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1 DE
2

GOVERNO DO ESTADO DO

AMAZONAS
QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL

SEGURANÇA NO SISTEMA
ELÉTRICO DE POTÊNCIA -
SEP

INSTRUTOR (A):____________________________________

ALUNO (A): ________________________________________


2

Sumário
DEFINIÇÃO...................................................................................................................3

1. Organização do Sistema Elétrico de Potencia – SEP..............................................3

2. Organização do trabalho.........................................................................................18

3. Aspectos comportamentais.....................................................................................29

4. Condições impeditivas para serviços......................................................................33

5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção.................................................................34

6. Técnicas de análise de Risco no S E P..................................................................43

7. Procedimentos de trabalho.....................................................................................53

8. Técnicas de trabalho sob tensão............................................................................55

9. Equipamentos e ferramentas de trabalho...............................................................61

10. Sistemas de proteção coletiva..............................................................................64

11. Equipamentos de proteção individual...................................................................73

12. Posturas e vestuários de trabalho........................................................................74

13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos(*).


.....................................................................................................................................76

14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho....................................................77

15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).........................79

16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados


(*).................................................................................................................................80

17. Acidentes típicos (*) – Análise, discussão, medidas de proteção........................92

18. Responsabilidades................................................................................................92
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SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA SEP


DEFINIÇÃO

Sistema Elétrico de Potencia – SEP são grandes sistemas de energia que englobam a geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica.

A geração de energia elétrica se faz em usinas localizadas em função de suas características


próprias. O sistema elétrico de potência engloba todas as formas de geração de energia
elétrica e sua transmissão até os consumidores.

Na história da sociedade, a energia elétrica, desde a sua descoberta, sempre


ocupou lugar de destaque, tendo em vista a dependência da qualidade de vida e do
progresso econômico da qualidade do produto e dos serviços relacionados à energia
elétrica, que por sua vez dependem de como as empresas de eletricidade projetam,
operam e mantêm os sistemas elétricos de potência.

1. Organização do Sistema Elétrico de Potencia – SEP.

A eletricidade apesar de parecer instantânea percorre um longo caminho desde a


geração até o consumidor final.

Para uma melhor visualização de onde nos situamos dentro de um sistema de


fornecimento de energia elétrica, é necessário que conheçamos os componentes do
mesmo.
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GERAÇÃO

Represa de rio, para produção de energia elétrica.

Usina hidroelétrica.

Transformação de energia mecânica em energia elétrica através do magnetismo.

Gerador: Utiliza a força da queda d’água para movimentar as turbinas e desta forma
produzir energia elétrica.

Usina Hidrelétrica: Utilizase dos recursos hídricos para a produção de eletricidade


em corrente alternada.

Estação elevadora: Eleva o valor da energia gerada (milhares de volts) a níveis de


transmissão para facilitar o transporte da energia até os centros consumidores.

TRANSMISSÃO

Linha de transmissão

Significa o transporte de energia elétrica gerada até os centros consumidores. Para


que seja economicamente viável a tensão gerada nos geradores, eleva a tensão a
valores padronizados em função da potência a ser transmitida e as distâncias entre
os centros produtores e os centros consumidores. As tensões mais usuais em
corrente alternada nas linhas de transmissão são: 69 kV, 138 kV, 230 kV, 400 kV,
500 kV.

A partir de 500 kV há necessidade de estudo econômico para verificar a


viabilidade.Itaipu transmite em 600 kV em corrente contínua.

Obs. neste caso é necessário uma estação retificadora para transformar a corrente
alternada em corrente contínua e próxima aos centros consumidores, uma
subestação conversora para transformar a corrente contínua em alternada.

O objetivo principal da transmissão contínua será a diminuição das perdas por efeito
corona, que é resultante da ionização do ar em torno dos condutores com tensões
alternadas muito elevadas.

A energia gerada nem sempre será utilizada, ou consumida no lugar de sua


geração, portanto a linha de transmissão precisa ter a maior eficiência possível. Esta
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é delimitada por diversos parâmetros, tais como indutância, capacitância, velocidade


de propagação, constante de fase, entre vários outros.

A atividade de manutenção em linhas de transmissão é regulamentada pela ONS.


Para um melhor desempenho do sistema elétrico nacional foram criados os
“Procedimentos de Rede” referentes ao “Acompanhamento da Manutenção dos
Sistemas Elétricos”. Estes têm como objetivo padronizar a operação, de modo a
proporcionar um serviço de fornecimento de energia elétrica nos níveis e padrões de
qualidade e confiabilidade requeridos pelos consumidores e aprovados pela ANEEL
(ONS, 2005). Conforme o documento citado considerase que os agentes de geração
e os agentes de transmissão, por serem os proprietários dos equipamentos e
instalações integrantes do sistema físico, são os responsáveis pela manutenção dos
mesmos.

Para que os níveis e padrões de qualidade requeridos sejam alcançados, é


essencial que as atividades de manutenção realizadas pelos agentes nos
equipamentos e instalações da rede de operação, garantam normalidade,
confiabilidade e continuidade da operação dos mesmos nas condições nominais de
projeto ou naquelas previamente comunicadas ao ONS, dentro dos padrões de
desempenho homologados pela ANEEL.

Neste contexto, o acompanhamento da manutenção exercido pelo ONS consiste


em:

a) Analisar os dados obtidos em ensaio operacional conduzido pelo ONS, para a


certificação da capacidade de geração de unidade geradora declarada pelo Agente
de Geração;

b) Empenhar para que haja a liberação de equipamentos e instalações da Rede de


Operação para a execução das atividades mínimas de manutenção previstas pelos
Agentes de Geração e Agentes de Transmissão;

c) Verificar, através do acompanhamento dos Programas Mensais e do Plano Anual


de Manutenção da Rede de Operação, se as atividades mínimas de manutenção
estão sendo executadas e analisar os indicadores de realização e cancelamento das
programações;
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d) Acompanhar o desempenho da manutenção da Rede de Operação através da


análise dos indicadores de desempenho de linhas de transmissão, de equipamentos
de subestações e usinas despachadas pelo ONS;

e) Atuar nos casos em que os indicadores de desempenho estejam situados dentro


da faixa de alerta definida pela ANEEL, solicitando ao Agente um Plano de Ação
para a recuperação desses indicadores e acompanhando os resultados dele
decorrentes.

Manutenção de Linhas de Transmissão

O trabalho de manutenção das linhas de transmissão realizado pela Empresa de


Manutenção é dividido em aspectos principais: manutenção do terreno onde está
instalada a torre, manutenção da torre e manutenção dos cabos condutores.

A manutenção do terreno onde está instalada a torre é importante para que a


vegetação local não interfira no bom funcionamento da linha de transmissão e para
que os acessos à torre estejam em condições que permitam o transito dos veículos
de manutenção que transportam pessoal, ferramentas e instrumentos. Com relação
à manutenção da vegetação deve ser mantida uma distância (entre o topo das
árvores e os cabos condutores) regulamentada por normas de projeto da ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas para que não ocorra nenhum contato
entre a vegetação e as torres ou cabos de transmissão que possa provocar o
desligamento da linha por descarga elétrica. Este tipo de manutenção depende da
vegetação local que determina o crescimento e a altura da vegetação na idade
adulta. A supressão das árvores depende de licença ambiental do IBAMA Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente. Em locais de mata nativa e espécies raras a vegetação
deve ser podada e nos casos extremos em que for permitido o corte, o IBAMA exige
que lhe seja apresentado um programa de replantio das espécies.

O serviço de limpeza de faixa (corte da vegetação comum a média altura) inclui o


afastamento da vegetação cortada para longe dos cabos condutores, pois a
vegetação seca amontoada facilita o surgimento de incêndio, principalmente na
região do cerrado onde as temperaturas são muita altas e a umidade do ar baixa. A
queimada, com altas labaredas e sob os condutores, provoca o desligamento da
linha pela redução do isolamento do ar.
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Para fazer a manutenção com a linha energizada, alguns requisitos são necessários
para manter a segurança do sistema de transmissão e dos profissionais que entram
em contato com os cabos das linhas de transmissão. Os equipamentos que são
utilizados para tal fim exigem alguns cuidados quanto a sua conservação. Entre eles
estão: roupa metálica especial condutiva, bota condutiva, bastões e escada
constituídos de fibra de vidro e resina epóxi, bastão para equiparação de potencial e
corda especiais.

Isoladores

Os cabos são suportados pelas estruturas através dos isoladores, que como seu
próprio nome indica, mantêm isolados eletricamente das mesmas. Devem resistir
tanto as solicitações mecânicas como as elétricas.

Os isoladores são submetidos às solicitações mecânicas que lhe são transmitidos


pelos cabos condutores. São de 3 tipos:

a) Forças verticais – devido ao próprio peso dos condutores (nos países de clima
frio, este peso é acrescido do peso da capa de gelo que pode se formar em tono dos
mesmos).

b) Forças horizontais axiais – no sentido dos eixos longitudinais das linhas


necessárias, para que os condutores se mantenham suspensas sobre o solo.

c) Forças horizontais transversais – em sentido ortogonal aos eixos longitudinais das


linhas, devidas a ação da pressão do vento sobre os próprios cabos.

Um isolador eficiente deve ainda ser capaz de fazer o máximo uso do poder isolante
do ar que o envolve a fim de assegurar isolamento adequado. A falha de um solador
pode ocorrer tanto no interior do material (perfuração) ou pelo ar que envolve
(descarga externa).

Seu desenho deve ser de forma a assegurar uma distribuição balanceada de


potenciais e, conseqüentemente, dos gradientes de ar, com o objetivo de assegurar
tensões de descarga adequada. Além desses requisitos deve ainda satisfazer a
outro não menos importante, que é o da não produção, mesmo após longos
períodos de operação, da indesejável radiointerferência.

Tipos de Isoladores
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Em linhas de transmissão empregase basicamente três tipos de isoladores.

a) Isoladores de pino

b) Isoladores tipo pilar

c) Isoladores de suspensão

a) Isoladores de Pino – são fixados à


estruturas através de um pino de aço.
Para tanto, em sua parte interna possuem
um furo rosqueado, com rosca de filete
redondo padronizado pela ABNT (MB22),
os pinos de aço forjado possuem, em sua
parte superior, uma cabeça de chumbo
filetada, sobre o qual se atarracha o
isolador. São normalmente solicitados à
compressão e a flexão.

Monocorpo para 25kV


9

Somente são empregados em linhas até


69 Kv, e com condutores relativamente
leves em virtude da pequena resistência
do chumbo da cabeça dos pinos ao
esmagamento e também da pequena
resistência dos próprios pinos e
esforços de flexão. Devido a
mencionada dificuldade de se obterem
peças maiores e mais espessas,
isoladores para tensões nominais
maiores que 25 Kv são compostos de
diversas peças de espessuras menores,
sobrepostos entre si. São isoladores multicorpos. Em vidro temperado é possível
obtêlos de uma só peça (isolador monocorpo).

b) Isoladores tipo pilar – são menos


usados entre nós em L.T. do que os
isoladores de pino, podendo ser
construídos de uma única peça,
também de porcelana, para tensões
mais elevadas. Dado o seu sistema de
fixação, resistem a esforços
mecânicos, bem mais elevados tanto de
compressão como flexão. Nos EUA
construíramse linhas com esse tipo de
isolador com tensões até 110 Kv.

c) Isoladores de suspensão – representam o tipo de isoladores de maior


importância para as linhas de transmissão, pois trabalhando a tração, condição
muito favorável de solicitação tanto para o vidro como para a porcelana,
ajustamse facilmente às condições de serviço impostas em linhas em tensão
extraelevadas e ultraelevadas.
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Empregamse basicamente dois tipos de isoladores de suspensão:

Isoladores monocorpo ou barra longa

Isoladores de disco

1. Isoladores monocorpo, levam o nome


de barra longa São constituídos de
uma única peça de porcelana, cujo
comprimento varia de acordo com a
nível de isolamento desejado. Para
um mesmo nível de isolamento, ele é
sempre inferior ao das cadeias de
isoladores correspondentes, o que
pode resultar em considerável
redução nas dimensões das
estruturas, são fabricados com
comprimentos até 1305mm para tensões até 110 KV em uma só peça,
podendo ser conectada duas ou mais em série para tensões maiores.

2. Isoladores de disco – são referidos na MB22 da ABNT, simplesmente como


isoladores de suspensão por não considerar o tipo anterior. São compostos
de um corpo isolante e
ferragens de suspensão,
através das ferragens,
unidades de isoladores são
conectados entre si,
formando longas cadeias de
isoladores. Essas ferragens
são idealizadas, de forma a
permitir grande flexibilidade,
o que abriga os isoladores a
trabalharem sob tração, com esforços concentrados em seu eixo, no Brasil,
ferragens de suspensão dos isoladores são padronizados pela ABNT (PB –
57) permitindo o câmbio por unidades fornecidas
Engate conchabola
por diversos fabricantes. As ferragens
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constituemse de uma haste fixada na parte inferior do isolador, terminada em


forma de bola (boleto), ou de lingüeta (olhal), e por uma campânula terminada
ou em um garfo ou em uma concha. O tipo de engate bolaconcha é quase
adotado universalmente em L.T. para cadeias em “V”, às vezes são preferidas
os engates garfoolhal.

As ferragens dos isoladores de suspensão devem ser galvanizadas em banho


quente de zinco, sendo a espessura da camada controlada pela NB22.

Características dos Isoladores de Suspensão

a) Características físicas e mecânicas

 Resistência eletromecânica

 Carga máxima de trabalho

 Resistência ao impacto

 Resistência aos choques térmicos

b) Características elétricas

 Tensões disruptivas a seco e sob chuva em freqüência industrial

 Tensões disruptiva sob impulso

 Tensão de perfuração

 Tensão de radiointerferência e corona

Essas características devem ser indicadas pelos fabricantes e grandezas ANB 22 e


a MB22 da ABNT, regulamentam quais os ensaios e sua forma de realização para
verificação das garantias oferecidas.

Disposição dos Condutores

Nas linhas trifásicas empregamse, fundamentalmente, três disposições de


condutores:

a) Disposição triangular

b) Disposição horizontal

c) Disposição vertical
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a) Disposição triangular: os condutores estão dispostos segundo os vértices de


um triângulo, que poderá ser eqüilátero ou outro qualquer, no primeiro caso desde
que a disposição seja eletricamente simétrica, no segundo assimétrica.

X
X
B C

Y X

Assimétrica 69 Simétrica 69 KV
KV
b) Disposição horizontal: os condutores são fixados em um mesmo plano
horizontal, onde o nome usado ás vezes é lençol horizontal. Pode ser simétrica ou
assimétrica. Sua principal vantagem reside em permitir, estruturas de menor altura
para um mesmo condutor e vão do que as demais disposições, porém estruturas
mais largas. É a disposição preferida das linhas a circuitos simples, para tensões
elevadas e extraelevadas.

21,34m

12.7m
33,5 41,5
Estai 27,45m 34,3m
m m

L.T. 750KV Canadá L.T. 500KV Canadá

c) Disposição vertical: ou em lençol, é a disposição preferida para linhas a


circuito duplo e para linhas que acompanham vias públicas. Nestes os condutores se
encontram montados em um plano vertical.

Até 138 KV
13

Para as linhas a circuito preferese as disposições abaixo:

2,30
m
3,80
m
3,80 25,0
m m

15,10m

Cabos PáraRaios

Ocupam a parte superior da estrutura e se destinam a interceptar descargas de


origem atmosférica e descarregála para o solo, evitando que causem danos e
interrupções nos sistemas.

É um equipamento destinado à proteção de sobretensão provocada por descargas


atmosféricas ou por chaveamento na rede. Um páraraios é constituído basicamente
por: corpo de porcelana, resistores nãolineares, desligador automático, centelhador
série, proteção contra sobretensão.

Até pouco tempo os cabos páraraios eram sempre rigidamente aterrados através
das estruturas quando surgiu a idéia de utilizálos para telecomunicações e
telemedições isolaramse então as estruturas dos cabos através de isoladores de
baixa resistência disruptiva, o que não afetou sua eficiência como elemento de
proteção, permitindo o emprego de equipamento de acoplamento para
comunicações muito menos dispendioso.

Perdas nos Isoladores

Através do material com que são fabricados os isoladores (porcelana ou vidro),


como também ao longo de sua superfície, verificase o escape de corrente em
freqüência normal. Essas correntes provocam perdas de energia, e seu valor é
função de uma série de fatores merecendo destaque:

 Qualidade do material do isolador;


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 Condições superficiais do isolador;

 Geometria do isolador;

 Freqüência da tensão aplicada;

 Potencial a que são submetidos;

 Condições metereológicas, etc;

Experiências realizadas em uma linha experimental (275Kv), mostraram que estas

perdas variam muito, indicando por unidade de isolador pendente:

Tempo bom – 0,25 a 1,5 W/isolador

Chuva fraca – 2,5 W/isolador

Chuva forte 25W/Isolador

No geral estas perdas, são suficientemente pequenas para poderem ser

desprezadas na maioria dos casos.

Efeito Corona

A seleção dos condutores é uma das decisões mais importantes a serem tomadas
pelo projetista das LT’s. Nas linhas em médias e altas tensões, a escolha das
seções dos condutores geralmente se baseia em um equacionamento econômico
entre as perdas por efeito joule e os investimentos necessários. Nas linhas em
tensões extra elevadas e nas futuras linhas em tensões ultraelevadas, o controle das
manifestações do efeito corona pode ser o elemento dominante para orientar essa
escolha.

As múltiplas manifestações do efeito corona têm implicações diretas com a


economia das empresas concessionárias e com o meio ambiente no qual as linhas
de transmissão se encontram. Todas são importantes e por isso devem merecer dos
projetistas a devida atenção;

O efeito corona aparece na superfície dos condutores de uma linha aérea de


transmissão quando o valor do gradiente de potencial aí existente excede o calor do
gradiente crítico disruptivo do ar. Mesmo em um campo elétrico uniforme, entre dois
eletrodos planos no ar, umas séries de condições controlam essa tensão disruptiva,
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tais como a pressão do ar, a presença de vapor d’água, o tipo de tensão aplicada e
a fotoionização incidente. No campo não uniforme em torno de um condutor a
divergência de campo exige influência adicional, e qualquer partícula contaminadora
como poeira, por exemplo, transformase em fonte pontual de descargas.

