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De:
BEIRA
MARÇO, 2020
DECLARAÇÃO
Nenhuma parte desta pesquisa deverá ser reproduzida sem a devida permissão por escrito da
autora ou da Universidade Católica de Moçambique.
A Mestranda
-----------------------------------
Data: 02/03/2020
A Supervisora
------------------------------------
Data: 02/03/2020
II
DEDICATÓRIA
III
AGRADECIMENTOS
A gratidão é um dos sentimentos mais nobres que o ser humano pode ter por alguém, pois
reflete a importância desta pessoa em sua vida. Todo e qualquer sentimento está ligado a
emoção, portanto irei apelar a minha razão de modo a que a emoção não me faça esquecer de
agradecer as pessoas que foram cruciais neste processo.
Começo por agradecer á Deus por me ter concedido saúde e paz de modo a que eu mergulhasse
nessa longa jornada em busca do saber e do saber fazer. Agradeço a minha família em geral
por ter sido o meu suporte em todos os momentos, em particular a minha adorável mãe
Elizabeth Mutaca e ao meu pai Augusto Mutaca, por terem sido as pessoas que mais me
motivaram.
Endereço o meu especial obrigado a minha atenciosa e dedicada supervisora Mestre Amina
Mamudo Tingane, pelos ensinamentos, pela paciência e pela capacidade de me guiar rumo ao
conhecimento. Á Universidade Católica de Moçambique por proporcionar um ensino rico, e
de qualidade, á todos os docentes do MBA e principalmente a professora Amália Dickie por
ter orientado este curso com excelência. Á todos os meus colegas e amigos que direta ou
indiretamente contribuíram para a execução da presente pesquisa, vai o meu muito obrigado.
Agradeço a empresa AMA Equipamentos por me ter aberto as portas, permitindo assim que o
estudo ocorresse sem sobressaltos. E por fim, porém não menos importante agradeço ao meu
amado namorado Habibi pelo suporte na elaboração de cada capítulo do presente estudo e por
me transmitir a inspiração necessária para a realização dos meus sonhos.
IV
“Nenhuma situação é complicada demais para
impedir-te de estudar, siga rumo aos seus
objetivos.”
- Michelle Obama
V
RESUMO
VI
ÍNDICE
DECLARAÇÃO ....................................................................................................................... II
DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... III
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................IV
RESUMO .................................................................................................................................VI
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ XII
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... XIII
GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... XV
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
1.1. Introdução.................................................................................................................... 1
1.2. Justificativa.................................................................................................................. 2
VII
3.1.Introdução....................................................................................................................... 51
VIII
IV. Guião de Entrevista aplicado ao BCI .........................................................................86
ANEXOS ................................................................................................................................. 84
Anexo I: Credêncial ............................................................................................................. 85
IX
LISTA DE ABREVIATURAS
BM - Banco de Moçambique
MT- Metical
X
RAI – Resultado Antes de Impostos
TL – Taxa de Liquidação
XI
LISTA DE FIGURAS
XII
LISTA DE TABELAS
XIII
LISTA DE GRÁFICOS
XIV
GLOSSÁRIO
Moeda: é a unidade de valor ou padrão de avaliação na qual pode ser usada para exprimir o
valor de um bem; pode ser considerada ainda como reserva de valor, pois permite o
adiantamento da utilização do poder de compa.
Risco Cambial: É a possibilidade das taxas de câmbio entre moedas dos países exportadores
e importadores se moverem adversamente entre a data da cotação e a data da liquidação de um
negócio. Ou a possibilidade de uma perda ou de um ganho resultante de uma variação nas taxas
de câmbio entre moedas.
Spread: Trata-se da diferença existente entre o preço de compra e de vendas em uma transação
monetária.
XV
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
A integração comercial nos mercados globais teve um aumento significativo nas últimas
décadas, facto que reflete no incremento de importações, uma vez que, a moeda estrangeira é
vastamente utilizada tanto a nível interno quanto externo, em transações comerciais e naquelas
efetuadas por consumidores (pagamento de rendas de apartamentos, a compra de bens de
consumo ao nível transfronteiriço), bem como para as poupanças. As empresas no ramo de
importação de bens têm o seu preço determinado pelo mercado internacional e dependem
muitas vezes das flutuações das moedas de troca.
Neste âmbito, a taxa de câmbio é uma das variáveis externas de grande importância e de difícil
contorno para os gestores das empresas. Com isso, percebe-se a necessidade de maior atenção
em relação ao meio em que os negócios são efetuados, pois, com o passar do tempo a empresa
cresce, e surgem novas oportunidades e novos desafios, a cada ano, a cada mês, a cada dia e
isso acaba exigindo dos administradores a necessidade de buscar ferramentas que possam
auxiliar na administração, a fim de maximizar os resultados.
1
Por um lado, as empresas que participam em relações de comércio externo têm o seu preço
determinado pelo mercado internacional e dependem muitas vezes das flutuações das taxas de
câmbio, ou seja, devem dar extrema atenção aos riscos inerentes às transações cambiais.
Eis que, a escolha do tema tem por base a consciência da crescente desvalorização do Metical
face ao dólar no período compreendido entre 2015 e 2018 e do risco que este facto trouxe para
as organizações e para a sociedade em geral. Sendo o presente tema bastante atual e de
relevância social, está voltado para a gestão do risco cambial para as Pequenas e Médias
Empresas (PME) importadoras no horizonte temporal de 2015 á 2018 com o estudo de caso da
empresa importadora de equipamentos médicos AMA Equipamentos.
1.2. Justificativa
Ora, a realização deste comércio externo gera sem dúvidas riscos. Todavia o risco é inerente a
qualquer atividade, portanto o importante é garantir que o risco não fique fora do controle
ameaçando o próprio negócio. Isso implica uma gestão eficiente dos riscos, através da
avaliação do risco, a definição das estratégias de cobertura a adotar e a monitorização contínua
deste processo.
A gestão de uma PME requer conhecimento do ambiente interno e externo em que ela se insere.
Dependendo muito da atividade que a empresa exerce, algumas variáveis externas têm efeitos
que se podem sentir diretamente na gestão da empresa.
Moçambique é uma economia aberta muito condicionada pela conjuntura externa, dada a
elevada dependência face às importações. Neste contexto pode tornar-se cada vez mais
importante e relevante para as empresas nacionais a gestão competente dos riscos que advém
do comércio externo no que diz respeito a importação de bens e serviços.
2
Nos finais do ano de 2014, Moçambique foi afetado pela crise financeira e assistiu o metical
(MT) entrar em depreciação face ao dólar norte-americano (USD), criando choques
repercutidos tanto no consumidor final como no fornecedor de bens e serviços (Cirera & Nhate,
2014). A escolha deste período diferentemente dos períodos em que se sucederam outras crises
financeiras mundiais e crises em Moçambique, deveu- se ao facto deste choque ter sido o mais
recente, facilitando assim na recolha da informação necessária para a pesquisa.
Portanto, tornou-se pertinente abordar o tema em epígrafe por ser uma preocupação acentuada
para os administradores empresariais em Moçambique, pois grande parte das empresas
existentes importam produtos de diversos países do mundo para comercializar internamente
(INE, 2018).
A presente Pesquisa pretende para além de trazer em diversas abordagens um tema que
preocupa o ramo de negócios em Moçambique, agregar soluções e técnicas de gestão de risco
cambial de modo a responder ao problema relativo ao tema. O tema foi escolhido pela autora
pelo facto de ser um tema da atualidade e trazer a luz a importância da gestão do risco cambial
para a situação financeira de uma organização.
Em termos de motivação pessoal, a autora escolheu este tema pelo facto da mesma trabalhar
com o ramo de importação e comercialização de equipamentos de segurança desde 2015.
Relativamente ao que diz respeito a academia, pretende-se com este tema apontar na área de
gestão de negócios a relevância que uma variável externa pode ter para a saúde de uma
determinada segmentação de negócios, mostrando deste modo que a gestão não pode ser apenas
interna e que os gestores e administradores de negócios devem estar em constante atualização
sobre situações externas que podem afetar os seus negócios.
3
1.3. Objetivos do Estudo
1.3.1. Objetivo Geral
O objetivo geral deste estudo é analisar a gestão do risco cambial para a empresa AMA
Equipamentos no período compreendido entre 2015 e 2018.
Por outro lado, a economia moçambicana desestabilizou-se á partir dos meados do ano de 2014
o que impulsionou a retração da oferta de divisas. Nesta ordem de ideias e em um contexto
onde a oferta de moeda estrangeira reduzia drasticamente e a procura da mesma continuava
alta, chegou-se ao ponto em que a taxa de câmbio de referência (USD/MT) subiu em 100%,
analisando o período de 2015 á 2018 (BM, 2018).
Inserir-se no comércio Internacional é uma situação que tem se tornado cada vez mas comum
para as empresas moçambicanas, seja por via de importação ou de exportação. No entanto toda
e qualquer decisão relativa aos negócios de uma empresa incorre riscos, sejam eles riscos de
diversas naturezas. O risco relevante nesta temática é o risco que advém da volatilidade da taxa
de câmbio.
4
Portanto, o problema que gira em torno deste tema centraliza-se no facto de ter ocorrido a
desvalorização do metical face ao dólar devido a situações económicas e políticas em
Moçambique, e no meio disto as empresas que realizam as suas transações de importação em
moeda estrangeira, podendo assim sentir o impacto dessas alterações.
Desta feita, a presente pesquisa centralizou-se nas PME pelo facto da autora decidir trazer uma
abordagem que mais se adequa a realidade Moçambicana, pois Segundo INE (2018), em
Moçambique 90% das PME dependem da importação em suas atividades. A maioria dos
estudos elaborados pelo mundo em torno desta temática estão voltados para empresas grandes
e que estão inseridas no comércio internacional através da internacionalização.
Portanto a questão que se coloca é a seguinte: “Qual é gestão do risco cambial feita pela AMA
Equipamentos”?
1- Qual foi impacto que o risco cambial teve para as finanças da AMA Equipamentos no
período de 2015 á 2018?
2- Quais foram as estratégias de Gestão de risco cambial usadas pela AMA
Equipamentos?
3- Quais são as técnicas externas de proteção cambial em Moçambique que se adequam a
realidade da AMA Equipamentos?
A presente pesquisa aborda tópicos relacionados com o comércio internacional e com a gestão
e administração financeira, nomeadamente: Importação, Risco Cambial e estratégias de gestão
de riscos. Sendo assim, a pesquisa começa por identificar a exposição ao risco, descrever as
técnicas usadas para a gestão do risco e apresentar as estratégias existentes para fazer a gestão
eficiente do risco cambial .
5
1.6.2. Delimitação Temporal
O estudo limita-se a analisar a gestão do risco cambial para a PME moçambicana AMA
Equipamentos na cidade da Beira. A razão de escolha da empresa AMA Equipamentos deveu-
se ao facto de a empresa ser uma PME importadora e atuar no mercado moçambicano desde
2009, incluindo assim o período em análise nesta pesquisa.
6
CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Introdução
A presente pesquisa expõe a revisão da literatura sobre a Gestão do Risco Cambial para
Pequenas e Médias empresas em Moçambique, especificamente para a AMA Equipamentos.
