadas.
Aparecimentos dos brotos dos membros superiores. Neuroporo anterior fechado.
26 – 27 12 21 – 29 3,0 – 5,0 Neuroporo posterior fechando-se. Três pares de arcos branquais visíveis. Saliência
cardíaca distinta. Fossetas óticas presentes.
Embrião encurvado em forma de C. Neuroporo posterior fechado. Brotos dos
28 – 30 13 30 – 35 4,0 – 6,0 membros superiores semelhantes a nadadeiras. Quatro pares de arcos branquais
visíveis. Aparecem os brotos dos membros inferiores. Cauda adelgaçada presente.
Membros superiores em forma de remo. Fossetas do cristalino e nasal visíveis.
31 – 32 14 *** 5,0 – 7,0
Cálices óticos presentes.
Placas da mão formadas: raios digitais presentes. Vesículas do cristalino presentes.
33 – 36 15 7,0 – 9,0 Fossetas nasais proeminentes. Os membros inferiores têm a forma de remo, Seios
cervicais visíveis.
Placas dos pés formadas. Pigmento visível na retina. Saliências auriculares
37 – 40 16 8,0 – 11,0
desenvolvendo-se.
Raios digitais claramente visíveis nas placas das mãos. As saliências auriculares
41 – 43 17 11,0 – 14,0 delineiam o futuro pavilhão da orelha externa. O tronco começa a se indireitar.
Vesículas cerebrais proeminentes.
Raios digitais nítidos nas placas dos pés. Região do cotovelo visível. Pálpebras
44 – 46 18 13,0 – 17,0
formando-se. Depressões entre os raios digitais nas mãos. Mamilos visíveis
Os membros se estendem ventralmente. Tronco alongando-se e endireitando.
47 – 48 19 16,0 – 18,0
Hérnia do intestino médio proeminente.
Membros superiores mais longos e dobrados nos cotovelos. Dedos destintos, mas
49 – 51 20 18,0 – 22,0 ainda interligados. Depressões entre os rais digitais dos pés. Aparece o plexo
vascular do couro cabeludo.
Mãos e pés se aproximam entre si. Dedos estão livres e mais longos. Dedos dos
52 – 53 21 22,0 – 24,0
pés distintos, mas ainda interligados. Cauda curta e grossa presente.
Dedos dos pés livres e mais longos. Pálpebras e aurículas da orelha externa mais
54 – 55 22 23,0 – 28,0
desenvolvidas.
Cabeça arredondada mostrando características humanas. Genitália externa ainda
56 23 27,0 – 31,0 com aspecto indiferenciado. Ainda presente no cordão umbiliacal saliência bem
evidente causada pela hérnia do intestino. A cauda desapareceu.
* Os comprimentos dos embriões indiciam a amplitude usual. Nos estágios 9 e 10, a medida é o maior comprimento (GL); nos estágios subsequentes são dadas
as medidas vértex-nádega (CR).
** Baseado sobretudo em O'Rahilly R. Müller F: Developmente Stages of Human Embryos. Washington. Carnegie Institute of Washington. 1987
*** Neste setágio e nos subsequentes, é difícil determinar o número de somitos, de modo que este não é um critério útil. Para mais fotografias em cores de
embriões ver Moore KL., et al (1994).
82 • capítulo 3
Estágios de Carnegie para o
desenvolvimento humano
Estágio 1. Zigoto
8
7 (17-19 dias)
3 (15-17 dias)
2 (4 dias)
1 (3 dias)
16 17 18
(1 dia) (42-44 dias) (44-48 dias)
14 15 (37-42 dias)
12 13 (31-35 dias) (35-38 dias)
11 (28-32 dias)
10 (26-30 dias)
(23-26 dias)
9 (21-23 dias)
(19-21 dias)
19 20 21
(48-51 dias) (51-53 dias) (53-54 dias) 22
(54-58 dias) 23
(56-60 dias)
capítulo 3 • 83
3.4.1 Noções gerais sobre os principais eventos do período fetal
Bolsa
Coriônica
Ouvido
Bolsa
Amniótica
Saco
Costela Vitelino
Baço Intestino
Cordão
umbilical
84 • capítulo 3
Com o fim das 12 primeiras semanas do desenvolvimento, o feto é subme-
tido a um rápido crescimento do corpo o que o confere o dobro do tamanho
quando comparado ao início da 9°semana; os membros superiores se desen-
volvem e atingem, praticamente, o comprimento relativo final ; os membros
inferiores, ainda, não se desenvolveram suficientemente; inicia-se o apareci-
mento dos centros de ossificação primária nas regiões do crânio e ossos longos;
o baço desenvolvido assume a função de eritropoese, anteriormente, realizada
pelo fígado; o intestino é incorporado à cavidade abdominal; ocorre o início da
produção de urina, a qual secretada no líquido amniótico é reabsorvida pelo
feto por deglutição (figura 3.12).
O feto no final deste período apresenta, aproximadamente, 5,8 cm de esta-
tura e 14,4 g de peso corpóreo.
Feto
Ouvido
Boca
Cordão umbilical
Coração
Intestinos
capítulo 3 • 85
que amplia a ocorrência dos movimentos musculares do feto e, esses se tornam
coordenados, ainda, que discretos à sensibilidade materna.
Em relação à porção da cabeça, os olhos iniciam seus movimentos lentos a
partir da 14°semana e, padrões de cabelo do couro cabeludo são estabelecidos.
Neste período, o processo de ossificação do esqueleto do feto ocorre de ma-
neira ativa, sendo possível visualizar a formação das estruturas ósseas em ima-
gens de ultra-som.
Por fim, é possível visualizar a genitália externa, sendo que, nos fetos de
sexo feminino, ocorre a diferenciação dos ovários e, estes já contém os folículos
primordiais com ovogônias.
O feto no final deste período apresenta, aproximadamente, 11,9 cm de esta-
tura e 103,8 g de peso corpóreo.
A figura 3.13 ilustra uma imagem de ultra-som em 3D de um feto com 16 se-
manas, é importante observar o rápido crescimento corporal do feto bem como
a formação das estruturas ósseas.
86 • capítulo 3
corporal, os dedos das mãos e dos pés estão completamente formados e indi-
vidualizados e, os movimentos musculares executados são perceptíveis à mãe.
Ocorre no cérebro o desenvolvimento de regiões especializadas que proces-
sam os sentidos, como: visão, tato, paladar, olfato e audição. Os órgãos abdo-
minais, incluindo o fígado, intestino, estômago, baço e vesícula biliar são agora
completamente agrupados no interior da cavidade abdominal.
A pele do feto é recoberta por uma substância gordurosa denominada de
vernix cerosa a qual é secretada por glândulas sebáceas do feto e por células
mortas da epiderme, com função de proteger o feto de rachaduras, abrasões e
endurecimento dado à exposição ao líquido amniótico. Ainda, há a presença
de uma penugem denominada de lanugo cobrindo o corpo fetal cuja função é
manter a vernix cerosa sobre a pele do feto. É visualizado, ainda, o aparecimen-
to de cabelos e sobrancelhas
Neste período, há a formação da gordura parda que a partir da oxidação do
tecido adiposo é capaz de produzir calor, mantendo a temperatura corporal do
feto.
Por fim, no feto do sexo feminino há a formação do útero e o início da for-
mação da canalização da vagina. Enquanto, no feto do sexo masculino, os testí-
culos começam a descer.
O feto no final deste período apresenta, aproximadamente, 26 cm de estatu-
ra e 303,1 g de peso corpóreo.
A figura 3.14 permite a observação dos eventos externos ocorridos no desen-
volvimento fetal com 20 semanas.
Bolsa
Amniótica
Clitóris
Cordão Lábios
umbilical Grande
Placental
capítulo 3 • 87
3.4.1.4 Da vigésima primeira a vigésima quinta semana
88 • capítulo 3
3.4.1.5 Da vigésima sexta à vigésima nona semana
Músculos
Cordão
umbilical
Ossos
Cabeça
Neste período ocorre o desenvolvimento da pupila o que permite aos olhos res-
postas aos estímulos de luz e escuro; a quantidade de gordura amarela atin-
ge 8% do peso corporal e preenche parte dos membros superiores e inferiores,
ocorre o início da separação cerebral por áreas conforme suas eventuais fun-
ções específicas e, os ossos do crânio mantem-se separados favorecendo a flexi-
capítulo 3 • 89
bilidade da passagem da cabeça no momento do parto, o lanugo começa a de-
saparecer sobre a pele fetal, os membros superiores e inferiores encontram-se
mais fortalecidos e o sistema digestivo encontra-se capacitado para processar
os alimentos inclusive com as enzimas digestivas já ativas.
O feto no final deste período apresenta, aproximadamente, 46 cm de estatu-
ra e 2186,3 g de peso corpóreo.
A partir da 32° semana, o feto nascido prematuramente corre menores ris-
cos de morte na infância.
A figura 3.17 retrata o desenvolvimento do feto com 34 semanas de
desenvolvimento.
Fluído amniótico
Sistema digestivo
Gordura
Pulmões
Neste período, os fetos tem seu crescimento reduzido e a aquisição de massa cor-
poral atinge 14g por dia, sendo que, no final deste intervalo de tempo, o feto terá,
aproximadamente, 50,7 cm de estatura e 3293,1 g de peso corpóreo. Em geral, os
fetos masculinos a termo são mais cumpridos e pesados do que os fetos femininos.
A termo, o sistema nervoso está maduro possibilitando a integração de fun-
ções, a cabeça do feto apesar de ser bem menor em relação ao corpo quando
90 • capítulo 3
comparado ao início do desenvolvimento fetal ainda é considerada uma das
maiores partes do corpo com relevância para a passagem do feto no momento
do nascimento, a circunferência da cabeça é equivalente à circunferência do ab-
dômen, o tórax é saliente e as mamas fazem protusão em ambos os sexos, os pés
do feto são sutilmente maiores do que o comprimento do fêmur o que permite
o uso desses dados como parâmetro alternativo de identificação da idade fetal.
A figura 3.18 retrata o desenvolvimento do feto com 38 semanas de
desenvolvimento.
