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PREENCHIMENTO
TÉCNICAS E RESULTADOS
BIOPLASTIA E
PREENCHIMENTO
TÉCNICAS E RESULTADOS
2007
© 2007 by Arthur dos Santos Pimentel
Coordenação Editorial
Thiago Gregolin
Ilustrações
Paulo Sérgio Alves da Costa
Capa
Thiago Gregolin
Kadu Barriani
Bibliografia.
06-7816 CDD–617.95
NLM-WO 600
A Deus,
por tudo o que eu sou.
Prefácio
Quem é que pode definir com clareza o que
é feio ou belo? Gosto não se discute, já dizia
o ditado. Tudo bem. Gosto não se discute,
mas beleza é fundamental.
Bioplastia é a técnica, tão difundida em nosso
país, do embelezamento, criada pelo cirur-
gião plástico Dr. Almir Nacul. Podemos re-
alçar contornos, definir formas, digamos que
quase podemos esculpir e modelar a beleza.
Foi com grande satisfação que recebi o con-
vite para escrever o prefácio deste livro. Fi-
nalmente teremos uma obra empolgante que
realmente nos mostra as técnicas de bioplas-
tia, sem esconder nada – algo que o professor
Arthur sempre fez e faz diariamente.
Dr. Arthur dos Santos Pimentel... Acredi-
tem: foi meu aluno. Mas aprendi muito mais
com ele do que ele comigo. O dom de ensi-
nar é para poucos, e o que mais me encanta
é sua eterna paciência. Está sempre disposto
a compartilhar o que sabe. Tudo detalhado.
Sem mistérios. Um dos poucos médicos que
conheço que, com toda a humildade, mos-
tra-se cada vez mais senhor de conhecimen-
to, e cuja vontade é sempre dividi-lo.
Parabéns!
Mahatma Gandhi
Índice
Introdução e Histórico
I Introdução e Histórico ................................................ 17
II Produtos Utilizados e Histologia ................................ 21
Face
III Divisão da Face ............................................................. 27
IV Músculos da Face ......................................................... 29
V Vasos e Nervos ............................................................. 35
VI Técnica de Implantes, Anestesia e Material Injetado . 37
VII Plano de Aplicação e Indicações.................................. 39
Nariz
VIII Nariz ............................................................................. 43
IX Criação do Dorso do Nariz não Caucasiano .............. 57
Maxilar e Mandíbula
X Maxilar (sorriso gengival)............................................ 63
XI Zigoma e Arco Zigomático .......................................... 67
XII Mandíbula .................................................................... 79
Mento
XIII Mento ........................................................................... 85
Hipermetonismo
XIV Tratamento do Hipermetonismo ................................ 95
Glúteos
XV Glúteos .......................................................................... 101
XVI Depressão de Glúteo ou Coxa ..................................... 109
Membros Inferiores
XVII Panturrilhas .................................................................. 113
Lábios
XVIII Preenchimentos de Lábios e SNG ............................... 117
Referências Bibliográficas ............................................ 125
Introdução e Histórico
Introdução e
Histórico
I
Bioplastia
Na avaliação estética da face, as várias estruturas ósseas
determinam a harmonia do perfil facial. A inclinação da
fronte, a projeção nasal e o posicionamento do mento são
os principais responsáveis pelo equilíbrio estético da face.
Na Antiguidade, o envelhecimento sugeria sabedoria.
No entanto, com o desenvolvimento da moderna socie-
dade industrial e a competição no mercado de trabalho,
bem como a ênfase contemporânea na juventude, na be-
leza e no sucesso, pacientes têm procurado remover ou
diminuir sinais de envelhecimento, ou mesmo melhorar
o que já é bonito, para dar um contraste tão bem-vindo,
tão bem aceito da suave fisionomia da juventude.
Essa técnica não consiste em só preencher uma de-
pressão ou, em caso de envelhecimento, fazer o rejuve-
nescimento. Ela busca realçar ou criar detalhes de perfil
e silhueta, fazendo com que o conjunto facial se torne
mais harmônico e expressivo. Os conceitos de beleza
variam de um continente para outro e estão na depen-
dência de raça, sexo e idade, bem como de determinadas
épocas da História.
