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BIOPLASTIA E

PREENCHIMENTO
TÉCNICAS E RESULTADOS
BIOPLASTIA E
PREENCHIMENTO
TÉCNICAS E RESULTADOS

Dr. Arthur dos Santos Pimentel

2007
© 2007 by Arthur dos Santos Pimentel

Todos os direitos reservados.


É proibida a reprodução total ou parcial deste
volume, de qualquer forma ou por quaisquer
meios, sem o consentimento expresso da editora.

Coordenação Editorial
Thiago Gregolin

Ilustrações
Paulo Sérgio Alves da Costa

Projeto Gráfico e Editoração


Kadu Barriani e Miriam de Paula

Capa
Thiago Gregolin
Kadu Barriani

Este livro foi catalogado na Câmara Brasileira do Livro.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Pimentel, Arthur dos Santos


Bioplastia e preenchimento : técnicas e
resultados / Arthur dos Santos Pimentel. –
São Paulo : Livraria Médica Paulista Editora, 2007.

Bibliografia.

1. Cirurgia plástica 2. Estética I. Título

06-7816 CDD–617.95
NLM-WO 600

Índices para catálogo sistemático:

1. Bioplastia e preenchimento : Cirurgia


plástica : Ciências médicas 617.95

LIVRARIA MÉDICA PAULISTA EDITORA LTDA.


Rua Pedro de Toledo, 592 – 04039-001 – São Paulo - SP
Telefones: (11) 5539-7981 Fax: (11) 5549-5021
e-mail: editora@livrariamedicapaulista.com.br
Autor
Dr. Arthur dos Santos Pimentel
Professor do curso de pós-graduação de
Medicina Estética da IAAM/Asime – Asso-
ciação Internacional de Medicina Estética.
Professor do curso de Cirurgia Cosmética
da IAAM/Asime – Associação Internacio-
nal de Medicina Estética.
Cirurgião geral e vascular com título de es-
pecialista: INPS – Hospital Ipanema (RJ).
Cirurgião plástico: Hospital Naval Marcí-
lio Dias (RJ).
Membro titular da Sociedade Brasileira
de Intradermoterapia.
Membro titular do Capítulo Brasileiro de
Medicina e Cirurgia Estética.
Membro fundador da Academia Brasilei-
ra de Medicina Estética.
Membro efetivo da Associação Brasileira
de Nutrologia.
Membro efetivo da Sociedade Brasileira
de Medicina Estética.
Membro titular da Sociedade Brasileira
de Lipoplastia.
Membro associado da Sociedade Brasilei-
ra de Laser em Medicina e Cirurgia.
Membro da Associação Brasileira de Fle-
bologia.
Formado pela Fundação Educacional Ser-
ra dos Orgãos - 1977.
Agradecimentos
Aos meus mestres
Dr. Mario Cabral,
Dr. Roberto Arena,
Dr. Carlos Garcez,
Dr. Almir Nácul,
Dr. Ivo Pitanguy,
Dr. Carlos A. Jaimovick,
Dr. Laércio Gonçalves,
por toda as orientações e aprendizados
que me deram.

A minha esposa Suely, pelo constante in-


centivo para continuar.

A minhas filhas Andréa e Patrícia, por


continuar me amando mesmo com a au-
sência provocada pela minha profissão.

A meus irmãos Ângela e Ruy, que sempre


me fizeram acreditar que continuar no
meu caminho vale a pena.

A meus pais Norival e Maria (in memoriam),


que mesmo com dificuldade me tornaram
médico.

A Deus,
por tudo o que eu sou.
Prefácio
Quem é que pode definir com clareza o que
é feio ou belo? Gosto não se discute, já dizia
o ditado. Tudo bem. Gosto não se discute,
mas beleza é fundamental.
Bioplastia é a técnica, tão difundida em nosso
país, do embelezamento, criada pelo cirur-
gião plástico Dr. Almir Nacul. Podemos re-
alçar contornos, definir formas, digamos que
quase podemos esculpir e modelar a beleza.
Foi com grande satisfação que recebi o con-
vite para escrever o prefácio deste livro. Fi-
nalmente teremos uma obra empolgante que
realmente nos mostra as técnicas de bioplas-
tia, sem esconder nada – algo que o professor
Arthur sempre fez e faz diariamente.
Dr. Arthur dos Santos Pimentel... Acredi-
tem: foi meu aluno. Mas aprendi muito mais
com ele do que ele comigo. O dom de ensi-
nar é para poucos, e o que mais me encanta
é sua eterna paciência. Está sempre disposto
a compartilhar o que sabe. Tudo detalhado.
Sem mistérios. Um dos poucos médicos que
conheço que, com toda a humildade, mos-
tra-se cada vez mais senhor de conhecimen-
to, e cuja vontade é sempre dividi-lo.
Parabéns!

Dr. Mario Cabral


Presidente da CBMCE – Colégio Brasileiro de Medi-
cina e Cirurgia Estética – Regional São Paulo.
“Felicidade é...
quando o que você pensa, o
que você diz e o que você faz
estão em harmonia.”

Mahatma Gandhi
Índice
Introdução e Histórico
I Introdução e Histórico ................................................ 17
II Produtos Utilizados e Histologia ................................ 21
Face
III Divisão da Face ............................................................. 27
IV Músculos da Face ......................................................... 29
V Vasos e Nervos ............................................................. 35
VI Técnica de Implantes, Anestesia e Material Injetado . 37
VII Plano de Aplicação e Indicações.................................. 39
Nariz
VIII Nariz ............................................................................. 43
IX Criação do Dorso do Nariz não Caucasiano .............. 57
Maxilar e Mandíbula
X Maxilar (sorriso gengival)............................................ 63
XI Zigoma e Arco Zigomático .......................................... 67
XII Mandíbula .................................................................... 79
Mento
XIII Mento ........................................................................... 85
Hipermetonismo
XIV Tratamento do Hipermetonismo ................................ 95
Glúteos
XV Glúteos .......................................................................... 101
XVI Depressão de Glúteo ou Coxa ..................................... 109
Membros Inferiores
XVII Panturrilhas .................................................................. 113
Lábios
XVIII Preenchimentos de Lábios e SNG ............................... 117
Referências Bibliográficas ............................................ 125
Introdução e Histórico
Introdução e
Histórico
I
Bioplastia
Na avaliação estética da face, as várias estruturas ósseas
determinam a harmonia do perfil facial. A inclinação da
fronte, a projeção nasal e o posicionamento do mento são
os principais responsáveis pelo equilíbrio estético da face.
Na Antiguidade, o envelhecimento sugeria sabedoria.
No entanto, com o desenvolvimento da moderna socie-
dade industrial e a competição no mercado de trabalho,
bem como a ênfase contemporânea na juventude, na be-
leza e no sucesso, pacientes têm procurado remover ou
diminuir sinais de envelhecimento, ou mesmo melhorar
o que já é bonito, para dar um contraste tão bem-vindo,
tão bem aceito da suave fisionomia da juventude.
Essa técnica não consiste em só preencher uma de-
pressão ou, em caso de envelhecimento, fazer o rejuve-
nescimento. Ela busca realçar ou criar detalhes de perfil
e silhueta, fazendo com que o conjunto facial se torne
mais harmônico e expressivo. Os conceitos de beleza
variam de um continente para outro e estão na depen-
dência de raça, sexo e idade, bem como de determinadas
épocas da História.
O processo de envelhecimento se manifesta por meio
da perda progressiva da espessura da pele e elasticidade
e aderência desta ao tecido subcutâneo.
18 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

