Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
AULA 02
Planejamento
Conteúdo
DIREITO DAS COISAS
Pré-aula
Direito das Coisas – é o ramo do Direito Civil que tem como conteúdo relações
jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou determináveis.
Como coisas, pode-se entender tudo aquilo que não é humano, ou ainda os bens
corpóreos, na linha da polêmica existente na doutrina. No âmbito do Direito das
Coisas há uma relação de domínio exercida pela pessoa (sujeito ativo) sobre a
coisa. Não há sujeito passivo determinado, sendo esse toda a coletividade.
Segue-se a clássica conceituação de Clóvis Beviláqua citada, entre outros, por
Carlos Roberto Gonçalves, para quem o Direito das
Coisas representa um complexo de normas que regulamenta as relações
dominiais existentes entre a pessoa humana e coisas apropriáveis.
Previsão legal no art. 1.196 do Código Civil: “Considera-se possuidor todo aquele que
tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.”
Teorias:
Teoria objetiva (Ihering) – ADOTADA POR NOSSSO CODIGO CIVIL
Para Ihering, ter a posse se configura como a mera “conduta de dono”, ou seja,
é comportar-se como dono ou proprietário. Objetivamente, na linha da sua
Teoria Simplificada da Posse, poderíamos conceituá-la apenas como a
exteriorização da propriedade, ou seja, possuidor seria aquele que, exercendo
poderes de dono, imprimisse destinação econômica à coisa.
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE:
a) DIRETA OU INDIRETA;
a.1 – Direta/imediata – exercida por quem detém materialmente a coisa;
a.2 – Indireta/mediata – exercida por meio de outra pessoa (inquilino);
b) JUSTA OU INJUSTA;
b.1 – Justa – adquirida sem violenta, sem ser clandestina ou precária (Art.
1.200 do CC/02);
b.2 – Injusta – adquirida com violência (esbulho), as escondidas
(clandestina) e precária (abuso de confiança);
c) BOA-FÉ OU MÁ-FÉ;
c.1 – É de boa-fé a posse se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que
impede a aquisição da coisa (CC, art. 1.201).
c.2 – É de má-fé a posse se o possuidor tem ciência dos vícios;
d) POSSE NOVA E POSSE VELHA;
d.1 – Posse Nova – menos de ano e dia;
d.2 – Posse Velha – mais de um ano e um dia;
AQUISIÇÃO DA POSSE
O art. 1.204 do CC/02 dispõe: “Adquire-se a posse desde o momento em que se
torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à
propriedade”. A aquisição pode se dar: pela apreensão da coisa, ou pelo exercício do
direito; pelo fato de se dispor da coisa, ou do direito; por qualquer dos modos de
aquisição em geral, inclusive pelo constituto possessório.
PERDA DA POSSE
A perda da posse se dá por abandono, tradição, perda ou destruição, posse de
outrem e constituto possessório;
EFEITOS DA POSSE
AULA
PROPRIEDADE
Obs: O autor Fabio Ulhoa Coelho afirma que: “O direito de propriedade é o mais
importante dos direitos reais. Todos os demais institutos desse ramo do direito civil se
definem como exteriorização (posse), desdobramento (usufruto, uso etc.) ou limitação
(servidão e direitos reais de garantia) do direito de propriedade.”
CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE
Vamos examinar cinco critérios de classificação do direito de propriedade:
a) Propriedade corpórea ou incorpórea.
O objeto da propriedade podem ser bens corpóreos ou incorpóreos. Os
primeiros são os bens dotados de existência física, providos de materialidade, de
corpo e que, por isso, ocupam espaço, enquanto os incorpóreos são alguns
direitos que existem apenas enquanto conceitos jurídicos. A casa, o automóvel,
o microcomputador são bens corpóreos, enquanto a obra intelectual, as marcas
registradas, patentes de invenções, incorpóreos. A propriedade será corpórea ou
incorpórea segundo a classificação do bem a que se refere.
OS PODERES DO PROPRIETÁRIO
Nos termos do art. 1.228 do CC, são quatro os poderes: “usar, gozar e dispor da coisa”,
bem como “reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”.
Usar - Esse poder significa o de desfrutar dos proveitos diretamente
proporcionados pelo bem, respeitando a função social da propriedade.
Gozar - O poder de gozar (ou de fruir) o bem corresponde ao de explorá-lo
economicamente, isto é, extrair dele frutos. Gozar é obter renda ou lucro da coisa.
Dispor - Abrange tanto, de um lado, o poder de destruir, total ou parcialmente,
o bem objeto de propriedade, reformá-lo, fundi-lo ou em qualquer medida alterar-lhe a
substância (disposição material) como, de outro, o de abandoná-lo, aliená-lo ou dá-lo
em garantia (disposição jurídica).
Reivindicar - é o poder de reivindicar o bem das mãos de quem injustamente o
possui ou detém. A reivindicação da posse da coisa pelo titular da propriedade, assim, é
feita necessariamente por meio de processo judicial.
IMPORTANTE - Não podem ser adquiridos por usucapião os imóveis públicos (CF, arts.
