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SERVIÇOS DE SAÚDE E
ORGANIZAÇÃO E NOÇÕES DE
INFORMÁTICA

Cuiabá – 2021
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ANOTAÇÕES

1ª Edição - 2020

Kamila Ramos Leones – Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde. Especialista em Urgência


e Emergência e Saúde do Adulto e Idoso. Docente do Curso Téc. de Enfermagem do Centro
de Ensino Técnico Matogrossense/CETEM.

Aprovação – Janeiro de 2020

Abner Eliezer Lourenço – Enfermeiro. Mestre em Ciências Odontológicas. Especialista em


Auditoria de Serviços de Saúde. Coordenador do Curso Téc. de Enfermagem e Docente do
curso de Instrumentação Cirúrgica do Centro de Ensino Técnico Matogrossense/CETEM.

CUIABÁ/MT, JANEIRO DE 2021.


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SUMÁRIO

1. NOÇÕES DE INFORMÁTICA 6
1.1 Componentes de um computador ................................................................... 8
1.2 Sistema operacional Windows ........................................................................ 9
1.3 Pacote Office ................................................................................................ 10
2. VISÃO HOLÍSTICA DA SAÚDE: CONCEITO E PROCESSO SAÚDE E
DOENÇA............................................................................................................. 12
3. HISTÓRIA NATURAL E SOCIAL DAS DOENÇAS 17
3.1 Período de pré-patogênese .......................................................................... 18
3.2 Período de patogênese ................................................................................. 20
4. FATORES DE RISCO E OS DETERMINANTES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE 22
5. NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS 26
6. SAÚDE PÚBLICA 29
6.1 SUS /Saúde: Direito do cidadão ................................................................... 30
6.2 Níveis de atenção à saúde............................................................................ 31
6.3 Rede de atenção à saúde (RAS) .................................................................. 33
6.4 Vigilância em saúde ...................................................................................... 37
7. POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DE DIFERENTES ETNIAS 41
7.1 Saúde indígena ............................................................................................. 41
7.1.1 Antecedentes 41
7.1.2 Situação atual de saúde 43
7.1.3 Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas – Conceito e
Organização: 44
7.1.4 Distrito Sanitário Especial Indígena 45
7.1.5 Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde 47
7.1.6 Fundação Nacional do Índio (FUNAI) 47
7.1.7 Financiamento 47
8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL 49
9. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 52
10. ENFERMAGEM: ÁREAS DE ATUAÇÃO E SUA ORGANIZAÇÃO 55
10.1 Áreas de atuação da enfermagem .............................................................. 55
10.2 Organização do trabalho no serviço de enfermagem.................................. 58
10.3 Horário de trabalho da enfermagem ........................................................... 63
10.4 Escalas de trabalho..................................................................................... 64
11. O HOSPITAL 66
11.1 Breve histórico dos hospitais ...................................................................... 66
11.2 Função do hospital ...................................................................................... 67
11.3 Classificação dos hospitais ......................................................................... 68
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11.4 Estrutura hospitalar ..................................................................................... 69


12. INDICADORES DE QUALIDADE 70
12.1 Padrões de qualidade em prestação de serviços em saúde ....................... 70
12.2 Acreditação ................................................................................................. 70
12.3 História da acreditação ............................................................................... 71
12.4 Por que participar de um processo de acreditação? ................................... 73
12.5 Níveis de acreditação e suas características .............................................. 74
13. COMUNICAÇÃO 75
14. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL 77
14.1 Relações interpessoais na vida e no trabalho ............................................. 78
14.2 Trabalho em Equipe .................................................................................... 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84
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INTRODUÇÃO

Serviços de Saúde são estabelecimentos destinados a promover a saúde do


indivíduo, protegê-lo de doenças e agravos, prevenir e limitar os danos a ele
causados e reabilitá-lo quando sua capacidade física, psíquica ou social for afetada.
O processo de trabalho nos serviços de saúde é a forma com que se
desenvolvem as atividades profissionais, em outras palavras, qualquer atividade
física ou intelectual, realizada por ser humano, cujo objetivo é fazer, transformar ou
obter algo. O trabalho, em geral, é o conjunto de procedimentos pelos quais os
homens atuam para obterem determinado produto que pensam ter alguma utilidade.
Para que esse trabalho ocorra de forma hábil, utiliza-se então das
características da administração cuja finalidade principal é estabelecer um ambiente
em que as pessoas, atuando em grupos organizados, trabalhem eficientemente para
alcançar as metas traçadas pelos próprios elementos do grupo, o que não é
diferente na enfermagem, pois planejam-se os meios para oferecer os melhores
cuidados aos pacientes, através da distribuição de tarefas entre enfermeiros,
técnicos e auxiliares.
A administração tem dois objetivos principais: proporcionar eficiência e
eficácia às empresas. A eficiência refere-se aos meios, os métodos, processos,
regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa, a fim de
que os recursos sejam adequadamente utilizados. A eficácia refere-se aos fins,
objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa.
Quando aplicado à área de saúde, compreendendo assim também o campo
de atuação do profissional de Enfermagem, no que diz respeito à promoção,
prevenção e assistência em saúde, identificar as especificidades de cada elemento
do processo de trabalho e suas implicações na prática é compreender a importância
da avaliação constante no processo de trabalho.
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1. NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A revolução tecnológica invadiu todas as esferas da atividade humana e vem


trazendo significativas mudanças para a economia, a sociedade e a cultura em todo
o mundo, fala-se da tecnologia da informação, que pode ser conceituada como o
conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da
informação. Com ela se conhece e aprende a utilizar o microcomputador, uma das
ferramentas da tecnologia da informação.

Tecnologia, do grego “technología” (tratado sobre uma arte), é


um termo utilizado para o conjunto de conhecimentos embasados,
principalmente, em princípios científicos, que possibilitam uma
evolução na capacidade das atividades humanas.

O termo “Revolução tecnológica” pode ser conceituado como as invenções,


descobertas ou criações do homem que afetam, de forma profunda, ampla e
generalizada, os conhecimentos, os costumes e as práticas cotidianas do seu meio.
As grandes revoluções tecnológicas manifestaram-se de acordo com as
necessidades e anseios do homem em determinadas épocas.
Entre as tecnologias da informação, está o conjunto convergente de
tecnologias em microeletrônica, computação (hardware – componentes físicos do
computador ou de seus periféricos – e software – programas de computador),
telecomunicações e radiodifusão e optoeletrônica (transmissão por fibra ótica e por
laser).
Os computadores foram, segundo Castells, concebidos na Segunda Guerra
Mundial, mas nasceram somente em 1946, na Filadélfia. O microcomputador foi
inventado em 1975, mas foi somente na década de 1980 que o computador
começou a ser amplamente difundido com o desenvolvimento e uso dos
microcomputadores ou computadores pessoais, cada vez menores e mais
poderosos.
Uma condição fundamental para a difusão dos microcomputadores foi o
desenvolvimento de software para computadores pessoais, em meados dos anos
70, com Bill Gates e Paul Allen, os fundadores da Microsoft, atual gigante em
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software, que transformou seu predomínio em software de sistemas operacionais no


predomínio em software para o mercado de microcomputadores como um todo.
O Macintosh da Apple, lançado em 1984, foi o primeiro passo rumo aos
computadores de fácil utilização, pois introduziu a tecnologia baseada em ícones e
interfaces com o usuário, desenvolvida inicialmente pelo Centro de Pesquisas Palo
Alto da Xerox.
A convergência de todas as tecnologias eletrônicas no campo da
comunicação interativa resultou na criação da internet – a rede mundial de
computadores –, que, talvez seja o mais revolucionário meio tecnológico da Era da
Informação. A internet teve origem no trabalho de uma das mais inovadoras
instituições de pesquisa do mundo, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada
(Arpa) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América. A primeira rede
de computadores entrou em funcionamento em 1º de setembro de 1969.
A internet no Brasil começou no meio acadêmico em 1988, mas somente em
1991, a internet foi liberada para outras instituições no Brasil, tendo seu uso
comercial liberado no país em 1995. Hoje, podemos fazer várias coisas em um
computador conectado à internet, como nos comunicar, fazer compras, pagamentos,
movimentações bancárias e pesquisas.
O uso do computador facilita a nossa vida não só como profissionais, mas
também como pessoas e cidadãos. Quem não tem conhecimentos fundamentais de
informática enfrenta hoje dificuldades tanto para se inserir, progredir ou se manter no
mercado de trabalho, como para realizar tarefas mais simples, como retirar extrato
bancário em um caixa eletrônico ou fazer uma pesquisa pela internet. Portanto,
saber lidar com o computador se tornou essencial na nossa vida moderna., para isso
seguem 05 benefícios no uso de computadores com acesso à internet:
1) Conhecimentos em informática são essenciais para obtenção de melhores
empregos. Cerca de 80% dos candidatos a estágio que ignoram informática
não conseguem colocação, segundo estimativa do Instituto Euvaldo Lodi
(IEL);
2) A utilização da internet ajuda a desburocratizar a vida. Cerca de 72% dos
serviços do governo federal são oferecidos na rede mundial de
computadores. O mais conhecido é o recebimento de declaração de imposto
de renda;
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3) A internet é a maior biblioteca do mundo. Em poucos minutos, é possível


reunir informações suficientes para realização de um bom trabalho escolar e
dados importantes para a execução de tarefas profissionais;
4) A comunicação por e-mail permite a transferência de uma quantidade enorme
de conhecimento de um ponto a outro do planeta. Conversas pela rede
mundial de computadores são mais baratas que por telefone;
5) As ferramentas contidas em um simples microcomputador permitem a
organização da vida em diversos planos. É possível elaborar desde um
simples orçamento doméstico a um complexo demonstrativo financeiro de
uma grande empresa.

1.1 Componentes de um computador

• CPU – É uma sigla em inglês que significa Unidade Central de


Processamento. É nela que estão instaladas as partes principais para o
funcionamento do computador;
• Monitor – Por meio dele, você pode ler textos, ver imagens, acompanhar o
que o sistema operacional faz e visualizar páginas na internet;
• Teclado – Serve para digitar textos e executar comandos, como dar espaço
entre uma palavra e outra ou entre uma linha e outra do texto, entre outros;
• Mouse – É com ele que você seleciona o que desejar na tela do computador;
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• Caixa de som – Por meio dela você pode ouvir sons e músicas, seja do
próprio computador, de páginas da internet, de CD ou de mensagens
recebidas.

1.2 Sistema operacional Windows

Sistema operacional é o primeiro sistema que você entra em contato ao ligar


o seu computador, seu tablet ou smartphone, sendo responsável por controlar todas
as tarefas que você pede para o computador realizar e outras que você nem
percebe ele também controla, como o acesso a arquivos, os equipamentos que
estão plugados no seu computador (pendrive, impressora, mouse, teclado, ou
outros).

O sistema operacional desenvolvido pela Microsoft chama-se Windows, que é


uma família de sistemas operacionais desenvolvidos, comercializados e vendidos
pela Microsoft, cada qual atendendo a um determinado setor da indústria da
computação.

O Windows foi desenvolvido pelo norte americano Bill Gates, fundador da


Microsoft, uma das maiores empresas de programas de computadores do
mundo.

Acompanhando a evolução tecnológica, a Microsoft já desenvolveu o


Windows 95, Windows 98, Windows XP, Windows Vista, Windows 7, Windows 8 e
em setembro de 2016, a versão mais recente do Windows para PCs, tablets,
smartphones e dispositivos embutidos era o Windows 10. Versões anteriores a
Microsoft já não dá mais suporte.

A Microsoft lançou o Windows 10 com atualizações quanto ao design, união


do melhor de dois mundos que se tornaram distantes (Windows 7, focado em
desktops, e Windows 8.1, focado em tablets). Além disso, o Windows 10 traz
diversos novos recursos e inovações que superam, em quantidade, as apresentadas
no Windows Vista. Diversos recursos e funcionalidades foram
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substituídas/remodeladas ou, simplesmente, deletadas, tornando o sistema mais


limpo e fluido.

1.3 Pacote Office

É uma suíte de aplicativos com diversas soluções como: editores de texto,


planilhas eletrônicas, aplicativo para criação de apresentações em slides em
outros. A Microsoft tem o seu próprio pacote office onde alguns dos aplicativos que
o compõe são o Excel, o PowerPoint e o Word. Eles também possuem uma
nomenclatura referente às suas versões que é diferente da nomenclatura do
Windows. Algumas versões são pacote office 2003, 2007, 2010, 2013, 2016 e a
última versão em que estamos é 2019.

Microsoft Word

É um dos aplicativos que faz parte do pacote office, sendo o


mais utilizado no mundo. É um editor destinado a digitação e
formatação de textos. Ele é capaz de editar as fontes, estilos,
parágrafos, listas e demais aspectos de um documento. Além
de suportar textos, ele permite a integração de outros
formatos no mesmo documento, como tabelas, desenhos,
gráficos, imagens e links da internet.

Microsoft PowerPoint

É o aplicativo do pacote office responsável por criar


apresentações através da elaboração de slides. Os arquivos
produzidos com o programa servem para tornar mais dinâmico
o conteúdo de reuniões, palestras e aulas. A interface permite
a inserção de dados, tabelas, áudio e vídeo em um só arquivo,
com formato específico para apresentações em retroprojetor,
computador e outros dispositivos.

Microsoft Excel

É essencial na criação de planilhas, tabelas e relatórios.


Possui diversas funções que facilitam cálculos mais
complexos. O conhecimento em Excel é importante para atuar
em profissões que lidam com números e estatísticas. A
ferramenta é ideal para o controle de fluxo de caixa,
contabilidade, análise de dados estatísticos, planejamento de
despesas, controle de vendas, cálculo de preços, entre outros.
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Você possui acesso a internet? Por quais meios?


2. Você acredita que terá dificuldades em trabalhar com computadores ou
outros equipamentos tecnológicos na área da enfermagem?
3. Com suas palavras escreva quando utilizo os programas Microsoft Word,
power point e excel.
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2. VISÃO HOLÍSTICA DA SAÚDE: CONCEITO E PROCESSO SAÚDE E


DOENÇA

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como um estado


completo de bem estar físico, mental e social do ser humano, ao contrário do senso
comum, que infere ao termo a ideia de ausência de doenças. À esta abordagem,
que cuida das instâncias biológicas, mentais e sociais, chamamos de modelo
biopsicossocial, que atende diretamente ao conceito de saúde estabelecido pela
OMS, em 1948, pois “os conceitos de saúde e de doença são analisados em sua
evolução histórica e em seu relacionamento com o contexto cultural, social, político e
econômico, evidenciando a evolução das ideias nessa área da experiência humana”
(SCLIAR, 2007).
Podemos compreender melhor a composição do modelo biopsicossocial a
seguir:
• Aspecto Biológico: procura compreender como a causa da doença decorre no
funcionamento do corpo do indivíduo.
• Aspecto Psicológico: procura potenciais, causas psicológicas para um
problema de saúde, como a falta de autocontrole, perturbações emocionais e
pensamento negativo. O modelo biopsicossocial afirma que o funcionamento
do corpo pode afetar a mente e o funcionamento da mente pode afetar o
corpo.
• Aspecto Social: investiga como os diferentes fatores sociais, como o status
socioeconômico, cultura e as relações sociais podem influenciar a saúde.
A partir desses conceitos, a saúde passou a ser mais uma questão coletiva
(da comunidade) do que somente do próprio indivíduo, além de um direito humano
fundamental, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia
política ou condição socioeconômica, usufruído individualmente, e por todos.
Entretanto, tal definição reflete uma meta, um objetivo a ser alcançado, uma vez que
todo bem-estar físico, mental e social, sofre oscilações cotidianamente, fazendo com
que ‘saúde’ não configure ausência de doença, mas que seja o bem estar de todas
as áreas, apesar de tais oscilações e enfermidades.
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A visão biopsicossocial ao contrário do modelo biomédico, o qual


atribui a doença apenas a fatores biológicos como vírus, genes ou
anormalidades somáticas, abrange disciplinas que vão desde a medicina
à psicologia e à sociologia.