O comércio Internacional proporciona uma fonte de oportunidades e surge cada vez mais como
um dever para as empresas que querem desenvolver as suas perspetivas comerciais e aumentar
as suas condições de sustentabilidade a médio e longo prazo. O comércio externo permite as
empresas passarem de um mercado nacional limitado para um mercado mundial onde, além
das oportunidades existentes, têm a oportunidade de aumentar em vários milhões os potenciais
consumidores (Dias, 2007).
O presente capítulo tem por objetivos reunir e discutir conceitos teóricos e empíricos já
existentes que sejam relevantes acerca da pesquisa. Esta revisão da literatura foi dividida em 3
partes: a parte teórica, a empírica e a focalizada. A revisão da literatura é um capítulo
indispensável, pois serve para definir o problema. Serve também para a obtenção de uma ideia
sobre o estado atual do conhecimento sobre um determinado tema, suas falhas e contribuições
para o desenvolvimento do conhecimento e serve para dar diretrizes ao autor da pesquisa.
De uma forma geral a literatura teórica que será aqui referenciada apresenta a discussão de
teorias de diversos autores relacionado ao tópico em pesquisa, portanto consiste em auxiliar o
pesquisador a adquirir mais conhecimentos acerca da área pesquisada.
7
2.2.1. O comércio Internacional
O primeiro tema a a ser tratado na revisão da literatura será o comércio internacional visto que
a tematica envolta na pesquisa é o risco cambial para empresas importadoras, portanto as
empresas ao decidirem se tornar importadors entram no comércio internacional na vertente da
importação. A necessidade de as empresas aumentarem as suas redes de negócios podem ser
resultado de diversas motivações, como a aquisição ou venda de produtos e/ou serviços que
não existam no mercado interno (ou existam de forma reduzida), obter vantagens comparativas
que devem ser aproveitadas, excesso de concorrência interna ou oportunidades de crescimento
e desenvolvimento.
O comércio internacional consiste nas trocas de bens e serviços realizadas pelos países além
das suas fronteiras. A sua existência sempre esteve presente ao longo da história, mas a sua
importância económica e social está numa fase crescente nas últimas décadas, relacionada entre
outros fatores, com o fenómeno da globalização (Porfírio, 2003).
Segundo John Mill (2003), se o preço do produto nacional for mais elevado do que o
importado, a norma da vantagem absoluta seria necessariamente prejudicial. Portanto, se
8
um país estrangeiro estiver em condições de fornecer uma mercadoria a um preço mais
baixo do que o da mercadoria fabricada internamente, seria melhor comprá-la com uma
parcela da produção da própria atividade local, empregada de forma em que se aufira
alguma vantagem comparativa.
A Teoria neoclássica foi desenvolvida por Dunning (1998), e consiste na livre escolha
das empresas em adquirir os insumos de produção internamente ou externamente
(importar), tendo o desafio de ao importar levar em consideração o valor da sua moeda
em relação a moeda de referência. A decisão da empresa entre adquirir matéria-prima
de produção no seu próprio país ou no exterior depende principalmente da análise das
vantagens diferenciais da empresa (Dunning, 1998). Todavia depende também das
características do país, do valor da moeda do país importador comparado com o valor
da moeda de referência, da indústria de atuação da empresa e, finalmente, das variáveis
operacionais e estratégicas específicas da organização.
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2.2.2. O Conceito de Importação
As diferenças cambias entre os países é um dos fatores que deve ser levado em conta pelos
administradores de empresas na decisão de engrenar na importação de bens e serviços. Pois
delas surge o risco cambial que pode ter impactos na situação financeira das organizações
(Brealey et al, 2007).
10
2. Liquidação á Prazo (Cobrança Documentária á Prazo)
Assim como na cobrança á vista, o exportador remete a mercadoria para o exterior. Após o
embarque providencia os documentos acompanhados do título de crédito e a entrega a um
banco. O banco, por sua vez, remete os documentos e o título de crédito ao exterior, e, mediante
o aceite do título de crédito, faz a entrega dos documentos ao importador, para que este
providencie o desembaraço da mercadoria. O importador quando do vencimento do título de
crédito providencia o pagamento.
3. Carta de Crédito
A grande virtude da utilização desta condição de pagamento está no fato do pagador não ser o
importador, mas, sim, um banco nomeado pelo próprio documento. Operação conduzida por
bancos.
4. Liquidação Antecipada
O conceito de risco deriva do italiano riscare, que significa ousar. Risco é uma possibilidade
de um acontecimento futuro e incerto, segundo o dicionário da língua portuguesa. Porém na
gestão este conceito tem uma interpretação distinta.
11
Pelo que, Brealey (2007, p.7) diz que “risco é uma opção, e não um destino.” E continua: “a
capacidade de administrar riscos, e com ela, a vontade de correr riscos e fazer opções ousadas
são elementos-chave da energia que impulsiona o sistema econômico”. Querendo dizer assim
que o risco é uma opção, então é possível medi-lo, avaliar suas consequências e geri-lo.
O risco será mencionado sempre que se consigam definir cenários futuros, aos quais se
conseguem atribuir alguma probabilidade de ocorrência, enquanto na incerteza não é possível
atribuir qualquer probabilidade minimamente fiável para a sua ocorrência, apesar que se possa
tratar de um cenário futuro (Medeiros, 2003). Em conclusão, o risco pode e deve ser gerido
enquanto a incerteza está relacionada com a sorte ou acaso.
O desenvolvimento do estudo do risco ao longo dos anos envolveu uma contraposição contínua
entre aqueles que afirmam que as melhores decisões são tomadas com base em instrumentos
matemáticos que dependem de informações, na sua maior parte, numéricas, e os que baseiam
suas decisões em graus de crença mais subjetivos acerca das incertezas do futuro. Com o passar
dos anos, essa controvérsia ainda não solucionada entre a quantificação suportada pelas
observações do passado e a abordagem subjetiva orientada para a realização de previsões
acerca do futuro ganhou um significativo apoio para o desenvolvimento da moderna gestão do
risco.
O risco é uma realidade que faz parte do cotidiano humano. Desde os mais remotos tempos o
homem procurou se defender dos riscos que o cercavam. Recolhia-se às cavernas, desenvolvia
habilidade guerreira, construía pequenas armas, utilizava, mesmo sem ter consciência, técnicas
e ferramentas de proteção ao risco, de acordo com o estágio de vida daquele momento; ou
melhor, de acordo com os riscos daquele momento.
Nos tempos atuais, na vida prática, a ideia de risco é associada à possibilidade de que algo mau
aconteça. A maioria das decisões no dia-a-dia das pessoas envolve uma escolha, uma opção
entre algum tipo de risco e a recompensa a ele associada. No mundo das finanças isto não é
diferente e toma uma dimensão de grande importância, pois implica no custo do capital
12
utilizado e no retorno esperado. Qualquer investimento só é interessante se o retorno for maior
que o custo do capital e o risco nele embutidos.
Segundo Gitman (2000), o risco e o retorno são a base sobre a qual são tomadas decisões
racionais e inteligentes de investimento. Portanto, na capacidade para medir essas variáveis
pode estar o diferencial nos negócios de uma empresa. Mesmo que os métodos, modelos ou
ferramentas utilizadas para essas mensurações não interessem aos clientes e investidores,
negociar com instituições que ofereçam vantagens adicionais é o que estes buscam sempre.
O risco pode ser abordado como a possibilidade de que o retorno realizado decorrente do
investimento em uma ação se desvie do retorno esperado. Quanto maior for a magnitude do
desvio e maior a probabilidade de sua ocorrência, mais arriscada será considerada aquela ação.
Para o autor, risco é definido como a variabilidade dos retornos possíveis em relação ao
esperado. Em outras palavras, o risco é representado pelo elemento surpresa presente nas
expectativas de retornos futuros decorrentes de um determinado investimento.
Segundo Porfírio (2003) sobre a tipologia, o risco em geral é dividido em: risco não sistemático
ou específico e risco sistemático ou de mercado. O risco não sistemático ou específico é o risco
inerente da própria empresa, de um sector ou de ativos específicos. É um risco particular, que
pode ser minimizado ou mesmo eliminado através da diversificação. Uma diversificação
perfeita permite levar à eliminação deste risco ficando a empresa exposta somente sistemático.
O risco sistemático ou de mercado é o risco que afeta as empresas como um todo, uma vez que
se dissemina por toda a economia; sendo um risco efetivo de todos os ativos é impossível ser
eliminado. Não sendo possível excluir todo o risco nos negócios, nem definir um valor exato
para as perdas ocorridas com este risco, é fundamental, numa fase inicial, definir a exposição
de risco que a empresa está disposta a aceitar. Em resumo, gerir os riscos não significa evitá-
los, porque é impossível, mas sim tentar identifica-los, analisá-los, avaliá-los e administrá-los
de forma planeada e consciente.
13
Interno Bruto (PIB) na maioria dos países, visto que a globalização trouxe novas oportunidades
por explorar, mais aliciantes que as existentes apenas nos mercados nacionais.
A literatura mais recente, tal como Porfírio (2003), já aborda a evolução tecnológica como
principal incentivo ao comércio internacional, realçando a obtenção de lucros superiores no
mercado internacional, conferidos pelo monopólio da inovação, produtividade e eficiência
produtiva.
Portanto para Smith (1879), a explicação do padrão de trocas internacionais depende, então, da
rapidez com que novos produtos e processos de produção são introduzidos no mercado
(revelando as vantagens absolutas) versus a rapidez com que as empresas ajustam os respetivos
preços e custos (revelando as vantagens comparativas). As vantagens absolutas são defendidas
no modelo clássico por Smith (1879) e as vantagens comparativas são um desenvolvimento do
pensamento de Smith que foi defendido e criado por (Ricardo, 2000).
14
Contudo, os mercados internacionais ultrapassam o quadro jurídico de um país, implicando
agentes económicos de diferentes nacionalidades, tornando as suas operações bastante
complexas comparadas com as realizadas nos mercados domésticos. Assim sendo, as vantagens
competitivas associadas aos mercados internacionais têm diversos riscos inerentes.
Os quatro riscos indicados são: Risco do País, Risco de Crédito, Risco da Taxa de Juro e
Risco Cambial
15
1. Risco do País
A empresa quando ingressa noutros países encontra, em muitos casos, uma realidade bem
diferente da que está habituada no seu país de origem. Segundo Silva et al. (2013) além das
questões culturais, as questões políticas, sociais e fiscais têm uma grande importância para a
empresa quando decide internacionalizar o seu negócio.
O risco país está relacionado com a existência de instabilidade dos governos locais, as leis do
país, as suas políticas fiscais, uma discriminação às empresas estrangeiras (com eventualidade
de nacionalização dos ativos). Assim existe a possibilidade de que mudanças no país,
implementadas pelos governos, provoquem efeitos sobre o valor da empresa no país, seja nos
seus ativos, resultados ou dividendos.
O risco de país está muitas vezes associado a países em desenvolvimento, com democracias
frágeis ou regimes políticos totalitários. Mas com a recente crise europeia, em especial no caso
grego, fica comprovado que nenhuma região/país está livre desse risco e a empresa quando
decide internacionalizar-se nunca deve descurar esse tema. Segundo o The PRSGroup (2012),
o risco país é dividido em 3 tipos de risco: Risco Económico, Risco Financeiro e o Político.
