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Lógica Matemática
Definição: A palavra lógica deriva do grego “Logiké” que sigifica ciência do raciocíneo.
A lógica tem como objectivos:
Saber como devemos nos exprimir na linguagem corrente
Obter melhor conhecimento da linguagem Matemática.
Termos e Proposições
Termo ou Designação:
Chama-se termo ou designação, a uma expressão que designa os seres existentes.
São exemplos de termos, os nomes de pessoas, de cidades, de objectos, de animais, quantidades
ou qualidades.
Exemplos: Carlos, leão, carro, 6, azul, Maputo, etc.
Proposição:
Chama-se proposição, a uma expressão a partir da qual faz sentido afirmar se é verdadeira ou falsa,
isto é, podemos atribuir um valor lógico.
Exemplos:
1. Samora foi o primriro presidente de Moçambique independente (Verdadeira).
2. A cobra é uma ave (Falsa).
3. 1 − 7 = −8 (Falsa).
4. 8 − 7 < 11 (verdadeira).
Para o estudo da lógica, exitem dois princípios ou leis a saber:
1. Princípio ou lei da não contradição: “Uma proposição não pode ser simultaneamente
verdadeira e falsa”.
2. Princípio ou lei do terceiro excluido: “Uma proposição ou é verdadeira ou é falsa (exclui-
se uma terceira possibilidade)”.
uma proposição verdadeira, diz-se que tem valor lógico verdade e representa-se por V ou 1. E uma
proposição falsa diz-se que tem valor lógico falsidade e representa-se por 1 ou 0. Daí que a lógica
Matemática diz-se Bivalente porque são duas as possibilidades para atribuir o valor lógico a uma
proposição.
O universo lógico 𝐿, é dado por: 𝐿 = {𝑉; 𝐹} 𝑜𝑢 𝐿 = {1; 0}.
Exemplos:
1. Maputo é a cidade capital de de Moçambique (V ou 1)
2. 7 < √37 (F ou O)
Equivalência de proposições
Duas proposições dizem-se equivalentes se têm o mesmo valor lógico (são ambas verdadeiras ou
ambas falsas).
Exemplos:
1. A proposição: Maputo é a cidade capital de Moçambique , e a proposição: 2 + 7 = 9, são
equivalentes porque ambas são verdadeira.
2. A proposiçã: a cobra é uma ava, e a proposição: 𝜋 é um número inteiro, são equivalentes
porque ambas são falsas.
Para designar proposições, vamos usar as letras minúsculas, por exemplo:
1. p: Maputo é a cidade capital de Moçambique.
2. q: A cobra é uma ave.
Operações com proposições:
1. Negação (~)
Dada uma proposição 𝑝, chama-se negaçã de 𝑝 e representa-se por ~𝑝, a uma nova
proposição que resulta da proposição 𝑝 antepondo as palavras “não é verdade que”. E essa
nova proposição será verdadeira se 𝑝 for verdadeiro, e falsa se 𝑝 for falsa.
Exemplos:
a) 𝑝: O Paulo estuda Matemática
~𝑝: O Paulo não estuda Matemática
b) 𝑞: 7 é um número primo (V)
~𝑞: 7 não é um número primo (F)
c) 𝑟: A cobra é uma ave (F)
~𝑟: A cobra não é uma ave (V)
d) 𝑠: 1 + 9 = 10 (V)
~𝑠: 1 + 9 ≠ 10 (F)
Para indicar o valor lógico de uma proposição, usam-se as seguintes tabelas que se chamam tabelas
de verdade.
𝑝 ~𝑝 𝑝 ~𝑝
V F Ou 1 0
F V 0 1
O papel da negação é de alterar o valor lógico de uma proposição, isto é, transforma uma
proposição verdadeira numa falsa e uma falsa numa verdaeira. Por isso a negação é uma operação
não propriamente para proposições, mas sim para valores lógico.
~𝑉 = 𝐹 𝑒 ~𝐹 = 𝑉
2. Conjunção (⋀)
𝑝⋀𝑞 (𝑙ê − 𝑠𝑒: 𝑝 𝑒 𝑞)
Dadas duas proposições 𝑝 𝑒 𝑞, chama-se conjunção de 𝑝 𝑒 𝑞, a uma nova proposição que
consiste de ligar 𝑝 𝑒 𝑞 pelo símolo ⋀, e essa nova proposição é verdadeira se ambas as
proposições são simultaneamente verdadeiras, e falsa se pelo menos uma das proposições
é falsa.
