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TELA CHEIA SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
A tática consiste na capacidade individual e coletiva de administrar o espaço do campo
de jogo a partir das interações de cooperação e oposição estabelecidas entre os jogadores
(SANTOS et al., 2018; ARAÚJO e DAVIDS, 2016; MCGARRY et al., 2002; GARGANTA, 1995).
Essa administração do espaço de jogo ocorre a partir da execução de comportamentos
ofensivos (quando o jogador/equipe detém a posse de bola) e defensivos (quando o jo-
gador/equipe não detém a posse de bola) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e
GARGANTA, 2015; COSTA et al., 2009). Neste sentido, a tática pode ser compreendida em
uma perspectiva de multiníveis de manifestação: individual, grupal, setorial e coletiva
(REIS e ALMEIDA, 2019).
Os comportamentos táticos individuais consistem em regras de ação, realizadas com
ou sem a posse de bola, que visam estabilizar a organização funcional das equipes no
confronto com o adversário, ou seja, permita que os processos ofensivos e defensivos
ocorram de maneira harmoniosa. Esses comportamentos são divididos em dez ações
táticas, cinco no ataque e cinco na defesa (Quadro 1) (COSTA et al., 2009).
Já os comportamentos táticos coletivos (grupal, setorial e coletivo) se estabelecem
a partir da coordenação interpessoal, que incide em ações conjuntas dos jogadores for-
mando sinergias através da redução da dimensionalidade da equipe, fazendo com que
o todo seja maior do que a soma das partes, e de compensações recíprocas a partir de
ligações dinâmicas cooperativas entre os jogadores (ARAÚJO e DAVIDS, 2016). Os compor-
tamentos táticos coletivos também são manifestados a partir dos sistemas e esquemas
táticos. O sistema tático consiste na organização estrutural da equipe (relação entre as
partes), ou seja, a forma como os jogadores estão dispostos no campo de jogo. Já os es-
quemas táticos são figuras que não representam o todo (equipe), mas que são os canais
de comunicação do sistema tático (TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015).

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Quadro 1 – Comportamentos táticos individuais do futebol (REIS e ALMEIDA, 2019).


Comportamento
Definição Referências espaciais
tático individual
Fase ofensiva
Ação de rompimento das linhas defensivas trans- Jogador com a posse de bola avança na
Penetração versais do adversário através da condução de bola direção da baliza ou linha de fundo adver-
e/ou dribles. sária.
Jogador sem a posse de bola e dentro do
Ação que visa criar superioridade numérica pró- centro de jogo.
ximo do portador da bola a fim de criar linhas de Jogador sem a posse de bola, fora do cen-
Cobertura ofensiva
passe e/ou diminuir a pressão adversária sobre tro de jogo, posicionado em uma zona do
ele. campo subjacente e paralela à metade me-
nos ofensiva do centro de jogo.
Ação que visa criar linhas de passe para o portador Jogador sem a posse de bola, fora do cen-
da bola em profundidade e em amplitude (jogador tro de jogo, entre a linha da bola e a última
Espaço sem a bola). linha defensiva adversária.
Ação que visa auferir tempo para tomar decisões Jogador com a posse de bola na direção da
(jogar com a bola). própria baliza ou para as laterais do campo.
Movimentações de instabilidade na última linha
Ação realizada fora do centro de jogo, en-
defensiva adversária que visa criar linhas de passe
Mobilidade tre a última linha defensiva adversária e a
em profundidade e amplitude, buscando aumen-
baliza a ser atacada.
tar o espaço efetivo de jogo para frente.
Ação que permite a equipe jogar de maneira coesa
Ação realizada fora do centro de jogo e
Unidade ofensiva criando linhas de passe para trás para o portador
atrás da linha da bola.
da bola
Fase defensiva
Primeiro jogador da equipe após o adver-
Oferecimento de oposição primária ao adversário
Contenção sário com a bola, atrás da linha da bola e
portador da bola.
dentro do centro de jogo.
Segundo jogador da equipe após o adver-
Oferecimento de oposição secundária ao adversá-
Cobertura defensiva sário portador da bola, atrás da linha da
rio portador da bola.
bola e dentro do centro de jogo.
Ação que visa obstruir linhas de passe do adversá-
rio portador da bola e preenchimento de espaços Jogador fora do centro de jogo em zonas
(jogador fora do centro de jogo). próximas da localização da bola. Jogador
Equilíbrio defensivo
Ação que busca pressionar o portador da bola dentro do centro de jogo na metade menos
atrás da linha da bola (jogador dentro do centro ofensiva dele.
de jogo).
Ação que visa proteger a meta e as zonas de mais Jogador fora do centro de jogo em uma
Concentração
risco para a equipe. zona próximo da bola.
Quando o jogador está na frente da linha
da bola e fora do centro de jogo. Quando
Ação que permite a equipe diminuir a distância
o jogador está atrás da linha da bola, fora
Unidade defensiva entre as linhas transversais defensivas, compac-
do centro de jogo e posicionado em uma
tando-as.
distância de dois setores da localização da
bola.