A característica básica da pele facial envelhecida é


acentuada por progressiva atrofia da gordura, músculo
e osso. É neste caso que a bioplastia atua maravilhosa-
mente; ela pode dar a forma e o volume que somente a
cirurgia plástica teria dificuldade em fornecer.
Como diz o professor Dr. Ivo Pitanguy, “Envelhe-
cer é um processo natural que envolve fatores físicos,
bioquímicos, psicológicos, culturais e antropológicos”.
O equilíbrio entre esses fatores permite ao indivíduo
harmonizar seu ego com sua própria imagem. Mas, na
realidade, o envelhecimento é freqüentemente viven-
ciado com ansiedade.
A técnica de bioplastia foi aperfeiçoada pelo Dr. Al-
mir Nácul, cirurgião plástico de Porto Alegre. O ob-
jetivo dela é preencher, dando harmonia ao corpo do
paciente. Assim sendo, é fundamental que o médico
esteta avalie se as expectativas do paciente são compa-
tíveis com o que a bioplastia pode proporcionar.
Produtos/Histologia
Produtos Utilizados
e Histologia
II
Produtos utilizados
No Brasil, utilizamos para a bioplastia o PMMA (po-
limetilmetacrilato). Trata-se de microesferas com tama-
nho unitário, em torno de 40 a 110 microns, que vêm
suspensas em colóide, celulose, gel ou colágeno, depen-
dendo da empresa fabricante.

Os materiais mais conhecidos são:


 Bioplastique
 PMMA
 Metacril
 Newplastic
 Artecoll

Bioplastique
Foi um dos primeiro produtos utilizados na bioplas-
tia. É um biomaterial sintético com partículas entre 100
a 300 microns, mas suas esferas são assimétricas. Ele
vem suspenso em hidrogel. É aprovado pelo FDA. Muito
utilizado para a fabricação de marca-passos e próteses
de nariz. Não necessita de teste de hipersensibilidade.
22 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Polimetilmetacrilato
Conhecido como PMMA, são microesferas suspen-
sas em celulose. Dependendo do fabricante, podem vir
em concentrações de 2%, 10%, 20%, 30% e 45%. São
materiais utilizados na fabricação de lentes de conta-
to e marca-passos, além de ser conhecidas desde 1902,
tendo mais de cem trabalhos registrados sobre eles. São
microesferas com tamanho unitário que varia de 40 a
110 microns. Na histologia, estudaresmos as possíveis
complicações decorrentes do tamanho da esfera.
As farmácias de manipulação estavam produzindo
o PMMA, mas desde outubro de 2006 foram proibidas
pela ANVISA.

Metacril
São esferas rugosas suspensas em colóide. No iní-
cio era comercializado só em frasco ampola de 10 ml.
Atualmente também o é em seringa. Tem o registro da
ANVISA.

Newplastic
São micro-esferas suspensas em celulose, apresen-
tando tamanho acima de 40 microns. Tem o registro na
ANVISA e é produzido pela industria Biomedical.

Artecoll
Como seu veículo é o colágeno, sempre temos que
fazer o teste de sensibilidade. Ela vem em seringa de
0,7 ml.
Produtos Utilizados e Histologia 23

Histologia
Após 10 a 20 dias da aplicação, já temos fibroblastos
ao redor das esferas, com tecido conectivo.
É importante recordarmos as fases da resposta infla-
matória, que são inflamação e reparação, intimamente
associadas, que constituem um processo único. A in-
flamação serve para destruir, diluir ou isolar os agen-
tes lesivos e as células afetadas. O objetivo da fase da
inflamação é curar e reconstruir o tecido lesado. A fase
de reparação começa junto com a inflamação, mas só
acaba após a neutralização da influência lesiva, o que
nos explica por que devemos utilizar o PMMA com as
esferas superiores a 40 microns.
O organismo consegue fagocitar a microesfera me-
nor de 20 microns, eliminando-a. De 20 a 40 microns
elas são “engolidos”, e o macrófago morre, o que pro-
voca um processo inflamatório crônico, já acima de
40 microns, como ele não consegue ser fagocitado, ela
permanece no local. Em alguns meses, observa-se colá-
geno no local do implante.
A nós médicos resta a esperança de que todos os fa-
bricantes do PMMA realmente utilizem esfera acima
de 40 microns, pois não temos como avaliar se o pro-
duto que adquirimos tem ou não esta dimensão.
Paciente com implantes cujas esferas tenham de 20 a
40 microns passam a ter quadros repetitivos de edemas
no local injetado.
Alguns agentes provocam um padrão distinto de rea-
ção inflamatória crônica, conhecida como inflamação
crônica granulomatosa. Os granulomas são coleções de
pequenas células inflamatórias, principalmente cons-
tituídas por macrófagos modificados, geralmente cir-
cunscritas a um halo de linfócitos.
Face
Divisão da Face

III
Um rosto bonito, que tem a forma proporcionalmen-
te normal e que se aproxima do formato ideal, apresenta
harmonia e equilíbrio entre seus elementos constituin-
tes. Um método que foi de grande ajuda a entender a for-
ma, a divisão e a harmonia da face nos foi dado não por
um médico, e sim por um grande estudioso da natureza,
Leonardo da Vinci. Esse artista estudou exaustivamente
as proporções faciais, e nos deixou vários manuscritos
que até hoje utilizamos na estética. Ele utilizou medidas
da face traçadas no comprimento da orelha e nariz.
Também temos a perfilometria, que determina que
para maior harmonia os lábios e o mento devem estar
entre duas linhas verticais paralelas entre si e perpendi-
culares ao plano de Frankfort.
Outros estudos determinam que a face pode ser divi-
dida em três partes:
 1/3 superior. Início na linha do cabelo até a glabela.
 1/3 médio. Início na glabela até o subnasal.
 Glabela

 Nariz

 Zigoma e Arco

 1/3 inferior. Início do subnasal até o mento.


 Arco Mandibular

 Mento
28 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Nessa medida, existe uma proporção entre o terço


médio (43%) e o terço inferior (57%) (Foto 1).

1/3 superior

1/3 médio (43%)

1/3 inferior (57%)

Pontos de referência
Na face, além do nariz, temos três pontos de refe-
rência (Fig. 1):
 processo zigomático
 ângulo mandibular
 proeminência mentoniana

Processo zigomático

Ângulo mandibular

Proeminência mentoniana
Músculos da Face

IV
Músculos da face de interesse da
bioplastia
1 Músculo prócero
2 Músculo nasal
3 Músculo levantador do lábio superior e da asa
do nariz
4 Músculo levantador do lábio superior
5 Músculo orbicular do olho
6 Músculo zigomático menor
7 Músculo zigomático maior
8 Músculo risório
9 Músculo orbicular da boca
10 Músculo depressor do lábio inferior
11 Músculo depressor do ângulo da boca
12 Músculo depressor do septo
13 Músculo levantador do ângulo da boca
14 Músculo bucinador
15 Músculo masseter
16 Músculo mental
17 Músculo transverso do mento
18 Músculo platisma
30 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Fig. 2

•1
5

•2
•3
•6 •4
•7
• 12
• 13• 9
•8 • 14
• 15

18 • 10
• 16 • 11
• 17

Músculo prócero
Tem sua origem no dorso ósseo do nariz. Sua in-
serção é na pele da glabela e age sobre a pele da fron-
te e dos supercílios. É inervado pelo nervo facial.