O processo de envelhecimento se manifesta por meio
da perda progressiva da espessura da pele e elasticidade
e aderência desta ao tecido subcutâneo.
18 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Bioplastique
Foi um dos primeiro produtos utilizados na bioplas-
tia. É um biomaterial sintético com partículas entre 100
a 300 microns, mas suas esferas são assimétricas. Ele
vem suspenso em hidrogel. É aprovado pelo FDA. Muito
utilizado para a fabricação de marca-passos e próteses
de nariz. Não necessita de teste de hipersensibilidade.
22 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Polimetilmetacrilato
Conhecido como PMMA, são microesferas suspen-
sas em celulose. Dependendo do fabricante, podem vir
em concentrações de 2%, 10%, 20%, 30% e 45%. São
materiais utilizados na fabricação de lentes de conta-
to e marca-passos, além de ser conhecidas desde 1902,
tendo mais de cem trabalhos registrados sobre eles. São
microesferas com tamanho unitário que varia de 40 a
110 microns. Na histologia, estudaresmos as possíveis
complicações decorrentes do tamanho da esfera.
As farmácias de manipulação estavam produzindo
o PMMA, mas desde outubro de 2006 foram proibidas
pela ANVISA.
Metacril
São esferas rugosas suspensas em colóide. No iní-
cio era comercializado só em frasco ampola de 10 ml.
Atualmente também o é em seringa. Tem o registro da
ANVISA.
Newplastic
São micro-esferas suspensas em celulose, apresen-
tando tamanho acima de 40 microns. Tem o registro na
ANVISA e é produzido pela industria Biomedical.
Artecoll
Como seu veículo é o colágeno, sempre temos que
fazer o teste de sensibilidade. Ela vem em seringa de
0,7 ml.
Produtos Utilizados e Histologia 23
Histologia
Após 10 a 20 dias da aplicação, já temos fibroblastos
ao redor das esferas, com tecido conectivo.
É importante recordarmos as fases da resposta infla-
matória, que são inflamação e reparação, intimamente
associadas, que constituem um processo único. A in-
flamação serve para destruir, diluir ou isolar os agen-
tes lesivos e as células afetadas. O objetivo da fase da
inflamação é curar e reconstruir o tecido lesado. A fase
de reparação começa junto com a inflamação, mas só
acaba após a neutralização da influência lesiva, o que
nos explica por que devemos utilizar o PMMA com as
esferas superiores a 40 microns.
O organismo consegue fagocitar a microesfera me-
nor de 20 microns, eliminando-a. De 20 a 40 microns
elas são “engolidos”, e o macrófago morre, o que pro-
voca um processo inflamatório crônico, já acima de
40 microns, como ele não consegue ser fagocitado, ela
permanece no local. Em alguns meses, observa-se colá-
geno no local do implante.
A nós médicos resta a esperança de que todos os fa-
bricantes do PMMA realmente utilizem esfera acima
de 40 microns, pois não temos como avaliar se o pro-
duto que adquirimos tem ou não esta dimensão.
Paciente com implantes cujas esferas tenham de 20 a
40 microns passam a ter quadros repetitivos de edemas
no local injetado.
Alguns agentes provocam um padrão distinto de rea-
ção inflamatória crônica, conhecida como inflamação
crônica granulomatosa. Os granulomas são coleções de
pequenas células inflamatórias, principalmente cons-
tituídas por macrófagos modificados, geralmente cir-
cunscritas a um halo de linfócitos.
Face
Divisão da Face
III
Um rosto bonito, que tem a forma proporcionalmen-
te normal e que se aproxima do formato ideal, apresenta
harmonia e equilíbrio entre seus elementos constituin-
tes. Um método que foi de grande ajuda a entender a for-
ma, a divisão e a harmonia da face nos foi dado não por
um médico, e sim por um grande estudioso da natureza,
Leonardo da Vinci. Esse artista estudou exaustivamente
as proporções faciais, e nos deixou vários manuscritos
que até hoje utilizamos na estética. Ele utilizou medidas
da face traçadas no comprimento da orelha e nariz.