Já o conceito de doença não pode ser compreendido apenas por meio das
medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento,
a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que
adoece. A doença guarda relação com o sofrimento, com o mal, mas não lhe
corresponde integralmente. Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos
parâmetros biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, podem afetar
pessoas diferentes de forma distinta, resultando em diferentes manifestações de
sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado de suas habilidades de
atuar em sociedade.
A saúde é silenciosa: geralmente não a percebemos em sua plenitude; na
maior parte das vezes, apenas a identificamos quando adoecemos. Ouvir o próprio
corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com qualidade, pois não existe
um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade entre
ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual “os mesmos fatores que permitem
ao homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações
familiares e sociais) podem causar doença, se agem com determinada intensidade,
se pesam em excesso ou faltam, se agem sem controle”.
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos
determinantes biológicos, psicológicos e sociais, abordados anteriormente. Tal
constatação nos remete à reflexão do processo saúde-doença-adoecimento ocorrer
de maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo
influência direta do local que os seres ocupam na sociedade.

A saúde torna-se a capacidade que o ser humano tem de gastar,


consumir a própria vida. Entretanto, é importante destacar que a vida não
admite a reversibilidade; ela aceita apenas reparações. Cada vez que o
indivíduo fica doente, está reduzindo o poder que tem de enfrentar outros
agravos; ele gasta seu seguro biológico, sem o qual não estaria nem
mesmo vivo.
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Partindo das definições de Saúde e Doença, podemos nos preparar para o


estudo do processo saúde-doença e da intervenção sanitária no mesmo, iniciando
pelo entendimento dos seguintes conceitos fundamentais:
⎯ Meio ambiente: Conjunto de fatores físicos, biológicos e químicos que cerca
os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciado por eles.
⎯ Agentes Etiológicos ou Fatores Etiológicos: São aqueles que agem na
origem das doenças, ou, os causadores das doenças. Quando nos referimos
a Agentes ou Fatores estamos falando em fatores ou agentes físicos
(temperatura, radiação, etc.), químicos (mercúrio), biológicos ou
biopatogênicos (ancilostomídeos, nematódeos, bactérias, vírus, etc.),
nutricionais (excesso de gorduras, ausência de proteínas), genéticos, etc.
⎯ Hospedeiro: Ser vivo que oferece, em condições naturais, subsistência ou
alojamento a um agente infeccioso, podendo ser o homem ou outro animal;
⎯ entendido também como o conjunto de condições que permitem abrigar e
reger a vida em todas as suas formas;
⎯ Vetores: Meio de transporte de um agente infeccioso do reservatório até um
hospedeiro. São considerados intermediários animados (animais) e podem
realizar o transporte por meios puramente mecânicos ou participarem do ciclo
de vida do micro-organismo. Cada animal (vetor) pode ser capaz de transmitir
um ou vários agentes infecciosos. Exemplos de vetores: Mosquitos Aedes
aegypti (Dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela); Mosquitos do
gênero Anopheles (Malária); Roedores (Leptospirose); Morcegos (Raiva,
Histoplasmose); Pombos (Paracoco); Gatos (Toxoplasmose, Raiva).
⎯ Veículos: Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até
um hospedeiro por vias como: Material biológico (sangue); Comida; Água,
Fômites (objetos inanimados: como luvas, roupas, materiais cirúrgicos, etc).
Um veículo pode funcionar apenas para um meio de transporte para o agente
infeccioso, ou como um reservatório (onde ele pode crescer e se multiplicar).
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Fonte: https://www.drakeillafreitas.com.br/transmissao-de-doencas-infecciosas

Quanto ao processo de adoecimento e seus períodos:


⎯ Período de Incubação é o intervalo de tempo que decorre desde a
penetração do agente etiológico no hospedeiro (indivíduo já está infectado),
até o aparecimento dos sinais e sintomas da doença, variando de acordo com
a doença considerada.

⎯ Período de Transmissibilidade é aquele em que o indivíduo é capaz de


transmitir a doença quer esteja ou não com sintomas.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. De acordo com a leitura do primeiro capítulo, responda com suas palavras: O


que é saúde?
2. Por que os determinantes psicológicos, biológicos e sociais interferem no
processo saúde-doença?
3. Utilize a cadeia de transmissão de micro-organismos para explicar a
transmissão da DENGUE.
4. Qual é a diferênça do período de incubação e período de transmissibilidade
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3. HISTÓRIA NATURAL E SOCIAL DAS DOENÇAS

História natural da doença refere-se a uma descrição da progressão


ininterrupta de uma doença em um indivíduo desde o momento da exposição aos
agentes causais até a recuperação, invalidez ou a morte.

A história natural da doença, portanto, tem desenvolvimento em dois períodos


sequenciados: Período epidemiológico e período patológico.
Período epidemiológico: Envolve as inter-relações entre os agentes
etiológicos da doença, o hospedeiro suscetível e outros fatores ambientais que
estimulam o desenvolvimento da enfermidade, além da condição socioeconômico e
cultural que permitem a existência destes fatores.
Período patológico: Aborda as modificações que se passam no organismo
vivo, ou seja, as alterações em nível celular que levam ao desenvolvimento da
doença e suas características.

Qualidade e dinâmica do ambiente socioeconômico, modos de produção e


relações de produção, tipo de desenvolvimento econômico, velocidade de
industrialização, desigualdades socioeconômicas, concentração de riquezas,
participação comunitária, responsabilidade individual e coletiva são componentes
essenciais e determinantes no processo saúde-doença.
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3.1 Período de pré-patogênese

É a própria evolução das inter-relações dinâmicas, que envolvem, de um lado,


os condicionantes sociais e ambientais e do outro, os fatores próprios do
susceptível, até que se chegue a uma configuração favorável à instalação da
doença.
Fatores que influenciam o período pré-patogênese:
• Fatores socioeconômicos: Grupos sociais economicamente privilegiados
estão menos sujeitos à ação dos fatores ambientais, o que estimulam a
ocorrência de certas doenças com incidência maior nos economicamente
desprivilegiados;

• Fatores sociopolíticos: Decisão política; Participação consentida e


valorização da cidadania; Participação comunitária efetivamente exercida;
Transparência das ações a acesso à informação;

• Fatores socioculturais: Preconceitos e hábitos culturais, crendices,


comportamentos e valores;
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• Fatores psicossociais: Marginalidade, falta de apoio no contexto social,


condições de trabalho, promiscuidade, transtornos econômicos, falta de
cuidado materno na infância, carência afetiva de ordem geral, e outros;

• Fatores ambientais: Todas as influências que os seres vivos possam


receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos, químicos ou
físico-químicos do meio ambiente, tais como a luz e a radiação solar, a
temperatura, o vento, a água, a composição do solo, a ...

• Fatores genéticos e multifatorialidade: A probabilidade aumentada de se


desenvolver uma determinada doença de acordo com os marcadores
genéticos de um indivíduo que frequentemente são herdados dos pais. Esses
fatores normalmente não são a causa direta da doença, mas contribuem
percentualmente para que ela ocorra. Alguns indivíduos com variantes
genéticas desenvolverão doenças enquanto outros não. Isso ocorre porque o
risco de desenvolvimento depende de múltiplos fatores como estilo de vida,
alimentação, fatores ambientais e, normalmente, essas doenças são
multifatoriais.
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Em situações normais, na ausência de estímulos, jamais se exteriorizariam


como doenças. Em presença a estes fatores intrínsecos preexistentes, os estímulos
externos transformam-se em estímulos patogênicos. Dentre as pré-condições
internas, citam-se os fatores hereditários, congênitos ou adquiridos em
consequência de alterações orgânicas resultantes de doenças anteriores.
O homem é gerador das condições socioeconômicas favorecedoras de
anomalias ecológicas predisponentes a alguns dos agentes diretamente
responsáveis por doenças. A utilidade, ou o objetivo da História Natural da doença é
apontar os diferentes métodos de prevenção e controle, servindo de base para a
compreensão de situações reais e específicas, formando operacionais às medidas
de prevenção.

3.2 Período de patogênese

Este período se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos


exercem sobre o ser afetado. Seguem-se perturbações bioquímicas em nível celular,
continuam com as perturbações na forma e na função, evoluindo para defeitos
permanentes, cronicidade, morte ou cura.
Níveis de evolução da doença no período de patogênese:
1. Interação estímulo-hospedeiro: Nesta etapa a doença ainda não tomou
desenvoltura, porém todos os fatores necessários para a sua ocorrência
estão presentes. Alguns fatores agem predispondo o organismo à ação
subsequente de outros agentes patógenos. A má nutrição por exemplo,
predispõe à ação patogênica do bacilo da tuberculose; altas concentrações
de colesterol sérico contribuem para o aparecimento da doença coronariana;
fatores genéticos diminuem a defesa orgânica, abrindo a porta do organismo
às infecções.
2. Período de patogênese precoce: Neste estágio, a doença já está
implantada no organismo afetado. Embora não se percebam manifestações
clínicas, já existem alterações histológicas em nível de percepção subclínica
de caráter genérico. As alterações no organismo podem ser identificadas
através de exames clínicos e/ou laboratoriais.
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3. Período de doença precoce discernível: Nesta etapa é possível


diagnosticar clinicamente a doença ou alterações de condição de saúde do
indivíduo. Esse período é caracterizado pelos primeiros sintomas da
enfermidade, sua evolução encaminha-se então para um desenlace; a
doença pode passar ao período de cura, evoluir para a cronicidade ou
progredir para a invalidez ou para a morte.
4. Período da doença avançada: Nessa fase a doença já se apresenta em sua
forma clínica máxima causando alterações marcantes no organismo.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1. Qual a diferença entre período de pré patogênese e período de patogênese?
2. Há diversos fatores que influenciam no período de pré patogênese. Qual fator
você acredita estar maisexposto em sua realidade?
3. O período de patogênese é caracterizado pelos níveis de evolução da
doença. Em qual desses níveis é possível diagnosticar clinicamente a
doença?
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4. FATORES DE RISCO E OS DETERMINANTES DAS CONDIÇÕES DE


SAÚDE

O termo risco é usado para definir a chance de uma pessoa sadia, exposta a
determinados fatores, ambientais ou hereditários, adquirir uma doença. Os fatores
associados ao aumento do risco de se desenvolver uma doença são chamados
fatores de risco. Podemos classificar os fatores de risco como:
Fatores imutáveis: São aqueles que não podemos mudar e por isso não
podemos tratá-los. São eles:
• Hereditários: Os filhos de pessoas com doenças cardiovasculares têm uma
maior propensão para desenvolverem doenças desse grupo. Pessoas de pele
negra são mais propensos à hipertensão arterial e neles ela costuma ter um
curso mais severo.
• Idade: Quatro entre cincos pessoas acometidas de doenças cardiovasculares
estão acima dos 65 anos. Entre as mulheres idosas, aquelas que tiverem um
ataque cardíaco terão uma chance dupla de morrer em poucas semanas.
• Sexo: Os homens têm maiores chances de ter um ataque cardíaco e os seus
ataques ocorrem numa faixa etária menor. Mesmo depois da menopausa,
quando a taxa das mulheres aumenta, ela nunca é tão elevada como a dos
homens.
• Etnia: A Hipertensão Arterial Essencial (HAE) e os fatores de risco
cardiovasculares têm elevado índice, são prevalecentes e mais graves na
etnia negra.
Fatores mutáveis: São os fatores sobre os quais podemos influir, mudando,
prevenindo ou tratando. São eles:
• Fumo: O risco de um ataque cardíaco num fumante é duas vezes maior do
que num não fumante. O fumante de cigarros tem uma chance duas a quatro
vezes maior de morrer subitamente do que um não fumante. Os fumantes
passivos também têm o risco de um ataque cardíaco aumentado.
• Colesterol elevado: Os riscos de doença do coração aumentam na medida
que os níveis de colesterol estão mais elevados no sangue. Junto a outros
fatores de risco como pressão arterial elevada e fumo esse risco é ainda
maior. Esse fator de risco é agravado pela idade, sexo e dieta.
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• Pressão arterial elevada: Para manter a pressão elevada, o coração realiza


um trabalho maior, com isso vai hipertrofiando o músculo cardíaco, que se
dilata e fica mais fraco com o tempo, aumentando os riscos de um ataque. A
elevação da pressão também aumenta o risco de um acidente vascular
cerebral, de lesão nos rins e de insuficiência cardíaca. O risco de um ataque
num hipertenso aumenta várias vezes, junto com o cigarro, o diabete, a
obesidade e o colesterol elevado.
• Vida sedentária: A falta de atividade física é outro fator de risco para doença
das coronárias. Exercícios físicos regulares, moderados a vigorosos tem um
importante papel em evitar doenças cardiovasculares. Mesmo os exercícios
moderados, desde que feitos com regularidade são benéficos, contudo, os
mais intensos são mais indicados. A atividade física também previne a
obesidade, a hipertensão, o diabete e abaixa o colesterol.
• Obesidade: O excesso de peso tem uma maior probabilidade de provocar um
acidente vascular cerebral ou doença cardíaca, mesmo na ausência de
outros fatores de risco. A obesidade exige um maior esforço do coração além
de estar relacionada com doença das coronárias, pressão arterial, colesterol
elevado e diabete. Diminuir de 5 a 10 quilos no peso já reduz o risco de
doença cardiovascular.
• Diabetes Mellitus: O diabetes é um sério fator de risco para doença
cardiovascular. Mesmo se o açúcar no sangue estiver sob controle, o
diabetes aumenta significativamente o risco de doença cardiovascular e
cerebral. Dois terços das pessoas com diabete morrem das complicações
cardíacas ou cerebrais provocadas. Na presença do diabetes, os outros
fatores de risco se tornam mais significativos e ameaçadores.
• Anticoncepcionais orais: Eles têm pequenas doses de hormônios e os riscos
de doenças cardiovasculares são praticamente nulos para a maioria das
mulheres. Fumantes, hipertensas ou diabéticas não devem usar
anticoncepcionais orais por aumentar em muito o risco de doenças
cardiovasculares.
Existem outros fatores que são citados como podendo influenciar
negativamente os fatores já citados. Por exemplo:
24

• Tensão emocional (estresse): É uma resposta física do nosso organismo a


um estímulo. Quando estressado, o corpo pensa que está sob ataque e muda
para o modo “lutar ou fugir”, liberando uma mistura complexa de hormônios e
substâncias químicas como adrenalina, cortisol e norepinefrina para preparar
o corpo para a ação física. A manutenção de um estado de estresse por
longos períodos podem ser prejudicial à saúde. Os resultados de níveis
elevados de cortisol podem ser um aumento nos níveis de açúcar e pressão
arterial e uma diminuição da libido.
• Certos medicamentos podem ter efeitos semelhantes, por exemplo, a
cortisona, os anti-inflamatórios e os hormônios sexuais masculinos e seus
derivados.
• Condições sociais são, efetivamente, base para um padrão sanitário de um
povo, assim como a posição de cada indivíduo na sociedade e base da
própria saúde, as condições de habitação e as condições ambientais do peri-
domicilio, a existência de restrições no acesso à alimentação e a outros bens
fundamentais para a reprodução da vida, as características físicas das
atividades realizadas no trabalho, assim como as condições do ambiente em
que se realiza o trabalho podem implicar uma serie de risco à saúde que, em
geral, estão além da possibilidade do controle por parte dos indivíduos. Essas
condições são essencialmente determinadas pela posição dos indivíduos na
hierarquia social e na divisão social do trabalho e renda.

Nem sempre a relação entre a exposição a um ou mais fatores de risco e


o desenvolvimento de uma doença é reconhecível facilmente,
especialmente quando se presume que a relação se dê com
comportamentos sociais comuns (o tipo de alimentação, por exemplo).

Nas doenças crônicas, as primeiras manifestações podem surgir após


muitos anos de exposição única (radiações ionizantes, por exemplo) ou
contínua (radiação solar ou tabagismo, por exemplo) aos fatores de risco.