O risco económico identifica os factores de performance económica do país, com base nas
finanças públicas, inflação e o crescimento económico e os efeitos que podem ter sobre os
resultados das empresas. O risco financeiro deverá ver observado numa ótica
macroeconómica e avalia as questões financeiras do país, como a liquidação dos compromissos
financeiros e comerciais internacionais (Porfírio, 2003).
Por fim, o risco político está relacionado com a credibilidade e estabilidade política que o país
apresenta, as condições socioeconómicas, existência de conflitos, corrupção, segurança interna,
as características da classe política (a possibilidade da presença de militares) e a burocracia.
Para a análise do risco país surgiu uma linha de informação especializada disponibilizada por
agências de rating, como são o caso da Moody´s, Standard & Poor´s e a Fitch Ratings.
16
As agências de rating (ou de notação de risco) fornecem aos investidores informação
facilmente assimilável, para ajuda na avaliação dos riscos associados a um determinado país
ou investimento, indicando um nível de segurança oferecido pelos governos locais aos
investidores (Porfírio, 2003). Essa classificação é feita através de notas representadas sob letras
e sinais aritméticos dadas a partir de uma avaliação concedida pelas agências, onde uma
notação baixa indica um elevado risco de crédito.
A tabela a seguir apresenta as notas de risco, de longo prazo, que as principais agências de
rating utilizam para informar sobre os riscos dos países.
Tabela 2: Rating Países segundo as Agências: Moody’s, Standard & Poor´s & Fitch Ratings
2. Risco de Crédito
A concessão de crédito aos clientes é uma característica regular na realização dos negócios das
empresas, sendo por vezes a única solução para conseguir vender os seus produtos. Mas o
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crédito concedido é acompanhado da possibilidade de a contraparte não cumprir a sua
obrigação total ou parcial, ou seja, liquidar o crédito.
O risco de crédito é um risco muito importante, em especial para as instituições bancárias, mas
no contexto da economia global, ganhou um papel significativo e de análise para as empresas.
1. O pre-settlement risk surge do risco onde uma das partes envolvidas não irá conseguir
cumprir as suas obrigações, por exemplo, no caso de insolvência.
2. O settlement risk ocorre quando uma das partes cumpre a sua obrigação previamente,
mas a contraparte não cumpre a sua obrigação contratual.
O risco da taxa de juro decorre das oscilações das taxas de juro nos mercados internacionais,
que refletem o seu efeito nos resultados das empresas, originando ganhos ou perdas nas
operações relacionadas com o seu ciclo financeiro e de tesouraria (Silva et al. 2015). Na prática,
os ativos financeiros sujeitos a este risco terão uma oscilação no seu valor após a variação da
taxa. O ponto central é a volatilidade e a oscilação das taxas.
Relativamente a tipologia como mencionado por Porfírio (2003), o risco de taxa de juro divide-
se em: risco de repricing, risco da curva da taxa de juro (Yield Curve), risco de base e risco de
opção.
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4. Risco Cambial
As empresas que compram e vendem fora do seu país têm de lidar com divisas estrangeiras e
isto proporciona a existência de Risco cambial (Medeiros, 2003). A volatilidade do valor da
moeda reflete-se na estrutura de custos, proveitos, recebimentos e pagamentos das empresas
que têm atuação relevante no exterior, e consequentemente no seu desempenho financeiro.
O risco da taxa de câmbio ou risco cambial consiste na incerteza sobre os valores da empresa
expressos em moedas diferentes da sua moeda corrente/contabilística, num período futuro,
devido as flutuações das taxas de câmbio no mercado. O risco cambial é o tema central desta
pesquisa portanto é a tipologia de risco que mais será desenvolvida ao longo da presente
dissertação.
O risco cambial apresenta algumas ligações com os restantes tipos de risco, salientando-se a
sua relação com o risco país - devido à evolução das economias e o seu impacto nas taxas de
inflação e de juro, e, com o risco de crédito - através das oscilações monetárias que poderão
colocar em causa, futuros fluxos financeiros (Alves, Teixeira, & Rita, 2007).
Porfírio (2003) define risco cambial como a probabilidade dos resultados da organização se
situarem em um nível diferente do previsto, em consequência de variações cambiais sobre as
posições da moeda detidas em determinado período. Por sua vez Ross & Westerfield (2011)
definem o risco de câmbio como sendo o risco associado a operações internacionais em um
mundo no qual o valor relativo das moedas varia e faz se sentir constantemente. No contexto
corporativo, o interesse pela apreciação ou depreciação da taxa de câmbio depende do tipo de
atuação de cada empresa no mercado estrangeiro.
O risco originado na volatilidade cambial ou risco da taxa de câmbio, foi definido por
Samuelson e Nordhaus (2005) como sendo o risco de o valor justo ou os fluxos de caixa futuros
de instrumento financeiro oscilarem devido a mudanças nas taxas de câmbio de moeda
estrangeira. Essa definição sugere que o risco cambial será tanto maior for a volatilidade e a
imprevisibilidade da taxa de câmbio.
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Para Medeiros (2003), o risco cambial pode ser dividido em 3 tipos de riscos: Risco de
Conversão, Risco de Transação e o Risco Económico.
Risco de Conversão
O método da taxa de câmbio corrente converte os ativos e passivos à taxa de câmbio atual e os
valores da demonstração de resultados à taxa de câmbio na altura que ocorreram (ou através de
uma média ponderada). Os dividendos são convertidos à taxa do dia de pagamento e o capital
social convertido à taxa de câmbio histórica.
Como vantagens, os ganhos e perdas cambiais são diretamente contabilizados numa conta de
reservas, eliminando a variação nos resultados líquidos e a simetria entre os valores do balanço
permanece igual, não deturpando rácios importante para análise financeira. O método temporal
converte os ativos e passivos monetários à taxa de câmbio atual enquanto os ativos e passivos
não monetários são convertidos à taxa histórica.
Como vantagem, os seus ativos não monetários são registados ao seu custo original. A
desvantagem do método é a influência que apresenta nos resultados, devido aos ganhos e perdas
serem refletidos nos resultados, aumentando a sua volatilidade. O método misto converte os
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ativos e passivos de curto prazo à taxa de câmbio corrente e os seus ativos e passivos de médio
e longo prazo são convertidos à taxa de câmbio histórica.
Risco de Transação
A empresa pode optar por dois tipos de abordagem para proteger-se do risco de transação:
aceita o risco cambial (normalmente quando envolve valores reduzidos ou possui uma boa
diversificação de moedas e prazos) ou aplica políticas de redução de risco.
Risco Económico
No médio prazo deverão ser ajustados os preços, tendo em atenção a inflação, concorrência
e os seus próprios custos e não apenas as alterações cambiais, com o objetivo de melhorar
21
a competitividade. No longo prazo, a empresa terá de reavaliar a sua atividade e
investimentos, permitindo melhorar a performance face a eventuais oscilações cambiais.
Segundo Silva et al. (2013), as organizações presentes no mercado cambial podem assumir
3 tipos de comportamentos perante o risco da taxa de câmbio: Cobertura de Risco
(hedging), Especulação (trading) ou Arbitragem (arbitrage).
Pode ser classificado como um procedimento que origina uma posição para a empresa
em que o ganho/perda obtido com o hedging, cubra ou mesmo anule qualquer
22
perda/ganho incorrido no mercado subjacente. Assim o objetivo do hedging é atingir a
compensação financeira da sua posição real, para que o seu ganho ou perda obtida seja
idêntico à perda ou ao ganho no mercado subjacente.
De acordo com Porfírio (2003), com o objetivo de cobrir ou mesmo anular o risco, o
mercado cambial a prazo oferece a possibilidade, no caso de efetuar pagamentos futuros
comprar a prazo moeda estrangeira de modo a proteger-se da sua eventual apreciação.
Se tiver recebimentos futuros deve vender a prazo moeda estrangeira oferecendo uma
proteção contra a sua eventual depreciação.
Deve evitar que os custos de cobertura sejam superiores aos custos de a não realizar ou
assumir posições contrárias a evolução das taxas de câmbio. Por fim, é importante,
salientar que esta tentativa de eliminar o risco cambial, não torna a operação isenta de
todos os outros riscos na operação, além de que uma proteção extrema e absoluta das
posições pode impedir a empresa de aproveitar vantagens que surgem das variações
positivas do mercado.
Especulação (Trading)
A especulação é realizada quando se vende a prazo uma moeda estrangeira sempre que
se espera uma desvalorização superior ao desconto da divisa num determinado prazo
23
ou uma apreciação inferior ao prémio para a divisa. Na compra a prazo de uma moeda,
realiza-se especulação sempre que se espera uma valorização superior ao prémio de
uma divisa para um determinado prazo ou uma desvalorização inferior ao desconto
sobre a divisa estrangeira.
Em suma o autor acima defende que a estabilização dos mercados ocorre quando ao
comprar com os preços em baixa, evita uma maior descida no mercado e ao vender
quando os preços estão altos, evita que eles subam mais. O assumir dos riscos só é
possível porque os especuladores estão preparados para assumir riscos que os agentes
avessos ao risco querem transferir.
Arbitragem (Arbitrage)
A arbitragem é uma atividade realizada por arbitragistas sobre qualquer ativo disponível
no mercado e tem como objetivo a obtenção de lucros aproveitando
imperfeições/disparidades do mercado (Porfírio, 2003). Estas imperfeições acontecem
quando em diferentes praças mundiais, os preços de ativos subjacentes estão em
desequilíbrio.
24
2.2.3.4 A Gestão do Risco Cambial
Existem vários estudos que mostram a importância que as empresas dão ao risco cambial e à
sua gestão. As variações cambiais foram consideradas como a 3ª ameaça para o
desenvolvimento internacional da atividade empresarial, uma pesquisa realizada pela
consultora Pricewaterhouse Coopers e pelo Wall Street Journal (Entorf & Jamin, 2007).
As empresas gerem o seu risco cambial dependendo do tipo de risco cambial, da percentagem
de exposição do seu volume de negócios e do seu perfil de risco. Portanto, podem optar por
gerir o seu risco downside (impacto negativo das variações cambiais) sem se preocuparem com
potencial upside (impacto positivo das variações cambiais), ou gerir ambos, o risco de
downside e upside (Dhanani, 2004).
Dependendo do seu perfil de risco podem realizar uma cobertura de exposição de risco cambial
total, parcial ou não o fazer de todo e finalmente, meramente contabilístico, têm de considerar
se querem classificar este risco em termos de mudanças nos retornos reportados (Dhanani,
2004). O risco cambial está presente em cada transação internacional, que pode ocorrer
25
diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente, dependendo do número de transações
e volume de compras e de vendas no estrangeiro.
Por este motivo, a frequência de controlo e de avaliação do risco cambial dos negócios das
empresas é importante, uma vez que a variação das taxas cambiais podem afetar as receitas e
custos de uma empresa. Segundo Silva et al. (2003), 10% das empresas suecas não têm um
controlo e avaliação programada do risco cambial, este número aumenta significativamente
quando se trata das empresas da Coreia do Sul, cerca de 41%. O autor refere que as empresas
coreanas avaliam o seu risco cambial consoante a necessidade.
