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Diário do Sono

O Melhor Tratamento da
Insônia
A TCC-i É O Melhor Tratamento
da 

Insônia

O Melhor Tratamento da
Insônia

Existem diversos fatores que causam a insônia. Outros tantos fatores


perpetuam a Insônia. Ademais, cada indivíduo tem as suas
peculiaridades biológicas, psicológicas e sociais. Por tudo isso, não
existe um tratamento que cure 100% dos casos de Insônia. No
entanto, a grande maioria das pessoas com Transtorno de Insônia
melhora com a Terapia Cognitivo-Comportamental para a Insônia. Por
isso, o melhor tratamento para o Transtorno de Insônia é a Terapia
Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I).

Diário do Sono
A Insônia é um problema de saúde muito complicado. Ela pode ser um
transtorno isolado, ou seja, não existem outros problemas de saúde
acometendo o indivíduo com insônia. No entanto, muitas vezes ocorre
que a Insônia aparece juntamente com outros transtornos mentais ou
outras doenças físicas. A Insônia pode vir junto de Depressão, de
Ansiedade, de Obsessões, de Manias ou de Psicoses. Também a
Insônia pode estar associada a problemas físicos como Apneia do
Sono, Pernas Inquietas, Obesidade, Reumatismos, Abuso de
Medicamentos, Artroses, Problemas do Coração. Além disso, fatores
psicológicos e comportamentais também estão ligados à Insônia. Por
isso, o tratamento da Insônia deve ser feito com uma ferramenta que
seja ampla e flexível. A terapia Cognitivo-Comportamental para a
Insônia permite esse tratamento personalizado.

A Terapia Cognitivo-Comportamental para a Insônia (TCC-I) possui


fortes evidências de que melhora a Insônia. A TCC-I funciona ao
modificar o jeito de se ver a Insônia, além de mudar comportamentos
que pioram o sono. Abaixo, vemos com mais profundidade como é a
TCC-I.

Como É A Terapia Cognitivo-


Comportamental Para a
Insônia?

Existem diversos protocolos de TCC-I. Os protocolos variam no


número de sessões, no grau de participação de terapeutas, na
aplicação de técnicas, na ênfase em determinado aspecto da TCC-I.
No entanto, praticamente todos os protocolos de TCC-I possuem os
seguintes componentes: 

1- Higiene Do Sono 2- Controle de Estímulos


Diário do Sono

3- Restrição do Sono 4- Mudança Cognitiva

Esses componentes não são de forma alguma bem delimitados.


Existem áreas sobrepostas em cada um deles. Ou seja, existem
orientações, procedimentos e técnicas que são comuns a mais de um
desses componentes. Na verdade, a TCC-I é uma grande ferramenta
composta por partes que se interconectam. Contudo, essa
classificação em componentes é importante, pois ajuda na
estruturação da terapia.

Vamos ver brevemente como cada um desses componentes funciona.

1- Higiene Do Sono

A Higiene do Sono é o componente da Terapia Cognitivo-


Comportamental para Insônia (TCC-I) mais famoso. A Higiene do
Sono nada mais é do que a modificação de comportamentos
relacionados ao sono. Muitos desses comportamentos devem ser
evitados para melhorar o sono. Outros devem ser estimulados.

Abaixo, uma lista de itens da Higiene do Sono:

. Dormir no mesmo horário

. Acordar no mesmo horário

.Não ficar deitado na cama sem dormir

. Não ver TV na cama

. Não usar o celular na cama

. Não beber café ou estimulantes antes de dormir

. Não ruminar problemas na cama

. Não beber muita água logo antes de deitar para dormir (há
exceções a esta regra)

. Não comer muito antes de dormir

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. Não beber álcool antes de dormir

. Não fumar antes de dormir

. Não olhar as horas de madrugada

Todos esses itens são bastante difundidos. Uma busca simples na


internet vai mostrar um enorme lista de sites que falam sobre a
Higiene do Sono. Praticamente todo médico ou terapeuta tem uma
lista de Higiene do Sono para entregar para seus pacientes. Ou até
podemos confirmar esse conhecimento espalhado simplesmente
perguntando para qualquer um:

-Ver TV na cama é bom para o sono?

-Dormir no mesmo horário ajuda o sono?

-Devemos tomar café antes de deitar para dormir?