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Por exemplo, duas equipes podem jogar no mesmo sistema tático (1-4-4-2), porém
podem apresentar esquemas táticos diferentes. A equipe A pode jogar com os jogadores
de meio-campo dispostos em formato de losango, já a equipe B pode jogar com uma linha
de quatro no setor de meio-campo (jogadores alinhados horizontalmente) (Figura 1).
Os comportamentos táticos, tanto individual, quanto coletivo, podem ser avaliados
a partir da eficiência e eficácia. A eficiência tática consiste na qualidade das ações rea-
lizadas, ou seja, comportamentos bem-sucedidos que visam permitir o jogador/equipe
resolver determinados problemas do jogo com o menor gasto de energia possível (manter
ou recuperar a posse de bola, por exemplo). Já a eficácia tática está diretamente rela-
cionada ao desempenho, ou seja, consiste na proficiência na resolução dos problemas
do jogo (REIS e ALMEIDA, 2019; REIS, VASCONCELLOS e ALMEIDA, 2017; BARREIRA et al.,
2012; COSTA et al., 2011).

Figura 1 – Equipe com o mesmo sistema tático, porém com esquemas táticos diferentes. Uma equipe joga
com os jogadores de meio-campo dispostos em forma de losango, enquanto a outra equipe joga com o
meio-campo em forma de linha.

Nesse sentido, como fazer com que os jogadores possam aprender tais comportamen-
tos táticos individuais e coletivos? E para que eles possam melhorar o seu desempenho no
processo de formação e no alto rendimento? Esses questionamentos passam por aspectos
metodológicos do treinamento esportivo, foco desse tópico.
Tais aspectos metodológicos consistem no ambiente de prática criados pelo professor/
treinador. Nessa perspectiva, a operacionalização de comportamentos táticos passa por
uma sistematização de conteúdos, ou seja, por uma prática deliberada (ARAÚJO et al.,
2010).
Com isso, o objetivo desse tópico é discutir acerca de aspectos metodológicos do
treinamento esportivo que permitam o processo de ensino, aprendizagem e treinamen-
to da tática, tanto em uma perspectiva individual, quanto em uma perspectiva coletiva.
Também são objetivos específicos desse tópico: a) promover uma discussão sobre a pe-
riodização tradicional e a periodização tática; b) apresentar os jogos reduzidos sob uma
visão sistêmica.