Descargas elétricas em gases são geralmente iniciadas por um campo elétrico que
acelera elétrons livres aí existentes. Quando esses elétrons adquirem energia
suficiente do campo elétrico, podem produzir novos elétrons por choque com outros
átomos. É o processo de ionização por impacto. Durante sua aceleração no campo
elétrico cada elétron livre colide com átomos de oxigênio, nitrogênio e outros gases
presentes, perdendo nessa colisão, parte de sua energia cinética ocasionalmente
um elétron pode atingir um átomo com força suficiente, de forma a excitálo. Nessas
condições, o átomo atingido passa a um estado de energia mais elevado. O estado
orbital de um ou mais elétrons muda e o elétron que colidiu com o átomo perde parte
de sua energia para criar esse estado. Posteriormente o átomo atingido pode
reverter ao seu estado inicial, liberando o excesso de energia em forma de calor, luz,
energia acústica e radiações eletromagnéticas. Um elétron pode igualmente colidir
com um íon positivo, convertendose em átomo neutro. Esse processo, denominado
recombinação, também libera o excesso de energia.

Subestação de transmissão

A energia trifásica (sinais de tensão e corrente CA) sai do gerador e segue para a
subestação de transmissão na usina elétrica. Essa subestação utiliza grandes
transformadores para elevar a tensão do gerador (que está em um nível de milhares
de volts) até tensões extremamente altas, para a transmissão de longa distância
através da rede de transmissão.

Você pode ver, ao fundo, várias torres com três cabos saindo da subestação.
As tensões típicas para a transmissão de longa distância variam de 155 mil a 765 mil
volts. Esse nível de tensão visa reduzir as perdas nas linhas. A distância máxima de
uma transmissão típica é de aproximadamente 483 km. As linhas de transmissão de
alta tensão são inconfundíveis quando você as vê. Normalmente, elas
são constituídas de enormes torres de aço como esta:
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A rede de distribuição

Para a energia ser útil em uma casa ou comércio, ela vem da rede de transmissão e
é reduzida para a rede de distribuição. Isso pode acontecer em várias etapas. O
local onde ocorre a redução da "transmissão" para a "distribuição" é a subestação de
distribuição. Uma subestação de distribuição geralmente faz duas ou três coisas: ela
tem transformadores que reduzem a tensão de transmissão (de uma faixa de
dezenas ou centenas de milhares de volts) para a tensão de distribuição (geralmente
de menos de 10 mil volts); ela tem um "barramento" que pode direcionar a energia
para várias cargas; geralmente há disjuntores e chaves, visando desconectar a
subestação da rede de transmissão ou desligar linhas que saem da subestação de
distribuição quando necessário.

O equipamento (caixa cinza) em primeiro plano é um grande transformador. À


esquerda (e fora do quadro, mas visível na próxima foto) está a linha de energia que
chega da rede de transmissão e um conjunto de chaves associado a essa linha. À
direita está um barramento de distribuição e mais três reguladores de tensão.

As linhas de transmissão entrando na subestação e


passando pelas chaves na torre
17

As chaves na torre e o transformador principal


18

As distâncias entre a rede elétrica e as construções, fachadas, letreiros, luminosos,


reformas, etc., devem ser avaliadas prevendo futuras ampliações destas e o futuro
afastamento das redes elétricas, propondo desde já estruturas definitivas, conforme
a largura das calçadas existentes e evitando condições inseguras para os moradores
do local, bem como gastos futuros com as remoções e interrupções de energia.

2. Organização do trabalho

Organização: processo de estabelecer relações entre as pessoas e os recursos


disponíveis tendo em vista os objetivos a serem atingidos.

Objetivo a se atingido: segurança no trabalho em serviços de eletricidade.

a) PROGRAMAÇÃO E PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS

Planejar é analisar e definir o que fazer. Leva em conta o quando fazer em termos
relativos, isto é, o que deverá ser feito antes, depois ou em paralelo a que.

Chamamos de Planejamento a atividade de planejar, e também o seu produto,


geralmente um fluxograma ou um plano de ação.

Programar é analisar e determinar quando fazer. Leva em conta a análise feita no


planejamento. Define prazos, datas, horários.

Chamamos de Programação a atividade de programar, e também o seu produto,


geralmente um cronograma.

Programação é a maneira pela qual as informações do planejamento tais como


descrição dos serviços, durações, datas e horas de inicio e término previstos e
recursos necessários, ferramentas, procedimentos, percentual de avanço etc., são
passadas para as equipes de execução incluindo todos os interessados tais como
supervisores, segurança, operação, inspeção e coordenadores etc., podendo ser
diária, semanal ou até mensais dependendo das características da obra.

Controle é o acompanhamento do cumprimento da programação e a implementação


de ações para que as metas, os objetivos Planejados sejam cumpridos. De posse
das informações oriundas do campo via apropriação de serviços, o planejador irá, se
necessário, replanejar os serviços, emitir programação para o período seguinte,
atualizar o cronograma e a curva “S” de avanço físico.
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Planejamento do serviço é um dos fatores essenciais para a Prevenção de


Acidentes de Trabalho. É durante esta fase que podemos detectar as condições
inseguras e os riscos de acidentes que poderão ocorrer durante a realização de uma
determinada tarefa a ser executada.

Conhecendo-se as condições inseguras e os riscos, pode-se determinar as medidas


descontrole.

Compete ao Supervisor de uma equipe a responsabilidade direta pela realização das


tarefas livres de Acidentes do Trabalho, portanto deve planejar cuidadosamente os
serviços, de forma a garantir que todos os Métodos e Procedimentos de Segurança
sejam adotados, para o controle efetivo dos riscos de acidentes.

Considera-se Supervisor qualquer empregado designado pelo superior hierárquico,


como responsável pela execução de um serviço. Logicamente, espera-se que
somente sejam indicados com Supervisor, empregados que tenham perfil para
atender as exigências da função.

A seguir abordaremos os principais elementos que devem ser observados pelo


Supervisor, para o planejamento de um serviço.
"Os serviços somente devem ser atribuídos a empregados que estiverem habilitados
e autorizados a executa-los e distribuir as tarefas de acordo com a capacidade
técnica de cada um."

Os empregados que forem designados para executar trabalhos em instalações


elétricas devem possuir capacitação através de treinamento para as tarefas
específicas, para prestar os primeiros socorros em caso de acidentes e utilização de
agentes extintores para combater princípios de incêndios.

Não permitir que empregados, mesmo que tecnicamente capacitados, façam


serviços de ajustes em equipamentos, dirijam veículos, subam em escadas ou
estruturas, durante o período que estiverem fazendo uso de medicamentos que
altere o seu comportamento.

O Supervisor deve ter uma visão global do que é de sua incumbência realizar; ele
não poderá se deter em minúcias, perdendo a noção do todo.

O Supervisor deve ser capaz de prever os resultados sem subestimar possíveis


falhas.
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O Supervisor deve fazer a distribuição de tarefas.

O Supervisor deve determinar numero de empregados suficiente para que a tarefa


seja realizada com segurança.

O Supervisor deve explicar aos empregados o serviço a ser executado e os


resultados desejados.

O Supervisor deve identificar os riscos do serviço sob sua orientação e alertar


devidamente seus subordinados sobre os controles desses riscos.

O Supervisor deve transmitir-lhes claramente as Normas e Procedimentos


aplicáveis, dedicando especial atenção à execução das tarefas fora da rotina..

O Supervisor deve corrigir as irregularidade e as situações que possam


comprometer a Segurança no Trabalho.

Antes de sair para o local de trabalho assegurar-se que os membros da equipe sob
sua responsabilidade possuam todos os materiais, ferramentas, equipamentos de
proteção individual e coletiva necessários ao serviço e se estão em perfeitas
condições de utilização.

Lembrar aos integrantes da equipe que as condições de execução de um serviço


nem sempre são as mesmas.

Procurar iniciar o serviço quando existir a total certeza de todos os integrantes da


equipe estão conscientes do que devem fazer, de como fazer e quando fazer.

Todo condutor ou equipamento elétrico, somente poderá ser considerado


desenergizado, após testado para verificação de ausência de tensão e devidamente
aterrado.

Qualquer trabalho a ser efetuado em instalações elétricas energizadas ou que


possam ficar acidentalmente sob tensão, somente poderá ser realizado com a
utilização de luvas de borracha para eletricista, da classe de tensão compatível com
a das instalações, cobertas pelas luvas de proteção mecânica..

O planejamento deve prever os riscos de contato do empregado com os


componentes energizados das instalações, para os quais deverão ser adotados
protetores isolantes e sinalização delimitando a área de risco.
21

Especial cautela deve ser destacada na sinalização da área de trabalho, de forma a


evitar que pessoas estranhas entre na área de risco. Nos logradouros públicos, caso
seja inevitável a obstrução total do passeio, deve-se providenciar a devida
sinalização de proteção e orientação para os pedestres.

Iniciar o serviço somente depois de constatado que todas os dispositivos de


segurança estão colocados em seus lugares e oferecem segurança efetiva.

Após a realização da tarefa, o supervisor deve reunir a equipe para discutir as


dificuldades encontradas durante a realização do serviço, objetivando utilizá-las
como experiência, com a finalidade de introduzir melhorias em planejamentos
futuros.

CUIDADOS PRELIMINARES

Alguns cuidados devem ser tomados, antes de se iniciar um serviço em redes


aéreas de distribuições.

Visita ao local

O técnico responsável pela programação dos serviços em linhas energizada


acompanhado ou não pelo Encarregado, deve visitar previamente o local de trabalho
para que dificuldades como trânsito, obras civis, estacionamento ou qualquer outro
evento não previsível venham impedir a execução do serviço.
Na mesma ocasião verifica e anotar os números de identificação dos pontos
elétricos anterior e posterior ao poste onde será executado o serviço. Nessa
identificação poderá usar numero de zonas aéreas, chaves de faca, chaves fusíveis
e outras placas de identificação dos equipamentos instalados no sistema.

Comunicação com o Órgão de Operação da Distribuição

É imprescindível a existência de rádio transceptor ou qualquer outro meio de


comunicação na viatura da turma para melhor atender às necessidades de
comunicação com Órgão de Operação da Distribuição.

Chegando ao local de serviço

Ao chegar no local de serviço, o Técnico e ou Encarregado utilizando telefone, rádio


ou outro meio de comunicação disponível, entra em contato com o Órgão da
Distribuição e procede da seguinte forma:
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O Técnico e ou Encarregado identifica-se, fornecendo nome, tipo de turma e o Setor


de Rede correspondente.
Informa sua localização (rua, avenida, estrada etc...)
Informa a natureza do serviço a ser executado e o método de execução (linha
energizada)
Fornece os números de identificação dos equipamentos levantados e anotados na
visita prévia e que caracterizam o ponto (poste) onde executará os serviços e solicita
a confirmação do nome da linha e a classe de tensão que está alimentando o local
caracterizado.
Confirmada a identificação da linha supridora, solicita a retirada de serviço e
impedimento do seu relé religador (bloqueio do circuito). Conforme o caso, será
solicitada a retirada de serviço do dispositivo de religamento automático do religador
na subestação ou no próprio circuito.

b) TRABALHO EM EQUIPE

O trabalho em equipe é um processo baseado em princípios e valores que estão claramente


definidos e entendidos. O verdadeiro trabalho em equipe é um processo contínuo interativo de
um grupo de pessoas aprendendo, crescendo e trabalhando interdependentemente para
alcançar metas e objetivos específicos no suporte a uma missão comum.

Orientações que ajudam a construir uma equipe:

 Preparese estudando, lendo, trocando informações.

 Utilize uma agenda e saiba dar prioridade, em nível de importância e urgência, as suas
atividades diárias.

 Concentrese no que é essencial e faça o que é mais Importante.


23

 Reúna sistematicamente sua equipe.

 Repasse todas as informações importantes.

 Edifique seus colaboradores, dando reconhecimento positivo de forma sincera.

 Crie com sua equipe uma forma de reforço.

 Valorize todos e todas as etapas de um trabalho.

 Crie um sistema de rodízio de tarefas.

 Desperte a motivação da sua equipe.

 Crie espaço para que as pessoas possam se expressar.

 Pratique a delegação.

 Aprenda a dar “feedback” de forma adequada.

O que é esperado de cada membro da equipe:

 Compreender realisticamente o papel e a responsabilidade de cada um.

 Somente julgar baseandose em fatos.

 Colaborar com os outros membros da equipe.

 Priorizar o objetivo da equipe acima dos pessoais.

 Fazer o esforço necessário para a realização do grupo.

 Compartilhar informações abertamente.

 Demonstrar padrões altos de excelência.

 Apoiar decisões do grupo.

 Responder construtivamente ao feedback dos outros.

 Ter um senso de autocrítica.

O que uma equipe espera de seu líder:

 Mostrar comprometimento pessoal perante o objetivo da equipe.

 Ser justo e imparcial com os membros da equipe.


24

 Estar disponível para enfrentar e resolver assuntos associados com o desempenho de


alguns membros.

 Estar aberto a novas idéias dos membros da equipe.

 Não enfraquecer esforços da equipe com prioridades excessivas.

 Não comprometer o objetivo da equipe com política.

 Manter o objetivo, metas, e abordagens relevantes e significativas.

 Formar comprometimento e confiança.

 Fortalecer o grupo e o nível das habilidades.

 Administrar relacionamentos, incluindo remoção de obstáculos.

 Criar oportunidades para o grupo.

 Fazer um trabalho real que agregue valor.

c) PRONTUÁRIO E CADASTRO DAS INSTALAÇÕES

O Prontuário das Instalações Elétricas (PIE) é um sistema organizado de


informações pertinentes às instalações elétricas e aos trabalhadores que sintetizará
o conjunto de procedimentos, ações, documentações e programas que a empresa
mantém ou planeja executar para proteger o trabalhador dos riscos elétricos.

A empresa deverá organizar o PIE com o fim de disponibilizar ao trabalhador todas


as informações necessárias a sua segurança, provar ao MTE o atendimento aos
requisitos da NR 10 e provar que todos os serviços são executados segundo
procedimentos definidos e seguros.
25

Todas as empresas com potência instalada superior a 75 kw devem manter o PIE


atualizado.

O PIE deve ser organizado e mantido atualizado pelo empregador ou pessoa


formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos
trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.

Um dos documentos que compõe o PIE é o Relatório Técnico das Inspeções


atualizadas a ser elaborada com base na auditoria a ser realizada na documentação,
nas instalações elétricas e nos processos de segurança elétrica da empresa. O
relatório técnico deve apontar todas as não conformidades administrativas e técnicas
encontradas e deve conter um cronograma de adequação.

Os documentos técnicos previstos no PIE devem ser elaborados por profissionais


legalmente habilitados e deve ser organizado e mantido pelo empregador ou pela
pessoa formalmente designada pela empresa.

O PIE deve conter um conteúdo mínimo que dependerá do porte e da complexidade


das suas instalações elétricas. O conteúdo é abrangente e dependerá da
capacidade da equipe técnica da empresa em diagnosticar, analisar e implementar
as soluções adequadas de forma a garantir que:

 as instalações elétricas da empresa estejam adequadas

 a empresa adquira somente os equipamentos e materiais adequados

 procedimentos sejam elaborados e aplicados pelos trabalhadores

 ordens de serviços sejam emitidas

 só sejam utilizados equipamentos ensaiados e testados toda atividade seja


precedida de uma Análise de risco

 toda situação de Emergência seja atendida de forma padronizada

 as instalações elétricas sejam atestadas por meio de um laudo independente

 a empresa estabeleça os procedimentos administrativos necessários para


uma eficiente gestão da segurança elétrica

 as especificações de EPI, EPC e demais equipamentos estejam disponíveis a


todos os trabalhadores.
26

 as instalações elétricas sejam mantidas adequadamente através de um plano


de manutenção preventiva e / ou preditiva

 sejam realizadas auditorias periódicas no sistema de segurança elétrica.

PASSOS PARA A ESTRUTURAÇÃO DO PIE

O primeiro passo para organizar o Prontuário das Instalações Elétricas é a


elaboração do Relatório Técnico das Inspeções (RTI) com o cronograma de ações
para adequação à NR10.

O RTI deve ser elaborado com base em um Diagnóstico de situação da empresa


que analise os riscos, os procedimentos, as documentações e as medidas de
controle existentes na área elétrica e indique todos os requisitos da NR10 não
atendidos pela empresa. O RTI deve contemplar todos os requisitos da NR10
conforme item 10.2.4, alínea “g” da NR10.

Caso a empresa não possua, será também necessário elaborar os Laudos Técnicos
das Instalações Elétricas e o Laudo do Sistema de Proteção contra Descargas
Atmosféricas (SPDA) como forma de diagnosticar as instalações físicas na área
elétrica.

O Diagnóstico e o Laudo Técnico das Instalações Elétricas comporão o RTI,


conforme requisito 10.2.4, alínea “g” da norma. O RTI e o Laudo do SPDA formarão
a base para a estruturação do Prontuário.

O RELATÓRIO TÉCNICO DAS INSPEÇÕES (RTI)

O objetivo central do RTI é o de determinar às empresas uma auditoria periódica da


condição de segurança das instalações elétricas e de serviços em eletricidade.

A auditoria deve contemplar tanto os riscos e condições ambientais do trabalho na


área elétrica, como também toda a documentação das instalações elétricas, os
procedimentos de trabalho, as atividades exercidas pelos eletricistas, os
equipamentos e ferramentas utilizados, os treinamentos realizados, as medidas de
proteção coletiva e individual existentes e o processo de gestão da segurança nas
instalações elétricas.

O resultado da auditoria será o relatório técnico, contendo as não conformidades, as


recomendações, as propostas de adequação e o cronograma de realizações. A
27

existência de documentação acreditada e dinamicamente atualizada com as


modificações ocorridas nas instalações – diagramas, esquemas, instruções e
procedimentos técnicos, treinamentos e demais obrigações do prontuário – facilitará
sobremaneira a execução do relatório técnico requerido.