A chance maior é de que as respostas serão em concordância com


aHigiene do Sono. Isso comprova que em geral as pessoas sabem o
que ajuda a dormir melhor. Mas, então por que tantas pessoas não
fazem o recomendado? Por que a Higiene do Sono é tão pouco
realizada?

A resposta passa pela dificuldade em se mudar o comportamento


humano. Não só em relação aos comportamentos do sono, mas todos
os comportamentos humanos são muito difíceis de modificar. Como
fazer as pessoas pararem de fumar? Elas sabem que faz mal, mas
continuam fumando. Talvez esse não seja um bom exemplo, visto que
a nicotina de fato causa uma dependência física. Mas pense em
outros comportamentos, como estacionar em local proibido ou correr
nas estradas. Ou ainda jogar papel no chão ou deixar tudo para a
última hora. Todos concordam que não são comportamentos bons,
mas ainda assim são praticados. Isso ocorre porque saber o que é
bom não significa realizar o que é bom.

Por isso, o terapeuta simplesmente entregar uma lista de Higiene do


Sono tem tão pouca eficácia.

-Tome esta lista. Aqui está tudo o que você deve fazer para melhorar
o seu sono.

Quais as chances de o paciente mudar seu comportamento com esse


procedimento? As pesquisas dizem que a chance é muito pequena. A
imagem animada abaixo ilustra isso:

Diário do Sono

A chance de mudança de comportamento com uma simples


Higiene do Sono é pequena

Para a aplicação correta da Higiene do Sono é necessário muito mais


do que isso. Abaixo, características de uma boa aplicação da técnica
da Higiene do Sono:

Abordagem Personalizada

Empatia

Gentil Insistência

Ênfase dos Progressos

Abordagem Personalizada

O terapeuta que aplica a Higiene do Sono deve conhecer bem os


comportamentos do seu paciente. Cada comportamento tem um peso
para cada pessoa. Alguns comportamentos não estão tão enraizados,
e podem ser mudados facilmente. Outros são muito presos à pessoa
e só serão terminados a custa de muito esforço.

Por exemplo, vejamos uma orientação simples como a de não assistir


TV na cama. Alguns, facilmente retiram a TV do quarto, colocam-na na
sala e pronto, comportamento extinto. No entanto, para outras
pessoas, assistir TV deitado na cama é quase parte da
personalidade. Elas desde criança dormiram com o som da TV, elas
acreditam que a TV embala o sono, elas têm rituais com a TV há
décadas. Por tudo isso, retirar a TV não é tão simples. Nesse caso, a
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Abordagem Personalizada da Higiene do Sono encontraria alguma
forma de modificar esse comportamento. Isso poderia ser feito
através da limitação do uso de TV no quarto, ou uma mudança
paulatina do lugar onde se assiste TV, do quarto para a sala.

Empatia

Empatia é a principal ferramenta do bom terapeuta. Ela também deve


ser aplicada com afinco na técnica da Higiene do Sono. Devemos
compreender a pessoa que está sofrendo com a falta de sono
adequado. Devemos perceber esse sofrimento, dar a mão para ela e
ajudá-la. Um terapeuta frio, que se distancia, que simplesmente dá
ordens, está fadado a não solucionar os problemas dos seus clientes.

Gentil Insistência

Como vimos, os comportamentos são extremamente difíceis de


modificar. Por vezes, os pacientes sequer tentam modificá-los ou o
fazem muito superficialmente. Nesses momentos, a Gentil Insistência
deve ser aplicada. A Gentil Insistência não tem nada de dar ordens,
de obrigar o paciente a fazer alguma coisa. Por outro lado, a Gentil
Insistência também não significa desistir na primeira ou na segunda
tentativa. Pelo contrário, a Gentil Insistência significa sempre lembrar
o paciente sobre a importância de se modificar determinado hábito e
desafiá-lo continuamente a fazê-lo.

Ênfase Nos Progressos

Como vimos, modificar um comportamento é extremamente difícil.


Quando finalmente conseguimos, não podemos simplesmente passar
para o próximo item. Devemos celebrar, e bastante! Devemos fazer
isso ainda mais se ocorrerem melhoras no sono.

