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Energia Solar e Eólica: Preço, Diferenças

e Melhores Locais
4 de maio de 2017Lucas Tudo sobre Energia Solar

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A energia solar e eólica são duas fontes renováveis de energia. A


primeira utiliza o sol como fonte de produção energética e a
segunda utiliza a força dos ventos como fonte. Para a energia solar
é comum o uso de painéis solares. Para a eólica usam-se hélices.

Dentre as fontes renováveis, a energia Solar e Eólica são as que


merecem maios destaque, tanto pelo seu potencial de geração
elétrica quanto pela capacidade instalada no mundo.

Mas quais são as principais características de cada uma? Quais as


diferenças entre elas? Quais as regiões do Brasil que possuem maior
potencial para cada uma delas? Lucas Santana, instrutor técnico da
Blue Sol, responde tudo isso nesse artigo. Confira abaixo e boa
leitura!
 

#4 Fatos Sobre a Energia Solar e Eólica


 

#1 – Corrente Contínua x Corrente Alternada

O primeiro fato que temos sobre a geração de energia elétrica


através da fonte eólica é que ela acontece em corrente alternada
(CA), diferentemente da energia solar – que é gerada em corrente
contínua (CC).

Se você ainda não conhece todas as diferenças entre a corrente


contínua e alternada, não deixe de conferir nosso artigo específico
sobre esse tema.

Por isso, alguns modelos de aerogeradores abrem a possibilidade de


ser diretamente conectados à rede elétrica, dispensando o uso de
inversores interativos, como acontece com a geração elétrica através
da fonte solar fotovoltaica.

Outra curiosidade sobre a energia solar e eólica, ainda em relação à


geração em corrente alternada, é que (no Brasil) toda a energia
elétrica é transmitida a uma frequência de 60 Hz (Hertz). 

Em um inversor interativo fotovoltaico, essa configuração é


estabelecida eletronicamente, via software do fabricante que controla
o equipamento.

Para a energia eólica, esse valor de frequência pode ser estabelecido


de forma estrutural, durante o processo construtivo da máquina
elétrica.

#2 – Área Ocupada pela Energia Solar e Eólica


Usinas eólicas, assim como as fotovoltaicas, possuem alta potência
instalada. O Parque Eólico de Osório, instalado no interior do Estado
do Rio Grande do Sul, tem capacidade de levar energia elétrica a 240
mil habitantes.

Possui 150 aerogeradores de 2 MW cada, totalizando 300 MW.


Destes, apenas 51 MW condizem à geração de energia elétrica,
efetivamente. Esse parque ocupa três grandes regiões, nos
municípios de Osório, Índios e Sangradouro, com área total de 130
km², aproximadamente.

No entanto, apenas 5% dessa área é tomada por aerogeradores, ou


seja, 0,043 km² por MW instalado ou 0,127 km² por MW gerado.

A usina fotovoltaica de Nova Olinda, da italiana Enel Green Power,


ainda em fase de construção na pequena cidade piauiense de Ribeira
do Piauí, terá capacidade de suprir o consumo elétrico de 300 mil
habitantes, com potência de 292 MW, que corresponde a 927 mil
painéis solares (módulos fotovoltaicos), aproximadamente.
Essa usina ocupará uma área total de 690 hectares ou algo
equivalente a 6,9 km². Dessa forma, a ocupação do solo será de
0,023 km² por MW de potência instalada.

Assim, se fizermos a comparação entre as duas fontes estritamente


pela quantidade de potência instalada e área ocupada, a energia
eólica ocupa uma área 53% superior à energia solar
fotovoltaica, por Megawatt instalado.

Esse fator torna o uso da energia solar fotovoltaica ainda mais


interessante e viável, já que, além da vantagem em relação à
ocupação de área, os investimentos estruturais necessários para a
aplicação dessa fonte são extremamente inferiores à eólica. 

#3 – Geradores Eólicos no Brasil

No Brasil, os aerogeradores operam em baixa velocidade, que é um


grande benefício, pois com a baixa velocidade de rotação, reduzem-
se também os ruídos oriundos do giro das hélices e se tem a
possibilidade de aumento do tamanho das turbinas.

Quando movimentados por velocidades acima das suportadas, os


aerogeradores são desligados e muitas vezes se faz necessária a
atuação do freio-motor, controlando o giro do gerador e protegendo
suas estruturas contra qualquer tipo de dano estrutural.