Para compor o RTI propõese a sua divisão em duas partes: uma auditoria
envolvendo os aspectos de segurança do trabalho (Diagnóstico NR10) e outra
contemplando os aspectos técnicos das instalações elétricas (Laudo Técnico das
Instalações Elétricas).

O laudo técnico das instalações elétricas deve ser elaborado por Engenheiro
Eletricista segundo o que estabelece a Resolução 218 do CONFEA. E o diagnóstico
dos requisitos da NR10 deve ser elaborado por Engenheiro de Segurança do
Trabalho segundo o que estabelece a Lei 7410 de 27.11.1985 e o Artigo n. 4 da
Resolução 359 do CONFEA de 31.07.1991.

LAUDO TÉCNICO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

O Laudo Técnico das Instalações Elétricas é uma dos componentes do Relatório


Técnico das Inspeções. O laudo devese basear nos dados de inspeção, medição e
ensaio realizados na documentação técnica e nas instalações elétricas da empresa
com a finalidade de aferir a sua conformidade com a Norma Técnica Brasileira
NBR5410 (instalações elétricas em baixa tensão), a NBR 14039 (Instalações
Elétricas em média tensão), a NBR 5418 (Instalações em áreas classificadas) e a
NR10, entre outras normas.

DIAGNÓSTICO NR 10

O Diagnóstico NR10 identifica e analisa os requisitos da NR10, avaliando o grau de


implementação de cada um e indicando as ações corretivas necessárias para
adequação a norma.

Deve contemplar todos os aspectos administrativos e de procedimentos de


segurança do setor elétrico da empresa:

sistema de gestão da segurança

documentação técnica e projetos


28

comprovação de treinamentos

certificações de equipamentos e ferramentas

procedimentos de trabalho e instruções técnicas

análises de riscos

medidas de controle

medidas de proteção coletiva e EPI

sinalização de segurança

proteção contra incêndio e explosões

procedimentos de emergências e de resgate de acidentados

processos de autorização de trabalhadores

processos de contratação de terceiros

mapeamento das responsabilidades e atividades na área elétrica

O Diagnóstico em empresas com áreas classificadas

Segundo a definição dada na norma ABNT NBR 5418, áreas classificadas são
aquelas em que há a presença de atmosferas explosivas por gás, vapores ou pó
inflamáveis, particularmente indústrias químicas e petroquímicas, com risco de
centelhamento e explosão. Estas áreas são as definidas com o código BE3 (Risco
de explosão) na norma ABNT NBR 5410.

LAUDO TÉCNICO DO SPDA

O Laudo de inspeção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas


SPDA é o documento técnico das inspeções e medições realizadas no Sistema de
Proteção contra Descargas Atmosféricas e no sistema de Aterramento Elétrico da
empresa com a finalidade de verificar a conformidade com a Norma Técnica
Brasileira ABNT NBR5419 e a NR10.

A NR10 estabelece a obrigatoriedade das empresas se municiarem de documento


técnico que ateste a conformidade das suas instalações elétricas com as normas de
segurança. (Item 10.2.4.b)
29

As inspeções e ensaios para emissão deste laudo devem ser executados segundo
os objetivos, métodos e periodicidade prescritos na norma da ABNT para a proteção
das estruturas contra descargas atmosféricas (NBR 5419).

3. Aspectos comportamentais.

PERCEPÇÃO

Definese a percepção como sendo a interpretação que o indivíduo faz dos estímulos
recebidos do meio ambiente através dos sentidos de tato, audição, visão, paladar e
olfato. Os estímulos também podem ser internos, tais como a sensação de fome,
sede, frio, as emoções, etc.

A maneira de perceber o mundo e as situações varia de pessoa para pessoa. As


pessoas agem no mundo de acordo com suas percepções.

A percepção pode sofrer distorções provocadas por fatores que podem alterar a
realidade dos fatos. Dentre eles podemos destacar:

Fatores físicos deficiência nos órgãos receptores dos estímulos. Quem sofre de
deficiência auditiva, por exemplo, pode interpretar mal as mensagens que ouve.

Emoção reduz ou impede o raciocínio. Por exemplo: uma pessoa com raiva pode
agredir alguém que nada teve a ver com a causa da raiva.

Preconceitos são crenças culturalmente aprendidas que deforma e limitam a


percepção.

cultura – tendese a perceber e emitir juízo de valor de acordo com as crenças do


ambiente social no qual se adquiriu a cultura;

crenças e valores – percebese melhor o que se acredita ser verdade e o que se


considera importante;

atenção – percebese mais o que está no foco da atenção;

Interesse – o indivíduo focaliza o que é de seu interesse. Por exemplo, quando


alguém compra um carro, essa pessoa tende a ver muitos outros carros iguais ao
seu, que antes não percebia.

Defesa psíquica – tendese a não perceber o que for considerado desagradável.

Percepção do risco
30

Esse tipo de percepção tem como base à experiência de cada um em relação ao


trabalho a ser desenvolvido e o conhecimento do conceito de risco e perigo, aliado a
prática preventiva de evitar acidentes.

Assim, quando a organização fornece os meios adequados, como por exemplo,


capacitação do empregado e o estímulo ao trabalho de equipe, ela está adotando
uma característica preventiva na busca do índice zero em acidentes.

Em outras palavras, a atualização dos conhecimentos fortalece a necessidade do


ser humano de cuidar de si e dos outros com responsabilidade e o trabalho em
equipe representa um estímulo à segurança da decisão que precisa ser tomada,
assim como uma oportunidade da equipe de discutir suas práticas diárias, ampliando
a percepção do empregado quanto aos assuntos ligados à segurança.

Reações emocionais

A emoção é um estado sentimental momentâneo em que o indivíduo tem seu


organismo excitado. Existem diversos tipos de emoção: medo, cólera, raiva, ciúmes,
inveja, alegria, tristeza, piedade, felicidade, remorso, admiração, amor, ódio, culpa,
vergonha etc.

As emoções podem ser percebidas das seguintes formas:

experiências emocionais – quando o indivíduo sente a emoção.

comportamento emocional – quando é levado, pelo sentimento, a fazer algo. Por


exemplo, uma pessoa com sentimento de cólera leva ao ataque, um sentimento de
grande tristeza provoca o choro "para desabafar", etc.

Algumas das situações que podem fazer surgir ou agravar os estados de tensão
emocional no trabalhador são:

• Fadiga é a sensação de fraqueza, falta de energia e exaustão. A fadiga dificulta a


realização das suas atividades diárias. Sensação de incapacidade falta de
motivação, lapsos de memória, dificuldade de concentração e diminuição de libido
(desejo sexual) também podem ser sintomas de fadiga.

Deve se atentar para a carga horária do trabalhador evitando excessos que poderão
comprometer a qualidade do serviço e provocar o desgaste físico e mental,
31

acarretado assim prejuízos a empresa e ao trabalhador, pois, um empregado


exausto pode ser causa de acidentes de trabalho.

Estresse físico e psíquico – estresse pode ser entendido como “conjunto de reações
que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço
para adaptação”.

O trabalho e o tédio (monotonia) podem ser fontes de estresse.

Daí a importância do trabalhador cuidar sempre da saúde física e mental,


desenvolvendo hábitos saudáveis, cuidar da alimentação, da harmonia no lar, da
manutenção das relações com familiares, do ambiente de trabalho, etc. Por outro
lado, a organização deve promover atividades de lazer no ambiente de trabalho,
pausas nas atividades, exames periódicos, programas de controle do estresse, e
outros, visando o bemestar físico e psicológico do trabalhador.

COMUNICAÇÃO

• A comunicação humana é um dos aspectos mais importantes na segurança no


trabalho.

Mensagens mal formuladas ou mensagens não compreendidas corretamente podem


ser fatores provocadores de acidentes.

• Comunicar significa colocar algo em comum

Comunicação referese às formas de transmitir e receber mensagens.

Comunicar é tornarse comum com alguém. Isto ocorre quando um indivíduo


transmite algo a outro, diminuindo a diferença entre os dois. A base de cada pessoa
e de toda a sociedade humana está na capacidade de os indivíduos transmitirem
aos outros, as suas idéias, percepções, intenções, desejos e sentimentos.

Cultura da organização

Quando uma pessoa ingressa em uma organização, já encontra uma cultura


instituída através da definição da visão, missão, objetivos, valores, políticas e
programas, etc, com os quais precisará aprender a conviver, observando os modos
de produção e como as pessoas se organizam para realizar as atividades para
alcançar os objetivos empresariais.
32

Por outro lado, essa cultura é dinâmica, admitindose mudanças para atender às
transformações, desejos e expectativas da sociedade, por meio de novas políticas
necessárias para a sobrevivência e o crescimento da organização, com foco no
mercado e na competição empresarial.

A cultura organizacional está sustentada pela interação de quatro fatores que se


traduzem em diferentes culturas: as características pessoais e profissionais, a ética
da organização, os direitos e deveres dos empregados a estrutura organizacional.

A cultura, o padrão normativo operacional das instituições e variáveis externas a


organização definem os procedimentos que orientam a maneira de como as
atividades laborais e comportamentais devam ser conduzidas. Ocorre que, nem
sempre o que se percebe e aquilo que é levado a termo, condiz com uma realidade
específica.

Então, como devemos proceder nessas circunstâncias? O correto seria modificar o


padrão normativo vigente e/ou a postura comportamental para atender às condições
adversas, o que, evidentemente demandaria tempo, esforço e carga cognitiva.

Existe um traço cultural no povo brasileiro muito interessante, quando se depara


com questões “especiais”.

Ele prefere deixar os padrões normativos inalterados e desatualizados, burlandoos


com vistas a solucionar um determinado problema específico.

O individuo que se comporta dessa maneira corre sério risco para consigo, para com
sua equipe, para com o Sistema Elétrico de Potência e para com a sociedade.

Em trabalhos de alta periculosidade, não se admite jeitinho.

Interrompa imediatamente a atividade e, refaça o planejamento. Lembremonos que,


não devemos confundir trabalhos emergenciais com improvisação (jeitinho); todas
as atividades emergenciais devem fazer parte de um plano de contingência bem
estruturado e redigido de forma clara, objetiva e compreensível.

Um plano que traduza a maior parte possível das principais variáveis que
eventualmente possam ocorrer em situações anômalas.
33

4. Condições impeditivas para serviços

São condições impeditivas para serviços em SEP:

Nas instalações elétricas desenergizadas, ausência ou insuficiência de:

 Seccionamento

 Constatação da ausência de tensão

 Aterramento temporário equipotencializado

 Sinalização de segurança.

 Impedimento religação.

 Treinamento do pessoal

 Equipamentos adequados

 Ferramentas adequadas

 Mínimo uma dupla treinada

 Diagrama das instalações

 Ordem de serviço

 Condições ambientais

 Comunicação

Nas instalações elétricas energizadas, falta de:

 Impedimento de reenergização

 Proteção zona controlada

 Proteção zona classificada

 Equipamentos adequados

 Ferramentas adequadas

 Treinamento específico

 Mínimo uma dupla treinada

 Diagrama das instalações


34

 Ordem de serviço

 Condições ambientais

 Comunicação

5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção

Proximidade e contatos com partes energizadas

Proteção Contra o Risco de Contato:

Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de


modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e
todos os outros tipos de acidentes.

As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas,


devem ser dispostas de modo a permitir um espaço suficiente para trabalho seguro.

As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na


impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatos causais, devem
ser isoladas por obstáculos que ofereçam, de forma segura, resistência a esforços
mecânicos usuais.

Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas
que, eventualmente, possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que esteja em
local acessível a contatos.

O aterramento das instalações elétricas deve ser executado adequadamente de


acordo com o item 10.2.8.3.

As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que


tecnicamente possível, devem ser providas de proteção complementar através de
controle à distância, manual e/ou automático.

As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com a água e que
possam permitir fuga de corrente, devem ser projetadas e executadas, em especial
quanto à blindagem, isolamento e aterramento.

As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo


contemplar acondutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.
35

É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em


suas proximidades.

As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em


baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de
conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa
não advertida.

Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados


mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas abaixo.

Zona de Risco:

entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive


acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja
aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas
e instrumentos apropriados de trabalho.

Zona Controlada:

Entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões


estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados.

Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem ser


suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os
trabalhadores em perigo.

Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em


operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser previamente
36

elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e


respectivos procedimentos de trabalho.

O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando


verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização
imediata não seja possível.

Trabalho em Proximidade:

Trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que
seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por
materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule.

Indução (magnética, eletrostática e eletromagnética)

Um corpo carregado com certa carga elétrica, próximo a outro corpo, induz
(provoca) aparecimento, nesse outro corpo, de uma carga igual e de sinal contrário
(positivo x negativo).
Os trabalhos com linha transversais e/ou paralelas, utilizar o sistema de aterramento
tantos quantos necessários.

Descargas Atmosféricas

Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas para explicar o fenômeno dos
raios. Atualmente temse que a fricção entre as partículas de água e gelo que
formam as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes, de forte intensidade, dão
origem a uma grande quantidade de cargas elétricas.

Verificase experimentalmente que as cargas elétricas positivas ocupam a parte


superior da nuvem, enquanto que as cargas negativas se encontram na parte
inferior, acarretando, consequentemente, uma intensa migração de cargas positivas
na superfície da terra para a área correspondente à localização da nuvem.
37

Desta forma, a concentração de cargas elétricas positivas e negativas numa


determinada região faz surgir uma diferença de potencial que se denomina gradiente
de tensão entre a nuvem e a terra.

No entanto, o ar apresenta uma determinada rigidez dielétrica,normalmente elevada,


comparada com outros agentes ambientais.

O aumento desta diferença de potencial, que se denomina gradiente de tensão,


poderá atingir um valor que supere a rigidez do ar, interposto entre a nuvem e a
terra, fazendo com que as cargas elétricas negativas migrem na direção da terra, um
trajeto tortuoso e normalmente cheio de ramificações, cujo fenômeno é conhecido
como descarga piloto.

As descargas atmosféricas são um dos maiores causadores de acidentes em


sistemas elétricos causando prejuízos tanto materiais quanto para a segurança
pessoal.
38

Com o crescente aumento dessas descargas, tornouse necessário a avaliação do


risco de exposição a que estão submetidos os edifícios, sendo este um meio eficaz
de verificar a necessidade de instalação de páraraios.

Os sistemas de aterramento tem como primeiro objetivo, a segurança pessoal.

Devem ser projetados para atender os critérios de segurança tanto em alta


frequência, descargas atmosféricas e telefonia, quanto em baixas frequências, como
por exemplo, curtos circuitos em motores trifásicos. Para que o aterramento seja
eficaz é necessário que seja um sistema estável, ou seja, que apresente uma
invariabilidade nos valores da resistência de terra. Devese levar em consideração
também a viabilização do projeto, objetivando o ponto ótimo no que se diz respeito a
configuração do sistema e o resultado desejado.

Costumase adotar o valor da resistência de terra em torno de 10Ω, mas na prática,


este valor pode ser bem variável.

Adotandose o aterramento com equipotencialização, por exemplo, o objetivo final é


manter todo o sistema a um mesmo potencial. Deste trabalho concluise a
importância do conhecimento de projetos para os sistemas de aterramento e
páraraios, de maneira minuciosa ressaltando suas características peculiares.

Descarga atmosférica transversal:

Ocorre quando a tensão, rica em corrente, caminha pelo condutor sem diferença de
potencial entre as fases, ou fase e neutro, formando um único campo elétrico. Tal
caso é pouco frequente na rede elétrica, pois se o equipamento eletroeletrônico
alimentado nesta rede não estiver aterrado, não será atrativo para a descarga
atmosférica.

O próprio transformador e o quadro de distribuição são mais atrativos para esse tipo
de descarga, por estarem aterrados. Caso o equipamento eletroeletrônico esteja
aterrado, a descarga passará pelo equipamento, danificandoo.

Descarga atmosférica longitudinal:

Representa 98% dos casos em que a rede elétrica é atingida e consiste em a


descarga se propagar apenas por uma das fases (ou neutro). Seu atrativo é a outra
fase (ou neutro), pois haverá entre elas uma grande diferença de potencial, sendo a
interligação feita através do equipamento eletroeletrônico conectado à rede elétrica.
39

Estática

É um fenômeno de produção de energia que consiste no acumulo de energia


podendo seguir corretamente os métodos de aterramento.

Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade


estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica. A
Eletrostática estuda os fenômenos elétricos resultantes das cargas elétricas em
repouso.

A Eletrostática já era conhecida na Grécia Antiga. No entanto, os primeiros estudos


experimentais que levaram à compreensão dos fenômenos elétricos só se iniciaram
nos finais do século XVI pelas mãos do médico inglês William Gilbert e foram
continuados no século XVII por outros cientistas curiosos de compreender os
fenômenos de atração de uns corpos por outros previamente fricionados.

Já no século XVIII, em 1733, o francês Du Fay descobriu a existência de duas


formas de eletricidade diferentes. Chamou a uma vítrea ( a originada em certas
substâncias, como o vidro) e a outra resinosa (a originada em certas substâncias,
como a resina). Em 1753, o inglês John Canton descobriu que o vidro pode produzir
as duas formas de eletricidade, dependendo do material usado para o fricionar. Por
isso, as designações vítrea e resinosa foram substituídas por positiva e negativa,
respectivamente.

O vidro fricionado com lã fica eletrizado positivamente e com flanela, negativamente.


A resina fricionada com lã fica negativa e com uma folha de metal fica positiva.

A eletricidade estática é uma carga elétrica em repouso. Ela é gerada principalmente


por um desbalanceamento de elétrons localizado sob uma superfície ou no ar do
ambiente.

O desbalanceamento de elétrons (em todos os casos, gerado pela falta ou excesso


de elétrons) gera assim um campo elétrico que é capaz de influenciar outros objetos
que se encontram a uma determinada distância. O nível de carga é afetado pelo tipo
de material, velocidade de contato e separação dos corpos, umidade e diversos
outros fatores.
40

Campos Elétrico e Magnético

Campo magnético

Os equipamentos têm um certo grau de sensibilidade à perturbação de origem


eletromagnética. Um simples raio que caia perto de uma instalação que tenha
muitos sensores, transdutores associados a sinal, comandos, pode causar um mal
funcionamento.