Para indicar o valor lógico da conjunção de duas proposições quaiquer, podemos usam-se também
as tabelas de verdade.
Sejam 𝑝 𝑒 𝑞 duas proposições quaisquer, então vamos estudar o número de casos possíveis:
Para 𝑝 = 𝑉 (𝑞 = 𝑉 𝑜𝑢 𝑞 = 𝐹) e para 𝑝 = 𝐹(𝑞 = 𝑉 𝑒 𝑞 = 𝐹), logo obtém-se:
𝑝 𝑞 𝑝⋀𝑞 𝑝 𝑞 𝑝⋀𝑞
V V V ou 1 1 1
V F F 1 0 0
F V F 0 1 0
F F F 0 0 0
Exemplos:
a) 𝑝: Eu estudo a lógica
𝑞: O Paulo estuda Matemática
𝑝⋀𝑞: Eu estudo a lógica e o Paulo estuda Matemática.
c) 𝑟: 2 + 8 > −9 (V)
𝑠: 3 ≥ √3 (V)
𝑟⋀𝑠: 2 + 8 > −9 e 3 ≥ √3 (V)
3. Disjução
A disjunção é uma operação associada a palavra ou. Existem dois tipos de disjunção a
saber: exclusiva e inclusiva
3.1.Disjunção Exclusiva (∨̇)
𝑝 ∨̇ 𝑞 ( lê-se: 𝑜𝑢 𝑝 𝑜𝑢 𝑞)
Chama-se disjunção exclusiva de duas proposições 𝑝 e 𝑞, a uma nova proposição que
consite de ligar 𝑝 e 𝑞 pelo símbolo ∨̇, e essa nova proposição (𝑝 ∨̇ 𝑞) é verdadeira se
ambas as proposições têm o mesmo valor lógico ( são ambas verdadeiras ou ambas
falsas), e falsa se têm valores lógicos diferenres (uma é verdadeira e outra falsa).
𝑝 𝑞 𝑝 ∨̇ q
V V 0
V F 1
F V 1
F F 0
Exemplos:
a) 𝑝: O paulo estuda Matemática
𝑞: A Rita estuda Geografia
𝑝 ∨̇ 𝑞: Ou o paulo estuda Matemática ou a Rita estuda Geografia
b) 𝑟: A cobra é uma ave (F)
𝑠: 2 + 7 > 12 (F)
𝑟 ∨̇ 𝑠: Ou a cobra é uma ave ou 2 + 7 > 12 (F)
3.2.Disjunção Inclusiva (∨)
𝑝 ∨ 𝑞 (𝑙ê − 𝑠𝑒; 𝑝 𝑜𝑢 𝑞)
Chama-se disjunção inclusiva de duas proposições 𝑝 𝑒 𝑞, a uma nova proposição que
consiste de ligar 𝑝 𝑒 𝑞 pelo símbolo ∨ (lê-se: ou), essa nova proposição (𝑝 ∨ 𝑞), é
verdadeira em todos os casos excepto se ambas as proposições são silmultaneamente
verdadeiras, isto é, é verdadeira se pelo menos uma das proposições é verdadeira e falsa
quandos as duas são falsas.