Por outro lado, e se a Ênfase dos Progressos não for realizada? Um


esforço importante para o paciente foi realizado e não foi
devidamente recompensado. O que ocorrerá? O paciente somente se
lembrará do esforço, pois a recompensa pode ser inicialmente
discreta ou mesmo inexistente. Isso tornará mais difícil modificar
comportamentos posteriores. Assim, qualquer progresso deve ser
Diário do enfatizado.

muito bem Sono

2- Controle de Estímulos

O Controle de Estímulos talvez seja o componente mais importante da


Terapia Cognitivo-Comportamental para a Insônia (TCC-I). Ele se
fundamenta em teorias psicológicas comportamentais. Para entender
plenamente esse componente da TCC-I, precisamos compreender o
que seria Estímulo e Resposta.

Simplificando bastante os conceitos de Estímulo e Resposta,


podemos dizer que Estímulo é tudo no ambiente que causa um
comportamento de Resposta. Se vemos um alimento (Estímulo), temos
o comportamento de comer (Resposta). Se vemos o sinal vermelho
(Estímulo), temos o comportamento de frear o carro (Resposta). Se
somos contrariados (Estímulo), temos o comportamento de ficarmos
emburrados (Resposta). Os exemplos são infinitos mas semelhantes.
Algo no ambiente (Estímulo) desencadeou um comportamento de um
indivíduo (Resposta). Podemos depreender dos exemplos que as
Respostas são automáticas e pouco variáveis. De fato, é importante
entender que a enorme maioria dos nossos comportamentos são
automatizados. Não perdemos tempo raciocinando sobre os nossos
comportamentos.

A Terapia de Controle de Estímulos no combate da insônia entende o


Dormir como uma Resposta desejada, e a Insônia como uma
Resposta Indesejada. As duas são respostas bastante automáticas e
praticamente inconscientes. Elas acontecem em decorrência de
Estímulos do ambiente. Tanto a Resposta dormir deriva de Estímulos
que levam ao sono, quanto a Insônia vem de Estímulos que promovem
o acordar. Daí vem o grande fundamento da Terapia de Controle de
Estímulos. Devemos controlar os estímulos que levam ao acordar e
fortalecer os estímulos que fazem dormir. Ou seja, devemos abolir os
estímulos ruins ao sono e fortalecer os estímulos bons.

Isso porque na grande maioria dos casos há uma enorme confusão


de Estímulos em relação à Resposta dormir. O cérebro processa uma
infinidade de sinais do ambiente a cada momento. A consciência é
Diário do Sono
extremamente estreita. Ela não detecta sequer uma fração de todas
essas informações. Se na hora de dormir, o cérebro receber
informações desconexas e confrontantes, o que vai acontecer? Se na
hora de dormir, a mente receber estímulos para acordar, como luzes,
excitação, barulho, preocupações? Logicamente, o sono não virá
facilmente.

Além disso, na insônia ocorre o enfraquecimento de um importante


Estímulo para a Resposta de dormir. Uma grande dica para o cérebro
de que está na hora do sono é o ambiente o quarto/cama. Esse
ambiente seria o maior Estímulo para dormir. Esse par Estímulo-
Resposta (Cama-Dormir) encontra-se enfraquecido na Insônia. Nesta,
o Estímulo cama não leva necessariamente à Resposta Dormir. Há
uma grande confusão de sinais que o cérebro não associa a dormir.
O Estímulo cama leva a outras respostas além de dormir. A cama está
associada ao uso do celular, a assistir TV, a preocupações, a
desconforto. Eventualmente, a cama se associa à própria Insônia,
criando uma condicionamento ruim. O par Cama-Dormir se
transforma no par Cama-Insônia, configurando o Transtorno de
Insônia.

O maior Estímulo para a Insônia é justamente Ficar Acordado Na


Cama Sem Dormir. Devido à importância, vou enfatizar:

Acordado + Cama = Insônia

A terapia de Controle de Estímulos se fundamenta justamente no


fortalecimento do par oposto, ou seja, o Estímulo cama gerando a
Resposta Dormir. Assim, as medidas da Terapia de Controle de
Estímulos visam controlar os Estímulos que atrapalham a associação
Cama-Dormir, e aumentar os que ajudam. São elas:

Não ficar na cama acordado sem dormir (principal)

Deitar somente quando estiver com sono

Sair da cama se ficar mais de 15 minutos sem dormir

Não usar o ambiente cama/quarto para outras coisas que não para
dormir

Retirar a TV no quarto

Não usar o celular na cama

Não se deitar preocupado na cama

Não ter estresse no ambiente cama/quarto

Algum questionador poderia corretamente se indignar:

-Como assim usar o quarto somente para dormir!? Faço tantas outras
Diário
coisasdo Sono
no meu quarto. Não há como!