Tudo o que envolve segurança muito grande no campo de controle deve estar
protegido contra esse fenômeno classificado como compatibilidade magnética e os
equipamentos devem estar imunes o máximo possível a esse tipo de interferência.

Campo magnético caracterizase pela força que ele exerce em partícula eletrizada
em movimento; em particular, sobre corrente elétrica. Campo magnético pode ser
gerado por corrente elétrica, ou por campo elétrico variável com o tempo.

Ímã ou magneto é corpo que, sem corrente elétrica ostensiva (corrente livre ou
verdadeira, em bobina ou enrolamento) gera campo magnético. Possuindo esta
propriedade, o corpo é dito imantado ou magnetizado; ou então, que ele possui
magnetismo.

Existe grande controvérsia a respeito dos efeitos dos campos eletromagnéticos no


ser humano. Encontramos vários trabalhos que não demonstram esse efeito, por
outro lado existem outros tantos que levantam suspeita sobre possíveis danos
causados pela exposição ocupacional ou ambiental aos campos eletromagnéticos.

Trabalho em Alturas, Maquinas e Equipamentos Especiais

Padronizações dos cinturão tipo paraquedista, com talabarte de segurança de


seguranças de acordo com altura e estrutura a ser utilizada (cinta abdominais,
talabarte e paraqueda) padronizações de suas máquinas e equipamentos com seu
manual de procedimentos (português) e na sua utilização (como limite de abertura
carga instalada e condições de uso).

As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e


parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do
trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.
41

Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e equipamentos devem


ser vistoriados e limpos, sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas,
óleos e outras substâncias que os tornem escorregadios.

As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem


ser dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores
mecanizados possam movimentarse com segurança.

As máquinas e os equipamentos de grandes dimensões devem ter escadas e


passadiços que permitam acesso fácil e seguro aos locais em que seja necessária a
execução de tarefas.

Regras Gerais

Todo e qualquer trabalho a ser executado pela contratada e/ou prestadora de


serviços sobre área produtiva, deve possuir prévia autorização da fabricação.

1. O local deverá ser sinalizado através de placas indicativas e ser feito um


isolamento para prevenir acidentes com transeuntes ou pessoas que estejam
trabalhando embaixo. Ex.: Cuidado Homens trabalhando acima desta área.

2. É obrigatório o uso do cinto de segurança para trabalhos em altura superior a 2


metros.

3. O transporte do material para cima ou para baixo deverá ser feito


preferencialmente com a utilização de cordas em cestos especiais ou de forma mais
adequada.

4. Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenadamente nos locais


de trabalho sobre andaimes, plataformas ou qualquer estrutura elevada, para evitar
acidentes com pessoas que estejam trabalhando ou transitando sob as mesmas.

5. As Ferramentas não podem ser transportadas em bolsos; utilizar sacolas


especiais ou cintos apropriados.

6. Todo trabalho em altura deverá ser previamente autorizado pelo SESMT da


empresa contratante.

7. Somente poderão trabalhar em alturas os empregados que possuírem a


"Autorização para Trabalho em Alturas". Que será emitida com a apresentação de
atestado médico capacitandoo para tal. Exames esses que devem conter pressão
42

arterial e teste de equilíbrio. Estão impedidas de trabalhar em alturas pessoas com


histórico de hipertensão ou epilepsia.

Recomendações para trabalho em altura

• Analisar atentamente o local de trabalho, antes de iniciar o serviço.

• Sob forte ameaça de chuva ou ventos fortes, suspender imediatamente o serviço.

• Nunca andar diretamente sobre materiais frágeis (telhas, ripas estuques);

• instalar uma prancha móvel.

• Usar cinto de segurança ancorado em local adequado.

• Não amontoar ou guardar coisa alguma sobre o telhado.

• É proibido arremessar material para o solo, deve ser utilizado equipamento


adequado (cordas ou cestas especiais), caso não seja possível, a área destinada
para jogar o material deve ser cercada, sinalizada e com a devida autorização do
SESMT da empresa Contratante.

• Usar equipamento adequado (cordas ou cestas especiais) para erguer materiais e


ferramentas.

• Instalações elétricas provisórias devem ser realizadas exclusivamente por


eletricistas autorizados.

• Imobilizar a escada ou providenciar para que alguém se posicione na base para


calçála.

• Ao descer ou subir escadas, faça com calma e devagar.

• Não Improvisar.

Medidas de Controle do Risco Elétrico

a) desenergização

b) aterramento funcional (TN/TT/IT ) de proteção, temporário.

c) Equipotencialização

d) Seccionamento automático da alimentação

e) Dispositivo a corrente de fuga


43

f) Extra baixa tensão

g) Barreiras e invólucros

h) Bloqueios e impedimentos

i) Obstáculos e anteparos

j) Isolamento das partes vivas

k) Isolações duplas ou reforçadas

l) Colocação fora do alcance

m) Separação elétrica

6. Técnicas de análise de Risco no S E P

A noção de risco tem a ver com a possibilidade de


perda ou dano, ou como sinônimo de perigo.

A palavra risco é utilizada em muitas áreas e com


vários significados.
Explicação dos Termos Fundamentais:
Risco Uma ou mais condições de uma variável
com o potencial necessário para causar danos.
Esses danos podem ser entendidos como lesões as
pessoas, danos a equipamentos e instalações,
danos ao meio ambiente, perda de material em
processo, ou redução da capacidade de produção.
Havendo um risco, persistem as possibilidades de
efeitos adversos.
Perigo Expressa uma exposição relativa a um
risco, que favorece a sua materialização em danos
Um risco pode estar presente, mas pode haver baixo nível de perigo, devido às
precauções tomadas.
Assim, um banco de transformadores de alta Tensão possui um risco inerente de
eletrocussão, uma vez que esteja energizado.
Há um alto nível de perigo se o banco estiver desprotegido, no meio de uma área
44

onde circulam pessoas.


O mesmo risco estará presente quando os transformadores estiverem trancados
num cubículo sob o piso por exemplo.
Entretanto, o perigo agora será mínimo para as pessoas.
Vários outros exemplos poderiam ser citados, para mostrar como os níveis de perigo
diferem, ainda que o risco se mantenha o mesmo.
Danos: É a gravidade (severidade) da perdahumana, material, ambiental ou
financeira que pode resultar, caso o controle sobre um risco seja perdido.
Um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 m de altura, e sofrer um dano
físico, por exemplo, uma fratura na perna.
Se a viga estivesse a 90 m de altura, ele, com certeza, estaria morto.
O risco (possibilidade) e o perigo (exposição) de queda são os mesmos. Entretanto,
a diferença reside na gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda.
Causa: É a origem de caráter humano ou material relacionado com o evento
catastrófico (acidente ou falha), resultante da materialização de um risco,
provocando danos.
Segurança: É freqüentemente definida como isenção de riscos. Entretanto, é
praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é,
portanto, um compromisso acerca de uma relativa proteção de exposição a riscos. É
o antônimo de perigo.
Risco: Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período
específico de tempo ou número de ciclos operacionais.
Incerteza quanta à ocorrência
de um determinado evento:
Chance de perda que uma
empresa pode sofrer por
causa de um acidente ou série de
acidentes.
Perdas ou Sinistro: É o prejuízo
sofrido por uma organização,
sem garantia de
ressarcimento por seguro ou outros meios.
Incidente: Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos.
45

É também chamado de quaseacidente.


Terminologia
RISCO: Como vimos, é uma condição (de uma variável) com potencial para causar
danos.

Exemplos:

RISCO: Como vimos, é probabilidade de possíveis danos dentro de um período de


tempo definido ou ciclos operacionais.
PERIGO: Parâmetro que caracteriza uma relativa exposição a um risco. É a
exposição que favorece a “materialização” do risco como causa de um fato
catastrófico (acidente) e dos danos resultantes.

Por exemplo:
Situação: Trabalho em LIMPEZA de peças com solventes.
46

Como Conhecer os Riscos nos Locais de Trabalho


Os riscos nos locais de trabalho estão relacionados às características do processo
do trabalho, seu ambiente e organização. Por isso, uma primeira etapa consiste no
reconhecimento dos principais riscos existentes dentro das atividades executadas.
Todo o processo de trabalho e toda atividade de trabalho sejam eles exercidos no
campo, em fabricas ou dentro de escritórios, podem possuir diferentes riscos
simultaneamente.
Mesmo quando se levantam prioridades para um setor ou categoria, a análise e
prevenção de risco somente serão plenamente levadas a cabo quando realizada no
cotidiano (dia a dia) dos locais de trabalho, junto com os trabalhadores que
vivenciam suas situações particulares.
Para conhecer e sistematizar o processo de trabalho algumas técnicas e
documentos podem ajudar bastante.
Estes documentos podem ser:
Descrição das principais características da empresa;
Equipes e jornadas de trabalho;
Detalhamento dos locais de trabalho;
Descrição detalhada das tarefas e atividades realizadas (Análise Prevencionista da
Tarefa) APT.
Análise Prevencionista de Tarefas – APT
É a descrição detalhada das Etapas que compõem uma dada Tarefa, identificando
os Riscos de acidentes ou doenças ocupacionais de cada Etapa, e respectivas
providências e procedimentos para garantir uma execução segura.
Cada APT é apresentada em Formulário padrão com 3 colunas, sendo a 1ª para
descrever as Etapas, a 2ª para identificar os Riscos e a 3ª para especificar as
Medidas Prevencionistas recomendadas.
Ao definir os Objetivos para o ano, cada Supervisor deverá apresentar a Lista de
Tarefas Críticas (LTC), para as quais planeja elaborar ou revisar APTs em conjunto
com sua equipe, indicando o prazo para cada uma. Cada equipe deverá elaborar ou
revisar pelo menos uma APT por mês. Sempre que for detectada necessidade,
novas Tarefas poderão ser acrescentadas à Lista e ao cronograma.
É responsabilidade da equipe elaborar ou revisar as APTs,, sendo que os
colaboradores receberão treinamento específico sobre APTs.
47

Independente disso, sempre que se tratar de tarefa, processo ou equipamento


complexo, poderá ser pedida ajuda a outros profissionais, durante ou após o
trabalho de Análise.
Esta ajuda pode ser muito útil nas revisões periódicas, pois devem ser feitas como
forma de aprendizado, mesmo que não pareçam ter muitas novidades.
Pessoas de fora da equipe podem trazer uma nova visão, enriquecendo o processo.
Depois de elaborada ou revisada, uma APT deve ficar facilmente disponível (de
preferência plastificada e pendurada no local da tarefa) para ser consultada pelos
colaboradores antes da execução da tarefa, lendo no local e seguindo suas
recomendações . O objetivo é que todas as tarefas com potencial de risco sejam
realizadas utilizandose APT.
A Lista de Tarefas Críticas e as APTs devem ficar disponíveis não só para a equipe
mas para consulta de qualquer outro colaborador. Equipes de diferentes áreas
devem procurar comparar e compartilhar o que há de bom nas suas APTs , sendo
que Tarefas idênticas, mesmo em áreas diferentes, deveriam ter APTs iguais. Cada
equipe deve ter pelo menos um conjunto em pasta própria, além dos exemplares
plastificados avulsos que forem necessários. É responsabilidade do Supervisor
garantir que todos conheçam a Lista e as APTs, que a quantidade de exemplares é
suficiente e que todas as cópias sejam da revisão mais recente.
Sempre que houver necessidade de executar uma tarefa nova, que não seja usual
ou rotineira, recomendase que seja feita uma avaliação de seus riscos usando APT.
Isto é obrigatório em situações como :
Serviços não usuais de Manutenção, construção ou montagem
Partida de novos equipamentos
Novos produtos, processos ou procedimentos
Mesmo no caso de já terem sido incluídas recomendações prevencionistas numa
Instrução, é responsabilidade do Supervisor fazer o levantamento das Tarefas
Críticas e discutilas com a Área de Segurança, encaminhando para decisão da
Gerência. Em caso de dúvida, a APT deverá ser elaborada e colocada disponível.
Critérios de Medição:
48

A verificação do conhecimento das APTs e do seu uso correto e freqüente pelos


colaboradores será avaliada em cada Inspeção de Segurança, observando,
questionando e checando pessoalmente.

Responsabilidades Gerais
É responsabilidade do Gerente da Empresa assegurar a implementação deste
Programa e garantir o cumprimento de seus procedimentos e recomendações,
liderando com seu exemplo na prática.
É responsabilidade da Área de Segurança do trabalho elaborar atualizações deste
Programa, obter aprovações, emitir e divulgar
A Área de Segurança do Trabalho deverá acompanhar seu andamento
constantemente, verificando sua aplicação, dando suporte e orientando os
Colaboradores quando necessário, assegurando continuidade das ações, recebendo
e processando dados para Medição da aplicação e resultados do Programa, e
disseminando as informações que possam ser úteis.
O setor de Manutenção deverá priorizar o atendimento aos serviços relativos a
Riscos detectados, principalmente os que são Iminentes e com potencial para danos
graves. Estas pendências deverão ser encaminhadas com especial atenção.
A atuação dos Supervisores de área é considerada de essencial importância para o
sucesso, devendo suas atitudes e ações mostrar exemplo de responsabilidade,
comprometimento e envolvimento para com os aspectos de Segurança. (Entendese
como Supervisor de área aquele que tem subordinados trabalhando em áreas de
exposição a riscos)
É dever de todos os colaboradores procurar conhecer e dar apoio a este Programa,
assumindo sua obrigação de coresponsabilidade e, acima de tudo, trabalhando
sempre com atitudes próativas de segurança.
As Chefias dos diversos níveis devem assegurar que todos os recursos, organização
e procedimentos estão providenciados; colaboradores sejam orientados e treinados;
49

documentação e instalações requeridas estão disponíveis; para garantir atendimento


contínuo da Instrução Normativa da Empresa.

MODELO DE CONTROLE DE RISCO (ANÁLISE PREVENCIONISTA DA TAREFA)


50
51
52

Resumo:
RISCO: Uma ou mais condição com potencial para causar danos a pessoa;
equipamentos e instalações; ambiental; material.
53

PERIGO: É a exposição relativa a um risco, que favorece a sua materialização em


danos.
DANOS: É a gravidade da perda (humana; material; ambiental; financeira).
CAUSA: É a origem de caráter humano ou material, relacionado com o evento
(acidente ou falha).
SEGURANÇA: É o antônimo de perigo.
PERDAS OU SINISTRO: É o prejuízo sofrido por uma empresa, sem garantia de
ressarcimento por seguro ou outro forma.
INCIDENTE: Qualquer evento ou fato negativo

7. Procedimentos de trabalho

Objetivo

Definir procedimentos básicos para execução de atividades/trabalhos em sistema e


instalações elétricas desenergizadas.

Âmbito de aplicação

Aplica-se às áreas envolvidas direta ou indiretamente no planejamento,


programação, coordenação e execução das atividades, no sistema ou instalações
elétricas energizadas.

• Conceitos básicos

– Impedimento de equipamento;

– Responsável pelo serviço;

– PES – Pedido para Execução de Serviço;

– AES – Autorização para Execução de Serviço;

– Desligamento programado;

– Desligamento de emergência;

– Interrupção momentânea.

• Procedimentos gerais de segurança


54

Todo serviço deve ser planejado antecipadamente e executado por equipes


devidamente treinadas e autorizadas de acordo com a NR-10.

• Procedimentos gerais para serviços programados

– Coordenar a execução das atividades/trabalhos;

– Avaliação dos desligamentos;

– Execução dos serviços.

Emissão de PES

O PES deverá ser emitido para cada serviço, quando de impedimentos distintos.

Quando houver dois ou mais serviços que envolvam o mesmo impedimento, sob a
coordenação do mesmo responsável, será emitido apenas um PES, quando houver
dois ou mais responsáveis, obrigatoriamente será emitido um PES para cada
responsável.

Etapas da programação

– Elaboração da Manobra Programada;

– Aprovação do PES;

– Procedimentos Gerais;

– Procedimentos para serviços de emergência

Liberação para serviços

Objetivo

Definir procedimentos básicos para liberação da execução de atividades/trabalhos


em circuitos e instalações elétricas desenergizadas.

Âmbito de aplicação

Aplica-se às áreas envolvidas direta ou indiretamente no planejamento,


programação, liberação, coordenação e execução de serviços no sistema ou
instalações elétricas.

• Conceitos básicos
55

 Falha Irregularidade total ou parcial em um equipamento, componente da


rede ou instalação;

 Defeito  Irregularidade em um equipamento ou componente que impede


seu correto funcionamento;

 Interrupção Programada  Interrupção do fornecimento de energia elétrica


por determinado espaço de tempo;

 Interrupção Não Programada  Interrupção do fornecimento de energia


elétrica sem prévio aviso aos clientes.

• Procedimentos gerais

Certificar de que os envolvidos estão conscientes do que fazer, onde fazer, como
fazer, quando fazer e porque fazer.

8. Técnicas de trabalho sob tensão

A técnica de trabalho com linha energizada (linha viva), foi desenvolvida em função
da dificuldade de desligamento em alguns circuitos importantes e, hoje em dia, mais
ainda, em função da remuneração das empresas que dependem da disponibilidade
das instalações. Essa atividade deve ser realizada mediante a adoção de
procedimentos e de metodologia de trabalho. Esta atividade é realizada mediante os
métodos abaixo descrito:

- Técnica de trabalho com linha viva método a distância;

- Técnica de trabalho com linha viva método ao contato;

- Técnica de trabalho com linha viva método ao potencial;

- Técnica de segurança para trabalhos em painéis de cubículos.

Método a distância

Neste que foi o primeiro método desenvolvido, o eletricista executa as operações


com o auxilio de ferramentas montadas nas extremidades dos bastões isolantes.
Com este método, é possível trabalhar em todas as classes de tensão. Em tensões
menores de até 69 kV, onde as distâncias entre fases são menores, os condutores
são afastados de sua posição normal por meio de bastões suportes, moitões, etc.
56

Todo conjunto de equipamento é projetado para facilitar os movimentos dos


eletricistas, no alto dos postes ou das estruturas, com total segurança, tanto na
manobra das articulações para afastamento dos condutores, como nas
manipulações das cadeias de isoladores.