𝑝 𝑞 𝑝∨𝑞
V V 1
V F 1
F V 1
F F 0
Exemplos:
a) 𝑝: Samora foi o primeiro presidente de Moçmbique independente (V)
𝑞: Maputo é a cidade capital Angola (F)
𝑝 ∨ 𝑞: Samora o primeiro presidente de Moçambique independente ou Maputo é a cidade
capital dde Angola (V)
b) 𝑟: 2 + 7 = 13 (F)
𝑠: 8 é um número ímpar (F)
𝑟 ∨ 𝑠: 2+7=13 ou 8 é um número ímpar (F)
𝑝 𝑞 𝑝⇒𝑞
V V 1
V F 0
F V 1
F F 1
Exemplos:
a) 𝑝: A cobra é uma ave (F)
𝑞: As galinhas têm dentes (F)
𝑝 ⇒ 𝑞: Se a cobra é uma ave, então as galinhas têm dentes (V)
b) 𝑟: 2 + 7 ≤ 6 (V)
𝑠: Maputo é a cidade capital de Angola (F)
𝑟 ⇒ 𝑠: Se 2 + 7 ≤ 6, então Maputo é a cidade capital de Angola (F)
c) 𝑎: 15 é um úmero par (F)
𝑏: 15 é um número primo (F)
𝑎 ⇒ ~𝑏: Se 15 é um número par, então 15 não é um númro primo (V)
5. Equivalência Material (⟺)
𝑝 ⟺ 𝑞 ( lê-se: 𝑝 se e somente se 𝑞) ou ( 𝑝 se e só se 𝑞. Abreviando 𝑝 sse 𝑞)
Dadas duas prioposições 𝑝 𝑒 𝑞, chama-se equival^encia material de 𝑝 𝑒 𝑞, a uma nova
proposição que consite em ligar 𝑝 𝑒 𝑞 pelo símbolo ⟺ ( lê-se equivale), e essa nova
proposição é verdadeira se ambas as proposições têm o mesmo valor lógico ( são ambas
verdadeiras ou ambas falsas) e falsa se têm valores lógicos diferentes ( uma é verdadeira
e a outra é falsa).
𝑝 𝑞 𝑝⟺𝑞
V V 1
V F 0
F V 0
F F 1
Exemplos:
a) 𝑎: O Paulo estuda lógica
𝑏: O paulo estuda Matemática
𝑎 ⟺ 𝑏: O Paulo estuda lógica se e somente se estuda Matemática
b) 𝑝: Moçambique é um país africano (V)
𝑞: O pato é uma uma ave (V)
𝑝 ⟺ 𝑝: Moçambique é um país africano se e somente se o pato é uma ave (V)
c) 𝑟: As galinhas têm dentes (F)
𝑠: 2+7=9
𝑟 ⟺ 𝑠: As galinhas têm dentes se e só se 2+7=9 (F)
𝑝 𝑞 𝑟 𝑝 ∨ (𝑞 ∨ 𝑟) ( 𝑝 ∨ 𝑞) ∨ 𝑟
V V V 1 V V 1
V V F 1 V V 1
V F V 1 V V 1
V F F 1 F V 1
F V V 1 V V 1
F V F 1 V V 1
F F V 1 V F 1
F F F 0 F F 0
Exemplos:
a) (𝑥 2 − 4 = 0) ∨ (2𝑥 − 6 = 0) em IR temos:
(𝑥 2 − 4 = 0)⟺𝑥 2 = 4⟺ 𝑥 = ±2⟺ 𝑥 ∈ {−2; 2}
2𝑥 − 6 = 0⟺2𝑥 = 6⟺∨ 𝑥 = 3⟺ 𝑥 ∈ {3}. Logo:
(𝑥 2 − 4 = 0) ∨ (2𝑥 − 6 = 0)⟺𝑥 ∈ {−2; 2} ∪ {3} ⟺ 𝑥 ∈ {−2; 2; 3}
b) Sejam dada as condições 9 − 𝑥 2 ≥ 0 𝑒 8 − 4𝑥 ≥ 0, então:
9 − 𝑥 2 ≥ 0 ∨ 8 − 4𝑥 ≥ 0⟺(3 − 𝑥)(3 + 𝑥) ≥ 0 ∨ 4𝑥 ≤ 8⟺
⟺ −3 ≤ 𝑥 ≤ 3 ∨ 𝑥 ≤ 2⟺𝑥 ∈ [−3; 3] ∨ 𝑥 ∈ ]−∞; 2]⟺𝑥 ∈ [−3; 3] ∪ ]−∞; 2]⟺
𝑥 ∈ ]−∞; 3]. Logo 9 − 𝑥 2 ≥ 0 𝑒 8 − 4𝑥 ≥ 0 ⟺ 𝑥 ≤ 3
Exemplos:
a) Sejam dada as condições 9 − 𝑥 2 ≥ 0 𝑒 8 − 4𝑥 ≥ 0em IR, então:
9 − 𝑥 2 ≥ 0⟺𝑥 ∈ [−3; 3], e 8 − 4𝑥 ≥ 0⟺𝑥 ∈ ]−∞; 2]. Logo
9 − 𝑥 2 ≥ 0 ⋀ 8 − 4𝑥 ≥ 0⟺𝑥 ∈ [−3; 3] ⋀ 𝑥 ∈ ]−∞; 2]⟺𝑥 ∈ [−3; 3] ∩ ]−∞; 2]⟺
𝑥 ∈ [−3; 2]
b) Em IR as condições 2𝑥 − 4 ≥ 0 𝑒 𝑥 2 − 1 < 0, temos:
2𝑥 − 4 ≥ 0 ⋀ 𝑥 2 − 1 < 0⟺2𝑥 ≥ 4 ⋀ (𝑥 + 1)(𝑥 − 1) < 0⟺𝑥 ≥ 2 ⋀ 𝑥 ∈ ]−1; 1[⟺
⟺𝑥 ∈ [2; +∞[ ∩ ]−1; 1[⟺x∈ ∅. Logo a conjução de 2𝑥 − 4 ≥ 0 𝑒 𝑥 2 − 1 < 0 é uma
condição impossível.