É um questionamento bastante legítimo. Estamos acostumados a usar


o quarto para diversas outras coisas. No entanto, devo dizer que
todas essas coisas – com uma exceção relativa – podem ser
realizadas em outros ambientes da residência. A TV pode facilmente
ser retirada do quarto, sem nenhum problema. O celular pode ser
usado em outros locais, sem problemas. O computador poderia ficar
em em outro local. As preocupações podem ser ruminadas fora do
quarto. São mudanças até simples, tendo em vista o enorme
desconforto causado pela insônia. Aliás, quem sofre de insônia
deveria abrir mão facilmente desses comportamentos, para dormir
melhor.

A cama deve ser considerada sagrada. Ela deveria estar numa


redoma, santificada, protegida contra qualquer comportamento que
não fosse o dormir. Veja a imagem animada abaixo.

A cama deve ser sagrada, usada somente para dormir.

Contudo, existe uma exceção. Não são completamente todas as


atividades que não podem ser realizadas na cama. Existe o sexo.
Como o sexo é sagrado, ele pode ser realizado na cama. A princípio,
transar na cama não atrapalharia o sono. Ao contrário, o sexo tende a
ajudar principalmente os homens a dormir melhor. Com as mulheres,
a ajuda do sexo não é tão evidenciada quanto para os homens.

Diário do Sono

3- Restrição Do Sono

A chamada terapia de Restrição do Sono é outro importante


componente da Terapia Cognitivo-Comportamental para a Insônia
(TCC-I). Como o nome diz, esse componente se baseia na restrição
relativa do sono, a fim de se conseguir um sono de melhor qualidade.
Com isso, o sono se torna mais consolidado, o pareamento cama-
dormir fica mais forte. Vejamos com detalhes como isso ocorre.

Como vimos anteriormente, um dos maiores causadores de insônia é


permanecer muito tempo na cama sem dormir. O tempo total deitado
na cama para dormir é chamado de Tempo de Cama. Ou seja, o
Tempo de Cama começa a contar quando deitamos para dormir, e se
interrompe quando levantamos. Veja a imagem animada abaixo de
uma pessoa com um Tempo de Cama prolongado:

Um Tempo de Cama erradamente prolongado

Essa pessoa se deitou às 23 horas e somente se levantou depois das


08 horas da manhã. Ela ficou deitada na cama por quase 10 horas!
No entanto, o tempo realmente dormindo foi bem menor do que isso.
Diário
Veja nado Sonoanimada abaixo a comparação entre o tempo
ilustração
acordado e o tempo dormindo.

Exemplo de uma pessoa que fica mais na cama acordada do que


dormindo

Quando o Tempo de Cama é efetivamente passado dormindo,


dizemos que a Eficiência do Sono é alta. Ao contrário, quando a
pessoa passa muito tempo na cama, deitada, mas sem pegar no
sono, dizemos que a Eficiência do Sono é baixa. Portanto, a relação
entre Tempo Total de Sono (Tempo Dormindo) e Tempo de Cama é
chamada de Eficiência do Sono. Veja a cena animada abaixo:

Diário do Sono
O Tempo Dormindo dividido pelo Tempo de Cama mostra a
Eficiência do Sono

A ilustração animada acima mostra uma Relação Tempo Dormindo


sobre Tempo de Cama menor do que 50%. Isso significa uma
Eficiência de Sono bem baixa. Acontece que a Eficiência do Sono
baixa é um dos maiores causadores e também perpetuadores de
Insônia. A Eficiência de Sono recomendada é maior do que 90%.

Mas, por que as pessoas ficam deitadas na cama, se elas não estão
efetivamente dormindo? Por que as pessoas insistem em ter um
Tempo de Cama alto? Abaixo, algumas crenças e pensamentos que
contribuem para uma Eficiência do Sono baixa:

“Vou ficar deitado, quietinho. Assim o sono vai voltar”

“Ainda que eu não durma, ficar deitado me ajuda a pelo menos


descansar”

“Se eu levantar, aí que o sono vai embora de vez”

“Está muito cedo para sair da cama.”