Fluído amniótico
Sistema digestivo
Gordura
Pulmões
capítulo 3 • 91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLSON, B. M. Human Embryology and Developmental Biology. 5.ed. Philadelphia: Elsevier
Saunders, 2014. p.37-472
EYNARD, Aldo R; VALENTICH, Mirta A; ROVASIO, Roberto A. Histologia e embriologia humanas:
bases celulares e moleculares. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
JUNQUEIRA, L. C. V.; ZAGO, D. Embriologia médica e comparada. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1982, 291p.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. 609 p.
ROHEN JW, LUTJEN-DRECOLL E. Embriologia funcional: o desenvolvimento dos sistemas
funcionais do organismo humano. 2a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.
SANDLER, TW. LANGMAN – Embriologia Médica, 11a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.
92 • capítulo 3
4
Introdução à
Histologia e Tecidos
Epiteliais
A Histologia em sua origem da palavra, em latim, significa “Histo” = tecido e
“Logos” = estudo, sendo assim, remete ao estudo dos tecidos que compõem um
ser vivo multicelular animal ou vegetal.
A composição dos tecidos animais é definida pelas células e por matriz
extracelular (MEC) que, agregadas, compõem a entidade contínua do tecido,
funcionando concomitantemente e respondendo de modo coordenado ao
organismo.
A célula é definida como sendo a unidade básica do corpo humano e muitos
outros seres vivos, com exceção dos vírus. Cada célula é constituída por dife-
rentes organelas as quais compõem as características comuns aos mais de 200
tipos de células, sendo cada célula responsável por participar da execução de
todas as atividades envolvidas no metabolismo daquele organismo.
A matriz extracelular é identificada como sendo um elemento estrutural
que preenche o espaço entre as células , e aonde ficam imersos vasos sanguí-
neos e linfáticos e nervos, dependendo das características específicas de cada
tipo diferente de tecido. A composição química da matriz extracelular é capaz
de modular e fornecer flexibilidade e biomecânica aos tecidos, por exemplo.
A presença da matriz extracelular é exclusividade dos tecidos animais, e análi-
ses laboratoriais realizadas a anos aatrás permitiu identificar que sua compo-
sição é geralmente um complexo de diferentes macromoléculas relativamente
estáveis formado por moléculas de diferentes naturezas, tais como, colágeno,
elastina, proteoglicanos, glicoproteínas e integrinas. Tais moléculas são pro-
duzidas, secretadas e agrupadas pelas células do tecido na qual aquela matriz
extracelular irá integrar.
De modo geral, existem 41 tipos de tecidos distintos descritos na literatura,
os quais estão agrupados em quatro classes, denominadas de tecidos funda-
mentais ou básicos. São eles: os tecidos epiteliais, os tecidos conjuntivos, os
tecidos musculares e o tecido nervoso. Sendo assim, o tecido é caracterizado
pela origem embrionária comum do conjunto de células que o compõem,
bem como, pela função geral que realiza. Um modo simples de esclarecer isso
é exemplificando o tecido epitelial, que de maneira geral, possui a função de
revestir uma superfície. Cada estrutura do corpo terá sua composição tecidual
organizada de forma a viabilizar a realização das atividades funcionais daquela
estrutura de forma a manter íntegra sua estrutura anatômica. Por exemplo, na
traqueia há células ciliadas e células caliciformes, ambas com mesma origem
94 • capítulo 4
embrionária, forma, função geral equivalente que é de revestir, mas com fun-
ções específicas diferentes.
No presente capítulo serão abordados, portanto, os fundamentos que per-
mitem iniciar a histologia: noções gerais de como se analisar as células e os
tecidos e, sobre os tecidos epiteliais.
capítulo 4 • 95
4.1 Noções gerais sobre os métodos de
análise das células e tecidos
4.1.1.1 Fixação
A fixação é realizada com o intuito de evitar a digestão dos tecidos por enzi-
mas presentes nas próprias células (autólise) guardadas nos lisossomos, ou por
meio de bactérias; endurecer os fragmentos facilitando sua secção por microto-
mia; preservar a estrutura e a composição molecular dos tecidos.
Esse procedimento é realizado, predominantemente, por métodos quími-
cos em que ocorre a imersão do tecido em soluções fixadoras, preferencialmen-
te utilizando tecido fragmentado para favorecer a difusão destas soluções, as
quais podem ter caráter de agentes desnaturantes ou /agentes estabilizantes
aptos a promoverem ligações entre moléculas próximas; ou ainda, por perfusão
intravascular do fixador a qual permite que os tecidos sejam atingidos pela so-
lução fixadora por via dos vasos sanguíneos.
96 • capítulo 4
Dentre as soluções fixadoras mais utilizadas está a solução isotônica tam-
ponada de formaldeído a 4%, cujo formaldeído promove alteração da estrutura
química da composição das proteínas por meio de reações com os grupos ami-
nas destas. Ainda, se faz o uso de solução de glutaraldeído, com ação semelhan-
te ao formaldeído; solução tetróxido de ósmio que permite a boa conservação
de ultra-estruturas e permite o contraste entre estruturas proteicas e lipídios;
solução de ácido crómico o qual promove a precipitação de todas as proteínas;
solução de etanol 70% com ação de precipitar proteínas citoplasmáticas; dentre
outras. É indicado, em alguns estudos, à associação destas soluções.
Em relação à fixação física, essa se dá por congelamento rápido, em que
ocorre concomitantemente, a fixação e o enrijecimento do tecido, permitin-
do assim a secção deste. O micrótomo para tecidos congelando é chamado de
criostato. A principal escolha por esse procedimento decorre da manutenção
da forma nativa de proteínas e da não dissolução de gorduras, quando se visa a
análise de lipídeos, em estudos histoquímicos.
4.1.1.2 Inclusão
capítulo 4 • 97
4.1.1.3 Coloração
98 • capítulo 4
Esse instrumento fornece uma imagem consideravelmente aumentada, ge-
ralmente invertida verticalmente (de cima para baixo) e invertida horizontal-
mente (da esquerda para a direita).
Neste, a qualidade de uma imagem é dependente da capacidade de amplia-
ção da imagem pela lente e da resolução, que se defini pela capacidade que o
microscópio possui em distinguir a menor distância existente entre dois pon-
tos para que apareçam individualizados. Assim, quanto menor for o limite de
resolução da objetiva, maior será o respectivo poder de resolução.
11
10
9 1. Base ou pé
2. Fonte de luz
8 3. Parafusos de foco
4. Braço ou coluna
4
6 5. Condensador
6. Platina
5 7. Charriot
8. Objetivas
9. Revólver
3
10. Canhão
2 11. Ocular
12. Diafragma
capítulo 4 • 99
Imagem
Sistema da
Luz câmera digital
difractada
Direta Observação Microscópio
(Luz ao redor) biológico
transmite luz
Objetiva
Amostra
Placa
de fase
Condensador
Anel
condensador
100 • capítulo 4
Lente Bertrand
Analisador
Tubo para filtro Polarizador 2
Polarizador 1
de retardo
Platina giratória Luz não polarizada
deslocamento
Revólver de
polarização
Polarizador Luz
polarizada
capítulo 4 • 101
eixos X e Y; por uma via de fluorescência, definida pela combinação dos es-
pelhos dicróicos (principal e secundário) e filtros de emissão; e, por fim, por
objetivas, responsáveis pela formação, propriedades de qualidade e resolução
óptica da imagem nos eixos X, Y e Z.
A. C.
Detector de luz
Detector de
Em foco abertura
Emissão Pinhole
fluorescente
de raios de luz Fora de foco
Emissão de Laser Emissão
fluorescente
de raios de luz
Espelho
dicromático
Fonte de luz
Abertura Pinhole Objetiva
Excitação dos
Amostra raios de luz
Plano focal
B.
102 • capítulo 4
4.1.6 Microscopia de Fluorescência
Ocular
Filtro de emissão
Espelho dicroico
Fonte de luz
Filtro de excitação
Objetivo
A. B. Amostra
capítulo 4 • 103
C.
104 • capítulo 4
é em preto e branco, sendo as áreas escuras denominadas de elétron-densa en-
quanto as áreas claras denominadas de elétron-transparentes (figura 4.5).
Canhão de elétrons
Abertura do condensador
Lentes objetivas
Lentes de difração
Abertura intermediária
Lentes intermediárias
Lentes do projetor
Binoculares
Tela fluorescente
Sistema de gravação
de imagem
A. B.
C.
capítulo 4 • 105
• Microscopia eletrônica de varredura: tem como objetivo formar ima-
gens pseudotridimensionais das superfícies de células, tecidos e órgãos.
Neste equipamento o feixe de elétrons é emitido de modo focado e em des-
locamento sequencial sobre a amostra. Neste caso, os elétrons emitidos não
atravessam a amostra como ocorre no microscópio eletrônico de transmis-
são. A microscopia eletrônica de varredura consiste, inicialmente, em apli-
car sobre o espécime uma camada delgada de metal sobre a qual os elétrons
emitidos serão refletidos pelos átomos do metal, capturados pelo detector e
transmitidos por amplificadores, resultando, assim, na imagem da amostra
em estudo (figura 4.6).
A. B.
C.
106 • capítulo 4
4.2 Tecido Epitelial
Os tecidos epiteliais se caracterizam pelas funções especializadas de revestir e
proteger as superfícies, internas e externas, dos órgãos. Ainda, possuem a capa-
cidade de absorção de moléculas, de secreção, de percepção de estímulos e de
contração. São formados por células poliédricas justapostas, cuja justaposição
celular em decorrência de grande quantidade de desmossomos promove a es-
cassez de substâncias intercelulares. A nutrição destes tecidos se dá pelo tecido
conjuntivo adjacente que por difusão supre-os de nutrientes necessários para a
manutenção do metabolismo basal celular.
capítulo 4 • 107
de glicoproteínas em regiões específicas da membrana plasmática e, também,
pelo estabelecimento de junções que isolam a superfície apical da basolateral,
restringindo o movimento das glicoproteínas na membrana. O pólo apical se de-
fine pela porção celular voltada para a superfície livre e, apresenta canais iônicos,
proteínas transportadoras, incluindo íons H+ ATPases, e enzimas hidrolíticas. O
polo basal delimita-se pelo lado oposto da superfície livre e, apresenta canais
iônicos, Na+ - K+ ATPases e receptores para hormônios e neurotransmissores.
