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DIREITO TRIBUTÁRIO

IMPOSTOS ESTADUAIS

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Estaduais
Maria Christina Barreiros D Oliveira

Aula 5 – Impostos Estaduais/Distritais.. ............................................................................................... 3


Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMS.......................................................... 3
ICMS..................................................................................................................................................................... 14
IPVA......................................................................................................................................................................47
Questões de Concurso............................................................................................................................... 54
Gabarito............................................................................................................................................................ 58
Gabarito Comentado................................................................................................................................... 59

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Impostos Estaduais
Maria Christina Barreiros D Oliveira

AULA 5 – IMPOSTOS ESTADUAIS/DISTRITAIS


Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – ITCMS
Base Legal: Art. 155 I e § 1º CF, artigos 35 ao 42 do CTN.

Competência

O imposto de transmissão causa mortis e doação é um tributo de competência privativa


dos estados e dos Distrito Federal em decorrência de sua competência cumulativa (art. 147
do CF) conforme disposto no artigo 155 I da Constituição.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;

Princípio da Legalidade

O imposto de transmissão causa mortis e doação deve obediência ao princípio da lega-


lidade e para ser instituído, extinto, alterada a sua base de cálculo, alíquota ou concedido
incentivos fiscais deve ser editada uma Lei Ordinária estadual ou distrital conforme o caso.

Função

O imposto de transmissão causa mortes e doação tem função nitidamente fiscal com o
objetivo puro e simples em arrecadar valores para financiar as atividades do Estado, sejam
elas específicas ou gerais.

Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150 III b da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150 III c da CF.

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No entanto, o imposto sobre a transmissão causa mortes e doação deve obediência a


ambos os princípios, ou seja, deve aguardar o primeiro dia do exercício seguinte e 90 dias da
data da publicação da lei para que possa ser cobrado.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

Fato Gerador

O ITCMD tem como fato gerador a transmissão causa mortis ou a doação e para que haja
a incidência do imposto é necessário a existência de três requisitos mínimo, quais sejam:
TRANSMISSÃO + BEM IMÓVEL ou MÓVEL + GRATUITO podendo ser:
a) Sucessão Legítima, ainda que gravada, ou testamentária, inclusive a sucessão provisó-
ria e o fideicomisso.
b) Doação, mesmo que com encargos.
Dentro do conceito de doção estão compreendidos na incidência do imposto os bens que,
na divisão de patrimônio comum, na partilha ou adjudicação, forem atribuídos a um dos côn-
juges, a um dos conviventes, ou a qualquer herdeiro, acima da respectiva meação ou quinhão.

Art. 35.
Parágrafo único. do CTN: Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distin-
tos quantos sejam os herdeiros ou legatários.

Súmula n. 331 do STF: É legítima a incidência do Imposto de Transmissão Causa mortis


no inventário por morte presumida.
Súmula n. 114 do STF: O imposto de transmissão “causa mortis” não é exigível antes da
homologação do cálculo.

Como afirmado na decisão agravada, o Supremo Tribunal Federal pacificou o entendi-


mento de que cabe ao Superior Tribunal de Justiça a apreciação de controvérsias atinentes

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à matéria infraconstitucional objeto de súmulas editadas à luz das constituições anteriores


a 1988, como é o presente caso, no qual se discute a aplicação da Súmula 114 do Supremo
Tribunal Federal, aprovada na Sessão Plenária de 13-12-1963, com base na interpretação do
art. 500 do Código de Processo Civil de 1939. ARE 768.206 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, 2ª T, j.
15-10-2013, DJE 214 de 29-10-2013.

Súmula n. 115 do STF: Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante,


com a homologação do juiz, não incide o imposto de transmissão causa mortis.

Com efeito, o Tribunal de origem dirimiu a matéria atinente à não ocorrência do fato gera-
dor do ITCD com base nos seguintes fundamentos:

(…) cumpre analisar o mérito da questão, o qual cinge-se à definição do valor que servirá
de base para o cálculo do ITCD (…). (…) subtraído o valor dos honorários de sucumbên-
cia (61.200,00 – sessenta e um mil e duzentos reais), o espólio recebeu a estima de R$
244.800,00 (duzentos e quarenta e quatro mil e oitocentos reais). Dessa quantia ainda
foi deduzido 6% a título de honorários advocatícios pagos ao patrono da inventariante.
Ocorre que, nos termos da Súmula 115 do Supremo Tribunal Federal o valor pago ao
advogado contratado pela inventariante não servirá de base de cálculo do ITCD (…)”.
Assim, firmar entendimento diverso implicaria novo exame do conjunto fático-proba-
tório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula n. 279 do STF, bem como
seria imprescindível a interpretação da legislação infraconstitucional pertinente, sendo
certo que a ofensa à Constituição, se ocorrente, seria apenas indireta, o que inviabiliza
o recurso extraordinário. RE 726.677 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, 2ª T, j. 7-5-
2013, DJE 97 de 23-5-2013.

Contribuinte e/ou Responsáveis

O contribuinte do Imposto segundo disposto no artigo 42 do Código Tributário Nacional


poderá ser qualquer das partes dispostas na lei estadual. No entanto, ao analisar o fato gera-
dor da exação podemos trazer alguns conceitos.

Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

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Contribuintes é aquele que tem relação direta com a ocorrência do fato gerador – Art. 121
§ único I do CTN, nesse sentido, podem ser contribuintes do ITCMD:
a) na transmissão “causa mortis”: o herdeiro ou o legatário;
b) no fideicomisso: o fiduciário;
c) na doação: o donatário;
d) na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso: o cessionário.
Responsável é aquele que tem relação indireta com a ocorrência do fato gerador mediante
atribuição legal (art. 121 § único II do CTN). Ocorre que nos casos de impossibilidade de exigên-
cia do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente (art. 134
do CTN) com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I – o tabelião, escrivão e demais serventuários de ofício, em relação aos atos tributáveis
praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício;
II – a empresa, instituição financeira e bancária e todo aquele a quem couber a responsa-
bilidade do registro ou a prática de ato que implique na transmissão de bem móvel ou imóvel
e respectivo direito ou ação;
III – o doador, o cedente de bem ou direito, e, no caso do parágrafo único do artigo anterior,
o donatário;
IV – qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver na sua
posse, na forma desta lei;
V – os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos menores;
VI – os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos seus tutelados ou curatelados;
VII – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
VIII – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio.

Alíquota
Fixação

Nos três impostos estaduais caberá ao Senado Federal a fixação de alíquotas, haja vista,
que sua função é representar os estados e o Distrito Federal conforme disposto no artigo 46
da Constituição.

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Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário

No que diga respeito ao ITCMD caberá ao Senado Federal, por meio de resolução, fixar
apenas as alíquotas máximas conforme redação do artigo 155 § 1º IV da CF no patamar má-
ximo de 8%.
Ou seja, cada estado deverá editar a sua lei ordinária estadual dispondo sobre o valor da
sua alíquota de ITCMD desde que respeitado o teto máximo de 8%.

Art. 155. § 1º O imposto previsto no inciso I:


IV – terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

RE 218.086 AgR, rel. min. Sydney Sanches, j. 8-2-2000, 1ª T, DJ de 17-3-2000. RE


213.266, rel. min. Marco Aurélio, j. 20-10-1999, P, DJ de 17-12-1999. Como salientado
na decisão agravada, “inexistem as alegadas ofensas aos arts. 155 e 1º da Carta Magna
Federal, porquanto o acórdão recorrido não negou que o Estado-membro tenha compe-
tência para instituir impostos estaduais, nem que o Senado seja competente para fixar a
alíquota máxima para os impostos de transmissão mortis causa e de doação, mas, sim,
sustentou corretamente que ele, por força do art. 150, I, da Carta Magna, só pode aumen-
tar tributo por lei estadual específica e não por meio de lei que se atrele genericamente
a essa alíquota máxima fixada pelo Senado e varie posteriormente com ela, até porque o
princípio da anterioridade, a que está sujeita essa lei estadual de aumento, diz respeito
ao exercício financeiro em que ela haja sido publicada e não, per relationem, à resolução
do Senado que aumentou o limite máximo da alíquota”.
RE 224.786 AgR, rel. min. Maurício Corrêa, j. 24-8-1999, 2ª T, DJ de 4-2-2000. Ao
Senado Federal compete a fixação da alíquota máxima para a cobrança do Imposto de
Transmissão Causa mortis, cabendo aos Estados a definição da alíquota interna exigí-
vel, mediante lei específica, observada a resolução expedida por essa Casa Legislativa.
AI 150.617 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 22-6-1993, 2ª T, DJ de 20-8-1993. Tal como
previsto na Carta pretérita, § 2º do art. 23, a atual reserva ao Senado Federal a fixação das
alíquotas referentes ao imposto causa mortis – inciso IV do art. 155. Não há como falar
em transgressão ao art. 34, § § 3º e 4º, do ADCT, quando o provimento judicial repousa
nessas premissas. Impossível é perquirir da lacuna indispensável a que se tenha como

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legítima a atuação da unidade federativa prevista no § 3º do art. 34 referido, valendo


notar que, pela regra inserta no § 5º desse artigo, o afastamento da legislação anterior,
para ensejar a atividade dos Estados, pressupõe incompatibilidade, ou seja, lacuna.

a) Alíquotas Progressivas

O Supremo Tribunal Federal reconheceu a possibilidade de estipulação de alíquotas progres-


sivas de ITCMD baseado no princípio da capacidade econômica previsto no artigo 145 § 1º CF.

Art. 145.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capaci-
dade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

STF reconhece possibilidade de cobrança progressiva de imposto sobre transmissão por


morte (06/03/2013).
Por maioria dos votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) proveu o Recurso Ex-
traordinário (RE) 562045, julgado em conjunto com outros nove processos que tratam da pro-
gressividade na cobrança do Imposto sobre a Transmissão Causa mortis e Doações (ITCD).
O governo do Rio Grande do Sul, autor de todos os recursos, contestou decisão do Tribunal
de Justiça do estado (TJ-RS), que entendeu inconstitucional a progressividade da alíquota do
ITCD (de 1% a 8%) prevista no artigo 18, da Lei gaúcha 8.821/89, e determinou a aplicação da
alíquota de 1%. O tema tem repercussão geral reconhecida.
A matéria foi trazida a julgamento na sessão desta quarta-feira (6) com a apresentação
de voto-vista do ministro Marco Aurélio. Para ele, a questão precisa ser analisada sob o ân-
gulo do princípio da capacidade contributiva, segundo o qual o cidadão deve contribuir para a
manutenção do Estado na medida de sua capacidade, sem prejuízo da própria sobrevivência.
Ele considerou que a regra instituída pelo Estado do Rio Grande do Sul admitiu a progressão
de alíquotas sem considerar a situação econômica do contribuinte, no caso, o destinatário
da herança. Conforme o ministro, a progressão de alíquotas poderia até compelir alguém a
renunciar à herança simplesmente para evitar a sujeição tributária. “A herança vacante acaba

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por beneficiar o próprio Poder Público, deixando abertas as portas para a expropriação patri-
monial por vias transversas”, salientou.
O ministro Marco Aurélio acompanhou o relator, ministro Ricardo Lewandowski, pela im-
possibilidade da cobrança progressiva do ITCD na forma estabelecida pela legislação gaúcha,
“sem aderir à interpretação atribuída pelo relator ao artigo 146, parágrafo 1º, da Lei Maior, no
sentido de que só a Constituição poderia autorizar outras hipóteses de tributação progressiva
de impostos reais”. No entanto, ambos ficaram vencidos. A maioria dos ministros votou pelo
provimento do recurso extraordinário. Em ocasião anterior, os ministros Eros Grau (aposenta-
do), Menezes Direito (falecido), Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Ayres Britto (aposentado) e
Ellen Gracie (aposentada) manifestaram-se pela possibilidade de cobrança.
Na análise da matéria realizada na tarde de hoje, os ministros Teori Zavascki, Gilmar Men-
des e Celso de Mello uniram-se a esse entendimento. Eles concluíram que essa progressi-
vidade não é incompatível com a Constituição Federal nem fere o princípio da capacidade
contributiva.