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ABORDAGENS METODOLÓGICAS APLICADAS NO ENSINO,


APRENDIZAGEM E TREINAMENTO DA TÁTICA NOS SEUS
DIFERENTES NÍVEIS
Os aspectos metodológicos estão relacionados intrinsicamente ao processo de ensino,
ou seja, uma ação pedagógica que visa promover um ambiente de prática que permita
aos praticantes adquirirem habilidades. Nesse sentido, ao longo da evolução do futebol,
algumas abordagens metodológicas se destacaram. Abaixo serão destacados alguns e
suas possíveis relações com aquisição de habilidades e princípios táticos.
O método global consiste em uma abordagem que visa a não ou quase não manipula-
ção da complexidade do jogo (CARRAVETTA, 2012). Entende-se aqui por complexidade a
quantidade de elementos inseridos no sistema e a forma como eles se relacionam (VON
BERTALANFFY, 1968). Dessa forma, o ensino da tática fica basicamente restrito a “auto-
-organização do sistema”, o que pode limitar a aprendizagem de determinados compor-
tamentos táticos (tanto individuais, quanto coletivos), além de gerar uma sobreposição
de jogadores mais habilidosos, sobretudo nas ações realizadas com a posse de bola.
No método analítico, o objetivo é reduzir a complexidade da tarefa de maneira drástica
a fim de se garantir a execução correta do padrão do movimento, seja para o ensino das
habilidades com bola ou para o desenvolvimento das capacidades físicas. Nessa perspec-
tiva, esse método reduz a complexidade do futebol ao extremo, perdendo a coordenação
interpessoal, típico dos esportes coletivos (DAVIDS et al., 2013; CARRAVETTA, 2012).
Também existe o método integrado, que nada mais é do que a junção dos métodos
global e analítico. Nesse método, o professor/treinador geralmente começa com exercí-
cios analíticos e depois realiza atividades globais (CARRAVETTA, 2012). A lógica por trás
dessa utilização dessa abordagem metodológica é que a soma das partes será maior do
que o todo, contudo, não é isso que ocorre em sistemas, que são equipes de futebol e o
ser humano (CORRÊA et al., 2012).
Uma outra abordagem metodológica é o Teaching Games for Understarding (TGfU)
(Ensino de Jogos para Compreensão – tradução literal). Essa perspectiva metodológica
visa ensinar o esporte através da tática, ou seja, gestão do espaço de jogo e, portanto,
tem um foco muito grande na tomada de decisão dos jogadores para resolver problemas
do jogo. Dessa forma, o foco da TGfU é na aprendizagem tática dos esportes coletivos
(PRÁXEDES et al., 2016; MEMMERT et al., 2015).
A aprendizagem consiste em uma mudança interna do indivíduo, oriunda da prática,
observada a partir do comportamento motor do praticante através de índices de de-
sempenho. A aprendizagem apresenta três estágios: cognitivo, associativo e autônomo.
O estágio cognitivo é o inicial, em que demanda muito gasto de energia cerebral e é ca-
racterizado pela alta quantidade de erros na execução da tarefa. No estágio associativo,
intermediário no processo de aprendizagem das habilidades táticas, a quantidade de
erros obtidos no estágio cognitivo diminui. Já no estágio autônomo a estrutura da habi-
lidade já está tão consolidada que o aprendiz quase não comete erros na sua execução
e, por isso, esse é o último estágio de aprendizagem (SCHMIDT e LEE, 2016; TANI, 2016;
MAGILL, 2011).

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Porém, a aprendizagem de comportamentos táticos coletivos do futebol passa não


somente pelas mudanças cognitivas e comportamentais de um indivíduo, mas pelo for-
talecimento das interações entre os sujeitos, ou seja, é uma associação entre a mudança
de aspectos internos do sujeito e a emergência de padrões oriundos da coordenação
interpessoal estabelecidas no campo de jogo (SANTOS et al., 2018; ARAÚJO e DAVIDS,
2016; DAVIDS et al., 2013).
Isto ocorre porque o comportamento não é comandado ou controlado, mas restrito
pelas informações que estão inseridas no contexto de prática, ou seja, o comportamento
é controlado pelo acoplamento sujeito-ambiente. O ser humano é capaz de perceber o
ambiente para realizar tarefas e, ao mesmo tempo, alterá-los de acordo com o avançar
da prática. A partir disto, os princípios que governam o comportamento não são como
decisões tomadas por um único dirigente. Dessa forma, o comportamento é regular, sem
ser regulado (GIBSON, 1986).
Dentro dessa perspectiva, o treinamento tático, seja com foco individual ou coleti-
vo, deve sempre atender à coordenação interpessoal, tanto com ênfase nas interações
de cooperação, mas também de oposição, a fim de que os jogadores percebam as
oportunidades de ação através de variáveis físicas do jogo, como a distância interpes-
soal, por exemplo (LAAKSO et al., 2019; CORRÊA et al., 2016, 2014; MOURA et al., 2016,
2012; DAVIDS et al., 2013). Portanto, o processo de ensino, aprendizagem e treinamento
de comportamentos táticos exige uma dinâmica metodológica com foco em atividades
que preservem a natureza do futebol, que são as interações entre os jogadores (DAVIDS
et al., 2013).
Dentro dessa perspectiva do treinamento, uma abordagem muito utilizada a fim de
melhorar o desempenho dos jogadores/equipes é a periodização do treino. Primeira-
mente, com ênfase na preparação física, sobretudo influenciado pelo desenvolvimento
científico nos esportes individuais (DANTAS, 2014), mas, posteriormente, com ênfase na
tática, elemento nuclear dos aspectos do jogo de futebol (BORGES, 2015; BORGES et
al., 2014). Com isso, o foco do próximo tópico será debater acerca da periodização do
treinamento em uma perspectiva tradicional (com ênfase nas capacidades físicas e em
atividades analíticas) e da periodização tática.