Músculo nasal
Tem sua origem acima da raiz do dente canino e sua
função é movimentar o nariz, especialmente a asa do
nariz. Sua inserção é na aponeurose sobre a ponta do
nariz. É inervado pelo nervo facial.
Músculos da Face 31

Músculo levantador do lábio


superior e da asa do nariz

Tem sua origem na massa muscular do músculo or-


bicular do olho (maxila, processo frontal). Sua inserção
é na asa do nariz e lábio superior. É um músculo mími-
co. É inervado pelo nervo facial.

Músculo levantador do
lábio superior

Tem sua origem na massa muscular do músculo or-


bicular do olho (margem infra-orbital). Sua inserção é
na asa do nariz e lábio superior. É um músculo mímico.
É inervado pelo nervo facial.

Músculo orbicular do olho

Tem sua origem na maxila, proc. frontal, ângulo


medial do olho, lig. palpebral medial e crista lacrimal
posterior. Sua inserção circunda o ádito da órbita como
um esfíncter. Sua função é fechar as pálpebras. É iner-
vado pelo nervo facial.

Músculo zigomático menor

Tem sua origem adiante do músculo orbicular. Sua


inserção é no ângulo da boca. É um músculo mímico.
É inervado pelo nervo facial.
32 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Músculo zigomático maior


Tem sua origem no osso zigomático, face lateral.
Sua inserção é no ângulo da boca. É um músculo mí-
mico. É inervado pelo nervo facial.

Músculo risório
Tem sua origem na fáscia massetérica. Sua inserção
é no ângulo da boca. É um músculo mímico. É inerva-
do pelo nervo facial.

Músculo orbicular da boca


Tem sua origem em duas partes: parte marginal e
parte labial. Sua inserção é na rima da boca. É um mús-
culo mímico. É inervado pelo nervo facial.

Músculo depressor do lábio inferior


Tem sua origem na base da mandíbula. Sua inserção
é no lábio inferior. É um músculo mímico. É inervado
pelo nervo facial.

Músculo depressor do ângulo da boca


Tem sua origem na base da mandíbula. Sua inserção
é no lábio inferior. É um músculo mímico. É inervado
pelo nervo facial.

Músculo depressor do septo


Tem sua origem acima do dente incisivo medial e
sua função é movimentar o nariz, especialmente a
Músculos da Face 33

asa do nariz. Sua inserção é na parte cartilagínea do


septo do nariz. É inervado pelo nervo facial.

Músculo levantador do ângulo da boca


Tem sua origem na maxila e fossa canina. Sua inser-
ção é no angula da boca e lábio superior. É um múscu-
lo mímico. É inervado pelo nervo facial.

Músculo bucinador
Tem sua origem na mandíbula, maxila e fáscia bu-
cofaríngea. Sua inserção é no angula da boca. É um
músculo mímico. É inervado pelo nervo facial.

Músculo masseter
Tem sua origem no arco zigomático. Sua inserção é
na face lateral do ramo da mandíbula. É um músculo
de mastigação. É inervado pelo nervo mandibular.

Músculo mental
Tem sua origem nas eminências alveolares dos
dentes incisivos laterais inferiores. Sua inserção é no
angula da boca. É um músculo mímico. É inervado
pelo nervo facial.

Músculo transverso do mento


Tem sua origem na parte anterior e lateral da man-
díbula. Sua inserção é no angula da boca. É um múscu-
lo mímico. É inervado pelo nervo facial.
34 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Músculo platisma
Embora situado no pescoço, também faz parte do
grupo de músculos da expressão facial. É uma lâmina
muscular ampla e delgada; situa-se na tela subcutânea
superficialmente aos ramos cutâneos do plexo cervical
e veia jugular externa. Estende-se da parte inferior da
face à parte superior do tórax. As fibras anteriores se
inserem na margem inferior do mento e se interdigi-
tam com as contralaterais logo abaixo do mento. As
fibras posteriores curvam-se para cima sobre a man-
díbula, prendem-se à pele da parte inferior da face e
misturam-se com os músculos dos lábios, ajudando a
formar o risório.
Vasos e Nervos

V
Principais vasos e nervos da região
facial de interesse da bioplastia
Artéria carótida externa e seus ramos (Fig. 3):
1. artéria facial;
2. artéria labial superior;
3. artéria angular;
4. artéria temporal superior.

•3
Veia jugular interna e suas afluentes •4
(Fig. 4): 2•
1. veia facial;
•1
2. veia submental;
3. veia labial inferior;
4. veia labial superior;
5. veia angular;
•7
6. veia nasofrontal;
•6
7. veia supratroclear;
•5
8. veia maxilar;
•4
9. veia retromandibular. •8
•3 •1 •9
•2
36 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

1. Nervo trigêmeo (Fig. 5)

•1
Técnicas de Implantes,
Anestesia e Material
Injetado
VI
Técnica de implantes
Sempre fazemos as marcações com o paciente senta-
do ou em pé. Assim evitamos eliminar o efeito do ortos-
tatismo. Lembramos que quando estamos em decúbito
dorsal, as rugas ficam atenuadas.

Assepsia e anti-sepsia
Após a marcação, fazemos a assepsia da região a ser
tratada, que pode ser com anti-séptico como o hama-
mélis, polvidine tópico ou álcool 70%.
Mesmo sendo um ato simples, sem cortes, devemos
lembrar que a assepsia é fundamental para evitarmos
uma infecção.
Podemos trabalhar com luva de procedimento, mas
devemos ter o cuidado de não encostarmos a luva na
agulha e na microcânula.

Anestesia
Na bioplastia sempre a anestesia é local. Dependen-
do do local, podemos fazer somente botão anestésico ou
bloqueio troncular.
38 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Sempre que possível a infiltração do anestésico


após o botão deverá ser com microcânula para evitar
perfurar vasos e mascarar o local do preenchimento,
e a fim de evitamos perfurar estruturas importantes
da região.
Na região da face temos como recurso os bloqueios
nervosos, que são os nervos supra-orbital, o infra-or-
bital e o mentual, os quais, dependendo da região que
vamos implantar o PMMA, nos darão grande ajuda,
pois seu bloqueio fará com que a paciente não sinta o
desconforto da penetração da substância (Foto 2).

Falaremos dela em detalhe em cada região que tra-


tarmos.

Material injetado
PMMA com microesfera suspensa em celulose, co-
lóide ou metilcelulose.
Plano de Aplicação
e Indicações
VII
Plano de aplicação
Utilizamos sempre o PMMA de 30% quando a região
onde vamos fazer o preenchimento for intramuscular
ou justo-periósteo, ou seja, em região onde por baixo há
estrutura óssea. Usamos o PMMA de 10% intramuscu-
lar nas regiões onde o local não tem apoio ósseo.
Devemos sempre na bioplastia trabalhar com a mi-
crocânula de ponta romba, isto é, para evitarmos os
rompimentos vasculares e suas conseqüências.
Na região do glúteo utilizamos o PMMA entre 30%
e 45%.