Questão 1 (FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2020) A respeito dos impostos estaduais e


municipais, é correto afirmar:
a) O Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) e o Imposto sobre Proprieda-
de Territorial Urbana (IPTU), instituídos pelo município, podem, ambos, ser progressivos com
base no valor venal do imóvel, em homenagem ao princípio da capacidade contributiva.
b) O Estado-Membro pode instituir Imposto sobre Transmissão Causa mortis e Doação (IT-
CMD) progressivo, com base no valor da doação ou da sucessão causa morte.
c) O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre a alienação de
salvados de sinistro pelas seguradoras, pois tais exercem atividade empresarial.
d) O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não incide sobre a importa-
ção de veículos do exterior por pessoas físicas que não exercem atividade empresarial, ainda
que exista lei estadual com essa previsão.
e) O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) incide sobre a operação exclusiva de
locação de bens móveis.

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Letra b.
a) Errada. É inconstitucional a estipulação de alíquotas progressivas de ITBI conforme Súmu-
la 656 do STF.
b) Certa. O STF julgou a constitucionalidade de alíquotas progressivas de ITCMD pelo princí-
pio da capacidade econômica previsto no artigo 145 § 1º da CF.
c) Errada. Súmula Vinculante 32 diz que é inconstitucional a incidência de os bens móveis
salvados de sinistro quando transferidos para seguradora por ser uma mera indenização.
d) Errada. Súmula Vinculante 48 diz que incide ICMS na importação de mercadoria por pessoa
física ou jurídica, para consumo próprio ou revenda.
e) Errada. Súmula Vinculante 31 diz que é inconstitucional a incidência de ISS sobre a locação
de bem móvel por não ser um serviço, mas uma mera entrega de coisa certa.

Questão 2 (CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)


Acerca do disposto pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando o
entendimento doutrinário e jurisprudencial. É inconstitucional a fixação de alíquota progressi-
va tanto para o ITCMD quanto para o imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título,
por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), os quais
devem guardar relação com a capacidade contributiva proporcional ao preço de venda dos
bens.

Errado.
O ITBI não poderá ter alíquotas progressivas conforme súmula 656 do STF. No entanto, o STF
admitiu a progressiva de alíquotas de ITCMD pelo princípio da capacidade econômica previs-
to no artigo 145 § 1º da CF.

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Base de Cálculo

A base de cálculo do ITCMD está definida na Lei n. 10.705/2000 como o valor venal dos
bens, assim entendido como o valor de mercado.
O valor venal do imóvel é aquele pelo qual ele será transacionado em uma situação de
compra e venda no mercado.

CTN
Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.

A redação da Súmula 112 do STF merece destaque ao dispor que a alíquota do ITCMD
será a vigente na data da abertura da sucessão e a Súmula 113 do STF informa que a base de
cálculo do ITCMD será o valor do bem na data da avaliação judicial.

Súmula n. 112 do STF: O imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota
vigente ao tempo da abertura da sucessão.
Súmula n. 113 do STF: O imposto de transmissão “causa mortis” é calculado sobre o
valor dos bens na data da avaliação.

Exemplo
A lei 123/2010 prevê como alíquota do ITCMD o valor de 4%. Em 05/05/2010 João vem a fale-
cer sendo instaurado seu inventário que possui arrolamento de um apartamento avaliado em
R$ 500.000,00. Em 2005 foi publicada nova lei reduzindo a alíquota do ITCMD para 3%. No
ano de 2007, o inventário foi encerrado e a casa foi avaliada em R$ 700.000,00. Pergunta-se:
a) Qual será a alíquota aplica ao caso? A alíquota será a de 4% por ser o valor previsto ao
tempo da abertura da sucessão (evento morte) – Súmula 112 do STF. Vale destacar que a lei
de 2005 que reduziu o valor da alíquota não pode retroagir a fato gerador pretérito.
b) Qual será o valor da base de cálculo do imóvel? O valor da base de cálculo será de R$
700.000,00 por ser o valor do bem na data da avaliação judicial – Súmula 113 do STF.

Outro ponto que merece análise é o fato da Súmula 113 do STF ser anterior a edição da lei
de correção monetária publicada em 1964, pelo que o objetivo a que ela visava, de evitar dis-

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torções prejudiciais ao Fisco, se encontra atendido com a aplicação da correção monetária.


É que, antes, não interessava ao contribuinte pagar à Fazenda, prontamente, o imposto que
era devido, mas com a correção monetária a distorção foi evitada. RE 98.589, rel. min. Aldir
Passarinho, 2ª T, j. 23-9-1983, DJ de 11-11-1983.
Não houve divergência com o verbete 113, da Súmula deste Colendo Tribunal. Este ver-
bete é anterior (1962) à lei de correção monetária (1964). Assim, o inadimplemento do contri-
buinte, sem causa justa, depois do advento daquela, seria apenada pela correção monetária,
incidente sobre o valor do tributo não pago na data exigida. A Súmula, com o seu verbete,
corrigia distorção prejudicial ao fisco. Não se corrigindo o débito, em virtude do processo
inflacionário, não interessava ao contribuinte pagar à Fazenda o que por lei lhe era exigido.
Valeria mais especular com o dinheiro até o último momento de satisfazer sua obrigação fis-
cal. Com o advento da lei de correção monetária, essa distorção foi amplamente contornada,
pois, em qualquer tempo que o contribuinte comparecesse à repartição para pagar qualquer
tributo, este passou a ser exigido com o valor corrigido até a data. Dessarte, “in casu”, tanto
importaria ao fisco que o imposto de transmissão “causa mortis” fosse pago sobre o valor
venal do imóvel à data do óbito como muito tempo depois, já que a correção monetária inci-
diria sobre o resultado da alíquota do tributo aplicada em relação ao valor venal do imóvel. De
sorte que não faria diferença, se o imposto se calculasse tendo por base o valor da avaliação.
RE 97.530, rel. min. Alfredo Buzaid, 1ª T, j. 15-10-1982, DJ de 19-11-1982.

Local de Pagamento do ITCMD

Com relação ao local de pagamento do ITCMD devemos levar em consideração se tratar


de um bem imóvel, móvel e ainda a localização em solo nacional ou no estrangeiro.
Se o bem for imóvel deverá ser pago o ITCMD no local onde esteja localizado o bem. Se for
um bem móvel deverá que pago no local onde esteja tramitando o inventário ou onde tenha
domicílio o doador. Mas caso o doador tem domicílio ou bens no exterior, tal situação deverá
ser regulamentada por meio de Lei Complementar.

CF
Art. 155. § 1º O imposto previsto no inciso I:
I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou
ao Distrito Federal

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II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inven-
tário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III – terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no
exterior;

BEM IMÓVEL Local do bem

BEM MÓVEL Local do inventário OU


Domicílio do Doador
EXTERIOR Nos termos de Lei Complementar

Segundo disposto no artigo 17 da lei n. 10.705/2000 o prazo para o pagamento do ITCMD

será de 30 dias contados da decisão homologatória, na hipótese de inventário judicial, ou do

despacho que determinar o seu pagamento, no caso de arrolamento.

O prazo máximo de 180 dias para o recolhimento do imposto começa a contar da data do

óbito, e não da abertura do inventário, tampouco da homologação do cálculo ou do despacho

que determinar o seu recolhimento.

No caso de doação, o prazo de pagamento será de 15 dias a contar da data da lavratura da

escritura pública e caso não seja pago ficará sujeito à incidência de juros de mora calculado

conforme o artigo 20 da Lei n. 10.705/2000.

Questão 3 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Conside-

rando que Pedro, domiciliado em São Paulo, tenha decidido transferir R$ 100.000 de sua con-

ta-corrente, para seu único filho, residente no estado de Alagoas, como presente de Natal,

julgue o item que se segue, a respeito do ITCD no estado de Alagoas. Não deverá incidir ITCD

no caso, uma vez que a transferência realizada por Pedro caracteriza antecipação de legítima.

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Errado.
Por se tratar de um bem móvel será devido ao ITCMD para o local do domicílio do doador –
Art. 155 § 1º da CF.

Lançamento

O lançamento é o procedimento administrativo pelo qual a autoridade administrativa


constitui o crédito tributário apurando quem é o sujeito passivo, a origem e o valor do crédito
tendo como objetivo tornar o valor líquido e certo para o Estado.
Existem três formas de lançamento: por declaração ou misto (art. 147 do CTN), por homo-
logação (art. 150 CTN) e de ofício (art. 149 do CTN). O ITCMD, por sua vez, deverá ser lançado
inicialmente por declaração e ocorre quando a legislação tributária impõe ao sujeito passivo
da obrigação correspondente a declaração fornecendo as informações necessárias ao lança-
mento do crédito tributário.

ICMS

Base Legal: Artigo 155 II e § 2º ao 5º CF, LC n. 24/1975 e LC n. 87/1996.

Competência

O imposto de circulação de mercadoria e serviços é um tributo de competência privativa


dos estados e dos Distrito Federal em decorrência de sua competência cumulativa (art. 147
do CF) conforme disposto no artigo 155 II da Constituição.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se ini-
ciem no exterior;

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Princípio da Legalidade

O imposto de circulação de mercadorias e serviços deve obediência ao princípio da le-


galidade e para ser instituído, extinto, alterada a sua base de cálculo, alíquota ou concedido
incentivos fiscais deve ser editada, como regra, uma Lei Ordinária estadual ou distrital con-
forme o caso.
No entanto, como em todos os demais tributários podem ser editadas normas gerais para
pacificar determinados conceito acerca do ICMS e, tais normas deverão ser regulamentadas
por meio de Lei Complementar, no caso, a LC n. 87/1996.
Outro ponto de suma importância neste imposto é a necessidade de celebração de con-
vênios para que sejam concedidos benefícios fiscais, revogações dentre outros pontos antes
de edição da lei ordinária estadual sob pena de nulidade.

LC n. 24/1975
Art. 1º As isenções do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias serão con-
cedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Dis-
trito Federal, segundo esta Lei.
Parágrafo único. O disposto neste artigo também se aplica:
I – à redução da base de cálculo;
II – à devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo, ao contribuinte,
a responsável ou a terceiros;
III – à concessão de créditos presumidos;
IV – à quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fiscais, concedidos com base no
Imposto de Circulação de Mercadorias, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta,
do respectivo ônus;
V – às prorrogações e às extensões das isenções vigentes nesta data.

A Lei Complementar n. 24 de 1975 é o ato que dispõe sobre as normas gerais aplicados
aos convênios de ICMS que para serem celebrados devem ser convocadas reuniões com re-
presentantes de todos os estados e do Distrito Federal mediante a presidência de um repre-
sentante do Governo Federal desde que conste a maioria das Federações.
Para que os benefícios sejam aprovados se faz necessário a aprovação por decisão unâ-
nime e sua revogação dependerá de 4/5 dos representantes.

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LC n. 24/1975
Art. 2º Os convênios a que alude o art. 1º, serão celebrados em reuniões para as quais tenham
sido convocados representantes de todos os Estados e do Distrito Federal, sob a presidência de
representantes do Governo federal.
§ 1º – As reuniões se realizarão com a presença de representantes da maioria das Unidades da
Federação.
§ 2º – A concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representa-
dos; a sua revogação total ou parcial dependerá de aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos
representantes presentes.
§ 3º – Dentro de 10 (dez) dias, contados da data final da reunião a que se refere este artigo, a reso-
lução nela adotada será publicada no Diário Oficial da União.

Caso o benefício seja concedido ou revogado sem a celebração de convênio será declarada
a nulidade do ato e a ineficácia do crédito fiscal atribuído e a exigibilidade do imposto não pago.
Sobre tal tema curioso se faz observar o Decreto expedido pelo Governador do Distrito
Federal durante a pandemia do COVID 19 que determina a redução da alíquota do ICMS do
DF de 12% para 9% para produtos de prevenção como máscaras e luvas sem a celebração de
convênio e autorizado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Território.
Segundo o Governo do Distrito Federal o decreto:

Visa, essencialmente, a preservação do mercado interno, na medida em que confere aos contri-
buintes atacadistas estabelecidos no DF tratamento isonômico em relação aos contribuintes goia-
nos, equiparando, nesse particular, as condições para o exercício da atividade econômica nas duas
unidades federativas.