Por isso, é importante considerar o conceito de período de latência, isto é,


o tempo decorrido entre a exposição ao fator de risco e o surgimento da
doença.
25

São várias evidências históricas de graves problemas de saúde que foram


controlados ou mesmo desapareceram com a modificação das condições sociais de
vida das populações e a recursos médicos terapêuticos ou preventivos contra o
problema. Caso bem estudado e documentado é o da tuberculose que, nos países
desenvolvidos, teve sua incidência drasticamente reduzida muito antes da
descoberta e do início do uso, devido à melhoria das condições de habitação,
nutrição e trabalho das massas que ocorreram nesses países.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1. Os fatores de risco estão associados a possibilidade que temos em
desenvolver alguma doença. Diante disso, cite quais fatores de risco você
está exposto e considera relevantes para um provável adoecimento.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
26

5. NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

Abraham Harold Maslow (1908-1970) foi um psicólogo


norte-americano de referência na vertente Humanista, conhecido
pela Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas ou a
Pirâmide de Maslow.
Esta teoria parte do princípio de que todo ser humano tem necessidades
comuns que motivam seu comportamento no sentido de satisfazê-las, associando-as
a uma hierarquia. O ser humano, como está sempre buscando satisfação, quando
experimenta alguma satisfação em um dado nível, logo se desloca para o próximo e
assim sucessivamente.
Maslow é um psicólogo e pesquisador do comportamento
humano bastante conhecido na Enfermagem, pois Wanda
Horta, em seus estudos como enfermeira pioneira no Brasil,
adaptou a teoria das necessidades humanas básicas para
a Enfermagem, aplicando as ideias de Maslow ao processo de cuidar. Nesta
abordagem da teoria aplicada a profissão, o(a) enfermeiro(a) é o agente responsável
que realiza o processo de planejamento junto a sua equipe para cuidar das
necessidades básicas do cliente, estabelecendo uma ação direta e atuante da
Enfermagem diante dos problemas apresentados por ele. Com esta adaptação,
Wanda Horta trouxe para a Enfermagem a observação, interação e intervenção junto
ao cliente para satisfazer suas necessidades humanas básicas.
Desse modo, a teoria de Maslow classifica, hierarquicamente, as
necessidades em cinco níveis, a saber:
• Necessidades básicas ou Fisiológicas: As necessidades fisiológicas se
referem às necessidades biológicas do indivíduo, aquelas diretamente
relacionadas à existência e a sobrevivência do ser humano, estando neste
grupo as necessidades de alimento, água, vestuário, sexo, sono, abrigo, ar,
excreções e saneamento. Para Maslow, as necessidades fisiológicas são o
ponto de partida para a teoria, pois elas são primordiais.
• Necessidades de Segurança: Estão nesse grupo as necessidades
relacionadas à proteção individual contra perigos e ameaças como, por
exemplo, a necessidade de saúde, trabalho, seguro, previdência social e
27

ordem social. Maslow ressalta que a necessidade de segurança permite o


indivíduo dar preferência pelas coisas familiares, tender por uma religião ou
filosofia de vida e pelas rotinas do dia a dia.
• Necessidades Sociais: Relacionadas à vida em sociedade, englobando
necessidades de convívio, amizade, respeito amor, lazer e participação. Estas
são as necessidades de convívio social referindo as necessidades de afeto
das pessoas que convivemos tais como; amigos, noiva, esposa e filhos. O ser
humano tenderá a construir relacionamentos afetivos com o intuito de se
sentir integrado, parte de um grupo em sociedade.
• Necessidades de Estima: Guardam relação com a autossatisfação,
caracterizando-se como necessidades de independência, apreciação,
dignidade, reconhecimento, igualdade subjetiva, respeito e oportunidades.
Elas expressam as necessidades ou desejos das pessoas de alcançarem
uma autoavaliação estável, bem como uma autoestima firmemente baseada
em sua personalidade. A satisfação destas necessidades conduz a
sentimentos de autoconfiança, valor, força, capacidade, suficiência e utilidade
ao mundo.
• Necessidade de Autorrealização: Expressam o mais alto nível das
necessidades estando diretamente relacionadas à realização integral do
indivíduo. Neste grupo estão as necessidades de utilização plena das
potencialidades, de capacidade e da existência de ideologias. São
necessidades de crescimento revelando uma tendência de todo ser humano
para realizar plenamente o seu potencial. Essa tendência pode ser expressa
como o desejo de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser
tudo o que pode ser.
28

A partir da análise das necessidades humanas básicas pode-se compreender


melhor a associação realizada por Wanda Horta, pois ela estabelece os seguintes
princípios: “a enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e
individualidade do ser humano; é prestada ao ser humano e não à sua doença ou
desequilíbrio; (...) reconhece o ser humano como membro de uma família e uma
comunidade, além de ser participante ativo no seu autocuidado" (Horta, 1979).
Diante dessas argumentações fica fácil compreender porque a Enfermagem
traz em si um movimento humano, pois ela é uma ciência em construção capaz de
gerar relações e reações humanas.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Como associar a pirâmide das necessidades humanas básicas com a


atuação de enfermagem?
2. Desenhe a pirâmide das necessidades humanas básicas e inclua em cada
nível as suas necessidades pessoais
29

6. SAÚDE PÚBLICA

Saúde Pública na concepção mais tradicional é a aplicação de


conhecimentos (médicos ou não), com o objetivo de organizar sistemas e serviços
de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-
doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações de
vigilância e intervenções governamentais.
A saúde pública é um dos movimentos que surgiram tanto na Europa quanto
nas Américas como forma de controlar as endemias que ameaçavam a ordem
econômica vigente e depois como controle social, buscando a erradicação da
miséria, desnutrição e analfabetismo.
A saúde pública tem por objetivo, promover a melhoria e bem estar da saúde
dos cidadãos. No Brasil, o sistema de saúde pública é o conhecido SUS (Sistema
Único de Saúde). Foi criado em 1988, e é responsável por prestar atendimento aos
mais de 200 milhões de brasileiros. Por ser um sistema gratuito, uma grande parte
da população depende exclusivamente desse sistema para receber atendimento.
No Brasil a saúde se divide hoje em pública e suplementar. A saúde pública
está estruturada dentro do Sistema Único de Saúde, mais conhecido como SUS, já a
saúde suplementar é a saúde privada, que compreende os planos de saúde.
Atualmente, 75% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS, o restante da
população utiliza a saúde privada.
Mesmo que algum cidadão opte por utilizar a saúde privada e adquira um
plano de saúde, seja individualmente ou por convênio da empresa em que trabalha,
ele não perde o direito de utilizar o SUS. Afinal, um de seus princípios é
a universalidade, que significa que todos os brasileiros têm direito aos serviços de
saúde.
A gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério da Saúde. O
governo federal é o principal financiador da rede pública de saúde. Historicamente,
o Ministério da Saúde aplica metade de todos os recursos gastos no país em
saúde pública em todo o Brasil, e estados e municípios, em geral, contribuem com
a outra metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula políticas nacionais de
saúde, mas não realiza as ações. Para a realização dos projetos, depende de seus
parceiros (estados, municípios, ONGs, fundações, empresas, etc.). Também tem a
30

função de planejar, criar normas, avaliar e utilizar instrumentos para o controle do


SUS. (BRASIL, 2020)

6.1 SUS /Saúde: Direito do cidadão

Conforme a Constituição Federal de 1988, artigo 196: “A saúde é direito de


todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.
Com a criação do SUS para todos, sem discriminação, a atenção integral à
saúde passa a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestão e por toda a
vida, com foco na saúde com qualidade de vida.
O SUS é muito mais do que a assistência médico-hospitalar. Ele também se
desenvolve nas cidades e no interior, nas fronteiras, portos e aeroportos, em ações
importantes como a prevenção, a vacinação e o controle de doenças. Faz a
vigilância permanente nas condições sanitárias, no saneamento, nos ambientes,
na segurança do trabalho, na higiene dos estabelecimentos e nos serviços. Regula
o registro de medicamentos, insumos e equipamentos, controla a qualidade de
alimentos e sua manipulação. Normaliza serviços e define padrões para garantir
maior proteção à saúde.
Desse modo, a saúde deve ser compreendida como qualidade de vida e não
apenas como ausência de doenças. Isso deve ser garantido por políticas sociais e
econômicas, reduzindo o risco de doenças e promovendo o acesso universal e
igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. A
gestão das ações e dos serviços deve ser participativa e municipalizada.
Para garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços para
promoção, proteção e recuperação da saúde, foi aprovada pelo Conselho Nacional
de Saúde (CNS) a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, através da Portaria nº
1.820, de 13/08/2009, sendo essa uma importante ferramenta para que o cidadão
(ã) brasileiro (a), conheça seus direitos e deveres no momento de procurar
atendimento de saúde, tanto público como privado e possa ajudar o Brasil a ter um
sistema de saúde com muito mais qualidade.
São seus direitos e deveres dos usuários da saúde:
31

(...)
Art. 2º Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e serviços ordenados e
organizados para garantia da promoção, prevenção, proteção, tratamento e
recuperação da saúde; (...)
Art. 3º Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e no tempo certo
para resolver o seu problema de saúde; (...)
Art. 4º Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor,
realizado por profissionais qualificados, em ambiente limpo, confortável e acessível a
todos; (...)
Art. 5º Toda pessoa deve ter seus valores, cultura e direitos respeitados na
relação com os serviços de saúde; (...)
Art. 6º Toda pessoa tem responsabilidade para que seu tratamento e
recuperação sejam adequados e sem interrupção; (...)
Art. 7º Toda pessoa tem direito à informação sobre os serviços de saúde e
aos diversos mecanismos de participação; (...)
Art. 8º Toda pessoa tem direito a participar dos conselhos e conferências de
saúde e de exigir que os gestores cumpram os princípios anteriores.

Para o Conselho Nacional de Saúde é importante que todos se apossem


do conteúdo da Carta, elaborada com uma linguagem acessível e,
assim, permitir o debate e apropriação dos direitos e deveres nela
contidos por parte dos gestores, trabalhadores e usuários do SUS.

Pesquisar a “Carta dos direitos dos usuários a saúde”


para leitura na íntegra

6.2 Níveis de atenção à saúde

Os níveis de atenção à saúde estruturam-se por arranjos produtivos


conformados segundo as densidades tecnológicas singulares, variando do nível de
menor densidade, a APS (Atenção primária a saúde), ao de densidade tecnológica
32

intermediária, a atenção secundária à saúde, até o de maior densidade tecnológica,


a atenção terciária à saúde.

Densidade tecnológica está relacionado a concentração de equipamentos


e instrumentais médico-hospitalares (tecnologias duras) presentes para
ofertar assistência a saúde da população.

A Atenção básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e


coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento,
reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde,
desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada,
realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido,
sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. É constituída por
Equipe de Saúde da Família (ESF), Equipe da Atenção Básica (EAB), Equipe de
Saúde Bucal (ESB), Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-
AB) e Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS).

A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos


Atenção Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS, nas atuais
concepções, como termos equivalentes, de forma a associar a ambas
os princípios e as diretrizes definidas neste documento.
Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 - política nacional de atenção básica.

A Atenção Secundária é formada pelos serviços especializados em nível


ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção
primária e a terciária, historicamente interpretada como procedimentos de média
complexidade. Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio
diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência.
A Atenção Terciária ou alta complexidade designa o conjunto de terapias e
procedimentos de elevada especialização. Organiza também procedimentos que
envolvem alta tecnologia e/ou alto custo. Exemplos: Oncologia, cardiologia,
oftalmologia, transplantes, parto de alto risco, traumato-ortopedia, neurocirurgia,
33

diálise (para pacientes com doença renal crônica), otologia (para o tratamento de
doenças no aparelho auditivo), assistência em cirurgia reparadora (de mutilações,
traumas ou queimaduras graves), cirurgia bariátrica (para os casos de obesidade
mórbida), cirurgia reprodutiva, reprodução assistida, genética clínica, terapia
nutricional, distrofia muscular progressiva, osteogênese imperfeita (doença genética
que provoca a fragilidade dos ossos) e fibrose cística (doença genética que acomete
vários órgãos do corpo causando deficiências progressivas).
Entre os procedimentos ambulatoriais de alta complexidade estão a
quimioterapia, a radioterapia, a hemoterapia, a ressonância magnética e a medicina
nuclear, além do fornecimento de medicamentos excepcionais, tais como próteses
ósseas, marca-passos, stent cardíaco, etc. (BRASIL, 2020)

6.3 Rede de atenção à saúde (RAS)

Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às


necessidades de saúde dos cidadãos e, como tal, devem operar em total coerência
com a situação de saúde das pessoas usuárias. Ocorre que a situação de saúde
brasileira vem mudando e, hoje, marca-se por uma transição demográfica acelerada
e se expressa por uma situação de tripla carga de doenças:

Fonte: UNA-SUS/UFMA, 2016

Essa situação de saúde não poderá ser respondida, adequadamente, por um


sistema de atenção à saúde, fragmentado, reativo, episódico e voltado,
prioritariamente, para o enfrentamento das condições agudas e das agudizações
das condições crônicas.
Por isso, há que se restabelecer a coerência entre a situação de saúde e o
SUS, o que envolverá a implantação das Redes de Atenção à Saúde (RAS), uma
34

nova forma de organizar o sistema de atenção à saúde em sistemas integrados que


permitam responder, com efetividade, eficiência, segurança, qualidade e equidade,
às condições de saúde da população brasileira.
Vem-se estabelecendo um consenso gradativo de que a organização dos
sistemas de saúde sob a forma de redes integradas é a melhor estratégia para
garantir atenção integral, efetiva e eficaz às populações assistidas, com a
possibilidade de construção de vínculos de cooperação e solidariedade entre as
equipes e os níveis de gestão do sistema de saúde, desmistificando a concepção
hierárquica e piramidal pelas poliárquicas de atenção à saúde.
No Brasil, a organização do SUS sob os moldes de redes de atenção também
tem sido apontada como estratégia para consolidação de seus princípios:
universalidade, integralidade e equidade.

Fonte: UNA-SUS/UFMA, 2016

Nas RAS, a concepção de hierarquia é substituída pela de poliarquia e


o sistema organiza-se sob a forma de uma rede horizontal de atenção
à saúde. Assim, não há uma hierarquia entre os diferentes pontos de
atenção à saúde, mas a conformação de uma rede horizontal de
pontos de atenção à saúde de distintas densidades tecnológicas e
seus sistemas de apoio, sem ordem e sem grau de importância entre
eles.

Para Mendes (2009), as RAS seriam organizações poliárquicas de conjuntos


de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos
comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma
35

atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela atenção


primária à saúde – prestada no tempo certo, no lugar certo, como custo certo, com a
qualidade certa, de forma humanizada e com equidade – com responsabilidade
sanitária e econômica e gerando valor para a população. De acordo com a Portaria
GM/ MS no 4.279/2010, que institui as Redes de Atenção à Saúde no SUS, é
possível identificar que os atributos essenciais das RAS são:
• População e territórios definidos.
• Extensa gama de estabelecimentos de saúde prestando diferentes serviços.
• APS como primeiro nível de atenção.
• Serviços especializados.
• Mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e assistência integral
fornecidos de forma continuada.
• Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e nas comunidades,
levando em consideração as particularidades de cada um.
• Integração entre os diferentes entes federativos a fim de atingir um propósito
comum.
• Ampla participação social.
• Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico.
• Recursos suficientes.
• Sistema de informação integrado.
• Ação intersetorial.
• Financiamento tripartite.
• Gestão baseada em resultados.
A estrutura operacional das RAS expressa alguns componentes principais:
centro de comunicação (Atenção Primária à Saúde); pontos de atenção (secundária
e terciária); sistemas de apoio (diagnóstico e terapêutico, de assistência
farmacêutica, de tele assistência e de informação em saúde); sistemas logísticos
(registro eletrônico em saúde, prontuário clínico, sistemas de acesso regulado à
atenção e sistemas de transporte em saúde); e sistema de governança (da rede de
atenção à saúde).
36

Fonte: UNA-SUS/UFMA, 2016

Uma Rede de Atenção à Saúde possui três elementos fundamentais: uma


população; uma estrutura operacional e um modelo de atenção à saúde:
Diante disso, a implantação das Redes de Atenção à Saúde no país é
realizada na forma de redes temáticas, priorizando algumas linhas de cuidado, uma
vez que a concepção de Redes de Atenção à Saúde acolhe e redefine os novos
modelos de atenção à saúde que estão sendo experimentados e que têm se
mostrado efetivos e eficientes no controle das condições crônicas.
Desse modo o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 4.279/10,
estabelece diretrizes para a organização das Redes de Atenção à Saúde no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). As redes estabelecidas na portaria dividem-se
em:

Fonte: UNA-SUS/UFMA, 2016


37

6.4 Vigilância em saúde

A Vigilância em Saúde é responsável por ações de vigilância, prevenção e


controle de doenças transmissíveis, pela vigilância de fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e do
trabalhador e também pela análise de situação de saúde da população brasileira.
Diante do novo contexto, em que diferentes estratégias e tecnologias são
incorporadas às ações de saúde pública, a vigilância em saúde passa a ser
entendida como um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação,
disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, que visa ao
planejamento e à implementação de medidas de saúde pública para a proteção da
saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem
como para a promoção da saúde.
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS), tem a função de coordenar programas de prevenção e controle de doenças
transmissíveis de relevância nacional, como aids, dengue, malária, hepatites virais,
doenças imunopreveníveis, leishmaniose, hanseníase e tuberculose e do
Programa Nacional de Imunizações (PNI); investigar surtos de doenças; coordenar
a rede nacional de laboratórios de saúde pública; gestão de sistemas de
informação de mortalidade, agravos de notificação obrigatória e nascidos vivos,
realização de inquéritos de fatores de risco, coordenação de doenças e agravos
não-transmissíveis e análise de situação de saúde, incluindo investigações e
inquéritos sobre fatores de risco de doenças não transmissíveis, entre outras
ações.
Em 12 de junho de 2018 foi instituída a Política Nacional de Vigilância em
Saúde (PNVS), por meio da Resolução n. 588/2018 do Conselho Nacional de
Saúde (CNS). A PNVS é um documento norteador do planejamento das ações de
vigilância em saúde nas três esferas de gestão do SUS, caracterizado pela
definição das responsabilidades, princípios, diretrizes e estratégias dessa
vigilância.
Abrangência - Art. 2º - Parágrafo 2. A PNVS incide sobre todos os níveis e
formas de atenção à saúde, abrangendo todos os serviços de saúde públicos e
privados, além de estabelecimentos relacionados à produção e circulação de bens
38

de consumo e tecnologias que, direta ou indiretamente, se relacionem com a


saúde.
Definições - Art. 2º - Parágrafo 1. Entende-se por Vigilância em Saúde o
processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e
disseminação de informações sobre eventos relacionados à saúde, visando o
planejamento e a implementação de medidas de saúde pública, incluindo a
regulação, intervenção e atuação em condicionantes e determinantes da saúde,
para a proteção e promoção da saúde da população, prevenção e controle de
riscos, agravos e doenças.
Art. 6º - Para efeito desta Política serão utilizadas as seguintes definições:
I – Ações laboratoriais: aquelas que propiciam o conhecimento e a
investigação diagnóstica de doenças e agravos e a verificação da qualidade de
produtos de interesse de saúde pública;
II – Ações de promoção da saúde: estimular a promoção da saúde como
parte da integralidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde;
III – Análise de situação de saúde: ações de monitoramento contínuo da
situação de saúde da população.
IV – Centro de Informação e Assistência Toxicológica: Estabelecimento de
saúde ou serviço de referência em Toxicologia Clínica provendo informações
relativas a intoxicações agudas, crônicas e acidentes com animais peçonhentos.
V – Emergência em saúde pública: situação que demanda o emprego
urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e
agravos à saúde pública.
VI – Integralidade da atenção: conjunto articulado de ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos
os níveis de complexidade do sistema.
VII – Linha de Cuidado (LC): uma forma de articulação de recursos e das
práticas de produção de saúde em resposta às necessidades epidemiológicas de
maior relevância.
VIII – Modelo de Atenção à Saúde: sistema lógico que organiza o
funcionamento das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as
relações entre os componentes da rede e as intervenções sanitárias.
39

IX – Rede de Atenção à Saúde: arranjos organizativos de ações e serviços


de saúde, de diferentes densidades tecnológicas.
X – Vigilância em saúde ambiental: conjunto de ações e serviços que
propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana.
XI – Vigilância em saúde do trabalhador e da trabalhadora: conjunto de
ações que visam promoção da saúde, prevenção da morbimortalidade e redução
de riscos e vulnerabilidades na população trabalhadora
XII – Vigilância epidemiológica: conjunto de ações que proporcionam o
conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e
condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças, transmissíveis e não-
transmissíveis, e agravos à saúde.
XIII – Vigilância sanitária: conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir
ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços do
interesse da saúde. Abrange a prestação de serviços e o controle de bens de
consumo que, direta ou indiretamente se relacionem com a saúde, compreendidas
todas as etapas e processos, da produção ao consumo e descarte.
XIV – Vulnerabilidade: designa tanto os processos geradores quanto as
características das populações e territórios que possuem maiores dificuldades em
absorver os impactos decorrentes de diferentes e variados graus de eventos de
risco
XV – Risco: Compreende a probabilidade de ocorrência de evento adverso
ou inesperado, que cause doença, danos à saúde ou morte em um ou mais
membros da população, em determinado lugar, num dado período de tempo.

Pesquisar a Política Nacional de Vigilância em


Saúde (PNVS) para leitura na íntegra
40

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. O SUS foi criado a partir da Constituição Federal de 1988 e traz no artigo 196
um importante conceito. Leia esse artigo e responda: Você acredita que esse
conceito condiz com a realidade do SUS hoje? Justifique sua resposta

2. Leia os exemplos abaixo e cite em qual nível de assitência deve ser realizado
cada atendimento.

a) Cirurgia de apêndice (Apendicectomia)

b) Visita domiciliar

c) Paciente com sintomas de infecção intestinal

3. O SUS é muito mais do que a assistência médico-hospitalar. Cite 5 exemplos


dos locais ou serviços onde você utiliza o SUS.

4. A estruturação do SUS em redes vem beneficiando a assistência aos usuários


desse sistema. Reflita sobre o que foi discutido na aula e explique por que
isso acontece.

5. Quais as ações da Vigilância em saúde?


41

7. POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DE DIFERENTES ETNIAS

O Brasil hoje é considerado um estado democrático de direitos. Em outras


palavras um estado que não só guia as suas ações e responsabilidades com base
na democracia, mas também pela igualdade de direitos. Somos todos iguais em
direitos, responsabilidades e oportunidades. Pode haver diferenciações entre as
pessoas sem que haja lesão ao princípio da igualdade, desde que tenha uma
justificativa e uma finalidade. É de se observar que, na realidade, as pessoas são
diferentes, possuem necessidades especiais, que trazem a necessidade de o Estado
tratá-las de maneira diferente, com o intuito não de aumentar as diferenças, mas sim
de reduzi-las.
Algumas etnias apresentam maior vulnerabilidade e maior déficit no acesso à
saúde e nas condições de vida. Neste caso foram previstas legislações que preveem
atenção especial a estes grupos.
A política de saúde brasileira ganhou notoriedade dada, entre outras
perspectivas, à sua dimensão universal, integral e equânime, como responsabilidade
do Estado e direitos de todos. Conformando assim, uma política para prover o
Direito Humano à Saúde em todas as suas dimensões.

7.1 Saúde indígena

7.1.1 Antecedentes

No Brasil, a população indígena, estimada em cerca de 5 milhões de pessoas


no início do Século XVI, comparável à da Europa nesta mesma época, foi dizimada
pelas expedições punitivas às suas manifestações religiosas e aos seus movimentos
de resistência, mas, principalmente, pelas epidemias de doenças infecciosas, cujo
impacto era favorecido pelas mudanças no seu modo de vida impostas pela
colonização e cristianização (como escravidão, trabalho forçado, maus tratos,
confinamento e sedentarização compulsória em aldeamentos e internatos).
Desde o início da colonização portuguesa, os povos indígenas foram
assistidos pelos missionários de forma integrada às políticas dos governos. No início
do Século XX, a expansão das fronteiras econômicas para o Centro-Oeste e a
construção de linhas telegráficas e ferrovias provocaram numerosos massacres de
42

índios e elevados índices de mortalidade por doenças transmissíveis que levaram,


em 1910, à criação do Serviço de Proteção ao Índio e Trabalhadores Nacionais
(SPI), órgão, vinculado ao Ministério da Agricultura.
Uma política indigenista começou a se esboçar com inspiração positivista, em
que os índios, considerados num estágio infantil da humanidade, passaram a ser
vistos como passíveis de "evolução" e integração na sociedade nacional por meio de
projetos educacionais e agrícolas. A assistência à saúde dos povos indígenas, no
entanto, continuou desorganizada e esporádica.
Na década de 50, foi criado o Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (SUSA),
no Ministério da Saúde, com o objetivo de levar ações básicas de saúde às
populações indígena e rural em áreas de difícil acesso. Essas ações eram
essencialmente voltadas para a vacinação, atendimento odontológico, controle de
tuberculose e outras doenças transmissíveis.
Em 1967, com a extinção do SPI, foi criada a Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), que, baseando-se no modelo de atenção do SUSA, criou as Equipes
Volantes de Saúde (EVS). Essas equipes realizavam atendimentos esporádicos às
comunidades indígenas de sua área de atuação, prestando assistência médica,
aplicando vacinas e supervisionando o trabalho do pessoal de saúde local,
geralmente auxiliares ou atendentes de enfermagem.
Com o passar do tempo, os profissionais das EVS foram se fixando nos centros
urbanos, alguns deles, em geral pouco qualificados, ficaram lotados em postos
indígenas, executando ações assistenciais curativas e emergenciais sem qualquer
acompanhamento.
Em 1988, a Constituição Federal estipulou o reconhecimento e respeito das
organizações socioculturais dos povos indígenas, assegurando-lhes a capacidade
civil plena - tornando obsoleta a instituição da tutela - e estabeleceu a competência
privativa da União para legislar e tratar sobre a questão indígena. A Constituição
também definiu os princípios gerais do SUS, posteriormente regulamentados pela
Lei 8.080/90, e estabeleceu que a direção única e a responsabilidade da gestão
federal do Sistema são do Ministério da Saúde.
Para debater a saúde indígena, especificamente, foram realizadas, em 1986 e
1993, a I Conferência Nacional de Proteção à Saúde do Índio e a II Conferência
Nacional de Saúde para os Povos Indígenas, por indicação da VIII e IX Conferências
43

Nacionais de Saúde, respectivamente. Essas duas Conferências propuseram a


estruturação de um modelo de atenção diferenciada, baseado na estratégia de
Distritos Sanitários Especiais Indígenas, como forma de garantir aos povos
indígenas o direito ao acesso universal e integral à saúde, atendendo às
necessidades percebidas pelas comunidades e envolvendo a população indígena
em todas as etapas do processo de planejamento, execução e avaliação das ações.
Em 1999, foi criado o Subsistema de Atenção à saúde indígena, promulgado
através do decreto nº 3156, que dispõe sobre as condições para a prestação de
assistência à saúde dos povos indígenas, no âmbito do Sistema Único de Saúde,
pelo Ministério da Saúde. E, em 2002 foi criada a Política Nacional de Atenção á
Saúde aos Povos Indígenas através da Portaria Ministerial nº 254 de 31 de janeiro.

7.1.2 Situação atual de saúde

A população indígena brasileira é estimada em, aproximadamente, 350.000


pessoas, pertencentes a cerca de 210 povos, falantes de mais de 170 línguas
identificadas. Cada um destes povos tem sua própria maneira de entender e se
organizar diante do mundo, que se manifesta nas suas diferentes formas de
organização social, política, econômica e de relação com o meio ambiente e
ocupação de seu território. Há indícios da existência de 55 grupos que permanecem
isolados, sendo que, com 12 deles, a Fundação Nacional do Índio, FUNAI, vem
desenvolvendo algum tipo de trabalho de reconhecimento e regularização fundiária.
Por outro lado, há também aqueles, como os Potiguara, Guarani e Tupiniquim, cujos
ancestrais presenciaram a chegada das primeiras embarcações que cruzaram o
Atlântico há cinco séculos.
Os povos indígenas estão presentes em todos os estados brasileiros, exceto
no Piauí e Rio Grande do Norte, vivendo em 567 terras indígenas que se encontram
em diferentes situações de regularização fundiária e que ocupam cerca de 12% do
território nacional. Uma parcela vive em áreas urbanas, normalmente em periferias.
Cerca de 60% dessa população vivem no Centro-Oeste e Norte do país, onde estão
concentradas 98,7% das terras indígenas. Os outros 40% da população indígena
estão confinados em apenas 1,3% da extensão das terras indígenas, localizadas
nas regiões mais populosas do Nordeste, Leste e Sul do país:
44

Ainda que numericamente constituam uma parcela de somente 0,2% da


população brasileira, em algumas regiões a presença indígena é significativa. Em
Roraima, por exemplo, representa cerca de 15% da população do estado; 4% no
Amazonas; e 3% no Mato Grosso do Sul. Tomando-se como base a população
municipal, em grande número de localidades a população indígena é maioria, tanto
em municípios amazônicos, quanto em outros das regiões Sul, Sudeste e Centro-
Oeste.
Os povos indígenas enfrentam situações distintas de tensão social, ameaças
e vulnerabilidade. A expansão das frentes econômicas (extrativismo, trabalho
assalariado temporário, projetos de desenvolvimento) vem ameaçando a integridade
do ambiente nos seus territórios e também os seus saberes, sistemas econômicos e
organização social.
Em relação à morbidade, verifica-se uma alta incidência de infecções
respiratórias e gastrointestinais agudas, malária, tuberculose, doenças sexualmente
transmissíveis, desnutrição e doenças preveníveis por vacinas, evidenciando um
quadro sanitário caracterizado pela alta ocorrência de agravos que poderiam ser
significativamente reduzidos com o estabelecimento de ações sistemáticas e
continuadas de atenção básica à saúde no interior das áreas indígenas.

SITUAÇÃO INDÍGENA EM MT
DSEI CUIABÁ - MT:

População geral 6.830 indígenas

Etnias 10

Aldeias 120

Polo Base 5

CASAI 3

7.1.3 Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas – Conceito e


Organização:

O propósito da política é garantir aos povos indígenas o acesso à atenção


integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de
45

Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de


modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais
vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os
brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua
cultura.

7.1.4 Distrito Sanitário Especial Indígena

O conceito utilizado nesta proposta define o Distrito Sanitário como um


modelo de organização de serviços - orientado para um espaço etnocultural
dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado -, que contempla
um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas
de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e das práticas
sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo-gerenciais necessárias à
prestação da assistência, com controle social.
As equipes de saúde dos distritos deverão ser compostas por médicos,
enfermeiros, odontólogos, auxiliares de enfermagem e agentes indígenas de saúde,
contando com a participação sistemática de antropólogos, educadores, engenheiros
sanitaristas e outros especialistas e técnicos considerados necessários.
Nas aldeias, a atenção básica será realizada por intermédio dos Agentes
Indígenas de Saúde, nos postos de saúde, e pelas equipes multidisciplinares
periodicamente, conforme planejamento das suas ações.
Na organização dos serviços de saúde, as comunidades terão uma outra
instância de atendimento, que serão os Polos-Base. Os polos são a primeira
referência para os agentes indígenas de saúde que atuam nas aldeias. Podem estar
localizados numa comunidade indígena ou num município de referência. Neste
último caso, correspondem a uma unidade básica de saúde, já existente na rede de
serviços daquele município. A maioria dos agravos à saúde deverão ser resolvidas
nesse nível.
As demandas que não forem atendidas no grau de resolutividade dos Polos-
Base deverão ser referenciadas para a rede de serviços do SUS, de acordo com a
realidade de cada Distrito Sanitário Especial Indígena. Essa rede já tem sua
localização geográfica definida e será articulada e incentivada a atender os índios,
46

levando em consideração a realidade socioeconômica e a cultura de cada povo


indígena, por intermédio de diferenciação de financiamento.
Deverão ser oferecidos, ainda, serviços de apoio aos pacientes
encaminhados à rede do SUS. Tais serviços serão prestados pelas Casas de Saúde
Indígena - CASAI, localizadas em municípios de referência dos distritos a partir da
readequação das Casas do Índio. Essas Casas de Saúde deverão estar em
condições de receber, alojar e alimentar pacientes encaminhados e acompanhantes,
prestar assistência de enfermagem 24 horas por dia, marcar consultas, exames
complementares ou internação hospitalar, providenciar o acompanhamento dos
pacientes nessas ocasiões e o seu retorno às comunidades de origem,
acompanhados das informações sobre o caso.
O Acompanhamento e Avaliação desta política terá como base o Sistema de
Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), referente à saúde dos povos
indígenas. Os aspectos a serem acompanhados e avaliados incluirão a estrutura, o
processo e os resultados da atenção à saúde dos povos indígenas. O SIASI deverá
subsidiar os órgãos gestores e de controle social quanto à indispensável
compatibilidade entre o diagnóstico situacional dos problemas de saúde identificados
e as prioridades estabelecidas nos níveis técnico, social e político, visando a
coerência entre ações planejadas e efetivamente executadas.

