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UM RELATO PARA NÃO SE OUVIR A NOITE

Boa noite Fael, me chamo Beatriz tenho 16


anos e moro bem distante da área urbana eu
moro próximo à araucária serra catarinense,
e há florestas ao redor da minha casa.
Por aqui não há muitos amigos, pois o meu
vizinho mais próximo mora a 2 km de casa.
Passei a maior parte da minha infância
crescendo na floresta e nunca tive problemas
para explorar, seja a pé ou a cavalo, e na
maioria das vezes tive uma boa compreensão
e respeito pela natureza.
Não sei quando isso tudo começou, mas ao
longo dos anos percebi o fato de que
algumas noites ao longo do ano a floresta
parecia “mais escura”. Não sei como explicar
e não estou falando do inverno, que
naturalmente escurece mais cedo.
Mas parece que a floresta se torna um lugar
totalmente diferente do que costuma ser.

Uma das coisas que notei que mais ocorre


durante as noites de lua cheia é que a vida
selvagem parece desaparecer ou agir de
forma diferente. Por exemplo, sempre houve
cães pela floresta e a maioria de caça, e eu
sempre os ouvia uivando em noites de lua
cheia, exceto durante essas ultimas noites.
Eu também notei é que os patos selvagens
que normalmente vivem no lago da minha
casa desaparecem no dia que antecede a lua
cheia.
Eu sei que, se você não ouve nenhum
pássaro ou animal na floresta, então, há uma
razão para eles ficarem quietos.
Anos atrás eu tive uma experiência com o
que eu acreditava ser uns diabinhos.
Já fazia um tempo que os poucos postes que
tem na frente do meu sítio, estavam com as
lâmpadas queimadas, o que deixava em volta
muito escuro, só com as luzes fracas das casas
iluminando um pouco a área. Mas eu nunca
tive medo de andar por ali.
Era período de quaresma e eu andava de
bicicleta perto da porteira do sítio.
Foi ai que vi três meninos saindo da floresta e
conversando entre si, achei que eram filhos
dos trabalhadores da lavoura ou até mesmo,
turistas.
Mas quando foram se aproximando o que
parecia ser três garotos, não eram três garotos.
Eram três criaturas humanoides, com peles
escuras, quase negras. Estavam vestindo
trapos. Não tinham mais que 1,20 m de altura,
eram MUITO magras e os ossos da coluna
pareciam sair da pele. E tinham cabelos
vermelhos e desgrenhados.
Quando eu vi aqueles bichos na rua vindo pra
minha direção, eu entrei em pânico e sai
correndo de volta pra casa, deixei a bicicleta
lá mesmo no chão e corri a pé. Um deles
gritou vários palavrões e os outros dois riram.
Eu não consegui entender nada (e nem quero
saber o que eles podem ter dito), mas a voz
deles era algo assustador. Uma voz muito
grave e profunda, muito grossa e falavam
coisas obscenas.
Meu pai saiu lá fora depois que contei tudo a
ele, mas já não havia nada ali e fiquei como
mentirosa.

Naquele lugar, eu tenho experiência com


coisas sobrenaturais e sei que há coisas
estranhas acontecendo ali.
A janela do meu quarto dá para o terreiro do
sítio e as vezes acordo no meio da
madrugada com batidas na janela, acordo
assustada pensando que já é de dia, pois
como a janela do quarto é daquelas madeiras
grossas, quando está fechada o quarto fica
um breu e não dá pra saber se é noite ou dia,
eu durmo com ela fechado, pois faz muito
frio aqui na região, e quando eu abrir a janela
naquela noite para vê de quem eram as
batidas, não havia simplesmente nada lá fora,
apenas o barulho do vento uivando.
Na minha casa também acontecem coisas
paranormais, aqui moram seis pessoas, meus
pais, meus dois irmãos mais novos o Arthur
de 12 e o André de 10, a minha avó materna
e eu.
Certa noite eu estava vendo filme de terror
com meus irmãos na sala, os dois logo
dormiram na metade do filme, então eu me
levantei do sofá para ir até a cozinha pegar
uma pipoca e quando voltei eu vi um homem
sentado na sala de tv com as pernas cruzadas,
bem onde eu estava sentada e meus irmãos
dormindo no colchão no chão.
De início não me movi vendo aquele homem
na minha sala. A casa estava toda fechada
pois era noite, e não tinha como ter alguém
ali, mas em poucos segundos ele desapareceu.