Também temos a perfilometria, que determina que
para maior harmonia os lábios e o mento devem estar
entre duas linhas verticais paralelas entre si e perpendi-
culares ao plano de Frankfort.
Outros estudos determinam que a face pode ser divi-
dida em três partes:
1/3 superior. Início na linha do cabelo até a glabela.
1/3 médio. Início na glabela até o subnasal.
Glabela
Nariz
Zigoma e Arco
Mento
28 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
1/3 superior
Pontos de referência
Na face, além do nariz, temos três pontos de refe-
rência (Fig. 1):
processo zigomático
ângulo mandibular
proeminência mentoniana
Processo zigomático
Ângulo mandibular
Proeminência mentoniana
Músculos da Face
IV
Músculos da face de interesse da
bioplastia
1 Músculo prócero
2 Músculo nasal
3 Músculo levantador do lábio superior e da asa
do nariz
4 Músculo levantador do lábio superior
5 Músculo orbicular do olho
6 Músculo zigomático menor
7 Músculo zigomático maior
8 Músculo risório
9 Músculo orbicular da boca
10 Músculo depressor do lábio inferior
11 Músculo depressor do ângulo da boca
12 Músculo depressor do septo
13 Músculo levantador do ângulo da boca
14 Músculo bucinador
15 Músculo masseter
16 Músculo mental
17 Músculo transverso do mento
18 Músculo platisma
30 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Fig. 2
•1
5
•2
•3
•6 •4
•7
• 12
• 13• 9
•8 • 14
• 15
18 • 10
• 16 • 11
• 17
Músculo prócero
Tem sua origem no dorso ósseo do nariz. Sua in-
serção é na pele da glabela e age sobre a pele da fron-
te e dos supercílios. É inervado pelo nervo facial.
Músculo nasal
Tem sua origem acima da raiz do dente canino e sua
função é movimentar o nariz, especialmente a asa do
nariz. Sua inserção é na aponeurose sobre a ponta do
nariz. É inervado pelo nervo facial.
Músculos da Face 31
Músculo levantador do
lábio superior
Músculo risório
Tem sua origem na fáscia massetérica. Sua inserção
é no ângulo da boca. É um músculo mímico. É inerva-
do pelo nervo facial.
Músculo bucinador
Tem sua origem na mandíbula, maxila e fáscia bu-
cofaríngea. Sua inserção é no angula da boca. É um
músculo mímico. É inervado pelo nervo facial.
Músculo masseter
Tem sua origem no arco zigomático. Sua inserção é
na face lateral do ramo da mandíbula. É um músculo
de mastigação. É inervado pelo nervo mandibular.
Músculo mental
Tem sua origem nas eminências alveolares dos
dentes incisivos laterais inferiores. Sua inserção é no
angula da boca. É um músculo mímico. É inervado
pelo nervo facial.
Músculo platisma
Embora situado no pescoço, também faz parte do
grupo de músculos da expressão facial. É uma lâmina
muscular ampla e delgada; situa-se na tela subcutânea
superficialmente aos ramos cutâneos do plexo cervical
e veia jugular externa. Estende-se da parte inferior da
face à parte superior do tórax. As fibras anteriores se
inserem na margem inferior do mento e se interdigi-
tam com as contralaterais logo abaixo do mento. As
fibras posteriores curvam-se para cima sobre a man-
díbula, prendem-se à pele da parte inferior da face e
misturam-se com os músculos dos lábios, ajudando a
formar o risório.
Vasos e Nervos
V
Principais vasos e nervos da região
facial de interesse da bioplastia
Artéria carótida externa e seus ramos (Fig. 3):
1. artéria facial;
2. artéria labial superior;
3. artéria angular;
4. artéria temporal superior.
•3
Veia jugular interna e suas afluentes •4
(Fig. 4): 2•
1. veia facial;
•1
2. veia submental;
3. veia labial inferior;
4. veia labial superior;
5. veia angular;
•7
6. veia nasofrontal;
•6
7. veia supratroclear;
•5
8. veia maxilar;
•4
9. veia retromandibular. •8
•3 •1 •9
•2
36 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
•1
Técnicas de Implantes,
Anestesia e Material
Injetado
VI
Técnica de implantes
Sempre fazemos as marcações com o paciente senta-
do ou em pé. Assim evitamos eliminar o efeito do ortos-
tatismo. Lembramos que quando estamos em decúbito
dorsal, as rugas ficam atenuadas.