• Renovação celular constante: se dá pela constante atividade mitótica das
células epiteliais.
• Junções intercelulares: possuem como função aderir as células epiteliais,
vedar os espaços intercelulares evitando o fluxo de materiais nesse espaço e,
de comunicação permitindo por meio de canais trocas entre células adjacen-
tes. As junções se classificam em: junções de adesão (zônulas de adesão, des-
mossomos e hemidesmossomos), junções impermeáveis (zônulas de oclusão)
e junções de comunicação (junções comunicantes ou junções gap). As zônulas
de adesão se definem por promoverem a adesão lateral entre células adjacentes
por meio de uma molécula de adesão celular transmembrana caderina E de-
pendente de íons Ca+2. Inicialmente, há a associação das moléculas de caderi-
na E à proteína catenina formando o complexo caderina E-catenina. Este com-
plexo liga-se à vinculina e a α-actinina e estabelecem ligação aos filamentos
de actina. A presença dos íons Ca+2 somados aos componentes extracelulares
das moléculas de caderina E estabelecem a adesão entre as células adjacentes.
Em geral, as junções de adesão estão presentes em células epiteliais submeti-
das à pressão, trações e atritos constantes. As zônulas de oclusão são junções
compostas por duas proteínas, claudina e ocludina, estabelecidas entre duas
camadas externas de células adjacentes imprimindo uma barreira à entrada
de macromoléculas nas células o que inviabiliza a passagem de produtos no
espaço intercelular e impõe o transporte destes para o interior das células, con-
trolando assim a passagem dos nutrientes. Os desmossomos definem-se por
aderir membranas plasmáticas de células vizinhas a partir de placas circulares
compostas por proteínas, placoglobinas e desmoplaquinas, e filamentos pro-
teicos, desmogleínas e desmocolinas, que ao atravessarem as membranas plas-
máticas atingem o espaço celular e assim formam uma associação. As junções
comunicantes são estruturas que viabilizam a comunicação entre células por
meio das proteínas conexinas permitindo que substâncias celulares como, por
exemplo, íons, possam passar de célula para célula, fazendo com que grupos
108 • capítulo 4
celulares formem um conjunto funcional. Por fim, os hemidesmossomos re-
sultam da divisão de dois desmossomos e, possuem a função de associar a
membrana plasmática de uma célula à lâmina basal adjacente, por meio de fi-
lamentos de queratina que estão ligados à proteína de ancoramento plectina,
ainda, a presença de integrina nestes favorecem o agrupamento de filamentos
intermediários de queratina. (figura 4.7).
capítulo 4 • 109
Os cílios são prolongamentos longos, ramificados e móveis presentes nas
superfícies de algumas células epiteliais. Estão inseridos em corpúsculos basais
que são estruturas elétron-densas situados no ápice das células. Apresentam
como função, a partir do movimento ciliar, permitir que uma corrente de fluido
ou de partículas seja deslocada ao longo da superfície do epitélio (Figura 4.8 C).
Os flagelos estão presentes, nos seres humanos, apenas nos espermetazoi-
des, sendo uma estrutura longa com função de deslocamento (Figura 4.8 D).
Zona de extrusão celular
Lamina própria
Vasos sanguíneos
Vasos linfáticos
Células Nervos
Vilosidades absortivas Músculos lisos
do epitélio Tecido conjuntivo
Células
caliciformes Linfócitos
Plasmócitos
Eosinófilos
Cripta do epitélio
Cripta do
Lúmen
Células
de Paneth
Células
enterocromafins Mitoses
Células caliciformes
Células indiferenciadas Mucosa Musculare
A.
Estereocílios
Epitélio cilíndrico
pseudoestratificado
B. C. D.
Figura 4.9 – Especializações da superfície livre das células epiteliais. A) Microvilos. Fonte:
www.misodor.com; B) Estereocílios. Fonte: http://wzar.unizar.es/acad/histologia/paginas_
hg/01_EpRev/EpRevPseudo/EpRev_PseudoEst_40etq.htm, C) Cílios. Fonte: http://iaci.
com.br/cilios%20e%20flagelos.htm) e D) Flagelos . Fonte: http://www.brasilescola.com/
upload/conteudo/images/estrutura-de-um-espermatozoide
110 • capítulo 4
4.2.2 Classificação dos epitélios
A.
capítulo 4 • 111
B. C.
Figura 4.10 – Classificação dos tipos de células epiteliais de acordo com a morfologia, vista
em perspectiva. A) Pavimentosas. Fonte: http://www.medic.ula.ve/histologia/anexos/celula-
virtual/imagenes/formacelular/pavimentosa/pavimentosa4.jpg); B) Cúbicas. Fonte: http://
www.medic.ula.ve/histologia/anexos/celulavirtual/imagenes/formacelular/cubica/cubica4.
jpg e C) Colunar. Fonte: http://www.medic.ula.ve/histologia/anexos/celulavirtual/image-
nes/formacelular/cilindrica/cilindrica4.jpg
112 • capítulo 4
capítulo 4 • 113
114 • capítulo 4
Figura 4.11 – Cortes histológicos corados com hematoxilina e eosina, em diferentes objeti-
vas, dos diferentes tipos de tecido epitelial.. Fonte: http://gabe.comuf.com/Data/AppData/
Fiore/003.gif; http://gabe.comuf.com/Data/AppData/Fiore/004.gif; http://gabe.comuf.
com/Data/AppData/Fiore/005.gif
capítulo 4 • 115
modo a acomodar o volume de urina produzido. O epitélio estratificado cúbico
e o epitélio estratificado colunar são, geralmente, regiões de transição entre o
epitélio simples cúbico ou colunar e o epitélio estratificado pavimentoso. Eles
são mais adequados para resistir a desgastes do que os epitélios simples.
O epitélio estratificado pavimentoso suporta o atrito e confere proteção contra
a invasão de micro-organismos, isso porque, o processo de queratinização ocorre
a medida que as células se deslocam para as camadas superiores do epitélio, pro-
duzindo proteínas de citoqueratina com peso molecular maior e proteínas espe-
cializadas que interagem com os feixes de filamentos de citoqueratina, resultando
na queratina. Ainda, tal epitélio tem função de impermeabilizar a pele água evi-
tando a dessecação dado a presença de fosfolipídios exocitados no espaço.
Quando uma glândula é composta por uma única célula epitelial glandular,
tal glândula é classificada como glândula unicelular, como por exemplo as cé-
lulas caliciformes do epitélio da traqueia e dos intestinos. Quando estas células
epiteliais glandulares se agrupam, formam em associação uma glândula pluri-
celular, como por exemplo a tireoide e a hipófise.
A formação das glândulas ocorre pela proliferação das células epiteliais de
revestimento associada à invasão do tecido conjuntivo subjacente e, posterior,
diferenciação. Com a justaposição das células mantidas à superfície epitelial
ocorre a formação de dutos, os quais irão permitir a secreção dos produtos
para a superfície, gerando assim o que denominamos de glândulas exócrinas.
A perda de conexão das células epiteliais inviabiliza a formação de dutos, desta
forma, a secreção ocorre diretamente para os vasos sanguíneos e, assim, são
geradas as glândulas endócrinas.
As glândulas exócrinas são classificadas quanto à forma da porção secretora
em: tubular, acinosa ou alveolar, tubuloacionas (Figura 4.12); quanto à rami-
ficação da porção secretora em: não ramificada, ramificada; quanto à ramifi-
cação do duto em: simples, composta; quanto ao tipo de secreção em: serosa,
mucosa, seromucosa; e, por fim, quanto à liberação da secreção em: merócrina
ou écrina, apócrina, holócrina. A tabela 1 reporta cada uma das classificações
para as glândulas exócrinas.
116 • capítulo 4
Figura 4.12 – Esquema da classificação de glândulas exócrinas conforme a forma da porção
secretora em – tubular, acinosa e alveolar. Fonte: http://gabe.comuf.com/Data/AppData/
Fiore/006.gif; http://gabe.comuf.com/Data/AppData/Fiore/007.gif
capítulo 4 • 117
Figura 4.12 – Esquema da classificação de glândulas exócrinas conforme a forma da porção
secretora em – tubular, acinosa e alveolar. Fonte: http://gabe.comuf.com/Data/AppData/
Fiore/006.gif; http://gabe.comuf.com/Data/AppData/Fiore/007.gif
118 • capítulo 4
Objetiva 40X Objetiva 400X
Figura 4.13 – Corte histológico de pele grossa corado com hematoxilina e eosina em obje-
tivas 40X e 400X. Observe a presença da epiderme espessa com queratina, caracterizando
-a como tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado; a derme logo abaixo, mais
clara e com tecido conjuntivo é possível observar glândulas sudoríparas dispersas, seguindo,
a hipoderme rica em tecido adiposo. Fonte: http://www.usjt.br/acervolaminas/index.php/
acervo-de-laminas/4-histologiageral/52-tecidos-epiteliais-glandulare
capítulo 4 • 119
Objetiva 100X Objetiva 400X
Figura 4.15 – Corte histológico da glândula salivar sublingual corado com hematoxilina e
eosina em objetivas 100X e 400X. Observe que a glândula salivar sublingual apresenta-se
dividida em lóbulos separados por tecido conjuntivo. Nos lóbulos há a presença de acinos
mucosos que se apresentam com núcleos de suas células achatadas e encostadas à mem-
brana; acinos mistos ou sero-mucosos são predominantemente mucosos apresentando num
pólo uma meia lua serosa e apresentam-se menos corados em relação os serosos; e dutos
que se apresentam com secções mais circulares ou alongadas dependendo se o corte foi
mais perpendicular ou oblíquo. Fonte: http://www.usjt.br/acervolaminas/index.php/acervo-
de-laminas/4-histologiageral/52-tecidos-epiteliais-glandulares
120 • capítulo 4
Tureóide: cápsula (C) e parênquima, formado por folículos (100x).
Células secretoras de um folículo tireoideano (F) com colóide (C) e rodeado por capilares
(seta) (400x).
b) Tireoide
Paratireóide (40x).
capítulo 4 • 121
Paratireóide (100x).