Depois disso luzes vermelhas começaram a


aparecer na porta do meu quarto. De
madrugada acordava com a luz entrando pelas
frestas da porta. Ela rodeava a porta todinha,
por várias noites, até que numa noite acordei
meus pais para eles verem. Meu pai viu mas
falou que eu dormisse novamente.

Até que numa noite eu vi uma coisa, na sala


da minha casa. Fui apagar a luz e senti uma
presença na sala, mas não vi nada ate a hora
que eu apaguei a luz. Quando me virei vi uma
pessoa da minha altura no escuro. Só via o
vulto dela, quando vi seus olhos soltei um
grito e meu pai veio correndo, acendeu a luz e
eu já estava chorando com o choque. Ele não
acreditou em mim, até a noite que ele acordou
com bicho dentro do quarto do lado da cama
dele, parecia um cachorro mas fazia ruídos
como de porco, o bicho tentava puxar minha
mãe da cama e ela não acordava.

Ele não quis tocar mais no assunto, mas eu


sempre vejo coisas e tenho pressentimento
que algo vai acontecer, e acaba acontecendo.
Sempre sonho com demônios. Eles sempre
estão saindo da floresta e vindo para nossa
casa, pois é a única casa por perto.
A nossa casa é de dois andares, sendo que
dois quartos da casa ficam lá em cima, um
dorme meus irmãos e o outro, meus pais, e na
parte de baixo fica somente meu quarto e o
quarto da minha avó, e ela tem um sono
muito pesado, também fica as duas salas,
cozinha, banheiro social e área dos fundos, eu
tenho muito medo de ficar lá embaixo na sala
sozinha, principalmente a noite, mas como no
meu quarto não tinha TV o jeito era assistir lá
mesmo.

Uma noite quando estava na cozinha


preparando um lanche e fui pra sala, eu vi
uma mão saindo de trás do sofá e fazendo
mímica, parecia mão de criança, não era
muito tarde, deveria ser por volta de 20hrs.

Então eu achando ser o meu irmão querendo


me assustar falei
“Eu estou com uma latinha de coca cola, se
você não sair daí eu vou jogar em você”, mas
nada se mexeu.

Então eu notei que a luz lá fora estava acesa,


e que não tinha nada entre a janela e o sofá,
mas vendo onde a mão estava, dava para ver a
sombra de alguém contra a iluminação lá de
fora.

Então eu falei “Arthur? É você que ta ai?”", e


então eu ouvi o meu irmão falando lá de cima
“Eu estou aqui em cima, com quem você ta
falando ai em baixo?”
Depois que ele falou isso eu senti aquele frio
subindo a espinha.
Então eu vi os dedos daquela mão se mexer,
com se estivessem saindo do nada.
Eu soltei um grito, joguei a lata de coca cola
no sofá, onde deveria ter alguém e subi
correndo as escadas.
Quando o meu irmão veio me perguntar por
que eu estava gritando, eu falei o que tinha
acontecido.
Outra aparição que me marcou muito foi o
saci, quando eu tinha 13 anos eu vi um
senhorzinho de bengala atravessar minha rua,
a rua é de areia e fica próximo a floresta,
então ele vinha caminhando bem devagar, eu
como era arteira fiquei ali da porteira do sítio
rindo daquele sinhozinho, mas quando ele
percebeu que eu ria dele ele se irritou, pegou
uma pedra e tacou com muita força da
distância onde ele tava que deveria ser uns 30
metros, por pouco a pedra não me acertou, em
seguida ele veio correndo pulando em minha
direção e só ai eu pude notar que era o saci,
nesse momento ele tava sem camisa com uma
bermuda vermelha, tinha uma perna só e uma
barba e cabelos brancos.
Corri para casa e aquele ser desapareceu, mas
naquela noite escutamos várias pedras sendo
atiradas em nosso telhado e pela manhã as
haviam vários nós pequenos nas crinas dos
cavalos.
Minha avó me contava várias outras histórias
e ela sempre acreditava em mim, mas minha
mãe e meu pai pareciam não acreditarem
muito, ou fingia não acreditar.

Meus pais venderam o sítio ano passado e nos


mudamos para Joinville e nunca mais vi nada
de sobrenatural.
Bem Fael esse é o meu relato e ele é real.
Boa noite

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