Ainda segundo Silva et al. (2003), existem 5 fases que as empresas devem seguir para tomada
de decisão face à Gestão do Risco:
2. Quantificação da exposição - Previsão dos montantes expostos, bem como das taxas
de juro e de câmbio e da volatilidade dos preços, analisando o seu impacto sobre as
contas da empresa;
3. Escolha da política a adotar – As exposições ao risco devem ser geridas e podem ser
tomadas as seguintes opções: Politica de não cobertura - Suportar as variações
desfavoráveis, compensando com os ganhos das variações favoráveis, não utilizando
qualquer tipo de instrumento de cobertura de risco; Politica de cobertura sistemática –
Cobrir todas as posições desfavoráveis possíveis; Política de cobertura seletiva – Cobrir
apenas algumas posições, permitindo evitar o risco de futuras perdas mas também
beneficiar de alguns possíveis ganhos relativos a variações positivas dos mercados;
26
5. Escolha dos instrumentos de cobertura – A escolha pode recair sobre instrumentos
mais tradicionais ou sobre técnicas mais recentes de cobertura, conforme o perfil do
gestor.
Portanto para Porfírio (2003), as empresas devem primeiramente recorrer aos meios internos
para cobrir o risco. Os meios internos utilizam os recursos financeiros, tecnológicos e humanos
da própria empresa e tem um custo financeiro reduzido. Apesar de quando executadas
corretamente são extremamente eficientes, as empresas só devem executar políticas internas
de proteção das operações em moeda estrangeira, quando a sua experiência, organização
interna e conhecimento dos mercados de divisas lhe possibilitem, de forma clara e concreta,
proceder a uma correta atuação de cobertura.
As técnicas internas de cobertura variam consoante a empresa, os meios ao seu dispor e o seu
posicionamento no comércio. Os exemplos á seguir são algumas das técnicas genéricas que as
empresas podem escolher internamente para cobrir o risco cambial.
Segundo Porfírio (2003), a forma mais fácil e natural de eliminar o risco cambial é faturar na
moeda nacional. Mas inúmeras vezes não é possível faturar na moeda nacional, devido a vários
motivos, contudo caso haja a possibilidade de escolha da moeda, a moeda preferencial deverá
apresentar características informativas de fácil e rápida compreensão e com dados atualizados
sobre a sua evolução e provisões futuras.
27
apresentem correlações reduzidas ou negativas, isto é, não tenham o mesmo tipo de
comportamento no mercado.
A Gestão do Risco cambial através da gestão dos prazos torna necessário existir um elevado
grau de entendimento entre os intervenientes ou que um deles tenha uma posição negocial
forte no mercado que lhe permita realizar esta gestão. Segundo Porfírio (2003), esta técnica de
proteção consiste na alteração das datas de pagamento e recebimento de forma a aproveitar a
evolução cambial das moedas.
3. A Compensação
4. Cláusulas Contratuais
28
universais, sendo necessário analisar individualmente, mas geralmente podem ser referidas as
seguintes cláusulas:
Esta técnica consiste no repasse da taxa de câmbio para os preços das mercadorias, ou seja,
existe uma variação dos preços das mercadorias em proporção com a variação da taxa de
câmbio. Deste modo as empresas passam todos os seus custos relacionados com a variação
cambial para o consumidor, tendo impacto nas suas vendas futuras (Porfírio, 2003).
29
2.2.3.6. Técnicas Externas de Cobertura do Risco Cambial (Sistemas de Hedge)
Os derivados resultam de uma derivação do ativo subjacente (de 1º grau), sendo considerados
instrumentos de 2º grau. O prazo refere-se a um período temporal futuro em que a sua data de
vencimento está pré-determinada entre os intervenientes, apesar que nas opções poderá
acontecer ou não na data de vencimento. O risco fornece o próprio objeto do contrato entre as
partes devido à falta de informação ( Abreu, 2012).
Sobre a distribuição desse risco, em regra existe uma simetria do risco, implicando uma
distribuição mútua de ganhos e perdas. Mas também pode ter uma distribuição assimétrica, em
que uma das partes sabe antecipadamente qual o seu risco máximo, como no caso das opções.
30
Os derivados constituem assim um jogo de soma nula, já que os ganhos (ou perdas) de uma
das partes correspondem exatamente às perdas (ou ganhos) da outra. São instrumentos que não
criam riqueza, apenas a redistribuem entre os intervenientes. Os derivados são instrumentos
abstratos, porque após a sua celebração, tornam-se autónomos em face dos respetivos ativos
subjacentes, ou seja, os direitos e obrigações que resultam do contrato não se relacionam com
as do ativo subjacente ( Abreu, 2012).
Falar de hedge significa falar sobre poderosas ferramentas para a gestão de riscos financeiros,
reduzindo importantes problemas associados a variações de preços, câmbio, taxas de juros e
outros fatores que afetam as finanças empresariais (Abreu, 2012). Para Arcarva (2011), os
sistemas de Hedge, na sua vertente de instrumentos de cobertura de risco cambial, permitem às
empresas erradicar ou minimizar as perdas eventuais que derivam dos riscos que confrontam a
sua atividade.
O princípio básico dos sistemas de hedge centraliza-se em vender a futuro para entregar a
posteriori - vem de décadas, mas com a evolução e amadurecimento do mercado financeiro
vão surgindo e sendo criados produtos para que os agentes desse mercado possam trabalhar de
uma forma mais dinâmica e interativa. As empresas necessitam de estruturas financeiras
preparadas para as oscilações e desníveis do mercado.
Para Medeiros (2003), os hedgers são agentes económicos que actuam no mercado procurando
essencialmente proteger os seus activos e passivos, sem objectivo de lucro. Portanto é nesta
perspetiva que Ferreira (2005) menciona que, os hedgers através dos derivados tendem a
reduzir os riscos operacionais e financeiros a que as empresas ou particulares estão sujeitas, no
caso de houver movimentos adversos nos preços.
Para a importação, o Hedge pode ser utilizado para que quando o importador fizer o pagamento
para o exportador, o preço que este pagar ficar protegido contra oscilações, protegendo o custo
final da moeda. Os principais instrumentos de Hedge são: Forward, Contrato de futuro,
31
Contrato de opções e os swaps, cujos conceitos serão tratados no decorrer desta pesquisa. Tais
contratos podem ser realizados sobre medida nos mercados de balcão (OTC) ou em bolsa de
valores, seguindo regras e normas, se autorregulando e sendo regulados pelo mercado e pelo
governo.
1- Contrato de Futuros
Os contratos de futuros são considerados os “primogénitos” dos derivados, tendo a sua origem
nos EUA com a criação da CBT - Chicago Board of Trade em 1848 que se destinava à
cobertura de risco das mercadorias (commodities). Os futuros são contratos negociáveis,
realizados em mercados organizados, em que os intervenientes se obrigam a comprar/vender
uma determinada quantidade do ativo subjacente, numa data futura e a um preço previamente
estabelecido no momento do contrato (Antunes, 2008).
A obrigação assumida pode ser cumprida através da entrega física do ativo, mas também por
uma entrega monetária correspondente a diferença entre o preço acordado e a cotação spot na
data de vencimento do contrato. Os futuros são um instrumento eficiente de cobertura total ou
parcial do risco, em que o investidor consegue cobrir o risco das suas posições à vista
assumindo uma posição contrária no mercado de futuros, fixando antecipadamente o preço do
ativo.
Segundo Bastardo (2011), os futuros aparentam muitas semelhantes aos forwards porém
possuem características próprias que os diferenciam. A Tabela a seguir mostra principais
diferenças entre os contratos de futuros e os contratos a prazo ou forwards:
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Elevada Segurança através do uso da Câmara Acordo entre as partes sem garantia de uma entidade
de Compensação (Clearing House) (mercado)
• Entidade Gestora da Bolsa: A sua função é a criação da lista dos contratos de futuros que
irão ser negociados e a sua publicação. Define as normas, regulamentos e legislação que rege
o funcionamento do mercado. Facilita o acesso a toda a informação relevante disponibilizando
a todo o momento para os intervenientes do mercado.
• Câmara de Compensação (Clearing House): Funciona como intermediário que liga cada
uma das partes do contrato de futuros e responde em termos legais perante os mesmos. Elimina
o risco de incumprimento, através do mecanismo de margens, garantindo a liquidez e os
pagamentos em caso de incumprimento da outro interveniente. Pode funcionar de forma
autónoma ou ser uma divisão da entidade gestora da bolsa.
33
caso de incumprimento do pagamento. A margem inicial varia mediante os contratos e/ou as
bolsas e representa uma percentagem do valor total dos contratos que normalmente situa-se
entre 5% a 15%. O pagamento da margem inicial é depositado numa conta-margem.
As variações diárias são delimitadas por variações mínimas ou tick points (normalmente a
variação é de 1 ponto base = 0,01%) que se não forem atingidas, não existe qualquer
necessidade de depósito na conta-margem. Pode também existir variações máximas definidas
pela câmara de compensação, que se forem ultrapassadas, levam ao encerramento das
negociações sobre os contratos e à reposição dos valores nas respetivas contas-margem.
O fecho das posições num contrato de futuros, segundo Antunes (2008) significa eliminar
qualquer obrigação futura sobre o mesmo. O fecho pode ser realizado de duas formas. A
primeira forma é do modo normal da operação, onde no final do prazo estabelecido (data de
vencimento) ocorre o pagamento do contrato pelo valor diferencial entre o preço de exercício
do contrato e o preço spot.
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as variações máximas) ou por incumprimento dos deveres de um dos intervenientes perante a
câmara de compensação.
2. Forwards
Para Porfírio (2003) uma das formas mais utilizadas pelas empresas na cobertura do seu risco
cambial é o contrato forward. Para esse autor, forward outright ou simplesmente forward é um
contrato de compra e venda de uma dada quantia de moeda estrangeira, celebrada hoje, mas a
realizar em um momento futuro, com uma determinada taxa de câmbio fixada no momento da
celebração do contrato.
Segundo Fernandes (2003), os contratos Forward ou a prazo são acordos para uma transação
de compra ou de venda numa data futura sendo obrigatório a cada uma das partes o
cumprimento do acordo e não é exigido qualquer pagamento inicial às mesmas. Ainda de
acordo com Fernandes (2003), uma das maiores aplicações dos contratos forward ocorre nos
mercados cambiais, quando se deseja defender posições abertas em moedas estrangeiras e que
podem deteriorar-se com as oscilações, seja valorização ou desvalorização da moeda
estrangeira face à moeda doméstica.
Os forwards cambiais como instrumentos de gestão cambial são contratos que envolvem duas
divisas, onde uma parte compra (vende) a divisa X e a outra vende (compra) a divisa Z, a uma
taxa de câmbio que é estabelecida na data de realização do contrato (preço forward) e para uma
determinada data futura. Por fim, o mercado de forward tem a vantagem da venda a retalho,
não impondo a padronização da data de execução do contrato ou quantidade do ativo a
transacionar, o que implica uma menor liquidez e o fecho da posição, no caso do negócio
previsto deixar de ser interessante (Afonso et al., 2004).
3. Opções
35
possibilidade de um ganho ilimitado e a certeza de uma perda limitada, enquanto o vendedor
tem a certeza de um ganho limitado e o risco de uma perda ilimitada.
Segundo Pinho & Tavares (2012), as opções são contratos estabelecidos entre duas partes, em
que o comprador da opção tem o direito (mas não o dever), de comprar ou vender um
determinado ativo (ativo subjacente), numa determinada data futura (maturidade), com um
determinado strike. Por sua vez, Pires (2008) reitera que as opções concedem ao seu detentor
o direito de comprar, (call option,) ou de vender, (put option) um ativo até uma data de
expiração (opção europeia) ou numa data em qualquer momento, desde a sua compra até à data
de expiração (opção americana) a determinado strike.