Assepsia e anti-sepsia
Após a marcação, fazemos a assepsia da região a ser
tratada, que pode ser com anti-séptico como o hama-
mélis, polvidine tópico ou álcool 70%.
Mesmo sendo um ato simples, sem cortes, devemos
lembrar que a assepsia é fundamental para evitarmos
uma infecção.
Podemos trabalhar com luva de procedimento, mas
devemos ter o cuidado de não encostarmos a luva na
agulha e na microcânula.
Anestesia
Na bioplastia sempre a anestesia é local. Dependen-
do do local, podemos fazer somente botão anestésico ou
bloqueio troncular.
38 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Material injetado
PMMA com microesfera suspensa em celulose, co-
lóide ou metilcelulose.
Plano de Aplicação
e Indicações
VII
Plano de aplicação
Utilizamos sempre o PMMA de 30% quando a região
onde vamos fazer o preenchimento for intramuscular
ou justo-periósteo, ou seja, em região onde por baixo há
estrutura óssea. Usamos o PMMA de 10% intramuscu-
lar nas regiões onde o local não tem apoio ósseo.
Devemos sempre na bioplastia trabalhar com a mi-
crocânula de ponta romba, isto é, para evitarmos os
rompimentos vasculares e suas conseqüências.
Na região do glúteo utilizamos o PMMA entre 30%
e 45%.
Indicações
A bioplastia é bem indicada para o preenchimento e
correção de:
Nariz: dorso, ponta e columela
Malar
Maxilar: sorriso gengival
Mandíbula
Mento
Glúteo
Panturrilha
Nariz
Nariz
VIII
Ao observarmos a face, percebemos que o nariz é o
que mais se projeta. Devido a esse fato, qualquer defeito,
por mínimo que possa ser, é o mais notado. A beleza é
uma idéia subjetiva de harmonia, difícil de ser quantifi-
cada, que está fixada dentro da mente de cada um, base-
ada na influência dos padrões da nossa época.
Não existe uma regra fixa para definir um nariz per-
feito e bonito. O conceito de beleza do nariz, assim como
para qualquer região do corpo, é muito dinâmico, male-
ável e subjetivo.
Como dizia o professor Dr. Paulo de C. Correia, o nariz
pode ser considerado esteticamente aceitável quando está
em harmonia com as demais estruturas anatômicas da face
e de todo o corpo, formando assim um conjunto equilibra-
do em sua forma e dimensão, que agrada ao visual.
Do ponto de vista da bioplastia, podemos dividir as
alterações em três partes.
1. dorso nasal;
2. ponta nasal;
3. columela.
A bioplastia deve seguir certos princípios preestabe-
lecidos de beleza.
Ao procurar o médico, o que o paciente realmente de-
seja é ter o nariz remodelado de acordo com o seu conceito
44 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Principais ângulos e
medidas do nariz
A geometria artística do nariz nos apresenta dimen-
sões e ângulos ideais que devem ser inseridos no plane-
jamento de um procedimento de bioplastia nasal.
Existem alguns ângulos e medidas que nos auxiliam
na avaliação da harmonia do nariz:
ângulo frontonasal;
ângulo columelolabial;
ângulo de Mang;
ângulo bialar.
Ângulo frontonasal
Também conhecido como ângulo nasofacial ou ân-
gulo glabelar. É o ângulo que avalia a projeção do nariz
em relação à face.
Nariz 45
35º
Ângulo columelolabial
Também conhecido como ângulo nasolabial. For-
mado pela columela, superiormente, e pelo filtro e tra-
ves labiais, inferiormente.
Este ângulo é dado pela interseção de duas linhas:
uma linha paralela à columela nasal;
46 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
90º
115º
Ângulo de Mang
Esse ângulo é dado pela interseção de duas linhas:
uma linha formada pela projeção da raiz nasal até a
ponta do nariz;
Nariz 47
110º
120º
Ângulo bialar
Esse ângulo é dado pela interseção de duas linhas tan-
gentes às asas do nariz. Ele serve para avaliar a relação
entre o ápice do triângulo formado pela ponta do nariz
e a largura da base de implantação das asas nasais.