Organização do distrito sanitário especial indígena e modelo assistencial

Fonte: Ministério da Saúde / Secretaria especial de saúde indígena, 2020.


47

7.1.5 Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde

As Secretarias Estaduais e Municipais devem atuar de forma complementar


na execução das ações de saúde indígena, em articulação com o Ministério da
Saúde/FUNASA. É indispensável a integração das ações nos programas especiais,
como imunização, saúde da mulher e da criança, vigilância nutricional, controle da
tuberculose, malária, doenças sexualmente transmissíveis e aids, entre outros,
assim como nos serviços de vigilância epidemiológica e sanitária a cargo dos
gestores estaduais e municipais do SUS. Deverá se dar atenção, também, às
doenças crônico-degenerativas (como o câncer cérvico-uterino; diabetes etc.) que já
afetam grande parte da população indígena no país.

7.1.6 Fundação Nacional do Índio (FUNAI)

A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) é o órgão indigenista oficial, vinculado


ao Ministério da Justiça, responsável pela coordenação das ações do governo
federal destinadas a assegurar os direitos constitucionais dos povos indígenas no
país. Entre suas principais atribuições está a garantia dos territórios indígenas, por
meio de uma política de demarcação, fiscalização e retirada de invasores, ação que
assume relevância primordial entre os fatores determinantes de saúde e qualidade
de vida destas populações. Os projetos de desenvolvimento sustentável e manejo
adequado do meio ambiente deverão ser priorizados por essa instituição. A FUNAI
deve fazer o acompanhamento das ações de saúde desenvolvidas em prol das
comunidades indígenas.

7.1.7 Financiamento

As ações a serem desenvolvidas pelos Distritos Sanitários Especiais


Indígenas serão financiadas pelo orçamento da FUNASA e do Ministério da Saúde,
podendo ser complementada por organismos de cooperação internacional e da
iniciativa privada. Os estados e municípios também deverão atuar
complementarmente, considerando que a população indígena está contemplada nos
mecanismos de financiamento do SUS. O financiamento dos Distritos Sanitários
48

Especiais Indígenas deverá ser de acordo com o montante de população, situação


epidemiológica e características de localização geográfica.

Pesquisar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos


Indígenas (PNASPI) para leitura na íntegra.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. No Brasil, no século XVI, a população indígena era estimada em cerca de 5


milhões de pessoas, atualmente é estimada em, aproximadamente, 350.000
pessoas. Quais os fatores responsável por essa redução?

2. Com suas palavras escreva qual o propósito da Política Nacional de Atenção


à Saúde dos Povos Indígenas.

3. Explique como funciona a organização do distrito sanitário especial indígena


e modelo assistencial de acordo com a imagem abordada em aula.
49

8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O Brasil ocupa quase metade da América do Sul e é o país com a maior


diversidade de espécies no mundo, espalhadas nos seis biomas terrestres e nos três
grandes ecossistemas marinhos. São mais de 103.870 espécies animais e 43.020
espécies vegetais conhecidas no país. Suas diferentes zonas climáticas favorecem a
formação de zonas biogeográficas (biomas), a exemplo da floresta amazônica,
maior floresta tropical úmida do mundo; o Pantanal, maior planície inundável; o
Cerrado, com suas savanas e bosques; a Caatinga, composta por florestas
semiáridas; os campos dos Pampas; e a floresta tropical pluvial da Mata Atlântica.
Além disso, o Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km², que inclui
ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e
pântanos. Esta abundante variedade de vida abriga mais de 20% do total de
espécies do planeta, encontradas em terra e na água.
Diante da diversidade existente em nosso país, há duas décadas a Educação
Ambiental tornou-se componente essencial e permanente da educação nacional,
com a Política Nacional de Educação Ambiental instituída pela Lei nº 9.795/99, e
deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do
processo educativo, em caráter formal e não formal.
O artigo 1º desta política aborda o seguinte conceito: "Entendem-se por
educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade."
A Educação Ambiental é um elemento fundamental para a gestão ambiental
pública, que deve ser eficaz e manter o meio ambiente equilibrado para todos. Por
meio de processos educativos democráticos e participativos, busca explicar os
interesses e as causas de conflitos e questões socioambientais, ao mesmo tempo
que constrói valores, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes voltados
à transformação da realidade socioambiental e à ruptura dos paradigmas de
desenvolvimento em bases insustentáveis.
Em 2003 foi lançado o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA),
sendo um dos marcos referenciais na implementação das políticas públicas de
educação ambiental no Brasil. O programa apresenta diretrizes, princípios, visão,
50

missão, objetivos, público e linhas de ação que orientam a educação ambiental no


Brasil, assegurando, de forma integrada e articulada, o estímulo aos processos de
mobilização, formação, participação e controle social das políticas públicas
ambientais, em sinergia com as demais políticas federais, estaduais e municipais,
desenvolvidas pelo Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).
Apesar da evolução no processo de educação ambiental junto a população,
os desafios para implementação de medidas de prevenção se ampliam e modificam
constantemente diante dos novos cenários sociais, econômicos, culturais e
ambientais, decorrentes do atual modelo de desenvolvimento, o que ocorre devido a
mais carros nas ruas, maior consumo de energia, desmatamento e práticas agrícolas
inadequadas. A atividade humana gerou um desequilíbrio que, segundo pesquisas
científicas, pode elevar a temperatura média na Terra. Para combater e se adaptar a
essas mudanças, o Brasil desenvolve uma série de ações a nível nacional.
A principal delas é a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC),
instituída pela Lei nº 12.187, de 2009. A partir da legislação, o Ministério do Meio
Ambiente (MMA) define estratégias e propõe políticas relacionadas ao
monitoramento e à implementação dos planos setoriais de mitigação e adaptação. O
MMA promove, ainda:
• Cooperação técnica e científica com entidades relacionadas ao tema para que
o país alcance os compromissos voluntários de redução de emissões de
gases de efeito estufa;
• Atua no combate ao desmatamento na Amazônia e em outros biomas;
• Na eliminação de substâncias destruidoras da Camada de Ozônio que
protege a Terra dos raios ultravioletas;
• Em conjunto com outros órgãos de governo, articula acordos com a
comunidade internacional, assim como apoia e desenvolve estudos e projetos
relacionados com a preservação do meio ambiente.
Todos os anos, representantes de 195 países reúnem-se na Conferência das
Partes, a COP, da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do
Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Nessas reuniões, são discutidas medidas
relacionadas à governança climática global, responsáveis por expressivos resultados
como o Protocolo de Quioto, que estabeleceu metas de redução de emissões para
países desenvolvidos.
51

Em dezembro de 2015, foi assinado o Acordo de Paris, que une esforços das
nações signatárias para adotar uma economia de baixo carbono até o fim deste
século. O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa
em 37% até 2025 e apresentou o indicativo de redução de 43%, até 2030. Ambos
são comparados aos níveis de 2005. Entre outras medidas, o Acordo de Paris tem o
objetivo de manter o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2°C em
relação aos níveis pré-industriais e de garantir esforços para limitar o aumento da
temperatura a 1,5°C.
A tabela abaixo apresenta o resultado por setores das estimativas anuais de
emissões de gases de efeito estufa no Brasil, publicadas em 2014:

O campo do conhecimento no qual se situa a questão das relações saúde e


ambiente é multidisciplinar e comporta uma infinidade de abordagens e articulações
interdisciplinares. Nesse sentido, convém reforçar que o ambiente é produzido por
processos conduzidos pela sociedade por meio das tecnologias e técnicas com as
quais os seres humanos interagem com a natureza.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1. Qual a responsabilidadedo Técnico em enfermagem no cuidado com o meio
ambiente e qual a relação desse cuidado com a saúde do paciente?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
52

9. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

A administração existe desde as mais antigas sociedades e portanto a


aplicação dos conhecimentos dessa ciência estão presentes desde a origem da
sociedade até os dias de hoje, pois o ser humano é um ser social por natureza,
vivemos em COMUM-UNIDADE, que se articula e se organiza através de
instituições diversas, que são denominadas organizações, assim todas as
atividades, sejam elas de produção de bens ou de prestação de serviços são
realizadas dentro de organizações/serviços.
Estas organizações/instituições/empresas/serviços são compostas por
recursos “não-humanos” (físicos, materiais, financeiros, tecnológicos,
mercadológicos e outros) e recursos humanos - pessoas, as instituições dependem
do trabalho das pessoas, que para trabalharem em conjunto, tendo em vista a
finalidade do serviço, necessitam que sua prática seja estruturada, através da
definição de planos de ação, de objetivos, da condução dos recursos e da
estruturação formal do desenvolvimento das atividades, ou seja, elas necessitam da
ADMINISTRAÇÃO.
Além disso, se você reparar bem a administração é necessária toda vez que
duas ou mais pessoas interagem para alcançar certo objetivo, assim a administração
não está presente apenas nas grandes empresas, mas, por exemplo, em famílias,
clubes, organizações públicas, organizações não governamentais (ONGs), igrejas,
entre outras.
Na enfermagem não é diferente uma vez que a equipe de enfermagem realiza
um trabalho, a assistência de enfermagem, para, com e através de pessoas. Desse
modo, não atuam isoladamente, mas com uma equipe multiprofissional e para que
ocorra de maneira satisfatória, o trabalho deve ser estruturado, através de ações
hierarquizadas distribuídas segundo graus de complexidade. Assim, a
responsabilidade em executar a função de gestão administrativa é do enfermeiro,
garantindo a organização desse trabalho coletivo, planejando e desenvolvendo
novos processos, métodos e instrumentos.
Além disso, o mercado profissional espera dos profissionais da enfermagem
uma capacidade para trabalhar conflitos, enfrentar problemas, negociar, dialogar,
argumentar, propor e alcançar mudanças, com estratégias que aproximem a equipe
e os usuários contribuindo para a qualidade do cuidado.
53

Para CHIAVENATO (2014), administrar nos dias de hoje significa fazer uma
leitura dos objetivos propostos pelas instituições e empresas e transformá-los em
ação organizacional partindo das funções administrativas, através do esforço de
todos, realizado em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de
alcançar os objetivos propostos da maneira mais adequada à situação.
Para melhor compreensão desse processo, as funções administrativas são:
Planejamento: Planejar é definir os objetivos a atingir e traçar um plano para
alcançá-los. O planejamento tem lugar antes da ação, ele se baseia em previsões e
estimativas do que poderá ocorrer em períodos futuros.
Ex.: Um profissional de enfermagem tem conhecimento de que um paciente
imobilizado no leito pode vir a desenvolver úlceras por pressão e tem como objetivo
evitar isso, ele precisa traçar um plano de ação para alcançar tal objetivo. Esse
plano de ação pode incluir, por exemplo, realizar mudança de decúbito (mudança da
posição do corpo quando está deitado) de duas em duas horas.
Organização: Organizar é associar os meios e recursos de pessoal e de
material necessários à execução do planejamento. É dar condições de
funcionamento, estabelecendo uma estrutura de autoridade e responsabilidade, por
meio da qual as atividades são conduzidas e coordenadas.
Ex.: Ao planejar dar um banho no leito em um paciente, é preciso reunir
primeiro todos os materiais essenciais ao banho: a toalha, o sabonete, a bacia, a
água quente, etc.
Direção/Coordenação: Essa função engloba as atividades de dirigir, liderar e
estimular os recursos humanos da organização, com o objetivo de converter os
planos em resultados. Quem dirige precisa desenvolver estratégias, prover e aplicar
recursos para realização de tarefas, solucionar problemas e coordenar o trabalho de
sua equipe.
As atividades de direção e coordenação na enfermagem são da competência
dos enfermeiros que ocupam os cargos do Serviço de Enfermagem. Cabem aos
demais membros da equipe compreender a importância dessa função e colaborar
para o alcance dos objetivos propostos.
Controle/Avaliação: Controlar é verificar se tudo está sendo realizado
conforme o plano de ação adotado, segundo a organização e a divisão estabelecida.
54

O controle indica quando é necessário rever os objetivos propostos no planejamento


ou sua forma e meios de execução.
Ex.: A verificação dos sinais vitais é uma forma de controlar se os dados
apresentados pelo paciente estão ou não de acordo com os parâmetros de
normalidade preestabelecidos, caso não estejam deverá ser adotadas novas
medidas cabíveis.
A partir das funções administrativas descritas acima, entendemos a
organização do trabalho como a especificação do conteúdo, métodos e inter-
relações entre os cargos, de modo a satisfazer os requisitos organizacionais e
tecnológicos, assim como os requisitos sociais e individuais do ocupante do cargo.
Sob essa perspectiva, o processo de organização do trabalho envolve dimensões
técnicas e sociais em que se faz necessário conhecer alguns conceitos:
• Hierarquia: Divide o trabalho em níveis de autoridade. A
superioridade hierárquica aumenta proporcionalmente a
autoridade do cargo em relação aos subordinados. Quanto maior
a organização, maior tende a ser o número de níveis hierárquicos.
• Autoridade: Poder de comandar subordinados, orientando-os a executarem
suas atividades para a realização dos objetivos propostos. O poder de
comandar diminui à medida que se desce na estrutura hierárquica.
• Responsabilidade: A responsabilidade provém da relação superior –
subordinado e refere-se à obrigação que uma pessoa tem de realizar alguma
tarefa para outrem.
• Supervisão: Função administrativa, que consiste em um processo educativo
e continuo, no qual os supervisionados são orientados e motivados na
execução de atividades com base em normas eficiente, a fim de elevar a
qualidade dos serviços prestados.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. Utilizamos a administração diariamente em nossarotina de trabalho, em


casa, na organização de uma festa, entre outros. Conhecendo as
funções administrativas,utilize-as para aplicar em uma ação realizada
por você e apresente para o restante da turma.
55

10. ENFERMAGEM: ÁREAS DE ATUAÇÃO E SUA ORGANIZAÇÃO

10.1 Áreas de atuação da enfermagem

A construção da imagem da enfermagem como profissão foi apoiada em


valores humanos histórica e culturalmente delineados. Em determinado momento da
história, a enfermagem era caracterizada pela religiosidade do cuidado, em que o
enfermeiro era visto como um profissional obediente e devoto, e que exercia
procedimentos apenas técnicos no paciente, percebendo-o meramente como uma
máquina.
Na segunda metade do século XIX, após o trabalho e as ações de Florence
Nightingale, a enfermagem começou a ser visualizada como profissão e como um
campo do saber. A cientificidade e as intervenções de enfermagem se
desenvolveram em ações aplicadas ao paciente e ao ambiente que o abarca,
desencadeando a manutenção e recuperação de sua saúde.
Atualmente o profissional enfermeiro está rompendo e desvencilhando-se
dessa imagem anteriormente construída de sua profissão. Ao adquirir continuamente
novos conhecimentos, utiliza-os em sua prática, contribuindo positivamente nos
diversos campos de saberes e de práticas de atuação, abarcando novos espaços na
assistência ao paciente, na gestão e na coordenação dos serviços de saúde.
Diante disso, o campo para atuação da equipe de enfermagem é muito amplo,
o mercado de trabalho para o técnico de enfermagem não é restrito apenas aos
hospitais. O profissional pode atuar em:

• Unidades básicas • Consultórios • Spa’s


de saúde médicos • Asilos
• Ambulatórios de • Redes • Abrigos
empresas ambulatoriais • Casa de repouso
• Home Care • Laboratórios • Creches
• Hospitais • Serviços de • Instituições de
• Clínicas diagnóstico ressocialização