Tem como objetivo evitar que empresas instaladas no DF se desloquem para o estado de
Goiás, em busca de uma carga tributária mais favorecida.

LC n. 87/1996
Art. 8º A inobservância dos dispositivos desta Lei acarretará, cumulativamente:
I – a nulidade do ato e a ineficácia do crédito fiscal atribuído ao estabelecimento recebedor da
mercadoria;
Il – a exigibilidade do imposto não pago ou devolvido e a ineficácia da lei ou ato que conceda re-
missão do débito correspondente.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo poder-se-ão acrescer a presunção de irregu-
laridade das contas correspondentes ao exercício, a juízo do Tribunal de Contas da União, e a sus-
pensão do pagamento das quotas referentes ao Fundo de Participação, ao Fundo Especial e aos
impostos referidos nos itens VIII e IX do art. 21 da Constituição federal.

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Questão 4 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Acerca de


ICMS, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Determinado estado celebrou convênio com outros estados prevendo a
redução da base de cálculo do ICMS para determinado setor de peças automobilísticas.
Assertiva: A ratificação do convênio pelo chefe do Poder Executivo estadual, por meio de de-
creto, é condição necessária e suficiente para internalização do benefício de redução de base
de cálculo no ordenamento jurídico daquele estado.

Errado.
Para que sejam concedidos ou revogados benefícios no ICMS se faz necessário a celebração
de convênios no CONFAZ conforme disposto no artigo 2 da LC n. 24/1975. No entanto, mesmo
com a celebração do acordo ainda é necessário a edição de uma Lei Ordinária estadual para
que o benefício seja concedido sob pena de violação ao princípio da legalidade – Art. 150 I e
§ 6º da CF.

Questão 5 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Acerca de


ICMS, julgue o item a seguir.
A concessão ou a manutenção de isenção de ICMS em desacordo com a norma regente impos-
sibilita o ente federado de obter garantia direta ou indireta de outro ente, assim como de con-
tratar operações de crédito, ressalvado apenas o recebimento das transferências voluntárias.

Errado.
As sanções sobre a manutenção ou concessão de incentivos, isenções ou benefícios à revelia
do CONFAZ estão dispostas na LC 160/17. Senão, vejamos: Os Estados não poderão, enquan-

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to durarem os benefícios: a) Receber transferências voluntárias; b) Obter garantia, direta ou


indireta, com outro entre; c) Contratar operações de crédito, ressalvados os refinanciamentos
de dívida mobiliária e redução de despesas com pessoal.

LC 101/00
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previ-
são e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe
o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Questão 6 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Acerca de


ICMS, julgue o item a seguir. Isenções, incentivos e benefícios fiscais alusivos ao ICMS devem
ser concedidos ou revogados mediante deliberação dos estados e do Distrito Federal, por
meio de convênio, nos termos de lei complementar.

Certo.
Art. 2º da LC n. 24/1975.

O ICMS sobre o combustível (petróleo, gasolina e seus derivados) poderá ter apenas as suas
alíquotas reduzidas e restabelecidas por um ato do poder executivo, por exemplo, um decreto
conforme artigo 155 § 4 IV c da Constituição: “poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se
lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b”.

Decreto não cria, não extingue, não mexe na base de cálculo de tributos, não isenta em ne-
nhuma hipótese. Decreto poderá apenas alterar a alíquota do que tenha cunha extrafiscal,
regulatório de mercado como ocorre no caso do II, IE, IPI, IOV e sobre combustível na CIDE e
no ICMS e estipular obrigações acessórias (art. 113 § 2º do CTN).

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Função

O imposto de circulação de mercadorias e serviços tem função nitidamente fiscal com o


objetivo puro e simples em arrecadar valores para financiar as atividades do Estado, sejam
elas específicas ou gerais.

Questão 7 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR DE FINANÇAS E CONTROLE DE ARRECADAÇÃO DA


FAZENDA ESTADUAL/2020) Com relação ao tema abordado no texto anterior, julgue o item
que se segue. Diferentemente do IRPF, os impostos indiretos, tais quais os impostos que
incidem sobre a circulação de mercadorias e serviços, são regressivos, posto que oneram
proporcionalmente mais os indivíduos com menor capacidade de pagamento, e não neutros,
no sentido de provocarem distorções sobre a alocação de recursos na economia.

Certo.
Os tributos indiretos, tais como, o ICMS e o IPI incidem sobre as mercadorias sendo repassa-
dos no preço do produto para os consumidores finais que são a parte mais fraca da cadeia de
consumo impondo assim, um caráter REGRESSIVO ao tributo na medida que os mais pobres
pagarão proporcionalmente mais que os ricos.

Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150 III b da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150 III c da CF.

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O imposto sobre a circulação de mercadoria e serviços, como regra, deve obediência a


ambos os princípios, ou seja, deve aguardar o primeiro dia do exercício seguinte e 90 dias da
data da publicação da lei para que possa ser cobrado.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

No entanto, o ICMS sobre o setor de combustível é exceção aos princípios da anteriorida-


de anual devendo obediência tão somente ao princípio da anterioridade nonagesimal. Ou seja,
ao ser instituído ou majorado deverá aguardar apenas 90 dias da publicação da lei para ser
cobrado conforme disposto no artigo 155 § 4 IV c da Constituição: “poderão ser reduzidas e
restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b”.

Contribuinte
a) Regra

O Contribuinte do ICMS é qualquer pessoa física ou jurídica que circula mercadoria com
habitualidade ou intuito que caracterize volume comercial – art. 4º LC n. 87/1996.
Essa transferência para fins de incidência do ICMS deve ser uma transferência jurídica de
titularidade, mudança de titularidade e não uma mera circulação fática.

Exemplo 1
João domiciliado no Distrito Federal viaja até São Paulo e efetua a compra de diversas peças
de roupas e retorna para sua cidade com o carro abarrotado de peças para revenda. Na divisa
do estado João é paralisado pela fiscalização que o autua pelo não recolhimento de ICMS.
Pergunta-se: O Fisco está correto em sua atuação?

Sim. Qualquer pessoa que circule mercadoria mesmo que não tivesse habitualidade, mas
que o faça pela primeira com volume que caracterize intuito comercial, como é o caso de
João, será considerado contribuinte de ICMS.

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Exemplo 2
Maria domiciliada no DF resolve alienar o seu veículo para comprar um automóvel mais novo.
Pergunta-se: Maria será contribuinte de ICMS?

Não. Apesar de ocorrer a transferência da mercadoria não há habitualidade ou volume que


caracterize intuito comercial para fins de incidência de ICMS.

Exemplo 3
Marcelo tem o hábito de efetuar a compra de carros batidos, reformar na garagem de sua resi-
dência e revendê-los a terceiros. Pergunta-se: Marcelo será contribuinte de ICMS?

Sim. Além da transferência da mercadoria existe habitualidade e volume que caracterize


intuito comercial equiparando a pessoa física a uma pessoa jurídica para fins de incidência
de ICMS.

LC n. 87/1996
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em vo-
lume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior.

b) Art. 4º, parágrafo único, da LC n. 87/1996


Importação

LC n. 87/1996
Art. 4º
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade
ou intuito comercial:
I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade;
II – seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

A Emenda Constitucional n. 33 de 2001 alterou a redação do artigo 155 § 2º IX a da Cons-


tituição dispondo que qualquer pessoa física ou jurídica que importe uma mercadoria, seja
para revenda ou para consumo próprio será contribuinte de ICMS inclusive dos serviços que
tenham sido iniciados no exterior tornando sem eficácia a redação da súmula 660 do STF.

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Art. 155.
§ 2º
IX – incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ain-
da que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como
sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio
ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;

Súmula n. 660. Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que
não seja contribuinte do imposto.
Súmula n. 661. Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança
do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.
Súmula Vinculante n. 48: Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a
cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.
RE 193.817, voto do rel. min. Ilmar Galvão, P, j. 23-10-1996, DJ de 10-8-2001. Desne-
cessário muito esforço interpretativo para concluir-se que a necessidade de definição do
Estado competente para a exigência do ICMS decorreu da alteração introduzida quanto
ao elemento temporal referido ao fato gerador do tributo, que na hipótese em tela deixou
de ser o momento da entrada da mercadoria no estabelecimento do importador, para ser
o do recebimento da mercadoria importada. (…) Antecipado o elemento temporal para o
momento do recebimento da mercadoria, vale dizer, do desembaraço, fez-se ela neces-
sária, tendo em vista que a entrada da mercadoria, não raro, se dá em terminal portuário
ou aéreo situado fora dos limites do Estado de destino da mercadoria. Consagrou a nova
Carta, portanto, finalmente, a pretensão, de há muito perseguida pelos Estados, de verem
condicionado o desembaraço da mercadoria ou do bem importado ao recolhimento, não
apenas dos tributos federais, mas também do ICMS incidente sobre a operação. O bene-
fício decorrente da medida salta à vista: reduzir praticamente a zero a sonegação, com
simultânea redução do esforço de fiscalização, sem gravame maior para o contribuinte.

Licitação de Bens Apreendidos e Abandonados

LC n. 87/1996
Art. 4º
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade
ou intuito comercial:
III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;

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Combustíveis e Energia de Outros Estados Não Destinados à Comercialização

LC n. 87/1996
Art. 4º
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade
ou intuito comercial:
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elé-
trica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.

Fato Gerador e Hipóteses de Não Incidência


a) Circulação de Mercadoria

Segundo a súmula 166 STJ “Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento
de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte”. No entanto, a LC
n. 87/1996 dispõe ser devido o pagamento de ICMS diante da circulação de mercadorias de
uma filial para matriz.
Deste modo, no concurso deve ser levado em consideração o comando da questão.

ADI 4.565 MC, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2011, P, DJE de 27-6-2011. O perfil
constitucional do ICMS exige a ocorrência de operação de circulação de mercadorias
(ou serviços) para que ocorra a incidência e, portanto, o tributo não pode ser cobrado
sobre operações apenas porque elas têm por objeto “bens”, ou nas quais fique desca-
racterizada atividade mercantil-comercial.
RE 596.983 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 12-5-2009, 2ª T, DJE de 29-5-2009. AI 618.947
AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 2-3-2010, 2ª T, DJE de 26-3-2010. O STF fixou entendi-
mento no sentido de que o simples deslocamento da mercadoria de um estabelecimento
para outro da mesma empresa, sem a transferência de propriedade, não caracteriza a
hipótese de incidência do ICMS.
RE 208.932 ED-AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 17-3-2009, 1ª T, DJE de 17-4-2009. Tri-
buto. ICMS. Transferência de bens. Incorporação de uma sociedade por outra. Não inci-
dência. Inexistência de circulação de mercadorias. (…) Não incide ICMS na hipótese de
incorporação de uma sociedade por outra.
AI 533.202 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 30-9-2008, 2ª T, DJE de 21-11-2008. Vide
ADI 4.389 MC, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 13-4-2011, P, DJE de 25-5-2011. Confecção
de rótulos e etiquetas sob encomenda. Incidência apenas de ISS, e não ICMS.

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b) Mercadorias em Bares e Restaurantes

Súmula 163 do STJ: O fornecimento de mercadorias com simultânea prestação de servi-


ços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS
a incidir sobre o valor total da operação.
Súmula 574 do STF: Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do imposto
de circulação de mercadorias sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em res-
taurante ou estabelecimento similar.

LC n. 87/1996
Art. 2º O imposto incide sobre:
I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e
bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência
tributária dos Municípios;
V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços,
de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à
incidência do imposto estadual.