Além disso, a baixa velocidade de giro das pás coletoras tem um


apelo ambiental fortíssimo. Por conta do movimento lento, as aves
conseguem perceber a existência desse obstáculos e tendem a
desviar do aerogerador. Esse fator reduz a mortandade de pássaros e
demais aves.

O Brasil, por ter iniciado a implantação da geração elétrica via


energia eólica de forma tardia, já se aproveitou das vantagens
tecnológicas e das inovações do setor. Então, no país, não é
permitido instalar torres eólicas em meio a rotas migratórias de
pássaros.

 
#4 – Torre Eólica x Placa Solar

A potência de geração elétrica de uma torre de energia eólica pode


variar de forma diretamente proporcional à sua altura. De 50 a 200
metros, essas torres atingem na média, potências de 100 kW a 3
MW, respectivamente.

Isso explica o fato de que quanto maior for a altura da torre, maiores
serão as pás de captação da energia dos ventos.

Você sabia? Uma torre eólica de potência entre 660 kW a 1 MW pode


ser maior que um Boeing 747!

E qual a altura de um sistema de energia solar fotovoltaico?

O sistema fotovoltaico, quando instalado em estruturas metálicas


fixadas diretamente no solo, não possui grandes alturas. Isso
acontece porque a placa fotovoltaica não precisa de grandes altitudes
para captar a luz, uma vez que a irradiação solar chega à superfície
terrestre de maneira suficiente para gerar energia elétrica.
Dessa forma, um sistema solar dificilmente acrescentará riscos ou
perigos à vida, no local onde está instalado.

Preço da Energia Solar e Eólica


Tão importante quanto as outras comparações, o investimento
financeiro necessário para implantar uma usina de geração elétrica
pela fonte eólica ou pela solar fotovoltaica também é uma variável de
extrema importância quando se compara essas duas fontes.

Utilizando como exemplos ainda as usinas de Osório (Eólica) e Nova


Olinda (Solar), o investimento realizado na energia eólica foi de R$
4,46 milhões por MW instalado.

Já para a usina solar fotovoltaica, o montante investido foi de R$ 3,4


milhões por MW instalado, ficando muito abaixo do preço da energia
eólica.

Estados que Possuem Maior


Disponibilidade de Geração Solar e Eólica
Segundo dados consolidados da CCEE (Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica), os quatro estados com as maiores capacidades
instaladas de aerogeradores (energia eólica), são:

1. Rio Grande do Norte – que possui a maior potência instalada


em usinas eólicas, com um total de 3.181 MW.
2. Ceará – com 1.960 MW
3. Bahia com 1.750 MW
4. Rio Grande do Sul – com 1.667 MW

Esses valores representam um crescimento de 61,5% na geração


eólica, em 2017.
Visando compreender melhor quais são as melhores regiões do país
para a implantação de parques eólicos, o território nacional foi
dividido em 4 classes, com as seguintes definições:

Classe 1 – regiões com baixo potencial eólico

Classes 2 e 3 – regiões que podem ou não ser favoráveis,


dependendo da topologia do local.

Classe 4  – regiões com os melhores aproveitamentos para a geração


eólica.

Direcionando nosso olhar para a tabela abaixo, de Definição das


Classes de Energia, disponível no atlas sobre energia eólica da
ANEEL, as 4 classes das velocidades dos ventos, em metros por
segundo, são definidas em 5 zonas: Mata, campo aberto, zona
costeira, morros e montanhas.

Fica muito claro perceber que as regiões mais indicadas para a


implantação de parques eólicos são as áreas costeiras, por possuírem
relevo pouco acidentado e ventos favoráveis.
Nesse mesmo contexto de viabilidade, podemos destacar a
importância da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, como os estados
com os maiores potenciais para a energia eólica.

Para a geração fotovoltaica, o mapa das melhores regiões para a


implantação das usinas solares é mais vasto. Isso porque o Brasil tem
excelente incidência de radiação solar, já que a maioria das regiões
possui mais de 4 horas de radiação útil para a geração de energia
elétrica pela fonte solar fotovoltaica.

O gráfico abaixo, ilustra a disponibilidade solar, em horas, para todo


o país.
Sabendo dessas informações sobre as melhores regiões para a
implantação das grandes centrais de geração fotovoltaica, fica fácil
entender porque nos três Leilões de Energia de Reserva (LER)
exclusivos para essa fonte, as empresas escolheram, na maioria dos
casos, os Estados de Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Ceará e Rio
Grande do Norte, para concentrar seus investimentos.
Os altos índices de radiação solar e grandes áreas disponíveis com
topologias favoráveis, são os principais motivos.

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