122 • capítulo 4
Figura 4.17 – Corte histológico do pâncreas, coloração de hematoxilina e eosina, objetiva de
90X.. Fonte: http://gabe.comuf.com/Data/AppData/Fiore/067.gif
capítulo 4 • 123
CLASSIFICAÇÃO TIPO FORMA EXEMPLO
FORMA DA PORÇÃO
SECRETORA
Tubular Reta Glândula de Lieberkühn
Enovelada Glândula sudorípara
Glândula salivar parótida e
Acinosa ou alveolar Arredondada
Glândula sebácea
Há dois tipos de por- Glândulas salivares sublin-
Tubuloacinosa
ções secretoras guais e submandibulares
RAMIFICAÇÃO DA
PORÇÃO SECRETORA
Ausência de ramifica- Glândula de Lieberkühn e
Não ramificada
ções Glândula sudorípara
Presença de ramifica-
Ramificada Glândula sebácea
ções
RAMIFICAÇÃO DO DUTO
Ausência de ramifica- Glândula de Lieberkühn e
Simples
ções Glândula sudorípara
Presença de ramifica-
Composta Glândulas salivares
ções
TIPO DE SECREÇÃO
Secreção de fluido
aquoso rico em enzi-
mas. As células serosas
Serosa Glândulas salivares parótidas
apresentam formato
piramidal e citoplasma
basófilo.
Secreção de fluido
Mucosa viscoso rico em glico- Glândulas duodenais
proteínas
Glândulas salivares sub-
Constituída por células
Seromucosa mandibulares e Glândulas
serosas e mucosas
sublinguais;
LIBERAÇÃO DA
SECREÇÃO
Secreção é exocitada Células caliciformes e Célu-
Merócrina ou écrina
sem danificar a célula las acinosas do pâncreas
Glândulas sudoríparas
axilares, Glândulas mamá-
Secreção e parte do
rias, Glândulas ceruminosas
Apócrina citoplasma apical são
do meato acústico externo
perdidos.
e Glândulas ciliares da
pálpebra
Há a morte celular, con-
Glândula sebácea e Glându-
Holócrina comitantemente, com a
las tarsais da pálpebra.
ocorrência da secreção
124 • capítulo 4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Saunders, 2014. p.37-472
DE ROBERTIS, E. M. F.; HIB, J. De Robertis Bases da Biologia celular e molecular. 3.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
EYNARD, Aldo R; VALENTICH, Mirta A; ROVASIO, Roberto A. Histologia e embriologia humanas:
bases celulares e moleculares. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
HADLER, W. A.; SILVEIRA, S. R. Histofisiologia dos epitélios: correlação entre a morfologia e a
função dos epitélios. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993.
JUNQUEIRA, L. C. V.; ZAGO, D. Embriologia médica e comparada. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1982, 291p.
JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008. 524p.
LOWE, J. S.; ANDERSON, P. G. Stevens & Lowe´s Human Histology. 4.ed. Philadelphia: Elsevier,
Mosby, 2015
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2004.
OVALLE, WK & NAHIRNEY P.C. NETTER. Bases da Histologia. 1ª edição, Elsevier. 2008.
ROHEN JW, LUTJEN-DRECOLL E. Embriologia funcional: o desenvolvimento dos sistemas
funcionais do organismo humano. 2a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.
SANDLER, TW. LANGMAN – Embriologia Médica, 11a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.
capítulo 4 • 125
126 • capítulo 4
5
Tecidos
Conjuntivos
5.1 Tecidos Conjuntivos
Os tecidos conjuntivos são assim denominados por servir de conexão, sustenta-
ção e preenchimento, caracterizam-se pela diversidade de células e pela abun-
dância de matriz extracelular.
128 • capítulo 5
Figura 5.1 – Representação simplificada das linhagens de células do tecido conjuntívo derí-
vadas de uma célula mesenquimal embrionária multipotente.
Fibroblasto
Célula constituída por citoplasma ramificado composto por núcleo elíptico
contendo de um a dois nucléolos e grande quantidade de retículo endoplasmá-
tico. Dentre suas funções estão constituir a substância fundamental amorfa,
sintetizar as proteínas de colágeno, de elastinas, glicosaminoglicanas e glico-
proteínas que farão parte da matriz extracelular, promover a regeneração celu-
lar por meio da produção de fatores de crescimento os quais irão influenciar no
crescimento e diferenciação celular (figura 5.2).
Fibroblastos
Tropocolágeno
Tropoelastina
Colagénio (I)
fibrila
Substância
do solo
Fibra elástica
Colagénio (III) fibrila
(Fibra Reticular)
capítulo 5 • 129
Macrófagos
O macrófago é uma célula diferenciada no tecido conjuntivo a partir de al-
guns monócitos do sangue (um tipo deleucócito originado na medula hemato-
poiética, e presentes na corrente sanguínea. Os monócitos são funcionalmente
caracterizados pela sua capacidade de realizar fagocitose de partículas diferen-
tes, tais como restos celulares, partículas inertes ou microorganismos; de se-
rem quimiotáticas por atraírem outras células locais para a reação inflamatória
bem como favorecer a proliferação das mesmas; de regularem o funcionamen-
to de células envolvidas na resposta imunitária; e, por fim, atuarem como célu-
las apresentadoras de antígenos (figura 5.3).
Figura 5.3 – Macrófagos. A) Processamento do antígeno pelo macrófago por meio da fa-
gocitose bem como a atuação desta célula como uma célula apresentadora de antígenos
após processamento do antígeno. B) Corte histológico da camada molecular corado com
hematoxilina e eosina evidenciando os macrófagos. Fonte: http://anatpat.unicamp.br/npta-
nemiafalc8.html
Mastócitos
Os mastócitos são células de formato oval cujo citoplasma contém um nú-
cleo central e numerosa quantidade de grânulos. Estão localizados preferen-
cialmente nos vasos sanguíneos, sendo importantes na participa da resposta
inflamatória secretando para a matriz várias das moléculas acumuladas no seu
citoplasma, como por exemplo a histamina (figura 5.4).
130 • capítulo 5
A. B.
Plasmócitos
Os plasmócitos são células esféricas ou ovoides, cujo citoplasma é carac-
terizado por apresentar núcleo esférico com grande quantidade de heterocro-
matina, grande quantidade de ergastoplasma, complexo de Golgi bem desen-
volvido. São células derivados de linfócitos do tipo B que durante uma resposta
imunitária receberam instruções para se diferenciarem em plasmócitos, cuja
função é sintetizar e secretar ativamente proteínas do tipo imunoglobulinas,
IgG, IgA, IgM, IgD e IgG, também, denominadas de anticorpos (figura 5.5).
A.
B.
capítulo 5 • 131
Leucócitos
Os leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos, são células nucle-
adas, sem hemoglobina, ricas em lisossomos e mitocôndrias, cuja origem são
células da medula óssea diferenciadas a partir de células-tronco pluripotentes.
Essas células estão presentes, no sangue, linfa, órgãos linfoides e tecidos con-
juntivos com função de defesa do organismo compondo o sistema imunológi-
co (figura 5.6). Os leucócitos são classificados em monócitos, linfócitos, neutró-
filos, eosinófilos e basófilos. A tabela 5.1 reporta as principais características e
funções de cada um dos tipos celulares.
B.
Figura 5.6 – Leucócitos. A) Representação ilustrativa das classes celulares dos leucócitos. B)
Corte histológico evidenciando a presença das classes leucocitátias – monócitos, linfócitos,
neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
132 • capítulo 5
Célula com diâmetro que varia
entre 10 e 14 mm. Núcleo vo- Acredita-se que atuem em
lumoso com forma de S. Cerca processos alérgicos, a exemplo
de 0,5% do total dos globulos dos mastócitos.
brancos.
Tabela 5.1 – Classificação e descrição das características e funções de cada tipo de leucócito.
Células Adiposas
As células adiposas ou adipócitos são células esféricas cujo citoplasma é ba-
sicamente constituído por gotículas de gordura que coalescem em uma grande
vesícula que pode atingir o diâmetro de 70µm em pessoas magras e cerca de
170 a 200 µm em pessoas obesas. As células adiposas podem ser encontradas
em pequenos grupos no tecido conjuntivo ou em grande quantidade, forman-
do um tipo especial de tecido conjuntivo, o tecido adiposo. Sendo assim, sua
função remete ao armazenamento de energia (figura 5.7).
Reservas de grasa
Núcleo
A. B.
Figura 5.7 – Células Adiposas. A) Representação ilustrativa dos adipócitos. B) Corte his-
tológico corado com hematoxilina e eosina evidenciando a presença das células adiposas,
observe a grande quantidade de gordura presente no citoplasma da célula. Fonte: http://
www.icb.usp.br/mol/5-2-adiposo-uni.html
capítulo 5 • 133
Fibras Colágenas
As fibras colágenas são compostas por uma glicoproteína de matriz extra-
celular denominada colágeno, a qual é constituída por três cadeias ∞ polipep-
tídicas enoveladas em uma configuração helicoidal. A diversidade na cadeia de
aminoácidos que compõem o colágeno gerou a identificação e descrição de 28
moléculas distintas, as quais se apresentam como moléculas individuais ou as-
sociadas em redes, fibrilas ou até fibras, sendo estes produzidos por fibroblas-
tos, condrócitos, osteoblastos, células epiteliais e musculares (figura 5.8).
Molécula
de
colágeno
1
Exocitose
Cadeias laterais
3
Núcleo 2
4 Montagem das moléculas de colágenos
Retículo Aparato
endoplasmático de Golgi
10-300 nm
Fibrilas de colágeno
0.5-3 micras
Membrana
Interior celular citoplasmática Fibras de colágeno
A.
Núcleo do
fibrócito
Fibras Fibras
colágenas colágenas
B.
134 • capítulo 5
Fibras Elásticas
As fibras elásticas são compostas pela deposição inicial de proteínas do
tipo microfibrilas seguida da deposição de proteínas do tipo elastina. Ambas
possuem como componente principal a glicoproteína fibrilina. A produção das
fibras elásticas se dá nos fibroblastos e pelas células musculares lisas da parede
dos vasos e, sua principal função é prover a elasticidade nos tecidos, isso ocorre
pelas características próprias das proteínas elastina e fibrilina que aos serem
estiradas mudam suas conformações estruturais de enoveladas para estruturas
lineares. Estão presentes no mesentério, na derme, nos ligamentos elásticos,
nas artérias, na cartilagem elástica, nos pulmões e na bexiga (figura 5.9).