Após a conclusão do curso, o profissional está apto a atuar em diferentes


espaços, podendo escolher em que área quer exercer sua profissão. Cada setor de
56

trabalho exigirá do profissional assessoramento específico. Sendo assim, abaixo


você confere algumas dessas áreas e os locais de atuação:
Enfermagem geral: De uma maneira ampla, a função do técnico de
enfermagem será a de auxiliar o enfermeiro nas ações de prevenção e reabilitação
dos pacientes. Os locais de trabalho podem ser em hospitais, clínicas, serviços de
diagnóstico, entre outros.
Enfermagem geriátrica: O profissional proporcionará ao idoso os cuidados
básicos e de saúde que sejam necessários. Devem ser analisadas as condições
físicas, mentais e emocionais de quem será cuidado, para que as intervenções
sejam feitas corretamente. Normalmente os familiares fazem a contratação do
técnico de enfermagem para trabalhar na própria residência do paciente. No entanto,
existem outras possibilidades de trabalho em hospitais ou em clínicas próprias do
setor geriátrico, além dos asilos.
Enfermagem médico-cirúrgica: O técnico de enfermagem está entre os
profissionais da saúde que podem atuar na equipe do centro cirúrgico. Suas
principais funções são:
• Organizar a sala de cirurgia e verificar o bom funcionamento dos
equipamentos;
• Circular nela durante o procedimento, assessorando toda equipe;
• Instrumentar a cirurgia;
• Ajudar o paciente no transporte da maca para a mesa de cirurgia e vice-versa;
• Registrar todas as informações no prontuário ou no impresso padronizado
pela instituição de saúde.
Saúde da família: Os técnicos de enfermagem, incluídos no programa, devem
agir da seguinte forma:
• Atuar nas atividades de assistência básica: Verificar sinais vitais, monitorar
glicose, ensinar normas de higiene pessoal e higienização dos alimentos;
• Promover ações educativas a grupos e familiares que estejam em situação de
risco, mediante planejamento prévio da equipe;
• Participar do controle dos insumos necessários para o atendimento dos
pacientes;
Assistência em urgência e emergência: O papel do técnico de enfermagem é
de fornecer suporte adequado ao paciente em situação de urgência ou emergência,
57

além de auxiliar os demais profissionais durante o atendimento. Sendo assim, em


busca de uma atuação adequada, o profissional deve:
• Ajudar na recepção dos pacientes e monitorar os sinais vitais;
• Fazer os curativos;
• Auxiliar durante o método de reanimação em caso de parada cardíaca;
• Aplicar medicamentos por via venosa ou subcutânea, oral e muscular;
Materno Infantil: O setor Materno Infantil de um hospital ou de uma clínica
pública ou privada busca o cuidado e o atendimento da gestante e do recém-
nascido. O corpo médico e o de enfermagem precisam do trabalho do profissional
técnico para atuar nos setores UTI neonatal, emergência obstétrica, entre outros
desempenhando as seguintes funções:
• Monitoramento das gestantes e orientações sobre o aleitamento materno.
• Instruções sobre os primeiros cuidados com o recém-nascido;
Enfermagem Neuropsiquiátrica: Os pacientes que apresentam algum tipo de
transtorno mental devem receber atendimento e cuidados humanizados por parte da
equipe de enfermagem. O profissional técnico atua como um agente que vai
estimular a integração do indivíduo com o ambiente, bem como vai incentivá-lo na
realização de tarefas diárias simples. Como atribuições mais específicas, terá que:
• Administrar medicamentos;
• Observar a participação nas atividades terapêuticas que são feitas dentro da
instituição onde o paciente estiver inserido;
• Informar todas as evoluções do paciente para o médico responsável pelo
tratamento.
Enfermagem em Infectologia: Ao trabalhar na área de doenças infecciosas,
seja em um hospital, seja em uma clínica médica, são funções do técnico de
enfermagem:
• Atentar-se ao uso de Equipamentos de proteção individual (óculos, luvas,
gorros e máscaras descartáveis);
• Manter pacientes portadores de doenças infectocontagiosas em medidas de
precaução;
• Atentar-se quanto às restrições e orientações em relação às visitas.
Por fim, vale ressaltar que o curso técnico de enfermagem dará a você diversas
possibilidades profissionais. No entanto, seja qual for a área de atuação que desejar,
58

o mais importante é que você atue com compromisso, responsabilidade e disposição


para ajudar o próximo.

10.2 Organização do trabalho no serviço de enfermagem

A organização do trabalho pode ser entendida como um processo que


envolve o conjunto de atividades desenvolvidas pelos trabalhadores incluindo as
relações de trabalho e as relações hierárquicas. O trabalho ocorre em uma
determinada estrutura organizacional, sendo influenciado pelo modo de gestão e
pela cultura institucional, bem como pelas macropolíticas vigentes na sociedade.
Nesse sentido, pensar a organização do trabalho não significa somente refletir sobre
o modelo implementado internamente na referida instituição. Há que se pensar a
totalidade que compõe este contexto e a sua inserção social sob um modo de
produção localizado historicamente.
O trabalho da enfermagem, é hoje, majoritariamente, um trabalho coletivo
desenvolvido sob regras institucionais. É parte do trabalho coletivo em saúde no
qual os trabalhadores de enfermagem estabelecem relações com a estrutura
institucional, com outros profissionais e com os usuários desses serviços, buscando
atender as necessidades dessa clientela.
No trabalho coletivo em saúde os diversos profissionais de saúde
desenvolvem parte do trabalho que tem como resultado, como produto, a assistência
de saúde a indivíduos ou grupos. São atividades diferenciadas, que, estudadas nas
suas especificidades, permitem identificar produtos distintos. Esses trabalhos, no
conjunto, resultam na assistência a seres humanos que são totalidades complexas.
O fato de o serviço de enfermagem ser composto por um grupo de
profissionais com atribuições específicas leva a necessidade da estruturação
organizacional do Serviço de Enfermagem (SE). O termo organização diz respeito a
um planejamento estruturado, com enfoque no objetivo. Essa estrutura planejada, a
estrutura formal, é orientada por padrões formalizados de forma descrita e
direcionada. Nela, os profissionais de enfermagem têm autonomia e seguem
determinada hierarquia no trabalho, estabelecendo relações com o propósito de
alcançar a eficácia, ou seja, atingir o objetivo de tratar os doentes.
59

A filosofia da organização, o objetivo do serviço de enfermagem, o volume de


atividades, a especialidade e os recursos materiais e humanos disponíveis são
importantes para a estrutura organizacional do trabalho. Diante disso é
extremamente importante o reconhecimento da organização do serviço de
enfermagem e suas funções:

GERENTE DE
ENFERMAGEM / Chefia máxima da equipe de enfermagem, responsável
RESPONSÁVEL por toda atividade de enfermagem desenvolvida no
TÉCNICO (RT) ambiente de serviço de saúde;

• Supervisiona e coordena setores específicos de atuação


ENFERMEIRO da enfermagem;
SUPERVISOR • Oferece assistência indireta ao paciente.

• Executa o planejamento proposto pela


ENFERMEIRO Gerência/Supervisão;
ASSISTENCIAL • Oferece assistência direta ao paciente, realizando
orientações e acompanhamento.

• Executa atividades de nível médio designadas pelo


TÉCNICO DE enfermeiro assistencial;
ENFERMAGEM • Assistência direta, orientação, acompanhamento e
participação no planejamento da assistência de
Enfermagem.

• Exerce atividades designadas pelo enfermeiro


AUXILIAR DE
assistencial bem como os cuidados pertinentes a sua
ENFERMAGEM
categoria profissional (Atividades com nível de execução
simples).

Secretária(o) do Setor: Profissional de competência administrativa que auxilia o


enfermeiro nas atividades burocráticas da unidade.
60

Para uma organização eficaz dos serviços de enfermagem prestados, as


atividades realizadas a nível assistencial, gerencial e de supervisão, devem ser
desenvolvidas em equipe, visando o bem estar do paciente, respeitando suas
respectivas funções pertinentes a cada categoria profissional, sendo estes:

• Gerencia dos serviços de enfermagem:


⎯ Responde pelas ações da equipe perante o COREN (Conselho Regional de
Enfermagem).
⎯ Dirige todas as unidades hospitalares cabíveis a equipe de enfermagem e
Escalas de plantões, férias e folgas;
⎯ Contratações e dispensa dos profissionais envolvidos;
⎯ Controle de qualidade dos serviços prestados – auditoria;
⎯ Planejamento das capacitações;
⎯ Elaboração de relatórios dos serviços prestados pela equipe de enfermagem;
⎯ Representa a equipe de enfermagem junto à diretoria clínica do hospital;
⎯ Aplica as punições cabíveis à equipe, bem como definidas pela empresa;
⎯ Administra todo exercício de enfermagem a nível hospitalar;
⎯ Trabalha junto ao supervisor para resolutividade das divergências entre a
equipe.

• Enfermeiro supervisor:
⎯ Dirige a unidade de sua responsabilidade;
⎯ Avalia as necessidades de sua unidade;
⎯ Elabora plano de trabalho e ação;
⎯ Executa o programa planejado;
⎯ Avalia a qualidade do desempenho do seu pessoal;
⎯ Supervisiona, orienta, promove e participa do processo de educação
permanente em serviço junto ao seu pessoal;
⎯ Auxilia na resolução de problemas técnicos que os enfermeiros assistenciais
encontrem, inclusive prestando cuidados de enfermagem diretos a pacientes
quando for necessário;
⎯ Relaciona-se com os demais profissionais da equipe de saúde.
⎯ Promove reuniões periódicas com os seus funcionários.
61

⎯ Apresenta relatórios mensais e anuais das atividades realizadas.

• Enfermeiro Assistencial
⎯ Responsabiliza-se pela unidade onde trabalha, durante seu horário.
⎯ Planeja, organiza, coordena e avalia os serviços de assistência de
enfermagem prestados ao paciente pela equipe de enfermagem.
⎯ Elabora plano de assistência de enfermagem para o paciente;
⎯ Presta cuidados de enfermagem aos pacientes de alto risco;
⎯ Acompanha visita médica;
⎯ Assiste e orientam pacientes e familiares;
⎯ Elabora escala de serviços;
⎯ Acompanha solicitações de exames, medicamentos e materiais de
almoxarifado;
⎯ Realiza registros das atividades executadas.

• Técnico de Enfermagem:
⎯ Participar da programação/ planejamento da assistência de Enfermagem;
⎯ Presta assistência de enfermagem aos pacientes de acordo com plano
estabelecido;
⎯ Participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau
auxiliar;
⎯ Assiste, orienta e atende a solicitações dos pacientes, familiares, assim como
outros membros da equipe de enfermagem, encaminhando-as ao enfermeiro
quando não for de sua competência;
⎯ Assiste o médico no cuidado ao paciente;
⎯ Comunicar o enfermeiro alterações do estado geral do paciente observadas;
⎯ Executar ações assistenciais de Enfermagem:
⎯ Prepara pacientes para cirurgias e exames;
⎯ Realiza curativos, prepara e administra medicações conforme
prescrição médica e de enfermagem;
⎯ Presta cuidados de enfermagem relativos à higiene, conforto e
alimentação;
62

⎯ Assiste o paciente em sua movimentação e deambulação;


⎯ Assiste a equipe em atendimentos de urgência e emergência;
⎯ Anota os cuidados e as intercorrências ocorridas no seu plantão;
⎯ Recebe plantão e realiza a passagem do mesmo junto à equipe de
enfermagem.

• Auxiliar de Enfermagem
⎯ Presta assistência de enfermagem aos pacientes de acordo com plano
estabelecido;
⎯ Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
⎯ Assiste, orienta e atende a solicitações dos pacientes, familiares, assim como
outros membros da equipe de enfermagem de acordo com sua formação,
encaminhando-as ao enfermeiro quando não for de sua competência;
⎯ Comunicar o enfermeiro alterações do estado geral do paciente observadas
de acordo com sua competência;
⎯ Executar ações assistenciais de Enfermagem de tratamento simples:
⎯ Prepara pacientes para cirurgias e exames;
⎯ Presta cuidados de enfermagem relativos à higiene, conforto e
alimentação;
⎯ Auxilia o técnico de enfermagem quando necessário;
⎯ Assiste o paciente em sua movimentação e deambulação;
⎯ Anota os cuidados e as intercorrências ocorridas no seu plantão;
⎯ Recebe plantão e realiza a passagem do mesmo junto à equipe de
enfermagem.

• Secretária(o) de Setor
⎯ Executa todos os encaminhamentos burocráticos da unidade;
⎯ Atende o público e telefonemas;
⎯ Agenda consultas e exames,
⎯ Mantêm em ordem registros, protocolos e impressos da unidade;
⎯ Providencia os pedidos de farmácia e almoxarifado que forem de sua
competência;
63

⎯ Mantém estoque de impressos conforme as necessidades da unidade;


⎯ Recebe, confere e armazena o material e medicamentos requisitados;
⎯ Recebe exames e mantém o prontuário em ordem;
⎯ Mantém o quadro de avisos atualizado;
⎯ Colabora com a enfermagem e médicos no sentido de registrar para fins
estatísticos e auditoria.

10.3 Horário de trabalho da enfermagem

A jornada de trabalho na enfermagem é um fator importante a ser


considerado quando se opta pela profissão, além da satisfação e do salário
proporcional às horas de assistência.
O serviço de enfermagem está presente nas instituições de assistência à
saúde, seja ela de nível primário, secundário ou terciário, público ou privado.
Independente do horário de funcionamento, enquanto houver atendimento ao
público, se faz necessário a presença da equipe de enfermagem. Um exemplo
prático é o ambiente hospitalar, que em sua maioria funcionam 24 horas por dia.
Nesse caso, o Serviço de Enfermagem cobre às 24 horas do dia, razão pelas quais
grande parte dos profissionais, trabalham em regime de plantão e representam a
maior parcela do quadro de funcionários de uma unidade hospitalar.
Os plantões são estabelecidos de acordo com o regime de trabalho adotado
pela organização, amparado pelas leis trabalhistas e do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN). Os horários mais comuns dos plantões são 12h x 36h
(diurno e noturno), 12h x 60h (diurno e noturno), 6 horas e 8 horas diárias (saúde
pública, clínicas).

Existe um projeto de lei em tramitação desde 2000 (PL 2295) que propõe a
redução da jornada de trabalho da enfermagem para 30 horas semanais, o
que implica prestação de serviços por, no máximo, 6 horas diárias. Essa
proposta vem sendo discutida devido aos riscos frequentes de adoecimento,
à sobrecarga emocional e física, além das condições adversas relacionadas
à infraestrutura do estabelecimento, que são vivenciados pelos profissionais.
64

10.4 Escalas de trabalho

Um fator fundamental para o entrosamento e o bom funcionamento da equipe


é o planejamento das escalas de trabalho. A distribuição do pessoal de forma
racional tem o objetivo de oferecer à clientela uma assistência de enfermagem de
boa qualidade.
A distribuição do pessoal de enfermagem é feita por meio de três tipos de
escalas:
⎯ Escala Mensal: Também denominada escala de pessoal, escala de folgas.
Refere-se à distribuição da equipe de enfermagem de uma unidade, durante
todos os dias do mês, segundo os turnos de trabalho. As folgas devem ser
planejadas de modo a garantir o número suficiente de cada categoria na
assistência de enfermagem prestada durante as 24 horas do dia.

⎯ Escala Diária: Também chamada de escala de serviços ou atividades. O


enfermeiro divide as atividades de enfermagem entre os elementos da equipe
de forma mais racional possível, evitando a sobrecarga de trabalho. A escala
diária pode ser feita obedecendo aos seguintes métodos:
⎯ Método Funcional: Cada um dos funcionários fica responsável pela
realização de um determinado número de tarefas para todos os
clientes/pacientes.
⎯ Método Integral: Todos os cuidados de enfermagem a um ou mais
pacientes durante um turno serão prestados por um só profissional.
65

⎯ Método de Trabalho em Equipe: A assistência de enfermagem é


prestada a um grupo de pacientes por vários elementos da equipe de
enfermagem.
⎯ Escala Anual de Férias: Esse tipo de escala é feito pelo gerente de
enfermagem de acordo com as Leis trabalhistas seguindo orientações do setor
de Recursos Humanos da Instituição.