Indicações
A bioplastia é bem indicada para o preenchimento e
correção de:
 Nariz: dorso, ponta e columela
 Malar
 Maxilar: sorriso gengival
 Mandíbula
 Mento
 Glúteo
 Panturrilha
Nariz
Nariz

VIII
Ao observarmos a face, percebemos que o nariz é o
que mais se projeta. Devido a esse fato, qualquer defeito,
por mínimo que possa ser, é o mais notado. A beleza é
uma idéia subjetiva de harmonia, difícil de ser quantifi-
cada, que está fixada dentro da mente de cada um, base-
ada na influência dos padrões da nossa época.
Não existe uma regra fixa para definir um nariz per-
feito e bonito. O conceito de beleza do nariz, assim como
para qualquer região do corpo, é muito dinâmico, male-
ável e subjetivo.
Como dizia o professor Dr. Paulo de C. Correia, o nariz
pode ser considerado esteticamente aceitável quando está
em harmonia com as demais estruturas anatômicas da face
e de todo o corpo, formando assim um conjunto equilibra-
do em sua forma e dimensão, que agrada ao visual.
Do ponto de vista da bioplastia, podemos dividir as
alterações em três partes.
1. dorso nasal;
2. ponta nasal;
3. columela.
A bioplastia deve seguir certos princípios preestabe-
lecidos de beleza.
Ao procurar o médico, o que o paciente realmente de-
seja é ter o nariz remodelado de acordo com o seu conceito
44 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

subjetivo de beleza. Cabe ao médico orientá-lo, analisando


com ele quais as imperfeições estéticas que o nariz apre-
senta, levando-se em consideração o desejo do paciente e
os padrões tradicionais de beleza que estabelecem classi-
camente as medidas e a forma de um nariz bonito.

Musculaturas onde iremos


implantar o PMMA no nariz
 Músculo prócero
 Músculo nasal
 Músculo levantador do angula da boca: neste caso,
só quando tratamos a columela

Principais ângulos e
medidas do nariz
A geometria artística do nariz nos apresenta dimen-
sões e ângulos ideais que devem ser inseridos no plane-
jamento de um procedimento de bioplastia nasal.
Existem alguns ângulos e medidas que nos auxiliam
na avaliação da harmonia do nariz:
 ângulo frontonasal;
 ângulo columelolabial;
 ângulo de Mang;
 ângulo bialar.

Ângulo frontonasal
Também conhecido como ângulo nasofacial ou ân-
gulo glabelar. É o ângulo que avalia a projeção do nariz
em relação à face.
Nariz 45

O ângulo frontonasal é um ângulo aberto inferior-


mente, sendo delimitado por duas linhas retas:
 uma linha frontomental, que desce da fronte ao
mento;
 uma linha paralela ao dorso do nariz.
O ângulo frontonasal artisticamente natural tem
uma variante entre 30º e 38º. Ele também é chamado
de ângulo de perfil estético, muito importante na ava-
liação, porque demonstra a posição da raiz do nariz
quando visto de perfil (Foto 3).

35º

Ângulo columelolabial
Também conhecido como ângulo nasolabial. For-
mado pela columela, superiormente, e pelo filtro e tra-
ves labiais, inferiormente.
Este ângulo é dado pela interseção de duas linhas:
 uma linha paralela à columela nasal;
46 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

 outra linha frontolabial, que desce da fronte ao lábio


superior.
Em média nas mulheres o ângulo fica entre 100º e
115º; no homem, entre 90º e 100º.
A abertura correta desse ângulo é importante para
a obtenção de um nariz que se projete como elemento
estético fundamental na face.
Esse ângulo, quando muito fechado, determina um
perfil muito tímido e inestético; mas, quando aber-
to em excesso, projeta um perfil arrogante e também
inestético. Talvez por essa razão, nas mulheres, deve ser
ligeiramente maior (100º até 115º) para determinar o
que na linguagem popular passou a ser chamado de
“nariz arrebitado” ou de “ares arrogantes” (Foto 4).

90º
115º

Ângulo de Mang
Esse ângulo é dado pela interseção de duas linhas:
 uma linha formada pela projeção da raiz nasal até a
ponta do nariz;
Nariz 47

 outra linha do queixo até a ponta do nariz.


Em média, o ângulo fica entre 110º e 120º (Foto 5).

110º
120º

 O nariz não deve ficar nem muito grande, nem


muito pequeno. As proporções faciais são um im-
portante fator a ser considerado durante o planeja-
mento da bioplastia.
 Sempre devemos fazer uma boa anamnese antes do
procedimento. Isso nos orientará no caso de compli-
cações já existentes no nariz, evitando, no futuro, que
o paciente relate que ficou com dificuldade de respi-
rar embora antes já apresentasse desvio de septo.

Ângulo bialar
Esse ângulo é dado pela interseção de duas linhas tan-
gentes às asas do nariz. Ele serve para avaliar a relação
entre o ápice do triângulo formado pela ponta do nariz
e a largura da base de implantação das asas nasais.
48 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

O ângulo varia de acordo com os fatores raciais:


 raça branca (leptorrinos) – vai até 70º;
 raça amarela (mesorrinos) – varia de 70º a 85º;
 raça negra (platirrinos) – acima de 85º.
Ele reflete a relação de aberturas das asas nasais e a
projeção da ponta nasal. Quanto menor for o ângulo,
maior será a projeção da ponta nasal (Foto 6).

70º

Anatomia do nariz
Para compreendermos melhor a região onde iremos
implantar o PMMA, vamos recapitular a anatomia do
nariz.
A anatomia superficial do nariz externo apresenta,
de acordo com a Foto 7:
1. ponta nasal;
2. raiz nasal;
3. dorso nasal;
4. asa nasal;
5. columela.
Nariz 49

Foto 7 3
1

4
5

O nariz tem, em sua parte externa, o formato pare-


cido com o de uma pirâmide triangular, em cuja base
se encontram as narinas.
A pele do nariz é espessa na ponta nasal e vai fican-
do mais fina ao se aproximar da raiz. O dorso nasal é a
projeção do esqueleto osteocartilaginoso.
O tecido fibroareolar está situado entre a pele do
nariz e o esqueleto osteocartilaginoso. Sua espessu-
ra é fina nos indivíduos caucasianos e espessa nos
não caucasianos e nos indivíduos de narizes de tipo
bulboso.
O dorso nasal é sustentado, em seu terço superior,
pelos ossos nasais; nos dois terços inferiores, pela bor-
da anterior da cartilagem do septo, pelas duas cartila-
gens laterais e pela cartilagem alar.
A columela é a parte móvel do septo. Ela é formada
pelos ramos mediais das cartilagens alares revestidas
pela pele e separadas entre si por tecido conjuntivo. A
columela está intimamente ligada à borda inferior da
cartilagem do septo nasal.
O tipo de columela é determinado pela posição da
borda inferior do septo. Ela pode ser larga, curta ou
50 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

muito longa. De acordo com seu formato, ela pode in-


terferir na corrente de ar, causando a sensação de difi-
culdade respiratória.
Os músculos do nariz, ou os que interferem com
eles, são:
 músculo elevador do lábio superior e da asa do na-
riz. Tem a função de encurtar o nariz e dilatar as
narinas;
 músculo prócero ou piramidal e músculo corru-
gador dos supercílios. Localizado na raiz do nariz
(Fig. 6);
 músculo nasal. Ele comprime e contrai o nariz na
sua porção transversa, e a porção alar diminui o na-
riz e dilata as narinas (Fig. 6);
 músculos zigomáticos maior e menor. Exercem
efeito de tração no músculo orbicular da boca,
atuando, ainda, nos músculos da região inferior do
nariz;
 músculo depressor do septo nasal. Age como ten-
sor do septo membranoso e da columela. É nele
que fazemos a ressecção em parte para elevar a
ponta nasal.
A inervação motora da musculatura perinasal é
feita pelo nervo facial, por meio dos ramos zigomá-
ticos e, principalmente, bucal. O conhecimento da
inervação é importante a fim de ser fazer o bloqueio
anestésico.