Neste método, o eletricista deve observar rigorosamente a distância de trabalho, ou


seja, a sua distância com o condutor energizado.

Distâncias mínimas para trabalho em linha viva

KV metro

3,8 0,64

34,5 0,75

69 0,95

138 1,10

230 2,15

345 2,15

500 3,40

Na execução dos serviços utilizando, esse método, os eletricistas trabalham em


potencial de terra, ou seja, posicionados em escadas isoladas, ou até mesmo em
“esporas” executando todos os serviços usando ferramentas e equipamentos
adequados.

- Este é o método no qual o trabalhador interage com a parte energizada a uma


distância segura, por meio do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos,
ferramentas e dispositivos isolantes apropriados.

- Na execução de serviços que utilizam esse método de trabalho, o eletricista deverá


estar perfeitamente acomodado na escada, e todo o serviço será executado através
de bastões. Em hipótese nenhuma será permitido que o eletricista toque nas redes
diretamente.
57

- Na execução dos serviços utilizando, esse método, os eletricistas trabalham em


potencial de terra, ou seja, posicionados em escadas isoladas, ou até mesmo em
“esporas” executando todos os serviços usando ferramentas e equipamentos
adequados.

- Este é o método no qual o trabalhador interage com a parte energizada a uma


distância segura, por meio do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos,
ferramentas e dispositivos isolantes apropriados

- Na execução de serviços que utilizam esse método de trabalho, o eletricista deverá


estar perfeitamente acomodado na escada, e todo o serviço será executado através
de bastões. Em hipótese nenhuma será permitido que o eletricista toque nas redes
diretamente.

Descrição dos serviços

Nos locais de difícil acesso, como alto de morro ou local onde não se chega com
cestas aérea, aplica-se esse método de trabalho com muita eficiência para
atendimento desse tipo de serviço. Também se mostra muito útil nas estruturas das
subestações para se executar manutenção, limpeza de isoladores, pára raios, etc.

Método ao contato

Neste o trabalhador tem contato com a rede energizada mas não fica no mesmo
potencial da rede elétrica, pois esta devidamente isolado desta, utilizando
equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção coletiva
adequados à tensão da rede.

Esse método consiste em proteger o eletricista com luvas e mangas isolantes, com o
auxílio de uma plataforma, andaime ou veículo equipado com cestas aérea, ele
executa os serviços diretamente com as mãos. Toda a zona de trabalho é protegida,
também, com coberturas isolantes apropriadas e, à medida que decorrem as tarefas,
via-se descobrindo o espaço estritamente necessário à operação em causa, tais
como executar uma derivação, substituir um isolador, efetuar uma emenda, etc.

Dessa forma, anula-se a possibilidade do eletricista poder fechar dois pontos de


potenciais diferentes ou que os elementos de trabalho (fios, chaves, ferramentas,
58

etc.) o possam fazer ocasionando um curto circuito, Esse método é utilizado


somente para linhas de distribuição e de subestações com tensão de até 34,5kV.

Os eletricistas se posicionam em um potencial intermediário ficando isolados do


potencial de terra. Na execução de serviços, nesse método de trabalho, o eletricista
se acomoda em uma cesta aérea ou em cima de uma plataforma isolada ou, ainda,
numa escada isolada (fiberglass) devidamente aparamentado com mangas de
borracha, luva de borracha de cobertura na classe de tensão da rede e, todo o
serviço será executado diretamente na fase energizada.

Praticamente todos os serviços que se fazem necessários nas redes de distribuição


aérea, podem ser executados com as redes energizadas, especialmente agora com
o desenvolvimento de ferramentas e de equipamentos que garantem a segurança
dos trabalhadores.

Método ao potencial

Este terceiro método, tem por finalidade permitir maiores recursos na manutenção,
principalmente em linhas de extra alta tensão, acima de 345 kV, nas quais as
distâncias de trabalho são superiores a 3 metros, bem como nas subestações a
partir de 69 Kv.

O trabalho ao potencial baseia-se no princípio da Gaiola de Faraday e consiste no


contato direto do eletricista com o condutor energizado, em tensões de até 800 Kv.

O método de trabalho no potencial, consiste em levar o eletricista ao condutor


energizado por meio de escada isolante cujo isolamento é previamente testado. Ao
potencial da linha, o eletricista pode executar manualmente os trabalhos que, no
método a distância, são feitos por meio de ferramentas adaptadas a bastões e pode,
além disso, instalar e remover aparelhos e acessórios, seja próximo à estrutura, seja
no meio do vão.

Toda carga elétrica existente em um condutor isolado, localiza-se em sua superfície


externa. Dessa maneira, estando o eletricista vestido com a roupa especial, toda a
carga elétrica está acumulada em sua vestimenta e a pessoa em seu interior
encontra-se totalmente protegida dos efeitos do campo elétrico.

Neste método é necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o


mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado
59

conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas) ligadas por cabo
condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade.

Quando próximo do condutor energizado, o eletricista conecta a sua vestimenta a


esse condutor, que estará no mesmo potencial da linha. Antes da utilização da
escada, da cadeira isolada, do andaime ou da cesta aérea, que permite o acesso ao
potencial, efetuam-se testes elétricos nas mesmas por meio de um micro
amperímetro, para assegura-se de que seu isolamento está dentro dos limites de
segurança.

Esses testes são efetuados no campo utilizando-se a própria linha como fonte de
tensão, onde se faz um contato efetivo da extremidade superior do equipamento de
acesso potencial. O micro amperímetro é instalado entre a extremidade inferior do
equipamento e o ponto de terra, para a medição da corrente de fuga, que deverá
permanece dentro dos limites estabelecidos por norma.

Distância de trabalho

A distância a ser mantida entre o eletricista ao potencial e a torre, ou outras partes


aterradas, é estabelecida de acordo com a classe de tensão.

Igualdade de potencial

O eletricista, levando na mão, o bastão para contato no potencial preso a fita de


vestimenta condutiva, é levado gradualmente da torre até o contato direto com o
cabo condutor.

Trabalho em painéis e cubículos

Intervenções em painéis e cubículos, são atividades onde os trabalhadores estão


freqüentemente expostos aos riscos de choque elétrico e arco elétrico. Ao realizar
serviços nestes locais, deve-se pensar na segurança em primeiro lugar.

Planejar, seguir procedimentos de segurança e usar o equipamento apropriado,


poderá evitar os acidentes.

Antes de entrar em um cubículo de uma subestação, abrir um painel ou gabinete de


um equipamento, examine o ambiente de trabalho, onde vai posicionar o medidor e
demais equipamentos. Além disto, observe o seguinte:

- Identifique uma rota de fuga que possa usar em caso de emergência;


60

- Certifique-se de que sabe exatamente como acessar o equipamento em questão;

- Procure trabalhar em uma posição confortável e segura;

- Verifique se há riscos ambientais presente, como galhos de árvores, animais ou


água;

- Tenha certeza de que a ventilação e a iluminação, são suficientes;

- Mantenha um ajudante, qualificado, por perto, que também entenda de segurança


elétrica;

- Sempre informe onde estará trabalhando. Utilize os procedimentos de sua empresa


referentes a ordens de serviços e permissões para trabalho;

- Selecione adequadamente suas ferramentas e equipamentos de segurança;

- Proteção para os olhos e ouvidos, luvas, vestimentas e tapetes isolantes

- Verifique se as ferramentas estão isoladas adequadamente;

- Sempre que possível trabalhe em circuitos não energizados;

- Siga os procedimentos de desenergização definidos pelo item 10.5 da NR 10,


indicados no procedimento da tarefa que será realizada;

- Siga sempre os procedimentos de bloqueio mecânico do circuitos desenergizados,


bem como a identificação dos mesmos.

Importante:

Caso precise realizar medições de tensão, certifique-se de que o equipamento é


compatível com o nível de tensão, e a categoria de risco respectiva ao circuito a ser
medido.

CAT. IV – Origem da instalação. Cabines de entrada e outros cabeamentos


externos;

CAT. III – Distribuição da instalação, incluindo barramentos principais, alimentadores


e demais circuitos; cargas permanentes instaladas

CAT. II - Tomadas ou plugues; cargas removíveis;

CAT. I – Circuitos eletrônicos protegidos.


61

Lembre-se, geralmente onde correntes de curto circuito maiores estão disponíveis e


conforme as voltagens e transientes aumentam, as medições tornam-se mais
perigosas. Isto é refletido por uma classificação CAT. mais alta.

Portanto, durante o planejamento de atividade, tenha certeza de que os


equipamentos utilizados são compatíveis com as categorias de risco, as quais estará
exposto.

Os acidentes podem ser substancialmente reduzidos se os técnicos e demais


trabalhadores utilizarem a combinação de planejamento, cuidado, práticas de
trabalho seguras e uso de ferramentas apropriadas.

9. Equipamentos e ferramentas de trabalho

Dispositivo de isolação elétrica.

As coberturas protetoras para linha viva, são usadas nos trabalhos pelo método ao
contato, sendo instaladas com luvas isolantes de borracha ou pelo método a
distância, uma vez que dispõem de olhais para serem operadas com bastões de
manobra. São elementos construídos com materiais dielétricos (não condutores de
eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que
estão energizadas para que os serviços possam ser executados sem a exposição do
trabalhador ao risco elétrico, Têm de ser compatível com os níveis de tensão do
serviço. Normalmente são de cor laranja. Esses dispositivos devem ser bem
acondicionados para evitar sujeiras e umidade que possam torná-los condutivos.
Também devem ser inspecionados a cada uso.

Equipamento e ferramentas de trabalho - Escada.

A escada deve possuir isolação compatível com a classe de tensão dos locais onde
os trabalhos serão executados. Além disso, é necessária a adoção de
procedimentos de testes e de limpeza par a garantia de isolação do equipamento.

A escada a ser utilizada ao potencial deve ser submetida a um ensaio (antes de ser
transportada ao local do trabalho) utilizando-se um micro amperímetro para
verificação das condições de isolamento, antes de sua utilização.
62

Se a escada apresentar valores superiores aos descritos, deve ser submetida á


limpeza e novamente testada, se os valores permanecerem superiores aos
recomendados, não realize o trabalho nesse método e sim pelo método a distância.

Requisitos elétricos mecânicos.

Observe a seguir os principais requisitos elétricos e mecânicos, de conformidade


com as normas ASTM F 711 e a IEC 855.

Tubos isolantes de “fiberglass” para linha viva:

Acabamento superficial à base de tinta poliuretânica de alta rigidez dielétrica e


resistente à ação dos raios ultravioletas;

Cinta de encosto de “nylon” revestida de borracha;

Degraus em fibra de vidro com tratamento superficial antiderrapante;

Sapatas de borracha.

Cestas aéreas.

Confeccionada em PVC, revestidas com fibra de vidro, normalmente acoplada ao


munck ou à grua. Pode ser individual ou dupla. Utilizadas principalmente nas
atividades em linha viva por suas características isolantes e devido a melhor
condição de conforto em relação à escada. Os movimentos da cesta possuem duplo
comando (no veículo e no cesto) e são normalmente comandados na própria cesta.
Tanto as hastes de levantamento como as cestas devem sofrer ensaios de
isolamento elétrico periódicos e possuir relatório das avaliações realizadas.

Gancho de escalada.

É utilizado para a escalada em torres de transmissão. Nesse gancho é fixada a


corda guia com o trava quedas. À medida que o operador escala a torre, transfere-a
de posição encaixando num ponto superior da torre.

Andaime.
63

O andaime modular isolante é um equipamento indispensável nas intervenções em


instalações elétricas de alta e extra alta tensão energizadas, principalmente em
subestações, proporcionando uma condição extremamente segura de acesso e
posicionamento do eletricista em alturas de até 15 metros, para a realização dos
mais diversos tipos de trabalho e pelos métodos a distância e ao potencial.

Dispositivos de manobra.

São instrumentos isolantes utilizados para executar trabalhos em linha viva e


operações em equipamentos e em instalações energizadas ou desenergizadas, nas
quais existem possibilidade de energização acidental, tais como:

- Operação de instalação e de retirada dos conjuntos de aterramento e curto


circuitamento temporário em linhas desenergizadas (distribuição e transmissão);

- Manobras de chave faca e de chave fusível;

- Retirada e colocação de cartuchos porta fusível ou elo fusível;

- Operação de detecção de tensão;

- Troca de lâmpadas e de elementos do sistema elétrico;

- Poda de árvores;

- Troca de rede; de isoladores e de espaçadores.

Bastões.

- Os bastões são similares e do mesmo das varas de manobra.

- São utilizados para outras operações de apoio. Nos bastões de salvamento há


ganchos para remover o acidentado. O bastão de manobra, também conhecido
como “bastão pega - tudo”, foi originalmente projetado para operação de grampos de
linha viva e de grampos de aterramento, porém, face à sua versatilidade, possui hoje
múltiplas aplicações, principalmente na manutenção de instalações elétricas
energizadas.

- O cabeçote de plástico reforçado proporciona maior segurança, principalmente nas


operações em instalações com distâncias reduzidas de fase – fase e de fase -
neutro.
64

10. Sistemas de proteção coletiva

No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas e em suas proximidades


devem ser previstos e adotados prioritariamente equipamentos de proteção coletiva.
Os EPC são dispositivos, sistemas, fixos ou móveis de abrangência coletiva,
destinados a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e
terceiros.
As ferramentas utilizadas nos serviços em instalações elétricas e em suas
proximidades devem ser eletricamente isoladas, em especial àquelas destinadas a
serviços em instalações elétricas energizadas.
Abaixo citamos alguns dos principais equipamentos de proteção que constituem
proteções coletivas para atividades realizadas nos setores em questão, sobretudo
no setor elétrico.
DISPOSITIVOS DE SECCIONAMENTO.
Chaves Fusíveis

São dispositivos automáticos de manobra (conexão e desconexão), que na


ocorrência de sobre-corrente (corrente elétrica acima do limite projetado) promove a
fusão do elo metálico fundível (fusível), e conseqüentemente a abertura elétrica do
circuito.
Dessa forma, quando há uma sobrecarga, o elo fusível se funde (queima) e o trecho
é desligado.
Normalmente em rede de distribuição elétrica estão instaladas em cruzetas.
Também permitem a abertura mecânica, devendo ser operadas por dispositivo de
65

manobra, a exemplo de vara de manobra.

Seccionalizador tipo cartucho eletrônico - crs

O seccionalizador eletrônico é composto de uma base (cartucho) com um módulo


eletrônico, pode-ser instalado em qualquer tipo de corta circuito equivalente,
portanto é intercambiável.

Chaves Facas

São dispositivos que permitem a conexão e desconexão mecânica do circuito.


Geralmente estão instaladas em cruzetas e são usadas na distribuição e
transmissão.

Existe dois tipos: mecânica e telecomandada.


Religadoras
66

Religadoras automáticas telecomandadas

DISPOSITIVOS DE ISOLAÇÃO ELÉTRICA


São elementos construídos com materiais dielétricos (não condutores de
eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que
estão energizadas, para que os serviços possam ser executados sem exposição do
trabalhador ao risco elétrico.
Têm de ser compatíveis com os níveis de tensão do serviço Normalmente são de
cor laranja.
Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar sujidade e umidade,
que possam torná-los condutivos.

Também devem ser inspecionados a cada uso.


BARREIRA, IMPEDIMENTO DE REENERGIZAÇÃO, INVÓLUCRO, ISOLAMENTO
ELÉTRICO, OBSTÁCULO E TRAVAMENTO
Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas das
instalações elétricas.
Impedimento de Reenergização: condição que garante a não energização do circuito
através de recursos e procedimentos apropriados, sob controle dos trabalhadores
envolvidos nos serviços.
Invólucro: envoltório de partes energizadas destinado a impedir qualquer contato
com partes internas.
Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de corrente elétrica,
por interposição de materiais isolantes.
Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não impede o contato
direto por ação deliberada.
67

Travamento: ação destinada a manter, por meios mecânicos, um dispositivo de


manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma operação não
autorizada.
Tudo que dificulta a aproximação a instalações elétricas, desde que construídas
dentro de um padrão e dentro das normas de segurança prevista, podemos dizer ser
um obstáculo ou barreiras.
Exemplos:
Grades de proteção (de metal ou isoladas), caixas de proteção, caixas brindadas de
chaves elétricas, proteção isolante de barramentos etc.

PROTEÇÃO CONTRA CONTATOS DIRETOS E INDIRETOS.

DISPOSITIVOS DE BLOQUEIO
BLOQUEIO DO RELIGAMENTO AUTOMÁTICO
Bloqueio ou travamento é a ação destinada a manter, por meios mecânicos um
dispositivo de manobra fixa numa determinada posição, de forma a impedir uma
ação não autorizada.
Assim, dispositivos de travamento são aqueles que impedem o acionamento ou
religamento de dispositivos de manobra. (chaves, interruptores)
Em geral utilizam cadeados. É importante que tais dispositivos possibilitem mais de
um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um cadeado, por exemplo, para
trabalhos simultâneos de mais de uma equipe de manutenção.
É importante salientar que o controle do dispositivo de travamento é individual por
trabalhador.
Toda ação de bloqueio ou travamento deve estar acompanhada de “etiqueta de
sinalização”, com o nome do profissional responsável, data, setor de trabalho e
forma de comunicação.
As empresas devem possuir procedimentos padronizados do sistema de bloqueio ou
68

travamento, documentado e de conhecimento de todos os trabalhadores, além de


etiquetas, formulários e ordens documentais próprias.
Cuidado especial deve ser dado ao termo “Bloqueio”, que no SEP (sistema elétrico
de potência) também consiste na ação de impedimento de religamento automático
de circuito, sistema ou equipamento elétrico.
Isto é, quando há algum problema na rede, devido a acidentes ou disfunções,
existem equipamentos destinados ao religamento automático do disjuntor na
subestação, que religam os circuitos automaticamente tantas vezes quanto for pré-
programado e, conseqüentemente, podem colocar em perigo os trabalhadores.
Quando se trabalha em linha viva, é obrigatória a desativação desse equipamento,
pois se eventualmente houver algum acidente ou um contato ou uma descarga
indesejada o circuito se desliga através da abertura do disjuntor da subestação,
desenergizando todo o trecho.
Essa ação é também denominada “bloqueio” do sistema de religamento automático
e possui um procedimento especial para sua adoção.