“O sono mais gostoso é o da manhã cedinho… Vou ficar esperando ele


chegar”

“Se eu sair da cama, vou acordar todo mundo em casa”

Todos esses pensamentos aprisionam a pessoa na cama. Eles


aumentam o Tempo de Cama e diminuem a Eficiência do Sono. Daí, a
insônia se perpetua. Por outro lado, a terapia de Restrição do Sono
diminui o Tempo de Cama, aumentando a Eficiência do Sono. Isso é
realizado de forma controlada, com ajuda e supervisão constante de
terapeuta especializado.

Veja abaixo o que acontece se restringirmos o Tempo de Cama:

Diário do Sono

Ilustração da Terapia de Restrição do Sono

Veja que com a diminuição do Tempo de Cama, o Tempo Total de


Sono não foi proporcionalmente diminuído. O que aconteceu foi que
o Tempo Total de Sono ficou praticamente o mesmo. Em vários casos,
o Tempo Total de Sono aumenta. É isso o que ocorre na Restrição do
Sono. A pessoa é treinada para ter uma Eficiência de Sono alta.

A Restrição do Sono funciona ao aumentar a necessidade de dormir.


Após alguns dias com diminuição do Tempo de Cama, o organismo
terá muita necessidade de dormir. Essa necessidade de sono é
natural, pois o organismo busca sempre o equilíbrio. Esse equilíbrio
das funções corporais é chamado de Homeostase. A necessidade de
Homeostase obriga o organismo a dormir melhor. Assim, após alguns
dias de Restrição do Sono, a pessoa passa a adormecer
rapidamente, a não mais acordar de madrugada e a não mais
despertar antes da hora marcada.

No entanto, não podemos simplesmente fazer a Restrição do Sono.


Apenas especialistas devem aplicar a a Terapia de Restrição do
Sono. Existem cuidados importantes a serem observados. Veja
abaixo, os casos em que não se pode aplicar a Restrição do Sono, ou
se pode aplicá-la com muita cautela:

Transtorno Bipolar

Parassomias

Apneia do Sono

Transtornos Convulsivos

Risco Aumentado de Quedas

Mas, como o terapeuta realiza a Restrição do Sono na prática? Na


prática, o terapeuta deve usar convencimento, insistência, empatia,
questionamento e experimentação. Já a reação dos pacientes é uma
mistura de indignação, irritação, medo, confiança, preocupação,
surpresa e alívio. Não é tarefa fácil. Na maioria das vezes, são
décadas de crenças e comportamentos arraigados. O terapeuta deve
ser muito habilidoso. Simplesmente prescrever a Restrição do Sono
sem ter o mínimo de preparação é fracasso na certa.

Mas existem estratégias que ajudam bastante. A explicação sobre o


Gráfico do Alicate é uma delas. O terapeuta usa o Gráfico do Alicate
para ilustrar o que acontece na realidade. Ele mostra que manter os
comportamentos arraigados pode transmitir conforto inicialmente,
Diário donoSono
mas que longo prazo não há melhora. Na imagem abaixo, vemos
como o comportamento arraigado de usar alguns tipos de
medicações funciona:

O hábito de usar alguns tipos de medicações gera conforto


inicial, mas logo acontece desconforto.

Logo, o conforto inicial gerado pelo uso de alguns tipos de


medicação acaba. O que resulta depois é a dependência de
medicamentos para dormir. A pessoa tem grande dificuldade de
pegar no sono sem a medicação.

Por outro lado, ao se realizar a Terapia de Restrição do Sono, o


sacrifício inicial é grandemente compensado no longo prazo,
conforme você pode ver abaixo:

Diário do Sono

A chance de mudança de compA Terapia de Restrição do Sono


causa desconforto inicial. No entanto, isso é grandemente
compensado ao se dormir bem no longo prazo.ortamento com
uma simples Higiene do Sono é pequena

A soma desses dois gráficos acima é chamada de Gráfico do Alicate,


pela semelhança com a ferramenta. Veja a ilustração abaixo:

O Gráfico do Alicate é formado pela união dos gráficos do uso da


Medicação e da Restrição do Sono

Claro que não se pode simplesmente interromper o uso dos


medicamentos. Isso causa sérios problemas mentais. Toda
suspensão de medicamentos deve ser orientada por médico
competente.

