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Caroline Pelisser
Economista
Corecon/RS nº 8362
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economias. Com essa classificação, o país deixou de ter sua nota de crédito soberana
considerada como grau especulativo e passou integrar um grupo de países avaliados como
seguros para investimentos externos.
O Brasil vem apresentando uma tendência de acumulação intensiva de reservas cambiais tal
como os demais países emergentes. No final dos anos 1980, o País experimentou um processo
gradual de intensificação da abertura econômica, percebendo, com maior nitidez, os impactos
da dinâmica do sistema financeiro internacional, determinando a composição dos fluxos de
capitais destinados à economia nacional. A partir de 2003, a combinação entre melhoria na
renda dos países desenvolvidos e aumento no preço das commodities gerou ampliação da
liquidez internacional e o acúmulo intensivo de reservas nas economias emergentes.
Aproveitando-se do cenário externo favorável, o Brasil, especialmente em 2004, registrou uma
melhora significativa nas contas externas, pagando seus compromissos com o FMI e
registrando um avanço gradual nos indicadores de vulnerabilidade e no perfil de
financiamento externo, observando uma onda de aumento dos influxos de capitais. Tal cenário
favoreceu ainda mais o aumento das reservas internacionais, assim como a redução da dívida
de curto prazo. Para se ter ideia, as reservas cambiais brasileiras saltaram de 2,1% do PIB em
1990 para 7,9% do PIB em 2007. Atualmente, encontram-se no patamar de US$ 369 bilhões,
levando-se em conta o conceito liquidez, com base em novembro/2015, ou 20% do Produto
Interno Bruto, acumulado nos últimos 12 meses, com base em novembro/2015.
Para inferir sobre o custo das reservas internacionais deve-se considerar uma análise acerca da
sua aquisição e financiamento. Uma das maneiras básicas de financiamento das reservas,
comumente utilizada pelas autoridades monetárias é a compra direta de moeda estrangeira
através da venda de moeda nacional. Essa escolha de financiamento, pode incorrer em efeito
duplamente custoso para o país. Caso não sejam realizadas operações de esterilização, a base
monetária será aumentada, causando problemas inflacionários e alterações no câmbio.
Entretanto, se a esterilização for feita, a base monetária não sofrerá alteração, mas esta
operação também incorrerá em custos. A esterilização cambial, de forma sintética, funciona da
seguinte maneira: o Banco Central (BC) compra moeda estrangeira efetuando o pagamento em
moeda nacional, o que, por consequência, aumenta a base monetária. Para enxugar essa base
monetária, o BC conduz operações no mercado aberto, geralmente por meio da venda de
títulos públicos, o que ocasiona aumento da dívida pública e, possivelmente, a sua proporção
em relação ao PIB, que está diretamente associada ao risco dos títulos do governo, acarretando
em entraves ao endividamento público, bem como influenciando as taxas de juros para a
aquisição desses títulos. É importante perceber, que o aumento da dívida pública será tanto
maior quanto maior for o diferencial entre a taxa de juros interna e externa. Isso ocorre porque
o BC investe suas reservas internacionais especialmente em títulos do governo americano,
recebendo em troca juros muito baixos. Dessa forma, o custo fiscal da manutenção de reservas
cambiais pode ser interpretado basicamente como a diferença entre o retorno das aplicações
em reservas em instituições financeiras internacionais, que geralmente são muito baixos, e os
altos juros pagos pela dívida pública interna. Além disso, pode-se pensar também em um custo
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de oportunidade, dado que quando a autoridade monetária decide acumular ativos em moeda
estrangeira significa que ela decidiu, ao mesmo tempo, não acumular ativos em moeda
nacional.
Existe um debate sobre o nível ótimo de reservas. Em que consiste este debate e por que
ele é importante?
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