A elastina é tida como uma proteína de caráter hidrofóbico dado a grande
quantidade de aminoácidos como glicina, alanina, valina e prolina; suas mo-
léculas arranjam-se em fibras ou lâminas, ligando-se covalentemente através
da ação da lisil-oxidase e, consequentemente formando desmosina e isodes-
mosina ao associar lisina à elastina. Enquanto, a fibrilina é considerada uma
proteína de caráter hidrofílico, sendo que suas moléculas se arranjam por meio
de ligações do tipo dissulfeto.
a) Esticando b) Relaxando
Figura 5.9 – Fibras Elásticas. A) Representação ilustrativa do modo como ocorre o estiramento
e o das fibras elásticas. B) Corte histológico corado com hematoxilina e eosina evidenciando a
presença das fibras elásticas. Fonte: http://www.uff.br/atlashistovet/FibraElastica.jpg
Fibras Reticulares
As fibras reticulares, como seu próprio nome indica, está estruturalmente
organizada em rede, sendo composta da polimerização do colágeno do tipo III,
cujo padrão de fibras se assemelha ao colágeno do tipo I. São produzidas por
capítulo 5 • 135
células como: os fibroblastos, os adipócitos, as células de Schwann e as células
musculares, estando presentes em órgãos hematopoéticos e linfoides, como a
medula óssea, o baço e os linfonodos. As fibras reticulares se anastomosam e
usualmente foram redes proteicas delicadas (ou retículos). Estsa fibras reticu-
lares são pouco resistentes á tensão e usualmente inelásticas. (figura 5.10).
A. B.
Figura 5.10 – Fibras Reticulares. A) Representação ilustrativa das fibras reticulares. B) Corte
histológico corado com hematoxilina e eosina evidenciando a presença das fibras reticulares
(setas indicadas). Fonte: http://medicina.ucpel.tche.br/atlas/histologia/
136 • capítulo 5
compressivas, favorecer a sinalização celular por meio da associação com fato-
res de crescimento, aumentando ou inibindo a sua atividade, aderir os compo-
nentes da matriz extracelular entre si ou com as células.
Glicoproteínas
O tecido conjuntivo, como dito anteriormente, tem funções gerais para co-
nectar, sustentar e preencher. Em decorrência da composição diferenciada da
matriz extracelular, o tecido conjuntivo adquire, também, a funcionalidade de
absorver impactos, de resistir à pressão bem como adquirir elasticidade.
Como funções específicas há o armazenamento de gordura necessária para
produção de calor, armazenamento de íons, como os íons Ca2+, necessários
para atividade de processos metabólicos, atividade de defesa imunológica, ati-
vidade da coagulação sanguínea, de processos de cicatrização e, por fim, envol-
vidos no transporte de gases, nutrientes e catabólitos.
capítulo 5 • 137
• Tecidos conjuntivos especiais, o quais se subdividem em:
• Tecido reticular (ou linfoide)
• Tecido adiposo
• Tecido cartilaginoso
• Tecido ósseo
• Tecido sanguíneo.
• Embrionário
• Tecido mesenquimal
• Tecido mucoso
138 • capítulo 5
Figura 5.11 – Tecido conjuntivo propriamente dito frouxo. Corte histológico do tecido conjun-
tivo frouxo corado com hematoxilina e eosina. Fonte: http://www.icb.usp.br/mol/4-32-con-
jfrouxo1.html
Figura 5.12 – Tecido conjuntivo propriamente dito denso do tipo modelado. Corte histológico
do tecido conjuntivo denso modelado corado com hematoxilina e eosina (Obtido em – http://
www.icb.usp.br/mol/4-35-tcdenso-modelado.html).
capítulo 5 • 139
Figura 5.13 – Tecido conjuntivo propriamente dito denso do tipo não modelado. Corte histo-
lógico do tecido conjuntivo denso não modelado corado com hematoxilina e eosina. Fonte:
http://www.icb.usp.br/mol/4-32-conjfrouxo1.html
140 • capítulo 5
5.1.3.2.2 Funções
O tecido adiposo apresenta como função acumular lipídios por meio das ve-
sículas suspensas no citosol presentes nas células adiposas. Os lipídios arma-
zenados são, predominantemente, triglicerídios, também chamados gorduras
neutras, formados por moléculas de glicerol unidas por ligações éster a cadeias
de ácidos graxos.
5.1.3.2.3 Classificação
O tecido adiposo pode ser classificado conforme a presença das gotículas lipí-
dicas em:
1. Tecido adiposo unilocular – é assim denominado, pois as vesículas
lipídicas coalescem em uma grande vesícula a qual desloca as organelas cito-
plasmáticas para a periferia das células adiposas. As células que compõem este
tecido são esféricas quando individuais ou poliédricas quando comprimidas às
outras células, atingem diâmetro de 70µm em pessoas magras e de 170 - 200µm
em pessoas obesas. Tem como funções evitar a perda excessiva de calor atuan-
do como isolamento térmico, absorver impactos, especialmente na palma das
mãos, na planta dos pés e nas nádegas, preencher os espaços entre tecidos e
órgãos, contribuindo para mantê-los em suas posições (figura 5.14).
Figura 5.14 – Tecido Adiposo. Corte histológico do tecido adiposo, no caso, unilocular, corado
com hematoxilina e eosina. Fonte: http://anatpat.unicamp.br/nptmeningioma23a.html).
capítulo 5 • 141
adulto, na região do pescoço, dos ombros, da porção superior das costas, em
torno dos rins, da aorta e do mediastino. Apresenta como funções especializa-
das a produção de calor atuando como termogênico (figura 5.15).
Figura 5.15 – Tecido Adiposo Multilocular. Corte histológico do tecido adiposo multilocular
corado com hematoxilina e eosina. Fonte: http://medsantos.xpg.uol.com.br/z04.jpg
142 • capítulo 5
Legenda:
1. Superficies articulares
2. Zonas de crescimento longitudinal de ossos longos
3. Orelha
4. Nariz
5. Epiglote
6. Laringe
7. Traqueia
8. Brônquios extrapulmonares e intrapulmonares
5.1.3.2.5 Funções
As funções do tecido cartilaginoso são: estruturalmente fornecer apoio e ma-
nutenção morfológica a diferentes componentes do corpo tais como na orelha,
traqueia e aparelho respiratório onde permite a manutenção dos dutos aber-
tos servindo de passagem para o som, alimentos e ar, respectivamente; revestir
superfícies articulares; e, durante a vida fetal servir de molde para As peças de
cartilagem está em cor azul nas figuras.
capítulo 5 • 143
Fibrilas de colágeno II
Agregações
Associados à
ácido hialúrico
Condronectina
A.
Matriz
interterritorial Matriz territorial
Condrocito
B.
Figura 5.18 – Ilustração dos tipos celulares que compõem o tecido cartilaginoso. A) Condro-
blastos. B) Condrócitos.
144 • capítulo 5
5.1.3.2.7 Classificação
O tecido cartilaginoso é classificado em:
Figura 5.19 – Cartilagem hialina. Corte histológico da cartilagem hialina corado com hema-
toxilina e eosina. Fonte: http://www2.unifesp.br/dmorfo/Prof%20Manoel%20Histologia/
Cartilagem/cartilagem%20hialina.html
capítulo 5 • 145
Figura 5.20 – Cartilagem elástica. Corte histológico da cartilagem elástica corado com hema-
toxilina e eosina. Fonte: http://www.virtual.epm.br/material/histologia/histo/fig23.htm
Figura 5.21 – Cartilagem fibrosa. Corte histológico da cartilagem fibrosa corado com hema-
toxilina e eosina. Fonte: http://www2.unifesp.br/dmorfo/Prof%20Manoel%20Histologia/
Cartilagem/cartilagem%20fibrosa.html
146 • capítulo 5
O crescimento do tecido cartilaginoso se inicia com as células mesenqui-
mais tornando-se arredondadas e diferenciadas em condroblastos os quais
irão se multiplicar e promover a secreção da matriz cartilaginosa. Quando os
condroblastos encontram-se envolvidos pela matriz extracelular diminuem a
multiplicação celular e, são chamados de condrócitos. Os condrócitos neste
estágio denominam o grupo isógeno. À medida que ocorre a deposição de ma-
triz extracelular, os condrócitos se distanciam favorecendo o crescimento da
cartilagem a partir de seu interior: o crescimento intersticial. Em decorrência
da deposição de fibrilas colágenas e os glicosaminoglicanos há o aumento da
rigidez da matriz o que permite que o crescimento intersticial ocorra até os 20
anos do indivíduo.
Nova
Matriz
Matriz
Condrócitos
Lacuna
1 2 3 4
Fibroblastos
Pericôndrio
Nova Matriz
Fibroblasto
em mitose Matriz
Condrócitos
Condrócitos maduros
novos 1 2 3
capítulo 5 • 147
5.1.3.2.9 Tecido Ósseo
O tecido ósseo, sendo um tipo de tecido conjuntivo, é formado por células como
fibroblasto, o macrófago, o mastócito e a célula mesenquimal diferenciadas e
funcionantes bem como imaturas as quais podem iniciar atividade se necessá-
rio o crescimento ósseo, e por abundante matriz extracelular rígida dado a pre-
sença de íons Ca+2. Este compartilha de semelhanças morfológicas e funcionais
com o tecido cartilaginoso. e o ósseo.
5.1.3.2.10 Funções
O tecido ósseo tem como funções: estrutural de sustentação formando um eixo
rígido dotado de flexibilidade; movimento do corpo por meio de transferência
de forças dos músculos esqueléticos; proteção de órgãos internos como os da
cabeça, tórax e abdômen; armazenamento de íons, como cálcio e fosfato; é lo-
cal de hematopoiese; contribui na audição transferindo as ondas sonoras para
o ouvido interno e, por fim, na fonação contribuindo para o timbre da voz.