183, § 3º, e 191, parágrafo único). Os bens públicos são imprescritíveis para que o
interesse particular do possuidor não venha a se sobrepor ao da coletividade.
ESPÉCIES DE USUCAPIÇÃO
a) Usucapião extraordinária.
Nessa espécie de usucapião, exige-se o decurso do prazo de 15 anos (CC, art. 1.238). São
irrelevantes, aqui, as características específicas da posse. Desde que apta a gerar a
usucapião, a posse pode ser de má-fé e sem justo título. Também pouco importa se o
possuidor deu ao imóvel algum aproveitamento econômico ou não, se nele mantinha
sua residência ou uma simples cabana de pesca. Abreviada – O prazo diminui para 10
anos se o possuidor estabelecer moradia ou der ao imóvel uma finalidade econômica.
b) Usucapião ordinária.
Na usucapião ordinária, exige-se da posse que ostente duas características específicas.
Ela deve ser de boa-fé e com justo título. Quer dizer, o possuidor deve ignorar os
obstáculos à regular aquisição da propriedade e demonstrar a existência dum negócio
jurídico (contrato de compra e venda, doação, beneficiário em testamento etc.) na
origem de sua posse. Quando atendidos esses pressupostos, o prazo para a aquisição da
propriedade será de 10 anos (CC, art. 1.242). Abreviada – O prazo diminui para 05 anos
quando presentes duas circunstâncias concomitantes. A primeira diz respeito à
aquisição onerosa do bem, com base em registro do Registro de Imóveis que vem a ser
posteriormente cancelado. A segunda é que possuidor estabelecer moradia ou der ao
imóvel uma finalidade econômica.
O bem imóvel pode “aumentar” por razões naturais ou pelo trabalho humano. Quando
um rio naturalmente muda seu curso, o antigo leito torna-se pedaço de chão agregado
à propriedade de alguém. Também se agrega, com sua construção, o prédio ao solo.
Nesse caso, verifica-se a aquisição da propriedade por acessão, isto é, por união ou
incorporação de algo ao bem objeto do direito. São cinco as hipóteses de aquisição por
acessão, listadas no art. 1.248 do CC: formação de ilhas, aluvião, avulsão, abandono de
álveo e plantações ou construções. As quatro primeiras são fatos jurídicos
caracterizados por ato da natureza (acessão natural), examinada neste subitem; a
derradeira da lista deriva de intervenção humana (acessão industrial) e será estudada
nos próximos subitens.
a) Formação de ilhas. No leito de correntes (rios, riachos, córregos, ribeirões, canais etc.)
podem se formar naturalmente ilhas. Estas pertencerão ao titular do domínio sobre a
corrente. Se no rio que passa pela fazenda de uma sociedade empresária agropecuária
se forma uma pequena ilha, a pessoa jurídica proprietária do imóvel rural será também
a da ilhota.
c) Avulsão. Por avulsão se entende o processo natural violento em que uma parte de
terra se destaca de uma propriedade para se juntar a outra. Ao contrário da aluvião, que
é lenta e imperceptível, a avulsão é brusca e visível. Ademais, a avulsão se processa por
justaposição ou mesmo sobreposição, ficando em qualquer dos casos sujeita à mesma
disciplina jurídica.
d) Abandono de álveo. Se a corrente naturalmente abandona seu leito e abre novo curso
sobre outras terras, diz-se que ocorreu abandono de álveo. Os proprietários dos imóveis
lindeiros adquirem a propriedade da nova terra ordinariamente seca, dividindo-as até o
meio do antigo álveo. Eles não são obrigados a indenizar os proprietários dos imóveis
inundados, tendo em vista que a aquisição e perda de propriedades derivaram
exclusivamente de processo natural (CC, art. 1.252; CA, art. 26).
e) Plantações ou Construções. As construções e plantações são chamadas de acessões
industriais ou artificiais, porque derivam de um comportamento ativo do homem. A
regra básica está consubstanciada na presunção de que toda construção ou plantação
existente em um terreno foi feita pelo proprietário e à sua custa. Trata-se, entretanto,
de presunção vencível, admitindo prova contrária (CC, art. 1.253). A presunção se ilide
nas hipóteses mencionadas nos arts. 1.254 e seguintes.
Se o proprietário semeia, planta ou edifica em seu próprio terreno, mas com sementes,
plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes, visto que o acessório segue
o principal. O que adere ao solo a este se incorpora. Entretanto, para evitar o
enriquecimento sem causa, estabelece o art. 1.254 do Código Civil que terá de
reembolsar o valor do que utilizar, respondendo ainda por perdas e danos se tiver
procedido de má-fé. Por outro lado, quem planta, semeia ou edifica em terreno alheio
perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções, mas, estando
de boa-fé, tem direito à indenização (CC, art. 1.255).
Pós-aula
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA DISCIPLINA:
22/02/2022 - AULA 03 – VEREMOS A LIMITAÇÃO AOS PODERES DE PROPRIEDADE E
APERDA DA PROPRIEDADE.