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A graça de Cristo

Robson do Nascimento

Indice

1. A graça de Cristo
2. O que é "Graça"?
3. A Graça de Cristo e a Lei
4. A manifestação da graça de Cristo

5. O Resultado da Graça de Cristo

A graça de Cristo

Jesus Cristo é o Messias prometido. Esta verdade foi constatada na aula passada.
Constatamos como a Palavra de Deus se empenha em registrar os passos de Jesus
Cristo, mostrando sempre como tudo fez parte do plano maravilhoso de Deus,
apresentando o cumprimento de inúmeras profecias. Verificamos também que o
Messias é o Mediador, o Redentor do Seu povo, e que Ele exercita a Sua obra
através de três ofícios: o de Profeta, o de Sacerdote e o de Rei.
Hoje estudaremos sobre a essência motivadora de todo o trabalho de Cristo por nós
pecadores - Seu amor para conosco, Sua graça derramada sobre nossas vidas, para
que pudéssemos alcançar a salvação.
O estudo da Graça de Cristo deve nos levar a uma atitude de agradecimento,
conforto e consolação, ao constatarmos que, mesmo indignos e pecadores, fomos
objetos do amor salvador de Deus - se temos depositado em Jesus Cristo nossa fé,
ao ouvirmos Seu chamado.
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O que é "Graça"?

A palavra graça vem do grego (cáris) e significa "aquilo que em si desperta alegria,
encanto, doçura, prestígio e aceitabilidade". Usamos a palavra muitas vezes no
nosso dia-a-dia, por exemplo: "graça de estilo", "graça de uma criança". Estamos
acostumados a ouvir também a descrição de algum líder como sendo - "uma pessoa
carismática. " Isto significa - uma pessoa cheia de graça, simpática, que desperta
sentimentos favoráveis. O nome significa também "favor que se recebe, ou que se
dá", como por exemplo: "...ele recebeu a graça do juiz de ser perdoado", ou
"conceda-me a graça..."
A palavra engloba, portanto, as seguintes idéias básicas: Espontaneidade,
Generosidade, Benevolência, Favorecimento gratuito, Bem-querer e Amor
imerecido.
Na Palavra de Deus o termo ocorre uma quatrocentas vezes, e geralmente, significa
"favor espontâneo e permanente de Deus para aquele que não tem mérito nem
direitos," ou, resumidamente, "favor não merecido". Vejamos alguns trechos:
1. Tito 3:4,5
- "Outrora nós também éramos insensatos, desobedientes, extraviados,
servindo a várias paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e
odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade de Deus,
nosso Salvador, e o Seu amor para com os homens".
É o auxílio divino, a indulgência dada aos homens pecadores, aos salvos, sem
que houvesse nada neles que gerasse o mérito ou o direito ao recebimento
deste amor. A causa é, única e exclusivamente, a misericórdia de Deus.
2. I Pedro 5:5
- "Semelhantemente, vós, jovens, sede submissos aos mais velhos. E cingi-
vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos
soberbos, mas dá graça aos humildes."
É o socorro de Deus concedido aos humildes, àqueles que reconhecem que
nada possuem a exigir, mas que, constatando a sua insignificância e a
majestade e santidade de Deus, entregam-se à misericórdia de Cristo.
3. Atos 14:3
- "Assim detiveram-se muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o
qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que pelas mãos de
Paulo e Barnabé se fizessem sinais e prodígios."
Ver também Atos 20:24,32. É muitas vezes utilizada como sinônimo do
evangelho de Cristo.
4. II Pedro 3: 18
- "Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da
eternidade. Amém."
O crente é exortado a "crescer na graça". Significa, portanto, os frutos deste
mesmo evangelho salvador.
5. II Co 9:15
- "Portanto, julguei necessário exortar a estes irmãos, para que primeiro
fossem ter convosco, e preparassem de antemão a vossa dádiva, já antes
anunciada, para que esteja pronta como expressão da generosidade, e não de
avareza."
O Evangelho de Cristo é "o dom inefável de Deus". Dom significa dádiva,
presente e inefável significa indescritível, aquilo que não existem palavras
para descrever, tal a sua grandiosidade. Cristo é, portanto, a graça de Deus
para com os pecadores.