148 • capítulo 5
Com a imobilização dos osteoblastos na matriz óssea, esses são denomina-
dos de osteócitos os quais possuem núcleo eucromático, retículo endoplasmá-
tico rugoso e complexo de Golgi desenvolvidos. Os osteócitos estão conectados
um com os outros através das junções gap nos prolongamentos. As fendas na
matriz óssea onde estão os prolongamentos são os canalículos.
Os precursores dos osteoclastos tem formação na medula óssea pertencen-
te à linhagem de monócitos-macrófagos, os quais deslocam-se para regiões de
reabsorção óssea onde se fundem, por meio da E-caderina, em osteoclastos.
Os osteoclastos são grandes células, multinucleadas, abundantes em mitocôn-
drias e lisossomos, com membrana celular irregular e em contato com a matriz
óssea. Atuam na atividade de reabsorção óssea e, quando a finalizam os sofrem
apoptose.
A matriz óssea é composta por uma porção orgânica denominada de osteoi-
de, o qual é composta por fibras colágenas do tipo I, proteoglicanas, glicosamino-
glicanos e glicoproteínas de adesão tais como osteonectina, osteocalcina, osteo-
pontina e sialoproteína óssea, e por uma porção inorgânica constituída por sais
minerais formando os cristais de hidroxiapatita constituídos por íons de cálcio,
sódio, fosfato, bicarbonato. As fibras colágenas tem a função de conferir resistên-
cia à tração; as proteoglicanas e os glicosaminoglicanos suportam a compressão,
e se associam aos fatores de crescimento podem inibir a mineralização; as gli-
coproteínas de adesão conectam-se às células adjacentes e aos componentes da
matriz extracelular e, por fim, os íons cálcio e o fosfato, predominantemente, na
forma de cristais de hidroxiapatita são responsáveis pela dureza e rigidez óssea.
capítulo 5 • 149
estão organizadas dispostas em paralelo formando as lamelas o que torna a
matriz óssea mais resistente. Estas lamelas podem ser depositadas em cama-
das concêntricas a partir da periferia das trabéculas ósseas até alcançar o vaso
sanguíneo, formando o sistema de Havers.
O sistema de Havers consiste, então, em um conjunto de lamelas ósseas
concêntricas e um canal central, denominado de canal de Havers, o qual con-
tém vasos sanguíneos e nervos. Os canais de Havers são canais longitudinais
que se comunicam entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa
do osso, por meio de canais transversais ou oblíquos denominados de canais
de Volkmann.
De acordo como seu aspecto estrutural macroscópico, o tecido ósseo pode
ser classificado em tecido ósseo esponjoso ou em tecido ósseo compacto.
O tecido ósseo esponjoso está localizado no interior dos ossos sendo consti-
tuídos por trabéculas de matriz óssea, cujos espaços são preenchidos pela me-
dula óssea.
O tecido ósseo compacto está localizado na periferia dos ossos e forma um
envoltório resistente à deformação. Neste são visualizados a presença do siste-
ma de Havers e os canais de Volkmann.
150 • capítulo 5
A ossificação endocondral se dá tendo como molde um tecido cartilagino-
so. A cartilagem hialina origina-se do mesênquima e assume a morfologia do
futuro osso. No caso de um osso longo, isso inclui a haste denominada de diá-
fise e as expansões em cada extremidade denominadas de epífises. Na diáfise,
o pericôndrio transforma-se em periósteo, com células osteoprogenitoras que
se diferenciam em osteoblastos. Estes produzem um colar ósseo ao redor da
diáfise evitando a difusão de nutrientes para o centro do molde de cartilagem,
causando a morte dos condrócitos e resultando na cavidade medular. Os osteo-
clastos perfuram o colar ósseo, e vasos sanguíneos e nervos entram na diáfise.
As células osteoprogenitoras trazidas pelo sangue estabelecem o centro primá-
rio de ossificação. O tecido ósseo substitui então a cartilagem calcificada do
modelo original.
5.1.3.2.15 Funções
Dentre as funções exercidas pelo tecido sanguíneo estão: o transporte de gases,
como o O2 e o CO2, o transporte de nutrientes os quais serão absorvidos pelas
células de modo a manter o metabolismo basal destas, transportar catabólitos
excretados pelas células, transportar os hormônios, os eletrólitos, o calor e as
células do sistema imunológico.
capítulo 5 • 151
Hemácias, eritrócitos ou glóbulos vermelhos são células anucleadas com
aspecto de disco bicôncavo, apresentando diâmetro de cerca de 7,2 mm, são
ricas em hemoglobinas cuja função principal é transportar oxigênio.
Leucócitos ou glóbulos brancos remetem a um grupo constituído por vários
tipos celulares cujas células estão envolvidas com o mecanismo de defesa do
organismo seja por atividade fagocítica ou por meio da produção de proteínas
de defesa como os anticorpos. Em geral, os glóbulos brancos são classificados
de acordo com a presença ou ausência, em seu citoplasma, de grânulos especí-
ficos em:
1. Granulócitos ou células polimorfonucleares: as quais apresentam
como características núcleos com cromatina densa que são divididos em
pequenas porções unidas por filamentos delgados de cromatina. O núme-
ro destas porções pode variar sendo assim são denominadas de células po-
limorfonucleares. O citoplasma das células deste grupo possui grânulos de
diferente composição química, coloração e funções, denominados grânulos
específicos.
De acordo com as diferentes características os leucócitos granulócitos, es-
tes podem ser do tipo:
a) neutrófilos- os quais apresentam núcleos de cromatina densa, de co-
loração escura, com formato de um bastão em forma da letra C ou U, de-
nominadas também de bastonetes, quando jovem. Ao se tonarem madu-
ras, essas células apresentam seus núcleos subdivididos em três a cinco
porções conectadas por filamentos de cromatina, sendo denominadas de
segmentado.
b) eosinófilos- apresentam cerca de dois a três segmentos em seus núcle-
os, possui em seu citoplasma grande quantidade de grânulos grandes.
c) basófilos- seus núcleos quase nunca são segmentados, sendo esféricos
ou ovais e ocupam a maior parte do citoplasma. São consideradas as célu-
las menos frequentes dentre os leucócitos e as mais raras de serem encon-
tradas em esfregaços.
2. Agranulócitos ou mononucleares: são células que apresentam como
características principais, único núcleo em formato esférico ou oval e, ausên-
cia de granulócitos específicos em seu citoplasma. Há dois tipos de células
agranulócitas:
152 • capítulo 5
a) Linfócitos- são células geralmente pequenas, um pouco maiores que as
hemácias. Seu núcleo esférico tem cromatina densa. O citoplasma se resu-
me a uma delgada camada levemente basófila ao redor do núcleo.
b) Monócitos- são células grandes, as maiores do grupo dos leucócitos.
Seu núcleo, de cromatina frouxa, é indentado e excêntrico (se situa fora do
centro da célula). Possui bastante citoplasma, levemente basófilo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLSON, B. M. Human Embryology and Developmental Biology. 5.ed. Philadelphia: Elsevier
Saunders, 2014. p.37-472
DE ROBERTIS, E. M. F.; HIB, J. De Robertis Bases da Biologia celular e molecular. 3.ed. Rio de
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EYNARD, Aldo R; VALENTICH, Mirta A; ROVASIO, Roberto A. Histologia e embriologia humanas:
bases celulares e moleculares. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
HADLER, W. A.; SILVEIRA, S. R. Histofisiologia dos epitélios: correlação entre a morfologia e a
função dos epitélios. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993.
KIERSZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. Rio de
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capítulo 5 • 153
JUNQUEIRA, L. C. V.; ZAGO, D. Embriologia médica e comparada. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
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SANDLER, TW. LANGMAN – Embriologia Médica, 11a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.
154 • capítulo 5
6
Tecido Muscular e
Tecido Nervoso
6.1 Tecido Muscular
6.1.1 Características gerais
156 • capítulo 6
Figura 6.1. – Estrutura dos três tipos de tecido muscular. Ilustração de cortes longitudinais
dos tipos dos tecidos musculares é mostrada à esquerda, enquanto, à direita, há a repre-
sentação dos cortes transversais. O músculo esquelético é composto por fibras de grande
diâmetro, alongadas e multinucleadas sendo os núcleos dispostos na periferia. O músculo
esquelético cardíaco é constituído por células ramificadas e unidas pelos discos intercalares.
E, por fim, o músculo liso é composto por um agregado de células fusiformes, sendo cada
célula composta por um ou mais núcleos dispostos na parte mais alta da célula. Fonte: Mo-
ore KL, Persaud TVN, Torchia, MG. Embriologia clínica. 9a ed. Rio de Janeiro (RJ) – p.182
Elsevier; 2012.
A tabela 6.1 resume características gerais de cada um dos três tipos de tecido
muscular.
Tabela 6.1 – Resumo das características gerais de cada um dos três tipos de tecido muscular.
capítulo 6 • 157
6.1.3.1 Tecido Muscular Estriado Esquelético
Figura 6.2 – Tecido muscular estriado esquelético – Língua corado com hematoxilina férrica
e visualizado em objetivas de 100x e 400x. Nas imagens é possível observar os feixes mus-
culares em corte transversal, as fibras musculares com núcleos deslocados para a periferia
e microfibrilas no seu interior, a presença do perimísio que é o tecido conjuntivo que envolve
o feixe de fibras e do endomísio que é o tecido conjuntivo que envolve cada fibra muscular..
Fonte: http://www.usjt.br/acervolaminas/index.php/citologia/4-histologiageral/68-tecido-
muscular
158 • capítulo 6
Cada filamento que compõe o feixe celular é denominado de miofibrila,
cujos precursores embrionários são células alongadas que se fundiram, deno-
minadas de mioblastos. As miofibrilas possuem em sua composição citoplas-
mática pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso e ribossomos;
grande quantidade de retículo endoplasmático liso, também chamado de retí-
culo sarcoplasmático, responsável por armazenar íons Ca2+ necessários para o
processo de contração; numerosas mitocôndrias, as quais irão fornecer energia,
armazenar glicogênio e gotículas lipídicas e, ainda, contem pigmentos de mio-
globina, que são proteínas transportadoras de oxigênio, todas as funções para
auxiliarem no processo de fornecimento de energia ao processo de contração.