Questão 8 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Acerca de


ICMS, julgue o item a seguir. O ICMS incide sobre o fornecimento de mercadorias com presta-
ção de serviços sujeitos ao ISS, de competência dos municípios, quando a lei complementar
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

Certo.
ICMS x ISS em operações mistas:
a) Serviço e mercadoria previstos na LC 116/2003: incidirá apenas ISS.
b) Serviço e mercadoria não estão previstos na LC 116/2003: incidirá apenas ICMS.
c) Serviço previsto na LC 116/2003, mas com ressalvas em relação à mercadoria: incide ISS
sobre o serviço e ICMS sobre a mercadoria.

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c) Transporte Interestadual e Intermunicipal

Nos serviços de transportes realizados entre dois estados e entre dois municípios, ou
seja, no transporte interestadual e intermunicipal incidirá o ICMS. Em contrapartida, nos ser-
viços de transporte realizados dentro do município, ou seja, intramunicipal será devido ISS.

LC n. 87/1996
Art. 2º O imposto incide sobre:
II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pes-
soas, bens, mercadorias ou valores;

d) Serviço de Comunicação

Nos serviços de comunicação gratuitos (redes de TV aberta) não incidirá o ICMS por se-
rem detentoras de imunidade prevista no art. 155 § 2º X d CF.

Art. 155. § 2º X: não incidirá:


d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons
e imagens de recepção livre e gratuita;

No entanto, incidirá ICMS nos serviços de comunicação prestados em caráter oneroso,


por exemplo, na TV a cabo conforme disposto no artigo 2º V da LC n. 87/1996.

LC n. 87/1996
Art. 2º O imposto incide sobre:
III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a
emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação
de qualquer natureza;

e) Internet

Não incide ICMS sobre os serviços de provedores de internet por ser uma mera ativida-
de-meio, de suporte, secundária incidindo tão somente na finalidade principal do serviço de
comunicação, qual seja, o uso do serviço.

Súmula n. 334 STJ. Incide o ICMS tão somente no uso do serviço de internet.

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f) Celular

Não incide ICMS sobre os serviços de habilitação de celular por ser uma mera ativida-
de-meio, de suporte, secundária incidindo tão somente na finalidade principal do serviço de
comunicação, qual seja, o uso do serviço.

Súmula n. 350 STJ. Incide o ICMS tão somente no uso do serviço de celular.
RE 912.888, rel. min. Teori Zavascki, j. 13-10-2016, P, DJE de 10-5-2017, Tema 827. O
ICMS incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas prestadoras de ser-
viço de telefonia, independentemente da franquia de minutos conferida ou não ao usuário.
RE 572.020, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 6-2-2014, P, DJE de 13-10-2014. Tributário.
ICMS. Habilitação de aparelhos celulares. A lei geral de telecomunicações (art. 60, § 1º,
da Lei 9.472/1997) não prevê o serviço de habilitação de telefonia móvel como ativi-
dade-fim, mas atividade-meio para o serviço de comunicação. A atividade em questão
não se inclui na descrição de serviços de telecomunicação constante do art. 2º, III, da
LC 87/1996, por corresponder a procedimento tipicamente protocolar, cuja finalidade
refere-se a aspecto preparatório. Os serviços preparatórios, tais como habilitação, ins-
talação, disponibilidade, assinatura, cadastro de usuário e equipamento, entre outros,
que configuram atividade-meio ou serviços suplementares, não sofrem a incidência de
ICMS, posto serviços disponibilizados de sorte a assegurar ao usuário a possibilidade
do uso do serviço de comunicação, configurando aqueles tão somente atividades pre-
paratórias destes, não incidem ICMS. Inocorrência de violação aos arts. 2º; 150, I; e 155,
II, da CF/1988.

g) Energia Elétrica

Sobre o serviço de energia elétrica incidirá os impostos de importação, exportação e cir-


culação de mercadorias e serviços (II, IE e ICMS) conforme disposto no art. 155 § 3º da Cons-
tituição e ainda COFINS, PIS e FINSOCIAL.

Art. 155. § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I
e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

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Súmula n. 659 STF: É legítima a cobrança da Cofins, do PIS e do Finsocial sobre as ope-
rações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do país.

Vale destacar que a incidência de ICMS sobre energia elétrica levará em consideração tão
somente o valor efetivamente consumido e não o que foi disponibilizado e contratado.

Exemplo
João ao receber seu apartamento se dirige a companhia de energia e celebra contrato de dis-
ponibilização de energia no montante de 2000 KW. No entanto, a médio de consumo mensal
gira em torno de 500 KW. O ICMS sobre a energia elétrica incidirá sobre 2000 ou 500 KW?
500KW tendo em vista que incidirá sobre o efetivo consumo e não sobre o que foi disponibi-
lizado e contratado.

Súmula n. 391 STJ: ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspon-
dente à demanda de potência efetivamente utilizada.

h) Combustível

CF
Art. 155. § 2º X: não incidirá:
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
LC n. 87/1996
Art. 3º O imposto não incide sobre:
III – operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e com-
bustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercia-
lização;

i) IOF

CF
Art. 155. § 2º X: não incidirá:
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
LC n. 87/1996

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Art. 3º O imposto não incide sobre:


IV – operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

j) Comodato

Comodato é o empréstimo gratuito de coisas infungíveis, ou seja, que não podem ser
substituídas por outras iguais. Por ser um empréstimo não há que se falar em transferência
de titularidade e por ser gratuito não há onerosidade capaz de fazer incidir o ICMS.

Súmula 573 STF: não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a
saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato.

k) Livros, Jornais e Periódicos

LC n. 87/1996
Art. 3º O imposto não incide sobre:
I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;

Os papéis e filmes fotográficos destinados a elaboração de livros, jornais e periódicos são


imunes ao pagamento de impostos incidentes sobre sua fabricação abarcando, inclusive, os
álbuns de figurinha e revistas em quadrinho.
Pelo entendimento do STF é terminantemente proibido estender a imunidade a outros
insumos que não estejam elencados no dispositivo legal e na Súmula 657 do STF, tais como:
importação de insumos gráficos, tintas, maquinários e peças de produção dentre outros.

Súmula n. 657 do STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e
papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Vale destacar que tal imunidade dos livros físicos foi estendida por julgamento do Supre-
mo aos livros digitais e aos livros eletrônicos.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

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l) Exportação

Não incidirá o ICMS sobre as mercadorias que sejam destinadas as exportações devido a
incidência de imunidade tributária prevista no art. 155 § 2º X a CF.

Art. 155. § 2º X: não incidirá:


a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores;
LC n. 87/1996
Art. 3º O imposto não incide sobre:
I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e
produtos industrializados semielaborados, ou serviços;
Parágrafo único. Equipara-se às operações de que trata o inciso II a saída de mercadoria realizada
com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a:
I – empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma em-
presa;
II – armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.

m) Não Incidência de ICMS sobre a Transferência de Propriedade

LC n. 87/1996
Art. 3º O imposto não incide sobre:
VI – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabeleci-
mento industrial, comercial ou de outra espécie;

n) Não Incidência de ICMS sobre a Alienação Fiduciária

LC n. 87/1996
Art. 3º O imposto não incide sobre:
VII – operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada
pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor;

o) Leasing

Segundo julgamento do STF não incide ICMS nos contratos de leasing por não haver
transferência de titularidade.

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p) Arrendamento Mercantil

Não incide ICMS nos contratos de arrendamento mercantil por não haver transferência de
titularidade – art. 3º VIII LC n. 87/1996.

LC n. 87/1996
Art. 3º O imposto não incide sobre:
VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao
arrendatário;

RE 540.829, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 11-9-2014, P, DJE de 18-11-2014, Tema 297.
(…) não incide o ICMS na operação de arrendamento mercantil internacional, salvo na
hipótese de antecipação da opção de compra, quando configurada a transferência da
titularidade do bem. Consectariamente, se não houver aquisição de mercadoria, mas
mera posse decorrente do arrendamento, não se pode cogitar de circulação econômica.

q) Não Incide ICMS sobre os Bens Móveis Salvados de Sinistro

Não incidirá ICMS sobre os bens móveis (carros), salvados de sinistro (contrato de se-
guro) quando transferidos para segurado tendo em vista que a empresa não recebe o bem
como mercadoria, mas apenas como uma forma de indenização pelo prêmio que deverá
pagar ao segurado.

Súmula vinculante n. 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro
pelas seguradoras.

LC n. 87/1996
Art. 3º O imposto não incide sobre:
IX – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de
sinistro para companhias seguradoras.

ADI 1.648, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-2-2011, P, DJE de 9-12-2011. A alienação de
salvados configura atividade integrante das operações de seguros e não tem natureza
de circulação de mercadoria para fins de incidência do ICMS. Inconstitucionalidade da

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expressão “e as seguradoras” do inciso IV do art. 15 da Lei 6.763, com redação dada


pelo art. 1º da Lei 9.758/1989 do Estado de Minas Gerais. Violação dos arts. 22, VII, e
153, V, da CF.

r) Construção civil não está obrigada a pagar ICMS sobre mercadorias ad-
quiridas como insumos

A súmula n. 432 do STJ editada em 2010 pretende evitar que os estados destinatários
cobrem das construtoras o chamado do diferencial de alíquotas do ICMS – DIFAL, quando da
aquisição de insumos provenientes de outros estados.
Segundo a Súmula a empresas de construção civil não são contribuintes do ICMS, mesmo
que sejam obrigadas a obter inscrição estadual, e mesmo que sejam contribuintes deste im-
posto em algumas hipóteses por exemplo, quando revendem mercadoria ou quando fabricam.

Súmula 432 do STJ: as empresas de construção civil não estão obrigadas a pagar ICMS
sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações interestaduais.

s) ICMS X Água

Supremo entendeu que não incide o ICMS sobre o fornecimento de água canalizada por
ser considerado serviço público essencial.
De acordo com o ministro Luiz Fux, “a água é um bem público estadual ou federal e, logo,
como bem público, na essência, não é uma mercadoria”. “O que há na verdade é uma outorga
de uso e não uma aquisição para a venda”.

RE 607.056, rel. min. Dias Toffoli, j. 10-4-2013, P, DJE de 16-5-2013, Tema 326. Vide AI
682.565 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009. O fornecimento
de água potável por empresas concessionárias desse serviço público não é tributável
por meio do ICMS. As águas em estado natural são bens públicos e só podem ser explo-
radas por particulares mediante concessão, permissão ou autorização. O fornecimento
de água tratada à população por empresas concessionárias, permissionárias ou autori-
zadas não caracteriza uma operação de circulação de mercadoria.

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AI 682.565 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009. RE 552.948 AgR,
rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 1º-6-2010, 1ª T, DJE de 6-8-2010. Vide RE 607.056,
rel. min. Dias Toffoli, j. 10-4-2013, P, DJE de 16-5-2013, Tema 326. Vide AI 297.277
AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 7-5-2010. O STF fixou entendi-
mento no sentido da ilegitimidade da cobrança de ICMS sobre água encanada, uma vez
que se trata de serviço público essencial e não de mercadoria. Precedentes.

t) ICMS sobre Comercialização de Obra Cinematográfica

Súmula 662 do STF: É legítima a incidência do ICMS na comercialização de exemplares de


obras cinematográficas, gravados em fitas de videocassete.

(…) o ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens,
destinadas à integração ou utilização direta em processo subsequente de industrializa-
ção ou de circulação de mercadoria. Presentes os requisitos constitucionais e legais,
incidirá o ICMS.
ADI 4.389 MC, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 13-4-2011, P, DJE de 25-5-2011. Programa
de computador (software): tratamento tributário: distinção necessária. Não tendo por
objeto uma mercadoria, mas um bem incorpóreo, sobre as operações de “licenciamento
ou cessão do direito de uso de programas de computador” – matéria exclusiva da lide –,
efetivamente não podem os Estados instituir ICMS: dessa impossibilidade, entretanto,
não resulta que, de logo, se esteja também a subtrair do campo constitucional de inci-
dência do ICMS a circulação de cópias ou exemplares dos programas de computador
produzidos em série e comercializados no varejo, como a do chamado – software de
prateleira – (off the shelf), os quais, materializando o corpus mechanicum da criação
intelectual do programa, constituem mercadorias postas no comércio.