1. Bioplastia do dorso nasal


Indicado em situações em que o dorso está rebai-
xado, em relação à altura da ponta, ou quando exista
afundamento de parede lateral nasal, sem alteração de
função. Os mais comuns são giba e em sela.
Nariz 51

Anestesia
Para a correção do dorso, somente botão anestésico
na via de acesso.
Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassam 1,0 ml do PMMA a 30%.

Musculaturas onde iremos implantar


o PMMA no dorso e ponta nasal
1. Músculo prócero
2. Músculo nasal

•1
Fig. 6
•2

Técnica
Introdução das microcânulas, internamente à nari-
na, deslizando pelo trajeto de implantação e em pro-
fundidade justo-periostal ou intramuscular.

2. Bioplastia da ponta nasal


Indicada em situações em que a ponta apresenta as
seguintes alterações:
 ponta afinada;
 bífida;
 caída;
 ponta indefinida.
52 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Anestesia
Para a ponta nasal, em qualquer uma das quatros
alterações, somente botão anestésico na via de acesso.

Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 0,5 ml do PMMA a 30%.

Técnica
 Ponta afinada: o volume produz o seu engrossamen-
to.
 Ponta bífida: é provocada pelo afastamento acen-
tuado entre as cartilagens alares. O implante deve
ser injetado na porção central do dômus nasal.
 Ponta caída: a ptose pode ser corrigida pela ele-
vação desta com a injeção do implante no septo
membranoso e no columelar das cartilagens alares.
Ela pode causar obstruções nasais, dificultando a
passagem do ar.

3. Bioplastia da columela

Ângulo columelolabial
Formado pela columela, superiormente, e pelo filtro
e traves labiais, inferiormente.
Em média nas mulheres o ângulo fica entre 100º e
115º; no homem, entre 90º e 100º.
Temos que tomar cuidado, pois a infiltração nessa
região levanta a ponta nasal, podendo dar um aspecto
bonito mas, se for demais, aspecto de “nariz de porco”.
Nariz 53

Anestesia
Para a columela, somente botão anestésico na via de
acesso.

Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 0,5 ml do PMMA a 30%.

Musculatura onde iremos implantar


o PMMA na columela
1. Músculo depressor do septo

Fig. 7

•1

Técnica
Infiltração profunda (intramuscular) no vértice do
ângulo, logo acima da espinha maxilar.

Seqüência da bioplastia de nariz


1. Após botão anestésico, com agulha 40/12 (agulha rosa)
fazemos a porta de entrada (Foto 8).
54 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

2. Começamos sempre com a infiltração profunda do


PMMA (intramuscular) no vértice do ângulo, logo
acima da espinha maxilar, fazendo uma retroinjeção
comprimindo a columela, indo até perto da porta
de entrada, normalmente 0,3 a 0,5 ml (Foto 9).

3. Após passarmos para o dorso, com implantação jus-


to-periostal (acima do septo), terminamos na ponta
nasal, normalmente 0,5 a 1,0 ml (Foto 10).

A bioplastia de nariz é a única que necessita de


curativo para manter no local o PMMA injetado. O
curativo é feito com micropore e mantido por 5 a 7
dias. (Fotos 11 e 12).
Nariz 55

Foto 11 Foto 12

Antes Depois
Foto 13 Foto 14
56 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Antes Depois
Foto 15 Foto 16

Antes
Foto 17

Depois
Foto 18
Criação do Dorso do
Nariz não Caucasiano
IX
Hoje em dia, cada vez mais indivíduos de origem
oriental, negros ou mestiços nos procuram para corrigir
esteticamente a falta do dorso nasal.
O dorso do nariz não caucasiano é baixo e achatado,
porque a abertura piriforme é muito ampla e os ossos na-
sais são pouco desenvolvidos (Foto 19).

Musculaturas onde iremos implantar


o PMMA no dorso oriental
1. Músculo prócero
2. Músculo nasal
58 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

•1
Fig. 8

•2

Os ossos nasais nos não-caucasianos são muito cur-


tos e não recebem suporte adequado dos processos
frontais da maxila, dando um aspecto muito achatado
ao dorso nasal.
Na cirurgia plástica, fazemos uma osteotomia late-
ral bem baixa com a finalidade de estreitar e levantar a
pirâmide óssea, ou podemos fazer um enxerto ósseo ou
cartilaginoso. Com o advento da bioplastia, ficou fácil
hoje em dia fazer essa correção.
Como normalmente os não-caucasianos não têm
em sua maioria o dorso, o PMMA será implantado por
toda a musculatura nasal e até a metade da musculatu-
ra do prócero. Um ato fácil, rápido e sem risco, feito no
consultório.

Anestesia
Somente botão anestésico na via de acesso.

Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 2,0 a 3,0 ml do PMMA
a 30%.
Criação do Dorso do Nariz não Caucasiano 59

Técnica
Introdução de microcânulas, internamente à narina,
deslizando pelo trajeto de implantação e em profundi-
dade justo-periostal ou intramuscular.

Curativo
Como relatamos no capítulo da correção nasal,
também na correção do nariz não caucasiano devemos
fazer um curativo, imobilizando o local. Com isso, fa-
zemos uma redução do edema e mantemos a modela-
gem. Aplicamos o micropore por 5 a 7 dias.

Antes Depois
Foto 20 Foto 21
Maxilar e Mandíbula
Maxilar
(sorriso gengival)
X
Maxilar
Nessa região, o tratamento que podemos fazer na
bioplastia é a correção do encurtamento do lábio su-
perior, causando o que chamamos de sorriso gengival.
(Foto 22).

Correção do sorriso gengival


Pacientes em que se faz a correção do sorriso gengival
normalmente têm face longa e mordida aberta anterior,
64 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

não conseguindo esconder os dentes superiores com os


lábios em repouso. Ao sorrir, mostram toda a arcada
superior. Em geral fazíamos uma osteotomia do maxi-
lar com encurtamento deste.
Menos traumática é a utilização da toxina botulíni-
ca no músculo levantador do lábio superior e da asa do
nariz, que causa semiparalisia do lábio superior, mais
de duração pequena, onde, após dois ou três meses, os
músculos voltam a ter seus movimentos.
Atualmente com o recurso da bioplastia, rapidamen-
te resolvemos essa anomalia. Devemos sempre orientar
o paciente a fazer também a correção dentária.

Musculaturas onde iremos


implantar o PMMA no lábio
1. Músculo depressor do septo
2. Músculo levantador do ângulo da boca
3. Músculo orbicular da boca — parte marginal

Fig. 9

•1
•2 •3

Anestesia
Somente botão anestésico na via de acesso ou anes-
tesia troncular.
Maxilar (sorriso gengival) 65

Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 2,0 ml a 3,0 ml do
PMMA a 30%.