Cada miofibrila contem um conjunto de dois tipos proteicos, a miosina II,
que representa os filamentos espessos de cerca de 16nm de diâmetro e 1,6μm2
de comprimento, e a actina, que representa os filamentos finos de cerca de
7nm de diâmetro e 1μm2 de comprimento , o qual se organiza de modo a origi-
nar bandas transversais, claras e escuras, características das células muscula-
res estriadas, tanto as esqueléticas como as cardíacas (figura 6.3).
capítulo 6 • 159
enquanto, a faixa clara, ou banda I, é isotrópica, sendo constituída por miofi-
lamentos de actina. No interior da banda A de uma fibra em estado de relaxa-
mento há existe uma região mais clara, denominada zona H. No centro de cada
banda I há uma linha transversal escura denominada de linha Z, que delimitem
os sarcômeros. Um sarcômero é definido como sendo uma unidade funcional
responsável pela contração muscular. Uma célula muscular é constituída por
dezenas a centenas de sarcômeros arranjados na miofibrila (figura 6.4).
160 • capítulo 6
Junção neuromuscular
Axônio terminal
Transmissor Ação da toxina
Normal de Botullium A
Lançamento
Célula muscular
Cadeia leve Cadeia pesada
Neurônio
Acetilcolina
Vesícula
sinápticas
Toxinas Botulinum
quebram as proteínas
SNARE
Preteínas Receptor
SNARE da toxina
Botulinum
Sintaxina Sinapto-
brevina
Acetilcolina Toxina
Fenda Botulinum A
sináptica lançada
Acetilcolina
Célula muscular recebida
capítulo 6 • 161
deslizamento dos filamentos finos e espessos uns em relação aos outros.
Na contração muscular, há o encurtamento dos sarcômeros, cujo compri-
mento de 2 a 3µm no músculo relaxado, pode atingir até 1µm na contração.
Isso ocorre em decorrência da superior sobreposição dos filamentos de actina
aos de miosina. As bandas I e H tornam-se mais estreitas, enquanto a banda A
não altera a sua extensão (figura 6.6).
O relaxamento do músculo ocorre quando o impulso nervoso é interrompi-
do e, os íons Ca2+ são retirados do citoplasma, através de Ca2+ ATPases, por meio
do retículo sarcoplasmático, onde se ligam à proteína calsequestrina. Com os
níveis citosólicos de Ca2+ reduzidos, a troponina C perde aqueles ligados, e a
troponina é convertida em tropomiosina, inibindo assim o sítio de ligação da
actina à miosina (figura 6.6).
Ca2+ realiza Gradiente de Na+
Ca2+ 8 trocas 9 é mantido pela
com Na+ Na+ – K+ – ATPase
1 Ação potencial entra Na+ K+
da célula adjacente
ECF
ATP
2 Voltagem fechada Ca2+ ICF
Canais abertos Ca 2+
Na +
3 desencadeia liberação
de Ca2+ do retículo Ca2+
sarcoplasmático
retículo
T-tubule sarcoplasmático Ca2+
(SR) Armazenado
ATP
7
Ca é bombeado de
2+
Ca2+
volta para o retículo
4 Mais Ca2+ sarcoplasmático para
armazenamento
vem do SR
162 • capítulo 6
6.1.3.2 Tecido Muscular Estriado Cardíaco
O tecido muscular estriado cardíaco é formado por células cilíndricas, com di-
âmetro que varia de 10 a 20 μm; alongadas com cerca de 80 a 100 μm de com-
primento; ramificadas; contendo um ou dois núcleos localizados no centro das
células. Uma característica exclusiva do músculo cardíaco é a presença dos dis-
cos intercalares os quais correspondem a complexos juncionais, formados por
interdigitações, junções de adesão e desmossomos, com a finalidade de impedir
a separação das células com o batimento cardíaco, e por junções comunicantes,
que, ao permitir a passagem de íons de uma célula à outra, promovem a rápida
propagação da despolarização da membrana e a sincronização da contração das
células. Possuem essa denominação de tecido muscular estriado cardíaco por te-
rem características estriadas ao microscópio de luz e, por constituírem o tecido
do coração, veias cavas superior e inferior e, veias pulmonares (figura 6.7).
Figura 6.7 – Tecido muscular estriado cardíaco – Coração corado com hematoxilina e eosina
e visualizado em objetivas de 100x, 400x e 1000X. Fonte: http://www.usjt.br/acervolami-
nas/index.php/citologia/4-histologiageral/68-tecido-muscular
capítulo 6 • 163
transportar oxigênio por meio de mioglobinas; e o retículo endoplasmático. Os
filamentos contráteis de actina e miosina são arranjados nas miofibrilas pelas
invaginações da membrana plasmática, pelas cisternas do retículo sarcoplas-
mático e pelas numerosas mitocôndrias dispostas longitudinalmente.
O músculo estriado cardíaco apresenta contração involuntária, isso porque
células do nodo sinoatrial, o marcapasso, se despolarizam espontaneamente
vezes por minuto, gerando o impulso nervoso o qual é deslocado para o nodo
atrioventricular, seguindo para o feixe atrioventricular e, consequentemente, a
todo órgão cardíaco. Ainda, a presença de nervos do sistema nervoso autônomo
afeta o ritmo cardíaco, sendo a inervação do parassimpático responsável por
diminuir os batimentos cardíacos, enquanto, a inervação simpática estimula a
aceleração (figura 6.8).
Nodo
sinoatrial
Nodo atrioventricular
Fascículo
atrioventricular
(feixe de His)
Ramos direito
e esquerdo
Fibras de Purkinge
Figura 6.8 – Produção do impulso elétrico no coração. O nó sinusal (SA node) é responsável
pela produção dos estímulos elétricos no coração, sendo transmitidos ao nó atrioventricular
(AV node) onde são filtrados e reduzidos em 1/3 na sua frequência, sendo assim, enviados
aos ventrículos pelos ramos (AV bundle branches) e fibras de Purkinje ocorrendo assim a
contração do músculo esquelético cardíaco.
164 • capítulo 6
estriado esquelético há a formação de tríades. Como o retículo endoplasmático
é pouco desenvolvido, é necessária a contribuição de fontes extracelulares desse
íon para que haja a contração. No momento da despolarização, o Ca2+ entra pe-
los túbulos T e pelos canais de sódio-cálcio presentes na membrana plasmática.
Figura 6.9 – Vista Esquemática dos nove principais eventos na contração e no relaxamento
do músculo. Fonte – McARDLE; KATCH; KATCH, 2011, p. 381
capítulo 6 • 165
miosina, levando junto a actina. A ligação e a quebra de outra molécula de ATP
provocam a dissociação entre a actina e a miosina. O ciclo de ligação e disso-
ciação repete-se várias vezes, ocorrendo o deslizamento dos filamentos finos e
espessos uns em relação aos outros, de modo que há o encurtamento dos sar-
cômeros e assim de toda a fibra (figura 6.9).
O tecido muscular liso é formado por células longas, espessas no centro e afi-
ladas nas extremidades denominadas de células fusiformes, as quais apre-
sentam de 3 a 10μm de diâmetro e 20 μm de comprimento, cujo citoplasma
é composto por um único núcleo central e alongado, retículo endoplasmático
rugoso, ribossomos livres, complexo de Golgi, retículo endoplasmático liso,
mitocôndrias e glicogênio. Possuem esta denominação, pois a disposição dos
feixes de filamentos contráteis ocorre em diferentes planos o faz com que as
células deste músculo não apresentem estriações (figura 6.10).
Figura 6.10 – Tecido muscular liso – bexiga corado com hematoxilina e eosina e visualizado
em objetivas de 100x e 400x. É possível observar a mucosa com epitélio de transição ou
polimorfo e tecido conjuntivo. Abaixo da mucosa, encontramos o tecido muscular liso que
aparece avermelhado. Nesse aumento são observadas fibras musculares lisas em corte lon-
gitudinal e em corte transversal.. Fonte: http://www.usjt.br/acervolaminas/index.php/citolo-
gia/4-histologiageral/68-tecido-muscular
166 • capítulo 6
pelo sistema nervoso autônomo (figura 6.11). Ainda, as proteínas actina e a mio-
sina II do músculo liso são isoformas diferentes daquelas do músculo estriado.
Sendo assim, os filamentos finos são formados pela actina, a isoforma da tro-
pomiosina do músculo liso a qual é regulada pela fosforilação das cabeças da
miosina; caldesmona e calponina as quais são responsáveis por bloquear o lo-
cal de ligação da actina com a miosina; e a ausência de troponina; enquanto, os
filamentos espessos são formados por moléculas de miosina II.
No músculo liso não há a formação das placas motoras, sendo assim, o te-
cido conjuntivo presente entre as células musculares são os responsáveis por
gerar dilatações nas terminações axônicas e promover a liberação dos neuro-
transmissores acetilcolina, capaz de estimular o movimento contrátil, ou no-
repinefrina, responsável por deprimir o processo de contração do músculo. As
junções comunicantes presentes nas células fusiformes permitem a transmis-
são da despolarização da membrana por entre as células.
A despolarização, o estiramento da célula e a depleção dos estoques inter-
nos de Ca2+ ativam os canais de Ca2+ presente na membrana plasmática, e a es-
timulação por agonistas, que agem sobre receptores acoplados a proteínas G,
ativa os canais de Ca2+ do retículo endoplasmático, aumentando os níveis desse
íon no citoplasma.
O aumento dos íons de Ca2+ no citoplasma promove a formação do com-
plexo cálcio-calmodulina pela associação de quatro íons Ca2+ aos receptores de
capítulo 6 • 167
uma molécula de calmodulina. O complexo cálcio-calmodulina é responsável
por ativar a quinase da cadeia leve de miosina fosforilando-a; Essa fosforilação
ocorre lentamente, o que faz com que a contração do músculo liso demore mais
que a dos músculos esquelético e cardíaco e, ainda, pode apresentar caráter
parcial de contração. A fosforilação provoca alteração conformacional da mio-
sina fato que permite a associação desta à actina. Na presença de ATP, a cabeça
de miosina inclina-se, produzindo a contração. Como os filamentos contráteis
estão intercruzados nas células, o seu deslizamento faz com que elas se encur-
tem e se tornem globulares, reduzindo o diâmetro da luz do órgão.