Princípio da Não Cumulatividade e Repercussão Tributária

Em Direito Tributário possuímos dois tipos de tributos: os cumulativos e os não cumulativos.


O tributo cumulativo incide em efeito cascata tendo em vista que não gera crédito para
compensação nas empresas. Incide sobre todas as etapas intermediárias do processo pro-

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dutivo ou da comercialização dos bens da origem até o consumidor final influindo diretamen-
te na composição do preço final do produto.
Temos como exemplos de tributos cumulativos: PIS e COFINS para Empresas de lucro
presumido, a antiga CPMF
Os tributos não cumulativos, por sua vez, impedem o efeito cascata gerando créditos para
compensação nas operações futuras mediante sistema de compensação de débitos com créditos.
Exemplos de tributos não cumulativos: PIS e COFINS para Empresas com lucro real, ICMS,
IPI, Impostos Residuais.
O ICMS é um dos tributos não cumulativo mais importante onde se compensa o que for
devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com
o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.
É o famoso sistema de compensação de débitos e créditos, com abatimento do montante
devido pelo contribuinte com o valor pago por este em etapas anteriores, em suas compras
de bens ou serviços já tributados pelo imposto.
ESQUEMA:
a) Não cumulatividade significa compensação, abatimento de créditos com débitos.
b) Repercussão é a transferência da carga tributária no preço do produto.

1000 2000 3000


FÁBRICA DISTRIBUIDORA MERCADO CONSUMIDOR FINAL
D/C D/C D/C
100/0 200/100 300/200 3000
100 100 100 300

CF
Art. 155. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação
de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou
outro Estado ou pelo Distrito Federal;

Julgamentos do STF

Súmula n. 546 do STF: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhe-
cido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum
respectivo.

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AI 765.420 AgR-segundo, rel. p/ o ac. min. Rosa Weber, j. 21-2-2017, 1ª T, DJE de 4-8-
2017. Firmou-se a jurisprudência do Plenário deste STF no sentido de que a vedação, pela le-
gislação estadual, ao aproveitamento dos créditos do ICMS gerados pela entrada de insumos
tributados, quando o contribuinte exerce, livremente, opção pela tributação das saídas me-
diante base de cálculo reduzida, não viola o princípio da não cumulatividade. Precedente: RE
584.023 AgR-EDv-AgR-segundo, rel. min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJE de 11-12-2015.
RE 574.706, rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-3-2017, P, DJE de 2-10-2017, Tema 69. O ICMS
não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da Cofins.
RE 439.796, rel. min. Luiz Fux, j. 6-11-2013, P, DJE de 17-3-2014, Tema 171. A incidência
do ICMS sobre operação de importação de bem não viola, em princípio, a regra da vedação à
cumulatividade (art. 155, § 2º, I, da Constituição), pois, se não houver acumulação da carga
tributária, nada haveria a ser compensado.
RE 606.107, rel. min. Rosa Weber, j. 22-5-2013, P, DJE de 25-11-2013, Tema 283. A apro-
priação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da não
cumulatividade, imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que
a sua incidência em cascata onere demasiadamente a atividade econômica e gere distorções
concorrenciais.
RE 689.001 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 6-2-2018, 2ª T, DJE de 26-2-2018. A aquisição de
produtos intermediários, sujeitos ao regime de crédito físico, aplicados no processo produtivo
que não integram fisicamente o produto final não gera direito ao crédito de ICMS. O princípio
constitucional da não cumulatividade é uma garantia do emprego de técnica escritural que
evite a sobreposição de incidências, sendo que as minúcias desse sistema e o contencioso
que daí se origina repousam na esfera da legalidade.
RE 477.323, rel. min. Marco Aurélio, j. 16-10-2014, P, DJE de 10-2-2015. ICMS. Base de
incidência reduzida. Sistema opcional. Sendo opcional o sistema a envolver base do tributo
reduzida, não se tem violência ao princípio da não cumulatividade no que considerado o cré-
dito de forma proporcional.
RE 491.653 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 8-5-2012, 2ª T, DJE de 21-5-2012. A
jurisprudência desta Corte possui entendimento firmado no sentido de que, nas operações in-

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terestaduais, o creditamento do ICMS na operação subsequente deve corresponder ao mon-


tante que foi efetivamente recolhido na operação anterior.
AI 559.807 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 13-12-2011, 2ª T, DJE de 17-2-2012. A jurispru-
dência do STF entende que não há diferenciação entre operações de venda à vista e a prazo,
para fins de incidência de ICMS.
RE 437.006 ED, rel. min. Marco Aurélio, j. 26-10-2011, P, DJE de 10-2-2012. ICMS. Prin-
cípio da não cumulatividade e isenção. Conclusão sobre a valia de lei estadual a prever que,
no caso de a mercadoria ser alienada, intencionalmente, por importância inferior ao valor que
serviu de base de cálculo na operação de que decorreu sua entrada, a anulação do crédito
correspondente à diferença entre o valor referido e o que serviu de base ao cálculo na saída
respectiva, isso presente contribuinte eventual, homenageia a essência do princípio da não
cumulatividade.
AI 646.962 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 14-9-2010, 2ª T, DJE de 8-10-2010. Vide RE
598.460 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009. Vide RE 313.019 AgR,
rel. min. Ayres Britto, j. 17-8-2010, 2ª T, DJE de 17-9-2010. Creditamento de ICMS. Bens
destinados ao consumo ou ao ativo fixo. Período posterior à LC 87/1996: possibilidade. Esta
Corte, no julgamento da medida cautelar na ADI 2.325 MC/DF, rel. min. Marco Aurélio, Tribunal
Pleno, DJ de 6-10-2006, reconheceu o direito adquirido do contribuinte à apropriação dos
créditos do ICMS conferidos pela redação anterior da LC 87/1996.
AI 388.888 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 31-8-2010, 2ª T, DJE de 1º-10-2010. AI
464.841 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 8-11-2011, 2ª T, DJE de 19-12-2011. Vide AI 488.293
ED, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 20-4-2010, 2ª T, DJE de 4-6-2010. Conforme orientação
firmada pelo STF, depende de lei autorizadora a correção monetária de créditos escriturais do
ICMS. Orientação que também se aplica aos casos de créditos acumulados, transpostos de
um período de apuração aos sucessivos.
RE 313.019 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 17-8-2010, 2ª T, DJE de 17-9-2010. AI 579.298
AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 16-6-2009, 2ª T, DJE de 1º-7-2009. Vide AI 646.962 AgR,
rel. min. Ellen Gracie, j. 14-9-2010, 2ª T, DJE de 8-10-2010. Vide RE 598.460 AgR, rel. min.
Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009. A jurisprudência do STF é firme no sentido de

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que, em operações anteriores à LC 87/1996, não há direito a creditamento de bens destinados


ao consumo ou à integração do ativo fixo para compensação de ICMS. Inexistência de afronta
ao princípio constitucional da não cumulatividade.
AI 488.293 ED, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 20-4-2010, 2ª T, DJE de 4-6-2010. RE 390.413
AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 9-11-2010, 1ª T, DJE de 30-11-2010. Vide AI 388.888
AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 31-8-2010, 2ª T, DJE de 1º-10-2010. Vide RE 410.795 AgR,
rel. min. Joaquim Barbosa, j. 29-9-2009, 2ª T, DJE de 29-10-2009. O registro tardio dos cré-
ditos, por inércia do contribuinte ou por óbice do Fisco, não altera a classificação jurídica do
direito. Segundo jurisprudência desta Corte, a aplicação de correção monetária aos créditos
escriturais do ICMS registrados tardiamente depende de lei autorizadora ou de prova quanto
ao obstáculo injustamente posto pelas autoridades fiscais à pretensão do contribuinte.
RE 248.182 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 30-4-2010. ICMS.
(…) Situação peculiar. Regime alternativo e opcional para apuração do tributo. Concessão
de benefício condicionada ao não registro de créditos. Pretensão voltada à permanência do
benefício, cumulado ao direito de registro de créditos proporcionais ao valor cobrado. Impos-
sibilidade. Tratando-se de regime alternativo e facultativo de apuração do valor devido, não é
possível manter o benefício sem a contrapartida esperada pelas autoridades fiscais, sob pena
de extensão indevida do incentivo.
RE 598.460 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 23-6-2009, 2ª T, DJE de 7-8-2009. AI 845.282 AgR,
rel. min. Celso de Mello, j. 23-8-2011, 2ª T, DJE de 9-9-2011. LC 87/1996. Superveniência da
LC 102/2000. Crédito de ICMS. Limitação temporal à sua efetivação. Vulneração do princípio
da não cumulatividade. Inocorrência. Precedentes. O Plenário desta Corte, no julgamento da
ADI 2.325 MC, DJ de 4-10-2004, fixou entendimento no sentido de não ser possível a com-
pensação de créditos de ICMS em razão de operações de consumo de energia elétrica ou
utilização de serviços de comunicação ou, ainda, de aquisição de bens destinados ao uso e/
ou à integração no ativo fixo do próprio estabelecimento. As modificações nos arts. 20, § 5º,
e 33 da LC 87/1996 não violam o princípio da não cumulatividade.
RE 195.902, rel. min. Ilmar Galvão, j. 30-6-1998, 1ª T, DJ de 20-11-1998. ARE 794.180
AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 25-3-2014, 2ª T, DJE de 9-4-2014. O sistema de créditos e

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débitos, por meio do qual se apura o ICMS devido, tem por base valores certos, corresponden-
tes ao tributo incidente sobre as diversas operações mercantis, ativas e passivas, realizadas
no período considerado, razão pela qual tais valores, justamente com vista à observância do
princípio da não cumulatividade, são insuscetíveis de alteração em face de quaisquer fatores
econômicos ou financeiros. De ter-se em conta, ainda, que não há falar, no caso, em aplicação
do princípio da isonomia, posto não configurar obrigação do Estado, muito menos sujeita a
efeitos moratórios, eventual saldo escritural favorável ao contribuinte, situação reveladora,
tão somente, de ausência de débito fiscal, este, sim, sujeito a juros e correção monetária, em
caso de não recolhimento no prazo estabelecido.

Compensação e Hipóteses de Não Incidência e Isenção

Caso haja uma isenção ou não incidência do ICMS não há que se falar em crédito para
compensação tendo em vista o não pagamento do imposto e caso seja forçada a compensa-
ção ela deverá ser anulada – Art. 155 § 2º II CF.
ESQUEMA:

1000 2000 3000


FÁBRICA DISTRIBUIDORA MERCADO CONSUMIDOR FINAL
D/C D/C D/C
0/0 200/0 300/200 3000
0 Sem crédito para 100 300
compensar

CF
Art. 155. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

Julgamento do STF

ADI 286, rel. min. Maurício Corrêa, j. 22-5-2002, P, DJ de 30-8-2002. A não incidência
do tributo equivale a todas as situações de fato não contempladas pela regra jurídica da

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tributação e decorre da abrangência ditada pela própria norma. A isenção é a dispensa


do pagamento de um tributo devido em face da ocorrência de seu fato gerador. Constitui
exceção instituída por lei à regra jurídica da tributação. A norma legal impugnada con-
cede verdadeira isenção do ICMS, sob o disfarce de não incidência. O art. 155, § 2º, XII, g,
da CF só admite a concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais por deliberação
dos Estados e do Distrito Federal, mediante convênio.
AI 489.155 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 23-8-2011, 1ª T, DJE de 6-9-2011.
Este Tribunal possui o entendimento de que a isenção do ICM concedida na saída do
produto não se comunica com a etapa anterior da entrada da matéria-prima tributada.
Assim, no presente caso, não há se estender a isenção do tributo às matérias-primas
adquiridas, visto que tal benefício fiscal foi concedido apenas ao produto final.
AI 546.670 AgR-AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 25-6-2007, 1ª T, DJ de 17-8-2007.
O acórdão recorrido se harmoniza à jurisprudência do Supremo Tribunal de que não
cabe, em ação declaratória, correção monetária do valor referente ao crédito de ICM, na
importação de matérias-primas isentas (cf. RE 104.962 ED-Edv, Néri, RTJ 166/566).
RE 635.688, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-10-2014, P, DJE de 13-2-2015, Tema 299.
ICMS. Não cumulatividade. Interpretação do disposto no art. 155, § 2º, II, da CF. Redu-
ção de base de cálculo. Isenção parcial. Anulação proporcional dos créditos relativos
às operações anteriores, salvo determinação legal em contrário na legislação estadual.
RE 586.980 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-12-2012, 1ª T, DJE de 8-2-2012. Credita-
mento integral em saídas desoneradas pela redução da base de cálculo. Convênio que
determina o exercício da opção entre uma ou outra hipótese. (…) A utilização da redução
da base de cálculo foi condicionada à não utilização dos créditos integrais na hipótese.
A incidência da redução do preço da mercadoria na saída e a possibilidade concomi-
tante de lançar a integralidade dos créditos frustra os objetivos da administração tribu-
tária que impôs a opção para a consecução de fins predeterminados. O Poder Judiciário
estaria atuando como legislador positivo se fosse reconhecida a possibilidade de credi-
tamento e redução de base de cálculo simultaneamente.
AC 2.559 MC-REF, rel. min. Celso de Mello, j. 14-6-2010, 2ª T, DJE de 20-9-2011.
ICMS. Insumos destinados à impressão de livros, jornais e periódicos. Inexigibilidade
de estorno dos créditos. Transgressão à norma constitucional da imunidade tributária.