48 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
70º
Anatomia do nariz
Para compreendermos melhor a região onde iremos
implantar o PMMA, vamos recapitular a anatomia do
nariz.
A anatomia superficial do nariz externo apresenta,
de acordo com a Foto 7:
1. ponta nasal;
2. raiz nasal;
3. dorso nasal;
4. asa nasal;
5. columela.
Nariz 49
Foto 7 3
1
4
5
Anestesia
Para a correção do dorso, somente botão anestésico
na via de acesso.
Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassam 1,0 ml do PMMA a 30%.
•1
Fig. 6
•2
Técnica
Introdução das microcânulas, internamente à nari-
na, deslizando pelo trajeto de implantação e em pro-
fundidade justo-periostal ou intramuscular.
Anestesia
Para a ponta nasal, em qualquer uma das quatros
alterações, somente botão anestésico na via de acesso.
Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 0,5 ml do PMMA a 30%.
Técnica
Ponta afinada: o volume produz o seu engrossamen-
to.
Ponta bífida: é provocada pelo afastamento acen-
tuado entre as cartilagens alares. O implante deve
ser injetado na porção central do dômus nasal.
Ponta caída: a ptose pode ser corrigida pela ele-
vação desta com a injeção do implante no septo
membranoso e no columelar das cartilagens alares.
Ela pode causar obstruções nasais, dificultando a
passagem do ar.
3. Bioplastia da columela
Ângulo columelolabial
Formado pela columela, superiormente, e pelo filtro
e traves labiais, inferiormente.
Em média nas mulheres o ângulo fica entre 100º e
115º; no homem, entre 90º e 100º.
Temos que tomar cuidado, pois a infiltração nessa
região levanta a ponta nasal, podendo dar um aspecto
bonito mas, se for demais, aspecto de “nariz de porco”.
Nariz 53
Anestesia
Para a columela, somente botão anestésico na via de
acesso.
Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 0,5 ml do PMMA a 30%.
Fig. 7
•1
Técnica
Infiltração profunda (intramuscular) no vértice do
ângulo, logo acima da espinha maxilar.
Foto 11 Foto 12
Antes Depois
Foto 13 Foto 14
56 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Antes Depois
Foto 15 Foto 16
Antes
Foto 17
Depois
Foto 18
Criação do Dorso do
Nariz não Caucasiano
IX
Hoje em dia, cada vez mais indivíduos de origem
oriental, negros ou mestiços nos procuram para corrigir
esteticamente a falta do dorso nasal.
O dorso do nariz não caucasiano é baixo e achatado,
porque a abertura piriforme é muito ampla e os ossos na-
sais são pouco desenvolvidos (Foto 19).
•1
Fig. 8
•2
Anestesia
Somente botão anestésico na via de acesso.
Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 2,0 a 3,0 ml do PMMA
a 30%.
Criação do Dorso do Nariz não Caucasiano 59
Técnica
Introdução de microcânulas, internamente à narina,
deslizando pelo trajeto de implantação e em profundi-
dade justo-periostal ou intramuscular.
Curativo
Como relatamos no capítulo da correção nasal,
também na correção do nariz não caucasiano devemos
fazer um curativo, imobilizando o local. Com isso, fa-
zemos uma redução do edema e mantemos a modela-
gem. Aplicamos o micropore por 5 a 7 dias.
Antes Depois
Foto 20 Foto 21
Maxilar e Mandíbula
Maxilar
(sorriso gengival)
X
Maxilar
Nessa região, o tratamento que podemos fazer na
bioplastia é a correção do encurtamento do lábio su-
perior, causando o que chamamos de sorriso gengival.
(Foto 22).
Fig. 9
•1
•2 •3
Anestesia
Somente botão anestésico na via de acesso ou anes-
tesia troncular.
Maxilar (sorriso gengival) 65
Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 2,0 ml a 3,0 ml do
PMMA a 30%.
Técnica
Em cada hemilábio, pode ser injetado até 1,5 ml do
PMMA a 30% no músculo levantador do ângulo da
boca, no músculo orbicular da boca e no músculo de-
pressor do septo. Em seguida devemos massagear bem
a região, como estivéssemos modelando “massinha”,
para evitar a formação de granulomas na região.