Técnica
Em cada hemilábio, pode ser injetado até 1,5 ml do
PMMA a 30% no músculo levantador do ângulo da
boca, no músculo orbicular da boca e no músculo de-
pressor do septo. Em seguida devemos massagear bem
a região, como estivéssemos modelando “massinha”,
para evitar a formação de granulomas na região.

Antes Depois
Foto 23 Foto 24
66 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Antes Depois
Foto 25 Foto 26
Zigoma e
Arco Zigomático
XI
O tratamento da região zigomática com a bioplastia
é procurar realçar a “maçã do rosto”. Com isso, provoca-
mos o rejuvenescimento, ou seja, diminuímos a depres-
são aparente do sulco nasogeniano (SNG) e das rugas
finas da pálpebra inferior.

Região zigomática
É uma área saliente da face logo abaixo do canto ex-
terno dos olhos. A redução natural da projeção anterior
da região malar pelo descenso dos tecidos moles dessa
região, com o passar dos anos, é um importante fator de
envelhecimento facial.
Na cirurgia plástica, temos algumas técnicas de os-
teotomia para podermos avançar a região malar, mas a
bioplastia é um processo mais simples, sem trauma para
aumento de projeção dessa área.
É um ponto de projeção do osso zigomático, de for-
mato levemente triangular, com seu vértice voltado para
baixo (Fig. 10).
68 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Marcação
Passamos:
 uma linha abaixo da pálpebra-limite do sombreado;
 uma linha que passa pelo canto superior da orelha e
pela projeção da linha do sombreado da pálpebra;
 uma linha que passa pelo canto superior da orelha e
pela projeção anterior da asa do nariz;
 uma linha que passa pelo canto superior da orelha e
pela projeção anterior do lábio superior;
 uma linha vertical que passa no canto externo do
olho;
 uma linha demarcada pela compressão do nosso
dedo indicador, tracionando a “maçã do rosto”;
 botão anestésico e porta de entrada da cânula;
 local do preenchimento, em média de 1,5 ml.

Para entendermos melhor a marcação acima, segue


roteiro de fotos passo a passo:
1. Linha abaixo da pálpebra – limite do sombreado
(Foto 27).
Zigoma e Arco Zigomático 69

2. Linha que passa pelo canto superior da orelha e


pela projeção da linha do sombreado da pálpebra
(Foto 28).

3. Linha que passa pelo canto superior da orelha e pela


projeção anterior da asa do nariz (Foto 29).
70 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

4 Linha que passa pelo canto superior da orelha e pela


projeção anterior do lábio superior (Foto 30).

5. Linha vertical que passa no canto externo do olho


(Foto 31).
Zigoma e Arco Zigomático 71

6. Linha demarcada pela compressão do dedo indica-


dor, tracionando a “maçã do rosto” (Foto 32).

7. Botão anestésico e porta de entrada da cânula


8. Local do preenchimento, em média de 1,5 ml
(Foto 33).
72 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.
Lembramos que nosso objetivo é diminuir ao máximo
as dores em nossos pacientes. Aconselho fazer o blo-
queio troncular no nervo infra-orbital.

Quantidade injetada
Geralmente não ultrapassa 1,5 ml em cada lado do
PMMA a 30%.

Musculaturas onde iremos


implantar o PMMA no
arco zigomático
1. Músculo orbicular do olho – parte inferior
2. Músculo zigomático menor
3. Músculo zigomático maior

•1
Fig. 11
•2
•3

Técnica
Introdução de microcânulas, internamente, em di-
reção ao músculo zigomático menor, músculo zigo-
Zigoma e Arco Zigomático 73

mático maior e músculo orbicular do olho, deslizando


pelo trajeto de implantação e em profundidade intra-
muscular.

Marcação do arco zigomático


Seguem agora as marcações do arco zigomático
(fotos 34 a 36).

Foto 34

Foto 35

Foto 36
74 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Anestesia
Após a marcação, fazemos a anestesia troncular para
conforto de nossos pacientes. Alguns médicos só fazem
o botão anestésico; outros, além do botão, com uma
microcânula, fazem infiltração na região do preenchi-
mento (Foto 37).

Após o bloqueio, fazemos o botão anestésico onde


planejamos introduzir a microcânula (Foto 38).
Zigoma e Arco Zigomático 75

Depois do botão anestésico, com uma agulha 40/12,


fazemos a abertura para a introdução da microcânula
(Foto 39).

Em seguida, introduzimos o PMMA, que nessa região


é 30%. O preenchimento é por retroinjeção (Foto 40).
76 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

O próximo passo é o mais importante na bioplastia:


modelar a região preenchida. Não deixe de massagear
bem a região após fazer o preenchimento para evitar
deformidade e criação de granuloma (Foto 41).

Antes Logo após


Foto 42 Foto 43
Zigoma e Arco Zigomático 77

Antes Logo após


Foto 44 Foto 45

Antes Depois
Foto 46 Foto 47
78 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Antes Depois
Foto 48 Foto 49
Mandíbula

XII
O arco mandibular tem de estar em harmonia com a
face e o pescoço, tendo uma certa projeção para diferen-
ciar o limite do terço inferior da face e início do pescoço.
A disposição e angulação dos seus ramos contribuem de
forma importante na determinação das características e
formato do rosto:
 oval;
 redondo;
 retangular;
 quadrado.
Esse procedimento é indicado em casos que necessi-
tem da abertura do ângulo mandibular. Nós o dividire-
mos em dois ramos (Fig.12):

ascendente

descendente
80 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.

Quantidade injetada
Em cada hemilado, geralmente 1,5 ml do PMMA a
30%, ou o que for necessário para preencher.

Musculaturas onde iremos implantar


o PMMA no arco zigomático
1. Músculo masseter
2. Platisma

Fig. 13

•1
•2

Técnica
Marcação do contorno mandibular desejado, sendo
que a porção de maior projeção lateral do arco situa-se
em cima do ângulo mandibular (fig. 14 e fotos 50 e 51).
Mandíbula 81

Fig. 14

Local de
preenchimento

• • Ângulo
mandibular

Botão anestésico

Foto 50 Foto 51
82 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Foto 52 Foto 53

Foto 54 Foto 55
Mento
Mento

XIII
Junto com o nariz, o mento ocupa uma posição pro-
eminente na face, e sempre que planejamos uma altera-
ção do perfil facial é importante avaliá-lo.
A aparência do mento precisa ser relacionada com o
nariz e a boca. O conceito subjetivo de beleza do médico
é o primeiro passo na análise clínica do paciente. O seu
senso de estética lhe indicará que tipo de desequilíbrio
o paciente examinado apresenta em suas proporções
faciais. Geralmente no exame físico os pacientes apre-
sentam alterações na oclusão dentária. A bioplastia está
indicada desde que não haja alterações da mordida ou
fechamento da boca.
As alterações que comprometem o mento podem ser
o pró-mentonismo, o retromentonismo e o hipermen-
tonismo. O procedimento utilizado na sua correção an-
tes da bioplastia era sempre osteotomia horizontal ou
oblíqua com alguma mobilização. O ato cirúrgico mais
freqüentemente utilizado era a intra-oral, no sulco gen-
giva labial inferior. Era fixado por meio de osteossínteses
com parafusos ou miniplacas.
A bioplastia em situação de retrusão mentoniana está
bem indicada hoje em dia, evitando todo o ato cirúrgico
e o pós-operatório, difíceis e dolorosos.
O mento deve ser tratado como uma estrutura par
(Fig. 15).
86 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Fig. 15

Técnica
Dividiremos o mento em lado direito e esquerdo.
Pinça-se suavemente um dos lados com o indicador
e polegar, bem à frente da protuberância mentoniana
(Foto 56).
Mento 87

Musculaturas onde iremos


implantar o PMMA no mento
1. Músculo depressor do lábio inferior
2. Músculo depressor do ângulo da boca
3. Músculo mento
4. Músculo transverso do mento

Fig. 16 •2
•1
•3 •4

Anestesia
Botão anestésico e, se precisar, bloqueio troncular
do nervo mentual (Foto 57).
88 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Porta de entrada
Em cada hemilado, com a agulha 40 x 12 (agulha
rosa), fazemos uma porta de entrada onde introduzire-
mos a microcânula (Foto 58).