PERIODIZAÇÃO TRADICIONAL X PERIODIZAÇÃO TÁTICA


A periodização tradicional tem como foco o treinamento físico e preconiza que os
sujeitos devem apresentar um desempenho linear em forma de uma curva ascendente-
-descendente (em forma de um “U” invertido) ao longo da temporada esportiva. Ela é
dividida em macro, meso e microciclo, ou seja, períodos de treinamento que apresentam
objetivos específicos para que os jogadores possam atingir o ápice do desempenho físico
em determinado período da temporada. Dessa forma, a temporada é dividida em três ou
mais períodos, dentre os quais, estão os seguintes: pré-temporada, período competitivo
e transição (pós-temporada) (DANTAS, 2014).
Esse tipo de visão, aborda que para a execução de habilidades táticas, os jogadores
necessitam alcançar a maximização do desempenho físico. No caso do futebol, o desem-
penho físico pode ser observado em três principais capacidades físicas de acordo com a
natureza da tarefa: resistência, força e velocidade (DANTAS, 2014). Na caixa interativa 1,
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pode-se observar um vídeo que aborda essa periodização de treinamento com ênfase
nas capacidades físicas e que dominou o futebol durante muitas décadas, inclusive ainda
é predominante na contemporaneidade.
Contudo, no futebol, o desempenho físico deve sempre estar subordinado à inteligên-
cia de jogo, dada a natureza do esporte, que é pautada a partir da resolução de problemas
no tocante às interações de cooperação e oposição. Portanto, o elemento nuclear do
futebol não é o desempenho físico, mas o desempenho tático (tanto individual, quanto
coletivo) (REIS e ALMEIDA, 2019; TEOLDO, GUILHERME e GARGANTA, 2015; GARGANTA e
GRÉHAIGNE, 1999; GARGANTA, 1995). Dentro dessa premissa, surgiu a periodização tática,
que preconiza que todo o processo de treinamento deve estar subordinado à tática, que
atua como elemento nuclear e integrativo dos outros aspectos do jogo (técnica, físico e
psicológico) (Figura 2) (BORGES, 2015; BORGES et al., 2014).

Assista esse vídeo sobre a periodização de treinamento com ênfase nas capacidades
físicas. Veja ao vídeo
clicando aqui
Periodização do Treinamento - Uma visão das capacidades físicas
O que achou? Você acha que esse tipo de periodização ainda cabe no futebol? Como
ela contribui para o desenvolvimento tático individual e da equipe? Comente lá no
Fórum do curso Tática para Treinadores no site do Futebol Interativo e vamos criar
um ambiente de aprendizagem coletivo com os seus colegas de curso.

