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1 Circuito Modelo
1.1 O Condutor Metálico
1.2 A Bateria
1.3 Fios Ligados à Bateria
2 Ligando o Circuito
3 Distribuição das Cargas
3.1 Campo elétrico dentro do condutor
3.2 Curvas
3.3 Introdução de um Resistor
4 Conclusão
5 Referências
Circuito Modelo
Para a maior parte das explicações, vamos utilizar um circuito composto por
uma bateria (pilha) ligada a uma lâmpada através de um par de fios de cobre.
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O Condutor Metálico
Utilizaremos o modelo de Drude para os condutores metálicos, no qual os
sólidos são tratados como uma rede de íons metálicos (carregados
positivamente) que estão mais menos fixos no condutor, permeados por uma
“nuvem” de elétrons móveis (carregados negativamente) que se comportam
como um gás ideal (Figura 2). A carga total no condutor como um todo é
igual a zero.
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Esse campo elétrico não surgirá sozinho no fio porque a somatória de forças
sobre um elétron devido às outras partículas é igual a zero dentro de um
condutor metálico (Figura 3).
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FIGURA 3: SOMATÓRIA DE FORÇAS SOBRE ELÉTRON MÓVEL NA
REDE IGUAL A ZERO
A Bateria
Só existem dois jeitos de se criar um campo elétrico. Um deles é pela variação
de um campo magnético, como no fenômeno da indução eletromagnética.
Esse mecanismo não se aplica neste exemplo; logo, o campo elétrico deve ser
causado pelo outro mecanismo, que é a separação de cargas positivas e
negativas. Isso é exatamente o que uma bateria faz. Por processos internos de
difusão e reações químicas, as quais não detalharemos aqui, uma bateria
produz e mantém uma separação de cargas elétricas entre seus terminais
(contatos).
O campo elétrico gerado pela bateria produz uma força sobre cada elétron
condutor dada pela fórmula . A ação dessa força fará com que os
elétrons se acumulem sobre um dos contatos externos da bateria. Esses
elétrons estão em falta no outro contato, dando origem ao polo positivo
(Figura 4).
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Isso vai implicar um período curtíssimo sem que haja equilíbrio entre a força
interna da bateria e as forças de Coulomb, durante o qual elétrons adicionais
serão forçados para essas “superfícies ampliadas” até que a densidade original
seja restabelecida, gerando um novo equilíbrio entre as forças envolvidas.
Ligando o Circuito
Quando conectamos os dois fios, chegamos ao ponto principal: as
cargas
superficiais não deixam de existir. Isto é, existe uma eletrostática
“escondida” na eletrodinâmica dos circuitos. E como veremos a partir de
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agora,
as cargas superficiais são coadjuvantes importantíssimas, sendo
responsáveis
pelos fenômenos que geram a corrente elétrica e o fluxo de
energia.
FIGURA 7. ESQUERDA: CAMPO ELÉTRICO CAUSADO SOMENTE PELAS CARGAS NA PAREDE DO GAP.
DIREITA: CAMPO ELÉTRICO TOTAL.
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Além disso, ao se mover entre os terminais positivo para o negativo da bateria, o campo
elétrico muda de direção ao longo de circuito. Usando a Figura 10 como referência: o
campo começa apontando para a esquerda, depois para baixo, direita, cima e finalmente
para a esquerda novamente. Novamente, é necessário que existam cargas superficiais ao
longo do circuito para mudar a direção do campo elétrico e guiar o caminho da corrente,
pois somente as cargas nos terminais das baterias não seriam capazes de fazer isso.
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Curvas
Nas curvas, deve existir alguma carga desbalanceada adicional (em excesso às
das partes retas) capaz de mudar a direção do campo e da corrente. Para ver
como uma distribuição de cargas superficiais pode guiar o fluxo da corrente e
também ajustar-se para alcançar esse resultado, imagine um elétron se
aproximando de uma curva. O único modo dele contornar a curva por um
caminho suave é ser empurrado ou puxado ao redor dos cantos por outras
partículas carregadas que estão paradas (Figura 12).
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Repare que a curva do campo elétrico exige um “grande trabalho” das cargas
superficiais, pois existem descontinuidades em todas as quinas.
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Introdução de um Resistor
Vamos voltar agora ao primeiro circuito do artigo, composto pela bateria, fios
e um resistor com resistividade muito maior (condutividade menor) do que a
dos fios. Vamos analisar esse circuito por meio da fórmula .
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Conclusão
Vimos neste artigo que o funcionamento dos circuitos elétricos não é
explicado em detalhes nem nos cursos de Física nem nos de Engenharia
Elétrica. Para isso, é preciso levar em conta a presença das cargas superficiais
ao longo dos circuitos. Apesar da sua distribuição não ser trivial, dependendo
da geometria do circuito, é possível conhecer os princípios da sua atuação.
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Este artigo apresentou uma introdução aos pontos (1) e (2). Na próxima
publicação, trataremos especificamente do ponto (3), mostrando não só o
campo elétrico fora dos condutores, mas o seu campo magnético, além da
união dos dois campos, que formam a base para a explicação do fluxo de
energia nos circuitos.
Referências
1. SEFTON, I. A. Understanding Electricity and Circuits: What the Text Books
Don’t Tell You. In: BIENNAL SCIENCE TEACHERS’ WORKSHOP, 10th,
2002, Sidney. Proceedings of 10th Biennial Science Teachers’ Workshop.
Sidney, 2002.
2. HÄRTEL, H. Tensão e Cargas Superficiais – O que Wilhelm Weber já sabia
há 150 anos. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Brasil, v. 29, n. 3: p.
1015-1029, dez. 2012. Tradução de ASSIS, A. K. T.
3. CHABAY, R.W.; SHERWOOD, B.A. Electric Fields and Circuits. In: Matter
and Interaction II. 3th Ed. 2011. cap. 19.
4. JACKSON, J. D. Surface charges on circuit wires and resistors play three roles.
American Journal of Physics, v. 64, n. 7: p. 855-870, 1996.
5. MÜLLER, R. A semiquantitative treatment of surface charges in DC circuits.
American Journal of Physics, v. 80, n. 9: p. 782-788, 2012.
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