Segundo Porfírio (2003), a compra de uma opção obriga sempre o seu comprador ao pagamento
de um prémio, sendo que esse varia de acordo com as duas modalidades de opções. Ainda para
o mesmo autor, os contratos de opções trazem a possibilidade de cobrir uma evolução
desfavorável dos preços sem que, todavia, se prescinda de eventuais ganhos que possam advir
de uma evolução favorável.
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Venda de um ativo nas Compra de um ativo nas
Obrigação
condições acordadas condições acordadas
Segundo Silva et al. (2013), o valor de uma opção depende da relação entre o strike price (preço
acordado) e o preço do ativo à vista (preço spot). Este valor pode encontra-se em três situações:
A opção está in the money ou acima do par, quando o seu valor intrínseco é positivo. Significa
que o strike price oferece uma condição vantajosa para o comprador da opção face ao preço no
mercado spot e ao prémio pago. Existe assim um ganho na operação e a opção deverá ser
exercida.
A opção está out the money ou abaixo do par, quando o seu valor intrínseco é negativo. O strike
price proporciona ao seu detentor uma posição desfavorável face ao preço no mercado spot e
ao prémio por ele pago. A opção não deverá ser exercida, porque no mercado à vista as
condições são mais vantajosas, sendo a perda do comprador limitada ao prémio pago.
A opção está aA The Money, ou ao par, quando o seu strike price for igual ao preço de mercado
spot e ao premio por ele pago. Nesta situação para o comprador será indiferente optar pelo
cumprimento do contrato ou não. Caso não exerça a perda será unicamente o valor do prémio
pago ao vendedor.
Segundo Medeiros (2003), o valor intrínseco de uma opção de compra (call option) estará:
37
- Out-the-Money: quando o preço spot é menor que o preço de exercício;
O valor intrínseco de uma opção de venda (put option), segundo o mesmo autor estará:
4. Swaps
Há essencialmente dois tipos de Swap: interest rate Swap - Swap de taxas de juros (IRS) e
Currency Swap (Swap cambial). Geralmente, as operações de Swap são intermediadas por
instituições financeiras, que têm como função, conceder a operação e assegurar que as partes
liquidem as suas obrigações e cobram para isso uma comissão. O Swap de taxa de juro é um
contrato que permite trocar cash flows à taxa fixa por cash flows a uma taxa variável. Swap
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cambial é um contrato através do qual, duas partes trocam entre si moedas, e respetivos
recebimentos ou pagamentos de juros durante um período de tempo determinado (Pinho &
Tavares, 2012).
Segundo Porfírio (2003), uma operação de Swap cambial apresenta vantagens importantes para
as entidades que a eles recorrem, na medida em que lhes permite o acesso a mercados de divisas
e de taxas de câmbio alternativos.
Permite que a operação se realize entre empresas com diferentes níveis de risco, a flexibilidade
das operações em termos de montantes e prazos e a diminuição dos custos administrativos com
o swap e dos respetivos fluxos de pagamento. As instituições financeiras, como intermediárias,
podem atuar em seu próprio nome (swaper profissional). Segundo Antunes (2008), devido à
dificuldade de encontrar investidores com posições simétricas opostas, ultrapassam esta
questão, atuando diretamente como contraparte dos seus clientes, procurando oferecer soluções
e em simultâneo explorar um negócio rentável.
Para garantir a contínua vantagem do uso do swap é necessário à sua avaliação periódica. A
avaliação é realizada comparando os fluxos do contrato de swap, com os resultados para a
39
empresa caso estivesse a atuar sem este tipo de proteção cambial. Assim deve-se calcular a
diferença entre o swap e o valor de reposição do swap, sendo esta diferença igual do que as
taxas no mercado ofereceriam para se fazer um swap contrário, com o fim de anular a posição
detida pela empresa.
Caso se verifique que o swap deixa de proporcionar um ganho, a posição no mercado pode ser
anulada através da entrega da posição a uma terceira entidade (mediante um encontro de contas
realizado no momento do encerramento da posição), com a realização de um swap reversal
(anulando a posição do swap inicial) ou com término antecipado da operação (com o acordo
da contraparte, realizado o respetivo acerto de contas).
O mercado cambial, também designado por FOREX ou FX market (Foreign Exchange Market)
é o mercado financeiro onde se realizam todas as operações de compra e venda de moedas
estrangeiras, ficando a sua existência ligada ao comércio internacional. As principais moedas
transacionadas no mercado cambial são Dólar, Euro e Iene (Porfírio, 2013).
O mercado cambial não é um espaço físico, mas sim um conceito abstrato utilizado sempre que
existe uma compra e/ou venda de divisas. O mercado cambial permite satisfazer algumas
necessidades importantes da economia. Entre as suas funções evidenciam-se o incentivo às
trocas comerciais internacionais, a utilização como instrumento de crédito ou proporcionar a
cobertura do risco cambial
Segundo Fernandes (2003), um mercado cambial é um sistema onde ocorre um contrato através
do qual as partes envolvidas, comprador e vendedor, se comprometem a “trocar” uma
determinada moeda por outra, numa data convencionada e a um preço acordado (taxa de
câmbio). Para Medeiros (2003), a taxa de câmbio apareceu necessariamente para regulamentar
os pagamentos e/ou transferências entre residentes de diferentes países enquanto que Pinho e
Tavares (2012) defendem que a taxa de câmbio é o valor de uma moeda expressa em Unidades
Monetárias (U.M) de outra moeda.
Todavia, o câmbio é um importante factor para que os países negociem suas mercadorias e/ou
serviços entre si, pois os países não têm a mesma cultura, a mesma economia, a mesma língua,
40
os mesmos objetivos, quanto menos a mesma moeda. Para resolver o problema dessas
diferenças utiliza-se o câmbio que de acordo com Porfírio (2003, p. 74),
É uma operação financeira que consiste em vender, comprar ou trocar valores em moedas
de outros países que representem moedas de outros países. Para essas operações são
utilizados cheques, moedas propriamente ditas ou notas bancárias, letras de câmbio, ordens
de pagamento, entre outros.
A apreciação da moeda nacional pode, por um lado, diminuir o custo dos financiamentos em
moeda estrangeira de uma empresa, por outro lado, fazer recuar as receitas de uma empresa
exportadora. Dessa forma, ao mesmo tempo em que a apreciação do câmbio pode ser
interessante para uma empresa, talvez represente riscos para outra.
Segundo Bastardo (2011), o mercado cambial pode ser dividido em mercado de balcão (OTC)
ou em mercado de câmbios oficiais (mercado de bolsa).O mercado OTC é um mercado não
regulamentado onde os contratos apresentam uma grande flexibilidade sendo realizados
diretamente pelos intervenientes mediante os seus interesses, nomeadamente sobre os
montantes, prazos e ativos negociáveis.
O principal risco no mercado OTC é o risco de contraparte devido à não existência da entidade
reguladora. Mas este risco pode ser protegido com margens de manutenção ou alavancagem
máxima permitida (Porfírio, 2003).
O mercado de bolsa é um mercado organizado, regulado por uma entidade supervisora, onde
os contratos são padronizados, com prazos definidos, sobre ativos definidos e sujeitos a
regulação da câmara de compensação, não permitindo grande margem de flexibilidade aos
intervenientes.
41
sobretudo ao comércio de divisas com outros bancos – denominado comércio
interbancário;
c) As Instituições Financeiras não Bancárias que, a partir de meados dos anos 80,
incrementaram as suas atividades junto dos clientes em diversos segmentos do
mercado;
É impossível falar de mercado cambial sem falar do regime cambial que um país decide usar,
pois para funcionamento de qualquer mercado há a necessidade que se clarifique as regras de
como o mercado funciona. Samuelson & Nordhaus (2005) indicam que regime cambial é o
sistema usado por um determinado país para a determinação da sua taxa de câmbio. Existem
dois sistemas amplamente usados atualmente, o regime cambial fixo e o flexível.
O Regime de cambio fixo não depende das forcas de procura e oferta de moeda estrangeira
enquanto que o regime de câmbio flexível ou flutuante é totalmente determinado pelas forças
do mercado cambial, através da influência da procura e oferta por moeda estrangeira, pelas
famílias e pelas empresas (Samuelson & Nordhaus, 2005). Moçambique adotou o regime de
câmbio flexível, ou seja, a interação entre a oferta e a procura da moeda estrangeira é que
determina a taxa de câmbio. Deste modo a taxa de câmbio sofre alterações à medida que
ocorrem mudanças nos factores que influenciam a procura e a oferta de moeda estrangeira.
42
Gráfico 1: Regime de Câmbio Flexível
A pesquisa empírica é a recolha de dados á partir de fontes diretas (pessoas) que conhecem,
vivenciaram ou têm conhecimento sobre o tema, fato ou situação e que, podem causar
diferenciação na abordagem e entendimento dos mesmos, conduzindo a uma mudança,
acréscimo ou alteração profunda, relevante que não distorça, agrida ou altere o conteúdo
principal, mas sim que o enriqueça e transforme em conhecimento de fácil compreensão (Yin,
2001).
O risco cambial para empresas de importação já tem sido testado empiricamente por várias
escolas de estudos em diversas partes do mundo. Testes empíricos têm sido elaborados com o
objetivo de avaliar a gestão cambial efetuada pelas empresas que encontram-se expostas ao
risco da taxa de câmbio.
Em Setúbal , Bruno (2014) avaliou a gestão dos riscos cambiais de uma empresa que estava
sujeita a exposição cambial devido a internacionalização através da sua pesquisa intitulada: “A
gestão do Risco Cambial: Um estudo de caso”. Pesquisa apresentada como obrigação parcial
a obtenção do grau de Mestre em Gestão Financeira na Escola superior de Ciências
empresariais em Setúbal, Portugal.
43
O estudo centralizou-se na empresa portuguesa SINFIC, que apresenta filiais em Angola,
Moçambique e na África de Sul, e está voltada para comercialização de tecnologia avançada.
O principal objetivo deste estudo era saber quais são as estratégias de gestão de risco cambial
levadas a cabo pela empresa, identificar as melhores técnicas de gestão de risco cambial
existentes e testar a aplicabilidade das mesmas.
A pesquisa baseava-se em um estudo de caso com uma abordagem qualitativa. Através deste
estudo o autor concluiu que a SINFIC não usava técnicas para cobertura de risco cambial
estando sujeita a todas as suas exposições, e que o aumento da taxa de câmbio tinha impactos
negativos na faturação anual da empresa em seus diversos pontos de atuação e que para o caso
específico da SINFIC - Angola deverão ser utilizadas as técnicas internas de gestão de risco
cambial (Aquelas que dependem diretamente da empresa e que, por isso, são menos
dispendiosas), sendo que só depois devem ser utilizadas as técnicas externas.