3. Condições incompatíveis
Duas condicões 𝑝(𝑥) 𝑒 𝑞(𝑥) dizem-se incompativeis se a sua verificação simultânea for
uma condição impossível, isto é , a intersecção dos conjuntos de verdade de duas
condições incompatíveis é o conjunto vazio.
𝑝(𝑥) 𝑒 𝑞(𝑥) são incompatíveis ⟺ 𝑝(𝑥) ⋀ 𝑞(𝑥) ⟺ 𝑖(𝑥), isto é, 𝑃 ∩ 𝑄 = ∅.
1. Propriedade comutativa:
i) Da conjução: 𝑝(𝑥) ⋀ 𝑞(𝑥)⟺𝑞(𝑥) ⋀ 𝑝(𝑥)
𝑃∩𝑄 =𝑄∩𝑃
2. Propriedade associativa:
i) Da conjunção: [𝑝(𝑥) ⋀ 𝑞(𝑥)]⋀ 𝑟(𝑥)⟺ 𝑝(𝑥) ⋀ [𝑞(𝑥) ⋀ 𝑟(𝑥)]
(𝑃 ∩ 𝑄) ∩ 𝑅 = 𝑃 ∩ (𝑄 ∩ 𝑅)
ii) A disjunção de uma condição com uma condição impossível é equivale a mesma
condição: 𝑝(𝑥) ∨ 𝑖(𝑥) ⟺ 𝑝(𝑥). (𝑃 ∪ ∅ = 𝑃)
ii) A disjunção de uma condição com uma condição universal é equivalente a uma
condição universal: 𝑝(𝑥) ∨ 𝑢(𝑥) ⟺ 𝑢(𝑥).
(𝑃 ∪ 𝑈 = 𝑈)
Leis de Morgan
1. ~[𝑝(𝑥)⋀𝑞(𝑥)]⟺~𝑝(𝑥) ∨ ~𝑞(𝑥)
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
(𝐴 ∩ 𝐵) = 𝐴̅ ∪ 𝐵̅
Quantificação e Quantificadores
Das operações estudadas, existem duas que apenas só são aplicadas nas condição: a
quantifição universal ( o seu respectivo símbolo de quantificador universal: ∀) e
quantifição de existência ( o seu respectivo símbolo de quantificador existencial: ∃).
Exemplos:
a) ∀𝑥 ∈ 𝐼𝑅; 𝑥 2 ≥ 0. Em linguagem Corrente vem: “O quadrado de qualquer número real é
maior ou igual a zero (é não negativo)”
Como a condição 𝑥 2 ≥ 0 é universal em IR, a proposição é verdadeira.
b) ∀𝑥 ∈ 𝐼𝑅; 2𝑥 − 4 < 0. Em linguagem corrente temos: “ O dobro de qualquer número real
subtraido por quatro é menor do que o zero”.
Como a condição 2𝑥 − 4 < 0 não é universal em IR, então a proposição é falsa.
Exemplos:
a) ∃𝑥 ∈ 𝐼𝑅: 2𝑥 − 4 < 0. Em linguagem corrente vem: “Há pelo menos um número real cujo
dobro subtraido por quatro é menor do que o zero”.
Como a condição 2𝑥 − 4 < 0 é possível em IR, então a proposição é verdadeira.
E para afirmar que nenhum valor do universo verifica a condição usa-se o símbolo ∄(lê-
se: nenhum, não existe,...).