Graça é - Deus amando espontaneamente e generosamente aqueles que não


merecem amor, enviando o Seu Filho para a salvação de pecadores.
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A Graça de Cristo e a Lei


A Graça de Cristo é a manifestação do Seu amor espontâneo para com os
pecadores, antes e depois de crentes. Jesus é em si mesmo a própria Graça porque
nEle se acha a "Graça e a Verdade" (Jo 1:14). Este verso nos ensina que estas duas
qualidades - Graça e Verdade - resumem a glória de Deus, visível aos homens em
Cristo. Expressando a sua "plenitude", atestam a divindade de Cristo.
A Lei Moral, dada através de Moisés, estabelecia e traçava os limites e padrões de
Deus, mas era incapaz de salvar, pois todos a quebram em seus pecados próprios e
na sua origem pecaminosa (somos todos descendentes de Adão, que quebrou o
pacto, no paraíso). No seu aspecto cerimonial (lei Religiosa), apontava para o
Messias que havia de vir, mas os sacrifícios eram simbólicos, imperfeitos, sem poder
inerentes em si. A Lei Civil, ou judicial, mantinha a estrutura da sociedade, mas não
providenciava a redenção. Mas a Graça, que flui do Messias e por intermédio do seu
trabalho, excede a Lei, não no sentido que a contradiz, mas no sentido que anula a
sua condenação. Cristo, tendo pago os pecados dos Seus na cruz do Calvário, e
tendo vencido a morte por Sua ressurreição, em função da Sua Graça, apropria
(transfere, imputa) a Sua justiça a pecadores perdidos.
A Graça de Cristo é, acima de tudo, uma qualidade de Sua Pessoa mesma, a virtude
do Seu caráter, o amor em ação generosa.
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A manifestação da graça de Cristo

Cristo, em graça, agiu concretamente. Seu amor não foi apenas "platônico",
transcendente, distanciado, só em desejo ou vontade. Foi traduzido em realidade
objetiva e fatos. II Coríntios 8:9 nos diz: "Pois já conheceis a graça de nosso Senhor
Jesus Cristo, que sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela Sua
pobreza vos tornásseis ricos". A Sua graça se manifesta no fato de que Ele sendo
rico se fez pobre, por amor de nós. A Graça de Cristo se apresenta em três fases:
1. Na eternidade
- Como vemos em Efésios 1:4, a preparação do plano de salvação,
manifestação da graça de Deus vem de toda a eternidade.
2. Na terra
- A vida de Cristo foi de contínuo bem-fazer. Ele pregou, curou, ensinou,
consolou, proferiu palavras de graça (Lc 4:22).
3. No céu
- Junto com o Pai, depois de ter cumprido a Sua obra, exaltado, agora Ele
intercede pelos Seus salvos, dando-nos acesso ao trono da graça (Hb 4:14-
16).

Cristo, portanto, trouxe graça à terra. Ele é o despenseiro de todos os favores não
merecidos por nós (Ef 2:1, 4-9). Ele tirou o crente do cárcere da Lei e colocou-o no
salão livre da Graça. Mudou o seu estado de miséria e o seu regime de condenado.
Mudou o seu relacionamento com o Seu criador e consigo mesmo. Fora da Graça só
podemos encará-lo como Juiz, para receber a sentença. Com a manifestação da Sua
Graça, encaramo-Lo como nosso amado Salvador, aquele que por nós pagou as
penas do pecado, que nos restaurou a comunhão com Deus, a quem podemos
carinhosamente chamar de Pai, pois somos filhos por adoção, comprados por alto
preço.
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O Resultado da Graça de Cristo

A Graça de Cristo dá ao crente o poder de servir bem no espírito do evangelho (Rm


12:6).
A Graça de Cristo torna o crente capaz de compreender melhor o dever de amar ao
seu próximo, de entender os fatores que motivaram o Bom Samaritano (2 Co 4:15,
8:9).
A Graça de Cristo desperta no crente o apreço ao trabalho, o envolvimento nas
tarefas que contribuem para o engrandecimento do Reino de Cristo. A sua
conscientização deve eliminar o zelo cego, o espírito crítico, a maledicência,
matando as rixas e dissensões (At 11:23).
Com razão a Palavra de Deus nos ordena: "crescei na graça... de Cristo" (II Pe 3:18).

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