A exigência de trabalho à noite, nos finais de semana e nos feriados,


uma necessidade frequente em organizações de saúde, é estressante e
frustrante para alguns enfermeiros. Uma escala de trabalho inflexível é um
dos elementos que mais contribuem para a insatisfação desses profissionais
no trabalho.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Qual área da enfermagem você se imagina atuando? Qual área você não se
imagina atuando?
2. Quais os cargos que compõem o Serviço de enfermagem?
3. Qual profissional da equipe de enfermagem é responsável por “Participar da
orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar”?
4. Qual é o nome da escala elaborada pelo enfermeiro, onde o mesmo divide as
atividades de enfermagem entre os elementos da equipe?
66

11. O HOSPITAL

11.1 Breve histórico dos hospitais

Na antiguidade, os hospitais confundiam-se com santuários e templos onde


era exercida medicina teúrgica (Teurgia: Obra de Deus / Obra dos Deuses). No
período medieval, os hospitais eram construídos ao lado de igrejas e monastérios e
desenvolviam ações de hospitalidade e trabalho assistencial.
No século XIII, o hospital medieval passou gradativamente do controle para a
jurisdição secular. Neste período, arquitetonicamente, os hospitais deixaram de ter
um aspecto de igreja e passaram a uma aparência de palácio. A partir do século
XIV, uma medicalização incipiente e a associação com a profissão médica teve
início.
No século XVII, emergiu a ideia de hospital como centro de reclusão e
correção do contingente pobre. No século XVIII, os médicos entraram
definitivamente no hospital que passou a ser entendido como um instrumento de
cura e não mais como um ambiente de conforto espiritual ou de segregação ou
repressão.
No início do século XIX, os hospitais terapêuticos surgiram por toda a Europa
e, com o objetivo de combater as infecções hospitalares, sua arquitetura mudou para
um modelo pavilhonar. No final do século XIX surgiu o modelo de grande hospital
público, financiado pelo Estado. No século XX, com o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia, o hospital mudou radicalmente, surgindo o hospital tecnológico, que
passou a contar não apenas com a presença de médicos e cirurgiões, mas também
de paramédicos de todas as especialidades.
Nesse período, os hospitais passaram de modelo pavilhonar para um modelo
de torre hospitalar. Após a segunda guerra mundial, com a sofisticação tecnológica e
a complexidade dos procedimentos médicos, os hospitais se tornaram absolutos na
assistência sanitária das sociedades contemporâneas. No âmbito arquitetônico,
surgiu o modelo misto que acrescentou uma base ao sistema de torre. Mais
recentemente, o modelo de rua hospitalar tem sido proposto para dar suporte ao
vertiginoso desenvolvimento tecnológico dos diferentes setores do hospital.

A palavra hospital vem do latim e significa “casa para hóspedes”.


67

O CNES (Cadastro Nacional de estabelecimentos de saúde) define hospital


como “estabelecimento de saúde dotado de internação, meios diagnósticos e
terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência médica curativa e de reabilitação,
podendo dispor de atividades de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento
de urgência/emergência e de ensino/pesquisa”.
Os objetivos do hospital são diversos e contemplam desde a promoção da
saúde (tratamento e prevenção) até o ensino, a pesquisa e o aprimoramento
profissional, todos aliados ao desenvolvimento tecnológico.
Para o funcionamento dessa megaestrutura, tornam-se necessárias a divisão
e a integração dos serviços, baseadas na especialidade de cada área. É importante
que as áreas funcionem de forma integrada e tenham propósitos semelhantes, são
elas:
• Medicina e enfermagem (Diversas especialidades);
• Serviço diagnóstico (Laboratório e imagens);
• Farmácia; Serviço social; Nutrição e dietética; Fisioterapia; Terapia
ocupacional, Fonoaudiologia; Odontologia;
• Serviço de registro; Arquivo (Prontuário); Estatística;
• Serviço de cirurgia e central de esterilização;
• Serviços organizacionais: Manutenção (eletricista, encanador, pintores);
Lavanderia; Limpeza; Transporte; Vigilância; Necrotério; Estacionamento;
Portaria;
• Serviços administrativos: Recepção; Coordenação; Gerência, Direção;
Financeiro; Departamento pessoal e Almoxarifado.

11.2 Função do hospital

A comissão de especialidades da Organização Mundial de Saúde agrupou as


funções que devem ser desenvolvidas no hospital, como se segue:
⎯ Assistência Curativa: Tratamento de emergência, tratamento de doenças,
serviços de diagnóstico;
⎯ Assistência Preventiva: educação sanitária, saúde ocupacional, controle das
doenças infectocontagiosas, supervisão da gestação e outros;
68

⎯ Assistência Educativa: destinada a estudantes de enfermagem e medicina,


pós-graduados e outras profissões afins.

11.3 Classificação dos hospitais

QUANTO AO PONTO DE VISTA CLINICO, O HOSPITAL PODE SER


Geral Hospital destinado a atender pacientes portadores de doenças de
várias especialidades médicas.
Especial Limita-se a atender pacientes necessitados da assistência de
determinados especialidades médicas. Exemplo: Hospital do
Câncer.
QUANTO AO NÚMERO DE LEITOS
Hospital de
Capacidade até 50 leitos;
pequeno porte
Hospital de
Capacidade de 51 a 150 leitos;
médio porte
Hospital de
Capacidade de 151 a 500 leitos;
grande porte
Hospital de
Superior a 500 leitos.
capacidade extra
QUANTO AO TIPO
Hospital público Os recursos financeiros são provenientes da arrecadação de
impostos, e o estabelecimento é mantido pelo governo municipal,
estadual ou federal;
Hospital privado Gerenciado com recursos próprios, sua finalidade é obter lucros;
Hospital de Em sua maioria, é um hospital geral, utilizado pelas escolas de
ensino saúde, como centro de formação profissional;
Hospital Capacitado a atender clientes portadores de patologias
especializado específicas, como psiquiatria, oncologia e ortopedia;
Hospital Instituição mantida parcial ou integramente por doações. Presta
filantrópico serviços gratuitos a população (60% ao SUS)
Hospital Instituição mantida por contribuição e doações particulares,
beneficente destinados a prestação de serviços aos associados e respectivos
dependentes;
Hospital de base Constitui o centro de coordenação e integração do serviço
médico-hospitalar de uma zona, capacitado a prestar serviços
especializados e contribuir para a formação de profissionais da
saúde;
Hospital dia Modalidade de atendimento hospitalar, na qual o cliente utiliza
com regularidade os serviços da instituição, na maior parte do
dia, para fins de tratamento e/ou reabilitação;
Hospital de Presta assistência médica e sanitária a população de
unidade sanitária determinada área sem internações. Divide-se em unidades
básica de saúde e centros de saúde.
69

11.4 Estrutura hospitalar

Descrição das Unidades:


⎯ Unidades de internação:
o Clínica médica;
o Clínica cirúrgica;
o Pediatria;
o Unidade de terapia intensiva adulto e infantil;
o Ginecologia e Obstetrícia;
⎯ Salas de exames clínicos e curativos;
⎯ Setor de exames de imagem: Raio X, Tomografia computadorizada,
Ressonância magnética, Ultrassom;
⎯ Pronto atendimento adulto e infantil / Classificação de risco;
⎯ Sala de trauma;
⎯ Unidade de centro cirúrgico e Sala de recuperação pós anestésica (SRPA);
⎯ Central de esterilização de material;
⎯ Farmácia e Almoxarifado;
⎯ Lactário;
⎯ Sala de utilidades: Armazenamento de equipamentos;
⎯ Copa e Refeitório;
⎯ Lavanderia e rouparia;
⎯ Depósito;
⎯ Vestiários;
⎯ Serviço de registro e Recepção.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Escreva com suas palavras o conceito de hospital e cite exemplo de 04
áreas de atuação que estão presentes nessa instituição.
2. A comissão de especialidades da Organização Mundial de Saúde
agrupou as funções que devem ser desenvolvidas no hospital, cite
quais são elas.
3. Classifique o hospital a seguir: “Hospital CETEM, atende a
especialidade de Oftalmologia, possui 115 leitos e é gerenciado com
recursos próprios”.
70

12. INDICADORES DE QUALIDADE

12.1 Padrões de qualidade em prestação de serviços em saúde

Segundo o dicionário Aurélio, qualidade é “a propriedade, atributo ou


condição das coisas ou das pessoas que as distingue das outras e lhes determina a
natureza. Dote, virtude”.
Na área da saúde, a definição de qualidade torna-se mais abrangente
dependendo da responsabilidade da equipe clínica no seu atendimento. Significa
que os envolvidos nos atos de saúde estão constantemente preocupados quanto às
propriedades, benefícios e malefícios dos serviços prestados, desenvolvem
atividades de aferição e aperfeiçoamento, para uma maior satisfação dos que
necessitam desses serviços.
A gestão da qualidade é a adoção de programas desenvolvidos internamente
ou segundo padrões externos, capazes de comprovar um padrão de excelência
assistencial, a partir da melhoria contínua da estrutura, dos processos e resultados.
Os especialistas em qualidade sugerem que a adequada procura da
qualidade não é uma questão de inspeção, padrões, limiares; não é uma série de
decisões para aceitar ou rejeitar um funcionário, ou um médico, mas, ao contrário, é
uma busca contínua de pequenas oportunidades para valorização da mão de obra,
redução da complexidade desnecessária, do desperdício e do trabalho em vão, que
permitirão, com o uso de métodos de melhoria da qualidade, atingir novos níveis de
eficiência, satisfação do paciente, segurança, efetividade clínica e lucratividade.
A busca por qualidade pelos serviços de atenção à saúde é uma necessidade
técnica e social, e a adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma decisão
estratégica das organizações.

12.2 Acreditação

Acreditação vem do verbo romano acreditare (dar crédito a algo bom ou de


qualidade) define-se acreditação como um sistema de avaliação e certificação da
qualidade de serviços de saúde.
71

A Acreditação é um método de avaliação e certificação que busca, por meio


de padrões e requisitos previamente definidos, promover a qualidade e a segurança
da assistência no setor de saúde.
Realizado de forma voluntária e reservada, o método de avaliação para
Acreditação não tem caráter fiscalizatório e constitui, essencialmente, um programa
de educação continuada das organizações prestadoras de serviços de saúde,
revisto periodicamente para estimular a melhoria contínua.
As instituições que podem se submeter a acreditação são:
• Hospitais
• Ambulatórios
• Laboratórios
• Serviços de Pronto Atendimento
• Home Care
• Serviços Oncológicos
• Serviços de Medicina Hiperbárica
• Serviços de Hemoterapia
• Serviços de Nefrologia e Terapia Renal Substitutiva
• Serviços de Diagnóstico por Imagem, Radioterapia e Medicina Nuclear
• Serviços Odontológicos
• Serviços de Processamento de Roupas para a Saúde
• Serviços de Dietoterapia
• Serviços de Manipulação
• Serviços de Esterilização e Reprocessamento de Materiais

12.3 História da acreditação

No início dos anos 90, o Brasil passava por uma série de transformações e
mudanças políticas que seriam determinantes para o futuro da nação. Entre as
novidades, houve a nova Constituição da República, promulgada em 1988, que
passou a garantir a saúde como um direito de todos e também um dever do Estado.
Para garantir o cumprimento desse direito (“acesso universal e igualitário às ações e
serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde”) foi estruturado o
chamado Sistema Único de Saúde (SUS).
72

Ainda como consequência de acontecimentos relacionados à saúde pública


no geral, foi criada em 1999 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Enquanto isso, o resto do mundo passava pelo amadurecimento de propostas
relacionadas à segurança do paciente e pelo surgimento de metodologias de
padronização das atividades hospitalares com a criação, em 1951, da Joint
Commission on Accreditation of Hospitals (JCAH) e da International Society for
Quality in Health Care (ISQua), em 1985.
No Brasil, as discussões sobre acreditação e qualidade ocorriam de forma
isolada, sendo que muitos não entendiam ainda o conceito de acreditação. Isso
começa a mudar em 1990, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) firmou
um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a elaboração
de um Manual de Padrões de Acreditação para América Latina e Caribe.
O documento final foi apresentado em 1992, para mais de 120
representantes, de 22 países da região. No Brasil, o material foi distribuído às
instituições associadas à Federação Brasileira de Hospitais (FBH).
Apesar de a iniciativa da OPAS e da OMS não ter prosperado nacionalmente,
foi o suficiente para que quatro grupos, em diferentes regiões do país, passassem a
ter a acreditação como objeto de estudo principal. Cada equipe atuava
regionalmente, nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de
Janeiro, estudando o assunto e propondo o aprimoramento de práticas hospitalares
de forma orientada, de acordo com a realidade local.
Assim, com os trabalhos e experiências dos grupos regionais e baseado no
manual original da OPAS e nas metodologias internacionais existentes, o ministro da
saúde criou o Manual Brasileiro de Acreditação de Hospitais, publicado em 1998, e
inicialmente testado em 17 hospitais espalhados por todas as regiões do país.
Foi ainda na fase de testes que o Ministério da Saúde entendeu que, para
além da elaboração do manual, seria necessário desenvolver um Sistema Brasileiro
de Acreditação (SBA), que precisaria ser gerido por uma instituição criada para esse
fim. Nascia, assim, a Organização Nacional de Acreditação (ONA), em 1° de junho
de 1999. A fundação da ONA foi oficializada em 2001, por meio de uma portaria do
Ministério da Saúde que reconheceu as atribuições da organização.
73

12.4 Por que participar de um processo de acreditação?

Através da Acreditação, a instituição de saúde tem a possibilidade de realizar


um diagnóstico objetivo acerca do desempenho de seus processos, incluindo as
atividades de cuidado direto ao paciente e aquelas de natureza administrativa.
A partir deste diagnóstico e com o desenvolvimento do processo de
educação, baseado nas normas da Organização Nacional de Acreditação (ONA), é
possível discutir, criteriosamente, os achados da avaliação e desenvolver um plano
de ações capaz de promover a efetiva melhoria do desempenho da instituição,
abrangendo todos os seus serviços e segmentos existentes.
Diante disso, as vantagens em participar de um processo de acreditação são:
• Ampliar a segurança dos usuários na escolha e utilização dos serviços;
• Buscar maior eficiência e efetividade no atendimento;
• Focar no desempenho da organização por meio de uma abordagem centrada
no processo do cuidado com o paciente;
• Utilizar os referenciais internacionais de excelência do atendimento à saúde;
• Racionalizar a utilização de recursos humanos, financeiros e tecnológicos;
• Introduzir a Gestão da Qualidade como uma ferramenta permanente de
aprimoramento institucional.
A conquista do título de instituição acreditada pode demorar entre 6 meses e
1 ano, dependendo do porte da unidade e da adesão da equipe, nesse caso se faz
necessário sensibilizar todos os colaboradores atuantes na instituição quanto ao
objetivo, as metas e, principalmente, as melhorias esperadas ao longo do processo.
Pode-se utilizar de métodos como palestras, cursos, além da escolha de
funcionários facilitadores para que o processo aconteça no dia-a-dia da instituição,
sempre buscando envolver a todos nesse novo ambiente.
O Manual Internacional de Padrões contém 11 funções das atividades
essenciais para o desenvolvimento assistencial, de gestão e operacional em uma
instituição de saúde hospitalar. Essas funções serão como guias de apoio para o
início do projeto, são elas:
1. Acesso e Continuidade do Cuidado
2. Direitos do Paciente e Familiares
3. Avaliação do Paciente
74

4. Cuidados ao Paciente
5. Educação do Paciente e Familiares
6. Melhoria da Qualidade e Segurança do Paciente
7. Prevenção e Controle de Infecções
8. Governo, Liderança e Direção.
9. Gerenciamento do Ambiente Hospitalar e Segurança
10. Educação e Qualificação de Profissionais
11. Gerenciamento da Informação.

12.5 Níveis de acreditação e suas características

Validade de
Para instituições que atendem 2 anos e
ONA 1 aos critérios de segurança do recebe
paciente em todas as áreas de visita de
ACREDITADO atividade, incluindo aspectos manutenção
estruturais e assistenciais. a cada 8
meses.

Para instituições que, além de Validade de


atender aos critérios de 2 anos e
ONA 2
segurança, apresenta gestão recebe
integrada, com processos visita de
ACREDITADO
ocorrendo de maneira fluida e manutenção
PLENO
plena comunicação entre as a cada 8
atividades. meses.
O princípio desse nível é a
“excelência em gestão”. Uma
Organização ou Programa da
Validade de
ONA 3 Saúde Acreditado com
3 anos e
excelência atende aos níveis 1
recebe
ACREDITADO e 2, além dos requisitos
visita de
COM específicos de nível 3. A
manutenção
EXCELÊNCIA instituição já deve demonstrar
a cada ano.
uma cultura organizacional de
melhoria contínua com
maturidade institucional.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. O que é acreditação? Por que as instituições se submetem a esse processo?


2. Quais os níveis de acreditação e a diferença entre eles?
75

13. COMUNICAÇÃO

Comunicação é o processo pelo qual um indivíduo transmite pensamentos,


ideias e sentimentos a outro, através da fala, da escrita, de imagem, movimentos e
sons. Exige a participação de duas ou mais pessoas e só se torna efetiva quando
ocorre entendimento entre quem transmitiu e quem recebeu a mensagem.
Em seu processo de trabalho, a enfermagem precisa comunicar-se com
paciente/cliente e seus familiares, com os elementos que formam a própria equipe
de enfermagem, com os demais profissionais da equipe de saúde e com os
profissionais de outras áreas.
A comunicação pode ser verbal e não-verbal, e cada uma dessas formas
pode ser utilizada de maneira formal ou informal.
Comunicação verbal: Abrange a comunicação escrita e a comunicação oral.
É a mais utilizada pois transmite ideias e pensamentos de grande complexidade. Ela
está presente em diversas situações de convívio social e em ambientes
corporativos. Uma ferramenta de grande importância para todos os tipos de
relacionamentos. A comunicação verbal sempre ocorre na forma passiva. Quando
ouvimos alguém falar algo ou lemos alguma mensagem. Nesse caso somos
receptores. Na forma ativa, quando somos o emissor da mensagem, ou seja,
quando falamos ou escrevemos.
Comunicação Escrita: É a conversa entre pessoas que estão distantes
fisicamente, através de livros, pelas mídias impressas, online, as plataformas de
comunicação virtual. Nesse tipo de comunicação, o cuidado na ordenação das
informações, na correção ortográfica e pontuações, é de grande importância pois o
receptor está ausente, o que torna a comunicação bem centralizada nas mãos do
emissor. Deve-se ter muito cuidado na transmissão da mensagem para não
comprometer o entendimento do receptor.
Exemplo: Ordens de serviço, o quadro de avisos, o livro de ordens e
ocorrências, os livros de protocolos, as escalas de serviços, manual de normas e
rotinas, regimento, entre outros.
76

Comunicação Oral: É bem contrária à comunicação escrita. Ela é presencial.


O emissor e o receptor estão presentes. A comunicação oral possibilita a interação
entre as pessoas de imediato.
Exemplo: Relato sobre o estado do paciente durante a passagem de plantão,
reuniões e a conversa com os pacientes e familiares.

Comunicação Não Verbal: É aquela em que a palavra não está presente,


ocorre por meio de gestos, códigos sonoros, sinais, expressões faciais ou corporais,
imagens ou códigos.
Exemplo: Utilizada quando alguns pacientes não conseguem se comunicar
verbalmente, sendo assim comunicam-se através de um sorriso, um toque, um
aperto de mão.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Qual a importância da comunicação entre a equipe de enfermagem e o


paciente?
2. Qual o tipo de comunicação você acredita ser mais importante para respaldar
a assitência de enfermagem?
77

14. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

O ser humano é eminentemente social, ele não vive isolado, mas em continua
interação com seus semelhantes. Nas interações humanas, ambas as partes se
envolvem mutuamente, uma influenciando a atitude que a outra irá tomar, e vice-
versa. Devido às suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a
cooperarem uns com os outros, formando organizações para alcançar seus
objetivos.
Conviver bem com as pessoas e cultivar um relacionamento saudável envolve
expectativas, responsabilidades, vantagens e decepções, pois a necessidade de
depender do outro, pode não ser confortável para muitos. Para que isso se torne
efetivo, temos que levar em consideração alguns requisitos, informações e posturas
muito importantes:
• RESPEITO HUMANO: É importante refletir que o outro, exatamente como
nós, possui qualidades, defeitos, sentimentos e escala de valores diferentes,
por isso "Trate o outro como ele gostaria de ser tratado";
• SE INTERESSE PELAS PESSOAS: Por mais diferentes que possam ser,
todos queremos que se interessem por nós, e por nossos problemas. "Para
os outros a nossa vida pode parecer uma comédia, mas para nós que a
sentimos, é uma tragédia”;
• OUÇA COM ATENÇÃO E INTERESSE: As pessoas precisam de tempo para
falar sobre si mesmas, seus interesses e problemas, portanto precisamos
ouvir com atenção, interesse e respeito;
• NUNCA QUEIRA SER O DONO DA VERDADE: Por mais que possamos
conhecer sobre um assunto, ainda assim haverá muitos aspectos com relação
a ele que desconhecemos, sempre haverá algo mais a aprender, uma
maneira diferente de ver, portanto nunca se considere o único capaz, ou
correto;
• A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE CONTA: Não seja agressivo, ofensivo,
descortês, lembre-se: "Seja gentil". Se o primeiro contato for alegre, cordial,
cortês, esta será a impressão que deixaremos para o outro, porém se num
outro contato formos grosseiros, mal-educados, sem dúvida toda aquela
primeira impressão será apagada e substituída por essa nova.
78

As pessoas são produtos do meio em que vivem, têm emoções, sentimentos


e agem de acordo com o conjunto que as cercam, seja o espaço físico ou
social.

O ser humano é único/individual, tem uma história de vida, experiências e


opinião própria, portanto, também reage de forma única e individual a situações
semelhantes, há pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que
se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim os indivíduos têm
objetivos diferenciados e nesta situação muitas vezes priorizam o que melhor lhes
convém, podendo assim ocasionar conflito consigo mesmo e com aqueles que os
cercam.

14.1 Relações interpessoais na vida e no trabalho

As relações interpessoais podem auxiliar no processo de autoconhecimento e


a manter uma rede de relacionamentos consistente na vida profissional e pessoal. O
processo das relações interpessoais é fundamental no desenvolvimento profissional.
Atualmente as empresas de recrutamento e seleção fazem testes específicos para
determinar se o candidato tem capacidade de relacionar-se consigo mesmo através
de um processo de autoconhecimento e de manter relações saudáveis com seus
colegas de trabalho.
As relações humanas interpessoais são fundamentais para o sucesso do
nosso dia a dia nas empresas. Se vivermos harmoniosamente com nossos colegas
de trabalho, tornar-se-á um círculo alegre, divertido e inspirador.
Normalmente, em qualquer empreendimento em equipe (pessoal ou
profissional), tudo se inicia com um contrato de expectativas e responsabilidades.
Nesse contrato são definidas as normas de participação, as responsabilidades, as
metas a alcançar, os prazos etc.
Enquanto todos os envolvidos cumprem sua parte, tudo segue bem. No
momento em que alguém quebra um item do que foi negociado, inicia-se o processo
de conflito. Muitas vezes, o processo é lento e as pessoas não se confrontam
imediatamente, mas dão pistas de sua insatisfação. Algumas mais visíveis (mau
79

humor, agressividade no trato com o outro, atrasos, etc.) e outras pistas surgem de
maneira mais velada, por boatos, fofocas, formação de “panelinhas” e redução do
nível de produtividade.
Portanto podemos supor que o ambiente de trabalho também deve influir no
comportamento das pessoas e, por conseguinte influenciar nas relações
interpessoais e supostamente nos resultados das empresas em todos os sentidos.
O ambiente de trabalho é constituído de duas partes distintas: a física
(instalações, móveis, decoração etc.) e a social (as pessoas que o habitam) e ambas
influem no conforto social. Evidentemente, se tais elementos forem precários,
ninguém trabalhará com moral elevado. Conforme a natureza do trabalho exigir-se-á
uma luminosidade, uma temperatura, um grau de umidade diferente, o que também
deverá estar de acordo com a região onde se trabalha e a época do ano.
A valorização do ser humano, a preocupação com sentimentos e emoções, e
com a qualidade de vida são fatores que fazem a diferença. O trabalho é a forma
como o homem, por um lado, interage e transforma o meio ambiente, assegurando a
sobrevivência, e, por outro, estabelece relações interpessoais, que teoricamente
serviriam para reforçar a sua identidade e o senso de contribuição.

14.2 Trabalho em Equipe

A realização de trabalhos em equipe é cada vez mais valorizada, tanto em


contexto de educação formal como na vida profissional. O trabalho em equipe ativa
a criatividade e em grande parte das vezes produz resultados melhores do que o
trabalho individual, isso quando sabe-se integrar, em caráter de complementaridade,
as habilidades dos integrantes do grupo.
Para fazer um trabalho em equipe é preciso ter paciência, uma vez que nem
sempre é fácil entrar num acordo diante de opiniões diferentes. Desse modo, é
essencial expor os posicionamentos de cada um de maneira moderada, procurando
ouvir com boa vontade o que os outros querem expressar. É possível que surjam
conflitos entre os componentes da equipe, porém é muito importante “ser
profissional”, não deixando que isso impeça ou influencie negativamente no trabalho
a ser realizado.
80

Para que o trabalho em equipe faça sentido é preciso saber o que deve ser
feito em conjunto e o que cada um pode fazer separadamente. Saber dividir tarefas
é essencial, não partindo do princípio de que se é o único que sabe realizar uma
determinada tarefa. Compartilhar informações e responsabilidades está diretamente
ligado ao sucesso do trabalho, desse modo, cada integrante do grupo deve saber
dar o melhor de si e ao mesmo tempo ajudar aos outros.
Ao se realizar uma atividade em que várias pessoas trabalham juntas, é
comum o surgimento de uma inclinação para a dispersão. Para que isso não ocorra,
o planejamento e a organização são essenciais para que o trabalho em equipe seja
produtivo. Durante o processo de produção deve-se constantemente fazer uma
verificação entre os objetivos a que o grupo se propôs e o que está sendo
alcançado.
O trabalho em equipe também pode ser visto como uma oportunidade de
socialização, pois acaba sendo um contexto de convivência em que as pessoas
podem se conhecer e aprender juntas.
Cada vez mais o mercado de trabalho exige dos profissionais, facilidade para
trabalhar em equipe. Ocorre que em boa parte dos casos o sucesso no desempenho
dessas tarefas esbarra na falta de bom-senso e de limites entre o que pode ou não
ser feito ou dito. Especialistas de carreira listaram algumas atitudes imperdoáveis no
relacionamento diário de uma equipe, são elas:

“Falar dos outros é sempre delicado. Portanto, se você tem algo a


dizer para seu colega diga diretamente a ele. Desta forma, evita
que o comentário seja mal interpretado e retransmitido por outros
Fazer fofoca funcionários. Ao fazer uma crítica diretamente ao colega em
de colegas questão você evita que seu comentário chegue distorcido aos
ausentes ouvidos dele, o que pode gerar conflitos. Além disso, falar pelas
costas e comentar sobre a vida alheia é uma atitude mal vista”.
Paulo de Castro Braune – Diretor Geral da Braune Educação Empresarial.

“Hoje, independentemente de seu cargo, é preciso saber


trabalhar em equipe, já que bons resultados dificilmente nascem
de ações individuais. No ambiente corporativo, uns dependem
Rejeitar o
dos outros. Se o funcionário não estiver disposto a colaborar com
trabalho em
os colegas, certamente será um elo quebrado. Com isso, o
equipe
grupo/equipe não chegará ao resultado desejado. Ser resistente
ao trabalho em equipe é um revés grave. Sem essa abertura,
dificilmente o colaborador conseguirá obter sucesso”.
81

Ricardo Dreves – Diretor da consultoria em RH Dreves e Associados.

“A empatia é muito útil no ambiente de trabalho. Você deve ser


leal, cortês, amigo e humilde. Falar bom dia e cumprimentar os
outros são atitudes que demonstram educação e respeito pelos
Ser antipático demais. O fato do trabalho exigir concentração do colaborador
(a) não significa que ele não possa ser cordial e abrir um espaço na
agenda para ajudar os companheiros de equipe”.
Marcelo Abrileri – presidente do site de empregos Curriculum.

“Conflitos acumulados podem se agravar. Qualquer tipo de


problema referente ao trabalho, dúvida sobre decisões,
responsabilidades que não foram bem entendidas, alguém que
ficou magoado com outro por algum motivo, enfim, qualquer tipo
Deixar
de desconforto deve ser esclarecido para evitar a discórdia no
conflitos
ambiente. O funcionário deve conversar para resolver o assunto,
pendentes
caso contrário, isso poderá gerar antipatia, fofoca com outros
colaboradores e um clima péssimo para toda a equipe”.
Beatriz Maria Braga Lacombe – professora de gestão de pessoas da FGV (Fundação
Getúlio Vargas), em São Paulo

“Ter um companheiro de equipe com bom humor anima o


ambiente de trabalho, enquanto que topar um colega mal-
humorado causa desconforto do início ao fim do expediente. Esta
postura gera desgastes desnecessários, pois além de deixar toda
uma equipe desmotivada ainda atrapalha a produtividade.
Ficar de cara
Pessoas mal-humoradas geralmente não toleram brincadeiras.
fechada
Com isso, automaticamente são excluídas da equipe, o que não é
saudável. Por essa razão, manter o bom humor no trabalho é
fundamental para cultivar bons relacionamentos”.
Julia Alonso – Sócia diretora da Só Talentos RH, recrutamento e seleção de estagiários
e trainees.

“Os melhores empregos não estão nos jornais e nem nos


classificados. A partir do seu relacionamento interpessoal no
trabalho é que conseguirá construir uma rede de contatos
Deixar de
(networking) que servirá, no futuro, para encaminhá-lo às
cultivar
melhores oportunidades. É importante mostrar dinamismo, ser
relacionamen
cooperativo no trabalho e nunca fechar as portas pelos lugares
tos
onde passar”.
Sheila Madrid Saad – professora de Recursos Humanos e Comportamento
Organizacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

“É importante escutar a todos, mesmo aqueles que têm menos


experiência. Isso estimula a participação e a receptividade de
Não ouvir os novas ideias e soluções. Questionar com um ar de superioridade
colegas as opiniões colocadas numa reunião não só intimida quem está
expondo a ideia, como passa uma imagem de que você é hostil.
É necessário refletir sobre o que está sendo dito, não apenas
82

ouvir e descartar a ideia de antemão por considerá-la inútil”.


Cristiane Leão – analista de desenvolvimento de recursos humanos da Fundação Mudes – SP

“Todas as diferenças devem ser respeitadas entre os membros


de uma equipe. Não é aceitável na nossa sociedade alguém que
não queira contato com outro indivíduo apenas por ele ser
diferente. Ao passo que o funcionário aceita a diversidade, ele
amplia as possibilidades de atuação, seja dentro da organização
Não respeitar ou com um novo cliente. Além disso, o respeito e o tratamento
a diversidade justo são valores do mundo globalizado que deveriam estar no
DNA de todos. Sem eles, o colaborador atrapalha o
relacionamento das equipes, invade limites dos colegas e a
natureza do outro”.
Nelci Maria de Mello – gerente de recrutamento e seleção da empresa Dupont –
companhia científica, com atuação no setor químico.

“A perfeição não é virtude de ninguém. Antes de apontar o erro


do outro, deve-se analisar a sua própria conduta e sua
responsabilidade para o insucesso de um trabalho ou projeto. É
melhor ajudar a solucionar um problema do que criar outro maior
Apontar o
em cima de algo que já deu errado. Lembre-se: errar é humano e
erro do outro
o julgamento não cabe no ambiente de trabalho. No futuro, o erro
apontado pode ser o seu”.
Doutor Helio Roberto Deliberador – professor do Departamento de Psicologia Social da
PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Atritos são inevitáveis no ambiente de trabalho, mas a empatia


deve ser colocada em prática nos momentos de tensão entre a
equipe para evitar que o problema chegue ao gestor e se torne
ainda pior. Cada um tem um tipo de aprendizagem e um ritmo de
Ficar nervoso trabalho, o que não quer dizer que a qualidade da atividade seja
(a) com a melhor ou pior que a sua. O respeito e a maturidade profissional
equipe devem falar mais alto do que o nervosismo. Equilíbrio emocional
e uma conduta educada são importantes tanto para a empresa
como para o profissional”.
Gláucia Santos – consultora de recursos humanos da Catho on-line.
83

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Para conviver bem com as pessoas, temos que levar em consideração


alguns requisitos e posturas importantes, qual delas você acredita ser
maisimportante e porque?
2. Somos seres sociais, necessitamos uns dos outros, seja de forma direta ou
indireta. Diante disso, leia o caso abaixo e diga qual a melhor maneira de
resolver esse conflito: “A técnica em enfermagem não aceitou realizar o
curativo do paciente Q.R.E com sua colega de equipe, pois a mesma relatou
preferir trabalhar sozinha”.
84

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