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Cumulativa ocorrência, no caso, dos requisitos concernentes à plausibilidade jurídica e


ao periculum in mora.

Princípio da Seletividade

O princípio da seletividade, aplicado de maneira vinculada ao IPI e de forma discricionária


ao ICMS, visa uma variação de alíquotas de acordo com a essencialidade do bem. Ou seja,
alíquotas inversamente proporcionais ao grau de essencialidade do produto ou da prestação
do serviço com relação aos tributos indiretos, isto é, aqueles em que o ônus tributário reper-
cute no consumidor final.
Com isso, as técnicas do princípio da seletividade visam promover justiça fiscal, inibindo
os efeitos negativos provocados por esses impostos, que tendem regressividade (quem ga-
nha mais paga menos, quem ganha menos paga mais).
Assim, cabe ao princípio da seletividade coibir a regressividade no sistema tributário na-
cional visando a aplicação da justiça social.

CF
Art. 155. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

Questão 9 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) No que


concerne ao Sistema Tributário Nacional, julgue o item subsecutivo. A seletividade em razão
da essencialidade do bem é obrigatória tanto para o IPI quanto para o ICMS.

Errado.
A seletividade no IPI é obrigatória, mas no ICMS é facultativa.

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Alíquotas de ICMS – Senado Federal por meio de Resolução

CF
Art. 155. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
IV – resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis
às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V – é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um
terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;

SENADO FEDERAL por meio de Resolução


DEVE PODE
Art. 155 § 2º IV CF Art. 155 § 2º V a CF Art. 155 § 2º V b CF
Interestadual Interna Mínima Externa Máxima
Alíquotas
Exportação
Presidente da República 1/3 dos Senadores Maioria Absoluta
Iniciativa
ou 1/3 Senadores
Quorum Maioria Absoluta Maioria Absoluta 2/3

Julgamento do STF

ADI 4.565 MC, voto do rel. min. Joaquim Barbosa, j. 7-4-2011, P, DJE de 27-6-2011. (…)
o texto impugnado viola a reserva de resolução senatorial para fixação das alíquotas
interestaduais do ICMS, ao determinar que a carga tributária líquida será equivalente a
4,5% e 10% do valor constante no documento fiscal que acompanha a mercadoria (art.
155, § 2º, IV, da Constituição). Atualmente, a Resolução SF 22/1989 estabelece que a alí-
quota do ICMS será de 7%, incidente nas operações interestaduais originadas nas Regi-
ões Sul e Sudeste, e destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, bem como
ao Estado do Espírito Santo.
ADI 1.601 MC, voto do rel. p/ o ac. min. Nelson Jobim, j. 11-12-1997, P, DJ de 19-12-
2001. É facultado também ao Senado, para resolver conflitos interestaduais, a fixação
de uma alíquota máxima interna, e para essa fixação o quorum é mais qualificado, a

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iniciativa da resolução é por maioria absoluta e a sua aprovação é da maioria de 2/3.


Sintetizando, os Estados têm liberdade de fixar as suas alíquotas internas, observada a
alíquota interestadual como piso mínimo, e se decidirem ir aquém disto, terão de fazê-lo,
por convênio, através de decisão uniforme. Se o Senado Federal exercer as faculdades
que lhe estão atribuídas no § 2º, V, a, de fixar a máxima e a mínima, os Estados terão de
variar internamente.

PEC do Comércio Eletrônico

CF
Art. 155. § 2º
VI – salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no
inciso XII, “g”, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII – nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou
não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Es-
tado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna
do Estado destinatário e a alíquota interestadual;

A) PJ (SP) ---------------– > NÃO É CONTRIBUINTE NO (RJ)


Remetente Destinatário
Exemplo: Alíquota interestadual – 12%
Alíquota do RJ – 18%
Quem pagará a diferença da alíquota interna do estado de destino com a interestadual
(DIFAL)? Neste caso, a alíquota será paga pelo remetente tendo em vista que o destinatário
não é um contribuinte de ICMS – Art. 155 § 2º VIII b da CF.

Art. 155. § 2º
VIII – a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota
interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;

Para onde será devido o valor da diferença? Será devido para o estado de destino tendo
em vista o término da regra de transição prevista no artigo 99 do ADCT.
B) PJ (SP) ---------------– > É CONTRIBUINTE NO (RJ)

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Remetente Destinatário
Exemplo: Alíquota interestadual – 12%
Alíquota do RJ – 18%
Quem pagará a diferença da alíquota interna do estado de destino com a interestadual
(DIFAL)? Neste caso, a alíquota será paga pelo destinatário já que o mesmo também é um
contribuinte de ICMS – Art. 155 § 2º VIII a da CF.

Art. 155. § 2º
VIII – a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota
interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;

Para onde será devido o valor da diferença? Será devido para o estado de destino tendo
em vista o término da regra de transição prevista no artigo 99 do ADCT.

Julgamento do STF

ADI 4.705, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-10-2019, P, DJE de 25-10-2019. É inconstitu-
cional lei estadual anterior à EC 87/2015 que estabeleça a cobrança de ICMS pelo Estado
de destino nas operações interestaduais de venda de mercadoria ou bem realizadas de
forma não presencial a consumidor final não contribuinte do imposto.
AI 568.695 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 16-5-2006, 2ª T, DJ de 9-6-2006. RE 356.335
AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 1º-12-2009, 2ª T, DJE de 18-12-2009. As construtoras que
adquirem material em Estado instituidor de alíquota de ICMS mais favorável, ao utiliza-
rem essas mercadorias como insumos em suas obras, não estão compelidas à satisfa-
ção do diferencial de alíquota do ICMS do Estado destinatário, uma vez que essas cons-
trutoras são, de regra, contribuintes do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza,
de competência dos municípios.

Questão 10 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Acerca de


ICMS, julgue o item a seguir. Nas operações e prestações que destinem bens e serviços a

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consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro estado, será adotada
a alíquota interestadual e caberá ao estado de localização do destinatário o imposto corres-
pondente à diferença entre a alíquota interna do estado destinatário e a alíquota interestadual.

Certo.

CF
Art. 155. § 2º VII – nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final,
contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual
(para o estado de ORIGEM da operação ou prestação) e caberá ao Estado de localização do des-
tinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a
alíquota interestadual (DIFAL = ALÍQUOTA DO ESTADO DE DESTINO – ALÍQUOTA INTERESTADUAL);

Substituição Tributária

Substituição tributária é uma técnica para aumentar a arrecadação de tributos utilizado


pelo governo brasileiro atribuindo ao contribuinte substituto a responsabilidade pelo paga-
mento do imposto devido pelo seu cliente, contribuinte substituído.
Por ser uma regra especial de tributação deve haver celebração de convênio para incluir
determinados produtos dentro do regime de substituição tributária.

a) Progressiva/Frente/Antecipa

A lei atribuirá a Refinaria a condição de substituto tributário que deverá recolher de forma
antecipada o ICMS das operações subsequentes referente aos Fatos Geradores 2 e 3, bem
como, recolher o ICMS da operação própria com relação ao Fato Gerador 1.

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Nota-se que caso haja um recolhimento indevido de ICMS por uma fato gerador tão so-
mente presumido que não chegue a ser realizado ou que venha a ser concretizado mas com
uma base de cálculo reduzida o próprio contribuinte substituído terá direito de requerer a res-
tituição do ICMS conforme artigo 150 § 7º da CF e art. 10 LC n. 87/1996.

CF
Art. 150. § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de respon-
sável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador
presumido.
LC n. 87/1996
Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago
por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar.
§ 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de noventa dias, o
contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do pedido, devida-
mente atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o contribuinte
substituído, no prazo de quinze dias da respectiva notificação, procederá ao estorno dos créditos
lançados, também devidamente atualizados, com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis.

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b) Regressiva/Adia/Posterga

A substituição tributária regressiva é um sistema excepcional aplicado às cadeias de


produção em que os que ocupam posições posteriores na cadeia de consumo se tornar os
contribuintes substitutos substituindo aqueles que ocupam posições anteriores que entra na
qualidade de contribuintes substituídos.
A ideia é que a lei possa escolher como contribuinte substituto, ou seja, aquela que terá
responsabilidade para realizar a arrecadação tributária, levando em consideração a concen-
tração de produtos.

Exemplo: A fábrica da Parmalat recebe o leite (matéria-prima) de vários fornecedores incidin-


do ICMS na venda do leite por cada um dos milhares de fornecedores. No entanto, a lei deter-
mina que a fábrica substitua os produtores no dever de recolher o ICMS.

LC n. 87/1996
Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será:
I – em relação às operações ou prestações antecedentes ou concomitantes, o valor da operação
ou prestação praticado pelo contribuinte substituído;
II – em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida pelo somatório das parcelas
seguintes:
a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário ou pelo substituído
intermediário;
b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou transferíveis aos
adquirentes ou tomadores de serviço;
c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou prestações subsequentes.

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RE 325.623 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 14-3-2006, 2ª T, DJ de 7-12-2006. RE 572.925


AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-2-2011, 1ª T, DJE de 25-3-2011. O regime de diferi-
mento, ao substituir o sujeito passivo da obrigação tributária, com o adiamento do reco-
lhimento do imposto, em nada ofende o princípio da não cumulatividade (RE 112.098,
DJ de 14-2-1992, e RE 102.354, DJ de 23-11-1984). O princípio da não cumulatividade
do ICMS consiste em impedir que, nas diversas fases da circulação econômica de uma
mercadoria, o valor do imposto seja maior que o percentual correspondente à sua alí-
quota prevista na legislação. O contribuinte deve compensar o tributo pago na entrada
da mercadoria com o valor devido por ocasião da saída, incidindo a tributação somente
sobre valor adicional ao preço. Na hipótese dos autos, a saída da produção dos agra-
vantes não é tributada pelo ICMS, pois sua incidência é diferida para a próxima etapa do
ciclo econômico. Se nada é recolhido na venda da mercadoria, não há que se falar em
efeito cumulativo. O atacadista ou industrial, ao comprar a produção dos agravantes,
não recolhe o ICMS, portanto não escritura qualquer crédito desse imposto. Se a entrada
da mercadoria não é tributada, não há créditos a compensar na saída. Impertinente a
invocação do princípio da não cumulatividade para permitir a transferência dos créditos
de ICMS, referente à compra de insumos e maquinário, para os compradores da produ-
ção agrícola, sob o regime de diferimento.

c) Concomitante

A substituição tributária concomitante é aquela que atribui a obrigação do pagamento do


imposto a outro contribuinte que não seja aquele que esteja realizando a prestação de ser-
viço/operação simultaneamente à ocorrência do fato gerador tendo, como exemplo, o trans-
porte de cargas.