Travamento de fonte de energia de máquinas industriais


O travamento de fontes de energia assegura que na realização de trabalhos com
máquinas, equipamentos e instalações, estes estejam totalmente desenergizados.
Conceitos
ENERGIA: Qualquer fonte de alimentação de máquinas, equipamentos ou sistemas.
As mais usuais são: elétrica, pneumática, mecânica e térmica.
ENERGIA RESIDUAL: Energia latente que pode se apresentar após o desligamento
da fonte de alimentação.
(Ex: gravitacional, estática, térmica, pressão residual, etc).
ENERGIA ZERO: Condição do equipamento, instalação ou sistema, onde todas as
formas de energia estão bloqueadas e ou desativadas.

DISPOSITIVO DE BLOQUEIO:
69

Qualquer dispositivo que previna fisicamente a transmissão ou liberação de energia,


não se limitando a cortadores de circuitos elétricos, tendo ainda dispositivos para
bloqueio de válvulas, registros, chaves, etc.

CADEADO DE SEGURANÇA:
Fechadura portátil, numerada com o registro do empregado habilitado. Deve ser
acoplado diretamente no equipamento a ser bloqueado (painel, válvula, etc.) e ou
associados a um dispositivo de bloqueio (ex: dispositivo para múltiplos cadeados;
cabos de aço; bloqueadores mecânicos, etc.).

Dispositivo para múltiplos cadeados e cabo de aço.


70

Dispositivo para múltiplos cadeados e cabo de aço.

CARTÃO DE TRAVAMENTO:

AÇÕES PARA TRAVAMENTO, BLOQUEIO E ACESSO À FONTES DE ENERGIA.

COMUNICAR: Ordem de reparo ou serviço: Solicitação formal feita pelo responsável


do setor do equipamento e ou instalação, ao setor de manutenção, onde deve
constar o tipo de equipamento, localização e as energias a serem bloqueadas.(O.S.
ou O.R.).
ANALISAR: Com base na ordem de reparo ou serviço, o responsável pela
manutenção, em conjunto com o responsável do setor solicitante, devem analizar
todos os riscos existentes e determinar as recomendações de segurança que devem
ser aplicadas para a execução o serviço.
Nos casos de trabalho em altura, ambiente confinado, deverá ser emitida a A.E.S.
(Autorização para a Execução de Serviço) e para Terceiros, esta deverá ser emitida
para qualquer tipo de serviço.
BLOQUEAR e ETIQUETAR: Depois de cumpridas as etapas de comunicar e
analisar deve-se proceder ao bloqueio e etiquetagem da fonte de energia, que são
feitos por:
71

a) Dispositivos específicos (flange, cadeados de segurança, trava múltipla, etc.).


b) Cartão de travamento, do responsável pelo bloqueio.
c) Dispositivo para múltiplos cadeados, quando mais de uma pessoa estiver
envolvida no trabalho.

TESTE DE ENERGIA:
Após bloqueadas as energias, deve-se fazer o teste de “ENERGIA ZERO”, para
garantir a segurança do bloqueio. Os procedimentos e instrumentos para este teste
serão definidos pelas áreas de manutenção de acordo com o tipo de energia.
LIBERAR A ATIVIDADE DE REPARO e MANUTENÇÃO:
Após cumpridas todas as etapas anteriores, e inspeção final do local, o equipamento
e instalação estarão liberados para o início do serviço.
RELIGAR O EQUIPAMENTO OU SISTEMA:

Após efetuado o reparo deverá ser verificado se todos os sistemas de proteção


estão em funcionamento e o equipamento esta seguro para voltar a operar. Em
seguida serão retirados os dispositivos de bloqueio e cartões de travamento.

OBSERVAÇÕES:
Durante as mudanças de turno, se os equipamentos precisarem ser mantidos sem
energia, a nova equipe que estiver assumindo o trabalho deverá substituir os
72

dispositivos de bloqueio, o cadeado de segurança e o cartão de travamento.


RESPONSABILIDADES
CHEFIA DO SETOR SOLICITANTE:
Solicitar por escrito o tipo de serviço a ser executado (O.R. ou O.S.).
Comunicar e envolver todos os afetados com a paralisação do equipamento.
CHEFIA DO SETOR SOLICITADO:
Analisar o serviço que esta sendo solicitado.
Comunicar outras áreas envolvidas (outras manutenções).
Controlar o cadeado de terceiros (fornecimento e guarda).

EMPREGADOS HABILITADOS:
Aplicar corretamente todas as etapas do procedimento.
Manter a guarda das chaves dos cadeados de segurança e etiquetas.
Inspecionar o local após o desbloqueio, para liberação do serviço.
SUPERVISOR DAS ÁREAS DE MANUTENÇÃO:
Fazer com que todos os envolvidos cumpram a diretriz.
Fornecer os meios (suprimentos) necessários para o travamento de energias,
incluindo os terceiros no caso de envolvimento dos mesmos.
DISPOSIÇÕES FINAIS:
Em todos os serviços que envolvam aumento de carga em qualquer tipo de energia,
o solicitante deverá informar às áreas de Engenharia de Fábrica e Engenharia de
Construções e Utilidades, para aprovação.
Nas trocas de turno, onde deva permanecer o bloqueio, a equipe que esta saindo
deverá manter seus cadeados no local até que o responsável pelo setor
(encarregado, líder, etc.) se dirija ao local onde esta aplicado o bloqueio e libere os
mesmos com auxílio de chave mestra sob sua responsabilidade, para em seguida
ser aplicado os cadeados da equipe que esta assumindo o serviço.
Obs: a guarda dos cadeados retirados é de responsabilidade do encarregado, líder,
etc. que realizou o desbloqueio.
Áreas de Engenharia e Manutenção na aquisição de novos equipamentos, os
mesmos deverão ser providos de meios para travamento de energia.
73

11. Equipamentos de proteção individual

Conforme Norma Regulamentadora nº.6, Equipamento de Proteção Individual – EPI


é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

A empresa é obrigada a fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao


risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:

• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção

contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais;

• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

• Para atender situações de emergência.

Com advento do novo texto da Norma Regulamentadora nº10 a vestimenta passa a


ser também considerada um dispositivo de proteção complementar para os
empregados, incluindo a proibição de adornos mesmo estes não sendo metálicos.

Quanto ao EPI cabe ao empregador:

• Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

• Exigir o seu uso;

• Fornecer ao empregado somente EPI’s aprovados pelo órgão nacional

competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

• Orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado acondicionamento

e conservação;

• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

• Comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer irregularidade


observada.

Quanto ao EPI cabe ao empregado:

• Utilizar apenas para a finalidade a que se destina;


74

• Responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação;

• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para

uso;

• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Conforme o Art. 157 da CLT cabe às empresas:

I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II. Instruir o empregado, através de ordens de serviço, quanto às precauções a

serem tomadas no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças profissionais.

Conforme o Art. 158 da CLT cabe aos empregados:

I. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens

de serviço expedidas pelo empregador.

II. Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste capítulo (V)

Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

A observância das instruções expedidas pelo empregador;

Ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s fornecidos pela empresa.

Exemplos de EPI’s:

 Capacetes isolantes de segurança


 Óculos de segurança
 Máscara / respiradores
 Luvas isolantes
 Calçados (botinas, sem biqueira de aço)
 Cinturão de segurança
 Protetores auriculares
 Etc.

12. Posturas e vestuários de trabalho

As queimaduras por arcos elétricos representam uma parcela muito grande entre os
ferimentos provocados por eletricidade em locais de trabalho. Apesar da seriedade e
75

da importância vital que isso representa para os trabalhadores que executam


serviços em eletricidade, este assunto tem recebido pouca atenção dos usuários em
geral, quando comparado com outros perigos da eletricidade, como choques,
incêndios e outros aspectos da segurança industrial.

A escolha da vestimenta ou roupa de proteção contra queimaduras por arco elétrico


requer uma avaliação detalhada da natureza do arco elétrico e das práticas de
trabalho e não deve ser realizada somente por analogia com os demais agentes
térmicos. A engenharia elétrica pode e deve contribuir na identificação e avaliação
do risco e tomar medidas para proteger as pessoas, além da proteção da instalação
e equipamentos elétricos.

O ser humano comete erros, assim como ocorrem falhas nos equipamentos e
instalação elétrica. A engenharia reconhece que as falhas elétricas são inerentes a
qualquer sistema elétrico, motivo pelo qual desenvolvemos tecnologias, como
dispositivos de detecção e proteção e equipamentos mais resistentes a arcos
elétricos. Além da proteção dos equipamentos e da instalação a engenharia elétrica
também deve estar focada e contribuir no desenvolvimento das tecnologias para
proteger as pessoas avaliando os riscos.

Modelos de vestimentas
76

13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e


equipamentos.

O transporte de pessoas e cargas em geral requer cuidado especial, visando evitar


acidentes. Para tanto, o motorista deve dirigir com a necessária cautela, evitando
velocidades incompatíveis com a situação e freadas ou manobras bruscas. Não
deve ser permitido ao motorista inspecionar ou procurar defeitos na rede, operar o
rádio ou tomar qualquer outra atitude que desvie sua atenção da tarefa de dirigir,
estando o veículo em movimento. Deve haver, sempre, um estojo de primeiros
socorros adequado para cada tipo de veículo.

No transporte de pessoal devem ser observadas as recomendações do Código


Nacional de Trânsito. Para transporte de escadas ou qualquer carga que exceda os
limites do veículo (linha superior do pára-brisa até o pára-choque traseiro) deverá
ser usada na extremidade saliente traseira, uma bandeirola de sinalização durante o
dia e uma lanterna vermelha à noite.

Para o transporte de equipamentos, tais como transformadores, bobinas de cabos e


outros, a carga deverá ser centralizada a fim de assegurar o equilíbrio do veículo,
77

bemcomo deverá ser estaiada e calcada. Se o assoalho não tiver a resistência


suficiente para suportar o peso da carga a ser transportada, especialmente quando
sua área de apoio for pequena, deverá ser reforçado com chapa de aço. Os cabos
de aço utilizados devem ter a necessária resistência para manter a carga fixa sobre
a carroceria durante o transporte. Nas operações de carga e descarga deve-se
tomar o cuidado necessário para evitar avarias às partes frágeis dos equipamentos,
bem como evitar eventuais vazamentos de óleo.

O veículo deve ser estacionado junto à guia da calçada (meio fio). Em aclives ou
declives, onde existir meio fio ou calçada, o veículo deve ser estacionado com as
rodas dianteiras de encontro ao meio fio, impedindo assim o deslocamento do
veículo. Onde não houver meio fio, deve ser estacionado com as rodas dianteiras
em direção contrária ao meio da rua. O veículo deve permanecer freado e, no caso
de veículo dotado de equipamento hidráulico, também com a trava de freio auxiliar
acionada e, especialmente em aclives ou declives, usar calços trapezoidais nas
rodas traseiras.

14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho

Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada


de segurança, destinada à advertência e à
identificação, obedecendo ao disposto na NR-26 -
Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre
outras, as situações a seguir:

a) identificação de circuitos elétricos;

b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas


de manobra e comandos;

c) restrições e impedimentos de acesso;

d) delimitações de áreas;

e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de


movimentação de cargas;

SINALIZAÇÃO PARA PROTEÇÃO DE PÚBLICO E DOS EMPREGADOS


78

Quando o serviço a executar oferecer perigo aos


transeuntes ou ao tráfego, a área de trabalho deve ser
isolada e sinalizada adequadamente, para a segurança
dos empregados e do público, por meio de cones, placas,
grades de proteção, faixas de sinalização, cavaletes
cordões de isolamento e outros, cabendo a cada
empregado, advertir afastar, usando de toda cortesia, aos
que adentrarem a área de risco demarcada.

Sempre que necessário, a via deve ser interditada ao trafego de veículos, de acordo
com autorização prévia do órgão oficial responsável da cidade ou região.

f) sinalização de impedimento de energização;

DESLIGAMENTO E BLOQUEIO DO CIRCUITO

Todo circuito deve ser considerado


desenergizado somente se estiver
desligado e devidamente aterrado.

Cabe ao setor competente, de acordo com


o tipo de tarefas e das condições em que
será realizado, determinar se o circuito
deve ser desenergizado (desligado e
aterrado) ou se o serviço pode ser
executado com linhas energizadas.

O desligamento do circuito deve ser providenciado pelo Setor Competente vigente


na Empresa e o trabalho não poderá ser iniciado antes que o circuito, sempre
identificado, esteja desligado e aterrado.

Cuidados especiais devem ser tomados na abertura de fechamento de corta-circuito,


facas, disjuntores, seccionalizadores, etc.

Quando as chaves não forem adotadas de dispositivos para abertura com carga,
devem ser operadas de acordo com as situações abaixo:

Circuitos com cargas iguais ou inferiores a 5 A.


79

As chaves podem ser operadas sem interrupção na fonte, desde que apresentem
boas condições mecânicas e se tenha segurança da inexistência de defeitos no
trecho do circuito situado no sentido de carga.

Circuitos com cargas superiores a 5 A

As operações de abertura e fechamento somente podem ser efetuadas após


interrupção na fonte, através dos dispositivos próprios para abertura com carga, tais
como: disjuntores, chaves a óleo, etc.

A abertura, se o corta-circuito for apropriado, poderá ser feita com carga, utilizando-
se de dispositivo próprio para abertura com carga.

As placas de advertência de manobras devem ser colocadas junto a todas chaves


desligadas, e também nas chaves normalmente abertas, que determinem que
estejam no interior do trecho desligado para execução de serviços, devendo ter seus
cartuchos retirados.

15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso.

Tendo como base os procedimentos já vistos anteriormente, o circuito ou


equipamento estará liberado para intervenção, sendo a liberação executada pelo
técnico responsável pela execução dos trabalhos.

Somente estarão liberados para a execução dos serviços os profissionais


autorizados devidamente orientados e com equipamentos de proteção e ferramental
apropriado.

Concluída a liberação para serviços e antes de iniciar os trabalhos em equipe,


conforme determina a NR-10, “os seus membros, em conjunto com o responsável
pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar
as atividades e ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender aos
princípios técnicos básicos e às melhores técnicas de segurança aplicáveis ao
serviço”.

O quadro a seguir exemplifica os procedimentos preliminares a serem seguidos para


a liberação do trabalho:
80

16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte


de acidentados

Acidentes acontecem e a todo o momento estamos expostos a inúmeras situações


de risco que poderiam ser evitadas se, no momento do acidente, a primeira pessoa
a ter contato com o paciente soubesse proceder corretamente na aplicação dos
primeiros socorros.

Muitas vezes esse socorro é decisivo para o futuro e a sobrevivência da vítima.

 II - OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA

 Baseia-se nos três ERRES:

  RAPIDEZ NO ATENDIMENTO
81

RECONHECIMENTO DAS LESÕES


REPARAÇÃO DAS LESÕES
 III - RECOMENDAÇÕES AOS SOCORRISTAS

 procure sempre conhecer a história do acidente


 peça ou mande pedir um resgate especializado enquanto você realiza os
procedimentos básicos
 sinalize e isole o local do acidente
 durante o atendimento utilize, de preferência, luvas e calçados impermeáveis

IV - O SUPORTE BÁSICO DA VIDA

A - O CONTROLE DAS VIAS AÉREAS

B - O CONTROLE DA VENTILAÇÃO

C - A RESTAURAÇÃO DA CIRCULAÇÃO

 Em algumas situações as vias aéreas podem ficar obstruídas por sangue, vômitos,
corpos estranhos (pedaços de dente, próteses dentárias, terra) ou pela queda da
língua para trás, como acontece nos casos de convulsões e inconsciência.

Em crianças sãos comuns obstruções por balas, contas e moedas.

A - O Controle das Vias Aéreas

desobstruir as vias aéreas, removendo corpos estranhos

Coloque a pessoa deitada de lado, com a cabeça e o pescoço no mesmo plano do


corpo da vítima e, com o dedo polegar abra a boca, tracionando o queixo. Ao
82

mesmo tempo, introduza o dedo indicador na boca do paciente, retirando, com


rapidez, o material que esteja obstruindo.

Obs.: Para a desobstrução das vias aéreas em crianças muito pequenas:

pendure-a de cabeça para baixo e bata com as mãos espalmadas nas costas entre
os omoplatas

Para a desobstrução de crianças maiores:

deite-a sobre os seus joelhos, com o tronco e a cabeça pendentes e bata com as
mãos espalmadas entre os omoplatas

facilitar a entrada de ar nos pulmões

Após a desobstrução das vias aéreas, centralize a cabeça da vítima e incline a


cabeça para trás, fazendo tração na mandíbula com uma das mãos e segurando a
testa com a outra mão.

B - O Controle da Ventilação

 É empregado para restabelecer a respiração natural, caso esta tenha cessado


(parada respiratória) ou em caso de asfixia.

 O sinal indicativo da parada respiratória é a paralisação dos movimentos do


diafragma (músculo que realiza os movimentos do tórax e abdome).

 Os sinais mais comuns de asfixia são:

 respiração rápida e ofegante ou ruidosa


 dedos e lábios azulados
 alterações do nível de consciência
 agitação
 convulsões
83

Para o pronto restabelecimento da respiração natural devemos iniciar rapidamente a


respiração boca-a-boca ou boca nariz.

 Respiração Boca-a-Boca

Antes de aplicar a respiração boca-a-boca verifique se há obstrução das vias aéreas


e proceda à desobstrução e aplique as manobras para facilitar a ventilação,

Com a cabeça da vítima posicionada corretamente:

 aperte as narinas do socorrido de modo a impedir a saída do ar


 inspire profundamente
 coloque sua boca sobre a boca do socorrido
 sopre dentro da boca do socorrido não deixando escapar o ar, e, ao mesmo
tempo,
 afaste-se e inspire novamente
 repita a operação

Obs.: - Em caso de parada respiratória em crianças pequenas, coloque a boca sobre


o nariz e a boca do socorrido.