A periodização tática foi criada por Vítor Frade, um professor português que atuou
na Universidade do Porto e no Futebol Clube do Porto (veja na caixa interativa 2 um
trecho da palestra do prof. Vítor Frade, criador da Periodização Tática). Na prática, ela
tem o principal precursor na utilização o treinador José Mourinho, inclusive sendo utili-
zada como abordagem metodológica na temporada 2003/2004, quando o Futebol Clube
do Porto foi campeão da Liga dos Campeões da Europa (veja na caixa interativa 3 uma
entrevista do treinador sobre a importância do treinador ter conhecimento tático para
ter autonomia na prescrição das suas próprias atividades). A periodização tática é vista
como uma filosofia de jogo, em que a tática é o centro e o elemento regular do jogar de
uma equipe de futebol, porém leva em consideração também a complexidade dos outros
componentes do jogo (técnica, físico e psicológico), que permanecem com a mesma im-
portância, mas só apresentam sentido e eficácia à luz de uma finalidade tática (BORGES,
2015; BORGES et al., 2014).
Nesse sentido, a utilização da periodização tática ocorre a partir do desenvolvimento
do modelo de jogo da equipe a partir das fases do jogo (organizações ofensiva e defensiva)
e seus respectivos momentos (transições e bolas paradas ofensiva e defensiva) (Figura
3). Dessa forma, o professor/treinador foca o processo de ensino, aprendizagem e trei-
namento através de princípios de jogo para cada uma das fases e momentos citados
anteriormente (REIS e ALMEIDA, 2019).

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Figura 2 – A tática como elemento nuclear e integrativo do jogo de futebol: uma visão da periodização tática.

Assistas a entrevista e a palestra com o prof. Vítor Frade, o pai da Periodização Tática.
Veja ao vídeo 1
clicando aqui 1. A PT esta pronta mas não esta acabada
2. VÍTOR FRADE
O que achou das falas do português? Concorda? Discorda? Achou interessante? Co-
Veja ao vídeo 2
mente lá no Fórum do curso Tática para Treinadores no site do Futebol Interativo e
clicando aqui vamos criar um ambiente de aprendizagem coletivo com os seus colegas de curso.

Entrevista de José Mourinho, treinador português que “consagrou” a Periodização


Veja ao vídeo 2
Tática, sobre a importância da capacidade do treinador em produzir o seu próprio
clicando aqui conhecimento tático a fim de potencializar o seu treinamento..
O treino
O que achou da fala do “Special one”? Concorda? Discorda? Comente lá no Fórum do
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de aprendizagem coletivo com os seus colegas de curso.

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Figura 3 – Fases do jogo de futebol e seus respectivos momentos (REIS e ALMEIDA, 2019).

A operacionalização da Periodização Tática passa pelos princípios da alternância


horizontal em especificidade, das propensões e da progressão complexa (Figura 4). O
princípio da alternância horizontal em especificidade preconiza que o foco do treina-
mento deve estar no tipo de contração muscular, que são os seguintes: tensão, duração
e velocidade. Dentro dessa perspectiva, as atividades criadas e suas respectivas comple-
xidades estabelecem o tipo de contração muscular, do ponto de vista físico/fisiológico,
que o professor/treinador deseja estimular, porém subordinadas à dimensão tática. Já
o princípio das propensões tem como foco os princípios de jogo que o treinador deseja
que sua equipe apresente e devem ser treinados de forma exaustiva a fim de garantir
uma identidade coletiva. Por fim, o princípio da progressão complexa preconiza que os
princípios devem ser hierarquizados em subprincípios a fim de facilitar a compreensão
dos jogadores no que concerne às regras de ação que devem ser executadas para garantir
que o modelo de jogo treinado seja executado nas partidas (BORGES, 2015).
Dessa forma, o conhecimento desses princípios permite que o professor/treinador
consiga utilizar a Periodização Tática na sua essência no processo de construção da tática
coletiva da equipe. A Periodização Tática utiliza bastante jogos reduzidos para operacio-
nalizar o modelo de jogo das equipes, mas não necessariamente utilizar o jogo reduzido
como atividades preconiza que o treinador esteja utilizando a Periodização Tática. Por-
tanto, no próximo tópico, o foco será nos jogos reduzidos com ênfase no processo de
ensino, aprendizagem e treinamento tático do futebol a partir de uma visão sistêmica.