Antes Depois
Foto 23 Foto 24
66 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Antes Depois
Foto 25 Foto 26
Zigoma e
Arco Zigomático
XI
O tratamento da região zigomática com a bioplastia
é procurar realçar a “maçã do rosto”. Com isso, provoca-
mos o rejuvenescimento, ou seja, diminuímos a depres-
são aparente do sulco nasogeniano (SNG) e das rugas
finas da pálpebra inferior.
Região zigomática
É uma área saliente da face logo abaixo do canto ex-
terno dos olhos. A redução natural da projeção anterior
da região malar pelo descenso dos tecidos moles dessa
região, com o passar dos anos, é um importante fator de
envelhecimento facial.
Na cirurgia plástica, temos algumas técnicas de os-
teotomia para podermos avançar a região malar, mas a
bioplastia é um processo mais simples, sem trauma para
aumento de projeção dessa área.
É um ponto de projeção do osso zigomático, de for-
mato levemente triangular, com seu vértice voltado para
baixo (Fig. 10).
68 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Marcação
Passamos:
uma linha abaixo da pálpebra-limite do sombreado;
uma linha que passa pelo canto superior da orelha e
pela projeção da linha do sombreado da pálpebra;
uma linha que passa pelo canto superior da orelha e
pela projeção anterior da asa do nariz;
uma linha que passa pelo canto superior da orelha e
pela projeção anterior do lábio superior;
uma linha vertical que passa no canto externo do
olho;
uma linha demarcada pela compressão do nosso
dedo indicador, tracionando a “maçã do rosto”;
botão anestésico e porta de entrada da cânula;
local do preenchimento, em média de 1,5 ml.
Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.
Lembramos que nosso objetivo é diminuir ao máximo
as dores em nossos pacientes. Aconselho fazer o blo-
queio troncular no nervo infra-orbital.
Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 1,5 ml em cada lado do
PMMA a 30%.
•1
Fig. 11
•2
•3
Técnica
Introdução de microcânulas, internamente, em di-
reção ao músculo zigomático menor, músculo zigo-
Zigoma e Arco Zigomático 73
Foto 34
Foto 35
Foto 36
74 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Anestesia
Após a marcação, fazemos a anestesia troncular para
conforto de nossos pacientes. Alguns médicos só fazem
o botão anestésico; outros, além do botão, com uma
microcânula, fazem infiltração na região do preenchi-
mento (Foto 37).
Antes Depois
Foto 46 Foto 47
78 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Antes Depois
Foto 48 Foto 49
Mandíbula
XII
O arco mandibular tem de estar em harmonia com a
face e o pescoço, tendo uma certa projeção para diferen-
ciar o limite do terço inferior da face e início do pescoço.
A disposição e angulação dos seus ramos contribuem de
forma importante na determinação das características e
formato do rosto:
oval;
redondo;
retangular;
quadrado.
Esse procedimento é indicado em casos que necessi-
tem da abertura do ângulo mandibular. Nós o dividire-
mos em dois ramos (Fig.12):
ascendente
descendente
80 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.
Quantidade injetada
Em cada hemilado, geralmente 1,5 ml do PMMA a
30%, ou o que for necessário para preencher.
Fig. 13
•1
•2
Técnica
Marcação do contorno mandibular desejado, sendo
que a porção de maior projeção lateral do arco situa-se
em cima do ângulo mandibular (fig. 14 e fotos 50 e 51).
Mandíbula 81
Fig. 14
Local de
preenchimento
• • Ângulo
mandibular
Botão anestésico
Foto 50 Foto 51
82 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Foto 52 Foto 53
Foto 54 Foto 55
Mento
Mento
XIII
Junto com o nariz, o mento ocupa uma posição pro-
eminente na face, e sempre que planejamos uma altera-
ção do perfil facial é importante avaliá-lo.