 C - A Restauração da Circulação

 Em algumas situações você poderá se deparar com casos em que o coração da
vítima deixou de pulsar, porém, com possibilidade de restabelecimento, como por
exemplo, nos casos de:

 choques elétricos
 asfixia
 afogamento
 infarto do miocárdio
 arritmias cardíacas

Nesses casos, a forma mais correta de se diagnosticar a parada cardíaca será a


VERIFICAÇÃO DO PULSO DA ARTÉRIA CARÓTIDA, colocando-se as duas polpas
digitais (do segundo e terceiro dedos) sob o ângulo da mandíbula com o pescoço.
Não havendo pulso dê início às manobras de ressuscitação cárdio-pulmonar.
84

Massagem Cardíaca Por Compressão Externa do Tórax

 o socorrido deverá estar deitado de costas sobre uma superfície lisa, plana e
num nível bem abaixo do seu
 proceda a todas as manobras de desobstrução das vias aéreas e ventilação
adequadas
 localize o osso esterno que fica no meio do tórax
 coloque uma das mãos espalmadas sobre a metade inferior desse osso
 coloque a palma da outra mão sobre o dorso da mão espalmada
 entrelace os dedos das duas mãos, puxando-os para trás
 conserve seus braços esticados
 comprima o tórax do socorrido, aplicando a força de seu peso

Obs.: Caso o socorrido seja criança recém nascida, comprima o tórax com apenas
um dedo (polegar). Utilize apenas a força deste dedo para comprimir o tórax. Se
criança maior, utilize dois dedos para a compressão.

 Procedimento das manobras de ressuscitação cárdio-pulmonar:

 Se houver apenas um socorrista:

15 massagens para 02 ventilações

 Se houver dois socorristas:

05 massagens para 01 ventilação

Quando poderemos interromper as manobras?

Após 30 minutos, com a certeza de terem sido realizadas as manobras adequadas


sem o retorno da circulação (sem o pulso da artéria carótida).
85

V - FRATURAS

Fratura é a quebra de um osso. Pode ser completa (quando separa partes ósseas)
ou incompleta (fissura).

 Classificação de fraturas:

 fechadas: quando não há solução de continuidade entre a pele e o osso fraturado

abertas: quando existe um ferimento no local da fratura, porém o osso não se expõe

expostas: quando existe uma abertura na pele, por onde se expõe parte do osso
fraturado

Como diagnosticar uma fratura:

 A inchação a deformidade e a dor são os sintomas mais comuns.

Para melhor avaliação estimule o socorrido a mobilizar o membro afetado.

 Perda de sangue em fraturas

 As vítimas que apresentarem sinais de fratura do fêmur e fraturas múltiplas na bacia
devem ser levadas ao hospital imediatamente pois essas fraturas costumam sangrar
muito.

Ao sofrer uma fratura do fêmur, a vítima poderá perder até 1,5 litros de sangue. Já
se apresentar fraturas múltiplas da bacia este mesmo paciente poderá perder até 3
litros de sangue.

 Como prestar socorro

 Imobilize o local de modo a impedir que o osso fraturado se mexa e danifique as


partes moles. A imobilização costuma reduzir a dor.

Não tente de forma alguma colocar o osso no lugar. Se houver ferimento na pele,
lave com água e sabão e coloque uma compressa de gaze cobrindo a região
afetada, antes de imobilizar.

 VI - TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR OU TRAUMATISMO DA COLUNA


(ESPINHA)
86

 A lesão (traumatismo) da coluna vertebral tem que ser presumida em TODOS os


casos de trauma.

As quedas de altura, durante um mergulho, após acidentes de carro ou


atropelamentos podem levar ao traumatismo da coluna vertebral.

 Diagnóstico Presumido

 Se o acidentado estiver lúcido, questione se está sentindo os membros. Solicite que
movimente as pernas e os braços.

No traumatismo da coluna costuma haver perda da sensibilidade e do tato e a perda


da mobilidade dos membros.

 O acidentado deve ser colocado em uma superfície lisa e plana, com a cabeça
centrada e os membros alinhados paralelamente ao corpo.

 Não tente levantar ou remover o acidentado. Chame o socorro especializado, pois o


transporte errado do paciente poderá causar danos irreversíveis para o mesmo.

 VII - TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

 O transporte da vítima é de extrema importância e pode ser decisivo para a sua


sobrevivência.

 Antes de transportá-la verifique SEMPRE:

 se está respirando
 se há hemorragia
 se há fraturas
 se existe traumatismo da coluna

Para a mobilização do acidentado são necessárias três pessoas agindo


simultaneamente

a primeira segura com firmeza a cabeça e o pescoço da vítima, para evitar que
dobre o pescoço;

a segunda apoia a região da bacia;

a terceira segura pelos pés, evitando dobrar as pernas da vítima;


87

com um movimento simultâneo e sincronizado retiram a vítima do chão e a colocam


em uma superfície plana e firme, imobilizando o pescoço, os braços e as pernas,
antes do transporte.

VIII - CHOQUE ELÉTRICO

Nunca toque na vítima até que ela seja separada da corrente elétrica, ou que esta
seja interrompida.

Se a corrente não puder ser desligada, coloque-se sobre um pedaço de madeira e


afaste a vítima com uma vara de madeira ou bambu.

 Conseqüências Mais Comuns nos Casos de Eletrocussão (Choque Elétrico)

 Queimaduras - As queimaduras por corrente elétrica se propagam em ondas, o que


acarreta a continuidade das lesões, podendo atingir planos mais profundos da pele
mesmo após a separação da vítima da corrente elétrica.

Arritmias Cardíacas (ritmo irregular dos batimentos cardíacos) - Costumam ser a


causa mais comum de morte por choque elétrico e podem levar à parada cárdio-
respiratória.

Convulsões

Cuidados com a Vítima

 verifique a respiração e o pulso


 se não houver respiração e pulso, inicie imediatamente as manobras de
ressuscitação cárdio-respiratórias
 trate as queimaduras produzidas pela corrente elétrica
 transporte a vítima para o hospital imediatamente.

X - INFARTO DO MIOCÁRDIO

 Infarto do miocárdio é a necrose (morte) de uma determinada área do músculo


cardíaco (do coração) e é devido à obstrução (entupimento) das artérias que nutrem
o coração - as coronárias.

a causa mais comum do infarto do miocárdio é a aterosclerose, que consiste na


formação de placas de gordura obstruindo as artérias coronárias.
88

Sintomas do Infarto do Miocárdio

 o principal é a dor no peito, que pode ou não, se irradiar para a mandíbula, para as
costas, para os braços ou para a região do estômago

 a dor costuma ser muito intensa e prolongada


 os idosos e diabéticos podem não apresentar dor
 suor intenso
 palidez
 náuseas e vômitos
 arritmias cardíacas - ritmo irregular dos batimentos cardíacos
 morte súbita - em um terço dos casos de infarto, a morte súbita é a primeira
manifestação. Deve-se comumente a arritmias cardíacas graves que levam a
parada do coração.

 Conduta frente a um Paciente com Infarto do Miocárdio

 afrouxe as roupas do doente


 procure evitar que faça esforços (impedindo-o inclusive de caminhar)
 na dúvida ou suspeita, leve-o imediatamente ao hospital, pois o quanto antes
você agir, estará evitando a morte do músculo cardíaco do doente e,
consequentemente, prolongando a vida do mesmo.

no infarto do miocárdio TEMPO É FUNDAMENTAL, pois com o socorro rápido


e competente, possibilitará o início precoce do tratamento de desobstrução
das artérias coronárias.

 XI - QUEIMADURAS

 São lesões decorrentes da ação do calor sobre o organismo.

75% das queimaduras ocorrem no lar, com crianças e pessoas idosas por descuido
na manipulação de líquidos superaquecidos.
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Causas Mais Comuns por Ordem de Freqüência

 líquidos superaquecidos
 exposição direta às chamas
 químicas
 objetos superaquecidos
 elétricas
 Classificação por Intensidade

 primeiro grau: atingem somente a camada superficial da pele cararacterizam-se


por vermelhidão e ardência;

segundo grau: atingem camadas mais profundas da pele e do tecido subcutâneo


têm aparência de molhadas, avermelhadas, produzem bolhas (que não devem ser
perfuradas) e dor intensa;

terceiro grau: provocam destruição profunda de toda a pele, terminações nervosas


ou, até mesmo, de camadas musculares.

Por destruírem as terminações nervosas não produzem dor

Conduta frente ao Doente Queimado

 nunca use gelo, substâncias gordurosas (manteiga ou óleo), pasta de dentes,


borra de café etc.
 lave a queimadura em água corrente por um tempo bastante prolongado
 mantenha o membro queimado submerso em água fria
 não toque no queimado sem antes lavar as mãos para não contaminar a
queimadura
 antes de cobrir a queimadura com atadura, coloque vaselina esterilizada
 encaminhe o queimado a um hospital

Queimaduras das Vias Aéreas

 São consideradas muito graves porque têm evolução rápida e podem levar à morte
por asfixia.

Os sinais indicativos de queimaduras nessa área são:


90

 queimadura na face
 chamuscamento dos cílios
 depósito de fuligem no nariz e na boca
 história de confinamento no local do incêndio
 história de explosão

Face a gravidade deste tipo de queimadura, você deverá encaminhar o


queimado o mais rápido possível a um hospital.

 Queimaduras Elétricas

 Geralmente são mais graves do que aparentam, pois podem apresentar pele normal
com morte muscular (necrose).

Costumam evoluir com aumento da área queimada mesmo após o afastamento do


acidentado da corrente elétrica.

 OBS.: São também consideradas muito graves as queimaduras da face, do pescoço


e das articulações (juntas) face a possibilidade de produzirem deformidades.

 XII - FERIMENTOS

 Os ferimentos acontecem com muita freqüência em nosso cotidiano. No entanto,


costumamos tratá-los de forma incorreta. Muitas vezes damos prioridade ao uso de
substâncias anti-sépticas em detrimento de adequada limpeza da ferida com água
corrente e sabão comum.

A limpeza adequada com ÁGUA E SABÃO com a retirada de detritos da ferida


(terra, partículas de vidro, pedaços de madeira etc.) é a forma mais eficiente de se
evitar a contaminação pelo TÉTANO, uma terrível doença causada por uma bactéria
que atua no sistema nervoso central e pode levar à morte.

Após a limpeza, aí sim, estará indicado o emprego de substâncias anti-sépticas, de


preferência a base de compostos iodados.

Proteja o ferimento com gaze e troque o curativo tantas vezes quanto necessário.

Nunca utilize pó de café, folhagens ou qualquer outro material que possa levar à
contaminação da ferida.

 XIII - HEMORRAGIAS
91

 A hemorragia é a perda de sangue ocasionada pelo rompimento dos vasos


sangüíneos.

Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente, pois grandes perdas


sangüíneas podem levar ao estado de choque e à morte em poucos minutos.

 Cuidados frente à Vítima de Hemorragia

 se a hemorragia for intensa coloque o paciente deitado, pois ele poderá apresentar
sensação de desfalecimento, queda da pressão arterial e mal estar geral. Esses
sintomas costumam desaparecer com o doente deitado, em repouso.

caso a hemorragia seja devida a ferimentos nos membros superiores ou inferiores


eleve o membro afetado acima do nível da cabeça.

comprima a região com pequenos pedaços de gaze ou pano, que não devem ser
removidos para que não desfaçam o coágulo que evita a continuidade do
sangramento.

nunca aplique garrotes ou torniquetes no membro atingido

nunca utilize panos grandes ou absorventes, pois dão a falsa impressão de controle
da hemorragia.

 XIV - ESTADO DE CHOQUE

 O estado de choque é uma situação de risco que pode levar à morte e decorre, na
maioria das vezes, de hemorragias internas ou externas não controladas
adequadamente.

 Sintomas mais Comuns

 palidez
 pele fria e pegajosa
 pulso fraco e rápido
92

 respiração rápida e irregular


 agitação e ansiedade
 inconsciência

A vítima deverá ser levada ao hospital rapidamente pois somente o médico


preparado poderá alcançar êxito com o tratamento.

17. Acidentes típicos.

A segurança no trabalho é essencial para garantir a saúde e evitar acidentes nos


locais de trabalho, sendo um item obrigatório em todos os tipos de trabalho em
especial e, Sistemas Elétricos de Potência.

Podemos classificar os acidentes de trabalho relacionando-os com fatores humano


(atos inseguros) e com o ambiente (condições inseguras). Essas causas são
apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se levar
em conta que, às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições
inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo.

Atos inseguros

Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho


que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da
execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança. É a maneira
como os trabalhadores se expõem (consciente ou inconscientemente) aos riscos de
acidentes.

É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento


humano. Na verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência
dos atos inseguros e controlá-los. Seguem-se alguns fatores que podem levar os
trabalhadores a praticarem atos inseguros:

 Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais.

Ex.:sexo, idade, tempo de reação aos estímulos, coordenação motora,


agressividade, impulsividade, nível de inteligência, grau de atenção.
93

 Fatores circunstanciais: fatores que influenciam o desempenho do indivíduo


no momento. Ex.:problemas familiares, abalos emocionais, discussão com
colegas, alcoolismo, estado de fadiga, doença, etc.
 Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los. Estes
fatores são na maioria das vezes causados por: seleção ineficaz, falhas de
treinamento, falta de treinamento que caracterizam condição insegura. Ex.:
manutenção sendo realizada por operador de máquina segundo a aplicação
de técnicas intuitivas.
 Desajustamento: este fator é relacionado com certas condições específicas
do trabalho. Ex.:problema com a chefia, problemas com os colegas, políticas
salariais impróprias, política promocional imprópria, clima de insegurança.
 Personalidade: fatores que fazem parte das características da personalidade
do trabalhador e que se manifestam por comportamentos impróprios. Ex.:o
desleixado, o machão, o exibicionista, o desatento, o brincalhão.

Condições inseguras

São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, põem em risco a integridade


física e/ou mental do trabalhador, devido à possibilidade deste acidentar-se. Tais
condições manifestam-se como deficiências técnicas, podendo apresentar-se:

 Na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes,


pisos fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e
limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos, falta de sinalização.
 Na maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em partes
móveis, pontos de agarramento e elementos energizados, máquinas
apresentando defeitos.
 a proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupa e
calçados impróprios, equipamentos de proteção com defeito (EPIs, EPCs),
ferramental defeituoso ou inadequado.
 No conhecimento e habilidades do trabalhador motivado por falhas no
treinamento ou falta de treinamento.

Causas diretas de acidentes com eletricidade


94

Podemos classificar como causas diretas de acidentes elétricos as propiciadas pelo


contato direto por falha de isolamento, podendo estas ainda serem classificadas
quanto ao tipo de contato físico:

 Contatos diretos–consistem no contato com partes metálicas normalmente sob


tensão (partes vivas).
 Contatos indiretos–consistem no contato com partes metálicas normalmente não
energizadas (massas), mas que podem ficar energizadas devido a uma falha de
isolamento. O acidente mais comum a que estão submetidas as pessoas,
principalmente aquelas que trabalham em processos industriais ou
desempenham tarefas de manutenção e operação de sistemas industriais, é o
toque acidental em partes metálicas energizadas, ficando o corpo ligado
eletricamente sob tensão entre fase e terra.

Causas indiretas de acidentes elétricos

Podemos classificar como causas indiretas de acidentes elétricos as originadas por


descargas atmosféricas, tensões induzidas eletromagnéticas e tensões estáticas.

Acidentes com eletricidade (exemplos)

Inúmeros casos estão sendo relatados, e muitos, como os citados a seguir, devem
servir de justificativa para as empresas, profissionais e trabalhadores adotarem
ações preventivas.

 Queimaduras por arco elétrico decorrentes de curtos-circuitos provocados por


queda de ferramentas de trabalho durante serviços com circuitos energizados.
 Quedas, pela ausência do cinto de segurança, depois de choques elétricos.
 Energizações acidentais com trabalhadores que realizam trabalhos nas redes
elétricas.

18. Responsabilidades

EMPRESAS e EMPREGADOS.

RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL

EMPRESA
95

Conforme o Art. 157 da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas Cabe às


empresas:

• Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

• Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a


tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho e doenças ocupacionais;

• Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelos órgãos competentes;

• Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

EMPREGADOS

Conforme o Art. 158 da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas

Cabe aos empregados:

• Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, bem como as


instruções dadas pelo empregador;

• Colaborar com a empresa na aplicação das leis sobre segurança e medicina do


trabalho;

• Usar corretamente o EPI quando necessário.

SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EMENGENHARIA DE SEGURANÇA E


EM MEDICINA DO TRABALHO.

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho


está regulamentado conforme dispositivo da Lei 6.514/77 – Portaria

3.214/78, especificado na Norma Regulamentadora NR 4.

A NR- 4 estabelece a obrigatoriedade da existência do SESMT em todas as


empresas privadas, públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta dos
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, com a finalidade de promover a saúde e
proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

O dimensionamento do SESMT vincula-se à graduação do risco da atividade


principal e ao número total de empregados do estabelecimento.

Para que o funcionamento do SESMT atinja seus objetivos, é necessário que a


política visando a segurança e a saúde do trabalhador, seja bem definida e garantida
96

pelo apoio da administração e pela conscientização de cada trabalhador da empresa


em todos os níveis hierárquicos. Atribuições do SESMT

• Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho no ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive


máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até controlar os riscos ali existentes à
saúde do trabalhador;

• Determinar ao trabalhador a utilização de Equipamentos de Proteção Individual

– EPI, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco


como determina a NR 6 e se mesmo assim este persistir, e desde que a
concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija;

• Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações


físicas e tecnológicas da empresa;

• Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do


disposto nas NR's aplicáveis às atividades executadas pelos trabalhadores das
empresas e/ou estabelecimentos;

• Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas


observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;

• Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação


dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração
permanente (treinamentos);

• Esclarecer e conscientizar os empregados sobre acidentes do trabalho e doenças


ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção;

• Analisar e registrar em documentos específicos todos os acidentes ocorridos na


empresa ou estabelecimento, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo
a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores
ambientais, as características do agente e as condições dos indivíduos portadores
de doença ocupacional ou acidentado;

• As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são essencialmente


prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se
97

tornar necessário. A elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes,


disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e o salvamento e de
imediata atenção à vítima de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em
suas atividades.