Exemplo: No caso de transporte de cargas o fato gerador do ICMS que seria de responsabi-
lidade do próprio prestador do serviço passa a ser também (concomitante) uma responsa-
bilidade do tomador de serviço que se torna responsável pelo pagamento desse imposto de
acordo com a legislação.

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Nota Fiscal Inidônea

Súmula 509 STJ: Não perde o direito de compensar no que foi declarado na nota. Desde
que comprove a efetiva ocorrência do fato gerador, ou seja, que vendeu a mercadoria.

IPVA

Base Legal: Art.155 III e § 6º CF.

Competência

O imposto sobre a propriedade de veículos automotores terrestres é um tributo de com-


petência privativa dos estados e dos Distrito Federal em decorrência de sua competência
cumulativa (art. 147 do CF) conforme disposto no artigo 155 III da Constituição.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
III – propriedade de veículos automotores.

Princípio da Legalidade

O imposto sobre a propriedade de veículos automotores terrestres deve obediência ao


princípio da legalidade e para ser instituído, extinto, alterada a sua base de cálculo, alíquota
ou concedido incentivos fiscais deve ser editada uma Lei Ordinária estadual ou distrital con-
forme o caso.

Função

O imposto sobre a propriedade de veículos automotores terrestres tem função nitidamen-


te fiscal com o objetivo puro e simples em arrecadar valores para financiar as atividades do
Estado, sejam elas específicas ou gerais.

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Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150 III b da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150 III c da CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

Ocorre que a majoração da base de cálculo do IPVA é exceção ao princípio da anteriorida-


de nonagesimal devendo observar tão somente o princípio da anterioridade anual conforme
disposto no artigo 150 § 1º da CF.

Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Exemplo 1
Suponha que a Base de Cálculo do IPVA seja majorada na data de 15/12/2030. Neste caso,
por ser exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal devendo obediência apenas ao
princípio da anterioridade anual a lei somente poderá produzir efeitos em 01/01/2031.
Exemplo 2
Suponha que a Alíquota do IPVA seja majorada na data de 15/12/2030. Neste caso, por ser
uma situação de regra a ambos os princípios, pela anterioridade anual teremos a data de
01/01/2031 e pela anterioridade nonagesimal teremos 16/03/2031. Deste modo, a lei irá pro-
duzir efeitos na data de 16/03/2031, mas só poderá ser aplicada ao fato gerador de 2022
tendo em vista que o fato gerador do IPVA, do IPTU e do ITR é anual e acontece no dia primeiro
de janeiro de cada ano.

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Contribuinte e/ou Responsável

O contribuinte do IPVA é o proprietário do veículo. Aquele que constar no Cadastro de


Contribuintes do IPVA. O responsável é a pessoa que tem relação com o veículo, sem ser
proprietária, e que a lei define como obrigada pelo pagamento do imposto solidariamente ao
proprietário, tal como:
a) O adquirente do veículo em relação ao imposto e acréscimos legais do exercício ou an-
teriores não pagos pelo proprietário anterior;
b) O vendedor do veículo que não providenciar, em até 30 dias contados da data da venda,
o registro da respectiva Comunicação de Venda no Detran;
c) O leiloeiro do veículo arrematado em leilão e entregue ao arrematante sem comprova-
ção de pagamento do IPVA dos exercícios atuais ou anteriores;
d) O inventariante pelo IPVA relativo a veículos pertencentes ao espólio;
e) O tutor ou curador pelo IPVA dos veículos registrados em nome de seu tutelado ou
curatelado;
f) A pessoa jurídica que resultar da fusão, incorporação ou cisão de outra ou em outra
pessoa jurídica;
g) O agente público que autorizar ou efetuar o registro, licenciamento ou a transferência de
propriedade de veículo automotor neste Estado, sem a comprovação do pagamento ou do re-
conhecimento da imunidade, da concessão da isenção ou dispensa do pagamento do imposto;
h) A pessoa jurídica de direito privado, bem como o sócio, diretor, gerente ou administra-
dor, que tomar em locação veículo para uso neste Estado, em relação aos fatos geradores
ocorridos nos exercícios em que o veículo estiver sob locação;
i) O agente público responsável pela contratação de locação de veículo, para uso neste
Estado por pessoa jurídica de direito público, em relação aos fatos geradores ocorridos nos
exercícios em que o veículo estiver sob locação;
j) O sócio, diretor, gerente, administrador ou responsável pela empresa locadora, em rela-
ção aos veículos locados ou colocados à disposição para locação neste Estado;
k) O titular do domínio ou o possuidor a qualquer título;
l) Todo aquele que efetivamente concorrer para a sonegação do imposto.

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A Súmula n. 585 do STJ dispõe que:

A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código de Trân-


sito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se
refere ao período posterior à sua alienação.

Segundo o disposto no artigo 123 I e § 1º do CTB é dever do comprador do veículo provi-


denciar novo CRV dentro do prazo de 30 dias e o alienante deve comunicar ao DETRAN venda
do veículo.
Caso o alienante não cumpra com suas obrigações o artigo 134 CTB prevê a aplicação
de multa por falta grave e, por tal motivo, o antigo proprietário poderá ser responsabilizado
solidariamente pelas penalidades posteriores a alienação do veículo.
Como base na redação do artigo 134 do CTN os estados passaram a sustentar a tese
que caso o antigo proprietário não comunique ao DETRAN a alienação do veículo no prazo
de 30 dias, ele também seria responsabilizado solidariamente pelas dívidas de IPVA poste-
riores a alienação.
Ocorre que não pode haver imputação de responsabilidade tributária sem lei anterior que
o defina sobe pena de violação ao princípio da legalidade tributária.
O artigo 134 do CTB é expresso em atribuir responsabilidade solidária apenas as penali-
dades administrativas não podendo o dispositivo ser interpretado de forma ampla para abar-
car dívidas tributárias.

Fato Gerador

O fato gerador do IPVA é a propriedade de veículo automotor de terrestre tendo o STF, em


julgamento recente, barrado a incidência do imposto sobre aeronaves e embarcações.

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ADI 1.655, rel. min. Maurício Corrêa, j. 3-3-2004, P, DJ de 2-4-2004. Cancelamento de


multa e isenção do pagamento do IPVA. Matéria afeta à competência dos Estados e à
do Distrito Federal. Benefício fiscal concedido exclusivamente àqueles filiados à Coo-
perativa de Transportes Escolares do Município de Macapá. Inconstitucionalidade. A CF
outorga aos Estados e ao Distrito Federal a competência para instituir o IPVA e para con-
ceder isenção, mas, ao mesmo tempo, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem na mesma situação econômica. Observância aos princípios da isono-
mia e da liberdade de associação.
ADI 2.298 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 16-11-2000, P, DJE de 29-10-2013. Ação direta
de inconstitucionalidade. Partilha de competências estatais em matéria tributária. A
Constituição da República como sedes materiae que define “o arquétipo genérico” ine-
rente a cada espécie tributária em razão dos elementos mínimos que deverão compor,
no plano legal, a respectiva hipótese de incidência possível. IPVA. Outorga de compe-
tência impositiva aos Estados-membros e ao Distrito Federal. Ausência de legislação
nacional, de competência da União Federal (CF, art. 146, III, a), destinada a regular, em
seus aspectos gerais, essa espécie tributária. Possibilidade, no entanto, de o Estado-
-Membro e o Distrito Federal virem a instituir esse imposto com fundamento no art. 24,
§ 3º, da Constituição da República. A questão da competência para formular a norma de
tributação e o exercício do poder de exoneração em matéria tributária. Ausência de pro-
priedade de veículo automotor. Consequente impossibilidade de conceder-se isenção
em favor de pessoa (simples possuidor) a quem, por falecer-lhe a condição de dominus,
sequer se pode imputar o dever legal de pagar o IPVA. Competência legislativa tributária
e observância, quanto ao seu exercício, dos critérios da razoabilidade e da proporcionali-
dade. Posição do ministro Celso de Mello, relator da causa, exposta em voto vencido, por
entender que, “onde não couber tributação, tornar-se-á irrazoável conceder isenção”. Lei
estadual que concede isenção de pagamento de IPVA em caso de aquisição de veículo,
pelo sistema de leasing, para uso no serviço autorizado de transporte individual de pas-
sageiros. Alegada violação ao art. 155, III, da CF. Inocorrência (posição majoritária do
Tribunal). Medida cautelar indeferida.
RE 379.572, rel. min. Gilmar Mendes, j. 11-4-2007, P, DJ de 1º-2-2008. Não incide IPVA
sobre embarcações (…).

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Alíquota
a) Fixação

Nos três impostos estaduais caberá ao Senado Federal a fixação de alíquotas, haja vista,
que sua função é representar os estados e o Distrito Federal conforme disposto no artigo 46
da Constituição.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.

No que diga respeito ao IPVA caberá ao Senado Federal, por meio de resolução, fixar ape-
nas as alíquotas mínimas conforme redação do artigo 155 § 6º I da CF.

Art. 155. § 6º O imposto previsto no inciso III:


I – terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;

b) Alíquotas Diferenciadas pelo Tipo e pelo Uso do Veículo

As alíquotas de IPVA podem ser diferenciadas pelo tipo e pelo uso do veículo sendo in-
constitucional a diferenciação de alíquotas pela procedência do veículo, por ser nacional ou
importado.

CF
Art. 155. § 6º O imposto previsto no inciso III:
II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

Questão 11 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) No que


concerne ao Sistema Tributário Nacional, julgue o item subsecutivo. As alíquotas do IPVA,
imposto de competência dos estados e do Distrito Federal, podem ser diferenciadas em fun-
ção do tipo e da utilização dos veículos.

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Certo.
Art. 155 § 6º da CF.

Base de Cálculo

A base de cálculo do IPVA é o valor venal do veículo quando usado será o valor venal em
um determinado ano mediante o preço médio de mercado.
Lançamento
O IPVA é um imposto lançado de ofício diante do envio do carnê. O lançamento de ofício
ocorre quando o Fisco possui elemento suficientes para efetuar o lançamento independente
de existir qualquer tipo de autuação ou participação do sujeito passivo.

Súmula n. 397 STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do


carnê ao seu endereço.

CTN
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes
casos:
I – quando a lei assim o determine;

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (V EXAME DE ORDEM) A respeito do ICMS, é correto afirmar que
a) incide sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comu-
nicação, assim como sobre o valor total da operação, quando as mercadorias forem forneci-
das com serviços não compreendidos na competência impositiva municipal.
b) tem as suas alíquotas estabelecidas pelo Senado Federal, aplicáveis às operações e pres-
tações internas, interestaduais e de exportação.
c) é não cumulativo, significando que, em qualquer hipótese, deverá ser assegurado o crédito
para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes.
d) sendo de competência tributária do Estado-Membro, somente a legislação estadual pode
excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e produtos deter-
minados.

Questão 2 (XII EXAME DE ORDEM) Em relação ao imposto sobre a propriedade de veícu-


los automotores – IPVA –, assinale a única opção INCOMPATÍVEL com o previsto na Cons-
tituição Federal.
a) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função da procedência do
veículo, se nacional ou estrangeira.
b) O IPVA é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal.
c) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função do tipo e da utiliza-
ção do veículo.
d) Pertence aos municípios parte do produto da arrecadação do IPVA relativamente aos veí-
culos automotores licenciados em seus territórios.

Questão 3 (XIX EXAME DE ORDEM) A pessoa jurídica Verdes Campos Ltda. realiza trans-
porte de cargas entre os estados “X” e “Y” por meio de sua frota de 30 caminhões. Sobre a
referida prestação de serviço de transporte, assinale a opção correta.
a) Incide o ISS, de competência dos Municípios.
b) Não incide qualquer imposto.