Entorf e Jamin (2003) analisaram a exposição ao risco cambial de algumas empresas alemãs
que estavam inseridas no comércio internacional (Importadoras e exportadoras) na sua pesquisa
intitulada: “German Exchange Rate Exposure at DAX and Aggregate Level, International
Trade, and the Role of Exchange Rate Adjustment Costs”. Os autores optaram por uma
abordagem quantitativa em que deu lugar a representatividade das empresas import & Export
alemãs no período compreendido entre 1987 e 1995. A metodologia foi baseada em regressões
econométricas para testar as hipóteses de impacto entre a taxa de câmbio e o desempenho
económico das organizações alemãs.
Através da pesquisa, os autores chegaram a conclusão de que 90% das empresas importadoras
estudadas sofriam impactos negativos na sua lucratividade com a subida da taxa de câmbio e
75% das empresas exportadoras obtinham ganhos devido a subida na taxa de câmbio. Os
mesmos autores em 2007 apresentaram outro estudo sobre a gestão do risco cambial, as fontes
de risco e as técnicas de pagamento, onde foi estudada uma empresa do sector dos sistemas de
informação que apresentava 75% do volume de insumos de produção provenientes do exterior
e em moeda estrangeira. Apesar de este ter um elevado peso no volume de negócios total, não
44
existia ainda grande preocupação com o impacto das variações cambias nos resultados da
empresa. Este fato deve-se à utilização de moedas fortes e à relação com parceiros de confiança,
e a utilização de meios de pagamentos sofisticados.
Neste estudo a autora tinha como objetivo principal estudar a problemática do risco cambial
nas importações de automóveis nas empresas Cabo Vendeanas, bem como as formas de
minimizar esse risco do mercado. De modo a alcançar os objetivos pré-estabelecidos a autora
optou por uma abordagem qualitativa com o uso dos seguintes métodos: a entrevista e a análise
documental. A autora optou por um estudo de carácter descritivo, com a análise exploratória
de dados baseada em revisão documental e realização de inquéritos a todo a amostra de
empresas, que era composto por 5 empresas inscritas na classe de importação de automóveis,
tendo análises trianguladas e comparativas entre as empresas.
A autora concluiu através do estudo que devido a falta de adaptabilidade ao sistema financeiro
internacional Cabo Verde apenas apresenta sistema de Hedge no mercado Balcão (Bancos
Comerciais). Sónia (2013) concluiu também que as variações cambiais são na sua maioria
provocadas pelo uso do dólar, que corrobora em oscilações tanto favoráveis como
desfavoráveis e que as variações da moeda iene (JPY) têm provocado grandes prejuízos às
empresas, pelo que estas têm preferido importar dos países onde seja possível fazer o
pagamento em Euros.
Entretanto as conclusões que Sónia obteve em seu estudo podem criar um enviesamento das
ideias caso pretenda-se generalizar para empresas de outros países africanos. Isto pelo simples
facto do seu estudo estar voltado para empresas importadoras de automóveis em Cabo verde e
o regime cambial cabo-verdiano ser fixo e estar sobre o Acordo de cooperação cambial (ACC).
45
Em março de 1998, Cabo Verde e Portugal assinaram um acordo de cooperação cambial que
visava sobretudo a ligação da moeda cabo-verdiana à moeda portuguesa, através de um regime
de paridade fixa, e a criação de condições que garantissem a convertibilidade do Escudo Cabo-
verdiano. Com a substituição do Escudo Português pelo Euro em 1999, a paridade cambial
passou a ser definida em termos de Euro, portanto para as empresas Cabo Verdeanas sempre
será mais confortável a importação de produtos ou insumos provenientes de países que usam o
Euro.
Os autores Entorf & Jamin apresentam um estudo ligeiramente diferente da presente pesquisa,
pelo que o estudo dos mesmos analisa a exposição cambial no comércio internacional, tanto
para empresas importadoras como exportadoras, porém encontra a sua relação com a presente
pesquisa no ponto em que pretende avaliar o impacto dessas exposições cambais na situação
financeira das empresas em estudo. Em termos metodológicos as duas pesquisas diferem-se
pelo facto da pesquisa de Entorf & Jamin ser quantitativa e estudar um universo maior de
empresas.
A Pesquisa de Sónia é a que mais assemelha-se ao presente estudo pelo facto de ambos
estudarem empresas de países africanos em ascensão e especificamente o ramo de importação.
Assemelha-se também no quesito abordagem da pesquisa pois ambas recorrem a uma
abordagem qualitativa. Porém a pesquisa de Sónia difere da presente pesquisa pelo seu
universo de empresas e pelo tamanho da amostra ser maior que o da presente pesquisa que
apresenta um estudo de caso específico.
46
2.4. Revisão da Literatura Focalizada
A Revisão da literatura focalizada consiste em trazer estudos relacionados ao tema que tenham
sido realizados dentro do país em caso (Yin, 2001). Neste sentido este ponto apresenta estudos
feitos por autores moçambicanos que assemelhem se a presente pesquisa.
O autor concluiu que a maioria das empresas não conhecem os derivados ou estratégias
de hedge disponíveis no sistema financeiro moçambicano e que Moçambique ainda
precisa desenvolver o uso dos mesmos, pois ainda não existe um mercado organizado
para os mesmos e que o Banco de Moçambique deverá ter uma maior intervenção neste
mercado.
47
Das conclusões acima apresentadas por Antunes, denota-se que são existentes e
expressivos impactos do risco cambial para as finanças das organizações bem como
aponta para a importância do conhecimento dos instrumentos externos de cobertura de
riscos, pois segundo o autor as empresas ainda desconhecem os tipos de sistema de
hedge existentes e as suas formas de utilização de modo a obter benefícios e fazer as
devidas coberturas de risco.
Ainda segundo a autora do estudo acima, apenas 5 dos 19 bancos que operam em
Moçambique oferecem aos seus clientes algum tipo de instrumento financeiro
derivado, nomeadamente: Standard bank, Banco Comercial e de Investimentos (BCI),
Banco Único, African bank Corporation (BancABC) e o Millenium BIM. Os derivados
oferecidos incluem: Forwards e swaps cambiais. Os dados fornecidos pelos bancos
que oferecem instrumentos de proteção cambial demonstram que o mercado
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moçambicano ainda não atingiu o grau de maturidade necessária para absorver os
derivados.
Ora esta constatação está em linha com as conclusões de Medeiros (2003), segundo as
quais os derivados negociados no balcão são os de maior relevo nas economias dos
países em via de Desenvolvimento e que pode ser indicativo para um grau de
maturidade financeira ainda baixo para a aderência aos derivados.
Juliete (2018) concluiu também que a procura de derivados cambiais pelas empresas
moçambicanas aumentou muito, sendo impulsionada pelo contexto económico-
financeiro do país caracterizado pela forte dependência de importações e elevada
volatilidade do metical face às principais moedas de comércio internacional e regional.
Este aumento deu-se principalmente quando decorreu a crise económico-financeira em
que o país se encontrou no período de 2015 á 2018 pois esta crise traduziu-se na
acentuada desvalorização do metical e escassez de divisas no mercado interno.
Entretanto o pensamento dos dois autores encontra o seu apanágio ao concluir que os
riscos cambiais em que as empresas encontram-se expostas têm repercussões notáveis
nas finanças da empresa e que a reduzida oferta dos derivados em Moçambique é típico
de países em via de desenvolvimento.
49
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PESQUISA
3.1. Introdução
De uma forma geral, este capítulo é de grande prestígio, pois, aborda as principais regras de
produção científica, fornecendo ao pesquisador uma melhor compreensão sobre a natureza e
objetivos do estudo, auxiliando o autor para uma maior produtividade e qualidade na pesquisa.
Entretanto, este capítulo alberga nomeadamente: o desenho da pesquisa, a população em
estudo, o processo de amostragem, os métodos de coleta de dados e a pesquisa quanto a
abordagem do problema.
Qualquer trabalho científico busca cumprir metas, e para que sejam executadas corretamente é
essencial o uso adequado da metodologia científica. A metodologia é uma preocupação
instrumental pois trata das formas de se fazer ciência e cuida dos procedimentos, das
ferramentas e dos caminhos (Yin, 2001). Segundo Marconi e Lakatos (2007), a metodologia
está diretamente relacionada com o problema a ser estudado; a escolha dependerá dos vários
fatores relacionados com a pesquisa a natureza dos fenómenos, o objeto da pesquisa, os
recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos que possam surgir no campo da
investigação.
Com vista a alcançar os objectivos tracados nesta pesquisa , a metodologia teve como base :
50
Identificação do impacto do Risco cambial para as finanças da AMA Equipamentos
(2015-2018), através da análise documental das exposições ao risco cambial que a
AMA equipamentos está sujeita e o peso destas nas finanças da empresa;
A pesquisa ocorre num contexto particular e não é obstrutiva, ou seja, ocorre sem a mínima
interferência da pesquisadora, os dados não devem ser alvo de qualquer manipulação, sendo
apenas colhidos, analisados e interpretados. Desta forma tenta-se obter o comportamento
particular do sistema e existe uma máxima preocupação com o realismo do contexto (Marconi
e Lakatos, 2003).
51
3.3. Definição da População
A pesquisa é bastante focalizada e ganha a sua relevância por ser um assunto de importância
social. Portanto a pesquisa visa servir de um indicador através de uma empresa em específico
para possíveis estudos mais amplos.
Para Ramos & Naranjo (2014), população de estudo é o conjunto formado por todas as
unidades de análise ou por todas as características que são de interesse e que são relevantes,
para o investigador. A população desta pesquisa está dividida e 3 grupos:
O tipo de amostragem utilizado na pesquisa foi a amostragem por julgamento não probabilística
pois a coleta de dados será baseada em critérios previamente definidos, em que nem todo o
universo tem a mesma chance de ser entrevistado.
3.5. Amostra
Os autores Marconi & Lakatos (2010) defendem que a amostra constitui uma parte
devidamente selecionada da população com o objectivo de efetuar uma análise.
52
A amostra é constituída por:
- 1 Representante da sala de mercados do BCI – cidade da Beira. Esta escolha foi feita pelo
facto deste funcionário na sala de mercados ser o mais relacionado a comercialização de
pacotes de hedge.
Segundo Yin (2001), as evidências para um estudo de caso podem vir de 6 fontes distintas:
documentos, registos em entrevistas, arquivos, observação direta, observação participante e
artefactos físicos. Portanto, no que concerne aos métodos no processo de coleta de dados de
investigação, pode-se identificar 2 métodos, nomeadamente: método de coleta de dados
primários e secundários.
De acordo com Raupp & Beuren (2006, cit. em Gil, 1999), consideram-se dados primários
como sendo dados brutos que não receberam nenhum tratamento ou que ainda não foram objeto
de análise. Segundo este pensamento, dados primários são todos os dados recolhidos em
primeira mão, ou seja, no terreno em que se desenvolve a pesquisa, como é o caso duma
entrevista ou questionário, comparativamente aos dados secundários que já estão disponíveis,
como é o caso de relatórios, tabelas, entre outros.
53
3.5.1. Colecta de Dados Primários
O processo de recolha de dados primários teve a duração de 1 quinzena (15 dias), a contar
desde a apresentação da credencial na empresa até ao fim de todas as entrevistas.
A coleta de Dados secundários consiste na síntese de dados que já foram coletados por outras
fontes. Este tipo de informação pode ser útil pois fornece uma visão geral de um determinado
assunto. De acordo com os autores Cervo, Bervian & Silva (2007), os dados secundários são
colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais, entre outras fontes.