Quando ocorre a desfosforilação da miosina devido à diminuição do nível
de Ca2+ no citoplasma, há a dissociação do complexo cálcio-calmodulina, segui-
do da inativação da quinase da cadeia leve da miosina e a subsequente desfos-
forilação das cadeias leves de miosina pela fosfatase o que resulta na indisponi-
bilidade da miosina em se ligar à actina, consequentemente, há o relaxamento
do músculo (figura 6.12).
Ca2+
Receptor
Gα
Fosfo γ
β
Canais do cálcio
lipase C
Retículo RhoGEF
dependentes
sarcoplasmático IP3 DG
de voltagem
Ca2+ RhoA-GTP RhoA-GDP
PKC (ativa) (inativa)
Ca2+ Ca2+ / calmodulina
Actina + MLC
(contraído) P P
Miosina
Miosina fosfatase fosfatase (inativa)
MLC (relaxado) (ativa)
168 • capítulo 6
cranianos, nervos espinhais e nervos periféricos responsáveis por conduzir o
impulso nervoso do SNC para órgãos efetores, por meio das fibras eferentes ou
motores, e dos órgãos efetores para o SNC, por meio das fibras aferentes ou sen-
soriais; e também, por gânglios nervosos e terminações nervosas especializa-
das (figura 6.13.A). Em relação à função exercida, o sistema nervoso é dividido
em: sistema nervoso somático (SNS) o qual é formado pelas partes somáticas
do SNC e do SNP constituídos pelas inervações motoras e sensitivas de todas as
partes do corpo com exceção das vísceras, do músculo liso e das glândulas; e,
em sistema nervoso autônomo (SNA): consiste nas partes autonômas do SNC e
SNP, os quais são responsáveis pela inervação eferente motora involuntária do
músculo liso, do sistema de condução cardíaca e das glândulas, sendo o SNA
ainda subvidido em sistema simpático e parassimpático (figura 6.13.B).
Classificação Anatômica
Cérebro
Sistema
nervoso
central
Espinhal
dorsal
Sistema
nervoso
periférico
capítulo 6 • 169
Figura 6.13. – Representação ilustrativa do Sistema nervoso quanto à classificação anatô-
mica e à função.
170 • capítulo 6
substâncias; processá-las, elaborar uma resposta efetora que podem ser contra-
ções musculares, secreções glandulares, sensações, informações cognitivas e,
ainda, armazenar as informações, a memória.
capítulo 6 • 171
Astrócito Célula da micróglia Oligodendrócitos
Astrócitos
(células gliais) Oligodendrócitos
Dendrito (células glia)
Axônio
Figura 6.14. – Ilustração das células que compõem o tecido nervoso – os neurônios e as
células da glia e, o modo de interação entre elas.
6.2.1.1 Neurônios
172 • capítulo 6
A figura 6.15. representa o corte histológico do cérebro evidenciando os
neurônios e os astrócitos protoplasmáticos presentes na substância cinzenta.
Figura 6.15. Corte histológico do cérebro corado com impregnação argêntica, fazendo uso
de objetivas 100X e 400X. É possível observar nesse corte os neurônios e os astrócitos
protoplasmáticos com prolongamentos espessos e bem ramificados, sendo que, no aumento
podemos observar essas células de maneira mais detalhada. Fonte: http://www.usjt.br/acer-
volaminas/index.php/citologia/6-histologia-especial/82-sistemanervoso
capítulo 6 • 173
orelha, são considerados os neurônios associados à recepção dos sentidos, pa-
ladar, olfato, audição, visão e equilíbrio (figura 6.16).
Neurônios unipolares (ou pseudo-unipolares): são constituídos por um
axônio o qual se divide em dois prolongamentos longos nas proximidades do
corpo celular, estão presentes, predominantemente, no gânglio da raiz dorsal
próximo do SNC na medula espinal (figura 6.16).
Célula de
Purkinje (cérebro)
Celula piramidal
do córtex cerebral Neurônio da
área óptica
Neurônio central
do sistema
Neurônio nervoso autônomo
secretor da
hipófise
Neurônio ganglionar
do sistema nervoso
Neurônio motor autônomo
da medula espinhal
Neurônios Neurônio
bipolares pseudo-unipolar
174 • capítulo 6
esqueléticas como, por exemplo, as fibras eferentes somáticas; para as célu-
las efetoras musculares lisas; para as células de condução cardíaca como, por
exemplo, fibras de Purkinje; e, por fim, para as glândulas como, por exemplo,
fibras eferentes viscerais (figura 6.17).
Interneurônios: são também chamados de neurônios intercalares, os quais
são predominantes no sistema nervoso sendo considerados os neurônios res-
ponsáveis por conectar a rede de comunicação entre os neurônios sensoriais e
os neurônios motores (figura 6.17).
Receptores
Dentritos
sensoriais
Dentritos Dentritos
Corpo
celular
Axônio
Nós Núcleo
Corpo
celular
Núcleo
Mielina Axônio
Axônio Terminais
axônicos Porção de
célula Terminais
muscular axônicos
Neurônio Neurônio
sensorial motor Interneurônio
capítulo 6 • 175
Calcula-se que haja no SNC 10 células da glia para cada neurônio, isso por-
que as células da glia fornecem um microambiente adequado para os neurô-
nios em decorrência da quantidade mínima de material extracelular e, ainda,
com desempenho de funções específicas.
A seguir serão descritas algumas características das células da glia:
Oligodendrócitos: são responsáveis pela produção da bainha de mielina,
a partir do enovelamento do prolongamento dos oligodendrócitos sob os axô-
nios, cuja função será isolar eletricamente os neurônios do sistema nervoso
central (figura 6.18).
Figura 6.18 – Oligodendrócitos representados por ilustração à esquerda e por corte histoló-
gico corado por hematoxilina e eosina à direita. Observe os oligodendrócitos indicados pela
letra O, os astrócitos indicados pela letra A e o corpo celular dos neurônios evidenciando
os núcleos e os nucléolos. Fonte: http://www.microscopy-uk.org.uk/mag/imgapr03/HistPa-
per03_Fig3a.jpg
176 • capítulo 6
Núcleo da
Colar exterior do citoplasma
Nó de Ranvier célula de Schwann
da célula de Schwann
Mielina
Colar interior do
Axônio citoplasma
da célula de Schwann
Mielina
capítulo 6 • 177
Figura 6.20 – Astrócitos representados por ilustração na porção superior e por corte histo-
lógico corado por impregnação metálica por meio da técnica do sublimado-ouro de Cajal na
porção inferior. Observe os prolongamentos que irradiam do corpo celular em direção a vasos
e a outras células, como neurônios. A relação de astrócitos com vasos é a base da barreira
hemoencefálica, pois os prolongamentos astrocitários induzem modificações nas células en-
doteliais que regulam a permeabilidade das mesmas a proteínas do plasma. Fonte: http://
anatpat.unicamp.br/bineuhistogeral.html
Figura 6.21 – Células ependimárias representada por corte histológico corado por hematoxi-
lina e eosina. Observe que essa células revestem os ventrículos encefálicos e o canal central
da medula. Fonte: http://www.uff.br/atlashistovet/TecNervoso.htm
178 • capítulo 6
Figura 6.22 – Micróglia representada por ilustração à esquerda e por corte histológico co-
rado por impregnação argêntica de Rio Hortega à direita. Observe os prolongamentos que
saem dos polos do núcleo e se ramificam de forma dicotômica. Estas formas, observadas
em hipocampo de coelho, são de micróglia em repouso. Fonte: http://anatpat.unicamp.br/
bineuhistogeral.html
6.2.2 Sinapses
Dendrite
Sinapses botões sinápticos
Bas sinapses
A. Sinapse
capítulo 6 • 179
Corpo celular Axônio Sinapse
Nas sinapses elétricas, é estabelecida a passagem direta dos íons de uma cé-
lula à outra por meio de junções comunicantes ou abertas, com a transmissão
da informação de modo rápido. Essas sinapses são comuns nos invertebrados,
mas não em mamíferos, nos quais estão presentes, apenas, no córtex, no tron-
co cerebral e na retina (figura 6.24A).
Nas sinapses químicas ocorre a comunicação dos neurônios com outros
neurônios ou com as células efetuadoras por meio de mediadores químicos de-
nominados neurotransmissores. Inicialmente, a despolarização da membrana
alcança a porção terminal do axônio, o botão sináptico, canais de Ca2+ abrem-
se, e a entrada desses íons provoca a fusão das vesículas sinápticas à membra-
na celular, também denominada de membrana pré-sináptica, e, a consequente
exocitose dos neurotransmissores em um pequeno espaço (de 20 a 30nm) entre
as duas células, a fenda sináptica. Eles se difundem e se aderem a receptores as-
sociados a canais iônicos na membrana da outra célula, também denominada
de membrana pós-sináptica. Há a abertura dos canais, e a passagem de certos
íons despolariza a membrana dessa célula. As moléculas sinalizadoras podem
ainda se ligar a receptores associados a proteínas G ou receptores do tipo qui-
nases, que ativam um segundo mensageiro (figura 6.24B).
180 • capítulo 6
Figura 6.24. Sinapses. A) Esquema representativo das sinapses elétricas. B) Esquema repre-
sentativo das sinapses químicas.
Terminais Terminais
axônicos axônicos
Figura 6.25 – Tipos de sinapse conforme a localização da fenda sináptica no neurônio pós-
sináptico. Fonte: JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008, p.160.
capítulo 6 • 181
6.2.3 Substância branca e cinzenta
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DE ROBERTIS, E. M. F.; HIB, J. De Robertis Bases da Biologia celular e molecular. 3.ed. Rio de
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função dos epitélios. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993.
KIERSZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004. 664 p.
182 • capítulo 6
JUNQUEIRA, L. C. V.; ZAGO, D. Embriologia médica e comparada. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1982, 291p.
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2008. 624p.
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SANDLER, TW. LANGMAN – Embriologia Médica, 11a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2010.
capítulo 6 • 183
ANOTAÇÕES
184 • capítulo 6