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Figura 4 – Princípios utilizados na utilização da Periodização Tática enquanto abordagem metodológica.

Assista esse vídeo e veja um exemplo de sessão de treino com os princípios da Pe-
Veja ao vídeo 2 riodização Tática.
clicando aqui
“Dia Azul” da Periodização Tática
Te desafio a preparar um treino com atividades diferentes dessas, porém com os
mesmos princípios da Periodização Tática. Vai lá no Fórum do curso Tática para
Treinadores no site do Futebol Interativo e posta a sua sessão de treino e concorra
a um prêmio!

MODELAÇÃO TÁTICA ATRAVÉS DE JOGOS REDUZIDOS: UMA


ABORDAGEM SISTÊMICA
O futebol é um esporte coletivo caracterizado pelas interações de cooperação e oposi-
ção entre os jogadores (LAAKSO et al., 2019; SANTOS et al., 2018; ARAÚJO e DAVIDS, 2016;
CORRÊA et al., 2012; MCGARRY et al., 2002). Nesse sentido, as equipes de futebol podem
ser caracterizadas como sistemas, pois são complexos que apresentam elementos em
interação (DAVIDS et al., 2013; CORRÊA et al., 2012).
Um sistema pode ser caracterizado como aberto ou fechado. Sistemas abertos são
aqueles que trocam matéria, energia e informação com o ambiente, enquanto sistemas
fechados não realizam tais atividades (PRIGOGINE, 1978; VON BERTALANFFY, 1968, 1950).
Dessa forma, as equipes de futebol podem ser consideradas como sistemas abertos, pois
estão em constante troca de energia e informação umas com as outras a fim de alcança-
rem seus objetivos (CORRÊA et al., 2012).
Por conta da troca de energia e informação com o meio, sistemas abertos apresen-
tam produção e importação de entropia, que consiste em uma medida de desordem do

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sistema e esse processo entrópico afeta na estrutura do sistema. Nesse sentido, sistemas
abertos nunca se encontram em um estado de equilíbrio absoluto, mas sim em um estado
estacionário, que pode tanto ser estabelecido próximo do equilíbrio (quase-equilíbrio),
como distante dele (não-equilíbrio). A manutenção do estado estacionário ocorre a partir
do consumo de entropia negativa e a partir das alterações nas microestruturas do siste-
ma. Por exemplo, um organismo multicelular precisa de troca celulares para se manter,
enquanto as células necessitam de mudanças nas suas estruturas, que por sua vez, são
dependentes das trocas de compostos químicos para sua conservação, o que denota uma
estrutura hierárquica (PRIGOGINE, 1978; VON BERTALANFFY, 1968, 1950).
Dentro dessa perspectiva, como as equipes de futebol são sistemas abertos, elas tam-
bém podem ser concebidas como sistemas hierárquicos. Uma hierarquia consiste em
um sistema composto por subsistemas, em que o todo e as partes dependem do nível
que está sendo focalizado. Um nível superior denota consistência, enquanto o seu nível
inferior consiste na variabilidade dele. Um nível também é dividido em todo e partes, em
que o todo é a consistência do nível e as partes são a variabilidade desse todo (WU, 2013).
Nesse sentido, Reis (2019, no prelo) no seu projeto de doutorado, apresenta um mode-
lo hierárquico para o futebol com foco nos jogos reduzidos. Esse modelo hierárquico foi
adaptado nesse documento a fim de atender aos aspectos táticos do futebol (Quadro 2).
Quadro 2 – Modelo hierárquico do futebol adaptado de Reis (2019, no prelo).

TODO FUTEBOL
Nível 5
Partes Dentro do centro de jogo Fora do centro de jogo
TODO DENTRO DO CENTRO DE JOGO
Nível 4
Partes Habilidades com bola Habilidades sem bola
TODO HABILIDADES SEM BOLA
Nível 3
Partes Cobertura Mobilidade Espaço Unidade Contenção Equilíbrio
TODO COBERTURA
Igualdade Inferioridade Nível 2
Partes Superioridade numérica
Numérica numérica
SUPERIORIDADE IGUALDADE INFERIORIDADE
TODO
NUMÉRICA NUMÉRICA NUMÉRICA Nível 1
Partes 2x1 3x2 4x3 ... 2x2 3x3 4x4 ... 2x3 3x4 4x5 ...