Do ponto de vista da autora Barañano (2008), os dados secundários são dados previamente
recolhidos por outros investigadores ou instituições e com objetivos diferentes dos posteriores
utilizadores. Portanto de modo a tornar possível a recolha de dados secundários nesta pesquisa,
a autora escolheu a recolha a partir de fontes escritas e documentadas.
A abordagem qualitativa segundo Marconi & Lakatos (2003), é aquela que consiste em
investigações de pesquisa empírica, com o objetivo principal de analisar características de
factos ou fenómenos através da coleta sistemática de dados.
54
Na presente pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa dado que se pretende avaliar um
fenómeno económico e social e tem como objetivo analisar a gestão de risco cambial da
empresa AMA equipamentos.
De acordo com Gil (2010), a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a identificação
de possíveis relações entre variáveis, pois são observados, registados, analisados e
interpretados factos e fenómenos.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa é bibliográfica, uma vez que se fez
um levantamento preliminar da literatura com vista a evidenciar o que já foi pesquisado acerca
do assunto em alusão. Entretanto, no que concerne à fonte de coleta de dados, a pesquisa é
documental uma vez que buscou analisar os documentos e fontes escritas disponíveis e
relacionados com a temática.
55
CAPÍTULO 4: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS
4.1. Introdução
Neste ponto serão apresentados uma análise profunda dos resultados obtidos, por meio de
cruzamento dos dados e das teorias apresentadas na revisão de literatura. Neste sentido
pretende-se através da análise dos dados, responder as perguntas de pesquisa que sem dúvidas
vão de acordo com os objetivos da pesquisa.
De forma geral os dados serão apresentados em tabelas e alguns gráficos o que permitirá a
sistematização da análise e interpretação dos dados de acordo com o objetivos da presente
pesquisa.
56
Valores:
Excelência
Integridade
Profissionalismo
Honestidade
A AMA apresenta um convênio com o Ministério da Saúde, convênio esse que confere a
empresa um contrato de fornecimento a grande parte das unidades médicas e hospitalares do
país e por sua vez o Ministério da saúde efetua os pagamentos postecipadamente com duração
de 90 dias, ou por outra, o fornecimento do Material é feito e o seu pagamento vai de acordo
com a disponibilidade do orçamento geral do estado destinado a essa atividade.
57
Relativamente à aquisição dos equipamentos, a empresa conta com alguns fornecedores na
Ásia e o seu maior fornecedor, a ORIEMAC Holding Limited, empresa sediada em Singapura
e com sucursais por toda a parte da Ásia. Os pagamentos feitos aos seus fornecedores são
exclusivamente feitos em dólares norte-americanos USD. A empresa tem alianças estratégicas
com o seu maior fornecedor de Equipamentos na Ásia, tanto que importou em 2015
equipamentos no valor de 200.000,00 USD com o prazo de 4 anos para o pagamento.
As suas receitas provêm dos recebimentos dos seus clientes em Meticais. Os seus pagamentos
são realizados em parte em moeda local (referente às compras e serviços adquiridos) mas
também possui obrigações em Dólares (devido as compras que realiza com os seus
fornecedores no exterior). Relativamente a sua estrutura organizacional interna, abaixo
encontra-se o organograma da Empresa.
Director
Nacional
Directores
Provinciais
Chefe
Representant Gestor
Administrativ
e Contratos Financeiro
o
Assistentes
Assistentes de Assistentes de
Administrativo
contratos Finanças
s
Oficiais de
Operações
58
Caraterização da Exposição ao Risco Cambial da AMA Equipamentos
A AMA Equipamentos tem uma parte da sua atividade em metical, porém por importar alguma
parte dos equipamentos para venda está exposta a obrigações em moedas estrangeiras. Na
totalidade das suas exposições existe uma situação que poderá ter um impacto significativo na
sua situação financeira. Esta situação é a dívida com o seu fornecedor ORIEMAC Holding
pelos equipamentos obtidos em 2015 no valor de 200.000,00 USD que no dia da sua realização
á 25/01/2015 correspondia a 7.000.000 de meticais.
A AMA possui outras exposições em moeda estrangeira de curto prazo, mas pela sua expressão
global reduzida e para a realização do caso prático não serão consideradas, ao contrário da
acima mencionada devido ao seu valor e impacto significativo. Contabilisticamente, a empresa
converte as suas operações em moeda estrangeira à taxa de câmbio média em vigor à data de
transação, disponibilizada pelo BM ou pelo BCI.
Neste ponto serão apresentados e analisados os resultados de acordo com os objectivos desta
pesquisa de modo a que não obtenhamos resultados viesados e que seja possível seguir a
orientação e as diretrizes do que realmente se pretende alcançar com o presente estudo.
59
dessa taxa que o BM aplica as principais medidas/reformas para proteger a sua moeda e as
reservas de Moçambique são em dólares.
De salientar, como referido na justificativa e na definição do problema, que á partir dos meados
de 2014 devido a instabilidade político militar e devido a eliminação do financiamento a
economia Moçambicana pelo FMI, o MT depreciou face ao USD, porém observaram-se
melhorias da situação á partir do ano de 2018. O gráfico abaixo é correspondente a evolução
das taxas de câmbio USD/ Metical no período de 2015 á 2018. A análise das oscilações
cambiais encontra-se apresentada em trimestres, começando do 1˚ trimestre de 2015 até ao 4˚
trimestre de 2018, totalizando 16 trimestres.
60
No 2˚ trimestre de 2017 a taxa de câmbio chegou a atingir o seu pico deste período em
análise, ao chegar a 70 USD/MT, mantendo-se na casa do 70 até ao último trimestre
que começou a decrescer. O ano de 2018 começou com uma ligeira tendência
decrescente, com a apreciação do metical face ao dólar, e o país vivenciou este cenário
até ao final do ano de 2018 com a taxa a flutuar entre 62 e 64.
61
Tabela 7: Peso da Dívida em USD nas contas da AMA Equipamentos (2015-2018)
MZN 9,600,000.00 Valor nas contas em 31/12/2015 Peso do valor nas contas da AMA
Ativo 55000000.00 17%
2015 Passivo 12567000.00 76%
Capital Proprio 42433000.00 23%
Disponibilidades 15678000.00 61%
MZN 13,000,000.00 Valor nas contas em 31/12/2016 Peso do valor nas contas da AMA
Ativo 52897878.00 25%
2016 Passivo 13534670.00 96%
Capital Proprio 39363208.00 33%
Disponibilidades 14542340.00 89%
MZN 14,000,000.00 Valor nas contas em 31/12/2017 Peso do valor nas contas da AMA
Ativo 54677631.00 26%
2017 Passivo 14178090.00 99%
Capital Proprio 40499541.00 35%
Disponibilidades 8970654.00 156%
MZN 12,400,000.00 Valor nas contas em 31/12/2018 Peso do valor nas contas da AMA
Ativo 60539070.00 20%
2018 Passivo 21805056.00 57%
Capital Proprio 38734014.00 32%
Disponibilidades 8154900.00 152%
2016: Em 2016, com o valor em metical da divida a subir para 13.000.000 de meticais
devido as variações cambiais, o valor passou a representar 96% do passivo da empresa,
com um peso de 33% do capital próprio, significando que se a AMA desejasse liquidar
a divida nessa época poderia usar 33% dos seus Capitais Próprios;
2017: Em 2017 a divida fecha nos empréstimos de Médio e Longo Prazo do balanço
em 14. 000.000 de Meticais o que é a situação extrema desta análise, representando
assim 152 % das disponibilidades da AMA Equipamentos, o que significa que seria
62
ainda assim necessário crescer em mais 56% para atingir a liquidação total da divida
em USD;
A gestão do risco cambial é uma parte integral da gestão do risco relacionada ao risco que
advém da volatilidade cambial. A gestão do risco Cambial é necessária e é parte integrante da
gestão financeira moderna (Brealey, 2007). Tal justifica-se, também, por esta poder afetar o
valor das empresas que transacionam negócios internacionais.
No entanto para Antunes (2008) A instabilidade monetária e cambial que ocorreu na década de
70 permitiu a ascensão e o desenvolvimento de ferramentas de gestão do câmbio, considerando
essas ferramentas como o expoente máximo da “engenharia financeira”.
Neste ponto serão apresentados os resultados das entrevistas feitas a alguns colaboradores da
empresa em estudo. As entrevistas aparecem neste com a função de apurar factos que podem
advir da explanação por parte dos que vivem a realidade da empresa, especificamente na área
de interesse desta pesquisa. Após a apresentação será feita uma interpretação da informação
obtida de modo a subsidiar nas conclusões sobre o presente tema.
63
DG: “Sim, Possuía o conhecimento deste facto”.
GF: “A única estratégia que a AMA usou foi de esperar o momento oportuno para
fazer o pagamento da divida, ou seja o momento em que a taxa de câmbio nos fosse
mais favorável”.
Interpretação:
64
estava exposta e os possíveis impactos decorrentes de um aumento na taxa de
câmbio.
Sempre que os meios de cobertura internos não são suficientes, seja pela dimensão da
exposição ou pela falta de experiência da gestão na área de proteção de risco, devem ser
aplicados meios de cobertura externos para proteção desse mesmo risco (Porfírio, 2003).
65
RSM: “Sim, O BCI e todos os outros 4 bancos que oferecem os derivados no nosso
país, apenas oferecem o forward ou contrato á prazo e o swap Cambial.”
3. Qual foi a adesão de empresas com o objetivo de celebrar contratos de hedge no período
de 2015 á 2018?
RSM: “Por acaso nesta época algumas empresas decidiram fazer contratos forwards
com o banco, mas isso a partir dos meados de 2015 quando o dólar começou a subir
rigorosamente. Mas em termos gerais são poucas empresas ca na Beira que solicitam
contratos de hedge com o banco.”
4. Qual é o sector de atividade de empresa que mais tem aderido a utilização de hedge
para se proteger de eventuais riscos cambiais? Qual dos 2 instrumentos de hedge te
mais aderência e porquê?
66
RSM: “No que diz respeito ao sector de atividade das empresas é uma diversificação
de clientes, sendo a característica comum o facto de mais de 90% dos clientes dos
sistemas de hedge serem importadores e usarem o forward pelo simples facto de ser o
único instrumento que oferecemos que se encaixa para a proteção das importadoras”
O Banco contactado (pelo facto de ser o banco que trata das transações internacionais
da AMA Equipamentos) oferece apenas 2 sistemas de hedge que são o Swap Cambial
e o Contrato á prazo ou Forward;
É importante referir que o Swap Cambial deve ser excluído deste estudo de caso em
específico como técnicas de cobertura do risco cambial pois o mesmo tem como os seus
principais destinatários empresas que tem como intenção a realização de investimentos
financeiros em moeda estrangeira (Medeiros, 2003);
O swap cambial é um acordo entre duas partes para trocarem pagamentos – de capital
e/ou juros, por um período de tempo e tem como objetivo a mudança dos fluxos
financeiros normalmente associados a financiamentos (Porfírio, 2003). Assim, a
finalidade dos swaps não se enquadra no caso da AMA Equipamentos que tem como
objetivo a proteção no pagamento e não a realização de investimentos em moeda
estrangeira ou a necessidade temporária de outra divisa;
Pode-se perceber também que a procura de sistemas de hedge pelas empresas aumentou
muito á partir dos meados de 2015 e maior parte das empresas que adere a esses
sistemas são importadoras com o objetivo de se proteger e recorrem ao uso do forward;
67
(Porfírio, 2003). E no caso específico de Moçambique conforme o estudo de Juliete
(2019) a BVM não comercializa nenhum sistema de hedge.