PPRA-Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um documento de revisão anual,


que visa identificar, avaliar, registrar, controlar e mitigar os riscos ambientais
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, promovendo a
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, tendo em consideração a
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

• radiação eletromagnética, principalmente na construção e manutenção de linhas


de elevado potencial (transmissão e sub-transmissão) e em subestações;

• ruído em usinas de geração elétrica e subestações;

• calor em usinas de geração elétrica (sala de máquinas), serviços em redes


subterrâneas de distribuição de energia elétrica e em subestações; • umidade em
caixas subterrâneas;

• riscos biológicos diversos nos serviços em redes subterrâneas de distribuição de


energia elétrica (eventual proximidade com redes de esgoto), e obras de construção
de modo geral;

• gases tóxicos, asfixiantes, inflamáveis nos serviços em redes subterrâneas de


distribuição de energia elétrica tais como metano, monóxido de carbono, etc;

• produtos químicos diversos como solventes para limpeza de acessórios;

• óleos dielétricos utilizados nos equipamentos, óleos lubrificantes minerais e


hidrocarbonetos nos serviços de manutenção mecânica em equipamentos sobretudo
em subestações de energia, usinas de geração e transformadores na rede de
distribuição;

• ácido sulfúrico em baterias fixas de acumuladores em usinas de geração elétrica.

• ascarel ou Bifenil Policlorados (PCBs), ainda presente em transformadores e


capacitores de instalações elétricas antigas, em atividades de manutenção em
subestações de distribuição elétrica e em usinas de geração elétrica, por ocasião da
98

troca de transformadores e capacitores e, em especial, da recuperação de


transformadores e descarte desse produto.

• outros riscos ambientais, conforme a especificidade dos ambientes de trabalho e


riscos porventura decorrentes de atividades de construção, tais como vapores
orgânicos em atividades de pintura, fumos metálicos em solda, poeiras em redes
subterrâneas e obras, etc.

É fundamental a verificação da existência dos aspectos estruturais no documento


base do PPRA, que dentre todos legalmente estabelecidos, cabe especial atenção
para os seguintes:

• discussão do documento base com os empregados (CIPA);

• descrição de todos os riscos potenciais existentes em todos ambientes de


trabalho, internos ou externos e em todas as atividades realizadas na empresa
(trabalhadores próprios ou de empresa contratadas);

• realização de avaliações ambientais quantitativas dos riscos ambientais


levantados (radiação, calor, ruído, produtos químicos, agentes biológicos, dentre
outros), contendo descrição de metodologia adotadas nas avaliações, resultados
das avaliações, limites de tolerância estabelecidos na NR15 e medidas de controle
sugeridas, devendo ser assinado por profissional legalmente habilitado;

• descrição das medidas de controle coletivas adotadas;

• cronograma das ações a serem adotadas no período de vigência do programa.

O PPRA deve estar articulado com os demais documentos de Saúde e Segurança


do Trabalho - SST, como PCMSO, PCA e o PCMAT (em caso de construção de
linhas elétricas, obras civis de apoio a estruturas, prediais), e inclusive, com todos os
documentos relativos ao sistema de gestão em SST adotado pela empresa. PCMSO

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. É fundamental que o PCMSO


seja elaborado e planejado anualmente com base em um preciso reconhecimento e
avaliação dos riscos presentes em cada ambiente de trabalho, em conformidade
com os riscos levantados e avaliados no

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, no PCMAT – Programa de


Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, bem como em
99

outros documentos de saúde e segurança, e inclusive no mapa de riscos


desenvolvido pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Esse Programa constitui-se num dos elementos de Saúde e Segurança do Trabalho

- SST da empresa e não pode prescindir de total engajamento e correspondência


com o sistema de gestão adotado na empresa, se houver, integrando-o, tanto na
fase de planejamento de ações quanto na fase de monitoração dos resultados das
medidas de controle implementadas.

Frente às situações específicas do setor elétrico, onde na maioria dos casos não
estão presentes os riscos clássicos industriais, o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO) deve considerar com profundidade fatores
ergonômicos:

• de ordem psicossocial relacionados à presença do risco de vida no trabalho com


eletricidade e dos trabalhos em altura, seja no poste urbano quanto nas atividades
em linhas de transmissão, como: "stress" associado a tais riscos, grande exigência
cognitiva e de atenção, necessidade de condicionamento psíquico e emocional para
execução dessas tarefas, entre outros fatores estressores.

• de natureza biomecânica relacionados às atividades em posturas pouco


fisiológicas e inadequadas (em postes, torres, plataformas), com exigências
extremas de condicionamento físico;

• de natureza organizacional relacionados às tarefas planejadas sem critérios de


respeito aos limites técnicos e humanos, levando a premência de tempo,
atendimento emergencial, pressão produtiva.

Além dos fatores citados, evidentemente o Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional (PCMSO) deverá levar em conta os demais riscos presentes nas
atividades executadas conforme cada caso especificamente.

O controle médico deverá incluir:

• avaliações clínicas cuidadosas, admissionais e periódicas, com ênfase em


aspectos neurológicos e osteo-músculo-ligamentares de modo geral;

• avaliação de aspectos físicos do trabalhador pertinentes a outros riscos


levantados, incluindo ruído, calor ambiente e exposição a produtos químicos;
100

• avaliação psicológica voltada para o tipo de atividade a desenvolver;

• avaliação de acuidade visual, (trabalho muitas vezes à distância, e com percepção


de detalhes).

Exames complementares poderão ser solicitados, a critério médico, conforme cada


caso.

Ainda, ações preventivas para situações especiais devem ser previstas, como
vacinação contra Tétano e Hepatite, no caso de atividades em caixas subterrâneas
próximas à rede de esgoto. O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO), além da avaliação individual de cada trabalhador envolvido,
periodicamente, tem o caráter de um estudo de corte, longitudinal, onde o médico do
trabalho tem oportunidade de acompanhar uma determinada população de
trabalhadores ao longo de sua vida laboral, estudando o possível aparecimento de
sintomas ou patologias, a partir da exposição conhecida a fatores agressores. É
fundamental que os relatórios anuais sejam detalhados, com a guarda judiciosa dos
prontuários médicos, sendo a implementação do programa verificada pelo Auditor
Fiscal do Trabalho por meio da correção dos Atestados de Saúde Ocupacionais,
quanto a dados obrigatórios e periodicidade, disponibilidade dos relatórios anuais e,
caso necessário, por meio das análises dos prontuários médicos.

CIPA-Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Conforme determina a NR 5 as empresas privadas, públicas, sociedades de


economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes,
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam
trabalhadores como empregados devem constituir CIPA por estabelecimento e
mantê-la em regular funcionamento.

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do


trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A CIPA é composta por representantes do empregador - (designados) e dos


empregados (eleitos).

O organograma pode ser representado conforme segue:

Atribuições da CIPA
101

• Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a


participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde
houver;

• Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de


problemas de segurança e saúde no trabalho;

• Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de


prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de açãonos locais
de trabalho;

• Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho


visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e
saúde dos trabalhadores;

• Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu


plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

• Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

• Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo


empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

• Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de


máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde
dos trabalhadores;

• Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros


programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

• Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como


cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e
saúde no trabalho;

• Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da


análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
solução dos problemas identificados;

• Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham


interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
102

• Requisitar à empresa as cópias das CAT's emitidas;

• Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana


Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

• Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de

Prevenção da AIDS.

Responsabilidades das Ações ou Omissões em Instalações e Serviços com


Eletricidade

A norma regulamentadora estabelece os requisitos e condições mínimas


objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores

que direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com


eletricidade. A NR-10 é bem clara quanto às responsabilidades solidárias e
individuais dos empregados e empregadores. Com objetivos secundários, mas não
menos importantes temos maior participação dos trabalhadores no processo
produtivo, liderança alinhada com atividades seguras, tomada de decisão em grupo,
autoconfiança e autoestima, o grupo aprende a analisar as condições de trabalho,
desenvolvendo diagnósticos para resolução dos problemas.

Fica evidenciado que esta norma infere no surgimento de um sistema de gestão dos
riscos e agregados com objetivos claros:

manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos,


instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos
elétricos a serem adotados, sua aplicação diária, interfaces com os projetos e
atualizações, entre outros. Noções dos impactos que cada indivíduo exerce sobre os
outros e suas ações, o aperfeiçoamento das comunicações, redução dos conflitos
intergrupal.

Responsabilidades de todos: zelar pela sua segurança e saúde e a de outras


pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho, em
todos os cargos e funções; responsabilizar-se junto à empresa pelo cumprimento
das disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos
preconizados de segurança e saúde;
103

Todo o trabalhador que direta ou indiretamente, interaja em instalações elétricas e


serviços com eletricidade deve ser treinado e capacitado a fim de diminuir os
acidentes envolvendo eletricidade.

RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL

Ninguém pode se eximir de responsabilidade ou de cumprir a lei, alegando que não


a conhece.

Este é o princípio básico que norteia a vida de todo o cidadão.

LEGISLAÇÃO APLICADA

Na esfera Civil: Código Civil, e outras leis: Responsabilidade Civil

Na esfera criminal: Código Penal, e outras leis: Responsabilidade Penal

Na esfera Previdenciária: Leis 8213/91, Lei 8212/91: Responsabilidade

Previdenciária

Defesa do Meio Ambiente do Trabalho: Lei 7347/85- ação civil pública

RESPONSABILIDADE CIVIL

Art. 186 Código Civil

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar


direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Para existência dessa responsabilidade é necessário que haja:

1)Culpa;

2)Dano;

3)Nexo Causal;

1) CULPA:

A existência da culpa pode ocorrer por ação ou omissão:

Ocorre pelo fato da pessoa ter agido ou se omitido e em decorrência desse ato haja
danos a terceiros, como nexo causal.

O ato de culpa pode em função de:

a)negligência- omissão voluntária


104

b) imprudência - não observar as medidas de precaução e segurança

c) imperícia - relacionada à habilidade na profissão

d) culpa "in vigilando"-eleger pessoa errada (sem capacidade) para determinado


trabalho,

e) culpa "in eligendo"-, negligenciar na fiscalização de algum serviço

f) culpa concorrente – o empregado será acionado simultaneamente

g) culpa concorrente – o empregado será acionado se o principal responsável não


arcar com os prejuízos

Art. 157 da Consolidação das Leis do Trabalho, cabe às empresas:

I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a


tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente;

IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

O empregado também poderá, no que couber, responder por atos de negligência


nos termos do Art. 482 Consolidação das Leis do Trabalho.

RESPONSABILIDADE

Art. 942 do Código Civil. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito
de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado, e, se tiver mais de um autor
a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação.

Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores, os coautores e


as pessoas designadas no artigo 932 do Código Civil.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

III - O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e

prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou por ocasião dele.

RESPONSABILIDADE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Artigo 37 da Constituição Federal


105

§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.

Conclusão:

SOLIDARIEDADE

Em regra geral, a responsabilidade é sempre individual, entretanto o art.

186 e 927 do Código Civil permitem estender a todos os responsáveis pelo dano.

Empreiteiro, tomador de mão de obra, contratado/contratante.

2) DANO:

Danos Patrimoniais: perda da capacidade do trabalho (parcial ou total):

avaliação por perito

Danos Morais: sofrimento moral, dor pessoal: avaliação pelo juiz

Danos estéticos: avaliação pelo perito e juiz

DANOS PATRIMONIAIS

A) Óbito: pensão aos familiares, despesas tratamento, luto e funeral

B) Lesão Corporal: acidente ou doença ocupacional: pensão correspondente à

diminuição do valor do trabalho;despesas de tratamento

DANOS MORAIS

Depende da avaliação do juiz, leva-se em conta:

a) Situação econômica da vítima

b) Situação econômica do causador do dano

c) Penalização

d) Outros fatores

3) NEXO CAUSAL:
106

1) Responsabilidade Subjetiva

Há que se provar que o acidente de trabalho ocorreu devido à conduta

culposa do empregador

2) Responsabilidade Objetiva

Basta provar o dano, devendo o empregador provar que não foi responsável.

Efeitos:

Presente os requisitos, o devedor será obrigado a indenizar:

A) óbito: pensão mensal aos dependentes e indenização por danos morais,


espessas de tratamento, luto e funeral

B) lesão corporal/ doença ocupacional: pensão mensal até 65/70 anos,relacionada


com a perda da capacidade laborativa (perícia médica); despesas de tratamento,
danos morais

PARA EXEMPLIFICAR, LISTAMOS ABAIXO ALGUMAS DECISÕES

JUDICIAIS:

APELACAO CIVEL 0199961-3 - PALMAS j. 16.09.02

Acidente de trabalho - responsabilidade do empregador –culpa comprovada

- nexo de causalidade - morte por afogamento quando a vitima se encontrava no


exercício do labor por falta de materiais de segurança, de orientações necessárias
para evitar o infortúnio - sentença reformada

para se julgar procedente a ação - vitima que percebia 5/3 do salário mínimo
vigente a época do infortúnio- possibilidade de cumulação de dano material e moral -
pensionamento a autora no importe de 4/5 do salário percebido pelo "de cujus" -
dano moral fixados em 200 salários mínimos – recurso

conhecido e provido.

APELACAO CIVEL 0211709-9 - CURITIBA - - Ac. 15173 JULG. :

12/11/02
107

Responsabilidade civil - indenização - acidente do trabalho pelo direitocomum.


Doença profissional - lesões por esforços repetitivos (ler ou dort) -operadora de
caixa registradora em supermercado-culpa evidenciada.

OBSERVAÇÃO:

A responsabilidade civil é independente da responsabilidade criminal. Oinfrator


responderá, em todas a esferas, seja ela administrativa, civil,penal, etc.

RESPONSABILIDADE CRIMINAL

Área civil : a responsabilidade é do empregador pelo não cumprimento da legislação


prevencionista;

Área criminal, a responsabilidade é pessoal:

Exposição de perigo

De acordo com o art. 132 do Código Penal, quem "Expor a vida ou a saúde de
outrem a perigo direto ou iminente estará sujeito a detenção de três meses a um
ano, se o fato não constitui crime mais grave". Desse ensinamento, conclui-se que o
zelo pela vida e saúde de outrem é uma obrigação e que sujeitará a detenção
aquele que for irresponsável no tocante a este ponto.

Aqui, pode-se concluir que brincadeiras no trabalho podem resultar em cadeia.

Lesões corporais

De acordo com o art. 129 do Código Penal, quem "Ofender a integridade corporal
ou a saúde de outrem, estará sujeito a detenção de três meses aum ano. Se a lesão
for culposa, estará sujeito a pena de reclusão de dois

meses a um ano

Homicídio

De acordo com o art. 121 do Código Penal, quem "matar alguém

intencionalmente" estará sujeito a pena de reclusão que vai de seis a vinte

anos. Se ficar comprovado que o homicídio ocorreu por culpa e não por dolo, a
pena de detenção poderá ser de um a três anos.

NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA
108

De acordo com o art. 269 do Código Penal, haverá pena de seis meses se o médico
deixar de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória.

Notificação Compulsória

De acordo com o art. 169 da CLT, é obrigatória a notificação das doenças


profissionais e das produzidas em virtudes de condições especiais de trabalho,
comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as

instruções expedidas pelo ministério do trabalho.

PARA EXEMPLIFICAR, LISTAMOS ABAIXO ALGUMAS DECISÕES

JUDICIAIS:

HOMICÍDIO E LESÕES CORPORAIS CULPOSAS - Acidente em obras

de demolição de prédio - Responsável que recruta pessoal inexperiente

e desprotegido - Culpa configurada

"Se o réu, encarregado de demolição, não planeja a obra, escolhe operários


tecnicamente despreparados e não lhes fornece instrumentos adequados e
equipamentos de segurança, limitando-se a recomendar cuidado, age com
manifesta culpa, por imperícia e por negligência".

(Apel. 350.921-7, da Comarca de S. Bento do Sapucaí; Apelante: Joaquim Berti


sendo apelada a Justiça Pública; 4ª Câmara do Tribunal de Alçada Criminal;
JTACRIM, v. 83, ed. Lex, pág. 299).

HOMICÍDIO CULPOSO - Acidente do trabalho - Morte de dois operários decorrente


de deslizamento de terra, em obra, em construção

- Responsabilidade do engenheiro e do mestre-de-obras.

"As normas de segurança do trabalho nas atividades da construção civil exigem que
os taludes das escavações de profundidade superior a 1,5m devam ser escorados
com pranchas metálicas ou de madeira, assegurando

estabilidade de acordo com a natureza do solo".

(Apel. 349.049-0, da Comarca de Ribeirão Preto; Apelantes: José Antonio de


Almeida e Enio Francisco, sendo apelada a Justiça Pública; 9ª Câmara do Tribunal
de Alçada Criminal - JTACRIM, vol. 80, ed. Lex, pág. 499)
109

OBSERVAÇÕES

Devem-se acautelar, portanto, os engenheiros, os técnicos, ossupervisores, os


gerentes, os cipeiros e todos aqueles que têm sob sua responsabilidade
trabalhadores, vítimas potenciais de acidentes, no

tocante a rigorosa observância das normas de segurança e higiene do trabalho,


impedindo a execução de atividade em que haja possibilidade de eventuais
acidentes, comunicando por escrito ao superior hierárquico os

perigos detectados, fazendo inseri-los nas atas das CIPAs, munindo-se de


testemunhas, com o fito de demonstrar que agiram com as cautelas necessárias e
que não se omitiram no cumprimento de seu dever

profissional.

RESPONSABILIDADE PREVIDENCIÁRIA

CAT -Comunicação de acidentes de trabalho : independentemente de afastamento


Estabilidade: art. 128 ; Lei 8213/91: vale para todos os tipos de contrato de trabalho

Ação Regressiva:

Recolhimento de FGTS/PIS, durante o afastamento importante a declaração de


dependência.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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percorrendo o corpo humano.
ABNT. NBR 6146: Graus de proteção.
ABNT. NR 5410:2004. Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
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