Quantidade injetada
Em cada hemilado, implantamos geralmente 1,0 ml
do PMMA a 30% ou o que for necessário para corrigir
o ângulo mentolabial.
Normalmente introduzimos a microcânula justo-
periostal ou intramuscular até o lado oposto, passan-
do um pouco do centro, e fazemos o mesmo do lado
oposto, para que, no término do implante, o centro
fique mais elevado, dando o formato de um mento
normal.
Alguns pacientes nos pedem para deixarmos uma
“covinha” no centro. Para fazermos a “covinha”, bas-
ta manter a ponta do dedo indicador comprimindo a
parte inferior do centro do mento. Ao injetar do lado
oposto, fazer o mesmo (Foto 59).
Mento 89

Foto 59

Foto 60 Foto 61
90 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Foto 62

Foto 63

Foto 64

Foto 65
Mento 91

Foto 66 Foto 67
Hipermetonismo
Tratamento do
Hipermetonismo
XIV
No caso do queixo projetado – hipermetonismo –,
não havendo alterações da mordida, e se houver a mes-
ma projeção do ângulo nasolabial, podemos, em vez de
fazer uma osteotomia, fazer a projeção do músculo de-
pressor do lábio inferior para que, harmonicamente, o
mento fique alinhado.

No caso da Foto 68, o paciente não apresentava al-


terações da mordida e a projeção do mento na sua
extremidade estava na mesma altura do ângulo colu-
mela-frontal, então resolvemos implantar o PMMA no
músculo depressor do ângulo da boca, fazendo a sua
projeção e, harmonicamente, em vez de retroceder o
mento, elevando sua parte superior.
96 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.

Quantidade injetada

Em cada hemilado, geralmente 1,5 ml do PMMA a


30%, ou o que for necessário para preencher.

Musculatura onde iremos


implantar o PMMA
acima do mento
1. Músculo depressor do lábio inferior

Fig. 17

•1

Técnica
Marcação acima do mento e abaixo do lábio inferior
seguindo a projeção do mento (fotos 69 e 70).
Tratamento do Hipermetonismo 97

Antes
Foto 69

Logo depois
Foto 70
Glúteos
Glúteos

XV
A bioplastia do glúteo consiste em preencher e dar
volume ao músculo glúteo maior ou máximo.
Na prática, a cirurgia plástica do glúteo, com a colo-
cação de prótese, fica financeiramente mais interessante
para o paciente. O problema na cirurgia é a linha de in-
cisão e a cicatriz visível, que é bastante inestética, além
da anestesia, que pode ser peridural ou raquidural, e do
pós-operatório.
Com a bioplastia, no entanto, embora a quantidade
a ser injetada normalmente custe mais que a prótese,
não há cicatriz, internação, o procedimento é feito no
consultório, a anestesia é local e o paciente pode na
hora decidir se quer colocar mais do que foi combina-
do (o paciente pode ficar em pé após o implante e, se
olhando no espelho, observar a projeção do volume já
injetado).

Marcação
 Colocar paciente sentado.
 Marcar uma linha horizontal no limite do apoio da
nádega.
 Marcar uma linha horizontal no plano sacrococcígeo.
102 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

 Marcar o ponto médio da fissura interglútea a mais


ou menos 5,0 cm para a lateral.
 Aplicar o transferidor desenhando o círculo.
 Dividir o círculo em quatro quadrantes com duas
linhas, uma horizontal e outra vertical (Foto 71).

Técnica
É feito o preenchimento direto no músculo glúteo
maior ou máximo, começando centralmente, indo até
a estrutura óssea onde injetamos e fazemos a retro-in-
jeção (sempre dentro da musculatura, preenchendo os
quatro quadrantes).
Glúteos 103

Passo a passo da Bioplastia do Glúteo:


1. Fazemos um botão anestésico com uma agulha
30g1/2, que contém xilocaína 2% com epinefrina,
no centro do quadrante (Foto 72).

2. Após o botão anestésico, com uma agulha 40/12 fa-


zemos a porta de entrada (Foto 73).
104 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

3. Em seguida fazemos a infiltração com a solução anes-


tésica, em média de 30 ml de cada lado (Foto 74).
Soro fisiológico 0,9% .....................80 ml
Xilocaína 2% sem epinefrina .........10 ml
Epinefrina ...................................... 0,5 ml
Bicarbonato de sódio a 8,4% ........ 1,0 ml

4. Depois da infiltração, começamos o implante do


PMMA, que pode ser de 30% ou 45%. Normalmen-
te injetamos de 10 ml a 20 ml no músculo glúteo
maior, no centro do quadrante, para já dar uma for-
ma redonda, e com o restante vamos fazendo um le-
que por toda a volta do quadrante, sempre no plano
intramuscular (Foto 75).
Glúteos 105

5. Após o implante, antes de passarmos para outro


lado, fazemos a modelagem (Foto 76).

6. No final, fazemos a limpeza da região, colocamos um


rodela de micropore só na porta de entrada, e a pacien-
te está liberada sem recomendações (Foto 77).
106 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Quantidade injetada
Em cada quadrante, geralmente 60 ml a 120 ml do
PMMA entre 30% e 40%, ou o que for necessário para
preenchê-lo.

Antes
Foto 78

Depois
Foto 79

Depois com o
Antes pequeno curativo
Foto 80 Foto 81
Glúteos 107

Foto 82 Foto 83
Antes Depois com o
pequeno curativo
Depressão de
Glúteo ou Coxa
XVI
Nem sempre utilizamos as marcações padrões; em al-
guns casos os pacientes nos procuram para “aumentar o
glúteo”, mas necessitam corrigir depressões.

Depois com o
Antes pequeno curativo
Foto 84 Foto 85

Paciente não queria fazer uma lipoaspiração, pois rela-


tava que gostava da largura do seu culote. Ela só queria pre-
encher a depressão lateral externa da coxa (Foto 86).
110 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Antes Depois
Foto 86 Foto 87
Membros Inferiores
Panturrilhas

XVII
A bioplastia da panturrilha consiste em preencher
e dar volume no terço médio posterior da perna, for-
mando a “batatinha da perna”, que muitos pacientes
não têm.

Músculos e fáscia da perna posterior


Injetamos o PMMA (intramuscular) no músculo gas-
trocnêmico, até que se atinja o volume desejado (Fig. 18).
1. Músculo gastrocnêmico
2. Tendão calcâneo

•1

•2
114 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Técnica
Passamos uma linha vertical por toda a perna poste-
rior e outra horizontal no terço médio, e fazemos qua-
tro quadrantes (Foto 88).