A entrevista acima apresenta resultados não muito diferentes dos resultados da pesquisa
de Sónia (2013) que ao estudar a problemática do risco cambial em Cabo Verde
deparou-se com um cenário semelhante, nos seguintes aspectos :
Nesta ordem de ideias a única técnica externa disponível e que se enquadra para cobertura de
riscos para o caso da AMA Equipamentos é o Forward/contrato á prazo.
68
CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Introdução
Este é o último capítulo da presente pesquisa, e tem como objetivo apresentar as conclusões
dos aspetos investigados ao longo da pesquisa intitulada: “A Gestão do Risco Cambial para
Pequenas e Médias Empresas Importadoras em Moçambique, Estudo de caso: AMA
Equipamentos (2015-2018) ”. O presente capítulo visa também responder as perguntas desta
pesquisa e por obséquio apresentar recomendações a AMA Equipamentos e aos futuros
pesquisadores desta Temática.
5.2. Conclusões
O desenrolar do presente estudo teve como objetivo a análise da gestão do risco cambial para
PME importadoras em Moçambique com o estudo de caso da média empresa importadora de
equipamentos médicos, AMA Equipamentos no período compreendido entre 2015 e 2018. De
um modo geral a pesquisadora foi capaz de alcançar os objetivos pré-concebidos durante a
criação da pesquisa. Isto relativamente ao objetivo geral e de igual modo aos específicos.
Referente a 1ª pergunta de pesquisa: “Qual foi o impacto que o risco cambial teve para as
finanças da AMA Equipamentos no período de 2015 á 2018?” Foi possível concluir que o risco
cambial teve um impacto negativo para as finanças da AMA equipamentos. Pelo que foi
possível observar que o peso da exposição cambial nas contas da empresa aumentou ao passar
dos anos.
A AMA Equipamentos apresentava uma exposição cambial de longo prazo que serviu de
referência para observação do impacto do risco cambial nas contas da empresa. A exposição
69
resumia-se em uma dívida com o seu fornecedor no valor de 200.000 USD - correspondente a
7.000.000 meticais (com a taxa de cambio média do dia da realização da dívida) tendo 4 anos
como prazo de pagamento.
A implicância da evolução desta dívida de acordo com a evolução da taxa de câmbio indicou
que o peso da divida em USD da AMA Equipamentos sobre as suas disponibilidades aumentou
de 2015 até 2017. Chegando ao seu extremo no fecho do ano de 2017 em que o valor da divida
atingiu em metical o dobro do valor da data de realização da mesma.
Chegando a 14.000.000 de meticais este valor excedeu o valor das disponibilidades em 56%,
significando que caso a empresa decidisse liquidar a sua dívida na totalidade em 2017 deveria
aumentar o seu esforço financeiro em 56%. O peso desta dívida sobre as contas da empresa
começou a reduzir a partir do ano de 2018 em simultâneo com a apreciação do MT face ao
USD.
Podemos chegar a conclusão de que uma gestão eficaz dos risco cambial é crucial para a AMA
Equipamentos por ser uma importadora e estar sempre sujeita a exposições em moedas
estrangeiras, principalmente o USD. Foi possível concluir também que a empresa apesar de
considerar importante usar estratégias ou técnicas para gerir o risco cambial, não acredita ser
70
necessária a criação de um departamento específico na AMA Equipamentos só para tratar do
risco cambial, devido aos custos envolvidos nisto.
Foi possível constatar que das diversas técnicas externas de proteção cambial existem apenas
2 sendo comercializadas em Moçambique. Através da entrevista realizada ao representante da
sala de mercados do BCI na cidade da Beira foi possível concluir que: o mercado organizado
em Moçambique (BVM) não oferece instrumentos de hedge/ de proteção cambial externa. E
de acordo com a revisão da literatura usada nesta pesquisa um dos instrumentos de hedge só
pode ser comercializado nas bolsas de valores que é o contrato de futuros, portanto já está
excluída a sua disponibilidade.
Nesta ordem de ideias, chegou-se a conclusão de que o mercado balcão oferece apenas 2
instrumentos de hedge que são: os forwards e os swaps cambiais. Entretanto, para o caso
específico da AMA Equipamentos o swap não se aplica pois este serve como uma troca de
indexadores, ficando somente com a disponibilidade do forward com instrumento externo que
se adequa a realidade da Ama Equipamentos.
5.3. Recomendações
5.3.1. A Empresa AMA Equipamentos
Para a empresa AMA Equipamentos recomenda-se a cobertura de Risco Cambial, uma vez que
a empresa contem exposições correntes e não correntes devido a importação de equipamentos
médicos em diversos países da Ásia e usar o USD como moeda de referência nestas transações.
71
Técnicas Internas de Cobertura de Risco para AMA Equipamentos:
A AMA Equipamentos deverá optar, em primeiro lugar, por técnicas de cobertura interna. Estas
técnicas apresentam vantagens porque são geridas pela própria empresa, mas devem ser
executadas com ponderação dependendo da estrutura da organização e do seu conhecimento
das operações.
Todavia as outras técnicas internas não podiam ser aplicáveis, pelos seguintes motivos
descritos abaixo:
A empresa deverá ter em consideração a actual situação e a tendência observada das variáveis
económicas em Moçambique de modo a efetuar a gestão do risco cambial de forma eficiente.
Com um leque de disponibilidade de técnicas internas de gestão de risco, a empresa deverá
antes da realização da exposição cambial tomar a decisão da técnica interna que mais se encaixa
na situação da empresa.
72
Por exemplo, logo na decisão de importação de equipamentos, dependendo do poder de
barganha, a AMA equipamentos ainda tem a chance de optar pela técnica de cláusulas
contratuais, que podem dar a possibilidade de cobrir a sua exposição ao risco cambial através
do ajustamento dos preços a evolução cambial que decorre no mercado. A técnica do pronto
pagamento seria uma opção recomendada a AMA equipamentos para casos futuros em que
houvesse uma previsão do aumento da taxa USD/MT, mas isso dependeria claro da situação
de tesouraria da empresa. E a Gestão de Prazos continua sendo uma técnica eficiente na gestão
do risco cambial, e ela tem a vantagem de poder ser posta em ação mesmo depois da exposição
já existir.
O Forward Cambial
Entretanto o uso de uma técnica externa de cobertura cambial deve ser feito logo no período
da criação da exposição, pois o forward / contrato a prazo deve ser feito no momento Inicial.
A empresa junto a um banco comercial poderia fixar o valor da anuidade a pagar em metical,
independentemente da oscilação cambial naquele ano. E de acordo com a regra do sistema
forward poderia assim actualizar o contrato e renovar a taxa de câmbio a se usar no ano
seguinte.
No uso deste sistema seria muito importante que a empresa estivesse a par da situação
económica e cambial na altura da criação do forward e na sua actualização periódica. A regra
do jogo na utilização de um forward é bastante simples e compreensível. A empresa ganha a
73
possibilidade de amenizar o risco de perda, porém deve estar ciente que elimina qualquer
possibilidade de ganho (neste caso o ganho significa a diminuição do valor da dívida em
metical). O Período em estudo previa depreciação contínua do metical face ao dólar, portanto
poderia ser uma boa altura para usar este sistema de hedge, pois as probabilidades de minimizar
os riscos causados pela oscilação cambial eram maiores, visto que as taxas de câmbio do
forward são sempre baixas em relação as taxas em vigor no momento da criação do contrato.
Avaliar o tamanho da exposição cambial a que está sujeita, tomar a decisão sobre cobrir
ou não este risco cambial;
Caso decida efetuar a cobertura com recurso a uma técnica externa de cobertura de risco
cambial, deve contactar o banco que faz as suas transações internacionais (BCI) ou
qualquer um dos 4 Bancos nomeadamente: Standard Bank, BancABC, Banco Único e
o Millenium BIM.
Uma pesquisa que aborda questões de gestão financeira quer para diversas áreas como é o caso
da Administração de negócios, da contabilidade e da economia, proporciona uma vasta gama
de conhecimentos e informações não só ao pesquisador, mas a todos os utilizadores da
informação. De facto, quanto às linhas de investigação futura, considera-se de extrema
importância que este assunto seja cada vez mais explorado no país, pois tem sido de certa forma
negligenciado e é imprescindível para o ramo de gestão de negócios e comércio internacional.
Portanto, recomenda-se aos futuros pesquisadores que tal pesquisa seja mais desafiadora,
podendo construir uma abordagem quantitativa geral e não particular, apelando assim a
representatividade de empresas nas quais possa se fazer o estudo do risco cambial em
Moçambique. O presente estudo serve como indicador de um problema existente para uma
PME importadora ao longo do tempo, neste contexto a autora recomenda aos futuros
74
pesquisadores um estudo mais amplo e generalizado, em que num universo de todas as PME
Importadoras em Moçambique escolha se a amostra representativa para elaborar o estudo.
Outro aspeto a ser estudado em volta desta temática é o desenvolvimento do uso de técnicas
externas de proteção cambial como solução para a cobertura de risco cambial em Moçambique.
O Porquê de Moçambique não ter um mercado organizado a comercializar os sistemas de
hedge. O incentivo a uma visão moderna do uso de instrumentos de hedge. E junto do mercado
Balcão (OTC) apurar a proporção das PME que têm conhecimento que os bancos
comercializam sistemas de hedge.
E por fim a autora recomenda aos futuros pesquisadores a abordagem da Gestão do Risco
Cambial numa perspetiva de melhoria da competitividade para as PME em Moçambique de
modo a que estes futuros estudos possam indicar as PME a necessidade e a importância de uma
Gestão de Risco Cambial eficiente para o crescimento de uma organização.
75
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78
APÊNDICES
79
I. Requisitos exigíveis para o Processo de Importação
Identificação do operador;
Certificado de origem;
Apólice de seguro;
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II. Preparação da Entrevista
Prazo 15 Dias
Impressão do Guião
Condições logísticas
Aquisição de Gravador Áudio
Apesar de ser uma análise de conteúdo às
palavras transcritas do entrevistado, deve-se
ter em conta:
- O estado de espírito do entrevistado
Critérios gerais a ter em
(confiança, confusão, constrangimento…);
Conta
- Linguagem corporal;
-Tonalidade E ritmo da linguagem do
entrevistado;
- Ambiente onde a entrevista é realizada.
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III. Guião de Entrevista aplicado à AMA Equipamentos
3. Quais são as técnicas externas de proteção do Risco Cambial que conhece? Considera
vantajoso para as empresas usarem medidas de proteção de risco cambial?
4. Para a realização e manutenção das técnicas de cobertura do risco cambial, esta deve
ser realizado por um departamento já existente na empresa ou deverá criar-se um
departamento especializado para tratar esta temática?
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IV. Guião de Entrevista aplicado a sala de mercados do banco BCI
4. Qual é o sector de actividade de empresa que mais tem aderiado a utilização de hedge
para se proteger de eventuais riscos cambiais?
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Anexos
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Anexo I: Credêncial
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Anexo II: Declaração de Confidencialidade
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Anexo III: Taxas de Câmbio USD/MT 2015-2018
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