4- Mudança Cognitiva
Diário do Sono

A Mudança Cognitiva é outro componente da Terapia Cognitivo-


Comportamental para Insônia (TCC-I). Lembrando que os
componentes se sobrepõem e são dinâmicos. Veja na imagem abaixo.

Imagem dos componentes da TCC-I

A Mudança Cognitiva nada mais é do que uma mudança nas crenças


do paciente em relação ao sono. Ela se fundamenta na Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC). Todas as técnicas da TCC podem e
devem ser empregadas na TCC-I. Abaixo, algumas técnicas
empregadas na TCC-I:

Psicoeducação

Questionamento Socrático

Coleta de Evidências

Experimentos

Registro de Pensamentos Automáticos

Tudo para se atingir a Mudança Cognitiva. Os alvos das técnicas são


crenças sobre o sono. Abaixo, algumas crenças que são avaliadas na
Mudança Cognitiva:

Eu preciso dormir 8 horas para ficar bem no dia seguinte

Se eu não dormir muito bem, não vou trabalhar nada

Não consigo dormir

A vida inteira eu dormi mal

Existem algumas estratégias interessantes que podem ser citadas


neste item da Mudança Cognitiva. Ainda que temporariamente, essas
técnicas promovem o afastamento de pensamentos negativos em
relação ao sono. Elas são a Intenção Paradoxal e Distração Cognitiva.

Intenção Paradoxal

Essa simples técnica cognitiva ajuda bastante. Veja a imagem


animada abaixo:

Diário do Sono

Na Intenção Paradoxal, nos esforçamos para NÃO dormir

Na Intenção Paradoxal, a pessoa deve se deitar para dormir, mas se


esforçar para não dormir. Ela se prepara, coloca seu pijama, apaga a
luz, acomoda-se na cama, relaxa, mas tenta não dormir. Ela está
fazendo tudo para dormir, mas paradoxalmente se esforça para ficar
acordada. Ela não fecha os olhos. Fica olhando para o escuro e
dizendo para si mesma:

-Vou ficar acordado(a) por agora… Não vou dormir ainda.

É importante ficar num quarto bem escuro para se usar esta técnica.
O que vai acontecer? De repente, a pessoa vai perceber que na
verdade está de olhos fechados. Ela deve novamente abrir os olhos e
dizer para si mesma:

-Vou ficar ainda mais um pouco acordado(a), mais um pouquinho.

Algumas vezes isso vai se repetir. A pessoa automaticamente fecha


os olhos e os reabre novamente, repetindo frases como as acima.
Quando ela não se der conta, vai estar dormindo.

Distração Cognitiva

A Distração Cognitiva consiste em substituir as preocupações do


sono por outras cognições. Pensamentos como “tenho de dormir”,
“vou ficar cansado”, “não tem jeito mesmo” são trocados por
malabarismos mentais. Também preocupações do dia-a-dia, como
contas a pagar ou dilemas de relacionamento, podem e devem ser
afastadas com essa técnica. O resultado é o sono.

Qualquer tipo de raciocínio mental pode ser usado. Na tabela abaixo,


vemos três exemplos:

Diário doMatemáticos
Cálculos Sono – Mentalmente realizar uma cadeia de cálculos
matemáticos. Por exemplo, 100 menos 7. Pega-se o resultado (93), e
subtrai-se 7. Do resultado (86), retira-se mais 7. Ir assim até chegar ao
zero. Ao final, repetir todo o processo.

Nomes Concatenados – Imaginar um nome de cidade. Pega-se a


última letra desse nome. Procura-se um nome de outra cidade que se
inicie com essa letra. Agora, pega-se a última letra desse novo nome
de cidade. Com essa nova letra, busca-se outro nome de cidade.
Continuar assim indefinidamente.

Decorador Mental – Imagine-se uma casa. Mentalmente, coloque as


janelas na casa. Depois, coloque as portas. Em seguida, imagine as
camas e os outros móveis. Depois invente mentalmente todos os
detalhes da casa. Continuar decorando mentalmente até dormir.

Conclusão

Esse foi um breve artigo ilustrado sobre o melhor tratamento para a


insônia. Explicamos os componentes mais importantes da Terapia
Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I).

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Cuidados

O Diário do Sono oferece orientações que são válidas para a grande


maioria das pessoas.

No entanto, em casos de comorbidades ou urgências, pode ser


necessário um acompanhamento mais específico.

Nestes casos, consulte seu médico ou psicólogo de referência.


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