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c) Incide o ICMS, de competência dos Estados.


d) Incide o IPVA, de competência dos Estados

Questão 4 (XXI EXAME DE ORDEM) João, advogado tributarista, é procurado para orientar
a empresa L a respeito do comportamento da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal so-
bre matéria tributária. Como assistente de João, assinale a opção que veicula enunciado com
efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
a) Na entrada de mercadoria importada do exterior é legítima a cobrança do ICMS por ocasião
do desembaraço aduaneiro.
b) Ainda quando alugado a terceiros, o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas
pelo Art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, permanece imune ao IPTU, não importando a
finalidade a que os aluguéis se destinem.
c) A norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária está sujeita ao
princípio da anterioridade.
d) A exigência de depósito prévio, como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual
se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário, é constitucional.

Questão 5 (XXX EXAME DE ORDEM) Otávio, domiciliado no Estado X, possui ações repre-
sentativas do capital social da Sociedade BETA S/A, com sede no Estado Y, e decide doar
parte da sua participação acionária a Mário, seu filho, então domiciliado no Estado Z. Com
dúvidas quanto ao Estado para o qual deverá ser recolhido o imposto sobre a Transmissão
Causa mortis e Doação (ITCD) incidente nessa operação, Mário consulta seu escritório, des-
tacando que o Estado Z estabelece alíquotas inferiores às praticadas pelos demais Estados.
Com base nisso, assinale a afirmativa correta.
a) O ente competente para exigir o ITCD na operação em análise é o Estado X, onde tem do-
micílio o doador.
b) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Y, uma vez que o bem a ser doado consiste em par-
ticipação acionária relativa à sociedade ali estabelecida, e o imposto compete ao Estado da
situação do bem.

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c) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Z, uma vez que o contribuinte do imposto é o donatário.
d) Doador ou donatário poderão recolher o imposto ao Estado X ou ao Estado Z, pois o contri-
buinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada.

Questão 6 (XXX EXAME DE ORDEM) Projeto de Resolução do Senado Federal pretende fixar
nacionalmente as alíquotas mínimas do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automo-
tores (IPVA), tributo de competência estadual. Um Senador, membro da Comissão de Cons-
tituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, que terá de elaborar parecer sobre o tema,
consulta você sobre sua opinião jurídica acerca desse projeto de Resolução. Diante desse
cenário, assinale a afirmativa correta.
a) O Senado, por ser órgão do Poder Legislativo da União, não possui competência constitu-
cional para, por Resolução, dispor sobre o tema, por se tratar de ingerência indevida da União
na autonomia dos Estados.
b) É lícito ao Senado instituir a referida Resolução, pois existe autorização expressa na Cons-
tituição para tal fixação por Resolução do Senado.
c) A fixação de alíquota mínima de tributo, por mera Resolução do Senado, viola o princípio da
legalidade tributária.
d) Resolução do Senado poderia tratar do tema, desde que ratificada por ao menos dois ter-
ços dos membros do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).

Questão 7 (XXX EXAME DE ORDEM) O Estado Y concedeu, em 2018, por iniciativa própria
e isoladamente, mediante uma lei ordinária estadual, isenção fiscal do Imposto sobre Cir-
culação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a um determinado setor de atividade econômica,
como forma de atrair investimentos para aquele Estado. Diante desse cenário, assinale a
afirmativa correta.
a) É suficiente lei ordinária estadual para a concessão de tal isenção de ICMS, por se tratar de
tributo de competência estadual.
b) Ainda que se trate de tributo de competência estadual, somente por lei estadual comple-
mentar seria possível a concessão de tal isenção de ICMS.

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c) A lei ordinária estadual pode conceder tal isenção de ICMS, desde que condicionada a uma
contrapartida do contribuinte beneficiado.
d) Apesar de se tratar de tributo de competência estadual, a concessão de tal isenção de ICMS
pelo Estado deve ser precedida de deliberação dos Estados e do Distrito Federal (CONFAZ).

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GABARITO
1. a
2. a
3. c
4. a
5. a
6. c
7. d

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (V EXAME DE ORDEM) A respeito do ICMS, é correto afirmar que
a) incide sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comu-
nicação, assim como sobre o valor total da operação, quando as mercadorias forem forneci-
das com serviços não compreendidos na competência impositiva municipal.
b) tem as suas alíquotas estabelecidas pelo Senado Federal, aplicáveis às operações e pres-
tações internas, interestaduais e de exportação.
c) é não cumulativo, significando que, em qualquer hipótese, deverá ser assegurado o crédito
para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes.
d) sendo de competência tributária do Estado-Membro, somente a legislação estadual pode
excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e produtos deter-
minados.

Letra a.
a) Certa. Art. 155 II CF.
b) Errada. Art. 155 § 2º IV e V da CF.
c) Errada. Art. 155 § 2º II da CF.
d) Errada. Art. 24 § 1º e 2º da CF.

Questão 2 (XII EXAME DE ORDEM) Em relação ao imposto sobre a propriedade de veículos


automotores – IPVA –, assinale a única opção INCOMPATÍVEL com o previsto na Constitui-
ção Federal.
a) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função da procedência do
veículo, se nacional ou estrangeira.
b) O IPVA é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal.
c) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função do tipo e da utiliza-
ção do veículo.
d) Pertence aos municípios parte do produto da arrecadação do IPVA relativamente aos veí-
culos automotores licenciados em seus territórios.

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Letra a.
a) Errada. O STF julgou inconstitucional a diferenciação de alíquotas de IPVA pela procedên-
cia do veículo.
b) Certa. Art. 155 II da CF.
c) Certa. Art. 155 § 6º da CF.
d) Certa. Art. 158 da CF.

Questão 3 (XIX EXAME DE ORDEM) A pessoa jurídica Verdes Campos Ltda. realiza trans-
porte de cargas entre os estados “X” e “Y” por meio de sua frota de 30 caminhões. Sobre a
referida prestação de serviço de transporte, assinale a opção correta.
a) Incide o ISS, de competência dos Municípios.
b) Não incide qualquer imposto.
c) Incide o ICMS, de competência dos Estados.
d) Incide o IPVA, de competência dos Estados

Letra c.
a) Errada. O ISS incide sobre o transporte intramunicipal que é aquele realizado dentro do
município.
b) Errada. Incide ICMS.
c) Certa. Art. 155 II da CF.
d) Errada. Incide ICMS.

Questão 4 (XXI EXAME DE ORDEM) João, advogado tributarista, é procurado para orientar
a empresa L a respeito do comportamento da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal so-
bre matéria tributária. Como assistente de João, assinale a opção que veicula enunciado com
efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
a) Na entrada de mercadoria importada do exterior é legítima a cobrança do ICMS por ocasião
do desembaraço aduaneiro.
b) Ainda quando alugado a terceiros, o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas
pelo Art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, permanece imune ao IPTU, não importando a
finalidade a que os aluguéis se destinem.

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c) A norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária está sujeita ao
princípio da anterioridade.
d) A exigência de depósito prévio, como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual
se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário, é constitucional.

Letra a.
a) Certa. Segundo a Súmula Vinculante n. 48 e Súmula 661 do STF.
b) Errada. Segundo a Súmula Vinculante n. 52 e Súmula 724 do STF os imóveis locados a ter-
ceiros continuam imune ao IPTU desde que o valor dos aluguéis seja revertido integralmente
nas finalidades essenciais da entidade.
c) Errada. Segundo a Súmula Vinculante n. 50 e Súmula 669 do STF a norma que altera o
prazo de recolhimento/vencimento/pagamento do tributo não se sujeito ao princípio da ante-
rioridade anual, nonagesimal e nem ao princípio da legalidade.
d) Errada. Segundo a Súmula Vinculante n. 28 o depósito do montante integral e em dinheiro
não é mais requisito de admissibilidade para as ações judiciais.

Questão 5 (XXX EXAME DE ORDEM) Otávio, domiciliado no Estado X, possui ações repre-
sentativas do capital social da Sociedade BETA S/A, com sede no Estado Y, e decide doar
parte da sua participação acionária a Mário, seu filho, então domiciliado no Estado Z. Com
dúvidas quanto ao Estado para o qual deverá ser recolhido o imposto sobre a Transmissão
Causa mortis e Doação (ITCD) incidente nessa operação, Mário consulta seu escritório, des-
tacando que o Estado Z estabelece alíquotas inferiores às praticadas pelos demais Estados.
Com base nisso, assinale a afirmativa correta.
a) O ente competente para exigir o ITCD na operação em análise é o Estado X, onde tem do-
micílio o doador.
b) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Y, uma vez que o bem a ser doado consiste em par-
ticipação acionária relativa à sociedade ali estabelecida, e o imposto compete ao Estado da
situação do bem.
c) O ITCD deverá ser recolhido ao Estado Z, uma vez que o contribuinte do imposto é o donatário.
d) Doador ou donatário poderão recolher o imposto ao Estado X ou ao Estado Z, pois o contri-
buinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada.

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Letra a.

Art. 155 § 1º da CF: Com relação ao local de pagamento do ITCMD devemos levar em consideração
se tratar de um bem imóvel, móvel e ainda a localização em solo nacional ou no estrangeiro.
Se o bem for imóvel deverá ser pago o ITCMD no local onde esteja localizado o bem. Se for um bem
móvel deverá que pago no local onde esteja tramitando o inventário ou onde tenha domicílio o do-
ador. Mas caso o doador tem domicílio ou bens no exterior, tal situação deverá ser regulamentada
por meio de Lei Complementar.

Questão 6 (XXX EXAME DE ORDEM) Projeto de Resolução do Senado Federal pretende fixar
nacionalmente as alíquotas mínimas do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automo-
tores (IPVA), tributo de competência estadual. Um Senador, membro da Comissão de Cons-
tituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, que terá de elaborar parecer sobre o tema,
consulta você sobre sua opinião jurídica acerca desse projeto de Resolução. Diante desse
cenário, assinale a afirmativa correta.
a) O Senado, por ser órgão do Poder Legislativo da União, não possui competência constitu-
cional para, por Resolução, dispor sobre o tema, por se tratar de ingerência indevida da União
na autonomia dos Estados.
b) É lícito ao Senado instituir a referida Resolução, pois existe autorização expressa na Cons-
tituição para tal fixação por Resolução do Senado.
c) A fixação de alíquota mínima de tributo, por mera Resolução do Senado, viola o princípio da
legalidade tributária.
d) Resolução do Senado poderia tratar do tema, desde que ratificada por ao menos dois ter-
ços dos membros do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).

Letra c.
Nos três impostos estaduais caberá ao Senado Federal a fixação de alíquotas, haja vista, que
sua função é representar os estados e o Distrito Federal conforme disposto no artigo 46 da
Constituição. No que diga respeito ao IPVA caberá ao Senado Federal, por meio de resolução,
fixar apenas as alíquotas mínimas conforme redação do artigo 155 § 6º I da CF.

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Questão 7 (XXX EXAME DE ORDEM) O Estado Y concedeu, em 2018, por iniciativa própria e
isoladamente, mediante uma lei ordinária estadual, isenção fiscal do Imposto sobre Circula-
ção de Mercadorias e Serviços (ICMS) a um determinado setor de atividade econômica, como
forma de atrair investimentos para aquele Estado. Diante desse cenário, assinale a afirmativa
correta.
a) É suficiente lei ordinária estadual para a concessão de tal isenção de ICMS, por se tratar de
tributo de competência estadual.
b) Ainda que se trate de tributo de competência estadual, somente por lei estadual comple-
mentar seria possível a concessão de tal isenção de ICMS.
c) A lei ordinária estadual pode conceder tal isenção de ICMS, desde que condicionada a uma
contrapartida do contribuinte beneficiado.
d) Apesar de se tratar de tributo de competência estadual, a concessão de tal isenção de ICMS
pelo Estado deve ser precedida de deliberação dos Estados e do Distrito Federal (CONFAZ).

Letra d.
Os benefícios que venham a ser concedidos no ICMS devem ser precedidos de acordos cele-
brados no CONFAZ – Art. 2º da LC n. 24/1975.

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