Anestesia
Botão anestésico no centro do quadrante e infiltra-
ção nos quatro quadrantes; média de 20 ml.

Quantidade injetada
Nos quatro quadrantes, geralmente 15 ml a 20ml
do PMMA a 30%, ou o que for necessário para pre-
enchê-lo.
Lábios
Preenchimento de
Lábios e SNG
XVIII
Preenchimentos
O termo bioplastia, lançado pelo Dr. Almir Nácul,
compreende as regiões citadas anteriormente, em proce-
dimento no qual pretendemos realçar determinada área
da face, do glúteo e da panturrilha. Porém, não podería-
mos deixar de falar do “tradicional” preenchimento que
anda sozinho ou em conjunto com a bioplastia, princi-
palmente o preenchimento do SNG (sulco nasogeniano)
e contorno dos lábios, realçando o arco de cupido.
Neste capítulo vamos falar somente sobre o implante
do PMMA, sendo que a técnica é semelhante se utilizar-
mos o ac. hialurônico.

Histórico
Desde 1945 utilizamos o metacrilato na neuroci-
rurgia, odontologia, cirurgia torácica e ortopedia. O
seu uso em Medicina Estética começou em meados de
1989. No início, o seu veículo era a solução de colágeno
bovino, o que nos obrigava a fazer dois testes alérgi-
cos prévios com intervalos de duas semanas entre eles.
Atualmente só o Artecoll aqui no Brasil é com colágeno
bovinos.
118 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

O PMMA é indicado para correção do sulco na-


solabial, rugas frontais, rugas da glabela; aumento
dos lábios e definição de seus contornos; e aumento
das partes moles. Assim como na bioplastia, deve-
mos tomar cuidado para não ocorrer formação de
granulomas.
O PMMA deve ser aplicado na derme profunda,
intramuscular ou justo-periosteal. A aplicação na
derme profunda sempre é feita com agulha, poden-
do ser 25/7 e de concentração baixa. A intramuscular
ou justo-periosteal sempre devemos trabalhar com
microcânulas. Nunca fazer hipercorreção, pois os re-
sultados são permanentes. Recomendamos fazer se-
gundo ou até terceiro ato com intervalos de 30 a 35
dias entre cada um deles.
Logo após a aplicação, é comum aparecer edema,
eritema e discreta dor no local. Isso pode durar até
dois dias.

Contorno dos lábios


O objetivo neste caso, além de realçar o lábio, serve
para diminuir ou eliminar as rugas transversais (códi-
go de barra) que se formam no vermelhão dos lábios e
na região peribocal.
O PMMA utilizado pode ser de 2% ou 10%, lem-
brando que o risco de granuloma existe se o médico
não massagear bem o local do implante, e não em rela-
ção à concentração utilizada.

Anestesia
Bloqueio troncular e botão anestésico.
Preenchimento de Lábios e SNG 119

Quantidade injetada
No lábio superior, geralmente 0,6 ml, e, no inferior,
de 0,4 ml a 0,6 ml do PMMA a 2% ou 10%, ou o que
for necessário para preenchê-los. Depois devemos mas-
sagear bem a região, como se estivéssemos modelando
“massinha”. Isso é para evitar a formação de granulo-
mas na região.

Técnica
 Após o bloqueio e o botão anestésico, com uma agu-
lha 40/12 fazemos a porta de entrada (Foto 89).

 Introduzimos a microcânula no limite entre a pele e


o vermelhão (Foto 90).
120 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

 A microcânula vai até o limite do arco do cupido


(Foto 91).

 Fazemos a retroinjeção e, com a outra mão, limita-


mos a região em que queremos que o implante per-
maneça (Foto 92).

 O mesmo é feito no lábio esquerdo (Foto 93).


Preenchimento de Lábios e SNG 121

 O mesmo procedimento é feito do lado oposto no


lábio superior (Foto 94).

 E também no lábio inferior (Foto 95).

 Não podemos deixar de preencher o filtro e as traves


labiais, também conhecidas como “arco do cupido”
(Foto 96).
122 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Preenchimento do SNG
No preenchimento do SNG geralmente utilizamos
o PMMA 10% na derme profunda e, se a depressão for
grande e o paciente não quiser fazer o descolamento
com o fio de aço ou descolador, podemos implantar o
PMMA de 30% intramuscular, lembrando que deve-
mos massagear bem o local para evitar o granuloma.

Anestesia
Bloqueio troncular ou somente botão anestésico.

Quantidade injetada
Geralmente 1,0 ml a 1,5 ml de cada lado.

Técnica
 Após o bloqueio ou botão anestésico, com uma agu-
lha 40/12 fazemos a porta de entrada, e com uma
microcânula implantamos o PMMA em retroinje-
ção (Foto 97).
Preenchimento de Lábios e SNG 123

 Este é o procedimento mais importante do preen-


chimento com o PMMA. Sempre massagear bem a
região (Foto 98).

 O mesmo procedimento é feito do lado oposto


(Foto 99).

Antes
Foto 100

Depois
Foto 101
124 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

Foto 102 Foto 103


Antes Depois

Observar que as rugas transversais (Foto 105) no


lábio superior, sete dias depois (Foto 106) do preen-
chimento com o PMMA 10% do contorno dos lábios,
desapareceram.

Foto 104 Foto 105


Antes Depois
Referências
Bibliográficas

Devido ao tema ser relativamente novo, há poucos


livros publicados. Portanto, retiramos alguns tópicos ou
referências de livros em parte ou só frases. Seguem refe-
rências consultadas.

1. ARENA, R. S. e GARCEZ, C. E. Temas de Medicina


Estética (roteiros). 4. Porto Alegre: Editora Médica
Missau, 2004.
2. BARONDI, R. Rinoplastias estéticas. Cirurgia Plásti-
ca. vol. 2. Sucena, R. C., 1982.
3. BARTLETT, S.P. et al. Age related changes of the cra-
niofacial skeleton: and histologic analysis. Plastic and
Reconst. Surgery, 1992, 90(4):592-600.
4. BROWN, J. B. e McDowell, F. Plastic surgery of the
nose. St. Louis: Mosby, 1951.
5. CONVERSE, J. M. Reconstrutive plastic surgery. 2th ed.
vol. 3. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1997.
6. CORREIA, P. C.; ZANI, R.; NOSCHESE, R. Prope-
dêutica estética nasal, 1992.
7. FARKAS, L. e KOLAR, J. Antrhopometrics and in the
Aesthetics of women’s faces. Clinics in Plastic Surgery,
1987, 14:599.
8. GILES, H.; HARRISON, S. H. Operative correction
by osteotomy of recessed malar maxillary compound
126 Bioplastia e Preenchimento – Arthur dos Santos Pimentel

in a case of oxycephaly. Brit. J. Plast. Surg., 1950,


2:123.
9. HOFFMAN, A. S. Synthetic polymeric biomaterials
materials and artificial organs. American Chemical
Society, 1984, p. 13.
10.OTT, H. Die Biocompatibilitat von Mikroskopis-
chen PMMA – Kugelchen in der Rattenhautl Thesis.
Johann Wolfgang Goethe. Main, Germany: Universi-
ty Frankfurt, 1988.
11.PITANGUY, I. Aesthetic plastic surgery of head and
body. Berlim: Springer Verlag, 1981.
12.TOLLETH, H. Concepts for the plastic surgeon
from art and sculpture. Clinics in Plastic Surgery,
1987, 14:585.

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