A aparência do mento precisa ser relacionada com o
nariz e a boca. O conceito subjetivo de beleza do médico
é o primeiro passo na análise clínica do paciente. O seu
senso de estética lhe indicará que tipo de desequilíbrio
o paciente examinado apresenta em suas proporções
faciais. Geralmente no exame físico os pacientes apre-
sentam alterações na oclusão dentária. A bioplastia está
indicada desde que não haja alterações da mordida ou
fechamento da boca.
As alterações que comprometem o mento podem ser
o pró-mentonismo, o retromentonismo e o hipermen-
tonismo. O procedimento utilizado na sua correção an-
tes da bioplastia era sempre osteotomia horizontal ou
oblíqua com alguma mobilização. O ato cirúrgico mais
freqüentemente utilizado era a intra-oral, no sulco gen-
giva labial inferior. Era fixado por meio de osteossínteses
com parafusos ou miniplacas.
A bioplastia em situação de retrusão mentoniana está
bem indicada hoje em dia, evitando todo o ato cirúrgico
e o pós-operatório, difíceis e dolorosos.
O mento deve ser tratado como uma estrutura par
(Fig. 15).
86 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Fig. 15
Técnica
Dividiremos o mento em lado direito e esquerdo.
Pinça-se suavemente um dos lados com o indicador
e polegar, bem à frente da protuberância mentoniana
(Foto 56).
Mento 87
Fig. 16 •2
•1
•3 •4
Anestesia
Botão anestésico e, se precisar, bloqueio troncular
do nervo mentual (Foto 57).
88 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Porta de entrada
Em cada hemilado, com a agulha 40 x 12 (agulha
rosa), fazemos uma porta de entrada onde introduzire-
mos a microcânula (Foto 58).
Quantidade injetada
Em cada hemilado, implantamos geralmente 1,0 ml
do PMMA a 30% ou o que for necessário para corrigir
o ângulo mentolabial.
Normalmente introduzimos a microcânula justo-
periostal ou intramuscular até o lado oposto, passan-
do um pouco do centro, e fazemos o mesmo do lado
oposto, para que, no término do implante, o centro
fique mais elevado, dando o formato de um mento
normal.
Alguns pacientes nos pedem para deixarmos uma
“covinha” no centro. Para fazermos a “covinha”, bas-
ta manter a ponta do dedo indicador comprimindo a
parte inferior do centro do mento. Ao injetar do lado
oposto, fazer o mesmo (Foto 59).
Mento 89
Foto 59
Foto 60 Foto 61
90 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Foto 62
Foto 63
Foto 64
Foto 65
Mento 91
Foto 66 Foto 67
Hipermetonismo
Tratamento do
Hipermetonismo
XIV
No caso do queixo projetado – hipermetonismo –,
não havendo alterações da mordida, e se houver a mes-
ma projeção do ângulo nasolabial, podemos, em vez de
fazer uma osteotomia, fazer a projeção do músculo de-
pressor do lábio inferior para que, harmonicamente, o
mento fique alinhado.
Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.
Quantidade injetada
Fig. 17
•1
Técnica
Marcação acima do mento e abaixo do lábio inferior
seguindo a projeção do mento (fotos 69 e 70).
Tratamento do Hipermetonismo 97
Antes
Foto 69
Logo depois
Foto 70
Glúteos
Glúteos
XV
A bioplastia do glúteo consiste em preencher e dar
volume ao músculo glúteo maior ou máximo.
Na prática, a cirurgia plástica do glúteo, com a colo-
cação de prótese, fica financeiramente mais interessante
para o paciente. O problema na cirurgia é a linha de in-
cisão e a cicatriz visível, que é bastante inestética, além
da anestesia, que pode ser peridural ou raquidural, e do
pós-operatório.
Com a bioplastia, no entanto, embora a quantidade
a ser injetada normalmente custe mais que a prótese,
não há cicatriz, internação, o procedimento é feito no
consultório, a anestesia é local e o paciente pode na
hora decidir se quer colocar mais do que foi combina-
do (o paciente pode ficar em pé após o implante e, se
olhando no espelho, observar a projeção do volume já
injetado).
Marcação
Colocar paciente sentado.
Marcar uma linha horizontal no limite do apoio da
nádega.
Marcar uma linha horizontal no plano sacrococcígeo.
