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Sócrates, filósofo grego, acreditava no método dialético, mais especificamente na “Maiêutica”, mostra

que para obtermos a verdade e um consenso o debate é indispensável com ambas as partes, assim
mostra com resplandecência como é necessário a discussão sobre o “cancelamento”. A cultura do
cancelamento é uma ferramenta de justiça social utilizada pelo povo e com o grande apoio das mídias
sociais, esse ato de fazer-se justiça tornou-se favorável para a visibilidade de muitas pautas sociais como
o racismo e homofobia. No entanto, essa ferramenta de justiça tornou-se uma problemática, desde que
seu sentido inicial vem sendo deixado para trás. Desta forma, no Brasil, a população midiática vem
utilizando essa ferramenta para a disseminação do ódio e consequentemente causando danos
imersíveis na vida dos “cancelados”. Neste contexto, é incontrastável que essa problemática seja
discutida.

É relevante abordar, primeiramente, é fulcral salientar o caso da escritora britânica JK Rowling, autora
da saga reconhecida Harry Potter, que por sua vez foi martirizada por comentários odiosos em suas
redes devido á comentários feitos sobre transexuais à décadas atrás. Todavia, essa realidade enfrentada
pela escritora está se tornando cada vez mais comum na vida das pessoas públicas, implicando
diretamente na vida profissional e pessoal dessas pessoas de forma negativa. Logo, o intuito principal
dessa causa está totalmente perdida de seu propósito, visto que vale mais julgar uma pessoa por
atitudes antigas do que parabenizá-la pela notável evolução.

Outrossim, segundo a Constituição federal de 1988, Art. 5º, inciso IV, é livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o anonimato, embora essa garantia fundamental seja disponível a todos e
fazendo jus a um Estado democrático de Direito, a cultura do cancelamento vem dissolvendo este
direito. Neste contexto, devido ao fácil acesso das pessoas aos portais midiáticos tornou-se estritamente
fácil esse pré-julgamento efetuado para as pessoas públicas. Neste contexto, a cultura do cancelamento
é mais presente na plataforma Twitter, pois existem inúmeros perfis anônimos, e assim conseguem
impor sua opinião sobre os outros de forma pejorativa e chula, se livrando de uma possível punição e
também contrariando mais uma vez o inciso IV, já supracitado da Constituição Federal.

Diante do exposto, destarte meios devem ser adotados para a amenização da disseminação da cultura
do cancelamento em âmbito brasileiro. Nessa lógica, é imperativo que o Governo Federal, juntamente
com o Poder judiciário do país, crie meios de apenar de forma válida e correta esses cidadãos que
utilizam perfis anônimos nas redes sociais para continuarem cultivando a cultura do cancelamento.
Além disso, as mídias têm um papel muito importante na divulgação das consequências que o
cancelamento pode causar na vida profissional e pessoas de muitas pessoas públicas que tiram seus
sustentos de seu trabalho público, através de propagandas e até mesmos eventos públicos que
mostrem a verdadeira consequência na vida dos cancelados. Por fim, com essas medidas aditadas
ocorrerá uma diminuição significativa da cultura do cancelamento.

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