O nível 5 tem o futebol como todo e as partes são as interações de cooperação e opo-
sição estabelecidas dentro e fora do centro de jogo. O centro de jogo consiste em uma
figura imaginária de uma circunferência com 9,15 metros de raio (Figura 1). COSTA et al.
(2011, 2009) propuseram esse valor a partir da regra 1 do futebol, que trata de questões
relacionados ao campo de jogo e suas dimensões.
A bola é o epicentro do centro de jogo, portanto, ele é dinâmico, sendo identificado a
partir da localização dela no campo (COSTA et al., 2011, 2009). A bola funciona como um
atrator em uma partida de futebol, fazendo com que a sua recuperação/perda implique
em transição de fase típica de sistemas dinâmicos (MOURA et al., 2016; MCGARRY et al.,

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2002; KELSO e SCHÖNER, 1988). Dessa forma, o centro de jogo é o local que contém mais
energia em uma partida de futebol (COSTA et al., 2011; 2009).

Figura 5 – Ilustração do centro de jogo, formado por uma circunferência imaginária com 9,15 metros
de raio. Nesse exemplo, três jogadores estão dentro do centro de jogo: dois atacantes e um defensor
(situação 2 x 1).

No nível 4, o ora componente dentro do centro de jogo se torna todo, enquanto suas
partes são as habilidades com e sem bola que podem ser realizadas pelos jogadores a
partir das interações de cooperação e oposição estabelecidas pelas equipes. No nível 3, as
habilidades sem bola se tornam todo e as partes são os mais variados comportamentos
táticos individuais que podem ser realizados pelos jogadores sem a posse de bola, mas
próximo do portador da bola. No nível 2, a cobertura se torna todo, enquanto as situações
de superioridade, igualdade e inferioridade numérica se tornam partes.
A literatura tem apontado que as equipes com a posse de bola devem criar supe-
rioridade numérica dentro do centro de jogo a fim de facilitar as ações do portador da
bola. Nesse sentido, os jogadores da equipe com a posse de bola devem perceber as
interações de cooperação e oposição estabelecidas dentro do centro de jogo a fim de
realizar movimentações que permitam a diminuição da pressão adversária no portador
da bola (LAAKSO et al., 2019; REIS e ALMEIDA, 2019; REIS, VASCONCELLOS e ALMEIDA,
2017; ARAÚJO e DAVIDS, 2016; COSTA et al., 2009).
Por fim, no nível 1 todas as partes do nível 2 (superioridade, igualdade e inferioridade
numérica) se tornam todo e suas partes são as diferentes interações numéricas de coo-
peração e oposição. Essas situações têm sido historicamente investigadas, em termos de
intervenção, como jogos reduzidos, foco do próximo tópico (LAAKSO et al., 2019; DAVIDS
et al., 2013).
Os jogos reduzidos do futebol, enquanto fenômeno, são atividades que contêm in-
formações específicas do jogo, porém com sua complexidade reduzida (DAVIDS et al.,
2013; ARAÚJO et al., 2010). Nesse sentido, a diminuição da quantidade de elementos
em relação ao jogo formal é o que caracteriza um jogo reduzido (MACHADO et al., 2019;

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OLTHOF; FRENCKEN e LEMMINK, 2019). Além disso, a manipulação das restrições das
tarefas nos jogos reduzidos pode ocorrer a partir de outros critérios específicos, como:
a) tamanho do campo de jogo (MENUCHI et al., 2018; OLTHOF, FRENCKEN e LEMMINK,
2018), b) quantidade de toques na bola por jogador (MENUCHI et al., 2018), c) quantidade
de alvos a serem atingidos (CASTELLANO et al., 2016), e d) densidade da prática (prática
distribuída e prática maciça) (MCLEAN et al., 2016).
As vantagens com a utilização dos jogos reduzidos são as seguintes: 1) proximidade
com as ações e situações reais do futebol; 2) permite ao jogador relacionar capacidades
técnicas (como fazer) e táticas (razão de fazer); 3) aprendizagem de regras; e 4) transferên-
cia de aprendizagem (veja a Figura 6) (OPPICI et al., 2018; DAVIDS et al., 2013; MEMMERT
e ROTH, 2007).
Por exemplo, Laakso et al. (2019) investigaram os comportamentos táticos e técnicos
de jogadores de futebol com média de idade de 13 anos em situações 2 x 1 sob a restrição
espacial do campo de jogo. No corredor lateral esquerdo, foi verificado que quando o
portador da bola se distanciava do adversário ele optava em se aproximar do potencial
receptor do passe, deixando a meta desprotegida. Já o inverso ocorreu quando a situação
foi disposta nos corredores central e lateral direito, ou seja, quando o portador da bola se
distanciava do adversário ele optou em proteger a meta aumentando o ângulo do passe
do jogador com a posse de bola.

Figura 6 – Situação treinada no jogo reduzido que é transferida para a partida oficial de futebol. Veja o
vídeo na íntegra em: https://www.youtube.com/watch?v=q4h34VN_jn0
Outros modelos hierárquicos foram criados a fim de estimular diferentes aspectos
táticos do futebol através de jogos reduzidos. Na figura 7, foi feito um modelo hierárquico
a fim de ensinar e melhorar o desempenho do princípio tático da Mobilidade (ver Quadro
1). Já na figura 8 foi feito um modelo hierárquico a fim de ensinar e melhorar o desem-
penho do princípio tático ofensivo coletivo da amplitude e na figura 9 é um exemplo de
atividade que pode ser feita. Na figura 10 o foco foi o princípio tático defensivo coletivo
da basculação das linhas transversais da equipe e a figura 11 apresenta uma atividade
para melhorar o desempenho desse princípio tático. Por fim, a figura 12 traz um modelo
hierárquico com ênfase em atividades específicas com menor complexidade para me-
lhorar o desempenho da recuperação da posse de bola.

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TELA CHEIA SUMÁRIO

Figura 7 – Modelo hierárquico para ensinar e treinar o comportamento


tático individual da Mobilidade através de jogos reduzidos (Fonte: o autor).

Figura 8 – Modelo hierárquico para ensinar e treinar o princípio tático ofensivo


da amplitude através de jogos reduzidos (Fonte: o autor).

Figura 9 – Nesse exercício as equipes marcam mais pontos quando os gols forem feitos após passes
oriundos dos jogadores que estão posicionados nas linhas laterais do campo de jogo a fim de treinar o
princípio da amplitude (Fonte: Reis e Almeida, 2019).

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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO

Figura 10 – Modelo hierárquico para ensinar e treinar o princípio da basculação das linhas transversais
defensivas através de jogos reduzidos (Fonte: o autor).

Figura 11 – Nessa atividade a equipe preta precisa recuperar a posse de bola e proteger as mini balizas e
para isso deve realizar movimentos para frente e para os lados da linha, caracterizando um exercício para
a basculação das linhas transversais defensivas (Fonte: Reis e Almeida, 2019).

Figura 12 – Modelo hierárquico para ensinar e treinar a recuperação


da posse de bola através de jogos reduzidos (Fonte: o autor).

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TÁTICA PARA TREINADORES
TELA CHEIA SUMÁRIO

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TELA CHEIA SUMÁRIO

O Autor
Marcos Antônio Mattos dos Reis, Professor Assistente da Escola Supe-
rior de Educação Física (ESEF) da Universidade de Pernambuco (UPE).
Doutorando em Ciências na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE)
na Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação Física pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) da Univer-
sidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em Futebol pela Univer-
sidade Federal de Viçosa (UFV/MG). Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Uni-
versidade Tiradentes (UNIT/SE). Autor do livro Futebol, Arte & Ciência: construção de um
modelo de jogo, Editora Primeiro Lugar, 2019.

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d uc a ç ã o
E
par a u m
fut e bo l
a in d a
me lh o r !

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