102 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Técnica
É feito o preenchimento direto no músculo glúteo
maior ou máximo, começando centralmente, indo até
a estrutura óssea onde injetamos e fazemos a retro-in-
jeção (sempre dentro da musculatura, preenchendo os
quatro quadrantes).
Glúteos 103
Quantidade injetada
Em cada quadrante, geralmente 60 ml a 120 ml do
PMMA entre 30% e 40%, ou o que for necessário para
preenchê-lo.
Antes
Foto 78
Depois
Foto 79
Depois com o
Antes pequeno curativo
Foto 80 Foto 81
Glúteos 107
Foto 82 Foto 83
Antes Depois com o
pequeno curativo
Depressão de
Glúteo ou Coxa
XVI
Nem sempre utilizamos as marcações padrões; em al-
guns casos os pacientes nos procuram para “aumentar o
glúteo”, mas necessitam corrigir depressões.
Depois com o
Antes pequeno curativo
Foto 84 Foto 85
Antes Depois
Foto 86 Foto 87
Membros Inferiores
Panturrilhas
XVII
A bioplastia da panturrilha consiste em preencher
e dar volume no terço médio posterior da perna, for-
mando a “batatinha da perna”, que muitos pacientes
não têm.
•1
•2
114 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Técnica
Passamos uma linha vertical por toda a perna poste-
rior e outra horizontal no terço médio, e fazemos qua-
tro quadrantes (Foto 88).
Anestesia
Botão anestésico no centro do quadrante e infiltra-
ção nos quatro quadrantes; média de 20 ml.
Quantidade injetada
Nos quatro quadrantes, geralmente 15 ml a 20ml
do PMMA a 30%, ou o que for necessário para pre-
enchê-lo.
Lábios
Preenchimento de
Lábios e SNG
XVIII
Preenchimentos
O termo bioplastia, lançado pelo Dr. Almir Nácul,
compreende as regiões citadas anteriormente, em proce-
dimento no qual pretendemos realçar determinada área
da face, do glúteo e da panturrilha. Porém, não podería-
mos deixar de falar do “tradicional” preenchimento que
anda sozinho ou em conjunto com a bioplastia, princi-
palmente o preenchimento do SNG (sulco nasogeniano)
e contorno dos lábios, realçando o arco de cupido.
Neste capítulo vamos falar somente sobre o implante
do PMMA, sendo que a técnica é semelhante se utilizar-
mos o ac. hialurônico.
Histórico
Desde 1945 utilizamos o metacrilato na neuroci-
rurgia, odontologia, cirurgia torácica e ortopedia. O
seu uso em Medicina Estética começou em meados de
1989. No início, o seu veículo era a solução de colágeno
bovino, o que nos obrigava a fazer dois testes alérgi-
cos prévios com intervalos de duas semanas entre eles.
Atualmente só o Artecoll aqui no Brasil é com colágeno
bovinos.
118 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel
Anestesia
Bloqueio troncular e botão anestésico.
Preenchimento de Lábios e SNG 119
Quantidade injetada
No lábio superior, geralmente 0,6 ml, e, no inferior,
de 0,4 ml a 0,6 ml do PMMA a 2% ou 10%, ou o que
for necessário para preenchê-los. Depois devemos mas-
sagear bem a região, como se estivéssemos modelando
“massinha”. Isso é para evitar a formação de granulo-
mas na região.
Técnica
Após o bloqueio e o botão anestésico, com uma agu-
lha 40/12 fazemos a porta de entrada (Foto 89).
Preenchimento do SNG
No preenchimento do SNG geralmente utilizamos
o PMMA 10% na derme profunda e, se a depressão for
grande e o paciente não quiser fazer o descolamento
com o fio de aço ou descolador, podemos implantar o
PMMA de 30% intramuscular, lembrando que deve-
mos massagear bem o local para evitar o granuloma.
Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.
Quantidade injetada
Geralmente 1,0 ml a 1,5 ml de cada lado.
Técnica
Após o bloqueio ou botão anestésico, com uma agu-
lha 40/12 fazemos a porta de entrada, e com uma
microcânula implantamos o PMMA em retroinje-
ção (Foto 97).
Preenchimento de Lábios e SNG 123
Antes
Foto 100
Depois
Foto 101
124 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel